Tópicos | Eurico Teles

Já faz algum tempo que a empresa de telefonia Oi não está navegando em águas muito tranquilas. Na última terça-feira (10), a telecom foi citada em investigação da Lava-Jato, referente a compra do sítio de Atibaia (SP), propriedade que é atribuída ao ex-presidente Lula (PT). Na manhã desta quarta-feira (11), a empresa - que atualmente passa por um processo de recuperação judicial, enviou um comunicado se defendendo das acusações de participar ilegalmente da compra da propriedade.

“No âmbito de investigações já concluídas ou em curso por diferentes autoridades, a companhia tem participado de forma colaborativa, com o envio de todas as informações solicitadas. A gestão da companhia reitera que não compactua com nenhuma irregularidade e não tem medido esforços para assegurar que quaisquer ações que eventualmente possam ter prejudicado a companhia sejam integralmente apuradas”, diz parte do texto enviado à imprensa pela Oi.

##RECOMENDA##

A Operação intitulada Mapa da Mina, realizada pela Polícia Federal, investiga o repasse de pagamentos irregulares provenientes da Oi e da Vivo a empresas que pertencem ao empresário Jonas Suassuna e a Fábio Luís, filho do ex-presidente Lula e que teriam financiado a compra do sítio. 

Mesmo com a negativa da companhia, no mesmo dia em que foi deflagrada a investigação, o presidente do grupo ao qual pertence a telecom, Eurico Teles, anunciou que deixará o cargo por vontade própria a partir de 30 de janeiro de 2020. O motivo, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, seria a quantidade de "pepinos" que a empresa tem enfrentado.

Ainda sobre as acusações, a empresa reitera que "é a principal interessada no total esclarecimento de eventuais atos praticados que possam lhe ter gerado prejuízo e reafirma o compromisso de seguir com seu processo de transformação, mantendo-se em linha com os mais elevados padrões de governança, ética e transparência".

No mesmo dia em que a operadora de telefonia Oi foi alvo de mandado de busca e apreensão na Operação Mapa da Mina, 69ª fase da Lava Jato, a companhia anunciou a saída do presidente, Eurico Teles. O executivo ficará no cargo até 30 de janeiro de 2020. O nome do novo diretor-presidente será escolhido pelo Conselho de Administração da Oi, que se reunirá após convocação de seu presidente, informaram os executivos, em entrevista coletiva encerrada há pouco, na sede da empresa, no Rio.

Segundo os executivos da Oi, o anúncio da saída de Teles já estava previsto em plano de transição, homologado no Judiciário. "Os dois processos (a operação deflagrada nesta terça-feira e o anúncio da saída de Teles) não têm nada a ver uma coisa com a outra", afirmou o COO (chief operations officer) da Oi, Rodrigo Abreu. Segundo o executivo, o plano de transição que previa o anúncio da saída de Teles foi homologado judicialmente em junho último.

##RECOMENDA##

Indicado para o cargo já em meio ao processo de recuperação judicial da companhia, Teles lamentou o envolvimento da empresa nas investigações. "A Oi nunca sofreu uma situação dessa e vem cooperando com as autoridades competentes", afirmou o executivo.

Questionado se o futuro presidente da Oi será Rodrigo Abreu, Teles respondeu, ao lado do colega: "Aí, eu não sei, o conselho se reunirá e indicará o presidente". Mais adiante na entrevista, Teles demonstrou apoio ao nome de Abreu. "Gostaria muito que o conselho escolhesse o Rodrigo", afirmou Teles.

Tanto Teles quanto Abreu reforçaram a mensagem de que a Oi está cumprindo seu plano de recuperação judicial e defenderam o novo plano estratégico de crescimento da companhia.

Abreu, que era membro do Conselho de Administração e está no cargo de COO, segundo disse, há cerca de dois meses, demonstrou confiança no plano e no futuro da Oi. Segundo o executivo, a companhia tem instalado fibra óptica em "mais de 450 mil casas" por mês, com ativação de usuários de banda larga "superior a 100 mil usuários" por mês. "A companhia sabe executar", disse Abreu.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando