Tópicos | extinção

O que a ave soldadinho-do-araripe, o peixe cambeva-minhoca-do-ribeira, o papa-vento da chapada, o aruá-do-mato e o sapinho do itambé têm em comum?

Esses cinco animais da fauna brasileira integram a lista de 364 espécies nacionais classificadas como "criticamente em perigo" de extinção, segundo plataforma online lançada nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

##RECOMENDA##

A plataforma, chamada Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), pode ser acessada pelo site e reúne informações sobre quase 15 mil espécies da fauna brasileira, classificadas inclusive quanto ao risco de extinção - segundo os parâmetros da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.

Um dos principais objetivos é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis, contribuindo para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.

"Nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação, mas usá-la como instrumento de política pública, inclusive nas empresas, para evitar que haja espécies ameaçadas e principalmente espécies já extintas. Essa é a grande finalidade do qual esse trabalho aqui faz parte", disse o presidente do ICMBio, Mauro Pires.

Do total de espécies avaliadas, 5.513 têm ficha já publicada e 1.253 estão em alguma categoria de ameaça. Por meio do mecanismo de busca, é possível inserir a espécie pretendida (pelo nome comum ou pelo nome científico) e obter informações como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural e população.

A plataforma começou a ser feita em 2016, em um trabalho conjunto liderado pelo ICMBio e com apoio do Projeto Pró-Espécies, financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e WWF-Brasil.

Segundo o coordenador da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (Cofau) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a plataforma vai contribuir para a conservação das espécies ameaçadas. "O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna", disse.

A fauna brasileira é formada por mais de 100 mil espécies de animais, entre vertebrados e invertebrados. Todas as mais de 9.000 espécies conhecidas de vertebrados foram avaliadas.

Quanto aos invertebrados, que respondem pela grande maioria da fauna, há critérios para seleção das espécies que passam pelas avaliações. Além de subsidiar a elaboração de políticas públicas de preservação, a plataforma também consegue passar um panorama geral sobre a situação de cada bioma.

Avaliar populações de animais nos mais diversos biomas brasileiros e conhecer as possíveis ameaças:  queimadas, desmatamentos, destruição de habitat, caças e matanças deliberadas. Nesta quarta-feira (2), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou a evolução de estudos e a publicação de uma plataforma na internet que apresenta a situação de quase 15 mil espécies no país. Trata-se do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade, conhecido como Salve.  

Qualquer pessoa pode fazer pesquisa na plataforma, pelo nome popular ou científico do animal. Para o coordenador da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (Cofau) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a iniciativa vai contribuir para a conservação das espécies ameaçadas. 

##RECOMENDA##

“Precisamos avançar na realização de análises para estimar a tendência da biodiversidade no Brasil”, afirma. Ele explica que houve um aumento do número de espécies ameaçadas, mas o universo de espécies avaliadas também cresceu. 

Políticas públicas

O pesquisador Rodrigo Jorge explica que, a partir das avaliações feitas pelos cientistas, a perda e a degradação de habitat da fauna são algumas das principais ameaças. Segundo ele, há uma relação direta com o aumento do desmatamento nos últimos anos. 

“Fica evidente a necessidade urgente de reverter essa tendência. Por isso, a postura da atual gestão de priorizar o combate ao desmatamento traz boas perspectivas para a conservação da biodiversidade”, opina.

As pesquisas do ICMBio contaram com apoio do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção, e com a participação de especialistas da comunidade científica.

Como aponta a entidade, a iniciativa tem o objetivo de facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade. 

Catalogação

Dentro das quase 15 mil espécies avaliadas, já estão publicadas e disponíveis as fichas completas de 5.513 espécies. Segundo o ICMBio, a expectativa é que - até o final deste ano - sejam concluídos os trabalhos para a publicação de nova atualização da lista de espécies ameaçadas da fauna brasileira e disponibilização das fichas das espécies. 

“O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna”, diz Rodrigo. 

O ICMBio exemplifica que as informações disponíveis na plataforma podem ser utilizadas para processos de licenciamento ambiental. Acentua que “análises realizadas a partir dos registros de ocorrência de espécies disponibilizados no Salve permitirão verificar áreas de concentração de espécies ameaçadas”.

Segundo o instituto, o desenvolvimento da plataforma teve início em 2016 com profissionais do instituto. Esse processo de avaliação do risco de extinção das espécies da fauna brasileira foi conduzido pelos 13 centros nacionais de pesquisa e conservação (CNPC) do órgão.

Mais de 1,5 mil profissionais participam das avaliações. Os trabalhos seguiram o método de categorias e critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e os resultados são publicados somente após a validação das informações. 

Foto: Creative Commons

A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal decidiu nesta quinta-feira, 6, enviar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma sugestão para que o governo elabore projeto de lei pondo fim à pensão que o Estado paga para as filhas adultas de militares. Um parecer elaborado sobre o tema será enviado ao gabinete da Presidência.

O documento, de relatoria do senador Carlos Viana (Podemos-ES), acolhe uma sugestão enviada ao colegiado em 2018 pelo E-Cidadania, um espaço no site do Senado para propostas de cidadãos. A ideia ficou disponível para votação no site de agosto de 2018 a fevereiro de 2019, período no qual teve 57.330 votos favoráveis.

##RECOMENDA##

O documento foi aprovado na primeira sessão ordinária que a Comissão de Direitos Humanos fez neste ano. O grupo de 19 parlamentares que encaminhou a sugestão tem como presidente Paulo Paim, senador gaúcho do PT, e entre os integrantes os bolsonaristas Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).

Antigamente, as filhas maiores de idade dos militares falecidos tinham direito a uma pensão vitalícia enquanto permanecessem solteiras. O benefício foi instituído em 1960 e revogado em 2001, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, por meio de uma medida provisória.

As mulheres que já recebiam a pensão na época em que o benefício foi extinto têm direito adquirido e não foram afetadas pela extinção dele. Por outro lado, a medida provisória gerou um celeuma em relação às mulheres que poderiam receber o benefício no período, mas não haviam formalizado pedido.

A sugestão aprovada pela Comissão de Direitos Humanos diz que "que eventual projeto de lei para o aperfeiçoamento do tema deve partir do Poder Executivo, não sendo possível a autoria parlamentar". A Constituição prevê que devem sair da Presidência da República propostas legislativas que tratem sobre a carreira das Forças Armadas, bem como sobre eventuais custos aos cofres públicos.

Uma cifra bilionária é gasta anualmente pela União para pagamento de pensões a filhas maiores de idade de militares falecidos antes de 2001 (quando esse benefício foi revogado). Em 2020, essa receita chegou a R$ 19,3 bilhões, incluindo também outros tipos de dependentes, como viúvas e filhos incapazes. Como revelou o Estadão, o estado civil de "solteira", necessário para se continuar fazendo jus à benesse, oportuniza a prática de fraudes.

"É bem provável que o assunto não seja nem mesmo tocado pelo Palácio do Planalto. Com mais 10, 15, 20 anos, não haverá mais beneficiárias dessa questão", avaliou Carlos Viana, relator da sugestão. "Sou totalmente a favor de manter como está. Há uma legislação que precisa ser respeitada."

Questionada pela reportagem, a assessoria de Lula disse que ainda não recebeu o documento e, por ora, não comentará a sugestão. Como o documento tem caráter de sugestão, pode tanto ser acolhido pelo presidente e transformado em projeto de lei, quanto ser engavetado.

O governo e o setor financeiro discutem uma série de alternativas para equacionar os altos juros do crédito rotativo, e uma delas envolve o fim da modalidade na prática. Outras ideias incluem desestimular o parcelamento sem juros, seja por meio de tarifas mais altas aos comerciantes, seja com preços diferentes em vendas no cartão para pagamentos à vista ou parcelados, de acordo com pessoas que acompanham as discussões consultadas pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O assunto vem sendo discutido em grupo de trabalho criado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC), anunciado em abril. Inicialmente, chegou-se a falar em um teto para os juros no rotativo, mas a ideia foi descartada após o setor mostrar os prejuízos para a cadeia de cartões. Ao Estadão/Broadcast, o presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Rodrigo Maia, disse na segunda-feira, 22, que não há definições a respeito do tema.

##RECOMENDA##

Segundo um agente do setor, a proposta de "acabar" com o rotativo foi levada pelos bancos e não foi rechaçada pela Fazenda, que vinha apresentando outras soluções para tentar compensar uma redução nos juros do rotativo, como quer o governo. Dentre as outras opções, estão cobranças de taxas fixas no parcelado sem juros e a elevação da tarifa de intercâmbio.

Funcionaria da seguinte forma: se o cliente não pagar a fatura ou pagar o mínimo, o saldo devedor, em vez de entrar no rotativo, poderia ser parcelado em até 12 vezes, com uma taxa menor do que a cobrada hoje no rotativo. Em março, a taxa anual chegou a 430,5% ao ano, o maior porcentual desde março de 2017 (490,3%). No caso do parcelado, a taxa anual chegou a 192% em março.

Regra

Desde abril de 2017, há uma regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A proposta levada pelos bancos seria, na prática, reduzir esse prazo de um mês para zero.

Apesar de enfrentar resistências no setor, por potencialmente criar mais uma "jabuticaba" brasileira, a proposta é vista como uma solução possível, ainda que não ideal. Conforme um representante do setor, "seria uma possibilidade", pois "não prejudica o comércio, porque mantém o parcelado sem juros e não prejudica os adquirentes, porque não precisa mexer na taxa de intercâmbio."

Segundo um interlocutor, o diagnóstico sobre o rotativo é claro: há uma transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos, pois é a classe baixa que costuma acessar o produto. No entanto, é um problema difícil de resolver, considerando a cadeia longa, e que cerca de 80% das transações no cartão, nas modalidades à vista e parcelado sem juros, não geram receita de crédito.

Por outro lado, o fim do parcelado sem juros teria forte impacto sobre o comércio em um momento em que o governo tenta fazer com que a economia acelere. O setor estima que de 40% a 45% das transações com cartões de crédito sejam através do parcelamento sem juros.

"Acabar com o parcelado poderia atrapalhar a eletronização dos pagamentos e a inclusão financeira (...), justamente o oposto do que os reguladores tentam fazer", escreveu o analista Jorge Kuri, do Morgan Stanley, em relatório divulgado na última semana.

Discussão

Há discussões entre agentes do setor a respeito da atual estrutura do rotativo. Os bancos afirmam que os altos juros da modalidade financiam o parcelado sem juros. Em relatório recente, o JPMorgan afirma que 25% da carteira de cartões no Brasil tem rendimento via juros, enquanto os outros 75% são remunerados apenas por mecanismos como anuidade ou tarifas de intercâmbio. Em outras economias, inclusive da América Latina, a porção da carteira que gera margens é maior.

Parte do setor considera que não é correto afirmar que os emissores de cartões não são remunerados pelo risco. Segundo um agente do segmento que pediu sigilo, os bancos já são remunerados pela tarifa de intercâmbio, que é mais alta no crédito. Os bancos rechaçam essa percepção.

O intercâmbio é a tarifa estabelecida pelas bandeiras e paga pelas empresas de maquininhas aos emissores dos cartões em cada transação, como forma de remunerá-los. No Brasil, há limites de 0,5% nas tarifas em transações com cartões de débito, e de 0,7% em transações com cartões pré-pagos, estabelecidos pelo BC e que entraram em vigor em abril deste ano. No cartão de crédito não há limite, e as tarifas são superiores a 1%.

Questionado sobre as discussões do rotativo, o BC afirmou que não vai comentar. A Fazenda disse que não comenta medidas ainda não anunciadas. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que está em discussões técnicas com o BC e a Fazenda, e que ainda não há uma definição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) por meio da Medida Provisória (MP) 1.156/2023 dividiu opiniões em audiência na Comissão de Infraestrutura (CI) nesta quarta-feira (28). Enquanto representantes do governo defenderam a extinção do órgão e a realocação de seus funcionários e programas nos ministérios da Saúde e das Cidades, senadores e servidores da Funasa criticaram a proposta. A MP ainda aguarda a designação de senadores e deputados para a comissão mista.

A reunião foi conduzida pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), uma das signatárias da audiência pública. A parlamentar disse estranhar que o governo Lula tenha optado pela extinção da Funasa. Para ela, a fundação tem o potencial de ação social que, a seu ver, o governo tenta dar à gestão pública nos próximos quatro anos. Daniella criticou fortemente o desmonte que a Funasa já vem sofrendo — antes mesmo da votação da MP — e garantiu que esse desmonte não irá influenciar os parlamentares. 

##RECOMENDA##

— O desmonte não intimida nenhum senador ou deputado. Se estão desmontando, a decisão final será do Parlamento e, dependendo do nosso texto final, vão ter que remontar a Funasa talvez até mais estruturada do que estava. Além disso, a extinção da Funasa traz desemprego sim, porque os terceirizados e as milhares de parcerias com municípios vão ser prejudicados.

Daniella também concordou com a proposta do senador Cleitinho (Republicanos-MG) para que uma comissão da CI se reúna com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, visando articulações para derrubar a MP 1.156.  Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), o Parlamento deve reforçar o orçamento da Funasa, e não extingui-la. Já Izalci Lucas (PSDB-DF) teme que passar as políticas públicas da Funasa para os ministérios prejudicará ainda mais o cenário de saneamento básico, já que a seu ver as pastas federais tem como marca registrada "o excesso de burocratismo" e a infraestrutura pouco capilarizada. 

Soraya Thronicke (União-MS) foi outra que reclamou que a maioria dos prefeitos faz críticas à burocracia nas parcerias com os ministérios.

O presidente da CI, senador Confúcio Moura (MDB-RO), não descarta que a MP 1.156 nem sequer seja votada, diante do impasse em torno da tramitação das MPs que envolve Senado e Câmara. Se a MP perder a validade sem ser votada, a Funasa não será extinta.

A visão do governo Representante do Ministério das Cidades, Jamaci Avelino do Nascimento Júnior alegou que os indicadores de desempenho de saneamento da Funasa não convergem com as metas do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), conforme acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU). Há uma elevada chance das metas de cobertura de esgotamento sanitário rural e de universalização do abastecimento de água dos domicílios rurais não serem alcançadas, segundo o servidor.

Nascimento Júnior acrescentou que a Funasa não desenvolveu estratégias para enfrentar a estimativa de redução de 90% no seu quadro de pessoal nos próximos quatro anos, o que põe em risco sua viabilidade operacional. Ele alegou ainda que "a estratégia da Funasa para enfrentar o cenário de escassez de recursos orçamentários podia colocar em risco o cumprimento das metas do Plansab em si, que são de universalização do acesso à água, do esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem, etc.".

Ainda com base nos acórdãos do TCU, Avelino pontuou que a atuação da Funasa não tem sido suficiente para controlar doenças decorrentes do saneamento inadequado. Segundo o representante do Ministério das Cidades, o acórdão aponta que a Funasa não tem critérios de prioridade para beneficiar as cidades mais carentes. Ele também lembrou que pesquisa do TCU, com cerca de 1,2 mil prefeitos, apontou que muitos gestores municipais estariam insatisfeitos com a atuação da fundação.

Avelino defendeu que o deslocamento de parte das políticas da Funasa para o Ministério das Cidades possibilitará um programa estratégico de investimentos em infraestrutura, potencializando as parcerias público-privadas.

Outro ponto positivo seria retomar o papel do setor público como indutor do investimento nesta área, segundo ele.   Secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Elton Bernardo de Melo afirmou que na reorganização por que passa a pasta, caberá ao ministério gerenciar a cooperação com estados e municípios nas ações de epidemiologia, laboratório e demais ações de prevenção e controle de doenças. 

Já o secretário-executivo adjunto do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Adauto Modesto Júnior, frisou que nenhum servidor da Funasa terá perda financeira com a extinção do órgão. 

— E os servidores vão poder solicitar alteração da sua lotação caso não concordem com a maneira como a distribuição inicial foi feita pelo governo — afirmou Modesto Júnior.  Críticas à extinção Os servidores da Funasa presentes à reunião criticaram fortemente a extinção do órgão. Entre eles, Renan Lange afirmou que a Funasa ainda tem mais de quatro mil parcerias com estados, municípios e consórcios estaduais ou municipais.

No que tange às comunidades rurais, segundo Lange, são quase 1,5 mil atendidas, a despeito do número de servidores ter caído de 2,6 mil para cerca de 1,5 mil entre 2018 e 2022. 

— Eu queria também dizer que já estavam tentando acabar com a Funasa há algum tempo. Por quê? Na hora em que você não faz concurso num órgão e em que vai se aposentando o povo, a tentativa é de acabar — expôs o servidor.  Também servidora da Funasa, Helena Magalhães Lira disse que nunca houve conversa do governo com os servidores.   

— Nós não tivemos espaço de conversa, nós não fomos ouvidos, nós não fomos consultados, nós não fomos respeitados; nós estamos sendo obrigados a sair de nossas mesas aqui, nós estamos sofrendo assédio. 

*Da Agência Senado

Um filhote de tubarão, conhecido popularmente como cação, foi capturado por pescadores esportivos na praia de Boa Viagem, em frente ao Parque Dona Lindu, na Zona Sul do Recife. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o animal é retirado do mar. 

O biólogo André Maia explicou em seu perfil que o tubarão é um galha-preta e que a espécie sofre vulnerabilidade de extinção. Portanto, os pescadores teriam cometido crime ambiental se não devolveram o animal ao mar. 

##RECOMENDA##

Nas imagens, que teriam sido feitas na noite dessa terça-feira (21), o grupo utiliza anzol e uma rede para retirar o tubarão da água, mas não registraram a soltura. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, mas não obteve resposta até a publicação. 

