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No Recife, assim como em diversas outras cidades brasileiras, mulheres se reuniram para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181 nesta segunda-feira (13). O projeto faz alterações que proíbem todas as formas de aborto. 

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As mulheres se concentraram entre a Avenida Conde da Boa Vista e Rua Sete de Setembro, no centro da capital. Por alguns minutos, elas fecharam o trânsito na avenida. Diante da manifestação, um BRT parado com uma mulher ao volante. “Eu sou a favor do aborto em casos de estupro”, a motorista concordou, apoiando o ato que atrapalhava o seu trabalho. 

“Nós temos o direito de decidir sobre nossos corpos”, disse a manifestante Carmen Silva, do Fórum de Mulheres de Pernambuco. O grupo carregava faixas e cartazes sobre a legalização do aborto.

A PEC 181 está sendo chamada de PEC Cavalo de Tróia por ter surgido como uma medida positiva para as mulheres. Inicialmente, o projeto do senador Aécio Neves (PSDB) pretendia aumentar a licença maternidade das mães de bebês prematuros. O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM), entretanto, propôs duas mudanças no texto.

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As alterações adicionadas por Mudalen inserem a frase “dignidade da pessoa humana desde a concepção ”no inciso que trata dos princípios fundamentais; e “a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção” no artigo sobre a igualdade de todos perante a lei. Em seu Facebook, o deputado diz que está havendo muitas mentiras e que a PEC não fala em estupro – o que de fato não faz, apesar de estar clara a associação entre as alterações que ele fez e o tema.

 

Em uma Comissão Especial da Câmara, a proposta foi aprovada por 18 votos a um, sendo 18 votos de deputados homens e o único voto contrário sendo de Erika Kokay (PT). Outras propostas de edição da PEC serão votadas antes que o texto siga para o plenário da Câmara, onde haverá votação em dois turnos. Se aprovado, o texto segue ao Senado para votação em dois turnos. Caso haja alterações no Senado, a PEC volta para a Câmara dos Deputados. 

Um estudo divulgado pelo Google BrandLab mostrou que os brasileiros têm, cada vez mais, se interessado por temas ligados a diversidade. Os dados mostram que, de 2012 a 2017, as buscas por temas do tipo duplicaram e o crescimento de visualizações de conteúdos sobre homofobia, LGBT, racismo e feminismo aumentou 260% só nos últimos seis meses.

Um dos temas que ganharam mais destaque ao longo de 2017 foi, sem dúvida, a transexualidade, que foi debatido em diversos programas televisivos, na novela A Força do Querer e também ganhou espaço na música. Por isso, a busca pelo termo transgênero cresceu 123% no último ano.

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Já o interesse pelo feminismo tem crescido gradualmente há alguns anos e, nos últimos dois, o número de buscas aumentou 200%. Com isso, o número atingiu um patamar próximo ao de buscas por racismo, que é o termo relacionado a diversidade de maior interesse para os brasileiros. Inclusive, as buscas por feminismo negro também cresceram 65% nos últimos 12 meses.

"O estudo traz muito mais perguntas que respostas. O que eu vejo é que a gente está muito mais curioso, a gente vê uma mudança. A busca é um reflexo do que está acontecendo na sociedade, na arte, na música. A gente está tendo muito debate e isso é bom", diz Amanda Sadi, gerente de Insights do Google BrandLab São Paulo.

O Brasil, por ser muito grande, tem muitas diferenças sociais e culturais e isso é refletido no modo como cada brasileiro se comporta na internet. No Rio de Janeiro e no Espírito Santo, por exemplo, o tema relacionado à diversidade mais pesquisado é o feminismo. Já São Paulo concentra a maior quantidade de buscas por assuntos relacionados à comunidade LGBT.

A Bahia é o Estado brasileiro em que mais se busca por racismo - o número de pesquisas pelo termo no local foi 60% maior que em São Paulo em 2016. Já Rondônia lidera as buscas por diversidade étnica. O aumento do interesse nesses assuntos mudou o conteúdo que se produz na internet e, claro, o YouTube é uma das plataformas em que essa mudança mais se evidencia. Entre abril e setembro, foram publicados 338 mil vídeos sobre gordofobia e 124 mil sobre transfobia. Porém, a facilidade de qualquer pessoa produzir conteúdo sobre esses temas pode ser tanto benéfica quanto perigosa, porque as redes sociais, principalmente o YouTube, passaram a ser fontes de informação.

Os grandes consumidores dos vídeos do YouTube são pré-adolescentes e adolescentes que ainda estão formando sua personalidade. "Da adolescência até os 21 anos é a fase onde o jovem forma sua personalidade, quando o cérebro se forma completamente. A internet é importante, dá acesso a conhecimentos infinitos, mas há de se ter cuidados com os excessos. A forma como o jovem vai absorver esse conhecimento depende do ambiente em que se vive, da orientação dos pais, dos professores, que devem cuidar para que o conhecimento não seja limitado a uma só fonte. Porém, o que se vê é que hoje isso é altamente estimulado", opina o psiquiatra Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

O contato com informações de uma mesma fonte ou o contato com opiniões do mesmo grupo, inclusive, pode levar a problemas maiores, como a dificuldade de debates fora do mundo digital. "Isso estaria criando uma customização da realidade, é como se o indivíduo ficasse naturalmente mais blindado ao acesso de conhecimento que seriam distintos do que ele já posta, já lê, criando um bloqueio. Algumas pesquisas feitas no exterior já estariam relacionando o número de tempo gastos nas redes sociais ao transtorno de personalidade narcisista", diz o especialista. Por isso, o indicado é que, com cada vez mais informações disponíveis, haja curadoria do conteúdo lido, ouvido e assistido na internet.

A apresentadora Luciana Gimenez adora 'causar' no Instagram. Ela não se intimida na hora de postar suas fotos e algumas delas acabam gerando polêmicas. Nesta segunda-feira (9), Gimenez respondeu alguns comentários em uma de suas postagens mandando um recado direto às mulheres que se incomodaram com sua publicação.

A polêmica da vez girou em torno de uma foto na qual Luciana parece completamente nua com uma bolsa em formato de urso cobrindo suas partes íntimas. Nos comentários, muitas seguidoras desaprovaram a atitude da apresentadora. Lucy Freitas comentou: "Você, mulher até talentosa, como posta uma foto dessa? Todo mundo está te ridicularizando, eu acho que você não precisa disso"; Gilvânia Linhares disse: "Rídicula"; e Cinthia Moura postou: "Você não é um produto a ser exposto dessa forma. Você tem muito mais valor que isso".

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Luciana parece não ter gostado muito das críticas e mandou um recado direcionado às mulheres que a criticaram. Na legenda da foto, a apresentadora escreveu: "O melhor é que eu #block em muitas pessoas, mal amadas, invejosas. Impressionante como muitas mulheres se atacam, umas às outras, depois ficam com discurso de feminismo".

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Sharon Osbourne e Kim Kardashian tem visões bem diferentes sobre o feminismo. Em entrevista ao The Telegraph - a mesma em que Sharon abre o jogo sobre ter sido traída por Ozzy Osbourne -, a apresentadora do The X Factor falou sobre as dificuldades de ser uma mulher na indústria da música, na década de 1970. Além disso, Sharon criticou a postura de Kim Kardahsian por usar do feminismo justificando a postagem de fotos seminuas:

- Kim diz que está fazendo tudo em nome do feminismo, mas isso não é feminismo! Essas garotas vivem em favor de seus corpos, metade de LA [Los Angeles, nos Estados Unidos] já fez isso e tudo o que eles fazem, desde o sex tape até vestidos de plásticos transparentes e roupas de academia é sobre ser sexy, não progresso feminino. E ouça: Deus os abençoe. Se Kim quer mostrar seu corpo, tudo bem. Mas isso não é feminismo, isso tem sido promíscuo. E não há nada errado em ser promíscua, mas sempre relembre o que você é, disparou Sharon.

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Assim como Kim, uma das estrelas de Keeping Up With The Kardashians, a família Osbourne também já foi tema de um reality show de sucesso, o The Osbournes, exibido pela MTV entre 2002 e 2005. Em frente às câmeras, Sharon sempre se mostrou forte, mas ela confessa que nem sempre é assim que se vê:

- As pessoas me veem como uma mulher forte, mas eu não sei se isso é verdade, porque eu sofro profundamente de depressão e tenho entrado e saído de tratamentos por anos. Então eu acho que o estresse sempre vai se expressar de alguma forma: com a bulimia o a depressão - e às vezes eu penso que talvez seja por isso que eu tive câncer duas vezes. Porque uma pessoa não pode ser golpeada mentalmente por anos e isso não se manifestar.

A apresentadora ainda se abriu sobre o uso de medicamentos antidepressivos:

- Você não é louco só porque toma antidepressivos. Eu sempre disse às pessoas que eu recorro a eles porque eu quero mostrar a todos e aos meus filhos que não há nada de errado com eles. A vida é difícil - mais difícil do que que há 30 anos. Tudo é uma luta e competição e sendo uma mulher você tem que ser o máximo, a mais ágil e a mais bonita agora. As pessoas tem que ter alguma válvula de escape. Então, se você pode tomar uma pílula que a mantenha calma e a manter distante da sensação de que vai explodir, ótimo.

A cantora sertaneja Naiara Azevedo, que ficou famosa com a música '50 reais', declarou na última segunda-feira (14) que não é feminista. “Eu sou muito religiosa e acredito que isso seja bíblico: o homem é a cabeça, é o chefe da casa, mas a mulher é o pescoço”, disse Naiara. A cantora também disse que respeita as opiniões do marido. 

“Eu tenho esse impasse: quando meu marido me fala alguma coisa que ele está certo eu respeito, mesmo que às vezes eu não fique feliz com aquilo, mas realmente ele está certo, ele é o homem da casa e tenho que respeitar", disse Naiara, em uma entrevista ao vivo pelo Facebook, concedida ao jornal Extra. "Mas, quando estou certa e ele está errado eu também mostro a minha versão e ele tem que aceitar. Mas tem muita coisa que eu acho que realmente é o homem… Eu gosto de ser a mulherzinha às vezes. Não sou essa mulher que as pessoas pensam. Sou forte, decidida, tudo mais, mas também tenho respeito pelo meu parceiro”, completou a cantora.

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O café Handsome Her, em Melbourne, Austrália, adotou uma dinâmica de cobranças diferente dos cafés convencionais. A proprietária decidiu aplicar o "imposto de homem", que equivale a um aumento de 18% na conta daqueles que correspondem ao gênero. 

De acordo com a dona do estabelecimento, Alex O'Brien, que oferece produtos veganos, a intenção da taxa é levantar a discussão sobre a diferença salarial entre gêneros no país. Segundo a Broadsheet, que conversou com a proprietária, a diferença de salário semanal entre homens e mulheres é de 17,7% na Austrália. 

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A cobrança é feita durante uma semana de cada mês e o valor é doado posteriormente. Desde que a medida entrou em vigor no café, foi publicado na página do Facebook do estabelecimento um agradecimento aos clientes que fazem questão de visitar o local para doar, além de comemorar a repercussão do tema, que já era esquecido. 

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Na última sexta-feira (7), a Universidade Federal do Pará (UFPA) promoveu palestra sobre estudos feministas de mídia e política, ministrada pela doutora em Ciência Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-aluna de Jornalismo da Unama Raíza Sarmento. O evento foi promovido pelo grupo de pesquisa Comunicação, Política e Amazônia (COMPOA), que tem como uma de suas linhas de pesquisa o feminismo. Raíza tratou de temas como o movimento feminista e como é abordado pelos jornais, a representação das mulheres na política, entre outros.

A pesquisadora está de férias em Belém e foi convidada para o evento pela professora Danila Cal, do PPGCOM, líder do COMPOA e ex professora de graduação de Raíza. ”A Danila Cal foi minha professora na Unama e uma das primeiras pessoas que me fez gostar da vida acadêmica e pesquisa. Sabendo da existência do grupo e da possibilidade dessa reunião, a gente conversou de trazer um tema que fosse afim para as pesquisas que ela também trabalha”, explica. Ela também fala como surgiu o interesse em seguir os estudos políticos e de sua transição da Comunicação para a área política. “Eu fui para a Ciência Política para tentar entender algumas lacunas que a comunicação colocou enquanto questões teóricas importantes. Isso não quer dizer que pessoas da Comunicação não possam pesquisar isso na Comunicação, é muito importante que pesquisem, mas eu queria muito entender, e é nessa pegada da Ciência Política, como é que algumas instituições funcionavam a partir da ótica do gênero“, revela Raíza.

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Sobre o evento, a especialista deu destaque à importância de voltar para o Pará e compartilhar o que produziu, além da pertinência das questões discutidas com a plateia. “Sou uma pessoa que veio do interior do Pará. Acho que é muito importante você compartilhar pro lugar que você veio. Fiquei muito feliz com as questões. Os estudos feministas de mídia e política são um caminho de pesquisa que, pelo que eu vi aqui, podem ajudar muita gente, gerar muitas pesquisas”, finaliza.

Nathalia Fonseca, formada em Multimídia, participou da palestra como ouvinte e gostou bastante do tema, que está relacionado com o seu objeto de pesquisa de mestrado. Ela conta que já conhecia a palestrante de um minicurso do qual participou no ano anterior também sobre feminismo e que por isso não quis perder este. “Eu achei sensacional. A Raíza sempre traz questões muito pertinentes do feminismo na atualidade. A pesquisa dela tem muito corpo porque ela tem todo um embasamento histórico pra discutir o que tá acontecendo agora, nesse momento, no feminismo. E ela sempre tem essas sacadas de colocar possíveis pesquisas e eu acho isso muito legal. Quando a gente tá meio perdido, acaba se prendendo nisso, nessas possibilidades que ela abre com esse leque de possíveis pesquisas, unindo gênero e comunicação”, afirma Nathalia.

Por Karolina Pavão.

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Rotulado por criar letras machistas, o cantor João do Morro, recentemente, levantou a bandeira do feminismo e vai se apresentar dessa forma na proxima sexta-feira (14), no evento ‘Bregalize de Férias’. Através da personagem ‘Joana’, o artista agora está entoando canções que exaltam a mulher. A festa será realizada na Casa Rosada, na Zona Norte do Recife.

Depois de criar uma música para Dilma Rousseff e de desencadear inúmeras polêmicas sobre o teor machista, o cantor disse que naquele momento não estava sendo machista. Para ele, a intenção da melodia era totalmente política, que na época era contra a reeleição de dela. Após a repercussão, o artista levantou a bandeira do feminismo nos seus shows.

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Segundo o cantor, não houve uma mudança de pensamento, apenas ele externou a realidade vivida no seu ciclo de amizade. Confira a entrevista com João do Morro no vídeo a seguir: 

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Na noite da última sexta-feira (7), Andressa Urach, ex-vice-miss bumbum, participou do programa 'Luciana By Night', da apresentadora Luciana Gimenez. Durante a entrevista, Andressa deu algumas declarações polêmicas. Atualmente, a ex-modelo é evangélica e faz parte da Igreja Universal do Poder de Deus, presidida pelo bispo Edir Macedo. 

Ao falar sobre o papel da mulher na sociedade, Andressa disparou: "A mulher nasceu para servir e dar carinho".

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Em seguida, a modelo continuou: "Se o marido não gosta de algum comportamento ou roupa, por que eu não vou concordar com ele, se sei que ele quer o melhor para mim? Já o homem é o líder, a cabeça da relação. Com carinho e jeitinho, não precisamos impor nada, conseguimos tudo o que quisermos de um homem se soubermos lidar com ele”.

Na entrevista Andressa ainda foi além, e também comentou sobre o movimento da luta pela igualdade de gênero. "Essa coisa de ser muito feminista, não dá".

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Pelo direito da igualdade dos gêneros e pela libertação da mulher, a Marcha das Vadias foi às ruas do Recife na tarde deste sábado (27). A concentração do evento teve início por volta das 13h na Praça do Derby, área central da cidade, e contou com confecção de cartazes, pintura no corpo, performances, e leitura de poemas.

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Chegando ao sétimo ano de realização na capital pernambucana, em 2017, a Marcha trouxe como mote "Feminismo é Revolução", a luta contra o feminicídio, o racismo e a retirada de direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores no governo de Michel Temer. No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Rafaela Amorim, do coletivo Marcha das Vadias Recife, diz que as bandeiras escolhidas pelo movimento neste ano foram pautadas pelas demandas do feminismo. "Trazer a marcha e o diálogo para a rua é super importante porque traz o discurso para outras pessoas que muitas vezes não têm acesso", explicou.

Enquanto pinta o seu corpo com tintas vermelhas, Gabriela Mesquita diz que a pintura é uma forma de discurso. “Eu posso marcar no meu corpo, que é sempre tocado sem a minha autorização e sexualizado, aquilo que dói nele. É uma forma de dizer que eu não preciso falar porque tá escrito nele a dor que eu sinto diariamente”, disse a feminista.

Para ela, feminismo é libertação e a Marcha das Vadias vem trazer essa mensagem às ruas. “Hoje eu marcho por mim, pela minha mãe, pela minha família e por todas as mulheres que estão aqui e sofrem pelas consequências do patriarcado e do machismo que oprime e mata todos os dias”, lamentou Gabriela.

Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875. Na mesma década, foi registrado um aumento de 190,9% na vitimização de negras, índice que resulta da relação entre as taxas de mortalidade branca e negra.

Apesar da pouca estrutura pra viabilizar o evento no Recife neste ano e mesmo sem energia elétrica, um som improvisado tocava “A Carne”, da cantora Elza Soares. No refrão “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, a artista Perlla Rannielly realiza uma performance que remete à escravidão e ao racismo no Brasil ainda vigente no Brasil.

Enquanto assiste à apresentação, a mãe Priscila Mendonça  conta que é seu segundo ano participando da Marcha, mas em 2017decidiu trazer a pequena Júlia, de dois anos.  “A gente tenta fazer isso em casa nas coisas básicas do dia a dia. Hoje, eu resolvi trazer ela para se ambientar a o movimento,  já que antes dela nascer eu não me interessava pelo feminismo e foi justamente por ela que mudei meu s conceitos e estou aqui”, afirmou Priscila.

Milhares de mulheres saíram da Praça do Derby, atravessaram a Avenida Agamenon Magalhães e seguiram pela Avenida Conde da Boa Vista. Além das faixas, cartazes e corpos pintados, os participantes cantam, entoam rimas com músicas autorais ou paródias e tocam tambores de maracatu.  A caminhada seguiu em clima de tranquilidade. Equipes da Polícia Militar e da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano acompanharam o protesto. 

A 4ª edição do MasterChef Brasil teve início na noite desta última terça-feira (7), na Band, e já deu o que falar. Sob o comando da apresentadora Ana Paula Padrão e dos Chefs Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella, o programa avaliou os pratos dos candidatos de maneira criteriosa.

Durante a participação de um dos candidatos, o gaúcho Paulo Ricardo Amaral, a Cheff Paola Carosella passou por uma saia justa e se incomodou. Paulo preparava um prato com frango e abacaxi, aproximou-se da jurada e afirmou que ambos se pareciam porque ele era ‘açougueiro’.

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Incomodada com a afirmação do participante, ainda enquanto provava do prato, Carosella retrucou: “Por quê? Por que eu sou um pedaço de carne?”. Sem graça, o gaúcho deu apenas um sorriso como resposta.

Na internet, a atitude do gaúcho irritou os telespectadores do programa. “Esse Amaral foi pro programa errado, ele deveria ir para o ‘village idiots 2017’, escreveu um internauta. Outro seguidor ressaltou que a resposta da Chef faz refletir sobre o machismo: “@PaolaCarosella ensinando que machismo e bairrismo são vergonhosamente falhos...”. Confira a repercussão:

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O Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta quarta-feira (8) com o propósito de conscientizar homens e a sociedade sobre igualdade de gênero em todos os âmbitos, bem como pregar mais respeito às mulheres.  

As agressões e assédios cometidas por homens às mulheres são consideradas crimes e, embora sejam combatidas, ainda existem no mundo vários casos que refletem o machismo. Na maioria dos casos, com esposas e namoradas, ocorridos em locais públicos ou até mesmo em casa. Somente no último ano, o Mapa de Violência de Mulheres no Brasil constatou que a cada cinco minutos uma mulher sofre agressão no Brasil.

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No mundo da fama, algumas celebridades masculinas também contribuem para essa estatística e escondem por trás de um sorriso amável a realidade de um ser machista, que desrespeita os direitos das mulheres e até a admiração e carinho de fãs.

A lista de homens famosos acusados de agredir e violentar mulheres por vezes passa despercebido, geralmente devido à fama dos envolvidos. O LeiaJá reuniu uma lista de alguns famosos que já agrediram ou assediaram mulheres e causaram polêmica, confira:

Chris Brown

O cantor já tem histórico recorrente de desrespeito e agressões a ex-namoradas.  A primeira vez ocorreu em 2009, com a cantora Rihanna, antes da festa de premiação do Grammy. Chris agrediu a estrela do pop, que divulgou uma imagem do seu rosto bastante machucado. Já no último mês, o astro americano de hip-hop foi proibido pela Justiça de se aproximar da modelo Karrueche Tran, depois que ela o acusou de tê-la agredido e ameaçado de morte.

Netinho de Paula

O cantor de pagode agrediu sua ex-mulher Sandra Mendes, com socos, por ela se recusar a assinar sem ler documentos em que ela concordava em desistir de seus direitos conjugais. O caso aconteceu em 2005, e o próprio artista admitiu ter batido na esposa alegando ter sido um “momento de fúria”.

Kadu Moliterno

O ator e surfista foi acusado de agressão por duas de suas companheiras. Brisa Ramos. A ex-namorada de Kadu chegou a afirmar ao Uol, em 2014, que foi agredida três vezes por ele, chamando-o de machista e ciumento. 
Em 2006, a ex-mulher dele, Ingrid Saldanha, divulgou na capa de uma revista semanal o rosto machucado pelo espancamento que sofreu pelo artista. Kadu chegou a comentar do assunto justificando-o como acidente, alegando que o prejudicou muito.

Dado Dodabella

O ator foi acusado duas vezes por suas ex-companheiras de agressão física. Em 2008, ele foi gravado pela câmera de segurança de uma boate empurrando a então namorada, Luana Piovani, que levou o caso à polícia. Na ocasião, uma camareira de teatro, amiga de Luana, também foi empurrada e teve de enfaixar os braços. Em 2010, Viviane Sarahyba, que tem um filho com o ator, também o acusou de agressão. Dado foi inocentado em 2012, depois que a Justiça aceitou o argumento de que ele teria apenas segurado o braço da ex-mulher para impedi-la de tirar o filho dos dois da casa dele.

MC Biel

Apesar de bastante jovem, Biel também já deu o que falar e assediou uma jornalista. Durante uma entrevista, o cantor teen disse a repórter "se te pego, te quebro no meio", a xingou de "cuzona" e depois lhe pediu um beijo. Biel persistiu no erro e disse em uma entrevista que a repórter que o acusou “prejudicou muito sua carreira”. 

Victor

O cantor da dupla Victor e Leo, foi acusado no último mês, pela sua esposa, Poliana Bagatine, de agressão física. Grávida do artista, ela disse ter sido jogada no chão e agredida com chutes por ele, mas dias depois, por meio de uma carta no Instagram, ela negou  a agressão e disse que o marido “nunca a machucaria”, alegando que a situação ocorreu devido a um "um grande desentendimento familiar" a abalou "profundamente" e que a discussão foi com a sogra. 

 

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Nos Estados Unidos, Raquel se sente pressionada para sempre parecer uma "mulher perfeita". Na Índia, Ana tem dificuldades para encontrar preservativo e absorvente, pois a compra é feita praticamente de forma clandestina. Na África do Sul, Juliane não tinha coragem de sair à noite, mesmo que de carro. Já Luísa circulava sem problemas na Austrália, mas se incomodava se der considerada "exótica".

No Dia Internacional da Mulher, o Estado coletou depoimentos de 25 brasileiras que moram ou moraram em diferentes países, de todos os continentes, para contar como é a vida da mulher nesses locais. O que é permitido a uma mulher na Árábia Saudita? Como é a vida delas no Timor Leste? Qual o grau de liberdade têm na França? Nesta página estão cinco desses relatos, e os demais compõem o especial que pode ser acessar no estadao.com.

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Nesta quarta-feira (8) mulheres vão sair às ruas em pelo menos 30 cidades brasileiras e outras 150 em todo o mundo e prometem fazer ainda uma paralisação internacional sem precedentes. A Greve Internacional de Mulheres (GIM), também denominada Paro Internacional de Mujeres e International Women's Strike, não pertence a coletivo ou país em específico. É um movimento organizado por mulheres de mais de 40 países.

No Brasil, o movimento é chamado de 8M, sigla para 8 de março. Inspirado na Women's March, ocorrida nos Estados Unidos em janeiro, surgiu no País no mês passado.

Criadora do 8M em São Paulo, a cineasta e pesquisadora Marina Costin Fuser contou que aceitou o convite da militante feminista americana Angela Davis. Filósofa presente no ato norte-americano em janeiro, Angela leu uma carta pedindo a união de mulheres e convocando uma mobilização mundial. Há um mês, criou um grupo de discussão sobre o 8M no Facebook que, em dois dias, mobilizou 5 mil pessoas interessadas em organizar o ato desta quarta-feira em todo o Brasil.

'Primavera feminista'. "Estamos no auge da primavera feminista, com a juventude pautando. O feminismo está na ordem do dia. Portanto, no 8M, levantaremos bandeiras contra a violência doméstica, pela legalização do aborto, contra a pedofilia e a violência infantil e pela igualdade de gênero no local de trabalho", afirma a criadora do movimento em São Paulo.

De acordo com Marina, quem não puder interromper o trabalho desta quarta-feira fica o convite para suspender as atividades domésticas. Outra sugestão do 8M para esta quarta-feira é que as mulheres se reúnam para debater sobre desigualdades de gênero entre 12h30 e 13h30 (horário estabelecido pelo grupo no Brasil).

Natalia Corazza Padovani, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conta que o movimento feminista se fortaleceu em reação à uma guinada conservadora em andamento ao redor do mundo. Para ela, a opressão das mulheres se manifesta de diversas formas e em vários países e, por isso, acredita, o combate ao machismo ganha com a ação conjunta.

Estados Unidos: 'Aqui, não se está imune à violência'

"Enquanto mulher, lésbica, imigrante e latina morando na Baía de San Francisco, ser mulher perpassa várias dessas identidades. Durante a maior parte dos 10 anos que vivo aqui, tenho trabalhado no serviço doméstico, cuidando de crianças. Na maioria das vezes, é isso que cabe à mulher latina: participar na economia informal. Sinto-me livre ao andar pelas ruas segurando a mão da minha parceira ou ao ser afetuosa com minha ela em lugares públicos. Sinto-me livre quando decido adotar uma aparência masculina, pois sei que não serei alvo de chacota. Mas a mesma lógica de violência contra a mulher que existe no Brasil também existe nos Estados Unidos. Não estou imune. Não ando à noite sozinha em lugares que não conheço, procuro saber onde e quando beber e como lidar com o assédio sexual em festas, principalmente enquanto brasileira, que é frequentemente objetificada."

França: 'Há os clichês negativos com o Brasil'

"Ser mulher na França, para mim, é ser exotizada. Quando você fala para um francês que é brasileiro, o Brasil evoca muitas imagens positivas. Mas essas imagens positivas, muitas vezes, trazem clichês racistas, homofóbicos, transfóbicos e sexistas. Quando eu comecei a trabalhar na França, na minha primeira semana de trabalho, colegas mostraram vídeos de bailarinas brasileiras dançando nuas e perguntando se eu usava calcinha fio dental. Eles achavam que isso era uma forma de puxar assunto sobre o Brasil. Assim como já fui a uma festa - isso já me aconteceu algumas vezes - e alguém perguntou: "Você é brasileira? Você é uma mulher de verdade?". No momento em que a pessoa me perguntou isso pela primeira vez, não entendi o que era. Demorei para entender que era realmente um comentário transfóbico. Porque existe a fama das transexuais brasileiras na França. Muitas vezes todos esses clichês trazem tudo isso de negativo com as mulheres brasileiras."

Austrália: 'Perpetua-se o estereótipo de ser sexy'

"Ser mulher em um país como a Austrália me permitiu ter mais liberdade do que no Brasil. Eu me sentia mais segura para sair nas ruas, sem tanto medo de assédio ou violência. Tinha um grau de liberdade maior do que no Brasil, apesar de às vezes ser mais sexualizada. Alguns disseram que eu era exótica e outros perpetuavam o estereótipo de brasileira ser sexy. Sempre me permiti fazer o que quisesse no Brasil e até sofri por isso porque fui assaltada várias vezes e assediada, como as brasileiras são. Na Austrália, agia da mesma forma, me permitia fazer o que quisesse. Mas nesse período em que morei lá não tive nenhum incidente por ser mulher - exceto a hiperssexualização de alguns, por ser brasileira. Foram poucas as vezes em que precisei estar sozinha, mas não deixei de fazer coisas sozinha. Confesso que ser mulher significa sempre ter medo de andar na rua sozinha, no Brasil ou na Austrália. Mas talvez por ter nascido num país violento essa sensação me acompanha."

Angola: 'É comum ouvir cantadas nas ruas'

"Minha vida em Angola é parecida com a que tinha no Brasil. Trabalho de segunda a sexta, vou ao cinema, saio com os amigos, faço exercícios na Marginal de Luanda, vou à praia... Luanda é tão quente e úmida quanto o Rio, então uso basicamente as mesmas roupas. É claro que a sociedade aqui ainda é muito centrada no homem. É comum ouvir comentários machistas ou cantadas enquanto ando na rua. Mas como boa brasileira que sou, não me intimido. Respondo de volta e os caras logo param. Sendo mulher, me permito fazer quase tudo em Luanda. Moro no centro e faço muita coisa a pé: mercados, trabalho, restaurantes. Saio também para a balada sozinha sem problemas. Durante o dia, até me permito andar de candongas - os táxis azul e branco, parecidos com as vans do Rio -, mas procuro sentar próximo de outras mulheres ou do motorista. De noite, só uso os táxis de cooperativas com motoristas credenciados e rastreáveis. De resto, evito andar sozinha."

Arábia Saudita: 'Vive-se uma liberdade moderada'

"Sou brasileira-libanesa e sempre vivi no Brasil. Casei e meu marido trabalha na Arábia Saudita. Então, passamos a morar aqui. Em Jeddah, quase todos os restaurantes têm uma seção só para famílias e outra totalmente separada, onde entram só homens solteiros – e não mulheres solteiras. Sou muçulmana e para mim é natural cobrir o cabelo, usar o véu.Posso andar no shopping sozinha. Mulher não pode dirigir aqui. Quando não saio com meu marido de carro, pego Uber. Tive uma situação que passei que fiquei com um pouquinho de medo. Não usava véu, mas depois dessa situação preferi começar a usar. Porque os homens mexem. Não é que usar o véu vai me proteger, mas talvez na cabeça dos homens a mulher que usa o véu é mais reservada do que a mulher que não usa. É como se fosse no Brasil: mulher de minissaia na rua é comparável à mulher sem véu na Arábia Saudita. É liberdade moderada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para explicar a importância da igualdade entre gêneros para os homens, a socióloga Eva Blay diz que sempre conta uma historinha. “Eu fazia a conta. Você [homem] ganha R$ 20. A tua mulher ganha R$ 10. Quanto entrou na sua casa? R$ 30. Então ficou faltando quanto? Quem ficou com esses R$ 10 [que estão faltando]? Quando você joga essa pergunta: 'quem ficou com os R$ 10?' – e não foi nem você, nem sua mulher nem sua casa – era fantástico”, disse, em entrevista dada à Agência Brasil, na semana passada, no campus da Universidade de São Paulo (USP), na sede do escritório da USP Mulheres.

Eva prefere não falar de si, mas sua história de luta pelos direitos das mulheres é longa. Socióloga e professora titular da Universidade de São Paulo (USP), Eva Blay, 79 anos, foi senadora e atualmente coordena o Escritório USP Mulheres, que trabalha para o enfrentamento da violência contra a mulher, para a garantia da igualdade de gênero no Brasil e conta com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Para ela, o feminismo avançou muito ao longo dos anos, mas a consolidação dos direitos das mulheres no mundo nunca foi, de fato, consagrada. “Na sociedade não existe, nunca [houve] uma consolidação. O que existe é sempre um processo”, destacou.

Na entrevista, Eva fala sobre o surgimento do Dia Internacional da Mulher e diz que a data remonta a várias lutas femininas.

Ela destaca que a violência contra a mulher continua em todo o mundo, mas que no Brasil a distorção é ainda pior. “O Brasil está em quinto lugar no assassinato de mulheres”, destaca.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: Como teve início as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher?

Eva Blay: O dia 8 de março não começou no dia 8 de março. Começou com a Clara Zetkin, uma socialista que apresentou em um congresso socialista [2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas], em 1911, uma proposta de um dia internacional para as mulheres. Então, como socialista, ela queria uma coisa geral. Naquela época, mais ou menos como agora, havia uma série de dificuldades. Mas acho que, naquela época, a situação era pior. As mulheres não tinham horário de trabalho. Então, trabalhava 12 horas, 15 horas, as crianças trabalhavam. Quando as mulheres, naquela época, saíram às ruas com essa proposta - ainda era época do czar - elas achavam, e aí já não eram as socialistas, que podiam conseguir do czar um certo apoio, uma certa redução da jornada, mas ele mandou a polícia para cima delas e foi um morticínio total. Depois disso, sempre do ponto de vista político, as mulheres continuaram a lutar por um dia de reivindicação, um dia de luta, não festivo. Mas em vez de pensar em luta, o que a sociedade capitalista inventou? Vamos dar bombons e flores. Ora, nós não queremos bombons e flores apenas. Venham os bombons e as flores, mas não só isso. O que nós queremos é a igualdade de direitos e de deveres como está na Constituição de 1988.

Agência Brasil: E quais foram os avanços conquistados pelas mulheres desde então?

Eva: Homens e mulheres são iguais perante a lei. E ser igual significa o que? As mesmas oportunidades de estudar, de não ter limitações nas carreiras, de não ter um teto de vidro que limita a ascensão das mulheres nas carreiras. Enfim, uma mudança geral na estrutura da sociedade. E estou falando especialmente da brasileira. Mas isso acontece em todas as outras sociedades. Por volta dos anos 50, essa reivindicação tornou-se o centro do movimento feminista no mundo todo. Não era só socialista, era feminista, era suprapartidária. E o movimento feminista incluiu todas essas reivindicações: a igualdade de direitos, a igualdade sobre, por exemplo, na família, de a mulher poder dizer quem é seu filho e quem é o pai do seu filho. Nós não podíamos fazer isso. A mulher, para trabalhar, precisava de autorização do marido. Para viajar, precisava de autorização. Ela não podia nem usar o próprio dinheiro. O movimento feminista começou a trabalhar todas essas questões. E, de uma certa maneira, avançamos. Avançamos do ponto de vista do direito, do ponto de vista da educação, as mulheres se tornaram altamente escolarizadas comparando com os homens e muitas foram para a universidade. O caminho da universidade é mais ou menos heterogêneo. Nas carreiras que são das ciências chamadas duras ou exatas, temos menos mulheres que homens. Mas estamos fazendo muita força para ampliar isso.

Agência Brasil: E o que falta conquistar?

Eva: Qual foi a área que não avançou? A violência. Na violência, nós não conseguimos avançar. Ela continua. Na pior situação, há o assassinato de mulheres, a violência dentro de casa, o estupro, o incesto. Tudo isso continua acontecendo e esta é a área que a gente menos conseguiu avançar. Não só no Brasil como na América Latina toda e no mundo, de forma geral. Mas aqui a distorção é muito pior.

Agência Brasil: Por que você diz que aqui é muito pior?

Eva: Por causa do número de mulheres. O Brasil está em quinto lugar no assassinato de mulheres.

Agência Brasil: A senhora tem escrito artigos destacando esse momento que o mundo vive com Trump [Donald Trump, presidente dos Estados Unidos] e Putin [Vladimir Putin, da Rússia]. Como a senhora enxerga épocas como essa que parecem de retrocesso?

Eva: Acho que vivemos um momento em que há várias forças em atuação. Evidentemente, quando você pega alguns grupos religiosos ou alguns indivíduos conservadores e muito conservadores, eles não admitem os avanços que nós conseguimos. Tem um aí que acha que a mulher tem que ser subserviente ao homem. Ou ele acha que o casamento entre homossexuais é uma aberração. Não concorda com o aborto mesmo em caso de anencéfalos. Até em coisas que já avançamos existem aqueles que querem voltar atrás. Por isso, acho muito importante a gente nunca perder de vista que o feminismo avançou, mas não consagrou os avanços. Você tem que estar sempre alerta porque senão volta para trás. Vide o Trump que, nos Estados Unidos, quem imaginaria que ia fazer as propostas tão retrógradas como ele está fazendo?

Agência Brasil: Há como recuperar o Dia Internacional da Mulher como um evento de luta? Esse ano parece um ano especial, de mobilização e de greves, em nível internacional. Tem como voltar a marca do dia de luta e não do dia de bombons?

Eva: Acho que hoje em dia ninguém ousa pensar o Dia Internacional da Mulher como o dia do bombom. Eu não vejo mais isso não. Se você andar pela rua ou mesmo aqui pelo campus [da USP], o que você vê? Frases e cartazes assim [ela mostra postais com frases que pedem o fim do assédio e da violência contra a mulher], de que isso tem que parar. A violência sexual tem que parar. Elas podem ser chefes no trabalho, elas podem andar como quiserem. Você deve apoiá-las. Isso nós estamos fazendo. Agora, elas podem sair à noite sozinhas. Hoje você pega uma adolescente e ela não aceita mais vir com essa conversa. Ela quer andar de shorts sim, decotada sim e ninguém tem nada a ver com isso. Elas já absorveram esse feminismo.

Agência Brasil: Esse é o momento que você falou que está faltando, da consolidação do feminismo?

Eva: Na sociedade não existe, nunca [houve] uma consolidação. O que existe é sempre um processo. É um processo que pode ir e voltar. Se você comparar hoje com, por exemplo, quando conquistamos o direito ao voto, quando a Bertha Lutz [biológa] lutou pelo direito ao voto, em 1920. Sabia que ela jogava panfletos por avião? Quem tinha avião naquela época? Ela fez todo um trabalho de direito ao voto. Então já era uma coisa forte. Havia muitas jornalistas feministas. Se você pegar de 1850 para frente, o número de mulheres jornalistas e feministas era muito grande. E depois teve um retrocesso.

Agência Brasil: As adolescentes podem ser um novo [avanço]?

Eva: Acho que estamos avançando. Por exemplo, na violência, a gente não superou os limites. Mas a gente tem a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio. Mas agora é uma questão de cultura. Você tem a lei, mas não tem ainda a cultura para implantar isso.

Agência Brasil: Tem alguma lei que pode ajudar?

Eva: Lei não adianta. A lei ajuda. Ela pune. Isso é importante. Mas nós vivemos em uma cultura patriarcal, uma cultura machista. Então, enquanto você viver em uma cultura machista, você não consegue acabar com isso. Vou dar um exemplo. Tem um fulano, que não quero citar, que matou a mulher e era uma pessoa notória porque ganha dinheiro. Dois dias depois, o que vejo nos jornais? A seguinte frase: 'fulano de tal [ela não diz o nome, mas ela está falando do goleiro Bruno, condenado por assassinato] está muito magoado com seus companheiros que não foram visitá-lo na prisão'.  Eu acho que os companheiros não foram visitá-lo na prisão porque não estavam de acordo por ele ser um assassino. Mas a mídia não está passando isso. A mídia está passando 'coitado, ele pagou o seu crime, então agora ele tem que ser recepcionado'. Você colocar na mídia essa tentativa de dizer vamos recuperá-lo? A moça sumiu. Nunca se achou o corpo dela.

Agência Brasil: E as transgêneras?

Eva: Gênero significa o seguinte: quando você está pensando em uma pessoa, em um corpo, até agora a gente pensava apenas do ponto de vista biológico. Hoje não pensamos mais do ponto de vista biológico. Hoje pensamos mais. Você vive em uma sociedade e é a sociedade que tem uma cultura que vai ensinar para você a ser mulher, a ser homem. Isso é gênero. Gênero é o contexto dentro do qual as pessoas estão. Ao lado disso você tem homens que podem ser biologicamente homens, mas não se sentem homens, se sentem mulheres. E vice-versa. Homens que são bissexuais, mulheres que são bissexuais. Hoje tem os crossdresser [termo que designa pessoas que se vestem com roupas associados ao sexo oposto], que é uma coisa muito interessante, que são homens que se vestem como mulheres. É raríssimo o caso contrário, mas tem também. Você vive em uma sociedade que, felizmente, as coisas agora estão aparecendo. Em vez de o cara ficar enrustido ou se suicidar, em vez de ele ficar sofrendo, hoje em dia não. Claro que não é todo mundo que hoje em dia aceita essa decisão. Porque a pessoa é o que ela é. Não importa. Desde os 3, 4 anos de idade, ela já começa a se definir. Ela não está escolhendo. Faz parte dela essa atuação, essa maneira de ser. 

Agência Brasil: O 8 de março é um dia de luta também para a mulher trans?


Eva: Elas podem, por que não? Acho que sendo um dia internacional, cada um vai para a rua fazer o que quer.

De acordo com a ONU Mulheres Brasil, os espaços de grupos de apoio e organização sindical, apesar de significarem um importante centro de luta e empoderamento feminino pela dignidade trabalhista e econômica, ainda é, por vezes, inacessível a algumas mulheres. A falta de tempo e estrutura causadas pelo machismo, além da tripla jornada de trabalho das mulheres economicamente ativas, as afastam desses espaços de militância e reivindicação de direitos sociais no trabalho. 

O LeiaJa.com buscou histórias inspiradoras de mulheres pernambucanas que conseguiram passar por todas essas barreiras sociais impostas pelo gênero e não somente participam dos sindicatos de suas categorias de trabalho, como chegaram a postos de liderança como coordenação geral e presidência, ganhando reconhecimento e respeito. 

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“Não esperavam que uma mulher fizesse tanta transformação”

Dulcilene Morais é presidenta do Marreta (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada de Pernambuco) e afirma que o machismo está presente no movimento sindical primeiramente por estar entranhado na sociedade brasileira: “O movimento sindical como a sociedade é machista, porque o machismo é cultural na questão do patriarcado, que prega que mulher tem que ficar em casa lavando prato e limpando menino”, opina Dulcilene. 

De acordo com ela, por volta de 1988, teve início a luta pela presença feminina no sindicato, que a levou ao pioneirismo como mulher ocupando a presidência. “Quando entrei no movimento sindical, começou o movimento da CUT para colocar as mulheres nas direções dos sindicatos, mas não esperavam que uma mulher fizesse tanta transformação. Implementamos café e almoço na obra, políticas de segurança nas construtoras que tratavam os trabalhadores como algo descartável e nós forçamos a aplicar normas a partir da patrulha sindical nas obras. Também implantamos sala de aula em obras a primeira do país. Foi uma série de questões que mostramos que se o trabalhador tem direito e as oligarquias perseguem nosso sindicato, pois não aceitamos ser tratados como resto de material da obra, temos que ser tratados com respeito”, conta a sindicalista. Outra conquista do Marreta diz respeito à equiparação salarial e equidade de gênero nos quadros profissionais das empresas de construção. Segundo Dulcineide, foi preciso recorrer ao Ministério Público para garantir que as engenheiras ganhassem os mesmos salários que os engenheiros homens.

Sobre questões como dupla jornada e necessidades estruturais que permitam às mulheres uma atuação forte nos sindicatos, Dulcineide afirma que patrões e maridos são barreiras muito presentes. “Elas têm o tabu em casa que às vezes o marido não quer deixar, às vezes a empresa não quer liberar a mulher, mas a gente garantiu que elas poderão participar nas mesas de comissão em igualdade de direitos em relação aos homens. Os sindicatos têm que ter estrutura de creche, por exemplo, para a mulher ficar tranquila tendo onde deixar seu filho para poder vir para a luta com mais vontade. Elas vêm até com mais vontade que os homens na minha avaliação, tomam consciência de que têm que lutar pelos seus direitos", diz. 

O setor da construção é, geralmente, visto como um segmento de trabalho para homens. Quando perguntada sobre como é presidir um sindicato desse ramo sendo mulher, Dulcineide afirma que o machismo é forte sim, mas que não é só em sua área de atuação que ele existe: “Temos outras mulheres em sindicatos de construção civil, mas o machismo também está presente em categorias tipicamente femininas que são presididos por homens e não mulheres, isso é um reflexo da realidade social”, finaliza a presidente do Marreta.

Pauta de luta trabalhista 

A Coordenadora Geral do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), Simone Fontana, afirma que a diretoria de seu sindicato tem maioria feminina como reflexo da categoria do ensino que é, em maioria, composta por mulheres. No entanto, ela reconhece as dificuldades que as mulheres enfrentam nos sindicatos.

“As dificuldades são muitas, pois mulheres têm trabalhos de cuidado com família, filhos, idosos”, explica Simone. Para ela, garantir que as mulheres estejam inseridas no contexto sindical deve ser uma pauta de luta trabalhista e é preciso que os próprios sindicatos tenham uma estrutura de acolhimento para possibilitar essa participação: “A atuação sindical é difícil para mulheres se a estrutura do sindicato não tem essa visão e não garante esse suporte. Nós somos importantes e não devemos ficar restritas nem na hora da luta e nem na organização familiar, pois os ataques atingem as mulheres, como reforma da previdência, restrição de pensões, aposentadoria especial e PEC dos gastos públicos", opina a integrante do Simpere. 

“Me disseram que sindicalista não tinha direito a licença maternidade” 

Suzineide Rodrigues é a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, mas enfrentou diversas dificuldades até chegar a este posto. “Quando entrei no sindicato em 1991 senti na pele o que é ser mulher com filho pequeno num sindicato em que sua jornada não tem horário. Nenhuma outra mulher lá era mãe e quando precisei tirar licença, me disseram que sindicalista não tira licença maternidade”. Segundo ela, a situação só mudou quando outra sindicalista se tornou mãe e foi iniciado o debate para fazer valer a lei que confere às mulheres o direito de cuidar de seus filhos recém-nascidos.

Suzineide diz que foi difícil conseguir introduzir a pauta de discussão feminista dentro do sindicato e enfrentou muita resistência. "Em nossa trajetória houve muita luta para conseguir visibilidade e para ter uma mulher presidenta. Só com 79 anos de sindicato a gente conseguiu ter a primeira, teve um racha na diretoria e a presidenta venceu por dois votos de diferença apenas”. De acordo com Suzineide, o enfrentamento trouxe bons frutos para as bancárias. “Conseguimos auxílio creche em convenção coletiva, as mães bancárias recebem um valor para ajudar a pagar. No sindicato a gente flexibiliza o horário, paga hora extra de babá, bota creche quando tem curso, para ajudar pessoas que têm filhos. A gente também desbravou o debate sobre violência contra a mulher e sobre paridade”.

Até sua consolidação como presidente do Sindicato, Suzineide enfrentou resistências. “A ideia de ter mulheres vai bem na base, mas é difícil para nós subirmos aos postos de poder. Quando estamos nesse cargo, os homens não são tão diretamente machistas de dizer que não temos competência, mas se a gente não mostrar muito pulso de liderança no trabalho em equipe, dificulta", complementa. 

Na quarta-feira (8) será celebrado o Dia da Mulher, mas também, em 2017, a luta pelos direitos iguais dará o tom da comemoração. No Recife, uma manifestação está marcada para tomar as ruas da cidade. Ela acontece em conjunto a outros locais do mundo, em prol dos direitos e democracia, denunciando formas de opressão, de acordo com o grupo, construídas pelo patriarcado, machismo, racismo e capitalismo.  

O ato será realizado no Parque Treze de Maio, a partir das 14h30. No local, serão feitas atividades culturais e, em seguida, uma marcha até a Praça do Derby. Segundo informações das organizadoras, é urgente a construção de uma grande aliança política, amorosa inclusive, entre as mulheres, feministas ou não, contra todas as formas de opressão e destruição.

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Para a feminista Dolores Fastoso Amaya, membro do Fórum de Mulheres de Pernambuco, as políticas públicas estão sendo desmontadas e existe um aumento expressivo na violência, nos casos de estupro. Esse ato coletivo da Região Metropolitana no Recife expressa o compromisso, a vontade política de todas as militantes de estabelecer pontos em comum fundamentais para lutar contra um governo que se formou de maneira ilegítima, e não é reconhecido pelo movimento feminista”.

Este ano a programação começa no Parque Treze de Maio, onde ocorrerão rodas de conversa, oficina de cartazes e faixas e denúncias. Já às 16h30, as mulheres sairão em marcha pela Rua do Hospício e Avenida Conde da Boa Vista até a Praça do Derby.

Mobilização no Agreste, Zona da Mata e Sertão

Contra a PEC 287, atos públicos serão realizados em Afogados da Ingazeira, Santa Cruz da Baixa Verde e Tabira. Segundo as organizadoras, outras localidades também terão ato. Em Caruaru, mulheres de toda a região se unirão contra a Reforma da Previdência. No Araripe, elas irão bloquear a principal rodovia federal pela manhã. Orobó terá ruas tomadas por manifestação, com concentração às 7h, em frente da sede do Sindicato Rural. 

As informações apontam que em Passira, nas escolas públicas Bengalas e Erem, as feministas se dividem, saindo em caravana para participar dos atos no Recife e em Caruaru. Belo Jardim terá rodas de diálogos com outras mulheres das comunidades quilombolas e das periferias. Segundo o grupo, é importante a conversa com estudantes e com as mulheres populares sobre os impactos da PEC 287. Elas afirmam se tratar de uma medida que coloca todas as trabalhadoras e os trabalhadores no mesmo contexto, sem observar as necessidades básicas de cada região e realidades nas quais as mulheres estão inseridas. 

Na Mata Sul haverá teatro feminista com o intuito de sensibilizando mulheres e homens sobre a violência contra a mulher e o racismo. Além disso, nos próximos dias haverá apresentação no Recife, Escada, Joaquim Nabuco, Palmares e Água Preta.

Com informações da assessoria

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Uma promoção lançada pela Livraria Saraiva em todo o Brasil tem sido alvo de polêmica entre as mulheres. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), a empresa está oferecendo 50% de desconto na compra de livros, exclusivamente, para o público feminino que efetuar o cadastro previamente na página oficial da empresa na internet. 

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Só que para a surpresa e insatisfação de muitas, a venda dos produtos limita-se apenas a algumas categorias, sem se estender a temas mais acadêmicos, científicos ou até mesmo históricos. Na página da Saraiva, o público pode optar apenas por temas como 'atitude’, ‘românticas’, ‘que se cuidam’, ‘fashionistas’, ‘religiosas’, ‘que gostam de dançar’, ‘organizadas’ ou ‘geeks’, dentre outras categorias.

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Nas redes sociais, a iniciativa tem sido vista como anacrônica por muitas. "Quero ser convidada a comprar os livros que EU, como leitora, cliente, e interessada, preferir: quero crônica, poesia, epistolografia (cartas), ensaio, memórias, (auto)biografia, filosofia, história, crítica literária, fotografia, artes, romance, et cetera. Aprendam a respeitar suas leitoras e leitores. Se querem fazer promoção, deixem o cliente levar o que gosta. Do contrário, parece queima de estoque com falsa homenagem como pretexto", escreveu uma internauta.

Já outra seguidora ressaltou estar decepcionada com a empresa: "Vcs criaram uma campanha em homenagem ao dia das mulheres dando descontos e para minha surpresa...Os livros abordados são padrão 'bela, recatada e do lar'. Por favor, sem entrar na questão de machismo ou feminismo porque eu nem debato esse tipo de coisa, mas foi ridículo essa promoção. Sou advogada e o meu acervo de livros os, quais 90% adquiriro com vcs, são profissionais. Então mulher não pode ser uma profissional? Vcs condicionaram a promoção à imagem antiga da mulher, imagem essa que hoje já é veemente rebatida. Enfim, me decepcionei e estou inclusive demonstrando essa decepção de forma aberta nas redes sociais e lógico nem de longe me surpreendi quando recebi muitas mensagens de mulheres profissionais como eu, com esse mesmo sentimento de decepção".

É isso mesmo - A assessoria da livraria Saraiva informou que o desconto "não é válido para as áreas de Contabilidade, Ciências Biológicas, Exatas, Curso de Idiomas, Didáticos, Direito, Engenharia, Tecnologia, Informática e Medicina". 

Mais tarde, após as 18h desta segunda (6), a assessoria da livraria voltou a entrar em contato com o LeiaJá e informou que mais de 200 mil títulos estarão incluídos na promoção. Entre as categorias, estarão Administração, Agropecuária, Artes, Autoajuda, Ciência Humanas e Sociais, Economia, Esoterismo, Espiritualismo, Esportes e Lazer, Gastronomia, Geografia e História, Linguística, Literatura Estrangeira, Literatura Infantojuvenil, Literatura Nacional, Psicologia, Religião e Turismo.

Além disso, a Saraiva ressaltou que a campanha só é válida no dia 08/03/2017, ou até o termino do estoque. Pelo e-commerce, a livraria informa que o desconto será válido para as clientes já cadastradas no site até 23h59 de 07/03/2017, desde que tenham autorizado o envio de e-mails, já que receberão um cupom de 50% de desconto pelo endereço eletrônico.

Ao tentar empreender ou enveredar por uma área profissional, há quem não identifique que o sucesso do negócio pode estar no que a pessoa faz melhor durante o dia a dia. Na hora de apostar num empreendimento, é interessante fazer uma reflexão sobre nossas habilidades, pois elas podem ser a fonte da ideia. A baiana Jaqueline Pinheiro, 33, que há seis anos reside no Recife, resolveu investir na sua habilidade de consertar objetos e criou um serviço prático e necessário, cuja finalidade é ajudar mulheres e afeminadas. 

Apesar de recente, a ideia de Jaqueline - também chamada pelos familiares de Jaque conserta tudo - agradou amigos e vem conquistando clientes. Habilidosa com as ferramentas nas mãos e feminista, Jaque sempre consertou os objetos de sua casa, como lâmpadas, tomadas e móveis. Formada em cinema e atuante em projetos feministas, ela exalta a importância da autonomia das mulheres, além de se mostrar disposta a dar dicas de como o público feminino pode resolver problemas de reparo em suas residências.

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No início desta semana, Jaqueline divulgou seu serviço nas redes sociais e prontamente muitas pessoas passaram a elogiar e compartilhar a ideia. "Muito bom! Uma oportunidade de emprego e de quebra de tabus", escreveu uma internauta. Mulheres, pessoas trans e homossexuais que residem no Recife podem solicitar o serviço de Jaque, bastando apenas fazer uma ligação para o seu celular. Ela vai até as casas, resolve o problema e ainda se dispõe a mostrar ao cliente como é possível consertar o objeto sem a necessidade de chamar outra pessoa. "Sou militante feminista e estou envolvida em outros projetos. Estou sempre na luta! Claro que esse serviço é também para gerar renda, mas o meu principal interesse é ensinar às contratantes, se tiverem interesse, a fazer os reparos, para que elas desenvolvam sua autonomia. Troco tomada, bocal, lâmpada, chuveiro, resistência... Esses dias fui chamada para vedar box. São serviços simples, mas que para algumas pessoas parecem mistério", conta Jaque, em entrevista ao LeiaJá.

A namorada de Jaqueline, a empreendedora Késia Salgado, foi quem mais incentivou a ideia. Pela convivência com Jaque, percebeu sua habilidade para consertar objetos, bem como identificou a necessidade que muitas mulheres têm em relação a pequenos serviços. "Ela conserta tudo mesmo! A gente já tinha visto essa ideia em outros estados, mas no Recife não vi nada parecido. Ela sempre estava desmontando alguma coisa, montando algo. Ela gosta disso, é visível como fica feliz consertando as coisas. Por isso comecei a insistir para ela montar o negócio porque tem público. Toda mulher que mora só ou que vai receber sozinha um homem em casa tem medo. A ideia é passar segurança com esse serviço", explica Késia.

Para qualificar ainda mais seu trabalho, Jaque revela que pretende fazer cursos de capacitação na área elétrica. Quem tiver interesse em contratar o serviço pode entrar em contato via WhatsApp pelo número (81) 99652-1091. O custo inicial é de R$ 50, com possibilidade de pagamento via cartão de crédito ou débito. Por enquanto, os atendimentos são realizados apenas em residências situadas no Recife.

A atriz Giselle Itié revelou, recentemente, por meio de sua página oficial no Instagram, que foi vítima de estupro aos 17 anos, pelo seu namorado, quando ainda era virgem. A atriz havia revelado em dezembro do ano passado sobre o caso, quando participou de uma campanha, que luta pelo fim da violência contra a mulher, e agora, em entrevista a revista Glamour, Itié revelou detalhes sobre como o fato aconteceu com seu namorado na época, que era 15 anos mais velho.

Sob o consentimento de seus pais, a atriz revela que viajou com o namorado e teve alerta deles para que não bebesse. Itié ressalta que não bebeu e tomou apenas suco de laranja, no qual foi dopada e só acordou no dia seguinte:

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Quando tinha 17 anos, fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar. Quando tinha 17 anos, o castelo caiu e fiquei soterrada. X me desejou boa-noite e me chamou de Cinderela. Acordei. Olhei para o lado e lá estava ele, dormindo. Olhei melhor e o vi nu. Susto. Me olhei. Nua. O chão forrado de garrafas vazias. Eu forrada de amnésia. Foi difícil sentar. Então vi o que eu já imaginava. Perdi a virgindade. Me perdi", detalha. Giselle revela ainda que quando acordou não sabia o que fazer e que resolveu se trancar no banheiro. “Senti nojo de mim, vergonha, medo. O que aconteceu? Notei meu corpo machucado, roxo, mordido. Não conseguia pensar nem chorar. Só queria o abraço da minha mãe. Como zumbi, fui para o chuveiro e tentei me limpar, tirar a sensação de sujeira. Embaixo da água, me senti de alguma forma protegida. E chorei. Me dei conta de que não era pesadelo quando escutei o X batendo na porta. Num dado momento, me levantei aos prantos e exigi, do outro lado da porta: 'Quero ir para a minha casa agora!'. Ele tentou dizer que não dava e entrei em surto. X concordou em me levar".

Em seu retorno para casa, depois do ocorrido, a atriz conta resolveu manter a história em sigilo para o pai, mas que se abriu para mãe, e com a ajuda dela e da terapia conseguiu se reerguer e superar o trauma. "Com a ajuda do tempo, da minha mãe e da terapia, comecei a me reencontrar. Decidi ligar para o booker da agência. Lembra? Fui fazer aula de TV e cinema, estudar jornalismo e trabalhar como modelo para pagar o curso. Tudo isso fez um baita barulho em casa, claro, mas eu não era mais aquela Giselle. Total fênix. A imagem das princesas encantadas foi engolida. Eu me sentia o Hulk e contestava tudo que achava injusto, como a Mafalda".

Por fim, Giselle ressalta sobre a prática do feminismo e que a luta pelo combate ao estupro deve ter união das mulheres: “Estamos (sobre) vivendo na cultura do estupro. A cada 12 segundos uma mulher sofre violência no Brasil. Ou seja, todo movimento é importante para chegarmos mais perto do fim da desigualdade de gênero. Foi duro escrever este texto, mas isso me fortaleceu ainda mais. Meninas, precisamos nos unir! Nosso futuro agradece". Confira o vídeo.

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Manifestantes marcaram atos para o fim de semana na avenida Paulista, em São Paulo-SP, no mesmo local, com motivações diferentes. Um grupo de 200 pessoas participava de protestos contra o ex-presidente Lula (PT) e contra o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) e pediam a prisão de ambos. No outro ato, que acontecia no mesmo local, grupos feministas e movimentos sociais reuniram-se para manifestar apoio aos protestos realizados na Argentina, motivado pelo feminicídio de Lucía Perez, 16, que foi drogada e violentada até a morte.

Os ativistas solidários a causa Argentina defendem que o feminicídio seja considerado crime hediondo e que as delegacias da mulher operem 24h. Com o encontro das duas manifestações, a troca de provocações se iniciou, e a Polícia Militar (PM) fez um cordão de isolamento para evitar confrontos. Os grupos de direita, que entoavam gritos de apoio ao juiz Sérgio Moro, ao deputado federal Jair Bolsonaro e aos policiais, encontraram-se em frente ao Museu de Arte de São Paulo, quando as manifestantes chegaram ao vão livre do museu, e começaram a trocar insultos.

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Caso Lucía Perez

A adolescente de Mar del Plata, ao sul de Buenos Aires, foi assassinada por dois homens, no dia 8 de outubro, um dia após conhecê-los, com o intuito de que comprassem um cigarro de maconha para ela e a amiga, segundo a apuração da polícia. Matías Farías, de 23 anos, e Juan Pablo Offidiani, de 41, são traficantes que vendiam a droga perto da escola frequentada por Lucía. No dia do crime, a jovem foi dopada com cocaína, para que não conseguisse reagir. Vítima de violência sexual e tortura, a menina não resistiu a uma parada cardíaca.

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