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Várias explosões foram ouvidas nesta segunda-feira (29) no centro de Kiev, pouco depois do acionamento das sirenes antiaérea na capital da Ucrânia.

"Explosões na cidade, em bairros do centro", escreveu no Telegram o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko. "A defesa antiaérea está em ação", afirmou a administração militar da cidade.

"O ataque contra Kiev continua", declarou alguns minutos mais tarde o prefeito, que pediu aos moradores da cidade que permaneçam nos abrigos antiaéreos.

Klitschko disse que os serviços de emergência estão trabalhando para apagar o incêndio provocado pelos destroços de um foguete no distrito de Obolonskii, na zona norte da cidade.

Kiev permaneceu relativamente à margem dos ataques desde o início do ano, mas nas últimas semanas foi alvo de bombardeios quase todas as noites.

Poucas horas antes, o comandante do exército ucraniano, Valeri Zaluzhni, anunciou que o país interceptou 37 mísseis de cruzeiro e 29 drones de combate russos durante uma nova série de ataques noturnos.

"Durante a noite noite, os ocupantes atacaram instalações militares e infraestruturas essenciais. Eles lançaram quase 40 mísseis de cruzeiro 35 drones, a partir do norte e do sul", afirmou no Telegram. De todos os projéteis, 37 mísseis e 2 drones foram derrubados, destacou o comandante militar.

Um bombardeio russo atingiu uma instalação militar na região ucraniana de Khmelnitski, oeste do país, informaram as autoridades locais.

A região central de Kiev registrou uma série de estrondos na manhã desta segunda-feira (10), informaram autoridades da Ucrânia. Os ataques encerram meses de relativa calmaria na capital ucraniana e acontecem dias após uma explosão ter danificado a ponte de Kerch, que liga a Rússia ao território anexado da Crimeia. A Ucrânia nega envolvimento no episódio, mas, no domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, descreveu a explosão como um "ato terrorista" de forças ucranianas.

No Twitter, o assessor do Ministério do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, publicou imagens de locais danificados na cidade. Uma gravação mostra um cenário de destruição no parque Taras Shevchenko, um dos mais movimentados da metrópole. Não há informações sobre vítimas.

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O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que foguetes atingiram alvos no centro da cidade e pediu que moradores de bairros periféricos fiquem longe da região. Os serviços de emergência estiveram no local e as forças de segurança fecharam as ruas no centro, segundo ele. "A capital está sob ataque de terroristas russos!", acusou.

Além de Kiev, outras cidades da Ucrânia também registraram explosões na manhã desta segunda-feira, em um desdobramento que levanta suspeita de uma ofensiva coordenada da Rússia. Estrondos foram ouvidos em Dnipro, Zaporizhzhia e Lviv - esta última vinha sendo poupada de ataques mais severos desde o início da guerra, em fevereiro.

Desde que Moscou redirecionou o foco de sua operação ao leste da Ucrânia, em abril, Kiev tem sido alvo de poucos ataques. A relativa calmaria permitiu, inclusive, que autoridades internacionais visitassem a cidade. Com informações da Dow Jones Newswires.

Um tribunal indiano condenou um homem à morte pelas explosões mortais que abalaram a cidade sagrada hindu de Varanasi em 2006, em um julgamento que demorou 16 anos para chegar a um veredicto.

Na semana passada, Wasiullah Khan foi condenado por acusações de assassinato e terrorismo durante os atentados de 2006, que tiveram como alvo um antigo templo repleto de fiéis e uma estação de trem próxima.

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Cerca de 20 pessoas morreram por causa das explosões e dezenas ficaram feridas.

A polícia também encontrou bombas que não explodiram no Dashashwamedh Ghat, um popular local de oração às margens do rio em que se reúne um grande número de peregrinos hindus toda noite.

"O acusado foi declarado culpado de assassinato e multado com 50.000 rupias. Será enforcado até a morte", disse o juiz de primeira instância em uma ordem judicial publicada no final de segunda-feira.

Khan foi detido algumas semanas depois das explosões, mas o julgamento foi adiado depois que os advogados em Varanasi se recusaram a representá-lo. O alto tribunal de Allahabad transferiu o caso à cidade de Ghaziabad.

A sentença ainda precisa ser aprovada pelo alto tribunal de Allahabad.

Quase 500 pessoas estão no corredor da morte na Índia e as condenações à pena capital por assassinato e terrorismo são comuns, mas as execuções são raras.

A Rússia atingiu alvos na capital ucraniana, Kiev, nesta sexta-feira, 15, enquanto suas forças ameaçaram intensificar os ataques a centros de comando ucranianos, como resposta a supostos ataques dentro do território russo. Ambos os lados estão se preparando para uma nova etapa na guerra terrestre no leste do país.

O exército russo atingiu uma fábrica que produz mísseis de longo e médio alcance, além de mísseis antinavio, em uma região próxima à Kiev, informou o Ministério da Defesa russo. O ataque ocorre um dia após a Ucrânia ter declarado que foi a responsável por ter atingido o Moskva, o carro-chefe da frota russa do Mar Negro.

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Um funcionário de alto escalão da Defesa dos Estados Unidos afirmou que o navio foi atingido e afundado por dois mísseis ucranianos, o que também foi confirmado pela Ucrânia. A Rússia, por sua vez, informou que o navio afundou devido aos danos causados por um incêndio. O ato representa um golpe significativo que pode comprometer a segurança de toda a frota russa do Mar Negro. Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro, navios russos dispararam mísseis a partir da região contra cidades ucranianas. Os ataques, em sua maioria, visavam infraestrutura, depósitos de combustível, bases militares e prédios administrativos civis. "É uma perda significativa", disse a autoridade dos EUA. "Esperamos que seja um golpe para eles."

Autoridades e analistas militares avaliam que os dois lados se preparam, agora, para uma nova etapa da guerra, na região de Donbas, no leste da Ucrânia. A área abriga duas regiões apoiadas pela Rússia, após terem rompido com o controle do governo ucraniano em 2014 - mesmo ano em que Moscou anexou a região da Crimeia ao seu território.

Russos também tentam assumir o controle da cidade de Mariupol, no sudeste. A região é estratégica e serve como uma ligação potencial entre o continente russo e a península da Crimeia.

O diretor da Agência Central de Inteligência, William Burns, reiterou ontem as preocupações dos EUA de que Putin possa recorrer ao uso de armas nucleares táticas se sentir que a Rússia está enfrentando uma perda catastrófica em sua invasão da Ucrânia.

Várias fortes explosões foram ouvidas nesta quinta-feira (24) por jornalistas da AFP no centro de Kiev e em outras cidades ucranianas pouco após o anúncio pelo presidente russo, Vladimir Putin, de uma operação militar contra a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou Putin de iniciar uma "invasão em grande escala" contra seu país.

"Cidades ucranianas pacíficas estão sob ataque", tuitou Kuleba. "É uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve parar Putin. Agora é a hora de agir", acrescentou.

Pelo menos duas explosões foram ouvidas na capital, Kiev. Um pouco depois, as sirenes para alertar para bombardeios ressoaram no centro da capital.

Os moradores correram para as estações subterrâneas do trem em busca de abrigo, observaram jornalistas da AFP, e o governo decretou lei marcial.

Na cidade portuária de Mariupol, a principal metrópole controlada por Kiev perto da linha de frente no leste do país, também foram ouvidas fortes explosões, assim como em Odessa, no Mar Negro, e em Kharkov, a segunda maior cidade do país, perto da fronteira com a Rússia.

Em Kramatorsk, cidade que serve de quartel-general para as forças ucranianas, foram ouvidas pelo menos quatro fortes explosões, segundo jornalistas da AFP.

O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia anunciou o fechamento do espaço aéreo do país "por causa do alto risco de segurança", interrompendo o tráfego civil logo após a meia-noite.

Putin anunciou na manhã desta quinta-feira, em uma mensagem televisionada, uma operação militar na Ucrânia para defender os separatistas pró-russos no país, enquanto que dezenas de milhares de soldados russos se concentravam há semanas atrás das fronteiras ucranianas.

Duas explosões seguidas de tiros deixaram ao menos 25 mortos e cerca de 50 feridos no hospital militar Sardar Mohammad Dawood Khan, em Cabul, na manhã desta terça-feira, 2, de acordo com números atualizados das autoridades locais. O Taleban, grupo que tomou o poder no Afeganistão em agosto, atribuiu o ataque ao braço afegão do grupo terrorista Estado Islâmico.

O ataque teve como alvo o hospital militar, com 400 leitos, localizado em um dos bairros mais ricos de Cabul, onde tanto soldados feridos que lutaram pelo antigo governo quanto combatentes do Taleban estavam sendo tratados.

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Em 2017, a mesma instituição foi atacada pelo grupo terrorista. O ataque, na época, deixou mais de 30 mortos.

O grupo italiano de ajuda Emergency, que dirige um hospital para traumas a cerca de 3 quilômetros do local, informou que estava tratando alguns dos feridos.

Zabihullah Mujahid, porta-voz do Taleban, disse que o ataque foi realizado por vários membros do Estado Islâmico, incluindo um homem-bomba que detonou seus explosivos no portão do hospital. Um carro cheio de explosivos fora do hospital também explodiu, ferindo dezenas, e vários combatentes do Taleban foram mortos e feridos no tiroteio que se seguiu, disse Mujahid.

Um médico do hospital, que não quis ser identificado por temer por sua segurança, disse que os homens armados entraram em uma enfermaria cheia de combatentes do Taleban feridos e atiraram neles em suas camas.

Outro médico que estava escondido dentro do hospital disse que ainda podia ouvir tiros dentro do prédio no início da tarde de terça-feira. Outra pessoa disse que os agressores entraram em vários andares e abriram fogo contra qualquer pessoa que viram, acrescentando que alguns médicos e enfermeiras se trancaram no terceiro andar.

Um lojista do lado de fora do hospital, que não quis ser identificado, disse que as explosões iniciais ocorreram com 10 minutos de intervalo e que havia muitas pessoas no local. Ele foi ferido nas costas, acrescentou.

Este complexo ataque ao hospital Sardar Mohammad Daud Khan é provavelmente o primeiro do tipo com o qual o Taleban enfrenta: atores armados e um homem-bomba entrando em um prédio grande e lotado de civis. O governo apoiado pelo Ocidente lidou com esses incidentes desdobrando comandos, quase sempre apoiados pelas forças de operações especiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Embora o Estado Islâmico ainda não tenha assumido a responsabilidade, tem havido um aumento nos ataques do grupo em todo o Afeganistão desde a queda do governo apoiado pelo Ocidente e a conquista do país pelo Taleban. O grupo terrorista aproveitou a dificuldade do Taleban em proteger centros urbanos.

O Taleban, conhecido por realizar esse tipo de ataque durante os últimos 20 anos como insurgentes, tem pouco apoio ou experiência para lidar com esse tipo de evento por conta própria.

Quando tomou o poder do Afeganistão, o Taleban disse ter restaurado a segurança após décadas de guerra. As explosões, que se somam a uma lista crescente de ataques e assassinatos desde então, apontam o contrário.

Em agosto, um homem-bomba suicida do Estado Islâmico matou cerca de 170 civis e 13 militares dos EUA nos portões do aeroporto internacional de Cabul. No dia 15 de outubro, ao menos 47 pessoas morreram e 70 ficaram feridas em um atentado suicida reivindicado pelo Estado Islâmico, em uma mesquita xiita na cidade de Kandahar.

No último sábado, 30, combatentes do Taleban mataram dois convidados de um casamento por tocarem música laica, num ato condenado pelo governo comandado pela própria milícia, em Cabul. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Duas explosões seguidas de tiros deixaram ao menos 19 mortos e cerca de 50 feridos, perto do hospital militar Sardar Mohammad Dawood Khan, no centro de Cabul, na manhã desta terça-feira, 2, conforme um funcionário do Ministério da Saúde do Afeganistão. Outro oficial do Taleban disse que o atentado foi iniciado por um "terrorista suicida" que "se explodiu" na entrada da instituição.

O porta-voz do Ministério do Interior, Qari Saeed Khosty, disse que forças de segurança foram enviadas para a área.

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O grupo italiano de ajuda Emergency, que dirige um hospital para traumas a cerca de 3 quilômetros do local, informou ter recebido nove feridos.

Um trabalhador do hospital disse ter ouvido uma grande explosão seguida por alguns minutos de tiros. Cerca de dez minutos depois, escutou um segundo estouro ainda maior.

Ele não conseguiu identificar se as explosões e os tiros ocorreram dentro da instituição. No Twitter, Khosty informou que os ataques se deram na entrada do estabelecimento.

Fotografias compartilhadas por moradores das proximidades mostraram uma nuvem de fumaça sobre a área das explosões perto da antiga zona diplomática, na área Wazir Akbar Khan. Testemunhas disseram que pelo menos dois helicópteros estavam sobrevoando a área.

Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelos atos. Porém, a agência oficial de notícias Bakhtar citou testemunhas que disseram que vários combatentes do Estado Islâmico entraram no hospital e confrontaram os seguranças. Em 2017, a mesma instituição foi atacada pelo grupo terrorista; o ataque deixou mais de 100 mortos.

Quando tomou o poder do Afeganistão, em agosto, o Taleban disse ter restaurado a segurança após décadas de guerra. As explosões, que se somam a uma lista crescente de ataques e assassinatos desde então, apontam o contrário.

No dia 15 de outubro, ao menos 47 pessoas morreram e 70 ficaram feridas em um atentado suicida reivindicado pelo Estado Islâmico, em uma mesquita xiita na cidade de Kandahar. No último sábado, 30, combatentes do Taleban mataram dois convidados de um casamento por tocarem música laica, num ato condenado pelo governo comandado pela própria milícia, em Cabul. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Duas explosões abalaram o aeroporto de Cabul nesta quinta-feira (26), deixando ao menos seis mortos e mais de dez feridos, depois que os países ocidentais alertaram sobre uma ameaça terrorista iminente

Segundo o principal hospital de emergências da cidade, pelo menos seis pessoas morreram e mais de 12 ficaram feridas nas explosões.

Um jornalista da AFP viu uma nuvem de fumaça subindo ao céu de um local próximo ao aeroporto.

"Podemos confirmar que a explosão no Portão ('Gate') Abbey foi consequência de um ataque complexo que resultou em várias vítimas civis e americanas. Também podemos confirmar pelo menos outra explosão em, ou perto, do Hotel Baron, a pouca distância do Portão Abbey", tuitou o porta-voz do Departamento da Defesa dos Estados Unidos, John Kirby.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se mantém informado sobre o atentado ao aeroporto de Cabul, onde ocorria uma grande operação retirada de pessoas após a tomada de poder pelo Talibã, disse a Casa Branca nesta quinta-feira.

"O presidente foi informado e está no 'Situation Room'", a sala de crise da Casa Branca, disse à AFP um funcionário que pediu o anonimato.

A França tentará retirar outras "várias centenas" de pessoas do Afeganistão, afirmou o presidente Emmanuel Macron nesta quinta, advertindo que as próximas horas serão "extremamente arriscadas" em Cabul e em seu aeroporto, após as explosões.

"Enquanto falamos, temos 20 ônibus de cidadãos com dupla cidadania e afegãos que queremos poder repatriar (...) São vários centenas de pessoas que continuam em perigo", afirmou Macron em entrevista coletiva durante visita à Irlanda.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que a prioridade agora é "retirar o maior número possível de pessoas".

A destruição de joias arquitetônicas de Beirute, incluindo museus e edifícios tradicionais, agrava o balanço trágico das explosões no porto da capital libanesa, que deixaram mais de 150 mortos e devastaram uma infraestrutura econômica fundamental para o Líbano.

Famosos por suas janelas de três arcos, típicas de Beirute, centenas de edifícios do período otomano ou do mandato francês (1920-1943) já estavam deteriorados com os efeitos do tempo e a guerra civil (1975-1990).

Alguns dos mais antigos ficavam perto do porto, onde várias toneladas de nitrato de amônio armazenadas em um depósito detonaram.

As deflagrações derrubaram um palácio do século XVIII e outros edifícios daquela época, todos mais antigos do que a criação do Estado do Líbano, que completa um século em 2020.

"É como uma violação", lamenta Tania Ingea, herdeira deste edifício com colunas de mármore em que os vitrais de mais de 200 anos explodiram, as portas foram derrubadas e alguns painéis de madeira do período otomano também foram danificados.

Construído pela família Sursock, uma das grandes fortunas de Beirute, o palácio resistiu à guerra civil e ao confronto violento entre Israel e o Hezbollah em 2006, mas agora a explosão representa "uma ruptura entre o presente e o passado", diz Ingea.

- Buracos enormes -

Perto deste palácio está o museu Sursock, lugar de destaque da vida cultural do Líbano que reúne uma importante coleção de arte moderna e contemporânea e que há poucos meses organizou uma exposição inédita de Picasso.

Este edifício, construído em 1912 com uma mistura de arquitetura veneziana e otomana, também não resistiu à explosão.

Seus vitrais explodiram, suas elegantes janelas são agora enormes buracos e sacos de entulho se acumulam diante de sua monumental escadaria branca.

Entre 20 e 30 obras foram danificadas pelo impacto do vidro das janelas de um edifício que há 50 anos é museu por vontade de Nicholas Sursock, um apaixonado pela arte.

A explosão também derrubou uma das obras-primas do local, um retrato de Sursock do pintor franco-holandês Kees Van Dongen.

"Não esperava tantos estragos", reconhece Jacques Aboukhaled, arquiteto responsável pela reforma de um espaço que foi reaberto em 2015 após oito anos de obras.

A restauração do local, de acordo com Aboukhaled, levará mais de um ano e custará vários "milhões" de dólares.

- Antes do inverno -

Enquanto muitos edifícios antigos foram seriamente danificados, o museu nacional de Beirute se beneficiou de um milagre.

Apenas a fachada sofreu alguns danos neste monumento, que reúne várias estátuas gregas, romanas e fenícias da antiguidade clássica, segundo o ministro da Cultura, Abbas Mortada.

Situado perto da linha de frente da guerra civil, este prédio se viu no meio dos combates, mas seu acervo foi preservado graças à perspicácia de seu então curador, Maurice Chéhab.

Agora, "centenas" de edifícios considerados patrimônio nacional estão danificados, reconhece o ministro da Cultura, que admite que "vai ser preciso muito trabalho" para os reconstruir.

Uma equipe está encarregada de fazer o inventário dos danos, mas as autoridades já alertam que a reconstrução terá um custo de "centenas de milhões" de dólares.

"Precisamos fazer as obras de restauração o mais rápido possível", defende Mortada. "Se o inverno chegar, o perigo será grande", avisa.

Um terceiro ministro renunciou, nesta segunda-feira (10), no Líbano, enfraquecendo ainda mais uma classe política responsabilizada pelas explosões mortais do porto de Beirute, enquanto a indignação nas ruas não enfraquece.

Quase uma semana depois da tragédia que deixou pelo menos 158 mortos, 6.000 feridos e destruiu parte da capital, as autoridades, acusadas de corrupção, negligência e incompetência, ainda não responderam à principal pergunta: por que uma grande quantidade de nitrato de amônio estava armazenada no porto, no coração da cidade?

As explosões foram provocadas por um incêndio no armazém onde 2.750 toneladas de nitrato de amônio estavam armazenadas há seis anos sem "medidas de prevenção", segundo admitiu o próprio primeiro-ministro, Hassan Diab.

O presidente Michel Aoun, cada vez mais contestado, rejeitou uma investigação internacional. E as autoridades não informaram sobre o andamento da investigação local.

Diante da magnitude da tragédia e da raiva de uma população cansada, a ministra da Justiça, Marie-Claude Najm, apresentou sua renúncia, a terceira a deixar o governo após a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, e do ministro do Meio Ambiente, Damianos Kattar.

Najm foi criticada na quinta-feira ao visitar o devastado distrito de Gemmayzé, nas proximidades do porto, poucas horas depois de um deslocamento ao mesmo setor do presidente francês Emmanuel Macron, recebido como um "herói".

- "Uma única pessoa" -

"A renúncia de ministros não é suficiente. Eles devem ser responsabilizados", disse Michelle, uma jovem manifestante que perdeu uma amiga na explosão.

"Queremos um tribunal internacional que nos diga quem os matou, porque eles (os líderes políticos) vão encobrir o caso", considerou.

De acordo com a Constituição, o governo cai se mais de um terço de seus membros renunciar. A imprensa local diz que outros ministros do governo de 20 membros, que devem se reunir à tarde, podem abandonar o barco.

Hassan Diab havia indicado que estava pronto para permanecer no cargo por dois meses, até a organização de eleições antecipadas em um país dominado pelo movimento armado do Hezbollah, um aliado do Irã e do regime sírio de Bashar al-Assad.

Durante as manifestações de sábado e domingo, reprimidas pelas forças de segurança, os manifestantes pediram "vingança" contra a classe política totalmente desacreditada após a tragédia em um país já atingido por uma crise econômica sem precedentes agravada pela epidemia de Covid-19.

Eleições antecipadas não são uma das principais reivindicações das ruas, já que o Parlamento é controlado por forças tradicionais que elaboraram uma lei eleitoral cuidadosamente calibrada para servir aos seus interesses.

"Todos significa todos", proclamaram nos últimos dois dias os manifestantes, apelando à saída de todos os dirigentes. Efígies de muitos deles, incluindo de Michel Aoun e Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, foram penduradas em forcas durante os protestos.

"Há apenas uma pessoa que controla este país, é Hassan Nasrallah", afirmou um dos nove deputados que anunciou sua renúncia, Nadim Gemayel. "Para eleger um presidente, nomear um primeiro-ministro (...) você precisa da autorização de Hassan Nasrallah".

- "Buscas continuam" -

Enquanto os libaneses continuam enterrando seus mortos, as equipes de resgate perderam todas as esperanças de encontrar sobreviventes das explosões.

Para desespero das famílias de cerca de 20 desaparecidos que acusam as autoridades de terem demorado na organização das buscas.

"Exigimos que as buscas continuem", afirmou nas redes sociais Emilie Hasrouty, cujo irmão estaria sob os escombros.

Na noite de domingo, os moradores acenderam velas em um morro com vista para o porto, para homenagear as vítimas.

Ao mesmo tempo, violentos confrontos ocorreram no centro da cidade pelo segundo dia consecutivo entre manifestantes e forças de segurança que dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha.

O drama relançou a contestação popular desencadeada em 17 de outubro de 2019 para denunciar a corrupção dos dirigentes, mas que havia perdido o fôlego com a pandemia do coronavírus.

A comunidade internacional, que há anos clama por reformas e pelo combate à corrupção no governo libanês, mostrou claramente, durante uma videoconferência no domingo co-organizada pela França e a ONU, que não confia mais no regime.

Vários países anunciaram que vão distribuir "diretamente" à população os 252,7 milhões de euros de ajuda às vítimas das explosões.

E exigiram uma investigação "transparente" sobre as causas do desastre que deixou quase 300.000 desabrigados, aos quais o governo ainda não prestou assistência.

Milhares de libaneses se preparam, neste sábado (8), para uma grande manifestação contra a classe política que eles culpam pelas terríveis explosões que devastaram parte de Beirute, matando mais de 150 pessoas, enquanto cerca de sessenta ainda estão desaparecidas.

Dois dias após a visita histórica do presidente francês Emmanuel Macron, a atividade diplomática se intensifica em Beirute para organizar o apoio internacional ao país, na véspera de uma conferência de doadores.

Pelo quarto dia consecutivo, Beirute acordou ao som de vidro quebrado recolhido nas ruas pelos moradores e um exército de voluntários, equipados com vassouras e mobilizados desde o amanhecer.

O incidente de terça-feira no porto, cujas circunstâncias ainda não estão claras, teria sido causado por um incêndio que afetou um enorme depósito de nitrato de amônio, um produto químico perigoso.

As imagens do momento da catástrofe mostram uma deflagração que muitos compararam às bombas atômicas sobre o Japão em 1945, enquanto as equipes de resgate comparavam as cenas de destruição às resultantes de um terremoto.

O desastre deixou pelo menos 154 mortos, mais de 5.000 feridos, incluindo 120 em estado crítico, de acordo com o ministério da Saúde libanês, além de quase 300.000 desabrigados.

Mais de 60 pessoas continuam desaparecidas, enquanto a esperança de encontrar sobreviventes diminui.

- Dia do Julgamento -

Ainda em estado de choque após as explosões de violência sem paralelo na história do país, muitos libaneses exigem prestação de contas de uma classe política que denunciam como negligente e corrupta.

Na Praça dos Mártires, epicentro da contestação popular desde outubro passado e onde está programado um protesto na parte da tarde, sob o lema "Dia do Julgamento", os ativistas já ergueram uma forca.

"Depois de três dias limpando os escombros e curando nossas feridas, é hora de deixar nossa raiva esvair e puni-los por matar pessoas", declarou Farès al-Hablabi, de 28 anos.

"Devemos nos levantar contra todo o sistema (...) a mudança deve ser compatível com a escala do desastre", acrescentou este militante que saiu às ruas no momento da eclosão do levante popular em 17 de outubro de 2019.

Se o movimento perdeu força nos últimos meses, especialmente devido à pandemia de coronavírus - que continua se agravando no Líbano - a tragédia pode reanimá-lo.

"Não temos mais nada a perder. Todos devem ir para as ruas", disse Hayat Nazer, uma militante por trás de muitas iniciativas de solidariedade.

O presidente Michel Aoun, cada vez mais criticado, deixou claro na sexta-feira que se opõe a uma investigação internacional, dizendo que as explosões poderiam ter sido causadas por negligência ou por um míssil.

Cerca de vinte funcionários do porto e da alfândega foram presos, segundo fontes judiciais e de segurança.

- Assistência imediata -

Dois dias após a visita de Macron, que criticou severamente a classe política, uma videoconferência de doadores em apoio ao Líbano acontecerá no domingo, co-organizada pela ONU e pela França, segundo informou a presidência francesa à AFP.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que participará. "Todo mundo quer ajudar!", tuitou.

O Líbano atravessa uma severa crise econômica, depois de não pagar sua dívida, e seus líderes não conseguiram chegar a um acordo sobre um resgate econômico com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é esperado neste sábado em Beirute, para mostrar a "solidariedade" dos europeus. A UE já liberou 33 milhões de euros.

O chefe da Liga Árabe, Ahmad Aboul Gheit, junto com o vice-presidente turco, Fuat Oktay, e o ministro das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, também visitarão Beirute para assegurar seu apoio.

Sem demora, vários países despacharam equipamentos médicos e sanitários, bem como hospitais de campanha.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com a saturação dos hospitais, já em situação complicada pela pandemia de coronavírus, escassez crônica de medicamentos e de equipamentos médicos.

Enquanto as autoridades estrangeiras se sucedem e a ajuda internacional chega, os governantes do Líbano tentam claramente tirar vantagem da situação, segundo o analista Nasser Yassin, do Instituto Issam Fares.

"O temor é que as autoridades aproveitem este desastre e a atenção árabe e internacional para se manter na superfície", disse.

Neste contexto, o líder do partido Kataeb, Samy Gemayel, anunciou neste sábado sua renúncia junto com outros dois deputados do histórico partido cristão após o desastre no porto, dizendo que havia chegado a hora de construir um "novo Líbano".

Sua renúncia acontece após uma decisão semelhante por dois outros parlamentares nesta semana.

Muitos países começaram a enviar, nesta quarta-feira (5), ajuda ao Líbano, onde duas explosões gigantescas atingiram Beirute na terça, causando mais de 100 mortes e 4.000 feridos.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, emitiu um "apelo urgente a todos os amigos e países irmãos".

A França, antiga potência mandatária, enviará nesta quarta ajuda em dois aviões militares, segundo o palácio do Eliseu. O presidente Emmanuel Macron anunciou no Twitter o envio de um destacamento de defesa civil e "várias toneladas de equipamento médico".

Países do Golfo, alguns dos quais mantêm relações diplomáticas e econômicas estreitas com o Líbano, ofereceram ajuda rapidamente.

O Kuwait anunciou a chegada de um avião com "assistência médica".

O emir do Catar, o xeque Tamim bin Hamad Al Thani, telefonou ao presidente libanês Michel Aoun para oferecer suas condolências, segundo a agência oficial de notícias QNA, acrescentando que enviarão hospitais de campanha para o Líbano.

- Pirâmides e torres iluminadas -

O príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed Bin Zayed, tuitou a "solidariedade" dos Emirados Árabes Unidos e a famosa torre Burj Khalifa em Dubai, a mais alta do mundo, foi iluminada com as cores da bandeira libanesa.

A Arábia Saudita afirmou que estava acompanhando a situação com "grande preocupação" e ofereceu suas condolências às vítimas.

O Irã, grande rival de Riade e muito influente no Líbano, ofereceu "assistência médica", afirmou seu presidente Hassan Rohani em comunicado.

Israel propôs "ajuda humanitária e médica" ao Líbano, um vizinho com o qual tecnicamente está em estado de guerra.

Por sua parte, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu "ajuda humanitária em todas as áreas, especialmente no campo da saúde".

O rei da Jordânia, Abdullah II, ordenou nesta quarta-feira a preparação de um hospital militar de campo para enviar ao Líbano.

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, dirigiu suas "condolências" aos libaneses e as famosas pirâmides de Gizé se iluminaram com as cores do país.

A ONU expressou suas "condolências" e propôs "apoio ativo", além de desejar uma "rápida recuperação aos feridos", incluindo o pessoal das Nações Unidas.

Um chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que a agência da ONU "começou a enviar kits de traumatologia e cirurgia de seu armazém regional em Dubai".

"Também temos equipes médicas de emergência prontas para serem mobilizadas", acrescentou.

Na noite de terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, transmitiu as "condolências" de seu país ao Líbano e repetiu que os Estados Unidos estavam "prontos" para enviar ajuda.

O papa Francisco pediu nesta quarta-feira "orações pelas vítimas, por suas famílias e pelo Líbano" e o envio de "ajuda da comunidade internacional".

- "Dor" -

Na Europa, a chanceler alemã Angela Merkel prometeu oferecer "apoio ao Líbano". Membros da equipe da embaixada alemã ficaram feridos nas explosões.

A Holanda anunciou que 67 trabalhadores humanitários holandeses partiriam para Beirute na noite de quarta-feira, incluindo médicos, policiais e bombeiros.

O Reino Unido declarou que estava pronto para "apoiar de todas as maneiras possíveis, incluindo os cidadãos britânicos afetados", tuitou o primeiro-ministro Boris Johnson.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse no Facebook que seu país "fará todo o possível para ajudar".

O Canadá, por sua vez, disse o mesmo. "Estamos prontos para ajudá-los", tuitou o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.

"A Rússia compartilha a dor do povo libanês", reagiu o presidente russo Vladimir Putin em um telegrama de condolências ao seu colega libanês, Michel Aoun.

Aoun também recebeu um telefonema do presidente iraquiano Barham Saleh, que transmitiu sua solidariedade ao Líbano e ofereceu-se para ajudá-lo, e uma carta de condolências de seu colega sírio, Bashar al-Assad.

A mesma expressão de solidariedade da Tunísia, onde o presidente Kais Saied enviou uma carta ao seu homólogo libanês expressando seu "apoio" a um "povo irmão".

O chefe da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, expressou suas "sinceras condolências" e pediu esclarecimentos sobre os "responsáveis" por essas "terríveis explosões".

As explosões de terça-feira ocorreram no momento em que o Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação sem precedentes da moeda, hiperinflação, demissões em massa e restrições drásticas nos bancos, que alimentam protestos há meses.

Além das vítimas e dos danos estruturais em residências e prédios, as explosões ocorridas na área portuária em Beirute, no Líbano, nesta terça-feira (4) podem causar uma outra crise grave no país: a falta de alimentos.

O alerta foi feito pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) nesta quarta-feira (5) porque diversos silos foram destruídos com o incidente de ontem e se teme que "em curto prazo, haverá um problema no abastecimento de farinha para o Líbano".

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"Tememos que uma grande quantidade das reservas do grão no porto foram atingidas ou destruídas com a explosão. Os estoques foram gravemente danificados e tememos que, no curto prazo, teremos um problema com a disponibilidade da farinha", disse o responsável por Emergências da FAO, Dominique Burgeon, em entrevista à agência francesa AFP.

Um outro dano grave será o aumento dos preços dos produtos, que já estavam muito elevados antes da explosão por conta da séria crise econômica no país. Segundo dados do Programa Mundial de Alimentos da ONU, a inflação dos itens alimentares foi de 109% entre os meses de setembro de 2019 e maio de 2020.

Já a fundadora da ONG Food Blessed, Maya Terro, lembrou que o Líbano importa 80% de toda a sua alimentação e a principal porta de entrada desses produtos é, justamente, o porto de Beirute.

Uma informação dada pela empresa de importação e exportação Mena Commodities, e que foi repercutida pela mídia local, dá conta que os silos que estavam no porto continham cerca de 85% do estoque de cereais de todo o país.

O ministro da Economia e Comércio do Líbano, Raoul Nehme, destacou que todos os grãos que não foram destruídos também serão inutilizados e descartados porque estão "contaminados" pelo nitrato de amônio - que é apontado com a principal causa das explosões. No entanto, Nehme garantiu que as reservas nacionais de alimentos ainda são capazes de abastecer o população.

Porém, a ONG Save the Children alertou que, mesmo antes da tragédia, quase um milhão de pessoas na área metropolitana de Beirute dizia não poder comprar com regularidade produtos de primeira necessidade - incluindo comida - por conta das graves dificuldades econômicas da profunda recessão e por causa do lockdown imposto pela pandemia do novo coronavírus.

Ainda conforme a entidade, entre essas pessoas, estão também 500 mil crianças. "Começaremos a ver crianças morrendo de fome antes do fim do ano", alertou o vice-diretor da Save The Children no Líbano, Jad Sakr.

Da Ansa

As explosões na área portuária de Beirute deixaram "mais de 100 mortos e quatro mil feridos", informou a Cruz Vermelha do Líbano em um comunicado oficial na madrugada desta quarta-feira (5).

"As nossas equipes continuam empenhadas na operação de busca e salvamento nas zonas próximas", diz ainda a nota sem precisar a quantidade de desaparecidos. No entanto, a mídia do país cita que são ao menos 100 pessoas que não entraram em contato com os familiares e amigos desde o incidente ocorrido nesta terça-feira (04).

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Os hospitais da capital, que estavam lotados por conta dos pacientes que contraíram o novo coronavírus (Sars-CoV-2), estão além do limite da capacidade, com relatos de inúmeros feridos sendo atendidos nas áreas externas dos centros hospitalares.

Além das perdas humanas, o governador de Beirute, Marwan Abboud, informou que mais de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas após as explosões por conta de danos que tornaram suas residências inabitáveis em cerca de metade da capital libanesa.

Abboud estimou ainda um prejuízo econômico de, no mínimo, US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,8 bilhões), o que deve afetar ainda mais não são a cidade, mas o país inteiro que atravessa uma gravíssima crise econômica.

A situação é tão grave que o ministro da Saúde, Hamad Hasan, fez um apelo para quem tiver condições deixar Beirute já que, além dos danos materiais, há o risco das substâncias químicas que ainda estão no ar serem perigosas para a saúde a longo prazo.

Até o momento, o que se sabe sobre o incidente, é que ele ocorreu em um galpão que armazenava há seis anos cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônia, que haviam sido apreendidos em uma operação e não foram devidamente isolados. No entanto, nenhuma hipótese está sendo descartada - desde acidente até um atentado terrorista. As investigações estão em andamento.

Conforme dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), as explosões foram tão intensas que foram equivalentes a um terremoto de 3,3 graus de magnitude.

- Ajuda: Desde esta terça-feira, inúmeros governos e organizações internacionais se colocaram à disposição para ajudar o governo libanês tanto nas investigações como financeiramente para a reconstrução.

"A União Europeia está pronta para fornecer assistência e apoio. Sejam fortes", escreveu no Twitter o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Também o alto representante europeu para a Política Externa, Josep Borrell, exprimiu "plena solidariedade e apoio total às famílias das vítimas, ao povo e às autoridades libanesas".

Na noite desta terça, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também afirmou que seu governo irá ajudar o Líbano neste momento. Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano disse que "as explosões são muito semelhantes a um terrível atentado". No entanto, Trump não deu detalhes do que o faz crer que tenha sido um ataque.

Também a chanceler alemã, Angela Merkel, ofereceu ao Líbano "todo o seu apoio". "Os nossos pensamentos são por aqueles que perderem seus companheiros. Aos feridos, desejamos rápida recuperação", disse o porta-voz do governo, Ulrike Demmer, em nome de Merkel.

A Turquia informou que está pronta a enviar ao Líbano "qualquer ajuda que esteja apta a fornecer" depois das trágicas explosões.

"Todas as nossas agências governamentais estão prontas para intervir", destacou ainda a presidência turca.

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, publicou uma mensagem oficial dizendo ter visto "com profunda tristeza a notícia das explosões". "Desejo as mais sinceras condolências. Nessa dolorosa circunstância, nos volvemos com afeto ao amigo povo libanês. O nosso pensamento estão com as numerosas vítimas da tragédia e às suas famílias", escreveu o mandatário.

O papa Francisco também fez uma oração especial pelas vítimas durante as orações desta quarta-feira no Vaticano. "Rezemos pelas vítimas e por seus familiares e rezemos pelo Líbano para que com o compromisso de todos os seus componentes sociais , políticos e religiosos possam enfrentar esse momento tão trágico e doloroso", disse o líder católico.

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, usou o Twitter para lamentar a tragédia. "Profundamente triste com as cenas da explosão em Beirute. O Brasil abriga a maior comunidade de libaneses do mundo e, deste modo, sentimos essa tragédia como se fosse em nosso território. Manifesto minha solidariedade às famílias das vítimas fatais e aos feridos", escreveu.

Da Ansa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a explosão ocorrida na região portuária de Beirute, capital do Líbano, na tarde desta terça-feira (4), parece ter sido um "ataque". Na coletiva de imprensa diária sobre a pandemia de Covid-19, o republicano disse ter conversado com generais dos EUA que não acreditam que a tragédia tenha sido causada acidentalmente. "Eles parecem pensar que foi um ataque. Foi algum tipo de bomba", declarou Trump.

O líder da Casa Branca prestou condolências às vítimas e disse que os EUA estão prontos para ajudar o Líbano. A explosão destruiu grande parte de um porto e danificou edifícios em toda a capital libanesa. Pelo menos 70 pessoas morreram e mais de 3 mil ficaram feridas, de acordo com as autoridades locais.

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O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para manifestar solidariedade às famílias dos mortos e aos feridos em explosão ocorrida nesta terça-feira, 4, na região portuária de Beirute, capital do Líbano. Ele disse estar "profundamente triste" com as cenas da devastação provocada.

"O Brasil abriga a maior comunidade de libaneses do mundo e, deste modo, sentimos essa tragédia como se fosse em nosso território", escreveu o presidente.

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Duas fortes explosões sucessivas, nesta terça-feira, 4, na região portuária da capital do Líbano, Beirute, deixou ao menos 73 mortos e 3,7 mil feridos, semeando o pânico e provocando uma imensa coluna de fumaça. Segundo fonte do Ministério da Saúde, o balanço é provisório e pode subir ainda mais, uma vez que os hospitais da capital estão saturados pelo fluxo de feridos.

As explosões, que ocorreram na área portuária e cuja origem ainda não foi determinada, foram ouvidas em vários bairros da cidade e fora dela. No Chipre, uma ilha mediterrânea situada a 180 quilômetros a noroeste de Beirute, os moradores relataram ter ouvido as duas grandes explosões em rápida sucessão. Um morador da capital, Nicósia, disse que sua casa tremia, sacudindo persianas.

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O presidente do Líbano, Michel Aoun, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Defesa Supremo, de acordo com uma postagem do Twitter oficial da presidência. O primeiro-ministro, Hassan Diab, decretou luto nacional para a quarta-feira. "Uma grande catástrofe atingiu o Líbano hoje", declarou Diab.

Em um duro pronunciamento na TV, Diab disse que aqueles responsáveis pelas explosões "vão pagar o preço". "Eu prometo a vocês que essa catástrofe não ficará sem que seus responsáveis sejam punidos. Eles pagarão o preço", disse Diab.

Segundo a agência de notícias estatal, a fonte da explosão foi um incêndio em um armazém com produtos inflamáveis confiscados nas proximidades do porto, mas as causas não foram ainda esclarecidas. Os primeiros relatos são de que se trata de material como nitrato de amônio.

"Os fatos sobre este armazém perigoso que existe desde 2014 serão anunciados e eu não irei antecipar as investigações", disse o primeiro-ministro.

Hospitais da cidade ficaram lotados e chegaram a recusar feridos por falta de capacidade para atendimento. A Cruz Vermelha libanesa afirmou que qualquer ambulância disponível no norte ou sul do país e em Bekaa seria enviada para Beirute.

Nas redes sociais, moradores relatam que janelas de edifícios e vitrines de lojas estilhaçaram. Conversando com repórteres, o chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, se recusou a especular sobre a causa da explosão dizendo "não podemos antecipar as investigações".

Nas proximidades do distrito portuário, os danos e a destruição são enormes. Muitos residentes feridos andavam nas ruas em direção a hospitais e carros foram abandonados nas ruas com os airbags inflados. A mídia local transmitiu imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue.

A Casa Branca informou estar acompanhando com muita atenção o desenvolvimento dos fatos ligados à explosão em Beirute. O presidente Donald Trump foi informado e segue de perto os acontecimentos.

Israel e Irã oferecem ajuda

O Irã informou estar pronto para ajudar o Líbano de qualquer maneira necessária, segundo tuíte do ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif. "Nossos pensamentos e orações estão com o grande e resiliente povo do Líbano. Como sempre, o Irã está totalmente preparado para prestar assistência de qualquer maneira necessária. Mantenha-se forte, Líbano", Zarif tuitou.

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, também ofereceu ajuda e assistência humanitária logo em seguida. "Israel abordou o Líbano pelos canais diplomáticos e de segurança internacional e ofereceu assistência médica e humanitária ao governo libanês", informou Gant, em um comunicado conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi.

Há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que frustrou um ataque "terrorista" e abriu fogo contra homens que cruzaram a "Linha Azul" entre o Líbano e Israel.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, atribuiu a infiltração ao Hezbollah, um movimento armado pró-iraniano muito influente no sul do Líbano e que o Estado judeu considera como seu inimigo. Acusado de "brincar com fogo", o Hezbollah negou qualquer envolvimento.

Crise sem precedentes

O Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

Na sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano (STL), com sede na Holanda, deve emitir seu veredicto no julgamento de quatro homens, todos suspeitos de serem membros do Hezbollah, acusados de participar do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri.

Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado com uma caminhonete carregada de explosivos atingiu o comboio de Hariri, matando-o com outras 21 pessoas e ferindo mais de 200. A explosão causou chamas de vários metros de altura, quebrando as janelas dos prédios em um raio de meio quilômetro. (Com agências internacionais)

Duas violentas explosões registradas no porto de Beirute nesta terça-feira (4) deixaram 27 mortos e 2.500 feridos, segundo estimativas preliminares anunciadas pelo ministro da Saúde, Hamad Hassan.

"É uma catástrofe em todos os sentidos do termo", lamentou Hassan, em declarações a várias emissoras de televisão após visitar um hospital na capital libanesa.

"Os hospitais da capital estão todos cheios de feridos", acrescentou, pedindo que as outras vítimas sejam levadas para estabelecimentos nos arredores da cidade.

Antes, o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, havia dito que as explosões poderiam ter sido causadas por "materiais altamente explosivos confiscados há anos", mas acrescentou que uma investigação determinará a "natureza exata do incidente".

No entanto, os responsáveis terão que "prestar contas", disse o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, que pediu ajuda aos "países amigos" do Líbano.

"Faço um apelo urgente a todos os países amigos e irmãos que amam o Líbano que se coloquem do nosso lado e nos ajudem a curar nossas feridas profundas", acrescentou.

Vídeos transmitidos nas redes sociais mostraram uma primeira explosão seguida por outra que causou uma gigantesca nuvem de fumaça.

As deflagrações sacudiram os edifícios vizinhos e fizeram com que vidros se quebrassem a vários quilômetros de distância.

O presidente Michel Aoun convocou uma "reunião urgente" do Conselho Superior de Defesa e o primeiro-ministro decretou um dia de luto nacional para a quarta-feira.

"É uma catástrofe. Existem corpos no chão. Ambulâncias estão pegando os corpos", disse à AFP um soldado próximo ao porto.

A imprensa local divulgou imagens de pessoas presas nos escombros, algumas cobertas de sangue.

"Pareceu um terremoto e, em seguida, uma grande deflagração e os vidros quebraram", contou à AFP uma libanesa no centro de Beirute.

Um navio atracado no porto estava em chamas, constataram jornalistas da AFP. Um oficial pediu a jornalistas que se afastassem do setor, temendo a explosão do combustível do navio.

- "Arremessados" -

O setor portuário foi isolado pelas forças de segurança, que só permitem a passagem da Defesa Civil, de ambulâncias e dos bombeiros, constataram jornalistas da AFP na entrada do porto.

Nos arredores, há muitos danos e destruição.

Duas horas após a explosão, chamas ainda podiam ser vistas na área. Um helicóptero carregava água do mar para apagar os incêndios.

"Vimos um pouco de fumaça e depois uma explosão. E então um cogumelo (de fumaça). A força das explosões nos arremessou para dentro do apartamento", diz um morador do bairro Manssouriyeh, que viu a explosão de sua varanda, a vários quilômetros do porto.

Após as explosões, muitos moradores, alguns deles feridos, andavam pelas ruas em direção aos hospitais.

Em frente ao centro médico de Clémenceau, dezenas de feridos, incluindo crianças cobertas de sangue, aguardavam atendimento, constatou um jornalista da AFP.

Quase todas as vitrines das lojas dos bairros Hamra, Badaro e Hazmieh estouraram, assim como os vidros dos carros. Nas ruas havia veículos abandonados com airbags acionados.

Segundo testemunhas, as deflagrações foram ouvidas até mesmo na cidade costeira de Larnaca, no Chipre, a mais de 200 km da costa libanesa.

Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado realizado com uma van cheia de explosivos foi perpetrado contra o comboio do então primeiro-ministro Rafic Hariri, matando 21 pessoas e deixando mais de 200 feridos.

A deflagração provocou chamas com vários metros de altura e quebrou as janelas de prédios localizados em um raio de meio quilômetro.

Na sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede na Holanda, planeja anunciar o veredicto após o julgamento de quatro homens, todos suspeitos de serem membros do poderoso movimento libanês Hezbollah, acusado de ter participado do assassinato de Rafic Hariri.

O Líbano passa pela pior crise econômica em décadas, marcada por uma depreciação cambial sem precedentes, hiperinflação e demissões em massa que alimentam a agitação social há vários meses.

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida em duas explosões ocorridas neste sábado em Damasco, na véspera das eleições legislativas sírias, informou a agência estatal Sana.

Segundo a fonte, "as explosões ocorreram perto da mesquita Anis Bin Malik", na zona de Nahr Aisha de Damasco, capital da Síria, país mergulhado em um conflito sangrento há quase 10 anos.

A Síria realizará amanhã eleições legislativas, que coincidem com os 20 anos de Assad no poder, à frente de um país devastado pela guerra e atingido fortemente por sanções ocidentais e uma grave crise econômica.

Cerca de 2 mil candidatos, entre eles empresários influentes, disputarão as eleições, a terceira votação desde o início, em 2011, de um conflito que já deixou mais de 380 mil mortos e provocou o exílio de milhões de refugiados.

O partido Baath, no poder há meio século e intimamente ligado ao clã Assad, costuma vencer as legislativas, organizadas a cada quatro anos para eleger 250 deputados em um país onde a grande maioria dos opositores vive no exílio ou fora das áreas controladas pelo regime.

Inicialmente previstas para abril, as eleições foram adiada duas vezes devido à pandemia.

Sylvie bateu na porta de vários de seus vizinhos nos arredores de Paris no domingo (22). Mantendo a distância, lhes ofereceu um prato de bolinhos, em um dos muitos gestos de generosidade que surgiram durante o confinamento pelo coronavírus.

Desde o início da crise na saúde, uma rede solidária surgiu em toda a Europa, a nível coletivo, tanto por parte de governos quanto por associações, mas também de forma individual. Ajudam os vizinhos idosos a fazer as compras ou famílias que trabalham, cuidando de suas crianças.

Na França, vários indivíduos propuseram acomodação gratuita à equipe de saúde para que não tivessem que fazer tantos deslocamentos. Pouco depois, alguns portais especializados no assunto retomaram a iniciativa, como o gigante AirBnb.

A companhia de aluguéis temporários, a pedido das autoridades francesas, criou uma plataforma específica "apartsolidário". Na Hungria, a página do Facebook "Comunidade Airbnb de Budapeste para trabalhadores de saúde" já conta com 1.200 membros.

- Comida e tutoriais -

Muitos donos de restaurantes também colocaram a mão à obra, e entregam comidas e sanduíches a estes trabalhadores que estão na linha de frente.

Em Varsóvia, "Pequeno chef", uma escola de culinária para crianças, distribui todos os dias 50 litros de sopa a idosos, pobres ou doentes, além das comidas para os funcionários de emergência, graças a doações das pessoas, segundo Iga Pietrusinska, responsável pela comunicação do centro.

Professores de yoga e ginástica também aproveitam o confinamento para divulgar vídeos de seus cursos. E diversos artistas leem livros no Instagram para que os mais novos se entretenham em casa.

No Reino Unido, mais de um milhão de pessoas participam dos 1.000 grupos de Facebook para ajudar uns aos outros, segundo um porta-voz da rede social. Há também uma questão urgente no momento: a fabricação de máscaras.

Voluntários de todos os tipos costuram esses itens na ilha italiana de Cerdeña, na Polônia ou na República Tcheca. Inúmeras empresas têxteis mudaram suas cadeias de produção para fabricar máscaras e vendê-las a preço de custo, como a Zornica no oeste da Eslováquia.

Essas explosões altruístas "são a resistência", explica à AFP o psicanalista e escritor francês Vincent Hein. "De um dia para o outro, as pessoas se trancaram em suas casas (...) A melhor maneira de se sentir útil é ser útil!", disse.

Governos e associações geralmente aproveitam esse tipo de situação para organizar redes de voluntários que contribuem para a causa. O governo austríaco lançou uma plataforma para recrutar voluntários para setores onde falta mão de obra, como a agricultura.

Angelika, uma mulher de Viena na casa dos 50 anos, se cadastrou: "É a hora de dar uma mão. Vou ver o que me propõem", disse à AFP.

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