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Ficar parado pode custar caro em uma pequena cidade de cerca de 50 mil habitantes da França. Desde o dia 11 de julho, a prefeitura da cidade de Angoulême pode multar em € 35 (cerca de R$ 188) cidadãos "agrupados imóveis ou pouco móveis", que não estão em trânsito e que, de alguma forma, causam incômodo, seja sentado, em pé ou deitado, caso dificulte a passagem de pedestres.

"É proibida qualquer ocupação abusiva e prolongada das ruas e outros espaços públicos - por indivíduos agrupados, imóveis ou pouco móveis, não estando em trânsito e gerando incômodos (ruído, danos, ameaças, etc) que perturbem a tranquilidade dos transeuntes ou moradores locais - acompanhados ou não de solicitações ou solicitações dos transeuntes", diz o decreto, segundo o portal Franceinfo, que teve acesso ao documento.

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A norma vale para prédios comerciais, praças, jardins, pátios e "todos os lugares acessíveis ao tráfego público". A multa é aplicada de segunda-feira a domingo das 10h às 21h, de novembro a março, e das 10h às 2h, de abril a outubro e pode ser estendida a € 150 em caso de reincidência (R$ 805).

O vice-prefeito da cidade, Jean-Philippe Pousset, é um dos signatários do decreto, que é criticado pela oposição. Conforme noticiou o portal Le Parisien, Raphaël Manzanas, eleito diversas vezes como a oposição de esquerda na cidade, denunciou o decreto como "um erro total quanto à gestão da grande precariedade e um atentado à liberdade de circulação". Ele argumentou que "pedir €35 a pessoas que mendigam é um mau golpe publicitário para Angoulême".

"Não é um decreto contra a mendicidade. Alguém implorando sem perturbar o espaço público não é problema. Uma pessoa deitada no meio de uma rua de pedestres, sim", defendeu Jean-Philippe Pousset, segundo o Le Parisien.

O governo francês proibiu, neste domingo (9), a venda e o uso de fogos de artifício durante o feriado nacional de 14 de julho, devido ao seu uso contra as forças de segurança em episódios recentes de violência urbana no país.

Estes fogos de artifício, normalmente disponibilizados gratuitamente, são por vezes utilizados durante confrontos com a polícia.

Eles foram usados massivamente durante as seis noites de distúrbios que abalaram o país após a morte, em 27 de junho, de Nahel, de 17 anos, que foi baleado à queima-roupa por um policial durante um controle de trânsito perto de Paris.

Temendo um novo surto de violência durante o feriado nacional, o governo publicou um decreto proibindo sua venda nos dias 14 e 15 de julho.

"A fim de evitar o risco de grave desordem pública durante as festividades de 14 de julho, a venda, o porte, transporte e uso de artigos pirotécnicos e fogos de artifício estão proibidos em toda a França até 15 de julho inclusive", diz o decreto.

Esta proibição não se aplica a profissionais autorizados ou a municípios que organizam shows de fogos de artifício no feriado, acrescenta.

Além da proibição, a primeira-ministra, Elisabeth Borne, anunciou a mobilização "massiva" de meios de segurança para a ocasião.

A Justiça francesa decidiu nesta quinta-feira (6) manter em prisão preventiva o policial que matou um jovem a tiros na semana passada, o que provocou várias noites de distúrbios na França, e que nega ter ameaçado o adolescente.

O agente de 38 anos, em prisão preventiva desde 29 de junho pela acusação de homicídio doloso, permanecerá sob custódia, disse à AFP uma fonte próxima ao caso, após uma decisão do tribunal de apelações de Versalhes, ao sudoeste de Paris.

Em 27 de junho, o policial atirou em Nahel, de 17 anos, à queima-roupa durante uma operação de controle de trânsito em Nanterre, subúrbio de Paris. A morte provocou distúrbios noturnos, que diminuíram nos últimos dias.

A investigação sobre as circunstâncias da morte está em curso e analisa particularmente o vídeo que registrou o momento dos tiros.

Diante dos investigadores, o policial negou ter proferido a frase "Você vai levar um tiro na cabeça", que parece ser ouvida no vídeo feito por um morador da região, segundo o relatório da audiência consultado pelo jornal Le Parisien.

De acordo com esta fonte, o policial alegou ter gritado com o jovem que dirigia sem carteira para que desligasse o veículo, depois de parar o carro por direção perigosa.

A indignação após a morte provocou várias noites de violência, com milhares de carros incendiados, lojas saqueadas e prédios públicos, como escolas, prefeituras e delegacias, atacados, além de confrontos com as forças de segurança.

A redução da tensão foi confirmada desde o início da semana e, na noite de quarta-feira e na manhã desta quinta-feira, as autoridades anunciaram a detenção de apenas 20 pessoas.

"A primeira resposta é ordem e calma, a harmonia, e depois trabalhar nas causas profundas dos distúrbios", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta quinta-feira.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (4), perante mais de 300 prefeitos, uma lei de urgência para acelerar os reparos de milhares de estabelecimentos comerciais e edifícios danificados durante o surto de violência desencadeado na semana passada pela morte de um jovem pelas mãos da polícia.

Ao receber os prefeitos, o presidente centrista afirmou que estava "prudente" em relação ao risco de uma nova escalada de violência, embora tenha considerado que "o pico que vimos nos últimos dias já passou".

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O encontro ocorreu em um momento em que parece haver uma redução da violência. Na noite de segunda-feira para terça-feira, ocorreram danos em 24 edifícios e 159 carros incendiados. As forças de segurança detiveram 72 pessoas e nenhum agente ficou ferido.

Os distúrbios começaram na noite de terça-feira, 27 de junho, após a morte de Nahel, um jovem de 17 anos que foi baleado à queima-roupa por um policial durante uma abordagem de trânsito em Nanterre, um subúrbio de Paris. Um vídeo registrou o momento dramático.

Desde então, ocorreram incêndios em delegacias, escolas e prefeituras, saques a lojas e lançamento de artefatos explosivos contra as forças de segurança.

E o ataque com um carro durante o fim de semana contra a residência do prefeito de L'Haÿ-les-Roses (ao sul de Paris), o político de direita Vincent Jeanbrun, também deixou evidente a crescente violência enfrentada pelos funcionários públicos.

- Lei de urgência -

Embora a análise do cenário e a resposta sejam complicadas, Macron antecipou aos prefeitos que vai apresentar uma lei de urgência para reparar os danos causados.

O governo também se disse aberto a "cancelar" as cobranças sociais e fiscais dos comércios atacados. A federação francesa de seguradoras France Assureurs informou que foram registrados 5.800 sinistros por pessoas físicas e jurídicas.

Para além dos danos materiais, a classe política continua sem chegar a um consenso sobre as causas e como responder à violência, como constatou Macron durante a reunião com os prefeitos em Paris.

A direita e a extrema direita defendem a linha dura contra os autores dos distúrbios, enquanto a oposição de esquerda também critica o polêmico papel desempenhado pela polícia nas periferias e a situação nestes locais, entre os mais pobres da França.

"A República não tem que se desculpar. Já fez muito por esses bairros", disse o prefeito direitista de Meaux (a nordeste de Paris), Jean-François Copé. Seu colega de Nanterre, Patrick Jarry (esquerda), avaliou que abordar a missão da polícia é "inevitável".

As primeiras propostas evocadas por Macron durante uma visita na noite de segunda aos policiais apontam para a primeira opção. O presidente defendeu "sanções econômicas" às famílias dos jovens que participarem dos distúrbios.

O ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, lembrou ao Ministério Público a "responsabilidade criminal" daqueles que não exercem a autoridade parental, o que pode resultar em penas de até dois anos de prisão e multa de 30.000 euros (R$ 156.000, na cotação atual).

- 'Resposta repressiva' -

"Se a solução para todos os conflitos sociais é um resposta repressiva do Estado para restabelecer a ordem, muito provavelmente a violência vai continuar aumentando", disse à AFP o sociólogo Denis Merklen, especialista em protestos nos subúrbios.

Este professor da Universidade Sorbonne Nouvelle explicou que, há mais de 40 anos, os moradores destes bairros se sentem "menosprezados" e que, "se não se rebelam, chamam muito pouca atenção da imprensa".