[@#video#@]

O Brasil deve receber mais uma leva de ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) em 2023. Entre 30 e 50 aves devem chegar ao País, vindas da Alemanha, como parte do projeto de reintrodução da espécie na caatinga brasileira, duas décadas depois de ser considerada extinta na natureza, informa a Agência Brasil.

Segundo Camile Lugarini, coordenadora executiva do Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ideia é que os animais cheguem ao Brasil já no próximo mês.

##RECOMENDA##

O primeiro grupo de 52 ararinhas-azuis chegou a Curaçá (BA) em 2020, procedentes de um criadouro alemão. Foi nesse município baiano que o governo brasileiro criou unidades de conservação ambiental para garantir a proteção e o habitat desses animais na natureza.

Ali também foi construído um enorme recinto de adaptação para que as ararinhas reaprendam a viver soltas. As primeiras oito aves foram reintroduzidas na natureza em junho deste ano. No último dia 10, foram soltas mais 12. A ideia é soltar 20 aves, por ano, nas próximas duas décadas.

Cerca de 30 ararinhas são mantidas no cativeiro, na sede do projeto em Curaçá, como reservas para a reintrodução e como reprodutoras. Três filhotes já nasceram dentro do viveiro baiano e devem ser soltos na natureza, assim como devem ser libertados filhotes nascidos em um criadouro de Minas Gerais, a Fazenda Cachoeira.

No entanto, a principal fonte de animais para reintrodução continua sendo o criadouro alemão ACTP. Para a chegada dessa nova leva vinda da Alemanha, os pesquisadores aguardam a liberação da vigilância agropecuária do Brasil por causa de um surto de gripe aviária que atinge a Europa.

"Caso não seja possível trazer as aves em janeiro, a gente vai verificar se consegue, com os animais que nasceram aqui no Brasil, fazer uma soltura, porque uma coisa importante é o número de aves. Quanto maior o número no grupo, maiores são as chances de sucesso. Não adianta soltar uma ou duas, ou três ou quatro. Além de ter todo um critério, que leva em consideração a genética e a saúde, o número de animais também é fator importante".

Na natureza, as ararinhas têm, como principal risco à sobrevivência, a existência de predadores. Das 20 ararinhas-azuis soltas, três foram mortas por aves de rapina. Há ainda o risco de dispersão para áreas em que os pesquisadores não conseguirão monitorá-las e da ameaça de sua captura por traficantes.

Já chega a sete o número de onças-pintadas identificadas por pesquisadores brasileiros na região da Serra do Mar paranaense, área de Mata Atlântica. A espécie, que chegou a ser considerada extinta na região, voltou a ser registrada por armadilhas fotográficas em setembro de 2018. 

As descobertas dos pesquisadores do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar foram divulgadas na revista científica Oryx, publicada pela universidade britânica de Cambridge, em agosto passado. Após a publicação, adultos com filhotes foram registrados no local. O sétimo indivíduo da população foi avistado entre abril e outubro de 2022.

##RECOMENDA##

Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar/Fundação Grupo Boticário

“[A quantidade total dessa população] a gente desconhece. O que descobrimos é que existem ocorrências de onças, tanto machos e fêmeas, e também de filhotes. Isso foi posterior ao estudo publicado, mas quantos indivíduos existem, isso é o que a gente tá buscando saber a partir de agora”, destaca o pesquisador e coordenador técnico do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e doutor em Ecologia e Conservação, Roberto Fusco.

Segundo Fusco, as onças registradas estão em uma área florestal extensa e de difícil acesso. De acordo com o pesquisador, os animais foram pressionados a se deslocarem para áreas montanhosas e de difícil acesso, principalmente por conta da caça, desmatamento e extração de palmito.

“Na Serra do Mar [paranaense], esses animais encontraram refúgio em áreas montanhosas, mais remotas e com difícil acesso para humanos, fator que talvez tenha contribuído para que esses felinos ficassem tanto tempo sem serem registrados”, diz.

De acordo com o pesquisador, a confirmação dos animais na região classifica o bloco de floresta da Serra do Mar paranaense como uma área prioritária para conservação da onça-pintada na Mata Atlântica. 

“Uma vez que essa região é contínua a uma outra área prioritária já existente na Serra do Mar paulista, propomos uma expansão de 5.715 quilômetros quadrados a sul, o que torna o grande bloco de floresta da Serra do Mar paranaense e paulista a maior área prioritária para a conservação da onça-pintada na Mata Atlântica, totalizando 19.262 quilômetros quadrados”, diz Fusco.

Até a descoberta dos animais na região, a área era considerada como não ocupada de onça-pintada. “Agora muda toda a estratégia. O desafio maior é garantir a proteção da espécie ao longo do tempo e na redução das ameaças, que é a pressão de caça sobre a espécie e sobre as suas presas, como a paca, o cateto, o tatu, o porco do mato, e o veado”.

Fusco ressalta ainda que, com o aumento da população de onças na região, humanos e felinos terão de conviver. "Se, porventura, a espécie aumentar, que é o que a gente quer, precisamos trabalhar com a questão do conflito humano-fauna, para evitar que as pessoas matem a onça-pintada justamente por medo, por intolerância, ou por retaliação, no caso da onça predar animal doméstico de alguma propriedade rural”.

Redescoberta

O processo redescoberta da onça-pintada na região teve início em 2011, com a instalação de armadilhas fotográficas em algumas áreas específicas Serra do Mar paranaense. No entanto, nenhum indivíduo foi registrado. 

Moradores locais, porém, relatavam aos pesquisadores o avistamento dos animais em áreas afastadas. “A partir de então a gente começou a fazer um trabalho de entrevista com moradores, fizemos mais de 230 entrevistas em toda a região da Serra do Mar para buscar informações”, conta o pesquisador.

“A gente teve muita ajuda dos moradores locais para acessar essas áreas remotas, e a gente instalou armadilhas fotográficas. Aí sim, em alguns desses pontos, a gente obteve o registro da onça-pintada. Foi um macho e uma fêmea juntos. E, a partir daí, a gente monitorou, e começou a entrar em outras áreas também”.

O Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar é apoiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e o WWF-Brasil.

