Sucesso nas décadas de 70, 80 e 90, os fliperamas fizeram muita criança pular o muro da escola ou economizar cada moedinha que recebia dos pais ou avós. Na época do Master System, ter um videogame em casa era um luxo que muitos não podiam arcar, portanto restava recorrer às máquinas que tinham disponíveis games como "King of Fighters" ou "Street Fighter II". Os jogadores se esforçavam ao máximo só para conseguir cravar três letras do seu nome no ranking dos melhores.
Enquanto empresas como a Nintendo e SEGA apostam no poder da nostalgia relançando seus consoles clássicos, um pernambucano vem chamando atenção por ter sua própria oficina de fliperamas. É em um pequeno corredor na cidade de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que o eletricista Reginaldo Luiz da Silva, de 29 anos, cria máquinas que trazem memórias da infância de qualquer aficionado por games.
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Luiz, que exerce a função de eletricista no horário comercial, usa suas horas de descanso para criar os fliperamas, desde sua estrutura de madeira, até programar e se certificar que seus clientes poderão aproveitar a jogatina sem problemas. Tudo teve início a partir de uma brincadeira, quando ele resolveu montar uma máquina para aproveitar o tempo livre com o cunhado. Conhecidos passaram a se interessar pelo produto e perguntar o preço dele. Hoje, o pernambucano já contabiliza a 16ª encomenda.
"Depois que consegui criar a primeira máquina, decidi vendê-la e consegui fazer isso muito rapidamente. Foi aí que percebi que criar fliperamas podia me trazer uma renda extra. Comecei então a comprar as peças pela internet aos poucos e consegui ter uma rotatividade legal. Sempre gostei dos videogames retrôs, mas nunca imaginei que passaria a criá-los um dia", conta o eletricista.
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Os fliperamas que ele comercializa no momento custam a partir de R$ 1.300 e incluem mais de 7 mil jogos, de videogames como Master System, Mega Drive, Super Nintendo, Nintendinho e até PlayStation 1. Ao realizar sua encomenda, o cliente pode escolher desde a estampa da máquina, até quantos jogadores poderão usá-la ao mesmo tempo. Os temas mais pedidos ficam por conta de personagens como Sub-Zero, Mario Bros. e Star Wars.
"Todo o desenho sai da minha cabeça. Já vi muitos projetos na internet, mas nenhum deles se enquadraram à minha ideia. Com a madeira crua eu faço o corte do fliperama, peço para uma gráfica fazer os adesivos e aí começo a inserir os botões, a alavanca, o cartão de memória, cooler, monitor e tudo o que é preciso. Depois é só pegar essa mistura toda e fazer funcionar direitinho", acrescenta.
Neste ritmo, Luiz consegue montar um fliperama completo em quatro dias. Segundo ele, quem compra uma máquina - seja para si ou para algum estabelecimento - tem boas memórias dos videogames. "São pessoas que na infância não tiveram a oportunidade de ter um console em casa. Quando o cliente chega e olha a máquina, você vê que rapidamente qualquer adulto se torna um menino. Não que eu ganhe rios de dinheiro com isso, mas é um prazer trazer nostalgia para as pessoas", pontua.
Os fliperamas criados em Abreu e Lima têm sido usados como peças de decoração, em escritórios e até em restaurantes com a pegada geek. Os tamanhos, estampas e jogos disponíveis podem variar, de acordo com o gosto de cada cliente. As encomendas podem ser feitas por qualquer interessado, através do número (81) 9.8403-1601.
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