Desde a terça-feira passada, 3.486 pessoas foram detidas; 12.202 veículos, incendiados; 1.105 edifícios, danificados, assim como 209 postos da polícia, ou da gendarmaria, segundo o balanço mais recente do Ministério do Interior.

- 'Coleta da vergonha' -

Um líder da extrema direita organizou uma arrecadação de fundos para o policial que atirou em Nahel, conseguindo mais de 1,5 milhão de euros (R$ 7,8 milhões na cotação atual) até terça-feira à noite.

A iniciativa foi chamada de "coleta da vergonha" por representantes da esquerda, e a família do jovem abatido apresentou uma denúncia contra essa iniciativa.

Outra arrecadação de fundos, destinada à mãe de Nahel, havia conseguido 395.600 euros (cerca de R$ 2 milhões na cotação atual).

A raiva de muitos jovens dos subúrbios já havia explodido em 2005, após a morte de dois adolescentes que fugiam da polícia.

As forças de segurança anunciaram as detenções de pelo menos 72 pessoas na segunda-feira à noite e na madrugada de terça-feira, no mais recente episódio da onda de distúrbios noturnos na França, o que confirma uma queda nos protestos uma semana após o início da revolta nas ruas.

O balanço divulgado nesta terça-feira (4) pelo ministério do Interior também relata 24 edifícios danificados, 159 veículos queimados e de 202 pontos de incêndio nas ruas durante a sétima noite de violência, que não deixou nenhum policial ferido.

Os distúrbios explodiram na terça-feira (27) da semana passada, após a morte de Nahel, um jovem de 17 anos atingido por um tiro à queima-roupa de um policial durante uma operação de controle de trânsito no subúrbio de Paris.

Um vídeo de um morador de Nanterre registrou o momento da morte.

A tragédia provocou uma onda de distúrbios na França, em particular na periferia da capital, que perdeu força nos últimos dias, após os apelos de calma e a mobilização de 45.000 integrantes das forças de segurança pela terceira noite consecutiva.

Com a situação a caminho de um apaziguamento, o presidente Emmanuel Macron tentará "compreender as causas que provocaram os atos" durante uma reunião nesta terça-feira com os prefeitos de 220 localidades afetadas pelos distúrbios, informou seu gabinete.

A violência na França, que será a sede este ano do Mundial de Rúgbi e receberá os Jogos Olímpicos em 2024, provocou grande preocupação na comunidade internacional. A ONU pediu ao país que aborde o "profundo problema do racismo" na polícia.

A violência e a revolta dos jovens nos bairros populares recordam os distúrbios que abalaram o país em 2005, depois que dois adolescentes morreram eletrocutados quando fugiam da polícia em um bairro do subúrbio de Paris.

Os prefeitos da França convocaram uma mobilização para esta segunda-feira (3) diante das sedes dos governos municipais para que a população expresse sua oposição à atual onda de violência urbana, que parece estar em queda após uma semana de distúrbios noturnos.

O apelo a "uma mobilização cívica dos cidadãos em busca do retorno à ordem" foi anunciado depois de um ataque, na madrugada de domingo, contra a residência de um prefeito da região de Paris.

"Os graves distúrbios registrados desde 27 de junho estão atacando com extrema violência símbolos republicanos como prefeituras, escolas, bibliotecas e a polícia municipal", afirma um comunicado divulgado pelos prefeitos.

Os distúrbios começaram na terça-feira (27) à noite, após a morte de Nahel, um jovem de 17 anos atingido por um tiro à queima-roupa durante uma operação policial para controlar o trânsito. Um vídeo registrou o momento em que o adolescente foi morto.

Após cinco noites de violência urbana, o número de detenções caiu na madrugada de segunda-feira para 157, contra 400 da noite anterior, anunciou o ministério do Interior. Também não foram registrados grandes incidentes.

Um bombeiro de 24 anos morreu quando tentava controlar um incêndio de veículos em um estacionamento subterrâneo na região de Paris, mas o ministério não estabeleceu um vínculo com os distúrbios.

As autoridades também anunciaram o balanço da última noite: três agentes das forças de segurança feridos, 352 focos de incêndio nas ruas e 297 veículos queimados. Além disso, uma delegacia de polícia e um quartel da gendarmaria foram atacados.

Para expressar a rejeição aos atos de violência, todas as prefeituras devem tocar suas sirenes ao meio-dia (7h00 de Brasília), de acordo com a Associação de Prefeitos da França (AMF).

O presidente Emmanuel Macron, que cancelou uma visita de Estado à Alemanha no fim de semana, receberá nesta segunda-feira os presidentes das duas Câmaras do Parlamento.

Na terça-feira, ele receberá 220 prefeitos de localidades que registraram distúrbios. A primeira-ministra, Élisabeth Borne, prometeu "grande firmeza" na aplicação de sanções.

- "Parem de vandalizar" -

Para muitos políticos, uma linha vermelha foi atravessada com o ataque à residência do prefeito de L'Haÿ-les-Roses (10 km ao sul de Paris), o direitista Vincent Jeanbrun. Um carro em chamas colidiu contra a casa.

Jeanbrun estava na sede da prefeitura no momento do ataque, mas sua esposa teve que fugir de casa com os dois filhos e fraturou a tíbia. A justiça investiga o caso como "tentativa de assassinato".

"Eles queriam queimar a casa e quando perceberam que havia alguém dentro, em vez de parar, lançaram uma sequência de fogos de artifício", declarou Jeanbrun à emissora de televisão TF1.

A avó de Nahel fez um apelo para que as pessoas "parem de vandalizar". "Que não quebrem vitrines, que não destruam escolas, ônibus... são mães que usam o ônibus", afirmou Nadia ao canal BFMTV.

A violência na França, que sediará a Copa do Mundo de Rugby este ano e os Jogos Olímpicos em 2024, preocupa no exterior. Vários países aconselharam seus cidadãos a não viajar para as áreas afetadas pelos distúrbios.

A violência e a raiva dos jovens dos bairros populares lembram os distúrbios que abalaram a França em 2005, após a morte de dois adolescentes perseguidos pela polícia.

Naquele ano, o balanço em três semanas de protestos foi de 10.000 veículos destruídos, mais de 200 edifícios públicos incendiados e 5.200 pessoas detidas.

A França mobilizou nesta sexta-feira (30) blindados e 45 mil policiais para conter os distúrbios provocados pela morte de um jovem baleado por um policial, que continuaram pela quarta noite, embora com menos intensidade, resultando em quase 500 detidos.

Na véspera do funeral de Nahel, 17, o presidente Emmanuel Macron reforçou as medidas de segurança e apelou diretamente aos pais dos menores que participaram das três noites de protestos anteriores.

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O ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, anunciou a mobilização de 45 mil agentes no país e autorizou a mobilização de unidades blindadas da gendarmaria, corpo militar que tem competências de segurança pública.

A noite, no entanto, voltou a trazer destruição, saques e lançamentos de projéteis contra as viaturas da polícia, que respondia com gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Por volta das 02h30 locais, o ministro anunciou que 471 pessoas haviam sido detidas, mas ressaltou que a violência era de menor intensidade, com algumas regiões bastante tranquilas.

A violência explodiu na última terça-feira, no subúrbio de Paris, e se espalhou pelo país após a morte de Nahel, atingido por um tiro à queima-roupa disparado por um policial durante uma blitz em Nanterre, a oeste da capital francesa.

Ontem, dia de maior tensão, terminou com a detenção de 875 pessoas e 249 agentes feridos, assim como 492 prédios atacados e 2.000 veículos incendiados.

A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, disse que seriam estudadas "todas as opções", entre elas o estado de emergência que a direita e a extrema direita pedem, mas optou por reforçar o número de agentes e mobilizar os blindados.

O presidente Macron, por sua vez, pediu "responsabilidade" a redes sociais como TikTok e Snapchat, a quem solicitou a remoção de conteúdo vinculado aos protestos e a identificação de usuários.

- 'Hordas selvagens' -

O governo está sob pressão, entre a direita e a extrema direita, que pedem uma linha dura, e os que querem medidas de apaziguamento.

Dois sindicatos da polícia, entre eles o majoritário Alliance, pediram, em um duro comunicado, o "combate" às "hordas selvagens" que protagonizam os distúrbios e alertaram o governo que "vão entrar em resistência" assim que a crise for superada.

A oposição de esquerda condenou o comunicado, que qualificou de "ameaça de sedição" e de "chamado à guerra civil".

Sem se referir ao comunicado, o ministro do Interior pediu aos agentes para "respeitar as leis e a deontologia" e destacou que a "minoria de delinquentes [dos distúrbios] não representa a imensa maioria dos moradores dos bairros pobres".

Em uma tentativa de apaziguar a situação, a seleção francesa de futebol, capitaneada pelo craque do PSG Kylian Mbappé, pediu em um comunicado que "o tempo da violência deve parar" e dar lugar a "maneiras pacíficas e construtivas de se expressar".

- Novos incidentes -

Violência e atos de vandalismo foram registrados nesta noite, principalmente em Lyon e Marselha, segunda maior cidade da França, para onde o Ministério do Interior enviou reforços. Autoridades decretaram toque de recolher em três localidades da região de Paris e em várias outras do país.

Os fatos relançaram o debate recorrente da violência policial na França, onde em 2022 treze pessoas morreram em circunstâncias similares às de Nahel, e sobre as forças de ordem, consideradas racistas por parte da população.

A ONU pediu às autoridades francesas que se ocupem seriamente dos "profundos" problemas de "racismo e discriminação racial" em suas forças de segurança, acusações que o Ministério das Relações Exteriores qualificou de "totalmente infundadas".

Vários países europeus, como Reino Unido, Alemanha e Noruega, alertaram seus cidadãos na França, pedindo que evitem as áreas de distúrbios e que aumentem as precauções.

O presidente do principal sindicato patronal do setor hoteleiro, Thierry Max, alertou para a onda de cancelamentos nas áreas afetadas pela violência.

No sábado será celebrado o enterro de Nahel, anunciou o prefeito de Nanterre, Patrick Jarry.

Mounia, a mãe da vítima, disse à rede France 5 que não culpava a Polícia, mas sim o agente que tirou a vida de seu filho.

A justiça decretou prisão preventiva por homicídio doloso para o policial de 38 anos autor do disparo, cujas "primeiras" e "últimas" palavras durante sua custódia policial foram "para pedir perdão à família" de Nahel, segundo seu advogado.

burs-tjc/js/aa/dd/mvv/am-lb

O presidente Emmanuel Macron convocou uma nova reunião de crise para esta sexta-feira (30), após a terceira noite de distúrbios na França em reação à morte de um jovem baleado por um policial, que terminou com mais de 650 pessoas detidas e quase 250 policiais feridos.

Edifícios públicos atacados, estabelecimentos comerciais saqueados, veículos incendiados: muitas cidades do país, em particular na região de Paris, registraram novos protestos violentos, apesar da mobilização de 40.000 policiais e gendarmes.

"Nossos policiais, gendarmes e bombeiros enfrentaram novamente, com coragem, uma violência incomum. Seguindo as minhas instruções de firmeza, eles efetuaram 667 detenções", tuitou o ministro do Interior, Gérald Darmanin.

De acordo com o ministério, 249 policiais e gendarmes ficaram feridos, nenhum deles com gravidade.

Macron convocou uma reunião em Paris, a segunda em dois dias, que o obrigará a encurtar sua participação na cúpula de Bruxelas da União Europeia (UE), informou a presidência francesa.

Antes do encontro, a primeira-ministra, Élisabeth Borne, se reuniu com os ministros do Interior, Justiça, Territórios e Cidade. Ela criticou atos "insuportáveis indesculpáveis".

Em Paris, várias lojas no centro comercial Les Halles e na turística rua Rivoli, que leva ao Museu do Louvre, foram "vandalizadas, saqueadas ou incendiadas" durante a noite, informou um comandante da polícia.

Os manifestantes também atacaram, pela segunda noite consecutiva, delegacias (como na localidade de Pau, sudoeste), sedes de prefeitura (Lille, norte) e escolas (Amiens, norte).

No bairro Pablo Picasso de Nanterre, onde morava Nahel, o jovem de 17 anos morto em uma operação policial, a terceira noite de distúrbios teve carros e uma agência bancária incendiados.

A violência explodiu na terça-feira nos subúrbios de Paris e se propagou por toda França após a morte de Nahel no mesmo dia. O adolescente foi atingido por um tiro à queima-roupa de um policial durante uma operação de controle do trânsito em Nanterre, ao oeste da capital.

A ação do agente, que foi filmada, provocou a retomada do debate recorrente sobre a violência policial na França, onde no ano passado 13 pessoas morreram em circunstâncias similares às da operação de terça-feira.

- "Não culpo a polícia" -

Na quinta-feira, uma passeata em homenagem a Nahel em Nanterre - com a participação de 6.200 pessoas após uma convocação da mãe do adolescente, Mounia - mostrou a revolta e o medo de parte da população a respeito das forças de segurança, consideradas racistas e violentas.

"Não culpo a polícia, culpo uma pessoa: a que tirou a vida de meu filho", declarou a mãe ao canal France 5. Para Mounia, o agente "viu um rosto árabe, um pequeno rapaz, e quis tirar sua vida".

A Justiça decretou a prisão preventiva por homicídio doloso do policial, de 38 anos, que, segundo seu advogado, estava "extremamente comovido" com a violência do vídeo divulgado sobre a ação.

"As primeiras palavras que ele pronunciou eram para pedir perdão. E as últimas palavras que pronunciou eram para pedir perdão à família", declarou o advogado Laurent-Franck Liénard ao canal BFMTV.

A morte de Nahel recorda os tumultos que explodiram em 2005 nas periferias das grandes cidades, depois que dois adolescentes morreram eletrocutados quando fugiam da polícia em Clichy-sous-Bois, nordeste da capital.

O governo enfrenta uma situação delicada, em particular porque as críticas feitas durante a semana geraram mal-estar entre as associações de policiais. Agora, o Executivo tenta combinar firmeza diante dos distúrbios com um apaziguamento para evitar o agravamento da tensão.

A oposição de direita e extrema-direita, que insiste na "presunção de inocência" dos policiais, pediu ao governo de Macron que declare estado de emergência, o que aconteceu na crise de 2005.

Os distúrbios em ruas da França continuaram nesta quarta-feira (28), pela segunda noite consecutiva, após a morte de um adolescente baleado por um policial no subúrbio de Paris.

A morte de Nahel, 17 anos, após se negar a parar em uma barreira policial comoveu o país e foi condenada por autoridades, políticos e celebridades. Também gerou distúrbios em Nanterre, que voltaram a acontecer na madrugada desta quinta-feira (29), apesar da mobilização anunciada de 2.000 policiais do batalhão de choque.

Mais de uma dezena de veículos e mobiliário urbano foram queimados naquela cidade, onde também foram erguidas barricadas. A polícia efetuou 77 prisões nesta segunda noite, em Paris e região. Os distúrbios se estenderam a outras regiões da França, como Lyon, Toulouse e Lille.

O incidente ocorreu na manhã de terça-feira. Inicialmente, fontes policiais disseram que um agente abriu fogo quando o motorista do veículo tentou atropelar dois membros da polícia motorizada em Nanterre. No entanto, um vídeo publicado nas redes sociais, cuja autenticidade foi comprovada pela AFP, mostra o momento em que um agente aponta uma arma para o motorista e atira à queima-roupa quando ele acelera com o veículo.

Na gravação, é possível ouvir a frase: "Você vai levar um tiro na cabeça", mas não fica claro quem a pronuncia.

A fuga do jovem terminou metros à frente, quando o carro bateu contra um poste. A vítima morreu pouco depois de ser atingida por um tiro no tórax.

O agente de 38 anos que atirou contra o jovem está sob custódia da polícia como parte da investigação de homicídio doloso por parte de um funcionário público, anunciou o Ministério Público. "Nada justifica a morte de um jovem", disse o presidente francês.

O porta-voz do governo, Olivier Véran, pediu "calma" em um contexto de "emoção muito forte".

"As imagens sugerem que o procedimento da operação legal não foi respeitado", declarou a primeira-ministra Elisabeth Borne.

"A pena de morte não existe mais na França. Nenhum policial tem o direito de matar, exceto em caso de legítima defesa", tuitou o político de esquerda Jean-Luc Mélenchon.

"Estou sofrendo pela minha França. Uma situação inaceitável", tuitou o atacante Kylian Mbappé, do Paris Saint-Germain (PSG), que em 2020 também reagiu ao espancamento de policiais a um produtor musical negro, Michel Zecler, em Paris.

Essas declarações foram criticadas por um dos principais sindicatos policiais, Alliance, e por dirigentes da extrema direita.

Alliance considerou "inconcebível que o presidente da República, assim como alguns dirigentes políticos, artistas e outros desconsiderem a separação de poderes e a independência da Justiça condenando nossos colegas antes que se pronunciem".

A ex-candidata presidencial Marine Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional (RN, extrema direita), denunciou uma reação "irresponsável" por parte de Macron.

- Passeata em homenagem -

A primeira noite de distúrbios na região de Paris, concentrados, principalmente, em Nanterre, terminou com mais de 40 carros incendiados, 31 pessoas detidas e 24 policiais levemente feridos.

"Nossa cidade acordou em choque, abalada, marcada e preocupada com esta onda de violência”, disse o prefeito da localidade, Patrick Jarry, que também fez um apelo por calma e pediu "justiça para Nahel".

A mãe do adolescente convocou, em uma mensagem na rede social TikTok, uma passeata em homenagem a Nahel, na tarde de quinta-feira, perto do local da morte. "É uma revolta por meu filho".

As forças de segurança na França são acusadas com frequência de abusos ou uso excessivo da força, como durante a caótica final da Liga dos Campeões em 2022 e nos protestos recentes contra a reforma da Previdência.

Porém, a tragédia mais recente provocou uma onda de indignação. A França registrou 13 mortes em 2022 durante incidentes similares. Em meados de junho, um guineense foi morto perto de Angouleme (centro) por um tiro de um agente.

Em maio, vários países expressaram às Nações Unidas sua preocupação com a violência policial e a discriminação racial na França, durante uma avaliação periódica à qual se submetem a cada quatro anos os países da ONU.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (24) que considera normal a divergência de pensamento entre ele e líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron, sobre como abordar a guerra na Ucrânia. Lula afirmou que os europeus estão nervosos por vivenciar a guerra de perto.

O jornal Libération estampou a manchete "A decepção" em matéria sobre a postura de Lula a respeito da guerra provocada por uma invasão da Rússia, em fevereiro de 2022. Ele também foi definido como "falso amigo do Ocidente".

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"Eu não fico chateado quando um europeu, no caso da guerra, pensa diferente de mim. Eles estão no centro da guerra, eu estou a 14 mil quilômetros de distância. É muito normal que eles estejam muito nervosos porque estão vivenciando a guerra e sofrendo as consequências mais imediatas e com preocupação do que vai acontecer", disse Lula, ao fazer um balanço à imprensa sobre a viagem, antes do voo de retorno a Brasília.

"Vai chegar um inverno e a energia vai ficar mais cara. Eles vão comprar de quem? Eles têm que estar mais preocupados, mais nervosos, e ter um pensamento diferente do meu".

Lula voltou a repetir um raciocínio que incomodou e provocou duras reações dos Estados Unidos e da União Europeia. O petista disse que "mesmo quem defende a guerra, mesmo quem ajuda a Ucrânia, quer a paz". Essa declaração ecoa uma anterior de Lula, no retorno de viagem à China, quando afirmou que o Ocidente incentivava a continuidade do confronto ao fornecer armas e dinheiro para a Ucrânia se defender das tropas russas.

Lula disse que, embora o Brasil tenha votado condenando a invasão russa no âmbito das Nações Unidas, isso não implica em fomentar a guerra. Lula se propõe a facilitar negociações de paz entre Kiev e Moscou, mas avalia que os dois governos no momento entendem ser capazes de vencer a guerra no campo de batalha.

"Em algum momento eles vão sentar e vão precisar de interlocutores com muita responsabilidade para tentar negociar. O Brasil está participando", disse Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que manteve um ótimo almoço de trabalho com o presidente da França, Emmanuel Macron. Lula foi recebido no Palácio Eliseu, sede da presidência francesa. "Ótima reunião, ótimo almoço e vai ser ótima a próxima conversa", disse Lula, ao sair do Eliseu e abraçar Macron. "Formidável", disse o presidente francês, cumprimentando ministros de Lula após o que chamou de uma "boa troca".

O encontro foi ampliado com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, da Defesa, José Múcio, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Fazenda, Fernando Haddad. Dois comandantes militares participaram: o almirante Marcos Olsen, da Marinha, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, da Força Aérea.

