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O Conselho de Estado da Itália autorizou nesta terça-feira (22) a extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão.

Os juízes rejeitaram o recurso apresentado pela defesa de Pizzolato e afirmaram que foram apresentadas garantias suficientes sobre as condições das prisões brasileiras em preservarem os direitos humanos. Segundo a Corte, as garantias foram apresentadas "tanto pelo governo quanto pelas máximas autoridades judiciárias brasileiras". 

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Em junho, o conselho, que é a segunda instância da Justiça administrativa italiana, resolveu adiar para setembro a decisão sobre a extradição, pedindo novos documentos e esclarecimentos ao governo brasileiro sobre a situação das penitenciárias do país. A defesa de Pizzolato insistia que os centros detenção no Brasil violavam os direitos humanos. 

A audiência desta manhã começou por volta das 9h (horário local, 4h em Brasília) e ocorreu a portas fechadas. Um grupo de cinco magistrados ouviu por meia hora os argumentos apresentados pelo advogado Alessandro Sivelli, da defesa de Pizzolato; Michele Gentiloni, representante da União; e Giuseppe Alvenzio, do Ministério da Justiça da Itália. 

No fim do mês passado, o Brasil entregou uma série de documentos que dava garantias de que o ex-diretor de Marketing pudesse cumprir pena no país. Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo de mensalão em novembro de 2013. Com um passaporte falso de seu irnão Celso, morto há 30 anos, o ex-diretor fugiu para a Itália e foi preso em fevereiro do ano passado em Maranello por falsidade ideológica. 

O brasileiro ficou até outubro na penitenciária de Modena, quando o Tribunal de Bolonha negou sua extradição ao Brasil. Pizzolato esteve livre até fevereiro deste ano, quando a Corte de Cassação da Itália concedeu sua extradição. A decisão foi ratificada pelo Ministério da Justiça e pelo Tribunal de Lazio, primeira instância da Justiça administrativa. 

Pela primeira vez desde o sinal verde do poder Executivo italiano para extraditar Henrique Pizzolato ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff visita Roma e se reúne com a cúpula do governo. Nesta sexta-feira (10) ela estará com o presidente italiano, Sergio Matarrella, e com o chefe do governo Matteo Renzi, em Roma.

Oficialmente, o assunto do ex-diretor do Banco do Brasil não estará na agenda. Mas fontes em Roma garantem que esperam que o Palácio do Planalto entenda que o gesto do governo foi inédito e que, agora, é "tempo de retribuição".

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Pizzolato, condenado no caso do mensalão, ainda está preso na Itália e aguarda uma decisão final da Justiça, depois de um recurso do brasileiro que freou o processo. A audiência está marcada para setembro. Mas, pela primeira vez na história das relações bilaterais, Roma aceitou extraditar um cidadão que também tem nacionalidade italiana e que já fez sua parte.

Na agenda desta Nesta quinta-feira, os italianos querem falar da venda de fragatas ao Brasil, um assunto que acabou congelado em 2012. Mas também querem que a relação que foi considerada como "estratégica" em 2007 volte a ganhar o mesmo padrão.

Os italianos também organizam para o final do ano ou início de 2016 uma ampla comitiva de empresários em busca de negócios no País.

Os italianos também esperam ouvir de Dilma uma posição favorável as empresas de Roma. São cerca de 1,2 mil atuando no Brasil, com um estoque de investimentos de quase US$ 20 bilhões. O comércio, em 2014, também colocou os italianos entre os dez maiores parceiros comerciais. "Queremos virar a página e dar um sinal claro de que queremos uma nova relação com o Brasil", disse um alto representante do governo Renzi.

Do lado dos italianos, porém, o governo tem sempre insistido na questão de Cesare Battisti, condenado em Roma por terrorismo e que ganhou asilo no Brasil. Agora, com a decisão de Renzi de extraditar Pizzolato, a esperança é de que o gesto seja retribuído.

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