 

A Procuradoria Geral da República pediu, nesta terça-feira (14), ao Supremo Tribunal Federal (STF), que declare a extinção da pena imposta ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). A solicitação foi feita com base no indulto presidencial concedido ao parlamentar, em abril deste ano. Bolsonarista, Silveira foi condenado pela Corte a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado e à perda dos direitos políticos por estímulo a atos antidemocráticos e ataque às instituições da ordem brasileira, como o próprio Supremo.

Na manifestação, a vice-procuradora-Geral da República, Lindôra Araújo, defendeu o reconhecimento dos efeitos do indulto. Após a concessão do indulto, a defesa de Silveira havia enviado o perdão do Executivo ao Supremo e assim, o ministro Alexandre de Moraes encaminhou a demanda para análise da PGR, cujo chefe também é um procurador bolsonarista, Augusto Aras.

##RECOMENDA##

“O decreto de indulto individual é existente, válido e eficaz, sendo que a sua repercussão jurídica na punibilidade está condicionada à necessária decisão judicial que declara extinta a pena do condenado. A natureza jurídica dessa decisão judicial, por sua vez, angaria cunho declaratório, pelo que, após o provimento jurisdicional, a extinção da pretensão penal retroage à data de publicação do referido decreto no diário oficial da União”, cita trecho da manifestação.

Em relação à multa aplicada por Alexandre de Moraes, após o parlamentar descumprir medidas cautelares, como a utilização de tornozeleira eletrônica, a vice-PGR defendeu que elas sejam revogadas a partir da data de expedição do indulto presidencial, concedido em 21 de abril. “Ocorre que, as medidas cautelares não podem perdurar indefinidamente, encontrando limite máximo de duração no trânsito em julgado da decisão condenatória”, disse Lindôra.

“Além de serem instrumentais, as medidas cautelares penais são acessórias, provisórias e homogêneas, ou seja, não podem ser autônomas, mais gravosas que a própria sanção penal definitiva, nem podem durar por período indeterminado”, acrescentou.

Oito ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) serão soltas neste sábado (11) em uma área de preservação ambiental no interior da Bahia. A espécie é considerada extinta na natureza desde o ano 2000, quando desapareceu o último animal selvagem, que era acompanhado por pesquisadores.,

As aves que serão soltas - cinco fêmeas e três machos - fazem parte de um grupo de 52 trazidas de um criadouro da Alemanha para o Brasil, em 2020, com o objetivo de reintroduzir a espécie na natureza.

##RECOMENDA##

O coordenador do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul, Antonio Eduardo Barbosa, explica que esse primeiro grupo de oito aves foi escolhido entre os mais aptos a sobreviver na natureza.

“São animais sadios, que têm musculatura de voo, que interagem e que não apresentam comportamento agonístico, isto é, que não brigam com outro. São os animais mais aptos para a soltura”.

As ararinhas-azuis serão soltas com oito araras-maracanã (Primolius maracana), espécie com quem dividia o habitat natural e que tem hábitos semelhantes aos seus.

Nos últimos dois anos, as ararinhas passaram por processo de adaptação em um viveiro instalado na cidade de Curaçá, na Bahia, que envolveu a redução do contato com humanos, o convívio com araras-maracanã, o treinamento do voo, o reconhecimento de predadores e a oferta de alimentos que serão encontrados na natureza.

Para esse projeto de reintrodução, foram criadas, em 2018, duas áreas de preservação nos municípios de Curaçá e Juazeiro: a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul e o Refúgio da Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, que, juntas, somam 120 mil hectares.

“Será uma soltura branda, como chamamos. A gente abre o recinto, mas quer que as aves permaneçam ali. Será ofertada alimentação suplementar durante um ano, para que elas ainda visitem o recinto. Nessa fase experimental, queremos conhecer a dinâmica que as aves vão apresentar”, explica Barbosa.

Essa primeira soltura servirá para que os pesquisadores observem o comportamento da ararinha na natureza, ou seja, os locais que visitam, o que comem etc. Os animais estão marcados com anilhas e transmissores, que permitirão seu rastreamento por alguns meses.

A proposta é soltar mais 12 ararinhas em dezembro deste ano, totalizando 20 aves em liberdade na caatinga. Por enquanto, não há previsão do número de animais que serão soltos a partir de 2023, mas pelo menos parte deles continuará no viveiro de Curaçá como uma reserva para garantir a sobrevivência da espécie, a soltura de novos indivíduos e a reposição das esperadas perdas no ambiente.

Extinção

A ararinha-azul foi descoberta em 1819 e sofreu gradual processo de extinção na natureza, devido a fatores como a destruição do ambiente e a captura para o comércio ilegal de animais silvestres.

Em 1986, a última população selvagem conhecida tinha apenas três indivíduos. O último indivíduo conhecido, um macho, desapareceu em 2000, decretando-se assim a extinção da espécie na natureza.

A ararinha só não desapareceu por completo porque havia cerca de 50 indivíduos vivendo em criadouros espalhados pelo Brasil e o mundo.

Ainda na década de 90, o governo brasileiro começou um projeto de manejo para reprodução desses animais e a negociação do retorno, para o país, de parte das aves que estavam no exterior.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou, em 2012, um Plano de Ação Nacional (PAN) para aumentar a população cativa, proteger o habitat e promover a reintrodução da ararinha-azul.

Em 2016, o criadouro alemão Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) e o ICMBio lançaram o Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul, que permitiria a repatriação dos 52 animais quatro anos depois. Hoje, a população mundial de ararinhas é de quase 200 indivíduos, dos quais três nasceram no viveiro de Curaçá.

Os desembargadores da 7ª Turma Especializada do Tribunal Federal Regional da 2ª Região, decidiram, por unanimidade, extinguir uma ação popular que cobrava da ex-presidente Dilma Rousseff uma suposta 'reparação dos prejuízos' em razão de 'pedaladas fiscais'.

Os magistrados acolheram recurso da defesa da ex-presidenta contra decisão proferida pelo juiz Alberto Nogueira Júnior, da 10ª Vara Federal do Rio em 2020. O julgamento se deu em sessão virtual realizada no último dia 16. A ata foi publicada na sexta-feira, 25.

##RECOMENDA##

"Certifico que a 7ª Turma Especializada, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, proferiu a seguinte decisão: A 7ª Turma Especializada decidiu, por unanimidade, dar provimento ao recurso de apelação de Dilma Vana Rousseff, reformando integralmente a sentença atacada para extinguir o feito sem resolução do mérito", registra o documento.

Em primeiro grau, Nogueira Júnior acolheu parcialmente a ação popular e determinou que Dilma indenizasse a União por danos materiais e morais, em valor correspondente 'ao total do endividamento público apurado pelo Tribunal de Contas da União'.

A ação popular foi ajuizada em 2016, antes de a presidente Dilma sofrer impeachment, e também atingia o ex-vice da petista, Michel Temer. Logo no início da tramitação processual, no entanto, o juízo inadmitiu a ação contra o emedebista por considerar que 'ele não praticou quaisquer dos atos que levaram o TCU a rejeitar a prestação de contas da presidência em 2014.

A juíza Geraldine Vital, da 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro, julgou improcedente ação contra a União, os ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e os ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e José Sergio Gabrielli ligada à construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Contratos desse braço da Petrobras foram o primeiro alvo da Operação Lava Jato, em 2014, e são objetos de outros processos. Na ação em questão, a magistrada entendeu que não há, nos autos, prova "demonstre que a construção da RNEST seja lesiva à cidadania brasileira", como alegado.

"Para caracterizar o dano moral coletivo é necessário que a ofensa extrapole o âmbito individual e cause repercussão coletiva, mediante a repulsa geral da sociedade diante do ato antijurídico. No caso concreto, não restou demonstrado nestes autos que a construção da RNEST seja ilegal, imoral ou mesmo que tenha lesado os cofres públicos. Ainda que tudo isso possa vir a ser demonstrado em outros processos judiciais que também tratam da construção da Refinaria Abreu e Lima, fato é que, nesta ação popular, não há elemento probatório que corrobore as afirmações autorais", escreveu a juíza em despacho datado de sexta-feira, 17.

##RECOMENDA##

O processo que acabou extinto foi impetrado na Justiça Federal fluminense em 2013, pedindo a anulação de todos os atos administrativos ligados à construção da Refinaria de Abreu e Lima, a paralisação definitiva da obra e a reversão à Petrobras de todo o ativo separado para o investimento, Além disso, o processo requeria o pagamento de danos morais, com reversão da verba para o Fundo Especial de Apoio a Programas de Proteção e Defesa do Consumidor de todos os Estados da Federação sob a alegação de que a construção da refinaria seria "um projeto irresponsável e inconsequente, com custo previsto de R$ 20 bilhões".

Ao analisar o caso, Geraldine Vital ponderou que, quanto aos pedidos de paralisação da obra, há "perda de objeto", considerando que a Refinaria Abreu e Lima terminou de ser construída e iniciou suas operações no ano de 2014. Na mesma linha, a magistrada considerou que também não é mais cabível o pedido de restituição dos gastos usados no investimento, uma vez que os "valores investidos pela Petrobras e pela União foram efetivamente utilizados na obra de construção da RNEST, e o investimento reverteu-se na construção da refinaria".

A juíza evocou parecer do Ministério Público Federal e destacou que a ação discutia a viabilidade da obra, com base na alegação de que a construção da RNEST seria um "projeto irresponsável, inconsequente, e fruto de um desplanejamento". No entanto, segundo Vital, a prova juntada aos autos não corrobora tal versão, "especialmente tendo em vista que a obra foi de fato concluída e a refinaria está atualmente em atividade".

"Eventual discussão acerca da excessividade dos gastos ou da ocorrência de corrupção na construção na refinaria fogem do escopo dessa demanda, especialmente tendo em vista que nestes autos não foi produzida nenhuma prova nesse sentido, bem como que essa questão está sendo devidamente apurada na seara criminal e também sob a luz da lei de improbidade administrativa", escreveu a magistrada.

Novamente seguindo a Procuradoria, a juíza destacou que as obras realizadas e os contratos delas decorrentes são objeto de investigação e ações que visam reparar os danos causados aos cofres públicos, não devendo ser tratados na ação popular em questão, "sob pena de haver decisão conflitante".

Por fim, ao analisar o pedido restante, que pedia o pagamento de danos morais sob o argumento de que os atos dos réus "seriam imorais e lesivos à cidadania brasileira", Geraldine Vital ponderou que a ação popular "não indicou com clareza" o motivo a indenização e ainda não apresentou argumentação sobre a "existência de dano moral coletivo advindo da conduta dos réus".

"Na parte dos pedidos, o autor traz pela primeira vez a questão da indenização por supostos danos morais, sem, contudo, individualizar quais condutas seriam ensejadoras da alegada responsabilidade civil. Menciona o autor, somente, que os danos morais seriam devidos pelo fato de os atos dos réus serem imorais e lesivos à cidadania brasileira", assinalou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou nesta quarta-feira, 17, que vai ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a extinção do programa Bolsa Família pelo governo Bolsonaro.

Segundo a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, a petição deve ser encaminhada à Corte na próxima semana. A sigla ainda avalia quais medidas serão pedidas na ação.

##RECOMENDA##

"O fim desse programa sem um programa estruturado em seu lugar, com regras claras, coloca a população em um estado de maior vulnerabilidade. Seria com base na Constituição", declarou Gleisi durante entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara, ao lado de correligionários.

O líder do PT na Câmara, Bohn Gass (PT-RS), disse que, dos 39,3 milhões de beneficiários do Auxílio Emergencial, o número caiu para 14,5 milhões com o Auxílio Brasil - pelas contas dos petistas, 24,8 milhões de pessoas ficaram sem nenhuma renda. "São milhões de pessoas que vão engrossar a fila do osso nos açougues, num momento em que os preços dos alimentos disparam, a inflação é alta, os salários estão congelados e o desemprego atinge milhões de pessoas", disse.

O Bolsa Família teve a última parcela paga em 29 de outubro, sendo substituído pelo Auxílio Brasil. O novo programa, no entanto, foi instituído por Medida Provisória, ainda não aprovada pelo Congresso. Segundo o presidente Jair Bolsonaro, o piso do benefício será de R$ 400.

Mas, para isso, é necessária aprovação da PEC dos Precatórios pelo Senado, que abriria espaço no teto de gastos para pagamento do valor. No entanto, só haveria recursos para manter os R$ 400 até o fim de 2022, ano da eleição presidencial.

O pica-pau-bico-de-marfim, que inspirou o famoso desenho animado, vai ser declarada extinta junto com mais outras 22 espécies pelo Serviço de Peixes e Vida Selvagem dos Estados Unidos. A informação é do The New York Times.

O desenho americano Pica Pau chegou ao Brasil na década de 50, na antiga TV Tupi e nunca deixou de fazer sucesso. O cartoon chegou a virar filme lançado em 2017. 

##RECOMENDA##

“Os impactos das mudanças climáticas, juntamente com a perda e degradação do habitat, estão empurrando cada vez mais espécies de vida selvagem para o limite. Hoje estamos anunciando etapas críticas para garantir que a lei possa ajudar a conservar as aves hoje e no futuro", disse a secretária do Interior, dos EUA, Deb Haaland.

O Diário Oficial do Rio de Janeiro de hoje (19) publicou a tramitação, para comissões da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), do Projeto de Lei 4.673/21, de autoria do deputado Anderson Moraes (PSL-RJ), que propõe a extinção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a transferência do seu patrimônio e alunos para a iniciativa privada. Apesar de ser datado de maio passado, o projeto só foi publicado hoje no Diário Oficial.

O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT) confirmou que o documento está no sistema da Casa, mas garantiu que a chance de ser colocado em votação, na sua gestão, é nula. "Enquanto eu for presidente, este é um debate que não vamos enfrentar", afirmou Ceciliano.

##RECOMENDA##

Em nota assinada pelo reitor Ricardo Lodi Ribeiro, a Uerj repudiou, mais uma vez, o projeto. “A proposta, tão inconstitucional quanto estapafúrdia, não merecerá apoio da esmagadora maioria da Alerj, que reconhece a importância da universidade para a população fluminense e brasileira, para a educação, a ciência e a tecnologia de nosso país, constituindo-se no maior projeto de inclusão social e na maior agência de políticas públicas do nosso estado”.

Na avaliação do reitor, a iniciativa não tem “qualquer compromisso com a democracia, com o progresso da ciência, com a educação”. A Uerj considera que a proposta está ligada a “interesses inconfessáveis”. A Uerj já está em articulação com o parlamento fluminense para abortar a proposta. “A Uerj não será extinta porque ela muda a vida das pessoas para sempre”, conclui a nota.

Na última semana, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (FWS) anunciou que o grupo de raposas vermelhas que vivem em Serra Nevada, Cordilheira na Califórnia, estão ameaçadas de risco de extinção. O total de animais que integra o grupo é de aproximadamente 40 indivíduos, e agora estarão sob a Lei de Espécies Ameaças, que entrará em vigor em 2 de setembro deste ano, e visa proteger os animais para garantir a recuperação da espécie.

Em comunicado oficial, o diretor regional do FWS California, Paul Souza, informou que já possui parceria com instituições para trabalhar em conjunto, a fim de implementar políticas públicas e práticas de conservação, para assim, diminuir os riscos de extinção e eliminar toda e qualquer situação que possa vir a perturbar o habitat natural dessa espécie rara de animais.

##RECOMENDA##

De acordo com a FWS, existem diversos fatores que contribuem para a diminuição drástica dessa espécie de raposa vermelha, assim como incêndios, grandes períodos de secas e competição com coiotes. Segundo instituições florestais dos Estados Unidos, a caça e captura dos animais é uma hipótese descartada, já que desde a década de 70 foi instituída a lei de proteção contra caçadores.

A raposa vermelha costuma medir aproximadamente um metro de comprimento, além de seu rabo que pode ter entre 30 e 50 centímetros e geralmente escolhem tocas para viver,  evitam desertos e florestas densas. Para evitar os grandes predadores, as raposas costumam escolher o período noturno para caçar e se alimentam de pequenos roedores como ratos, filhotes de aves e coelhos, além de comerem frutas e grãos durante a estação do outono

O abate de jumentos no Brasil cresceu 8.000% e ameaça a espécie de extinção no Brasil. Segundo a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP), a comercialização da pele no mercado externo, tanto de forma legal quanto ilegal, é o que está ameaçando os animais. 

A FMVZ mostra que, considerando apenas os registros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o abate aumentou mais de 8.000% entre 2015 e 2019, quando foram mortos 91.645 animais.

##RECOMENDA##

Para se ter ideia, entre 2010 e 2014, foram pouco mais de 1.000 abates de jumentos no Brasil. Por isso, os pesquisadores apontam que o ritmo atual de abate coloca em risco a espécie, que tem um rebanho estimado no país de 400 mil animais. 

As estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) sobre a exportação de peles cruas e couros, mencionadas no trabalho, incluem, além dos jumentos, cavalos e mulas, e mostram que entre 2002 e 2019, os principais destinos das exportações brasileiras eram Itália, Portugal, Hong Kong, Espanha e China.

O juiz eleitoral Emilio Migliano Neto, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, extinguiu nesta segunda-feira (12) a ação penal eleitoral contra o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que respondia por crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, além de aplicação irregular de recursos em campanha eleitoral. Segundo o juiz, o crime de lavagem prescreveu no ano passado, e o crime eleitoral em 2017.

Delúbio foi acusado de dissimular a origem de R$ 12 milhões, que teriam sido repassados pelo pecuartista José Carlos Bumlai de forma indireta ao PT. Segundo o Ministério Público Eleitoral, com base em um inquérito da Polícia Federal, o valor foi transferido por Bumlai ao Figorífico Bertin e depois distribuído entre campanhas eleitorais.

##RECOMENDA##

A investigação que levou o ex-tesoureiro do PT para o banco dos réus foi realizada pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Em um processo que teve origem na mesma investigação, Delúbio foi condenado a cinco anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, que então comandava a 13ª Vara Federal de Curitiba.

O caso teria ocorrido nas eleições municipais para a prefeitura de Campinas, em 2004. Além de Delúbio, também foram liberados de condenação outros cinco réus.

Quando o caso foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato, o prazo de prescrição para o crime chegou a ser suspenso pela Justiça quando a ação foi recebida, em 2016. Três anos depois, porém, o processo foi enviado para a Justiça Eleitoral por decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que atendeu um pedido da defesa. A prescrição do crime ocorreu porque, uma vez que foi remetido para outra esfera do Judiciário, o período em que a ação ficou na Justiça Federal passou a ser incluído na contagem.

"Lamentavelmente, a manutenção da persecução penal, nestes autos, seria de todo

infrutífera e inútil, pois ausente o interesse de agir por parte do Estado ante a evidente prescrição em abstrato da pretensão punitiva dos crimes em análise", escreveu Migliano Neto na sentença.

As acusações

Segundo a Lava Jato, o Banco Schahin teria concedido, em 2004, um empréstimo de R$ 12 milhões ao empresário e pecuarista José Carlos Marques Costa Bumlai. O valor, no entanto, teria como destinatário real o PT. Bumlai teria sido um ‘laranja’, segundo o Ministério Público Federal.

A acusação diz que o empréstimo só foi quitado cinco anos depois mediante ‘contrato de doação em pagamento fraudulento’. O valor teria sido compensado por meio da contratação da Schahin, pertencente ao mesmo grupo empresarial do banco, pela Petrobrás para operar o navio-sonda Vitória 10.000, em 2009.

Delúbio foi acusado de ter ordenado o pagamento, atuado na obtenção do empréstimo fraudulento e participado na distribuição dos valores aos destinatários finais em dois casos: no repasse de R$ 95 mil pela Bertin Ltda para a empresa King Graf, prestadora de serviços da campanha eleitoral do PT para a prefeitura de Campinas; e na transferência de R$ 3,905 milhões para as empresas NDEC Núcleo de Desenvolvimento de Comunicação e Omny Par Empreendimentos e Consultoria Ltda., ‘no interesse da campanha eleitoral de Hélio de Oliveira Santos para o executivo de Campinas’.

A acusação relata ainda a transferência de R$ 150 mil para a empresa Castellar Modesto Guimarães Filho, com o objetivo de dissimular o pagamento de vantagem indevida para o empresário Laerte de Arruda Corrêa Junior e Delúbio.

A Diretoria do Parque Nacional de Galápagos (PNG), no Equador, anunciou na terça-feira (25) a descoberta de uma tartaruga que se acreditava estar extinta há mais de cem anos. O animal foi encontrado dois anos atrás na Ilha Fernandina e transferido para o Centro de Criação de tartarugas gigantes do Parque, mas até o momento não se sabia qual espécie ele pertencia.

O animal foi então submetido a estudos genéticos para identificar sua origem, realizados pela Universidade de Yale, nos EUA. Os cientistas identificaram como a espécie Chelonoidis phantasticus. "A Universidade de Yale revelou os resultados de exames genéticos e a respectiva comparação de DNA que foi feita com um espécime extraído em 1906", disse o Parque de Galápagos em um comunicado.

##RECOMENDA##

O Parque Nacional de Galápagos está preparando uma expedição para procurar mais tartarugas gigantes na tentativa de salvar a espécie.

"Estamos planejando uma grande expedição no segundo semestre deste ano para a Ilha Fernandina, onde foram encontradas amostras de excrementos de tartaruga, o que dá esperança da existência de outros indivíduos da espécie encontrada", explicou o diretor da PNG, Danny Rueda.

'Fernanda', como foi apelidada a tartaruga, pode ter entre sessenta a "cem anos talvez", explicou, Washington Tapia, diretor da Galapagos Conservancy. Segundo o pesquisador, é muito difícil calcular a idade exata de um quelônio. A tartaruga tem 54 centímetros de carapaça, pequena em comparação com a maioria, que pode medir mais de 1,5 metros de comprimento. Ela também tinha pouco peso quando foi encontrada em seu habitat, mas em cativeiro ganhou volume e está bem de saúde.

As Ilhas Galápagos serviram de base para a "Teoria da Evolução das Espécies" do cientista britânico Charles Darwin no século 19, muitas variedades de tartarugas vivem junto com flamingos, atobás, albatrozes e cormorões - uma família de uma espécie de ave aquática.

Elas também abrigam muitos exemplares de flora e fauna ameaçados de extinção. A população atual de tartarugas gigantes de várias espécies está estimada em 60 mil, de acordo com dados do Parque Nacional de Galápagos. (Com agências internacionais)

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) determinou o fim do Grupo de Atuação Especializada e Combate à Corrupção (Gaecc), nesta quarta-feira (3), conforme noticiado pelo portal G1.

Entre outros casos, o núcleo investigou a suspeita de "rachadinha" do senador Flávio Bolsonaro da época em que ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

##RECOMENDA##

O MPRJ também definiu que os trabalhos do Gaecc serão repassados a um departamento a ser criado dentro do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A decisão, assinada pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Oliveira Mattos de Souza, foi confirmada no Diário Oficial do MPRJ nesta quinta-feira (4).

A resolução aponta que o novo núcleo no Gaeco "atuará no combate às milícias, ao tráfico de drogas e à lavagem ou ocultação de bens" e ficará responsável por investigar crimes contra a administração pública, como os relacionados a licitações.

No final de 2020, de acordo com o G1, 21 dos 22 promotores do Gaecc já haviam sido exonerados, e as vagas não foram preenchidas.

Na investigação contra Flávio Bolsonaro, a estimativa é de desvio de R$ 6 milhões no suposto esquema, conhecido como "rachadinha", em que os funcionários devolvem parte dos salários ao parlamentar.

Da Sputnik Brasil

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando