Tópicos | fernando melo

Na última quarta-feira (1º), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, declarou que o sindicato não recomenda datas de retomada das aulas presenciais no estado. 

A afirmação foi feita durante a live “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”, que teve como tema o retorno às aulas presenciais e contou também com a presença de Cláudio Furtado, representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e do secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio.

##RECOMENDA##

[@#video#@] 

Fernando explica que no dia 1º de junho o sindicato entregou à Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) um documento com recomendações para o retorno às aulas no momento pós-pandemia, baseado em orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Colocamos questões e contribuições para trabalhar em três eixos: a garantia do direito à educação para todos e para todas, a questão da infraestrutura sanitária profissional e tecnológica e o terceiro é que a gente possa instituir um pacto educacional pautado na capacitação dos profissionais”, disse ele. 

Quando questionado se, com a elaboração do documento de orientações, o sindicato recomenda alguma data para o retorno, Fernando foi taxativo ao negar. “O Sintepe está defendendo, através de seu documento, protocolos, diretrizes, condições sanitárias, condições estruturais, todo o conjunto de elementos que quando do retorno, quando possivelmente nós viermos a retornar às atividades presenciais, nós tenhamos essas condições estabelecidas. O princípio que norteia o nosso documento é a defesa da vida e hoje nós não estamos vendo no horizonte  uma data que nós possamos dizer ‘é a partir dali que nós vamos retornar’”, afirmou. 

Além das questões mais diretamente ligadas aos números da pandemia no estado, como ocupação de leitos, óbitos e registro de casos, Fernando aponta outras razões pelas quais, segundo ele, a recomendação de uma data para o retorno é inviável no momento.

“Esse retorno vai exigir todo um cuidado, toda uma logística para que a gente possa efetivamente assegurar o cuidado com essas vidas. Nós temos na rede estadual escolas que têm uma estrutura muito boa, mas temos também escolas que não têm uma estrutura que permita ao estudante o distanciamento dentro da sala de aula. Que permita ao estudante com tranquilidade o acesso à questão da água, que tenha uma rede de esgoto que atenda bem àquela escola ou àquela localidade. Temos uma série de circunstâncias que hoje assustam quando a gente fala num possível retorno”, disse o professor.

LeiaJá também

--> Ubes ainda não recomenda data ‘ideal’ para o Enem

--> PE: mensagem de volta às aulas em agosto 'está errada'

--> Consed: data de volta às escolas ainda é imprevisível

Durante a manhã desta quarta-feira (18), os profissionais da área de educação estadual de Pernambuco, através do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), solicitaram à Secretaria Estadual de Educação que o Governo garanta a possibilidade de isolamento domiciliar para todos os profissionais da rede de ensino se protegerem do novo coronavírus.

Nessa terça-feira (17), o Governo publicou um decreto no Diário Oficial do Estado de Pernambuco com novas determinações de medidas emergenciais para contingência do COVID-19. O texto autoriza os secretários da administração estadual a deferir trabalho remoto “aos servidores públicos com mais de 60 (sessenta) anos e aqueles portadores de doenças crônicas”, com exceção das áreas de saúde, defesa social e serviços de abastecimento de água.

##RECOMENDA##

No que diz respeito à educação, o decreto determina a suspensão do funcionamento das escolas, universidades e demais estabelecimentos de ensino, público ou privados, em todo o Estado de Pernambuco a partir desta quarta-feira (18). A medida já está em vigor. 

Durante esta tarde, representantes do sindicato estão reunidos com o secretário da Educação e Esportes, Fred Amancio, exigindo a suspensão total das atividades de todos os trabalhadores, em educação, alunos, professores, técnicos administrativos, analistas, readaptados, contratados e funcionários terceirizados de todos os locais de trabalho vinculados à Secretaria de Educação. 

“Estamos pleiteando, pedindo, cobrando da Secretaria que possa garantir e assegurar que cada companheiro trabalhador e trabalhadora em educação, independente do vínculo, possa ficar no seu isolamento social, que é uma das formas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para evitar a propagação e combater o coronavírus”, disse o presidente do Sintepe, Fernando Melo, durante uma transmissão ao vivo realizada pela equipe que aguardava o secretário.   

O LeiaJá procurou a Secretaria Estadual de Educação em busca de mais informações. Até o momento, ainda estamos aguardando resposta para atualizar a matéria com o posicionamento oficial do Governo sobre o tema. 

LeiaJá também

--> UFPE: RU funciona apenas para alguns alunos

--> Covid-19: concurso do IBGE com 208 mil vagas é suspenso

--> Covid-19: alunos do DF receberão bolsa alimentação

O Dia do Professor, comemorado nesta quinta-feira (15), é o momento em que estes profissionais recebem homenagens e o carinho daqueles que já passaram e dos que ainda estão nas cadeiras escolares. Porém, com o cenário da educação estadual e nacional bastante 'maltratado', com baixos salários e difíceis condições de trabalho, esta não é uma das profissões mais fáceis de se abraçar. O Portal LeiaJá conversou com os presidentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, e do Sindicato dos Professores da Rede Particular, Hemilton Bezerra, sobre a tarefa de cuidar da educação no Estado de Pernambuco.   

Para Fernando Melo, uma das maiores dificuldades para o exercício da profissão, atualmente, é o piso salarial: "Em média, nosso piso é 60% do que ganha um outro profissional com o mesmo nível de formação". Ele lembrou do último embate que os professores da rede travaram com o Governo em busca de melhorias neste sentido. No primeiro semestre de 2015, a categoria deflagrou uma greve para pressionar o governo, mas conseguiu garantir apenas um reajuste de 7,1% para os profissionais com magistério. Também não houve uma proposta satisfatória em relação ao plano de carreiras: "Este debate já indica a dificuldade em relação ao piso salaraial", disse o presidente.

##RECOMENDA##

Além disso, outras dificuldades como falta de segurança, longas jornadas (muitos professores chegam a trabalhar os três expedientes por dia, fora o trabalho feito fora do ambiente escolar), condições precárias (como escolas sem estrutra, falta de climatização, salas pequenas e superlotadas, etc) e falta de uma formação continuada, comprometem o desempenho dos profissionais da educação e tornam a profissão cada vez menos valorizada. Segundo Fernando, os cursos de licenciatura têm sido os menos procurados nos últimos anos tamanha a desvalorização da área: "Não é uma carreira atraente", afirma. 

Na rede privada, os problemas não são muito diferentes. Insegurança, salas superlotadas e a alta rotatividade de professores nas escolas costumam atrapalhar o desempenho dos docentes. Apesar disso, Hemilton Bezerra, presidente do Sinpro, comemora a entrada da educação na pauta de discussões da sociedade e citou a elaboração do Plano Nacional de Educação como uma importante ferramenta em busca da valorização do professor passando pela melhoria na formação e questão salarial: "Nosso sistema não é articulado, embora seja um país de proporções continentais, temos questões inerentes a todas regiões. Estamos caminhando para a construção de um sistema, temos isso a comemorar". 

Porém, mesmo diante tamanhas dificuldades, ainda existe um outro 'lado da moeda'. O reconhecimento e apoio dos alunos, pais e comunidade são os fatores o que garantem a manutenção do desejo destes profissionais em acreditar e continuar atuando na educação: "Essa é a parte que nos conforta", diz o presidente do Sinpro. Ele lembra como é grande a responsabilidade dos profesores, que formam os jovens para serem os futuros cidadãos do país e salienta que as nações que investiram em educação são aquelas que conseguiram melhorar sua qualidade de vida. Hemilton também ratifica a importância do professor no crescimento do ser humano e da sociedade: "O conhecimento é uma força motriz no crecimento da humanidade. O professor cumpre um papel fundamental na nossa humanização". Neste Dia do Professor, e em todos os outros em que a categoria árduamente exerce sua função, esta é a mola propulsora dos profissionais que decidiram trilhar este caminho: "O que nos move é saber que a sociedade precisa da gente", finaliza Fernando. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando