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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei complementar que autoriza o uso de até R$ 6 bilhões do Fundo Social para cobrir despesas voltadas ao incentivo da permanência de estudantes no ensino médio em 2023 sem que esses desembolsos sejam contabilizados no teto de gastos deste ano. Essas despesas, estabelece a lei, serão pagas por meio da utilização do superávit financeiro do fundo, mediante abertura de crédito adicional por projeto de lei.

A nova lei está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 18, e é fruto da aprovação de projeto de origem no Senado. O texto diz que esse programa de combate à evasão escolar no ensino médio deve ser instituído por legislação específica. No fim de novembro, o governo Lula editou Medida Provisória criando poupança de incentivo à permanência e conclusão escolar para estudantes do ensino médio, focando, sobretudo, estudantes de baixa renda. A MP cria um fundo privado de financiamento dessa poupança, que poderá ser abastecido pelo governo federal no valor de até R$ 20 bilhões. A matéria aguarda instalação de comissão mista no Congresso para sua apreciação.

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O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), falou sobre a criação de um novo programa Poupança Bolsa Permanência para o Ensino Médio para combater a evasão de alunos no segundo grau. O projeto foi mencionado nesta segunda-feira (28), em entrevista à TV Verdes Mares.

Durante a entrevista, o ministro mencionou alguns projetos que estão sendo levados como prioridade pela pasta. Entre eles, estão a formação de professores, a infraestrutura das escolas e o combate à evasão escolar. 

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“Há uma necessidade de apoio de alunos de permanência ao ensino médio. (...) Precisamos garantir que o jovem permaneça no Ensino Médio, porque a gente perde muito aluno, principalmente na virada do nono ano ao ensino médio.”

Camilo Santana conta que o MEC está trabalhando para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) leve o projeto de lei para o congresso nacional ainda no mês de setembro. Maiores detalhes sobre valor e como ele seria repassado não foi mencionado.

O Senado aprovou nesta terça-feira (22) a criação de um programa educacional com o objetivo de reduzir a evasão escolar e reinserir alunos que deixaram de frequentar as aulas, sobretudo durante a pandemia de covid-19. O Programa Emergencial de Aprendizagem dos Estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio e de Acolhimento à Comunidade Escolar das Redes Públicas de Educação Básica (PEAA) foi aprovado por unanimidade e segue para apreciação da Câmara dos Deputados.

Conforme o texto aprovado pelos senadores, o programa terá duração de cinco anos e deverá apoiar a inclusão, permanência e aprendizagem dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino, e a acolher a comunidade escolar, diante dos efeitos da pandemia no Brasil, especialmente em escolas em maior situação de vulnerabilidade.

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Os gestores locais deverão aderir ao PEAA, que terá três eixos de atuação: busca ativa dos alunos que abandonaram a escola; acolhimento à comunidade escolar, com iniciativas de apoio ao retorno à rotina presencial; e recomposição da aprendizagem, com o desenvolvimento de estratégias de ensino para estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio com dificuldades e defasagens, principalmente em língua portuguesa e matemática.

Para o autor do projeto, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), as aulas remotas foram uma saída para que os alunos não perdessem o ano letivo durante a pandemia, mas exigiam de alunos e professores domínio de ferramentas tecnológicas, como computadores e internet banda larga. O acesso à tecnologia e o conhecimento para operá-la não foram satisfatórios, avaliou o relator, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Com isso, muitos estudantes deixaram de ir à escola.

“No contexto de pandemia, o atraso escolar, a falta de internet ou de acesso a tecnologias, bem como a dificuldade das redes de ensino e dos professores de transmitir o conhecimento de forma não presencial, viraram novos motivos para o abandono escolar, especialmente de estudantes de nível socioeconômico mais baixo”, afirmou Vital do Rêgo.

Debate

O tema havia sido discutido ontem (21), em audiência pública, e o projeto votado nesta terça-feira vai ao encontro desse debate. Na ocasião, especialistas em educação, senadores e representantes do governo federal discutiram os problemas da evasão escolar ocorrida na pandemia.

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, enviou uma carta, lida na audiência pública, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedindo uma busca ativa aos estudantes que abandonaram as escolas.

Um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) foi citado na audiência pública para embasar as discussões. Um dos dados apresentados é a perspectiva de que 10% dos que abandonaram as aulas por causa da pandemia jamais voltem às escolas.

Outros números incluídos no relatório mostram a defasagem educacional. Segundo o documento, em média, os alunos aprenderam apenas 28% do que teriam aprendido nas aulas presenciais, e o risco de desistência aumentou mais de três vezes.

Ao se tornar diretora de uma das escolas com maior evasão de alunos na cidade baiana de Camaçari em 2010, Edicleia Pereira Dias se uniu a colegas para tentar descobrir o porquê daquela situação. A primeira hipótese era o trabalho infantil, mas havia algo mais, e a resposta veio apenas dois anos depois.

A análise de um gráfico gerado por computador após a inclusão das ausências em planilhas mostrava um padrão comum às meninas: elas faltavam todo mês por dias consecutivos. Uma secretária ligada a programas sociais chutou a resposta, que se mostraria verdadeira: o período menstrual.

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A "pobreza menstrual" era um tema de pouca repercussão na época e não motivava projetos de lei como hoje, a exemplo do vetado nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro. E passava longe de ser associado ao cotidiano de meninas.

A diretora da escola, que hoje tem 42 anos, até conhecia o termo, de um curso de especialização sobre dificuldades de mulheres adultas. Não imaginava até então que atingisse as alunas da Escola Municipal Cosme de Farias, instituição de ensino fundamental que dirigia.

Edicleia e outros funcionários passaram então a comprar absorventes para as meninas. Eles eram embalados com fitas e entregues discretamente, como presentes, com outros itens de higiene e cosméticos, para não constranger ou expor as alunas. "Nunca falamos que era algo para ajudar."

Das primeiras 15 alunas identificadas pela equipe, o número logo passou a cerca de 50. "A gente viu que de fato interferiu na dinâmica da escola", explica. Segundo a diretora, meninas chegavam a faltar mais de uma semana ao mês no período menstrual. Situação que também levava algumas à evasão escolar, por não conseguirem acompanhar o conteúdo.

"Estou falando de meninas de 10, 11 anos, que às vezes não têm água para tomar banho", relata a diretora. Aos poucos, também foi criado um código. Bastava ir à sala da direção e deixar a mochila aberta sobre a mesa, sem precisar mencionar nada, para que a diretora colocasse nela os absorventes. Segundo Edicleia, algumas meninas tinham vergonha de pedir ou de falar sobre o assunto. "Começou com uma sutileza, para que se sentissem mais confortáveis. Que soubessem que naquele ambiente poderiam contar com apoio toda vez que precisassem de absorvente."

Com o tempo, a escola passou a ofertar os itens em dispensers instalados nos banheiros, mas continuou com a distribuição dos "presentes" para garantir que as meninas estivessem assistidas também fora do horário escolar. Além disso, temas como saúde e cuidados com o corpo passaram a ser tratados em sala de aula. Em 2014, a iniciativa ganhou o nome de Banco de Absorventes.

Problema maior

A situação mudou de vez cinco anos depois, quando a escola fez parceria com uma professora de dança que dava aulas de graça mediante o cumprimento da frequência. Certo dia, uma menina de 11 anos foi, mas se recusou a dançar.

Ao ser questionada pela professora, ela contou que receava se sujar, pois estava menstruada e utilizava papelão para conter o sangramento. Naquele momento, a escola percebeu que o problema era ainda maior, pois afetava também as meninas que não faltavam, mas que utilizavam itens inadequados para a situação.

"Imagine você, nos seus primeiros ciclos, não ter condição de ter higiene adequada e aí colocar papelão", desabafa a diretora. "Hoje, consigo falar disso sem me emocionar, mas já chorei muito, é muito degradante."

A professora de dança ficou chocada e, ao saber do projeto escolar, passou a divulgá-lo nas redes sociais. A iniciativa chamou a atenção da comunidade, que até hoje contribui com doações, e todas as meninas agora ganham kits mensalmente. "Essa repercussão começou com uma criança usando papelão em 2019. Essa criança rompeu a bolha em que estávamos fechados", comenta.

A diretora passou a gerir outra escola municipal recentemente, mas a iniciativa é levada adiante por funcionários da Cosme de Farias. Hoje, os presentes são entregues com mensagens motivacionais, como "você é guerreira".

Edicleia ressalta que a pobreza menstrual costuma estar ligada a um contexto social de falta de acesso a diversos recursos básicos. "Por trás, há uma menina que não se alimenta direito, não tem acesso a serviços de saúde, não tem saneamento básico em casa."

Sobre o veto de Bolsonaro ao PL que previa a distribuição de absorventes, ela se diz arrasada. "Não esperava muita coisa (do presidente), mas a minha esperança é que (o PL) entrasse, mesmo que com alguns vetos", comenta. "Sinto como se tivesse perdido algo."

Um relatório lançado em maio pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que cerca de 4 milhões de meninas brasileiras não têm acesso a itens básicos de cuidados menstruais nas escolas. Outras 713 mil vivem sem acesso domiciliar a banheiro ou chuveiro, enquanto 900 mil não têm água canalizada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro em cada dez alunos da educação básica na rede pública de ensino correm risco de abandonar a escola por causa da pandemia do novo coronavírus. Isso é o que mostrou um estudo feito com pais e responsáveis de estudantes da rede pública e encomendado pela Fundação Lemann, o Itaú Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao Datafolha.

Segundo a pesquisa, o percentual de estudantes que não estão motivados com as aulas, que não estão evoluindo nos estudos ou que manifestaram a possibilidade de desistir da escola cresceu este ano, passando de 26% em maio do ano passado para 40% em maio deste ano.

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E esse problema é ainda maior para os estudantes negros: 43% deles manifestaram o desejo de abandonar a escola. Entre os brancos, o percentual foi de 35%.

O número também é maior para aqueles estudantes de famílias com renda mensal de até um salário-mínimo (48%) e para os que vivem em áreas rurais (51%). O risco cresce também entre os estudantes que vivem no Nordeste: 50% dos estudantes dessa região manifestaram falta de motivação ou intenção de deixar a escola. Na região Sul, isso corresponde a 31%.

Impacto

A pesquisa demonstrou ainda o impacto da pandemia na alfabetização das crianças. De acordo com os pais e responsáveis entrevistados no estudo, 88% dos estudantes matriculados no 1º, 2 º e 3 º ano do ensino fundamental estão em processo de alfabetização. Desse total, mais da metade (51%) das crianças ficou no mesmo estágio de aprendizado, ou seja, não aprendeu nada de novo (29%), ou desaprendeu o que já sabia (22%).

Entre os brancos, 57% teriam aprendido coisas novas durante a pandemia segundo a percepção dos responsáveis. Entre os negros, no entanto, esse índice cai para 41%.

"O efeito de longo prazo da covid-19 no Brasil será na educação. Uma geração inteira ficará profundamente marcada pela pandemia e o Brasil precisará de múltiplas ações para superar as perdas de aprendizagem. Isso deve ser prioridade para o país", disse Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.

Aula presencial

Segundo os pais e responsáveis entrevistados para o estudo, apenas 24% dos estudantes tiveram as escolas reabertas para aulas presenciais. Dos que tiveram a escola reaberta, 40% dos estudantes não retornaram para a aula presencial.

No retorno às escolas, 63% dos estudantes estão sendo avaliados para identificar as suas dificuldades, mas só 29% estão recebendo aulas de reforço.

Para 86% dos pais e responsáveis, o desempenho escolar dos seus filhos antes da pandemia era ótimo ou bom e, agora, esse índice caiu para 59%. Esse baixo desempenho escolar é a principal preocupação dos responsáveis por crianças que não estão em processo de alfabetização.

A pesquisa quantitativa foi realizada entre os dias 22 de abril e 21 de maio de 2021, com abordagem telefônica, com responsáveis por crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos da rede pública, em todas as regiões do país.

O Sebrae lançou, em parceria com os Embaixadores da Educação, o desafio #NãoDesistadaEscola. A iniciativa tem como objetivo reduzir os casos de evasão escolar, além de colocar os estudantes de escolas públicas como lideranças empreendedoras de mudanças em suas comunidades.

Para isso, os jovens são estimulados a gravarem vídeos com até um minuto de duração, incentivando os colegas a não desistirem de estudar. Os conteúdos devem ser publicados nas redes sociais, tais como Instagram, Tik Tok e Twitter, acompanhados da hashtag #NãoDesistadaEscola, marcando os perfis @SEBRAE e @embaixadoresedu.

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Os quatro autores dos vídeos mais criativos ou com maior repercussão, não necessariamente nessa ordem, serão premiados com notebooks, celulares ou tablets. Os 200 primeiros colocados também ganharão o curso A Arte de Sobreviver no Mundo dos Negócios. Para participar, é necessário ser estudante de escola pública no Brasil, preencher o formulário de inscrição e estar cursando a partir do sexto ano do ensino fundamental II, até o terceiro ano do ensino médio. Os estudantes podem publicar quantos vídeos quiserem, até o dia 4 de março. A previsão é que o resultado seja divulgado até o dia 30 de abril.

O gerente de Cultura Empreendedora do Sebrae, Gustavo Cesário, destaca a importância do projeto ter como foco o próprio estudante, falando diretamente com seus colegas. “O desafio traz uma proposta de comunicação de aluno para aluno. Acredito que isso irá aumentar o impacto da campanha entre os jovens, ampliando a consciência da educação como prioridade em suas vidas. O incentivo do uso das redes sociais, associado às linguagens da nova geração, vai proporcionar aos participantes esse papel de liderança em suas comunidades. O Sebrae é parceiro nesta iniciativa e junto com os Embaixadores da Educação, vamos construir uma forte corrente para um futuro em que todos possam sonhar, estudar e realizar”, afirma.

A evasão escolar é um dos problemas sociais que foram agravados com a pandemia do coronavírus. O fechamento de escolas, a suspensão e readaptação dos modelos de aulas são alguns dos fatores que dificultaram a vida dos estudantes. De acordo com pesquisa do DataFolha, feita em setembro de 2020, 31% dos pais de estudantes de escolas públicas temem que seus filhos abandonem a escola. O mesmo levantamento mostra que 4 milhões de alunos já largaram os estudos desde o início da pandemia. A estimativa é que 11 milhões de estudantes possam deixar de ir à escola em 2021.

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O edital completo com todas as informações pode ser acessado aqui

A iniciativa é uma parceria entre o Sebrae e os Embaixadores da Educação sem fins lucrativos. No ano passado, os Embaixadores da Educação realizaram o desafio #ForaCoronaVirus, voltado para a conscientização dos alunos de escolas públicas sobre a pandemia. A campanha ultrapassou 100 milhões de views no Tik Tok.

Da assessoria do Sebrae

Sob o risco de aumento da evasão escolar devido à pandemia do novo coronavírus, o relator da regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), avalia a possibilidade de permitir o uso de recursos do fundo para bancar bolsas a estudantes como forma de incentivá-los a voltar à escola. O investimento seria uma forma de tentar evitar que o abandono escolar e a perda no aprendizado comprometam a renda e a produtividade desses futuros trabalhadores, trazendo prejuízos ao País.

Uma pesquisa feita por um grupo de entidades educacionais, entre elas a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), aponta que um a cada três alunos cogitam abandonar a escola ou a universidade por causa da pandemia.

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Como mostrou o Estadão/Broadcast, a falta de um plano concreto para retomar as atividades escolares com segurança acendeu o alerta para as consequências negativas sobre a desigualdade de renda e o crescimento futuro da economia. O professor do Insper Ricardo Paes de Barros, um dos maiores especialistas em desigualdade no País, acredita que o prejuízo no aprendizado pode afetar a renda do estudante em até R$ 70 mil ao longo de sua vida. Em caso de abandono dos estudos, o prejuízo chega a R$ 400 mil para ele e a sociedade.

"Tem de estar no radar das redes uma política muito séria de incentivos aos alunos para voltarem à escola", afirma a Rigoni. "Essa (política) das bolsas pode ser uma, eu acho superinteressante. Tem inclusive uma ideia já testada em outros países do mundo, que é fazer uma poupança para o aluno, e aqueles que conseguirem completar o ensino médio podem sacar esse dinheiro. Dá um incentivo não só para ele voltar à escola, mas também para completar o ensino médio."

A ideia ainda é preliminar e, segundo o deputado, depende de uma análise de qual instrumento jurídico poderia ser usado para direcionar dinheiro do Fundeb para essas bolsas. Por isso, ainda não há uma definição de valores para o incentivo.

Rigoni tem trabalhado na regulamentação do Novo Fundeb, aprovado este ano pelo Congresso Nacional e que prevê maior participação da União. Em seu relatório, ele propõe concentrar a maior parte dos recursos para municípios mais pobres. O texto precisa ser votado ainda este ano para evitar um "apagão" de recursos no início de 2021 para as redes estaduais e municipais.

Conectividade

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) é relatora de um projeto que busca ampliar o acesso de alunos e professores a internet e equipamentos, sobretudo em regiões mais vulneráveis. A falta de conectividade foi um dos fatores que acentuou a desigualdade educacional na pandemia. Quase 3,4 milhões de brasileiros vivem em distritos sem nenhuma antena de conexão móvel disponível. No caso da banda larga fixa, mais de 2 mil municípios apresentam baixa velocidade de conexão, menor que 5 Mbps.

"Um tempo atrás, uma mãe me falou: 'olha, eu não tenho internet, não consegui conectar, falaram que eu podia baixar esse aplicativo no meu celular, mas ele não comporta'. Era um celular bem simples. Aí na TV o código não funciona. São alunos que já estão em moradias muito vulneráveis, com um córrego passando na frente, sem mesa, sem internet. Muitas vezes, pais e mães não puderam aprender a ler e escrever. São condições muito adversas."

Tabata lembra que a falta de acesso à educação traz impactos para além do aprendizado, deixando o jovem mais vulnerável a problemas de saúde e à criminalidade. "Muitas pessoas escolheram só olhar para um dos lados. Estamos vivendo uma pandemia que é, sim, letal para muitas pessoas, e nós não podemos voltar para a escola que deixamos em março (sem adaptações). Por outro lado, muitas pessoas ignoram o fato de que a negação do direito à educação também representa uma morte, ainda que lenta", diz.

Política complementar

A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e secretária estadual de Mato Grosso do Sul, Cecilia Motta, afirma que "sem sombra de dúvidas" haverá prejuízo aos estudantes, apesar dos esforços de muitas escolas em adotar protocolos sanitários para tentar retomar as atividades. Ela destaca a necessidade de ter políticas complementares à educação, como a conectividade, e a importância da busca ativa de alunos para evitar a evasão.

"Às vezes, o estudante desanimou, os pais não estão acompanhando ou estão trabalhando, e o aluno não faz as atividades. Às vezes, a família perdeu renda e o jovem precisou buscar trabalho. Precisamos fazer essa busca ativa", conclui.

Para lembrar

O Fundeb, o principal mecanismo de financiamento da educação, já esteve no centro da polêmica discussão de onde tirar recursos para bancar o Renda Cidadã, ou Renda Brasil, programa social pensado para substituir o Bolsa Família. Em setembro, o governo anunciou que usaria dinheiro do Fundeb e de precatórios - valores devidos a pessoas físicas ou jurídicas após sentença definitiva na Justiça - para tirar o programa do papel.

A proposta de usar Fundeb e precatórios foi duramente criticada. Parlamentares, educadores, organizações da sociedade civil ligadas à defesa da renda básica e da educação e até mesmo aliados do governo reagiram mal à proposta.

Nos últimos meses, o governo vem se debatendo para criar um novo programa social para substituir o Bolsa Família e abarcar parte dos atuais beneficiários do auxílio emergencial, criado para ajudar trabalhadores informais afetados pela crise da pandemia do coronavírus.

Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o governo pode acabar retomando apenas o Bolsa Família no ano que vem se não apresentar proposta fiscalmente sólida para a criação de um novo programa social.

Três em cada dez pais ou responsáveis de estudantes de escolas públicas temem que os jovens desistam da escola se não conseguirem acompanhar as aulas não presenciais, que estão sendo realizadas de forma remota durante a pandemia. Entre os que têm três ou mais estudantes em casa, esse índice chega a 38%. Esses são resultados da segunda edição da pesquisa “Educação Não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias”, realizada pelo Datafolha e encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures.

Esse risco da evasão escolar é agravado pelos seguintes dados da pesquisa: o aumento da falta de motivação dos estudantes para as atividades em casa, que passou de 46% para 53% na comparação entre as duas edições da pesquisa; e aumento do índice dos que percebem dificuldade na rotina das atividades em casa, que subiu de 58% para 61%. Nas famílias com três ou mais estudantes em casa, esse índice chega a 67%.

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O Diretor de Políticas Educacionais da Fundação Lemann, Daniel De Bonis, afirma que a evasão no Brasil é mais comum entre os estudantes de famílias mais vulneráveis e também entre os mais velhos. “A evasão tem efeitos muito negativos nos índices educacionais, pois representa uma quebra no processo de escolaridade, a qual pode levar ao abandono definitivo dos estudos ou a um atraso grande na escolarização”, disse. 

“Para evitá-la, é muito importante que as redes de ensino mantenham o vínculo entre alunos e escolas mesmo durante a pandemia, com atividades frequentes, comunicação com os alunos e pais e sensibilização para a importância do processo pedagógico, mesmo que não presencial”, acrescentou. Por outro lado, a pesquisa mostra que alunos com mais contato com seus professores se dedicam mais tempo aos estudos e correm menor risco de evasão.

Foram realizadas 1.028 entrevistas com pais ou responsáveis por 1.518 estudantes de escolas públicas municipais e estaduais das cinco regiões do Brasil, com idade entre 6 e 18 anos, entre os dias 11 e 20 de junho deste ano. A primeira pesquisa Datafolha sobre o tema foi feita de 18 a 29 de maio de 2020.

Aulas presenciais

Em relação ao retorno às aulas presenciais, a pesquisa demonstra que 49% dos estudantes temem não conseguir acompanhar o volume das atividades e 43% teme não conseguir acompanhar as aulas. Entre os mais pobres, é maior o medo de não conseguir acompanhar o volume das atividades (60%) e o ritmo das aulas (53%).

“Nos domicílios mais pobres, tipicamente os responsáveis tem menor nível de escolaridade, o que dificulta o apoio aos filhos nas atividades escolares. Além disso, muitos domicílios podem não possuir condições ideais para o estudo, desde espaço físico e iluminação adequados até conectividade e acesso a dispositivos”, disse De Bonis.

Entre as ações que podem respaldar os estudantes mais pobres em seus estudos, ele citou que muitas redes de ensino estão viabilizando videoaulas por TV aberta, que tem um alcance muito grande na população, além de custear o consumo de dados no acesso a recursos educacionais digitais via celular.

A pesquisa traz ainda dados sobre o aspecto psicológico dos estudantes: o medo da contaminação pelo novo coronavírus no retorno às aulas é uma preocupação para 87% dos estudantes. Para 64% dos pais ou responsáveis, os estudantes estão ansiosos, 45% estão irritados e 37% tristes. Quanto maior é o número de estudantes em uma só casa, maior é essa percepção. Nas casas com três ou mais alunos, 72% estão ansiosos, 63% irritados e 50% tristes.

Para equilibrar o medo de contaminação na volta às aulas presenciais e os sentimentos causados pelo isolamento social, De Bonis avalia que o retorno às aulas deve ser planejado de forma gradual, segura, e condicionada às condições epidemiológicas da região.

“Em muitos países em que houve reabertura das escolas, a redução do número de turmas (com revezamento por dias da semana), uso de máscara, práticas de higiene, testagem de alunos e educadores e distanciamento (evitando-se o contato entre alunos de turmas diferentes) têm se mostrado efetivas. Mas em qualquer caso, as ferramentas de ensino não presencial deverão continuar sendo utilizadas, num modelo híbrido, por algum tempo”, disse. Para 89% dos responsáveis pelos estudantes, o retorno às escolas deve seguir um modelo de aulas presenciais junto com as atividades em casa.

O Instituto MRV, em parceria com a Fundação Pitágoras, está com inscrições abertas para a sexta chamada pública do projeto Educar para Transformar, que nesta edição pretende focar nas escolas públicas municipais e estaduais, que atendem aos níveis fundamental e médio. As inscrições devem ser feitas pelo site do Instituto até o dia 5 de abril.

As instituições de ensino que queiram participar do programa precisam propor ações que visam atrair e reter alunos, incentivando-os a entender os benefícios da educação em suas vidas. As escolas precisam estar localizadas em cidades dos Estados onde o instituto tem atuação, como Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A lista com os municípios pode ser encontrada do site do projeto.

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O tema deste ano é ‘Uma escola aberta para novas ideias é uma escola aberta para o futuro’ e de acordo com Raphael Lafetá, diretor do Instituto MRV, a novidade agora é que eles não vão acompanhar projetos de ONGs, mas de escolas públicas. “Diferente das outras edições em que acompanhamos projetos voltados para a educação de jovens e crianças desenvolvidos por organizações não governamentais e pessoas físicas, na sexta edição pretendemos apoiar 10 projetos de escolas municipais e estaduais. Nossa parceria inédita com a Fundação Pitágoras busca por soluções criativas e inovadoras em educação favorecendo o empoderamento das relações humanas, contribuindo para o convívio social e o desenvolvimento do senso de comunidade, para a formação de uma sociedade igualitária e comprometida”, explica.

De 8 de abril a 6 de maio, uma comissão ficará responsável por fazer a avaliação dos projetos, que levará em conta critérios como adequação ao programa, engajamento, motivação do corpo escolar e potencial de redução da evasão escolar. Depois disso, os projetos das escolas passam por votação popular a partir do dia 13 de maio. Os dez mais votados vão ser apresentados ao público em 28 de maio e recebem uma premiação de R$ 30 mil para ser revertido em materiais ou serviços. A partir de junho, os vencedores começarão a receber apoio e acompanhamento do Instituto e da Fundação Pitágoras.

A Organização Não Governamental Junior Achievement Pernambuco está com inscrições abertas para o programa “As vantagens de permanecer na escola”, que tem como objetivo principal combater a evasão escolar. Os interessados em atuar como agentes de transformação precisam ter disponibilidade de horários, graduação ou estar pelo menos no segundo período da faculdade, em qualquer área. Para participar é necessário preencher um formulário online, até o final de fevereiro. São 250 vagas disponíveis. 

O projeto tem parceria com a Arconic Foundation e vai beneficiar 6.500 estudantes do oitavo e novo ano do ensino fundamental e primeiro ano do ensino médio, das escolas públicas que ficam nos municípios de Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma e Itamaracá. O trabalho conta com o apoio de profissionais voluntários, que são treinados para atuar com os jovens. Os candidatos passam por três horas de capacitação e cinco horas em sala de aula (manhã ou tarde).

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 “As Vantagens de Permanecer na Escola” mostra aos alunos os benefícios e importância de se manter estudando durante todo ano letivo. O trabalho dos voluntários acontece em cinco momentos, que inclui jogos, análise de gráficos, elaboração de orçamentos, planejamento de carreira e debates. O programa é desenvolvido em sala de aula nos meses de março, abril e maio, sem custos para a escola ou para os alunos.Todos voluntários recebem certificado da instituição. 

Os gestores e professores das escolas que desejam receber o projeto, podem entrar em contato através do e-mail jape@jape.org.br ou pelo telefone (81) 3421.2277. A Junior Achievement de Pernambuco fica na Rua do Riachuelo, 105, sala 901, Boa Vista, Centro do Recife.

Escolas das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro receberão uma verba extra para fazer pequenos reparos, comprar equipamentos e contratar monitores de português, matemática e para atividades lúdicas a serem oferecidas no contraturno e aos sábados. O dinheiro vem do Programa Dinheiro Direto na Escola, do Ministério da Educação, e integra o Programa Emergencial de Ações Sociais para o estado, criado em novembro pelo governo federal. A cerimônia de assinatura da liberação dos recursos ocorreu na sexta-feira (29) no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, em cerimônia presidida pelo governador Luiz Fernando Pezão.

A verba, que será liberada na segunda quinzena de janeiro, varia de acordo com a quantidade de alunos da escola, e vai de R$ 16 mil a R$ 91 mil, somando R$ 27,6 milhões. Serão beneficiadas 445 escolas estaduais, de 28 municípios, além de 340 da rede municipal da capital. De acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho, os recursos serão administrados pelos diretores das unidades, escolhidas segundo critérios técnicos como número de alunos e necessidades da escola.

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“São necessidades em termos de pequenos investimentos, tipo uma pintura, muro, parte elétrica danificada. E outra parte é para custear atividades que estendem a carga horária da escola. Dessa forma, a gente combate a evasão escolar, até porque ataca duas causas da evasão: se a gente tem uma escola mais agradável, que acolha melhor os alunos, evidentemente será um ambiente mais atrativo como um todo. De outro modo, atividades que se estendem além das atividades regulares de uma escola são muito importantes para que a gente possa reter o aluno dentro da sala de aula e da escola”, disse o ministro.

De acordo com o secretário de estado de Educação, Wagner Victer, o objetivo é oferecer melhorias nas escolas e atividades extras para que os alunos não abandonem os estudos. “Foram seis meses para escolher as escolas, em função da necessidade de reduzir o processo de evasão. A rede tem 1.249 [unidades], então essas 445 contempladas é um número elevado”.

Artes e esportes

Segundo Victer, além de matemática e português, serão contratados monitores para atividades artísticas e esportivas, como taekwondo, judô, dança, teatro, “quem sabe até uma dança do passinho”. De acordo com ele, os monitores de matemática serão escolhidos prioritariamente entre alunos da rede que foram premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas [Obmep]. “Foram 600 garotos premiados com medalha de ouro, prata, bronze ou menção honrosa. É uma forma de aproximar um aluno de outro aluno que é referência na matéria”.

As atividades lúdicas para cada escola estão em fase de planejamento e os monitores contratados receberão uma bolsa. “Tem o valor estabelecido, normalmente paga ao monitor R$ 130 mais os gastos de transporte e alimentação, mas ainda vai ser definido pelo MEC. Mas é uma oportunidade de um estudante, por exemplo, que esteja fazendo licenciatura em português, estar exercendo como treinamento a sua disciplina, um aluno trabalhando como monitor”, explica o secretário. Também participou da cerimônia de assinatura da liberação dos recursos, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

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Ao final deste ano, um em cada quatro jovens entre 15 e 17 anos de idade vão abandonar seus estudos, não vão se matricular para o ano seguinte ou serão reprovados. Isso corresponde a um universo de 2,8 milhões de pessoas (27%), entre os 10 milhões de jovens estimados no país nessa faixa etária e que deveriam, de acordo com a Constituição, estar frequentando a escola.

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Desse total de 10 milhões de jovens, cerca de 15% ou 1,5 milhão, sequer vão se matricular para o início do ano letivo. Do restante, entre aqueles que se matriculam, cerca de 7% ou 700 mil jovens vão abandonar a escola antes do final do ano. Além disso, cerca de 600 mil alunos (5%) serão reprovados por faltas, o que completa os 2,8 milhões de jovens que estarão fora da escola a cada ano.

Segundo o estudo, mais da metade desses jovens (59% do total ou cerca de 6,1 milhões) vai concluir o Ensino Médio com no máximo um ano de atraso. Além de todos os problemas que isso provocará para o futuro desse jovem e para o país, a evasão (ausência de matrícula no início do ano letivo) e o abandono escolar (desistência durante o ano escolar) dos jovens também implica em prejuízo econômico: cerca de R$ 35 bilhões por ano são desperdiçados no país por causa dessa realidade.

O estudo mostra ainda que houve uma estagnação na matrícula dos jovens entre 15 e 16 anos e que a porcentagem de jovens de 17 anos fora da escola cresceu 6 pontos percentuais nos últimos 15 anos, passando de 34% para 39,8%. Isso, segundo o estudo, contradiz uma tendência mundial: dados da Unesco apontam que 74% dos países avançam mais rapidamente na inclusão de jovens de 15 a 17 anos que o Brasil.

Os dados revelam que mais da metade das nações tem menor porcentagem de jovens fora da escola que o Brasil. Se manter este ritmo, o país levará 200 anos para atingir a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação: universalizar o atendimento escolar para essa faixa etária – que, pelo plano, deveria ter sido concluída no ano passado.

Solução para o desengajamento

As principais razões para o chamado “desengajamento dos jovens”, segundo o estudo, estão associadas à pobreza e à dificuldade de acesso, tais como a falta de escolas na comunidade onde o jovem vive ou a falta de recursos para o transporte até a escola. Há também questões relacionadas à inadequação do currículo adotado, do clima escolar e da baixa qualidade dos serviços oferecidos pela escola.

Para reverter o quadro, o estudo propõe a criação de políticas públicas para diminuir o desengajamento como a garantia de acesso principalmente para aqueles que vivem em áreas rurais ou que têm alguma deficiência ou para jovens que cumprem pena privados de liberdade.

O estudo também propõe a criação de cursos profissionalizantes, um sistema de aconselhamento, práticas esportivas e artísticas, aumento das atividades à distância e flexibilização dos horários das aulas e do modelo de avaliação para ajudar a reduzir a evasão escolar.

O estudo Políticas Públicas para Redução do Abandono e Evasão Escolar de Jovens é organizado pela Fundação Brava, pelo Instituto Unibanco e pelo Instituto Ayrton Senna e está disponível no site Galeria de Estudos e Avaliação de Políticas Públicas, o Gesta.

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A evasão escolar no ensino médio chegou a 11% do total de alunos no período de 2014 a 2015. Segundo dados inéditos do Censo Escolar, divulgados na terça-feira (20), na 1ª série do ensino médio 12,7% dos alunos deixaram a escola no período e na 2ª série a evasão foi de 12,1%.

O 9º ano do ensino fundamental teve 7,7% de evasão e na 3ª série do ensino médio a taxa foi de 6,7%. A evasão é maior nas escolas rurais, em todas as etapas de ensino. O Pará tem a mais alta taxa de evasão em todas as etapas de ensino, chegando a 16% no ensino médio.

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Os indicadores de fluxo escolar na educação básica foram divulgados, pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação. O censo apontou também que a migração para a Educação de Jovens e Adultos é mais expressiva ao final do ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7º e 8º ano, respectivamente.

Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal nos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva na rede estadual de ensino, com 2,2%.

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Nos últimos dez anos, o Brasil aumentou o acesso de parcelas mais vulneráveis da população à escola, de acordo com levantamento do movimento Todos pela Educação (TPE). De 2005 a 2015,  o acesso daqueles que têm de 4 a 17 anos aumentou principalmente entre a população parda e negra, entre os de baixa renda e entre moradores do campo. Os avanços foram maiores que os registrados entre brancos, ricos e moradores da cidade. 

O levantamento foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Entre os mais pobres, em 2005, 86,8% estavam na escola, contra 97% dos mais ricos. Em 2015, esses índices passaram, respectivamente, para 93,4% e 98,3%. Entre aqueles que moram no campo, o acesso subiu de 83,8% para 92,5%, enquanto a taxa dos moradores de zonas urbanas passou de 90,9% para 94,6%. O crescimento do acesso entre negros e pardos - que passou, respectivamente, de 87,8% para 92,3% e de 88,1% para 93,6% - foi maior que o da população branca - que passou de 91,2% para 95,3%.

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Na avalição do movimento, há uma redução de desigualdade "importante, embora não suficiente", pois mesmo que os indicadores tenham avançado, ainda estão entre essas populações as maiores concentrações de crianças e jovens fora da escola. "São aqueles que mais precisam da educação para superar a exclusão e a pobreza. Muitos são crianças e jovens com deficiência e moradores de lugares ermos. Muitos têm gerações na família que nunca pisaram na escola", diz a presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz. 

Por lei, todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos devem estar matriculados na escola. Pela Emenda Constitucional 59 de 2009, incorporada no Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionado em 2014, o Brasil teria que universalizar o atendimento até 2016.

Universalização

Os dados de 2015 mostram que o país tem 2.486.245 crianças e jovens de 4 a 17 anos fora da escola. A maior parte tem de 15 a 17 anos, são 1.543.713 jovens que não frequentam as salas de aula.

O maior avanço dos últimos dez anos se deu entre os mais novos. Em 2005, 72,5% das crianças com 4 e 5 anos estavam na escola. Esse percentual passou para 90,5% em 2015. Entre aqueles com idade entre 15 e 17 anos, o percentual passou de 78,8% para 82,6% no mesmo período. A faixa de 6 a 14 anos é tida como universalizada, atualmente 98,5% estão na escola. No entanto, isso ainda significa dizer que há 430 mil adolescentes nessa faixa etária fora da escola.

"Temos que tomar cuidado quando se diz que estamos quase universalizando. Esse discurso tirou pressão nos governos", diz Priscila. "É a questão que mais deveria envergonhar os brasileiros, saber que temos 2,5 milhões de crianças e jovens fora da escola em pleno século 21".

O TPE estabeleceu, em 2006, metas para melhorar a educação até 2022, ano do bicentenário da independência do Brasil. A primeira delas é a matrícula de pelo menos 98% das crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola. Para chegar a esse percentual, a entidade estabeleceu metas intermediárias. Para 2015, a meta traçada era que o país tivesse incluído 96,3%, índice superior à taxa atual de 94,2%.

O pintor Gaúcho Cláudio Roberto da Costa, de 53 anos mora na comunidade Vila Safira, periferia de Porto Alegre, arrecada material escolar para evitar que crianças carentes deixem a escola por dificuldades financeiras. “Começava o ano letivo e eu via crianças o dia inteiro na rua. Quando eu perguntava a elas por que não estavam na escola, ouvia como resposta que o pai ou a mãe não tinham dinheiro, que fim de mês era complicado, aí eu vi que precisava fazer alguma coisa" conta Cláudio. 

A arrecadação de material escolar começou em 2016 e teve bons resultados, possibilitando a montagem de 1,6 mil kits e para 2017 já são mais de dois mil. Cada kit é coposto por um caderno grande e um pequeno, uma caiza de lápis de cor ou giz de cera, um tubo de cola, dois lápis, uma caneta, uma borracha e um apontador.

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A professora da rede pública estadual de ensino Vanessa Nascimento, que é uma das doadoras, ela ajuda por ver as dificuldades das cranças que não têm material: "a gente vê que essa questão da autoestima atinge muitas crianças. Às vezes, elas chegam na escola sem calçado, sem lápis”, lamenta. “Na escola pública, há essas disparidades. Qual é o estímulo que a criança tem para chegar à escola e começar a ler e aprender quando está distraída, olhando o que o coleguinha do lado tem? Dar um lápis para uma criança, às vezes, é um carinho.” 

Além da campanha por material, Cláudio quis fazer parte do Projeto Rondon, que envolve universitários no desenvolvimento sustentável de comunidades e promoção da cidadania, mas sua vida teve outra trajetória. Ele morou na periferia de cidades de Minas Gerais, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal e viu que há problemas semelhantes em todo o país. Assim ele voltou para Porto Alegre e criou o Projeto Vó Chica, que leva o nome de uma antiga moradora da comunidade, conhecida por suas ações beneficentes: “Temos um espaço cultural nos fundos da minha casa”, destaca. “A estrutura conta com quatros computadores para informática, iniciação de balé para 30 meninas, uma pequena biblioteca e um espaço de meditação.”

*Com informações do Portal do MEC

O governo Michel Temer divulga na quinta-feira, 22, a maior mudança da educação brasileira em 20 anos, desde a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Com o desempenho ruim dos alunos nas avaliações recentes, e sem previsão de avanços no Congresso, a reforma do ensino médio virá por Medida Provisória, estabelecendo a partir de 2017 mais horas de aulas e menos disciplinas, com metade do curso montado pelo aluno.

A reformulação tem o objetivo de evitar a evasão escolar e melhorar a qualidade. Com a nova proposta, a carga horária passa de 800 para 1,4 mil horas/ano -, exigindo turno integral. O currículo, que hoje abarca 13 disciplinas obrigatórias, também sofrerá modificações. Durante todo o primeiro ano e metade do segundo, o estudante seguirá aprendendo o básico de cada matéria, com base nos pilares que já norteiam o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem): Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática. No ano e meio seguinte, porém, ele terá mais flexibilidade para priorizar assuntos que sejam da sua área de interesse para um futuro ensino técnico ou superior. Por exemplo: se o aluno quiser ser engenheiro, o programa aprofundará as disciplinas de Exatas.

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Reações

A medida já vem causando polêmica entre entidades do setor, por causa do "atalho" proposto pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, ou seja, o fato de propor as mudanças por meio de Medida Provisória (que vigora a partir da publicação no Diário Oficial da União) e não projeto de lei, com trâmite no Congresso e discussão mais ampla. Convencido pelo ministro da "necessidade urgente de mudar a arquitetura legal" desta etapa da educação básica, o presidente Michel Temer aceitou editar a MP. "Há um senso forte de urgência", justificou Mendonça em fala no plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira, 21, em sessão solene comemorativa aos 10 anos do movimento Todos Pela Educação.

Segundo ele, a reformulação será implementada pelas redes estaduais de forma gradual e ainda não há prazo definido para que todas as escolas estejam plenamente de acordo com o que preconiza o texto. "O mais determinante é o engajamento e o compromisso dos Estados em colocar tudo em prática, uma vez que o Brasil é o país das leis que não pegam. Mas conversei com vários secretários e a adesão é fortíssima, maior do que se esperava", disse ao jornal O Estado de S. Paulo a presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, salientando que a diversificação das trajetórias formativas é um dos pontos principais para melhorar o ensino médio.

Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Eduardo Deschamps, ao ver que o conteúdo aprendido pode realmente ter aplicabilidade na vida prática o aluno se sentirá mais interessado e motivado a continuar o ensino médio.

Semestral, com trancamento. Mendonça Filho ainda disse a outros interlocutores que a MP que será editada na quinta-feira "reflete 99%" do que já foi discutido no âmbito do Consed, que vem debatendo a proposta há mais de dois anos. A área de educação do governo, porém, tem tentado evitar "vazamentos" sobre o conteúdo da MP. Isso para não esvaziar o ato oficial de lançamento, que será na quinta-feira, 22, às 15 horas, quando Temer volta de sua participação na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a um detalhamento enviado a integrantes do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e especialistas da área. Nesse, afirma-se que o ensino médio funcionará em sistema modular com obtenção de certificados parciais. O aluno poderá trancar a matrícula ao fim do semestre e retomar os estudos posteriormente daquele ponto. Confrontado especificamente sobre isso, Mendonça negou.

A proposta enviada ainda prevê que 50% do currículo será obrigatório e comum nacionalmente; os outros 50%, ficarão a cargo dos sistemas estaduais, incluindo a formação técnica profissionalizante (como parte complementar às matérias). O texto em discussão, que repete em vários pontos o PL 6840/13 na Câmara, ainda apresenta mais temas transversais, como educação sexual, e a possibilidade de incluir uma terceira língua no currículo. O MEC só comentará a MP na quinta-feira, 22.

Docência poderá ser por 'notório saber'

Segundo fontes do Ministério da Educação (MEC), para reduzir o déficit de professores, a pasta também deve permitir a contratação de docentes com "notório saber", ou seja, quem leciona Matemática não necessariamente precisará ter formação na disciplina - poderá ser em Física, por exemplo.Hoje os cursos de licenciatura no País habilitam o profissional a atuar como professor na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio.

A deterioração no mercado de trabalho levou a um aumento na busca de adolescentes por emprego, o que está ajudando a piorar a evasão escolar no País. A taxa de desemprego na faixa etária entre 14 e 17 anos foi a que registrou maior aumento no segundo trimestre de 2016 ante o mesmo período do ano anterior: passou de 24,4% para 38,7%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, a deterioração na taxa de desemprego entre adolescentes - e na média do mercado de trabalho como um todo - começou um ano antes, em 2015. O resultado coincide com uma queda mais acentuada nas matrículas do ensino médio, apontada pelo último censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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No ano passado, o número de jovens matriculados no Ensino Médio teve uma queda de 2,7% em relação a 2014, quase três vezes mais do que a taxa registrada em anos anteriores. Desde 2007 essa variação não chegava a 1%. O resultado da evasão registrada na passagem de 2014 para 2015 equivale a 224 mil adolescentes a menos na escola.

"À medida que as pessoas de mais importância no domicílio perdem o emprego, a tendência é que os outros moradores busquem um trabalho ou ajudem um parente em alguma atividade para complementar a renda da família. Durante a crise, a perda do emprego tem esse efeito de abandono escolar, de queda nas matrículas", explicou Sandro Sacchet, pesquisador da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O aumento na taxa de desemprego entre os adolescentes acompanha a deterioração no mercado de trabalho como um todo. No segundo trimestre de 2014, a taxa de desocupação entre os adolescentes estava em 20,9%, enquanto a taxa de desemprego na economia como um todo era de apenas 6,8%. A exemplo do que ocorreu entre os adolescentes, um ano depois, a taxa de desocupação no País tinha saltado para 8,3%. Em 2016, alcançou 11,3%.

O aumento no número de jovens em busca de uma vaga acompanha, sobretudo, a perda do emprego pelos chefes de família, grupo majoritariamente formado por pessoas entre 40 a 59 anos. Segundo avaliação do coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a redução no número de postos com carteira assinada e a queda na renda do trabalhador são os fatores que levam a maior busca por uma vaga. Os demais integrantes da família, que não trabalhavam, passam a procurar um emprego para ajudar a compor a renda e estabilidade perdidas.

"A recessão, que reduziu a renda familiar, obriga pessoas a voltarem o foco para o mercado de trabalho. Às vezes, as pessoas não conseguem estudar e trabalhar ao mesmo tempo e vão só procurar emprego. Agora é um momento em que falta dinheiro em casa, então o filho também vai buscar trabalho", explicou Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador de Economia Aplicada do IBRE/FGV.

As duas principais razões para a evasão escolar são o mau rendimento e o trabalho infantil, de acordo com um relatório do Unicef, citado pela secretária Executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa de Oliveira.

"A Pnad não mede a qualidade do trabalho que está sendo procurado. O único trabalho permitido legalmente para adolescentes de 14 a 17 anos é o de aprendiz. Em geral, as outras formas de ocupação de adolescentes são degradantes, penosas e perigosas", alertou Isa.

Demografia e alta taxa de reprovação afetam o resultado

Para Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de estatísticas educacionais do INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, a queda na taxa de matrículos no ensino médio pode ter relação com fatores demográficos e "imprevistos" na vida escolar. A queda na taxa de fecundidade tem impacto direto na população, o que faz com que o número de jovens diminua e reduza a taxa de matrículas.

Entretanto, a Pnad Contínua aponta um crescimento na população em idade de trabalhar - que engloba todas as pessoas acima de 14 anos. "Como há um gargalo na porcentagem de jovens matriculados no ensino médio, o ideal é que aumente o número, mesmo se a população jovem diminuir", diz Barbosa Filho, pesquisador do IBRE/FGV.

Além do fator populacional, Sampaio destaca as taxas de aprovação nas últimas séries do ensino fundamental: como há mais reprovados, menos jovens estariam aptos a ingressar no ensino médio. "Este é o problema mais grave: muitos reprovam no nono ano", diz Sampaio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O último Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) apontou que um a cada quatro estudantes que inicia o ensino fundamental no Brasil abandona a escola antes de completar uma série. Além disso, o país também tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior IDH. Diante da seriedade das estatísticas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Junior Achievement colocarão em prática o programa “As Vantagens de Permanecer na Escola”.

A iniciativa propõe benefícios pedagógicos aos estudantes através de jogos, análise de gráficos, elaboração orçamentos, planejamento de carreira e debate. O programa pode ser realizado dentro das próprias salas de aula e não vai gerar custos para os alunos e as escolas.

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Em Pernambuco, a ação começará a ser desenvolvida, no dia 6 de outubro, na Escola do Senai de Água Fria, Zona Norte do Recife. Ainda durante o mês de outubro, o programa vai passar por escolas da capital pernambucana e da Região Metropolitana, com previsão de atender cerca de 200 alunos.

Katmandu, 31/05/2015 - Milhares de escolas dos distritos mais atingidos por terremotos no Nepal reabriram neste domingo. Com a maioria dos edifícios escolares danificados ou inseguros, o Ministério da Educação ordenou que as aulas sejam realizadas em salas de aula temporárias.

Os terremotos de 25 de abril e 12 de maio mataram 8.693 pessoas e feriram outras 22.221. Estima-se que mais de 90% das escolas foram destruídas nos distritos mais atingidos de Gorkha, Sindhupalchok e Nuwakot.

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Segundo comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 32 mil salas de aula foram destruídas e 15.352 ficaram danificadas após os dois terremotos no Nepal. A alta taxa de evasão escolar do país já era uma grande preocupação, segundo a Unicef, que estimou que 985 mil crianças não conseguiriam retornar às aulas neste domingo, enfrentando grande risco de abandonar a escola.

Niraj Kayanstha, professor na escola Changuranayan, a leste de Katmandu, disse à Rádio Nepal que cerca de metade dos 400 alunos foram à escola no domingo. Conforme Kayanstha, eles não estavam estudando, mas cantando e dançando e conversando com os professores sobre as suas experiências durante os terremotos. Fonte: Associated Press.

O relatório “De Olho nas Metas 2011”, do programa Todos pela Educação, aponta que 277 mil crianças e adolescentes estão fora da escola na Bahia. O programa é desenvolvido por gestores públicos, educadores, comunicadores e outros segmentos sociais que buscam fazer com que todas as crianças e jovens brasileiros tenham acesso a educação básica de qualidade até 2022. 

Segundo a pesquisa, a Bahia fica atrás apenas de São Paulo, com 607 pessoas entre quatro e 17 anos fora da escola; e Minas Gerais, com 363.981. No Brasil, o total de crianças que estão fora da escola chega a cerca de 3,8 milhões.

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Segundo o relatório elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), denominado “Todas as crianças na escola em 2015”, a desigualdade social é a principal consequência para o abandono escolar.  "Os alunos oriundos de família com baixa renda ou que precisam trabalhar para ajudar no sustento são fortes candidatos a abandonar os estudos antes mesmo de chegar ao ensino médio", diz a coordenadora do programa Aprender, da Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva.

De acordo com ela, falta estrutura até fisiológica para combinar estudo e trabalho. "Uma criança que trabalha e estuda dificilmente vai renovar a matrícula no ano seguinte, por conta do cansaço. O jovem precisa de dedicação e bem-estar físico para continuar estudando".

O relatório da Unicef aponta que entre as crianças de famílias com renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo, com idade superior à recomendada, a evasão escolar chega a 62,02%. Já nas famílias com renda familiar per capita superior a dois salários mínimos a taxa é de 11,52%.

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