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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) cobrou dos sabatinados Flávio Dino (PSB-MA), atual ministro da Justiça e senador licenciado, e do subprocurador-geral da República, Paulo Gonet, seus posicionamentos sobre temas como cotas raciais, união homoafetiva e adoção de crianças e adolescentes através de casais homoafetivos. As perguntas aconteceram durante a sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (13), e que debate as indicações de Dino e Gonet às vagas de ministro do Supremo e Procurador-Geral, respectivamente.

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O ministro foi questionado apenas sobre as questões relacionadas à homoafetividade, enquanto Gonet foi também perguntado sobre sua opinião quanto às cotas raciais; a pergunta específica ao subprocurador aconteceu diante de falas feitas no passado e que teriam negado a importância das cotas como método de diminuição da discriminação de pretos e pobres. O jurista esclareceu as declarações passadas e frisou que o casamento homoafetivo deve ser reconhecido, mas que esta é uma opinião pessoal e que sua atuação como PGR aconteceria em respeito à legitimidade de ações legislativas.

 "O artigo que escrevi sobre cotas no passado foi lido em alguns lugares, apenas em partes, e a descontextualização acabou atribuindo a mim o sustento de ideias que nunca defendi. Nunca disse que era contrário às cotas, tanto no artigo como hoje, digo que a cota é um dos instrumentos da ação afirmativa dos estados. [...] A cota em favor dos negros e das pessoas que sofrem discriminação historicamente, e que, portanto, não possuem o mesmo ponto de partida que a maioria tem, me parece perfeitamente justificada. O que digo sempre é que já que a cota impacta o interesse de outras pessoas e envolve uma harmonização de direitos da sociedade, é um assunto que deve ser definido pelos senhores, agentes políticos. É uma questão de estabelecer balanços entre direitos fundamentais e quem pode estabelecer isso, em primeiro lugar, é o Legislativo", disse Gonet.

Ele acrescentou: "para que as cotas não sejam, de um modo leviano, excluídas como possibilidade de adoção no país, é preciso que haja em torno do tema uma abordagem técnica, metódica". Em resposta ao pedido de Contarato, de que, ao responder, o subprocurador tomasse a Constituição Federal "como bíblia", Paulo Gonet disse: "Não tomo a Constituição como bíblia e nem minha bíblia como Constituição. No espaço técnico a linguagem tem que ser técnica, os argumentos devem ser tomados dentro da linguagem comum do seu espaço".

Senador Fabiano Contarato (PT-ES) carrega a Constituição durante discurso em sabatina na CCJ. Foto: Agência Senado

União homoafetiva

Um dos porta-vozes da luta LGBTQIA+ no Congresso Nacional, Fabiano Contarato foi enfático ao cobrar dos sabatinados posicionamentos diretos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção por parte desses grupos. O parlamentar perguntou também a opinião dos convidados sobre a constituição de família e a defesa igualitária de direitos civis.

“O senhor é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo? É a favor da adoção por casais homoafetivos? São duas perguntas simples. Como PGR, como guardião da espinha dorsal do Estado de Direito, o senhor é a favor dessas questões?”, questionou o legislador. 

Gonet respondeu à pergunta de duas formas; como faria caso Procurador e também sua opinião pessoal sobre os temas. "É muito simples, senador, como jurista, eu estou afeito ao que vossas excelências decidem, ao que o Supremo decide. Se o legislador admite a união estável ou casamento de pessoas do mesmo sexo, como jurista, é óbvio que eu tenho que admitir isso também. Se quer uma opinião pessoal: eu acho que seria terrivelmente injusto que duas pessoas que vivem juntas não tivessem nenhum reconhecimento desse fato. Diante de uma separação, não tivessem nenhuma regra do Estado para protegê-los. Acho que o amor que vossa excelência e seu companheiro têm por seus filhos é algo que merece admiração da cidadania. Isso é pessoal, dada a empatia que desenvolvemos nos últimos dias, mas como jurista, não posso ser contra àquilo que está decidido por vocês dentro da competência de vocês sobre direito de família", replicou o subprocurador.

Já Flávio Dino, respondeu à pergunta de forma protocolar e não citou nenhum dos temas nominalmente. "A nossa Constituição vai do título um ao nove e faz uma hierarquização valorativa, em que você parte dos princípios, depois os direitos e assim sucessivamente. A prioridade são os princípios e direitos aos quais todo o sistema estatal está à disposição para executá-los e acredito que todos os ramos do Judiciário devem cumprir o seu papel de ajudar a diminuir conflitos e estabilizar a sociedade, contribuindo para com que as leis sejam cumpridas a fim de que os valores e princípios que abrem a Constituição sejam atendidos, inclusive, este que vossa excelência apontou, de uma sociedade justa e que não haja desigualdades sociais e regionais, portanto, minha posição é de estrito cumprimento desses mandamentos constitucionais", respondeu Dino. 

 

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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou, nesta segunda-feira (3), que vai entrar com uma ação contra o pastor e cantor André Valadão por incitação à violência e manipulação da fé. Nesse domingo (2), o bolsonarista usou a sua pregação durante um culto para difundir um discurso de ódio e incentivar os fiéis a matar quem é LGBTQIA+.

Em reação ao posicionamento de Valadão, Contarato defendeu a comunidade LGBTQIA+ dos ataques criminosos.

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“Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência”, escreveu no Twitter.

O senador ainda emendou: “Em um país onde tanto se mata LGBTQIA+, André Valadão não pode falar em nome de Deus. Deus é união, amor, respeito e tantos sentimentos bons, jamais um incentivador de discurso de ódio e de assassinatos em massa”.

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Ao pregar durante o ato religioso nesse domingo, Valadão disse que se Deus pudesse, “matava tudo”, ao se referir à comunidade LGBTQIA+. 

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: não, não, não. Pode parar, reseta”, começou o pastor. “Ai Deus fala: Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas prometi para mim mesmo que eu não posso. Agora tá com vocês”, emenda.

Logo em seguida, Valadão reforça o chamado: “não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.

A postura levou o nome de Valadão aos assuntos mais comentados desta segunda-feira no Twitter.

Esta não é a primeira vez que Valadão faz um discurso de ódio contra os LGBTQIA+. Recentemente ele declarou que Deus 'odeia' o orgulho da comunidade. Por conta disso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou uma denúncia no Ministério Público do estado de Minas Gerais contra o líder da Igreja Batista de Lagoinha.

 

O Prêmio Adoção Tardia será entregue em sessão marcada para terça-feira (20), às 9h, no Plenário do Senado. Em sua segunda edição, a premiação é um reconhecimento a pessoas e instituições que desenvolvem iniciativas voltadas para a adoção de crianças e adolescentes fora do perfil procurado pela maioria das famílias. 

A criação do prêmio foi aprovada em 2021 pelo Senado. A iniciativa foi do senador Fabiano Contarato (PT-ES), defensor da adoção tardia e pai de duas crianças adotadas. Segundo o senador, o processo de adoção de crianças e adolescentes demora devido ao perfil que os adotantes buscam, costumando excluir crianças com mais de três anos de idade, com irmãos, com deficiência ou doença crônica. 

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O prêmio é entregue anualmente a cinco cidadãos ou empresas que estejam vinculados a ações voltadas à promoção da adoção tardia, caracterizada como a adoção de crianças com idade igual ou superior a três anos; crianças ou adolescentes com irmãos; e crianças ou adolescentes com deficiência, doença crônica ou necessidades específicas de saúde. 

A entrega do prêmio é realizada em sessão do Senado convocada especialmente para essa finalidade. No ano passado, a premiação foi realizada no Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio. Mas não há obrigatoriedade para que as datas sejam coincidentes. 

Na primeira edição do prêmio, foram homenageadas quatro instituições: Grupo de Apoio à Adoção de Belo Horizonte (MG); Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), pelo projeto "Em Busca de um Lar"; Tribunal de Justiça do Espírito Santo, pela campanha "Esperando por Você"; e Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, pelas iniciativas como os projetos "Dia do Encontro" e "Busca-se" e o aplicativo Adoção. Além desses, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu também premiar o senador Fabiano Contarato como reconhecimento por sua atuação em defesa da Adoção Tardia.

*Da Agência Senado

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) anunciou em Plenário nesta terça-feira (13) uma proposta para a concessão de benefício mensal de um salário mínimo a quem adotar criança ou adolescente acima de 3 anos, a ser pago até que o adotado complete a maioridade. Citando estatísticas, Viana ressaltou que o maior obstáculo à adoção tardia é o perfil restrito dos pretendentes quanto à idade das crianças. 

— Além de estimular a adoção de crianças mais velhas, também proporcionará um reforço na renda das famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. Nós incentivaremos aqueles que ganham pouco, que dividem com muito sacrifício seu ganha-pão, a abrir suas portas — mencionou. 

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Segundo o projeto, os valores do benefício deverão ser ressarcidos integralmente pelos adotantes em caso de devolução da criança ou do adolescente, de modo a evitar abusos. O senador também considera que o impacto orçamentário do incentivo será muito pequeno, uma vez que os benefícios em longo prazo da medida deverão superar muito os custos financeiros iniciais. 

Viana — que também defende, em projeto de lei de autoria dele (PL 2.959/2023), o prazo de 18 meses para o encerramento de processos de adoção — citou dados do Cadastro Nacional de Adoção que apontam a existência de mais de 49 mil pretendentes registrados e somente 7.891 crianças e adolescentes disponíveis, e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a demanda predominante por crianças de até 3 anos. Para ele, os números são efeito de um sério problema social.

  — É lamentável constatar que um número considerável de crianças e adolescentes crescem em instituições, privados do direito básico de terem uma família. Aos 18 anos são obrigados a deixar os abrigos, sem nenhum tipo de referência ou mesmo uma formação profissional obrigatória.

Em aparte, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) mencionou o preconceito dos pretendentes contra crianças mais velhas e adolescentes e também defendeu mais celeridade nas sentenças de destituição familiar — o que, segundo ele, facilitará os processos de adoção. 

*Da Agência Senado

O senador e ex-juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro (União Brasil-PR), discutiu com o senador Fabiano Contarato (PT-ES), durante uma votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta quarta-feira (29). A sessão debatia o Projeto de Lei (PL) 1.899/2019, que proíbe a contratação de pessoas condenadas por crime hediondo. 

O embate começou quando o senador petista criticou a atuação de Moro durante o período em que foi juiz da Operação Lava Jato e ministro da Justiça do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, Sérgio Moro foi o responsável por emitir a sentença que deixou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preso.

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"Não soube se portar como juiz, violou o princípio da paridade de armas, violou o contraditório e ampla defesa, violou o que é mais sagrado dentro do processo penal, os fins não justificam os meios. Não satisfeito, integrou o Ministério da Justiça e saiu denunciando interferência da Polícia Federal", disse Contarato.

Em resposta, o ex-juiz criticou os governos do Partido dos Trabalhadores no executivo federal. “Não vou falar aqui do roubo da Petrobras de R$ 6 bilhões nos governos do PT, o seu partido. Não vou falar aqui que a condenação do presidente da República foi feita não só por mim, mas por três juízes em Porto Alegre, por cinco juízes no STJ e a anulação depois foi por motivos formais, ninguém declarou o presidente inocente”, exclamou.

O senador petista se irritou com a declaração de Sérgio Moro, interrompeu o senador e lembrou que o parlamentar foi considerado suspeito no processo que levou Lula à prisão em 2018. “Foi reconhecido que o senhor foi suspeito, isso é a pior chaga. É uma decadência moral”, frisou Fabiano Contarato.

Em junho de 2021, por 7 votos a 4, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Moro agiu de forma parcial na ação penal contra Lula referente ao triplex no Guarujá (SP). Mesmo com o mandato de senador tão recente, esta não é a primeira vez que Sérgio Moro discute com um aliado da atual gestão durante os trabalhos do Senado.

No dia 15 de março, o parlamentar entrou em confronto com o senador pelo estado de Sergipe, Rogério Carvalho (PT). O petista disse que Moro teve “uma atuação criminosa” contra Lula e Moro rebateu afirmando que o PT foi protagonista de casos de corrupção no país.

Em reunião nesta quarta-feira (8), a Comissão de Meio Ambiente (CMA) elegeu a senadora Leila Barros (PDT-DF) como presidente para o biênio 2023-2024. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) vai ocupar a vice-presidência da comissão. A eleição ocorreu por unanimidade, de forma simbólica e foi fruto de acordo entre as lideranças partidárias do Senado. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) dirigiu os trabalhos e desejou boa sorte aos eleitos.

Leila prometeu dialogar com todos os membros e respeitar as opiniões divergentes. A senadora informou que já pediu o levantamento dos principais projetos que aguardam votação dentro da CMA e apontou que o tempo da pandemia do coronavírus terminou comprometendo o funcionamento da comissão. Leila disse ter a consciência de que sua responsabilidade é muito grande e agradeceu o apoio dos colegas.

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"Nosso compromisso é com o meio ambiente. Vamos debater o que o Brasil precisa para crescer de forma sustentável", declarou. 

Dia da Mulher 

Para Contarato, a eleição de Leila é simbólica, por ocorrer no Dia Internacional da Mulher. O senador disse que é preciso “caminhar de mãos dadas, mas também fazer os alertas devidos”. Na visão de Contarato, a responsabilidade ambiental é importante, principalmente, para as parcelas mais vulneráveis da população, como os moradores de periferia e os indígenas. O senador ainda fez questão de agradecer os servidores e funcionários da equipe técnica da comissão e disse que vai trabalhar com foco nos interesses da população brasileira. 

O senador Jaques Wagner (PT-BA), que ocupou a presidência da CMA no último biênio, se disse alegre pela confirmação dos nomes de Leila e Contarato na liderança da comissão. Ele também destacou o fato de uma senadora assumir a presidência da CMA no Dia Internacional da Mulher. Como líder do governo no Senado, Jaques Wagner disse que o governo do presidente Lula tem o meio ambiente como uma das pautas prioritárias.

O senador Jayme Campos (União-MT) se disse feliz com a eleição de Leila e apontou o meio ambiente como uma pauta mundial. Ele ainda pediu que a comissão não seja transformada em um palco político. Para o senador Marcos do Val (Podemos-ES), a senadora Leila vai dar protagonismo à CMA. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) disse que, nos últimos quatro anos, o Brasil registrou um grande retrocesso, inclusive na área ambiental. Na visão de Eliziane, esse cenário torna a CMA uma das comissões mais importantes do Senado.

"Conte conosco, como militantes da causa ambiental, neste novo desafio", afirmou a senadora.

Abstenção 

Apesar de a eleição ter sido simbólica e a votação ter sido anunciada como unânime, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) pediu para registrar em ata a abstenção dos senadores do bloco Vanguarda (PP, Republicanos, PL e Novo). A senadora manifestou a discordância do bloco sobre a forma como vem sendo conduzida a eleição para a presidência das comissões do Senado. Ela disse que o Senado também precisa de pacificação. Segundo Tereza, não foi observada a proporcionalidade na eleição das comissões, prejudicando os partidos que compõem o bloco Vanguarda. 

A CMA 

Composta por 17 senadores e o mesmo número de suplentes, a CMA trata de temas relacionados às florestas, aos recursos naturais e hídricos, à fauna e à flora. A comissão avalia também a Política Nacional do Meio Ambiente e atua ainda na fiscalização de alimentos e produtos que são usados na agricultura e na agropecuária. A CMA também promove audiências públicas para debater as matérias que estão em análise no Senado sobre o tema ambiental, ouvindo convidados e especialistas das mais diversas opiniões.

*Da Agência Senado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi escolhido nesta quarta, 18, para ser o novo líder da bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado, após reunião com os líderes petistas.

"Recebo com imensa alegria e senso de responsabilidade a missão de ser o líder da bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado! Agradeço a confiança e o apoio dos meus companheiros de luta na Casa!", escreveu o senador em suas redes sociais.

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"Trabalharei incansavelmente para que o governo do presidente Lula seja vitorioso nas decisões da Casa e consigamos promover justiça social, emprego, saúde, educação e segurança para nosso povo voltar a ser feliz de novo!", continuou.

Contarato é senador pelo Espírito Santo e é o primeiro homossexual assumido a ser eleito para o Senado brasileiro. Antes no Rede, partido de Marina Silva, Contarato está filiado ao PT desde dezembro de 2021, quando foi convidado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para entrar na legenda.

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) fez nesta quarta-feira (21) a sua segunda audiência pública sobre regularização fundiária. Desta vez, os convidados falaram sobre ferramentas e medidas para combater o desmatamento em terras tituladas e impedir a regularização de terras invadidas. 

A comissão escolheu o tema da regularização para a sua análise de políticas públicas deste ano. A sugestão foi da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). O senador Fabiano Contarato (PT-ES) presidiu a audiência. No início do evento, ele registrou que no dia 21 de setembro se comemora o Dia da Árvore e aproveitou a data para criticar o "enfraquecimento" dos órgãos de controle ambiental, como o Ibama e o ICMBio. 

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 O procurador Daniel Azeredo, do Ministério Público Federal (MPF), apresentou o trabalho do projeto Amazônia Protege, conduzido por membros do órgão. Ele afirmou que, com o uso de tecnologias já disponíveis para as autoridades brasileiras, é possível identificar e punir propriedades desmatadoras sem precisar ir a campo. Isso se deve ao monitoramento por satélite e à catalogação territorial feita por diversas iniciativas do poder público e do terceiro setor. 

"Cada desmatamento tem um nome, uma certidão de nascimento. A gente consegue, pela tecnologia que tem hoje, até prever onde a área será desmatada, porque tem uma lógica de expansão nessas regiões. Um laudo mostra como estava a área antes e como está a área após o desmatamento. Isso gera um processo judicial sem ida a campo, sem gasto com recursos públicos de diárias, de deslocamento físico, sem risco. Conseguimos iniciar uma ação judicial unicamente com essa informação". 

Essa tecnologia, segundo ele, permitiria também gerar uma “tarja preta” sobre propriedades desmatadoras. O benefício disso seria contornar a prática de colocar o terreno em nome de laranjas e vincular o desmatamento ilegal diretamente à propriedade, identificada por coordenadas geográficas. 

Azeredo defendeu também a aplicação da tese do réu incerto para esses casos. Segundo explicou, essa tese é usada em casos de invasão de propriedade: quando não é possível identificar todos os invasores individualmente, ajuiza-se uma ação contra todos. 

"Por que a gente não faz isso para proteger o meio ambiente? “Olha, eu não sei quem está lá, mas eu sei que tem gente lá, nessa coordenada, latitude e longitude”. Todo mundo que está nessa área tem que sair. Se eu encontrar alguma produção, eu vou apreender ou destruir. Essa área é patrimônio público, ela não pode sofrer regularização fundiária. O patrimônio tem que voltar para o Estado brasileiro". 

Gestão  Bastiaan Reydon, professor aposentado de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), defendeu a importância de tornar mais eficiente a gestão de terras públicas no Brasil. O primeiro passo seria criar um cadastro unificado, algo que ainda não existe. 

"A administração fundiária brasileira é bastante caótica. Temos um número grande de órgãos que se responsabilizam por diferentes aspectos e que não conversam, não estão articulados. O Estado brasileiro precisa assumir seu papel gestor de terras, e isso tem que ser acima dos ministérios. Se não sabemos onde está o nosso território, não conseguimos fazer nada". 

Além disso, os próprios cadastros de terras tituladas precisam ser aprimorados, segundo ele. Os principais são o Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério da Agricultura. 

"O Brasil foi constituído através da pura ocupação. Nós fomos ocupando e regularizando. O CAR é totalmente autodeclarado. O Sigef tem uma ligação com o direito. Quando completarmos esse cadastro, vamos ter muito mais condições de estabelecer regras para o uso da terra no país. Vamos poder fazer política de uso da terra, cobrar o imposto, ter como indenizar quando alguém precisa ser indenizado, ter clareza de quem é dono, quem tem os direitos e os deveres sobre a terra. É isso que precisamos construir", frisou. 

*Da Agência Senado

Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES) participaram nesta segunda-feira (4) da sessão ordinária do Parlamento do Mercosul (Parlasul), em Montevidéu, Uruguai. A sessão, que reuniu parlamentares dos países que compõem o bloco, foi a primeira totalmente presencial desde o início da pandemia, em 2020. No encontro, os parlamentares brasileiros denunciaram o uso político da justiça e criticaram casos recentes de corrupção no governo. 

Durante a sessão, os parlamentares aprovaram uma proposta de declaração sobre o chamado lawfare na região. Essa expressão é usada para definir o uso do sistema jurídico como parte de uma estratégia contra adversários, ou seja, o uso das leis como uma arma política. Para Fabiano Contarato, o lawfare viola os  direitos humanos. 

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 "Entendo que o lawfare viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O juiz tem que estar equidistante entre as partes. Quando um juiz pode violar o principio de imparcialidade estamos diante de uma situação muito grave", disse o senador, na sessão plenária. 

Contarato fez um apelo aos colegas para que o Parlasul aprovasse a recomendação aos países integrantes para a adoção de leis contra essa prática. Ele questionou se algum dos colegas gostaria de ser julgado pro um juiz parcial. 

Corrupção

Em sua fala, Humberto Costa citou denúncias sobre a existência de um orçamento secreto, que teria usado emendas parlamentares para contemplar aliados do governo em troca de apoio no Congresso. O senador também falou sobre as denúncias de um esquema irregular de distribuição de verbas do ministério a Educação, que culminaram com a saída do então ministro Milton Ribeiro da pasta. 

"O governo tenta se vender ao povo brasileiro como um governo não corrupto e honesto, mas é, na verdade, a expressão maior da violência, mas também da corrupção que precisa ser enfrentada no nosso país", disse o senador. 

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) fez um apelo para que os países integrantes indiquem observadores internacionais para o processo eleitoral no Brasil. Para ele, a democracia no País segue sob risco. Esses riscos também foram apontados pelo deputado Odair Cunha (PT-MG) que citou manifestações a favor da ditadura e ataques a jornalistas. 

Outras propostas

Os parlamentares também debateram questões de integração regional, como a incorporação da Bolívia como membro pleno do Mercosul. O vice-presidente do Parlasul, deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), assegurou que fará gestões junto ao governo brasileiro para agilizar a incorporação da Bolívia como membro pleno do bloco. 

Foi aprovada uma proposta para a criação de subcomissão da verdade e justiça da Guerra da Tríplice Aliança (conhecida no Brasil como Guerra do Paraguai). Para o deputado Odair Cunha (PT-MG), a criação do colegiado é  fundamental para consolidar a história dos países do Mercosul. A Subcomissão funcionará no âmbito da Comissão permanente de Direitos Humanos e Cidadania do Parlasul. 

Outra proposta aprovada trata da recomendação ao Conselho do Mercado Comum da construção de uma barragem de compensação no rio Paraná na zona fronteiriça entre Paraguai e Argentina. 

Falando sobre integração regional, o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) afirmou que o bloco busca há 30 anos elementos fundamentais, como a livre circulação de bens e pessoas. Ele propôs que o Parlasul discuta soluções para os países do bloco no que diz respeito a insumos para a próxima safra, já que o setor foi afetado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. 

*Da Agência Senado/com informações do Parlasul 

O PT decidiu lançar a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao Governo do Espírito Santo. No Estado, os petistas já vivem um impasse com o PSB, o que prejudica as negociações para formar uma federação partidária das duas legendas com PCdoB e PV. Em meio às divergências, o governador capixaba, Renato Casagrande (PSB), que pretende concorrer à reeleição, chegou a se reunir na semana passada com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (Podemos), pré-candidato à Presidência.

"Estou à inteira disposição do partido e da população capixaba para construirmos um projeto progressista para nosso querido Estado. Vamos juntos, Espírito Santo!", escreveu Contarato, no Twitter. A decisão de lançar o senador na disputa foi tomada neste sábado, 19, e deve ser oficializada na segunda-feira, 21.

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Contarato deixou a Rede em dezembro para se filiar ao PT. O senador ganhou projeção durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada no ano passado no Senado para investigar ações e omissões do governo na pandemia.

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O Espírito Santo é um dos Estados onde PT e PSB não conseguem se acertar, o que trava as negociações para a federação com PCdoB e PV. Se optarem por se federar, as legendas terão de realizar uma "fusão temporária" que precisa durar pelo menos quatro anos, desde as eleições até o final do mandato seguinte, o que pressupõe candidatura única a cargos majoritários como o de governador. Portanto, a pré-candidatura de Contarato esbarra nos planos de Casagrande.

No sábado, 12, o governador do Espírito Santo se reuniu com Moro. O encontro foi alvo de críticas de petistas. "Eu, pessoalmente, sou contra a federação, não com o PT, mas de uma forma geral", declarou Casagrande no último dia 15, em entrevista à CNN Brasil, ao ser questionado sobre a repercussão de seu diálogo com o ex-juiz federal. Apesar disso, o socialista reiterou que seu partido deve apoiar Lula na disputa pelo Planalto.

No Rio Grande do Sul, o PT lançou a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto, mas o PSB quer emplacar o ex-deputado federal Beto Albuquerque na corrida pelo Palácio do Piratini. Dirigentes dos dois partidos se reuniram no último dia 11 com lideranças do PCdoB e do PV no Estado para tentar alinhar uma candidatura única. A reunião, contudo, terminou sem uma definição sobre o imbróglio.

Em São Paulo, onde se formou o maior impasse para a federação, o PT quer lançar ao Palácio dos Bandeirantes o ex-ministro Fernando Haddad, mas o PSB não abre mão da candidatura do ex-governador Márcio França.

O senador Fabiano Contarato (PT) entrou com uma representação no Ministério Público Federal pedindo investigação de Hélio Angotti Neto, Secretário do Ministério da Saúde, pela prática de improbidade administrativa e prevaricação.

"Autor de nota técnica negacionista que ignora evidências científicas e ataca a vacina contra a Covid-19, Angotti rejeitou as recomendações de grupo técnico contra o uso de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada para tratar a Covid-19. É preciso investigação exemplar", declarou o senador por meio de sua conta no Twitter.

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Angotti é secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação em Estratégias Estratégicas do Ministério da Saúde e, por meio de uma nota técnica divulgada no último sábado (22), classificou a hidroxicloroquina como um tratamento seguro e eficaz para o tratamento de pacientes com a Covid-19.

No entanto, o secretário pontua que as vacinas contra o novo coronavírus seriam medidas que não possuem as mesmas características de eficácia comprovada.

A nota técnica caiu como uma bomba nas entidades médicas e gerou revoltas. Por conta disso, segundo divulgado pelo Valor Econômico, a nota deve ser alterada nos próximos dias. A nova versão deve atenuar as avaliações sobre a cloroquina e a vacina - na tentativa de suavizar os pontos mais polêmicos.

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O senador Fabiano Contarato anunciou, através de suas redes socias, que testou positivo para a Covid-19. Na publicação, feita nesta quarta-feira (12), o parlamentar ainda disse que seu filho Gabriel e seu marido, Rodrigo, também contraríram a doença. 

No post, Contarato informa que, estão com sintomas leves graças a vacina, e que continuarão isolados.

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"Eu, Rodrigo e Gabriel, infelizmente, testamos positivo para a Covid. Graças às vacinas, estamos com sintomas leves e seguindo todos os protocolos recomendados. Continuaremos isolados e cuidando da nossa saúde. A pandemia não acabou! Cuidem-se, vacinem-se! Vacina salva vidas!", escreveu o senador.

*Por Camilla Dantas 

 

Políticos utilizaram as suas redes sociais para se solidarizar com as vítimas da tragédia do Capitólio, Minas Gerais, que deixou cinco pessoas mortas e 32 feridos com o deslizamento de uma grande rocha na tarde deste sábado (8). 

O governador de Minas, Romeu Zema, se solidarizou por meio do seu Twitter com as vítimas. "Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros", detalhou.

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O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), também se mostrou solidário com as vítimas. 

"Meus sentimentos e solidariedade às vítimas e familiares da tragédia ocorrida hoje nos cânions do Lago de Furnas, em Capitólio/MG. Uma imagem forte e triste. Nossa confiança no trabalho das equipes da Marinha e dos Bombeiros. Que Deus ampare a todos", escreveu Pacheco.

O senador Fabiano Contarato (PT) também prestou suas condolências às vítimas. "Um sábado de pesar! O desabamento de um Cânion em Capitólio, Minas Gerais, transformou o passeio e a diversão de muitas famílias em um momento de desespero e dor. Que Deus console todas as vítimas desse acidente. Estamos em oração", pontua.

Em pronunciamento nessa terça-feira (14), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) disse que os brasileiros têm uma dívida de gratidão com o Partido dos Trabalhadores (PT) e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “por tudo o que fizeram pela população e, principalmente, pelos mais pobres”. Ele elogiou igualmente a Rede Sustentabilidade, partido pelo qual Contarato foi eleito senador, e que ele deixou para se filiar ao PT.

"Quero falar que eu mudo de sigla, mas não mudo de lado, porque nós estamos do mesmo lado. E eu tenho certeza de que nós vamos virar essa página triste da história, deste governo, que tem uma digital nesse agravamento da pandemia, no desmantelamento do [aparato governamental de defesa do] meio ambiente e da educação, no desmantelamento de todos os programas sociais", afirmou.

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Contarato disse que sempre se identificou com o PT, por este ser, na sua opinião, “o partido dos pretos, dos pobres, dos pardos, das mulheres, dos índios e dos assalariados”. E lembrou a importância da militância do PT e também da Rede Sustentabilidade, que, ressaltou o senador, buscam construir uma sociedade justa, fraterna e igualitária.

*Da Agência Senado

O senador Fabiano Contarato anunciou, nesta segunda-feira (13), que está deixando a Rede Sustentabilidade e se filiando ao PT. Após um convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em maio, Contarato oficializou a desfiliação hoje e comunicou a mudança em nota publicada nas redes sociais. Na época, o senador estava avaliando a possibilidade de ingressar também em partidos como PCdoB, PSB e PSOL. 

Na nota, Contarato agradece a Rede pelo "companheirismo e respeito durante o período no qual pude representar o partido no Senado Federal, numa jornada em defesa de um país mais justo".

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Ainda sem data marcada para a filiação ao novo partido, o senador falou sobre suas pretensões no PT. "Pretendo somar esforços para que o país retome sua trilha de desenvolvimento, pleno emprego, defesa dos direitos humanos, oportunidade aos mais pobres, combate a todo tipo de desigualdade, investimento em saúde e educação", listou.

No comunicado, Contarato também fez questão de pontuar qualidades dos governos de Lula e Dilma Rousseff (PT). "Os governos liderados pelo PT devolveram ao país credibilidade internacional, permitiram aos pobres cursar universidade, abriram os porões da ditadura com a Comissão Nacional da Verdade, democratizaram a participação da sociedade nas decisões de governo e geraram crescimento", frisou.

Por fim, o senador ainda observou que "erros [do PT] foram investigados e devidamente punidos pela Justiça. Defendo que a lei vale para todos e tem de ser cumprida doa a quem doer. Seguimos junto aos brasileiros e brasileiras para, com esperança e força, vencer as trevas da ignorância que vitimam o Brasil."

A Polícia Federal decidiu indiciar o homem que expôs o filho menor de idade do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) em uma publicação no Facebook. Depois de ouvir o autor da postagem, os investigadores concluíram que ele cometeu crime de injúria, qualificada por se dirigir a funcionário público, em razão de suas funções, e na internet.

O homem fotografou o parlamentar ao lado do filho, de 7 anos, em uma praia em Vila Velha, no Espírito Santo. A imagem foi compartilhada na rede social com ataques ao senador, chamado de "infeliz" e "sem vergonha" e acusado de usar o "filho adotivo para fazer marketing".

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O próprio Contarato procurou a PF na semana passada para registrar o boletim de ocorrência.

Na ocasião, o senador disse a que a publicação é "preconceituosa" e direcionou "inadmissível ódio" ao filho.

Ao prestar depoimento, o autor da publicação, identificado como Giovani Loureiro, se disse arrependido e reconheceu que foi "infeliz" ao atacar Contarato.

Também afirmou que a intenção era criticar a atuação política, e não o filho do senador. A publicação foi apagada.

O Senado aprovou, nesta quinta-feira (4), o projeto de lei que proíbe a discriminação de doadores de sangue com base na orientação sexual. A matéria segue para apreciação da Câmara dos Deputados.

O PL 2.353/2021 é de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) e foi relatado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que apresentou voto favorável à aprovação do projeto, que altera a Lei 10.205, de 2001, que dispõe sobre a captação, distribuição e transfusão de sangue.

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O autor do projeto alega que o impedimento de doação de sangue, seus componentes e derivados por homens que se relacionam sexualmente com outros homens é uma grave manifestação homofóbica, em vigor em inúmeros países. Segundo ele, trata-se de uma restrição absolutamente injustificada que não se baseia em critérios técnicos, mas na discriminação por orientação sexual.

Fabiano Contarato aponta que o Brasil avançou consideravelmente nesta temática quando o Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.543/DF, impetrada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e outros, declarou inconstitucional a Portaria 158/2016, do Ministério da Saúde, e da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 34/2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses instrumentos normativos determinavam que homens que tivessem tido relações sexuais com outros homens (e suas eventuais parceiras sexuais) fossem submetidos à quarentena de 12 meses para que pudessem doar sangue, sendo considerados inaptos para doação neste período.

Apesar da inconstitucionalidade da restrição, Fabiano Contarato ressalta que é preciso proibi-la em lei, para evitar que a decisão do STF seja revertida ou desrespeitada.

“Em se tratando de uma decisão judicial tomada por apertada maioria (7 votos contra 4), há inegável risco de que, com modificações na composição da Suprema Corte, esta venha a ser revertida, reestabelecendo-se dispositivos que consagram o cenário de discriminação indevida contra homens gays, bissexuais e transexuais”, defende o autor do projeto.

Fabiano Contarato ressalta ainda que o projeto não pretende interferir nos critérios técnicos e científicos utilizados no tratamento do material coletado, mas impedir que se utilizem regras sem fundamentos científicos e que resultam em clara discriminação social. A lei resultante da aprovação do projeto passará a vigorar a partir de sua publicação.

Discussão

Ao proferir seu parecer em Plenário, Humberto Costa destacou que o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária agiram por anos na contramão do que a legislação vigente trazia como diretriz da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados. Ao invés de estimular a doação de sangue como um ato relevante de solidariedade humana e compromisso social, criavam um estigma social e estimulavam um preconceito que já está enraizado na sociedade brasileira: a discriminação contra orientação sexual.

"O governo brasileiro estabeleceu critérios para doação de sangue com base em grupos e não a partir de condutas de risco que podem ser praticadas por qualquer cidadão brasileiro. Esta lamentável decisão é um flagrante ato discriminatório que viola princípios e fundamentos constitucionais básicos, a dignidade da pessoa humana e o direito à igualdade. Ainda que de forma não intencional, a portaria do Ministério da Saúde e a RDC da Anvisa imputaram aos homens homossexuais e bissexuais e/ou seus parceiros e suas parceiras a proibição da fruição livre da própria sexualidade no momento em que exigiram uma quarentena de doze meses para que estas pessoas pudessem praticar o ato empático e solidário de doar sangue", afirmou.

Humberto Costa disse ainda que o governo não pode tratar a comunidade LGBTQIA+ como um grupo formado por pessoas que representam perigo à saúde pública.

"Não se pode restringir a qualquer grupo o direito de ser solidário, o direito de participar ativamente da sociedade, o direito de ser como se é. Não podemos deixar que atos como este continuem vigendo em nosso país. É inconcebível imaginar que agentes governamentais determinem que cidadãos brasileiros, por si só, representem um grupo de risco, sem sequer se debruçar em questões verdadeiramente relevantes que possam impedir a doação de sangue. Doar sangue é, antes de qualquer coisa, um ato pela vida. As restrições e os critérios técnicos e científicos para doação de hemoderivados devem ser aplicados igualmente a todos, sem que haja qualquer tipo de discriminação, avaliando-se de forma justificada e individualmente as condutas que possam colocar em risco a saúde pública. Orientação Sexual não contamina ninguém. Condutas de risco e preconceito, sim", afirmou.

Humberto Costa frisou que Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em consonância com a decisão da Corte Suprema, atualizou, em agosto de 2020, o guia com os critérios para a triagem clínica e epidemiológica de candidatos a doação de sangue, com base na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 399/2020, que eliminou a restrição. A agência promoveu, ainda, a publicação de um material destinado à sociedade com informações sobre a doação e a transfusão de sangue. A produção do material contou com a participação de representantes da hemorrede nacional e da comunidade LGBTQIA+.

Ataque homofóbico

Após a aprovação do projeto, Fabiano Contarato agradeceu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por ter pautado o projeto. Ele lembrou que, após ter sofrido ataque homofóbico na CPI da Pandemia, provocou os senadores de todas as siglas partidárias que lhe manifestaram apoio a transformar a solidariedade em atos concretos a favor da população LGBTQIA+.

"O pedido de perdão ou ato de solidariedade não tem valor nenhum se não vier acompanhado de comportamento, de ação. Os atos falam mais que as palavras. Não basta estar na Constituição Federal, desde 5 de outubro de 1988, que um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é promover o bem estar de todos e abolir toda e qualquer forma de discriminação. Será que no Brasil todos efetivamente somos iguais?", questionou.

Fabiano Contarato pontuou que a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990, baniu a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID). E que, em 1999, o Conselho Federal de Psicologia, pela Resolução número um, declarou que a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio, nem perversão.

"Mas é necessário que esse Senado e a Câmara façam uma meia culpa ou ela inteira, porque não basta nós vivermos sob o império de uma Constituição cidadã, se esta Casa sistematicamente fecha as portas para a comunidade LGBTQIA+. Direito ao casamento, direito à adoção, direito à declaração do Imposto de Renda em conjunto, direito de recebimento de pensão em caso de óbito, direito à redesignação sexual, direito ao nome social, direito à união estável, direito à criminalização da homofobia, equiparando-a ao racismo e, mais recentemente, em 2020, o direito de doar sangue. Todos os direitos que citei aqui deram-se pela via do Poder Judiciário. E isso tem que nos dizer alguma coisa. Porque estamos em pleno século vinte e um, mas parece que estamos discutindo pautas do período medieval. Nós não podemos perder a capacidade de indignação. Toda doação de sangue se submete ao mesmo rito de testagem rigorosa para assegurar a prevenção a infecções. Não há sangue de segunda categoria, pois não deve existir ser humano de segunda categoria. Excluir alguém a priori da possibilidade de doar, apenas pela orientação sexual,  é mais uma forma perversa de exclusão e de violação da dignidade dos LGBTQIA+, dentre outras violências simbólicas e estruturais ocultadas a pretexto da falsa ciência. O Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo. Cabe ao Congresso fazer o seu dever de casa, ainda que tardiamente", concluiu.

*Da Agência Senado

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) exigiu um pedido de desculpas do empresário Otávio Fakhoury por publicações homofóbicas contra o parlamentar. A situação foi exposta durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta quinta-feira, 30.

A CPI decidiu acionar a Polícia do Senado e o Ministério Público para apurar a ocorrência de crime de homofobia pelo empresário, que foi convocado à comissão após ser acusado de financiar a disseminação de fake news na internet. Ele é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

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No dia 12 de maio deste ano, Contarato publicou uma mensagem no Twitter cobrando a prisão do ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten e errou a grafia da palavra "flagrancial" escrevendo que havia "estado fragrancial configurado".

O empresário republicou a mensagem de Contarato ofendendo o parlamentar em função da orientação sexual do senador. "O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o "perfumado" que lhe cativou?", escreveu.

Nesta quinta-feira, Contarato assumiu a presidência da reunião da CPI e exigiu um pedido de desculpas do empresário à comunidade LGBTQIA+, "Dinheiro não compra dignidade. A sua família não é melhor que a minha", disse o senador. "Se o senhor faz isso comigo, como senador, imagina no Brasil, que é o país que mais mata a população LGBTQIA+?"

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Fabiano Contarato foi o primeiro senador da República assumidamente homossexual a ser eleito para o cargo no País. "Essa dor é incomensurável, não tem dinheiro que pague isso, estou expondo meu esposo, meus filhos, minha família, para que outras pessoas não tenham que passar pelo mesmo", disse.

Em seguida, o empresário pediu desculpas ao senador. "Realmente, o meu comentário foi infeliz, foi um comentário em tom de brincadeira. Eu acho que é uma brincadeira de mau gosto", disse Fakhoury.

O empresário falou que havia se esquecido da publicação até ser exposto na CPI. "O senhor não deve pedir perdão só a mim", rebateu Contarato, instando o empresário a pedir desculpas "a todos que se sentiram ofendidos com esses comentários."

As reações contrárias à norma que paralisou os processos de autuação por crime ambiental em todo o País ganharam reforço no Senado. Nesta sexta-feira, 23, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) com o objetivo de sustar a instrução normativa publicada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no dia 12 de abril. Na última segunda-feira, 19, um grupo de parlamentares do PV também enviou um PDL à presidência da Câmara com o mesmo propósito.

O PDL deve ser submetido ao plenário do Senado. Em sua justificativa, Fabiano Contarato afirma que a instrução normativa, "na prática, desestrutura os sistemas de fiscalização ambiental e o processo administrativo sancionador ambiental em nível federal, obstando o cumprimento das obrigações constitucionais da União de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais".

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Nesta quinta-feira, 22, o coordenador geral de proteção do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Diego Bezerra Rodrigues, decidiu pedir exoneração do posto que ocupava no órgão. Sua saída, segundo fontes ligadas ao órgão ambiental, deve-se a imposições que foram feitas pelo Ministério do Meio Ambiente sobre a nova norma que alterou o processo de autuação ambiental. Rodrigues, que entregou seu pedido de demissão, estava no cargo desde junho do ano passado.

Durante a elaboração da norma, Rodrigues fez uma série de apontamentos técnicos sobre as mudanças propostas pelo ministro Ricardo Salles e os presidentes do Ibama e do ICMBio. A maior parte dos pontos polêmicos da regra foi questionada por ele durante reuniões que envolveram os órgãos federais. Suas colocações, no entanto, foram ignoradas na versão final do ato publicado pelo governo nesta semana.

Como revelou o Estadão, a mudança paralisou o trabalho dos agentes ambientais em todo o País e levou à publicação de uma carta pública dos servidores contra as novas regras. Na terça-feira, 20, centenas de servidores do Ibama de todo o País emitiram uma carta para protestar contra as mudanças trazidas pela Instrução Normativa Conjunta 01/2021. Segundo os servidores, a nova regra levou à paralisação total das emissões de multas por agentes do Ibama e do ICMBio. Procurada, a pasta não se manifestou até a publicação deste texto.

Pela nova norma, as infrações terão de passar por autorização de um superior do agente de fiscalização que aplicar a multa, passando por cima de fases que, até então, incluíam a análise dos próprios fiscais. Criou-se, dessa forma, uma nova instância para avaliação de processos, o que nem sequer está previsto no sistema automatizado que consolida as multas. O tempo de tramitação, em muitas etapas, também foi reduzido a, no máximo, cinco dias. Isso, na avaliação dos agentes, inviabilizou o avanço dos processos.

No documento, os servidores afirmam que "viram com perplexidade a paralisação de todo o processo sancionador ambiental ocasionado pela publicação desta norma". Os profissionais declaram que as medidas necessárias para implementação das mudanças nos sistemas internos não foram tomadas previamente pela administração central do Ibama e ICMBio, antes da entrada em vigor da norma. Em decorrência disso, todos os servidores que assinam a carta declaram que estão com suas atividades paralisadas pelas próprias autarquias.

Os servidores afirmam que as mudanças resultaram "num verdadeiro apagão no rito processual de apuração de infrações ambientais constatadas pelo Ibama e pelo ICMBio em todo o País". Após a repercussão, o Ibama declarou que "está revendo os dispositivos da instrução normativa com base no argumento levantado pela carta" e que, "se forem procedentes as ponderações, serão acolhidas".

O senador Fabiano Contarato disse que se trata de "mais uma tentativa, por parte do governo federal, de passar a ‘boiada’ sobre o meio ambiente, encorajando a sua destruição e garantindo a impunidade daqueles que desrespeitam rotineiramente a legislação ambiental brasileira".

O senador Humberto Costa (PT-PE) foi eleito por aclamação, nesta terça-feira (23), para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) no biênio 2021-2022. Para a vice-presidência, foi escolhido o senador Fabiano Contarato (Rede-ES). Comandada pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), a reunião foi semipresencial, com senadores presentes e participações remotas.

Humberto reforçou a importância da participação da população na comissão para pautar e debater demandas e problemas do país.

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"Pretendo que essa comissão continue a ser uma porta de entrada para as demandas e os anseios da sociedade, um espaço onde possamos auscultar, afinal é a Comissão de Direitos Humanos e de Participação Legislativa. Espero que temas importantes para o trabalho legislativo possam chegar à comissão, que será também espaço fundamental para defesa e debate dos temas relativos aos diretos humanos. E pretendo que possa não apenas ser uma comissão que se reúne e mantem atividades relevantes como as audiências públicas, conhecidas sobre a direção do senador Paulo Paim — inclusive já o convidei para presidir várias dessas — eu quero também ir aos estados, acompanhar nos estados a maneira pela qual os direitos humanos estão sendo vivenciados, trabalhados e promovidos", explicou o senador.

Contarato também convocou sociedade, ONGs, comunidade acadêmica, escolas, negros e índios, quilombolas, boias-frias e a população em geral a interagir com o colegiado. Ele frisou a necessidade de romper com a visão simplista de alguns que acreditam que os direitos humanos servem apenas “para defender bandido”. É por meio desses direitos que são garantidas a liberdade, a fraternidade e a igualdade em toda a sua plenitude, explicou o senador, para as “maiorias minorizadas” no Brasil, já que mais da metade da população do país é de mulheres e pardos e negros, e para pautas de interesse coletivo como o meio ambiente.

"É preciso dar vez e voz a essa multidão que clama e tem sede de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária para, quem sabe um dia, todos sermos iguais perante a lei. Estou muito emocionado de fazer parte dessa comissão", disse.

Paim

Os parlamentares agradeceram ao trabalho do senador Paulo Paim (PT-RS), ex-presidente da comissão que se tornou a voz da CDH por sua forte atuação, especialmente dando voz à sociedade organizada e aos grupos de interesse por meio de audiências públicas. Paim elogiou a atuação da equipe da CDH e desejou sucesso aos novos dirigentes.

— Essa dupla, Humberto Costa e Fabiano Contarato, eles são duas estrelas e vão dar muito brilho para a nossa comissão — afirma.

PEC Emergencial

Os senadores Zenaide Maia (Pros-RN) e Flávio Arns (Podemos-PR) aproveitaram para se manifestar contra a PEC 186/2019, pautada para a próxima quinta-feira (25) no Plenário. O relatório do senador Marcio Bittar (MDB-AC) propõe o fim dos pisos de gastos em saúde e educação para que o governo consiga retomar o pagamento do auxílio emergencial.

"Faço um apelo para não aprovarmos a desvinculação dos recursos da saúde e educação nessa PEC Emergencial. Todos somos a favor do auxílio e de tudo que possa ajudar a população, mas terminar com o Fundeb, liquidar o que foi aprovado por consenso, estão acabando com a vinculação, e isso para o Brasil vai rasgar a carta de direitos humanos, porque a educação é tudo, e a saúde, depois é que vem o resto. Tirar o percentual vinculado à saúde no momento de pandemia é uma temeridade absoluta. Vamos pensar em outra coisa", pediu.

Zenaide disse que aprovar o relatório como está posto é fazer a população escolher entre receber o auxílio novamente ou ter seu filho socorrido, ou mantê-lo numa creche com direito a alimentação.

"A PEC é uma violação de direitos humanos. Tirar recursos da saúde e da educação num momento desses, a educação é que dá cidadania, e isso é retirar direitos humanos, não podemos aceitar essa chantagem", frisou.

*Da Agência Senado

 

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