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O cerco parece se fechar cada vez mais em torno do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando agentes da Polícia Federal (PF) entraram, na última segunda-feira (29), em endereços ligados ao parlamentar, com mandados de busca e apreensão. A operação investiga uma possível ligação do “filho 02” do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), com o acesso ilegal a dados confidenciais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o mandato presidencial de seu pai. 

Em entrevista ao LeiaJá, o advogado criminalista Ygor de Carvalho, especializado em crítica da economia política e relações jurídicas, explica o que levou o vereador carioca a ser alvo da PF. “É o seguimento da investigação que visa expor uma estrutura de facção criminosa que operava como uma "Abin Paralela", onde os sistemas de espionagem eram utilizados como mercadoria e poder político pelo grupo e aliados”, contou o jurista. 

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O vereador, por sua vez, que é investigado por formação de organização criminosa e invasão de dispositivo informático, teve materiais apreendidos em seus endereços pela PF, a mando da Procuradoria Geral da República (PGR). Isso não foi uma surpresa para os órgãos, de acordo com Carvalho, “visto os fortes indícios de que os acusados de fato fariam parte desta organização criminosa atuante sobretudo no serviço de inteligência e espionagem da ABIN”. 

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O advogado afirmou ainda que, caso o processo aponte sua real autoria nos casos, há a possibilidade de Carlos Bolsonaro ser condenado a cumprir pena de reclusão que pode chegar a 10 anos, além da perda dos direitos políticos. “Politicamente, para a sua família, é a exposição institucional de um radicalismo evidente, capaz de cometer crimes de lesa pátria e recorrer a métodos flagrantemente ilegais. O Slogan ‘Brasil acima de todos’ se tornaria uma grande ironia, visto o dano a integridade nacional e à soberania do país em detrimento da ação criminosa das facções políticas aliadas a família Bolsonaro”, observou o jurista. 

Segundo o advogado, os avanços da PF na operação vão depender da colaboração de outros órgãos para adiantar seu processo. Ele já vem sendo apontado no Supremo Tribunal Federal (STF), por possível envolvimento no esquema de rachadinha no seu gabinete, além de participação em casos de fake news e milícias digitais. “Com a recente apreensão de celulares, incluindo o de Carlos e de sua assessora Luciana Paula Garcia, espera-se que as investigações avancem, podendo a Polícia Federal compartilhar informações conforme necessário com outros órgãos envolvidos”, concluiu. 

 

Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular no tenente-coronel Mauro Cid mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do suposto esquema de venda de presentes oficiais e não teve interesse em reaver itens sem valor comercial.

Em conversa com Marcelo Câmara, assessor do ex-presidente, Mauro Cid explica que Bolsonaro não quis de volta duas esculturas douradas, após tentativas frustradas de vender os objetos. Uma delas foi recebida no encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, no Bahrein, em novembro de 2021.

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"Não. Ele (Bolsonaro) não pegou porque não valia nada. Então tem (...) tem aqueles dois maiores: não valem nada. É, é... não é nem banhado, é latão. Então meu pai vai, vai levar pro Brasil na mudança", afirma o tenente-coronel em mensagem de áudio.

Os investigadores afirmam que Mauro Cid tentou negociar as estátuas em lojas especializadas na venda de itens de luxo nos Estados Unidos, com a ajuda do pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, mas teria descoberto que não eram banhadas em ouro.

As estátuas, no formato de barco e de palmeira, têm valor histórico-cultural. Uma escultura idêntica, no formato da árvore, é exposta no site da Organização das Nações Unidas (ONU). A palmeira é o símbolo do Bahrein.

"Apesar de, aparentemente, os bens não possuírem valor esperado, pesquisas em fontes abertas evidenciaram objetos semelhantes a árvore e ao barco que mostram o valor histórico-cultural que tais esculturas teriam para o Estado brasileiro considerando o contexto diploma´tico e o respeito aos países que presentearam o Brasil", diz um trecho do relatório da PF.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-PRESIDENTE

Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com a defesa de Jair Bolsonaro, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.

A 4ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou, na noite desta quinta-feira, oito jogadores investigados na Operação Penalidade Máxima. O julgamento distribuiu penas diferentes, devido a participação de cada um no esquema de manipulação de resultados que atingiu o futebol brasileiro.

O único absolvido foi Igor Cariús, lateral esquerdo do Sport. Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, pegou 12 jogos de punição. Confira as penas aplicadas pelo STJD aos outros acusados: Moraes (Aparecidense-GO): 760 dias e R$ 55 mil; Gabriel Tota (Ypiranga-RS): banimento e R$ 30 mil; Paulo Miranda (sem clube): 1.000 dias e R$ 70 mil; Fernando Neto (São Bernardo): 380 dias e R$ 15 mil; Matheus Gomes (sem clube): banimento e R$ 10 mil e Kevin Lomónaco (Bragantino): 380 dias e R$ 25 mil.

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A operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), revelou a existência de esquemas de manipulação de resultados de partidas de futebol para favorecer apostadores que contavam com a participação de jogadores das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Para entender um pouco mais sobre este esquema fraudulento, a Agência Brasil conversou com o professor da pós-graduação em Direito Desportivo da PUC-PR Tiago Horta, que é membro do Comitê de Defesa do Jogo Limpo do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

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Durante a entrevista o especialista em integridade esportiva afirma que a decisão do Governo Federal de regulamentar o mercado de apostas esportivas no país é positiva, mas não é o bastante. É fundamental estabelecer, em todo o território nacional, um sistema de integridade forte.

Além disso, o pesquisador entende que as consequências dos escândalos revelados através da Operação Penalidade Máxima são devastadoras e que, para amenizar um pouco os estragos causados, as punições devem ser exemplares, para que a indústria do futebol não caia em descrédito.

Agência Brasil: Em dezembro de 2018 foi publicada a LEI Nº 13.756, que liberou a atuação das Casas de Apostas esportivas no Brasil. Dessa data até hoje, como se constituiu o universo das apostas esportivas no Brasil?

Tiago Horta: A lei 3.756 de 2018 surgiu no sentido de tentar integrar o Brasil ao que estava acontecendo no contexto internacional. As apostas já eram uma realidade em grande parte do mundo, inclusive no Brasil. Era um mercado em crescimento, mas que até então ficava meio obscuro. A própria lei de contravenções penais já mencionava a questão das apostas, proibindo que sites desta natureza fossem hospedados no Brasil.

Porém, essa legislação abriu uma brecha para que esses sites operassem a partir de fora do Brasil, o cenário que se mantém em sua maioria até hoje. A lei legaliza a questão das apostas de cotas fixas esportivas, mas fica faltando uma regulamentação. Porém, o Governo anterior não teve interesse de mexer com o tema e essa realidade acabou se prolongando até os dias de hoje.

A lei trouxe algumas situações interessantes. Por exemplo, na questão dos patrocínios ela abriu uma espécie de caixa de Pandora. Antes tínhamos alguns ensaios de algumas empresas que tentavam ingressar no esporte, anunciando na TV, com tentativas de anúncio em manga da camisa de um clube, mas tudo de forma discreta. Não se falava ainda que era site de apostas, usavam outro tipo de nomenclatura. Mas, a partir de 2018, eles se sentiram à vontade para isso, o que levou a que hoje, no futebol brasileiro, praticamente todos os grandes clubes das Séries A e B tenham algum tipo de patrocínio de sites de apostas. Os anúncios nas emissoras de TV também são muito presentes. Essa foi uma das principais consequências da falta de regulamentação.

A falta de regulamentação levou à falta de limites na questão dos patrocínios. Qual o limite do patrocínio em relação ao uso de atletas? O mercado busca no momento uma espécie de autorregulamentação, propondo que atletas com menos de 25 não sejam mais utilizados. O mesmo acontece com a possibilidade de atletas firmarem parcerias privadas com sites de apostas. Não existe um regramento que libere ou proíba. O desafio é muito grande nesse sentido. É necessário realmente ser verificada essa situação, para que, a partir da regulamentação, tenhamos, ao menos, um conhecimento das regras. A partir daí as autoridades poderão cobrar o cumprimento delas.

No meu entendimento a regulamentação não é a solução final para manter a integridade do esporte, mas penso que a regulamentação pode ser um dos fatores que ajudarão na construção de um sistema forte de integridade.

Agência Brasil: Muitas pessoas ainda não compreendem como se dão as apostas investigadas. De forma sintética, quais as modalidades de apostas oferecidas? E qual a razão de as apostas em cartões amarelos ganharem protagonismo nas investigações conduzidas pelo Ministério Público?

Tiago Horta: O mercado de apostas ainda está engatinhando no Brasil. Ganhou força nos últimos quatro anos. Então, ainda é tudo parte de um grande aprendizado. Os mercados relacionados a um evento esportivo são variados. Você tem, por exemplo, o mercado de resultados, de quem vai vencer a partida, que é similar à loteria esportiva. Além disso, há o mercado de gols, de quantos gols serão marcados no jogo. Existem variações desses mercados, relacionadas aos tempos do primeiro e do segundo tempo de um jogo: Quem vai ganhar no primeiro tempo? Quem vai ganhar no segundo tempo? Esses seriam os mercados mais populares, nos quais há mais liquidez, mais dinheiro correndo. Porém, há outros mercados que geram interesse dos apostadores, como o de quem vai marcar o gol, ou de cartões amarelos, de escanteios. Há pessoas que se interessam em apostar nesses mercados secundários, pois acreditam que, eventualmente, pode ser mais vantajoso.

Sobre a questão dos cartões amarelos, entendo que ela ganhou relevância porque, no entendimento dos manipuladores, para manipular o resultado final de uma partida é necessário cooptar um grupo de atletas. Dentro dessa noção de fraudes é importante saber que os manipuladores nem sempre conseguem alcançar êxito em suas tentativas.

Aí entra a questão dos cartões. Para fraudar uma situação de cartão amarelo basta cooptar um único atleta. Esse acordo é mais pontual, acaba sendo mais fácil de ser alcançado. Além disso, esses atletas se sentem constrangidos de manipular o resultado de uma partida, o resultado final de um jogo. Mas quando os aliciadores propõem uma fraude em uma situação de cartão, muitas vezes eles conseguem convencer os atletas, afirmando que aquela é uma situação que não gerará um grande dano ao resultado da partida.

O grande problema é que, a partir do momento no qual o atleta aceita isso pela primeira vez, ele está na mão do aliciador. Então dificilmente conseguirá sair disso. Ele fica suscetível a receber ameaças e chantagens. Por isso a educação é algo tão importante. Os atletas precisam aprender sobre o risco de ingressarem nisso e da importância de refutarem qualquer proposta neste sentido.

Agência Brasil: Algo que chama a atenção de muitas pessoas é o envolvimento de jogadores das Séries A e B nestes crimes, isto porque há a percepção de que estes atletas possuem bons vencimentos. O que explica este envolvimento?

Tiago Horta: A grande questão é que, quando estamos lidando com atletas, temos que lembrar que estamos lidando com pessoas, não com máquinas. A questão dos vencimentos mostra muito isso. Há dois fatores que considero muito importantes aqui. O primeiro é que não há uma uniformidade de salários baixos ou altos. O Flamengo, por exemplo, tem uma faixa de vencimentos, enquanto o elenco do Cuiabá tem outro. São muito discrepantes as realidades salariais e, dentro dos próprios elencos, também há atletas que recebem salários muito diferentes uns dos outros.

O segundo fator é que os atletas estão inseridos em um contexto familiar, de amigos. Esses atletas, às vezes para ajudar algum conhecido ou de alguma forma influenciados, podem ser levados a praticarem esse tipo de fraude. Essas fraudes de cartão amarelo acontecerão mesmo nos campeonatos mais importantes, aqueles que terão liquidez nos mercados de cartões, que terão dinheiro suficiente correndo para que se justifique a prática dessas fraudes. Muito dificilmente jogos de Séries C ou D oferecerão esse tipo de mercado, pois não movimentarão dinheiro suficiente para que as apostas possam acontecer nesses mercados sem levantar maiores suspeitas.

Agência Brasil: Na sua avaliação, quais os prejuízos que o clima de desconfiança causado pela revelação de esquemas de fraudes traz para o futebol brasileiro?

Tiago Horta: Entendo que a situação é devastadora. O mal tem que ser cortado pela raiz. Os exemplos punitivos devem ser exemplares, não se pode passar a mão na cabeça do atleta num momento como este, pois todo o ambiente é colocado em risco, toda a indústria do futebol fica ameaçada. Basta notar a perplexidade das pessoas nos últimos dias, a preocupação e o sentimento de desconfiança que aumentou de forma absurda. O futebol, o esporte como um todo, tem dois pilares fundamentais: a credibilidade e a imprevisibilidade. Esses dois pilares têm de ficar de pé, para o bem de toda a indústria esportiva (patrocínio, contratos de atletas, contratos de TV, etc). Caso um desses pilares seja quebrado, o sistema inteiro vem abaixo.

Penso que os tribunais esportivos estão com uma postura lenta em relação ao que tem sido noticiado pela imprensa. Além disso, há a denúncia do Ministério Público de Goiás que nomeia vários jogadores. A partir do momento em que há um jogador sobre o qual paira uma suspeita de participação em um esquema fraudulento, é totalmente inviável que esse jogador continue atuando. Não é cercear o direito de defesa de ninguém, mas todos esses jogadores deveriam ser suspensos preventivamente, não podendo atuar até que os fatos sejam plenamente esclarecidos. Isso tudo porque todo um sistema está em risco e não podemos considerar que a simples presunção de inocência desses atletas seja mais importante do que todo um sistema. Temos que manter a credibilidade e a imprevisibilidade. Essa deve ser a prioridade número um. Posteriormente esses atletas terão a possibilidade de se defenderem, e aqueles que conseguirem provar sua inocência devem voltar a jogar. Já os demais, penso que não devem.

Agência Brasil: Que ações podem ser tomadas (por CBF, Governo, etc) para evitar estes crimes? A regulamentação das apostas pode ser um caminho?

Tiago Horta: Todos têm um papel no combate à manipulação de resultados. Porém, devemos ter clareza de que não vamos acabar com a manipulação de resultados, mas devemos tomar uma série de medidas para prevenir a ocorrência e saber de que forma atuar quando os casos vierem à tona. E essa atuação deve ser assertiva. Principalmente no âmbito esportivo, existe muita dúvida em relação ao que fazer, de que forma agir. Nesta questão os diferentes atores relacionados ao setor de apostas esportivas têm que trabalhar juntos, cada um dentro do seu âmbito de atuação: as autoridades públicas, a CBF, as demais federações esportivas, os clubes e também as empresas privadas, que podem contribuir com soluções de compliance (para garantir que as regras sejam seguidas), de monitoramentos de sites de apostas, com canais de oferecimento de canais de denúncia e com produção de investigações privadas. Existem várias ferramentas. Isso tudo tem que ser estruturado dentro de um sistema. Não adianta achar que uma ação isolada das autoridades públicas resolverá o problema, ou somente uma ação das entidades esportivas.

O trabalho de prevenção talvez seja o fator mais importante. Fazendo um bom trabalho de prevenção se evita a participação, a entrada, de grande parte desses atletas e árbitros em esquemas de manipulação de resultados. É um trabalho que deve ser liderado pelas entidades esportivas tanto de administração do desporto (federações, CBF) como pelas entidades de prática desportiva (que são os clubes). Todos eles têm que trabalhar em âmbito nacional. Não adianta achar que o poder público fará isso sozinho. Mas isso também demanda investimento das entidades esportivas, que muitas vezes se omitem de tomar as providências necessárias, pois afirmam que será caro. Mas elas devem compreender que é necessário cumprir sua parte, enquanto o poder público atuará da forma que está atuando agora, nos casos nos quais a educação não conseguiu gerar a consciência nas pessoas envolvidas (atletas, árbitros, dirigentes) de que não deveriam praticar fraudes.

Hoje não temos um ambiente construído para um trabalho preventivo, e todas as demais iniciativas de combate ao problema não estão consideradas dentro de um sistema. Uma federação, por exemplo, pode contratar um sistema de monitoramento para detectar as fraudes, e eles não sabem dar sequência a essa iniciativa. O que fazer com essa informação agora? A prevenção e o combate passam pela construção de sistemas estruturados de integridade. Não adianta achar que uma iniciativa isolada e construída de qualquer forma resolverá o problema.

O Avaí foi mais um clube afetado pelo escândalo de manipulação de resultados envolvendo apostas esportivas. Após seu nome aparecer na planilha de um apostador, presente na investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o zagueiro Raphael Rodrigues foi afastado preventivamente pelo clube catarinense.

Ao todo, já são 11 jogadores, de diferentes clubes do Brasil, apartados das atividades dos seus times por suspeita de envolvimento no esquema. O time catarinense suspendeu preventivamente o contrato do atleta.

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"O Avaí informa que, tão logo teve acesso às matérias jornalísticas que envolvem o nome do atleta Raphael Rodrigues, comunicou a suspensão preventiva de seu contrato e afastamento de suas atividades até que os fatos em questão sejam devidamente apurados e esclarecidos", informou o clube.

Apesar de seu nome constar nessa planilha, que faz parte da investigação da Operação Penalidade Máxima, Raphael Rodrigues ainda não foi denunciado e nem se tornou réu. A planilha feita pelos apostadores era para organizar pagamentos de até R$ 80 mil a jogadores que recebessem um cartão amarelo.

O Avaí também informou que fez contato com o Confiança, ex-clube do jogador, para que também acompanhe de perto os desdobramentos do caso, além de se colocar à disposição das autoridades.

"O Leão reafirma seu compromisso com a lisura do esporte e esclarece que não teve participação ou relação com o fato de nenhuma natureza e que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações em tudo que lhe couber e for possível", afirmou.

No total, já são 11 atletas afastados dos seus clubes nas últimas semanas, todos por suspeita de envolvimento no escândalo: Vitor Mendes (Fluminense), Bryan Garcia e Pedrinho (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Nino Paraíba (América-MG), Maurício (Internacional), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga e Jesus Trindade (Coritiba), Paulo Miranda (sem clube) e Fernando Neto (São Bernardo).

Dentro de campo, o Avaí venceu o Tombense, por 1 a 0, na última rodada da Série B, e chegou a seis pontos, em 11º lugar. O time volta a campo nesta sexta-feira, às 21h30, quando recebe a Chapecoense, na Ressacada, em Florianópolis (SC), pela sexta rodada.

O Cruzeiro anunciou nesta quarta-feira que o volante Richard está "afastado preventivamente das atividades da equipe de futebol profissional". O jogador foi um dos citados em conversas obtidas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), no esquema de apostas investigado pela Operação Penalidade Máxima.

O volante de 29 anos aparece em diálogos com Romario Hugo dos Santos, o Romarinho, enquanto ainda defendia o Ceará, no último ano. O registro das conversas foi divulgado pela rádio Itatiaia e mostra que o atleta teria recebido um depósito de R$ 40 mil. Até o momento, o nome dele não está entre os denunciados do MP à Justiça de Goiás.

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O jogador teria sido aliciado para receber cartão amarelo na partida entre Ceará e Cuiabá, que terminou em 1 a 1, válida pelo Campeonato Brasileiro do ano passado. Este jogo está entre os denunciados do MP-GO pela participação de Igor Cárius, então no Cuiabá.

Nos registros, obtidos pelo MP, Richard afirma, em conversa com um dos apostadores, que outros grupos chegaram a tentar aliciá-lo, mas que rejeitou as ofertas. "Durante a semana veio uns três nego querendo fechar algo comigo e não fecho com ninguém a não ser você, sou papo reto, bagulho não é brincadeira (sic)", afirmou o atleta. "Tá pago aí, meu amigo. Marcha na carreta", escreveu o apostador.

Richard vinha sendo escalado pelo técnico Pepa nos últimos jogos. O Cruzeiro enfrenta, sem a presença do jogador, o Fluminense nesta quarta-feira, em partida válida pelo Brasileirão.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) investiga um esquema de manipulação de apostas esportivas em partidas do Campeonato Brasileiro das Séries A e B de 2022 e partidas do Paulistão e do Campeonato Gaúcho deste ano. Jogadores cooptados por grupos criminosos recebiam até R$ 100 mil para provocar cartões amarelos e vermelhos ou realizar outras ações dentro de campo. Ao todo, sete jogadores estão na mira das autoridades.

Em abril, o MP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagrou a segunda fase da Operação Penalidade Máxima - a primeira etapa foi realizada em fevereiro e mirava apenas jogos da Série B.

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Três mandados de prisão, 16 de preventiva e 20 de busca e apreensão, foram cumpridos em 16 municípios de 20 Estados brasileiros diferentes, incluindo São Paulo e Rio.

Quais são os jogadores investigados?

EDUARDO BAUERMANN (SANTOS)

Santos x Avaí (Brasileirão, 05/11/2022): "Pagamento em montante ainda não precisado, porém certo que pelo menos R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) foram efetivamente entregues a Eduardo Bauermann antes mesmo da realização do jogo, para que Eduardo, jogador do Santos, fosse punido com cartão amarelo na partida (o que não ocorreu)".

Botafogo x Santos (Brasileirão, 10/11/2022): "Bauermann, apesar de ter aceitado valores na rodada anterior, não "cumpriu" sua parte no acordo ao não ser punido com cartão amarelo. Por isso, na rodada imediatamente seguinte e ainda com a posse da quantia recebida, novamente aceitou a promessa de valores indevidos para, agora, ser expulso na partida".

Bauermann e Romarinho, investigados pelo Ministério Público, conversam diretamente antes da partida contra o Botafogo, pelo Brasileirão de 2022.

KEVIN LOMONACO (RED BULL BRAGANTINO)

Red Bull Bragantino x América-MG (Brasileirão, 05/11/2022): "Promessa de pagamento de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), dos quais R$ 30.000,00 (trinta mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o atleta fosse punido com um cartão amarelo durante a partida.

Red Bull Bragantino x Portuguesa (Campeonato Paulista, 21/01/2023): "Promessa de pagamento de R$ 200.000,00 para que o atleta cometesse uma penalidade máxima no primeiro tempo da partida. A proposta foi recusada.

MORAES JR. (JUVENTUDE)

Palmeiras x Juventude (Brasileirão, 10/09/2022): "Promessa de pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), dos quais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o jogador fosse punido com um cartão amarelo durante a partida."

Juventude x Fortaleza (Brasileirão, 17/09/2022): "A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 50.000,00 (trinta mil reais), dos quais R$ 20.000,00 (vinte mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o jogador fosse punido com um cartão amarelo."

Goiás x Juventude (Brasileirão, 05/11/2022): "Promessa de pagamento de R$ 50.000,00 (trinta mil reais), dos quais R$ 20.000,00 (vinte mil reais) foram efetivamente entreguesantes mesmo da realização do jogo, para que o jogador fosse punido com um cartão amarelo durante a partida."

PAULO MIRANDA E GABRIEL TOTA (JUVENTUDE)

Juventude x Fortaleza (Brasileirão, 18/09/2022): "Promessa de pagamento de R$ 60.000,00(sessenta mil reais), dos quais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento na conta de GABRIEL (TOTA), jogador do JUVENTUDE, para posterior repasse ao atleta JONATHAN (PAULO MIRANDA), para que este, também jogador do JUVENTUDE,fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado pelo jogador."

Goiás x Juventude (Brasileirão, 05/11/2022): "Promessa de pagamento de R$ 50.000,00(cinquenta mil reais), dos quais R$ 10.000,00 (dez mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento providenciado por ROMARIO HUGO DOS SANTOS para a conta de GABRIEL (TOTA), para posterior repasse a JONATHAN (PAULO MIRANDA), para que este,também jogador do JUVENTUDE, fosse punido com cartão amarelo na partida, oque foi efetivamente providenciado pelo jogador."

IGOR CARIÚS (CUIABÁ)

Ceará x Cuiabá (Brasileirão, 16/10/2022): "Promessa de pagamento em montante total ainda não precisado, porém certo que R$ 5.000,00 (cinco mil reais) foram efetivamente entregues a Igor Aquino da Silva antes mesmo da realização do jogo, para que Igor, jogador do Cuiabá, fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado pelo jogador".

Palmeiras x Cuiabá (Brasileirão, 06/11/2022): "Pagamento de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) para que Igor Aquino da Silva (Igor Carius), jogador do Cuiabá, fosse punido com cartão amarelo na partida".

FERNANDO NETO (OPERÁRIO)

Sport x Operário (Série B, 28/10/2022): "Promessa de pagamento de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), dos quais R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) foram efetivamente entregues a Fernando José da Cunha Neto antes mesmo da realização do jogo, para que Fernando, jogador do Operário, fosse punido com cartão vermelho".

VICTOR RAMOS (CHAPECOENSE)

Guarani x Portuguesa (Paulistão, 08/02/2023): "Promessa de pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que Victor Ramos Ferreira, jogador da Portuguesa, cometesse uma penalidade máxima. Posteriormente, em razão de Bruno, Ícaro e Zildo (três dos denunciados) aparentemente não terem encontrado outros jogadores para manipulação de resultado na mesma rodada, os denunciados não efetuaram pagamento antecipado ao atleta e posteriormente não fizeram a aposta na partida".

Outros jogadores investigados são Nikolas Farias, zagueiro do Novo Hamburgo-RS e Fernando Jarro Pedroso, atacante do Inter de Santa Maria-RS. Os jogadores receberam a promessa de pagamento de R$ 80 mil e R$ 70 mil, respectivamente, para cometerem pênaltis em partidas do Gauchão.

Um suposto esquema de rachadinha envolvendo verbas enviadas pelo governo Cláudio Castro (PL) à Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) virou alvo de investigação. Pessoas ligadas a candidatos apareceram em uma lista secreta com as maiores bolsas da instituição, em torno de R$ 34 mil. 

Conforme reportagem do Uol, quase metade dos 92 contratados fizeram saques em dinheiro que somam R$ 2,2 milhões nos dois meses que antecederam a campanha eleitoral. A maior parte dos bolsistas ganhou cerca de R$ 8 milhões em serviços que sequer foram prestados. 

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Dois deles relataram que ficavam com R$ 2 mil por mês e precisavam devolver o resto das suas respectivas bolsas, equivalente a aproximadamente R$ 23 mil. O valor era transferido através de Pix ou usado para pagar boletos de empresas, uma delas de terraplanagem.  

Conforme a publicação, 54 bolsistas não explicaram se trabalharam nos projetos da Uerj e 12 não sabem como seus dados foram parar na folha de pagamentos secreta - eles alegaram que nunca prestaram serviço à instituição e não sabem do destino do dinheiro. A responsável pelas contratações, a coordenadora-geral Eloíza da Silva Gomes de Oliveira, diretora do IFHT (Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias) da universidade, foi quem mais recebeu com os programas. Ao menos R$ 641 mil de quatro projetos entre janeiro de 2021 e agosto de 2022. 

Outros casos também chamam a atenção, como o de um advogado que ganhou mais de R$ 100 mil brutos e admitiu não ter trabalhado. Além dele, o atual presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ), um dentista, o presidente da Companhia de Trânsito de Petrópolis e sua esposa, um pastor religioso e a esposa, e sócios de clube de tiro que, coincidentemente, abriram o estabelecimento após os repasses. 

A Uerj disse que o projeto foi encerrado em dezembro do ano passado e que vai apurar as denúncias através de uma comissão permanente de apuração. "Após as investigações, serão adotadas as providências legais cabíveis, seja no âmbito interno, seja por meio dos órgãos de controle, que têm recebido permanentemente os resultados dos procedimentos internos da universidade", garantiu em nota. 

A deputada federal Dani Cunha. (Reprodução/Facebook)

A deputada federal Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, nomeou para trabalhar em seu gabinete um ex-servidor da Prefeitura do Rio de Janeiro envolvido no escândalo de corrupção da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Desde o dia 7 de fevereiro, Marlon Philippe dos Santos Bruner atua como secretário parlamentar da deputada fluminense.

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Bruner foi exonerado da Prefeitura do Rio em setembro do ano passado. Seu nome constaria na lista de 263 servidores comissionados que também apareciam no quadro da Ceperj. O acúmulo de funções é proibido por lei.

O caso tornou-se público depois que a Comissão Especial de Auditoria e Transparência do governo do Rio apurou as irregularidades na Ceperj. Também foi observado que 714 pessoas de fora do Rio receberam valores da fundação, bem como 1.220 pessoas lotadas em outros órgãos.

Material apreendido durante a Operação Penalidade Máxima, realizada na terça-feira, reforça os indícios de que houve manipulação em pelo menos três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado para atender a interesses de apostadores. Além disso, aponta que os crimes se estenderam para jogos realizados este ano e o Ministério Público de Goiás não descarta a possibilidade de o esquema envolver também partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. O MP de Goiás afirma que não há indícios de dirigentes de clubes envolvidos, apenas jogadores e de um apostador.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?

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Um apostador de fora de Goiás, por meio de sua empresa, cooptava atletas para que, mediante pagamento, alterassem o resultado do jogo. Esses jogadores tinham que realizar uma ação específica no jogo: cometer um pênalti ainda no primeiro tempo da partida. O esquema envolvia o resultado de mais de um jogo, no caso investigado, dos três jogos da última rodada da Série B de 2022. Conversas de WhatsApp de um celular apreendido com suspeito em São Paulo comprovam o esquema de manipulação.

COMO SURGIU A INVESTIGAÇÃO?

A investigação teve início em novembro de 2022 a partir de uma denúncia feita pelos dirigentes do Vila Nova, de Goiás, sobre um esquema de apostas, envolvendo a manipulação de resultados em jogos da Série B.

QUANTO RECEBIAM OS JOGADORES?

Os jogadores envolvidos recebiam R$ 150 mil, caso o resultado fosse o acordado, sendo que R$ 10 mil recebiam antes da partida e o restante ao fim do jogo.

QUAIS FORAM OS JOGOS?

Os três jogos que deram origem à investigação são da última rodada da Série B: Vila Nova 0 X 0 Sport, Criciúma 2 X 0 Tombense e Sampaio Corrêa 2 X 1 Londrina. Na partida do Vila Nova, o jogador Romário teria recebido o adiantamento de R$ 10 mil, mas não cometeu o pênalti na partida, que ficou 0 a 0, e passou a ser cobrado pelo ressarcimento do prejuízo.

QUAL ERA O RETORNO COM ESSAS APOSTAS?

O MP de Goiás não identificou todos os sites nos quais são feitas as apostas, apenas dois que estão hospedados fora do país. Os investigadores calculam que o lucro com a manipulação do resultado dos três jogos da última rodada da Série B seria de R$ 2 milhões.

QUAIS OS JOGADORES ENVOLVIDOS?

Gabriel Domingos de Moura - Vila Nova

Marcos Vinícius Alves Barreira (Romário) - teve o contrato rescindido com o Vila Nova em novembro do ano passado

Joseph Maurício de Oliveira Figueiredo - Tombense

Mateus da Silva Duarte - ex-Sampaio Corrêa e hoje no Cuiabá

Operação Penalidade Máxima

Na manhã de terça-feira, foram cumpridos um mandado de prisão temporária contra Bruno Lopes de Moura, em São Paulo, e nove de busca e apreensão em Goiânia, São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ).

QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS?

Com base no material apreendido na operação Penalidade Máxima, o MP de Goiás vai investigar indícios de que o esquema se estendeu para este ano e não só envolvendo pênaltis, mas apostas sobre resultado parcial no primeiro tempo, número de escanteios e de cartões amarelos e vermelhos. Há indícios de manipulação em pelo menos um jogo realizado em Goiás e em outros jogos de Estaduais. Os promotores não descartam a possibilidade de manipulação de resultado em jogos da Série A.

CRIMES APURADOS

Associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois crimes previstos no Estatuto do Torcedor, que envolvem a corrupção em âmbito esportivo, com pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.

Recife anunciou a retomada da vacinação contra a Covid-19 para bebês a partir dos seis meses e crianças até os 11 anos. As doses voltam a ser distribuídas nos 16 locais de imunização da cidade a partir deste sábado (4), mediante agendamento no aplicativo ou no site do Conecta Recife.

Após as aplicações serem suspensas em dezembro por falta de doses enviadas pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura informou que 13.860 doses de Pfizer Baby foram entregues para atender bebês de seis meses e crianças até os dois anos.

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Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, 1.612 meninos e meninas com essa idade estão aptos a receber a segunda dose do imunizante. É importante frisar que não há necessidade de intervalo entre as doses das vacinas do calendário de rotina e o imunizante da Covid-19.

Outras 48.116 bebês crianças na mesma faixa ainda não começaram o ciclo de proteção de três doses. As duas primeiras têm intervalo de 21 dias (3 semanas), seguidas pela terceira que deve ser administrada pelo menos dois meses (8 semanas) após a segunda dose.

O público infantil de três a quatro anos também vai receber a Pfizer Baby. A Prefeitura explicou que o Ministério da Saúde adotou uma nova recomendação e indicou que a terceira dose com o imunizante, mesmo que a criança já tenha iniciado o esquema com a Coronavac. Esse reforço será feito em um intervalo de quatro meses após a segunda dose da Coronavac. Até agora, 3.202 crianças nessa faixa etária podem receber esta terceira dose. 

A imunização de crianças de cinco a 11 anos também foi suspensa em janeiro por falta de vacinas. O município informou que recebeu 45.380 doses da Pfizer Pediátrica para atender as 39.264 crianças que ainda faltam receber a primeira dose do imunizante. Outras 27.643 já podem tomar a segunda dose e 37.980 a terceira.

As aplicações são feitas em 16 unidades de referência para vacinação espalhadas em shoppings e centros de saúde do Recife. O endereço e os horários de funcionamento de cada local podem ser vistos no site.

A Câmara dos Vereadores de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira (20). Um inquérito foi instaurado em junho deste ano para apurar um suposto esquema de rachadinha.

A investigação visa identificar a atuação e os integrantes de um organização criminosa voltada à prática de peculato e lavagem de dinheiro dentro da Câmara. A Justiça determinou o afastamento de sete servidores, sequestro de bens e bloqueio de dinheiro. Também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos.

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A operação contou com 60 policiais. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL), pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro –(LAB/PCPE) e contaram com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).

O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi afastado por 180 dias após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por um desvio de R$ 54 milhões em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa. 

A investigação apura os supostos desvios de recurso público desde 2019. Os valores teriam sido usados para pagar dívidas pessoais e adquirir bens para a família do gestor. Ao todo, 31 mandados são cumpridos pela Polícia Federal na Assembleia Legislativa, na sede do governo, na casa de Dantas e de alguns familiares, e no hotel em São Paulo onde ele está hospedado após o afastamento.  

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Foram apreendidos R$ 110 mil em espécie na casa do governador, R$ 14 mil com ele no hotel e R$ 150 mil na casa de um cunhado. O STJ também determinou o sequestro de R$ 54 milhões em bens. 

A investigação indica que, além de Dantas, a principal beneficiária do esquema era a esposa, a prefeita da cidade de Batalha, Marina Thereza Dantas. A irmã do gestor também é investigada. O grupo é suspeito de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. 

 Paulo Dantas é candidato à reeleição. No primeiro turno, o candidato saiu na frente com 34,05%. Ele disputa o cargo no segundo turno com Rodrigo Cunha (União), que recebeu 27,16% dos votos. 

O Náutico terá dificuldades para enfrentar o Brusque neste sábado (4), às 19h, no Augusto Bauer, pela 10ª rodada da Série B. O Timbu passa por um momento bastante difícil na competição. Além de estar na 17ª posição, dentro do Z4, o alvirrubro possui ao todo oito desfalques, sendo que quatro destes são considerados titulares.

Rhaldney, Hereda, Camutanga, Bryan, Luis Phelipe, Júnior Tavares, Aílton e Kieza são os jogadores que compõem o grupo dos lesionados. Dos que estão aptos para ir a campo, Carlão e Richard Franco são os únicos pendurados com cartão amarelo.

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Em entrevista coletiva, Roberto Fernandes demonstrou que as baixas causadas por lesões são a sua principal preocupação neste momento. "O que me preocupa é a questão dos desfalques. Quando o treinador muda por livre e espontânea vontade, ele tem consciência daquilo que está fazendo. Agora, quando é obrigado a mudar por conta de departamento médico ou suspensão, isso atrapalha porque está fora do planejamento", disse Roberto

Apesar dos problemas, o técnico disse não ter a intenção de mudar o esquema para a partida deste sábado. “São bastantes ausências, mas, em princípio, não penso em mudar o esquema. Eu precisaria ter jogadores para executar as funções e eu acho que, além dos desfalques, teríamos outra dificuldade com a mudança de esquema”, argumentou o treinador.

Por Thiago Seabra

A denúncia da viúva do ex-Policial Militar Adriano Nóbrega, Júlia Lotufo, ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), feita em março de 2021, não foi usada para retomar as investigações do caso das rachadinhas. Em uma ligação interceptada, ela confirmou que Danielle Nóbrega, ex-esposa de Adriano, era funcionária fantasma do gabinete de Flávio Bolsonaro (PL).

Na interceptação telefônica, Júlia diz que Danielle foi nomeada no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por 11 anos.

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"Ela foi nomeada por 11 anos. Onze anos levando dinheiro, R$ 10 mil por mês para o bolso dela. E agora ela não quer que ninguém fale no nome dela? [...] Bateram na casa dela porque a funcionária fantasma era ela, não era eu", apontou a viúva de Adriano Nóbrega, que chegou a ser condecorado por Flávio enquanto esteve preso.

Conforme o Uol, mais de um ano depois de anexar a prova ao processo, a a Procuradoria Geral de Justiça do Rio (PGJ-RJ) não utilizou essa nem outras provas que reforçam os indícios de rachadinha praticada pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tinha Fabrício Queiroz como operador do esquema.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria mobilizado uma equipe de cinco servidores da Receita Federal que, durante quatro meses, tiveram que apurar acusações do filho do presidente no caso das “rachadinhas”, o que sugere uma espécie de aparelhamento da máquina pública em função dos interesses do investigado. As informações são do jornal Folha de São Paulo, desta terça-feira (22), com base em documentos inéditos obtidos pela reportagem. O caso investiga o desvio de salários de assessores no gabinete do parlamentar. 

O senador alegou que seus dados foram acessados por uma ‘senha secreta’ e repassados de forma irregular ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O filho “zero um” presidente e seus advogados buscaram a ajuda de órgãos do governo federal para tentar reunir provas com o intuito de anular as investigações da suspeita de que ele comandou o suposto esquema das rachadinhas. A apuração não foi confirmada pela Receita, mas obtida através de uma investigação interna da reportagem. 

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Ainda de acordo com a Folha, as 181 páginas do processo mostram que, de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, a Receita deslocou dois auditores-fiscais e três analistas tributários para fazer a apuração, que foi objeto de requerimento apresentado por Flávio, por intermédio de quatro advogados —Luciana Pires, Renata Alves de Azevedo, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Rocha—, ao então secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto. 

Na petição, datada de 25 de agosto de 2020, o filho do presidente requisitou apuração "com a máxima urgência" para identificação de "nome, CPF, qualificação e unidade de exercício/lotação" de auditores da Receita que desde 2015 acessaram seus dados fiscais, de sua mulher, Fernanda, e de empresas a eles relacionadas. 

A tese era a de que servidores da Receita no Rio de Janeiro haviam vasculhado de forma ilegal os dados de Flávio e de familiares e, a partir daí, repassado informações ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão responsável pelo relatório de inteligência enviado ao Ministério Público do Rio e que deu origem à investigação das rachadinhas contra o filho do presidente e ex-assessores. 

Na petição, Flávio afirma ainda que a suposta violação da qual teria sido vítima representa um "imenso risco à estabilidade das mais diversas instituições do país", entre elas a Presidência da República e a Assembleia Legislativa do Rio. 

Apuração durou cerca de 180 dias 

O pedido de Flávio ficou dois meses sem análise do então secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto. A análise da solicitação só foi realizada em 23 de outubro, no mesmo dia em que uma reportagem revelou um encontro de Flávio com o presidente Jair Bolsonaro, o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, para tratar do caso. 

Após 180 dias de apuração, as acusações de que uma ‘senha secreta’ teria sido usada para que ele fosse ‘perseguido’, bem como a ilegalidade no repasse das informações ao Coaf foram descartadas pela investigação. 

“Não foram verificados indícios mínimos de materialidade de possíveis infrações disciplinares que ensejariam a continuidade ou o aprofundamento do feito”, diz um trecho da conclusão do processo. Meses depois, Flávio conseguiu anular no Superior Tribunal de Justiça as decisões tomadas contra ele em primeira instância.  

O ator americano Zachary Horwitz, que fraudou investidores em cerca de US$ 650 milhões em um esquema de pirâmide em Hollywood para financiar um estilo de vida luxuoso de iates, aviões e carros esportivos, foi condenado a 20 anos de prisão.

Além da pena de prisão, o juiz do caso ordenou que Horwitz pague 230 milhões de dólares às vítimas.

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O condenado, de 35 anos, convenceu investidores a transferir grandes somas de dinheiro para ele, enganando-os com contratos falsos que ele alegava ter assinado com plataformas de entretenimento como HBO e Netflix.

Com o dinheiro, o jovem ator financiava um estilo de vida que incluía uma luxuosa mansão em Los Angeles, voos particulares, carros esportivos e uma adega de vinho.

"Horwitz se apresentava como uma história de sucesso de Hollywood", disse a promotoria, de acordo com o arquivo do Departamento de Justiça. "Ele fingiu ser uma figura da indústria que tinha relacionamentos com plataformas de streaming como HBO e Netflix para vender direitos de distribuição para produções estrangeiras a um valor fixo".

"Mas, como suas vítimas acabaram descobrindo, [Horwitz] não era um empresário de sucesso ou tinha conexões em Hollywood. Ele apenas fingia ser", continuou.

Horwitz, que atuou em alguns filmes de baixo orçamento sob o nome de Zach Avery, convencia os investidores de que estava comprando os direitos de distribuição estrangeira de filmes americanos e depois os vendendo para plataformas de streaming.

O homem de 35 anos deu a cada vítima a promessa de grandes lucros em seis a doze meses.

Ele manteve o esquema por sete anos, usando dinheiro de novos investidores para pagar aqueles que ele havia recrutado anteriormente.

Quando o esquema desmoronou, Horwitz devia US$ 230 milhões.

O ator admitiu ter cometido fraude em outubro e reconheceu que nunca comprou direitos de transmissão ou teve contratos desse tipo.

Seria "difícil conceber um crime de colarinho branco mais hediondo", disseram os promotores ao juiz em um documento, observando que Horwitz começou sua vida criminosa enganando amigos de faculdade, segundo o Los Angeles Times.

"Ele começou traindo a confiança de seus próprios amigos, pessoas que baixavam a guarda porque não podiam imaginar que alguém que conheciam há anos poderia enganá-los de suas economias e as de seus parentes", enfatizaram.

Em sua live dessa quinta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a apontar que houve irregularidades nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) nos governos do PT, mas não apresentou provas e admitiu que os empréstimos foram feitos dentro da lei.

Bolsonaro fala sobre o assunto desde a campanha de 2018, quando prometeu uma auditoria no banco para constatar o suposto esquema das gestões passadas. Ele disse que ia expor os relatórios da estatal e comprovar os desvios na live dessa quinta (28), mas não cumpriu.

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Sem provas para basear sua denúncia, ele culpou o Congresso - o qual fazia parte no período - por liberar Projetos de Lei e Medidas Provisórias que permitiram as transações aos países estrangeiros. 

Após eleito, o chefe do Executivo gastou R$ 48 milhões do BNDES para a revisão de contratos. Porém, os indícios das irregularidades ainda não foram encontrados.

Ao lado do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, Bolsonaro assumiu que as regras de repasse nos últimos 20 anos eram legais. 

“Tudo foi legal. Não houve caixa-preta. Caixa-preta era aquele período, onde não podia se divulgar nada, inclusive os contratos com outros países por decisão judicial", confirmou.

Sem sustentar as acusações, restou a Bolsonaro atacar o ex-presidente Lula (PT).

“Vai acontecer o que aconteceu no passado. Não vai ser diferente. O que a gente tem informações aqui – eu não tenho provas – é que está tudo pronto para o futuro possível governo do Lula. Muitos desses atores do passado vão retornar. E vão voltar fazendo a mesma coisa ou até pior. Acho até que, se voltarem, vão voltar para nunca mais sair daqui [do poder]”, considerou.

Ele ainda citou o empréstimo do BNDES para a construção do Porto de Mariel, em Cuba. Segundo Bolsonaro, Lula teria aceito receber o pagamento em charutos. 

Na verdade, a negociação estipulou que se Cuba não conseguisse pagar o empréstimo teria que repassar ao Brasil os ganhos com as vendas de charutos.

Até setembro de 2018, Cuba pagou R$ 293 milhões da dívida, de acordo com a Folha de S. Paulo. Depois deixou de pagar e o banco acionou o seguro do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para cobrir a inadimplência.

Na manhã desta sexta-feira (24), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), recebeu a dose de reforço contra a Covid-19 no drive-thru do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife Antigo. Com a redução do intervalo entre vacinas, a aplicação da terceira dose pode ocorre quatro meses após a última.

O governador recebeu o imunizante da Pfizer e convocou os pernambucanos para completar o esquema vacinal, obedecendo o novo calendário.

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“É muito importante que todos os pernambucanos cumpram as etapas da vacinação, iniciativa fundamental para superarmos essa pandemia. Com o avanço, podemos ir retomando a normalidade, tendo a oportunidade de ter um 2022 de muita saúde, paz, alegrias e muitas realizações”, destacou Paulo Câmara.

Redução da terceira dose

A diminuição de cinco meses para quatro para o público geral foi ratificada pelo Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação e pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), com aval dos prefeitos em uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) na última segunda (20).

Grávidas e imunossuprimidos

Porém, o intervalo de cinco meses segue mantido para gestantes. Já o esquema para pessoas com alto grau de imunossupressão será feito com quatro doses, como orientado pelo Ministério da Saúde. Nesse caso, a dose de reforço é aplicada quatro meses após a terceira.

 Pernambuco chegou a 30,63% da população elegível com o esquema vacinal contra a Covid-19 concluído. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) neste sábado (21), um total de 7.320.972 doses de vacinas foram aplicadas no estado, com 2.231.118 pernambucanos com a vacinação completa, dos quais 2.058.447 cidadãos foram contemplados com imunizantes em duas doses e outros 172.671 receberam dose única.

Ao todo, foram aplicadas 5.089.854 primeiras doses no estado, das quais  324.650 foram direcionados para trabalhadores de saúde, 26.147 povos indígenas aldeados; 45.540 em comunidades quilombolas; 7.700 idosos em Instituições de Longa Permanência; 683.153 idosos de 60 a 69 anos; 611.773 idosos de 70 e mais; 2.463 pessoas com deficiência institucionalizadas; 426.025 pessoas com comorbidades; 35.599 pessoas com deficiência permanente; 74.372 gestantes e puérperas; 418.286 trabalhadores de serviços essenciais; 1.935 pessoas em situação de rua; 30.946 pessoas privadas de liberdade, 1.462 adolescentes de 12 a 17 anos de idade, além de 2.399.803 pessoas de 18 a 59 anos.

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Já as segundas doses beneficiaram 272.046 trabalhadores de saúde; 25.974 povos indígenas aldeados; 42.791 em comunidades quilombolas; 5.943 idosos institucionalizados; 570.192 idosos de 60 a 69 anos; 525.766 idosos de 70 e mais; 1.191 pessoas com deficiência institucionalizadas; 195.686 pessoas com comorbidades; 11.440 pessoas com deficiência permanente; 15.221 gestantes e puérperas; 127.691 trabalhadores de serviços essenciais; 666 pessoas em situação de rua; 28.463 pessoas privadas de liberdade; além de 235.377 pessoas de 18 a 59 anos, somando 2.058.447 pernambucanos.

Por sua vez, as vacinas com dose única foram direcionadas para 2.186 idosos de 60 a 69 anos; 564 idosos de 70 anos e mais; 2.502 pessoas com comorbidades; 373 pessoas com deficiência permanente; 12.282 trabalhadores de serviços essenciais; 1.016 pessoas em situação de rua, bem como 153.748 pessoas de 18 a 59 anos.

Novos casos

Neste sábado, Pernambuco registra novos 477 casos da Covid-19, dos quais 58 casos (12%) são graves e 419 (88%) são leves. Também foram registrados mais 25 óbitos causados pelo novo coronavírus. Agora, o estado totaliza 603.534 registros da doença, sendo 19.287 deles fatais.

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