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O Estadão apurou que Macron afirmou à delegação de Lula no almoço que irá ao Brasil no segundo semestre, atendendo convite do petista. A data não está fechada, mas Lula quer a presença dele em uma reunião do Tratado de Cooperação Amazônica, a ser realizada em agosto, em Belém (PA).

Os presidentes discutiram entraves ao Acordo Comercial do Mercosul com a União Europeia. Lula manifestou reiteradamente que não aceita condicionantes ambientais propostas pelo bloco europeu e considera que os franceses precisam ceder no protecionismo do setor agrícola. Macron sofre pressão interna do segmento para não avançar no acordo.

Mais cedo, Lula disse na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global que estava "doido" para fechar a negociação, mas que as exigências ambientais impedem um acordo.

Conversaram ainda, segundo um integrante da comitiva, sobre a revisão do contrato de construção de submarino a propulsão nuclear, que envolve os dois países, o Pro-Sub. As comitivas trataram também da cooperação de segurança na zona de fronteira, entre o Amapá e a Guiana Francesa, sobre intercâmbio cultural e mudanças climáticas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou produtores de grãos, como soja e milho, e de gado ao desmatamento de matas nativas do Brasil, em discurso na França. A líderes internacionais, Lula afirmou que sua meta de zerar a derrubada de árvores até 2030 virou uma "questão de honra".

"A questão climática não é uma coisa secundária, por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos colocar como questão de honra e até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas", disse o presidente, ao discursar na cúpula do Novo Pacto Financeiro Global.

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Lula disse que, especificamente na Amazônia, além de produtores rurais a floresta é degradada por atividades criminosas e pelo garimpo.

"Nessa região nós enfrentamos muitas adversidades, o garimpo, o crime organizado e muitas vezes pessoas de má-fé que querem tentar que nessa floresta se plante soja, se plante milho e se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que é errado e que vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender aos outros países", disse o petista, em recado ao agronegócio nacional.

Embora empresas brasileiras sejam líderes nos três produtos, elas enfrentam obstáculos no mercado global porque o cultivo e a criação são frequentemente associados ao desmatamento.

A União Europeia aprovou lei que bane de seu mercado interno, de 27 países, produtos agrícolas provenientes de área desmatada. A linha de corte para verificação é 2021 em diante.

A França é o país mais resistente ao acordo comercial do Mercosul com a União Europeia, por causa do perfil agrícola se sua economia e da cobrança por proteção do mercado. Lula vai tratar do assunto também em almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, patrono da cúpula.

"Não temos apenas a Amazônia para cuidar, temos o bioma do Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos de cuidar porque todos eles são vítimas de ataques todo ano. Ora por fogo, ora por excesso de chuva, ora por gente predadora que quer plantar lá o que não se deve plantar", queixou-se o presidente brasileiro.

Lula voltou a dizer que pretende articular com a República do Congo e com a Indonésia uma proposta única para receber pagamentos por preservação florestal. A ideia é apresentar o formato na COP-28, nos Emirados Árabes Unidos.

O presidente vai articular o grupo do Tratado de Cooperação Amazônica com Congo e Indonésia. O conceito é que as florestas virem um "patrimônio econômico" dos povos que vivem na Amazônia e que países ricos paguem pela manutenção da "floresta em pé", como forma de recompensar pela emissão histórica de gases estufa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, nesta quinta-feira (22), com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, na primeira reunião bilateral após chegar a Paris, na França. Lula está na Europa desde a última terça-feira (20) e, antes da capital francesa, cumpriu agenda em Roma e no Vaticano, na Itália.

No encontro, os dois líderes falaram sobre a cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, que ocorre entre os dias 22 e 24 de agosto em Johanesburgo, na África do Sul. De acordo com a Presidência, Lula e Ramaphosa também discutiram opções para solução pacífica do conflito entre Rússia e Ucrânia.   

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O presidente sul-africano contou sobre sua participação na comitiva de altos representantes de países africanos (junto com Comores, Congo, Egito, Senegal, Uganda e Zâmbia) que esteve em Kiev para uma audiência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e em Moscou para conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

No encontro em Moscou, o presidente sul-africano defendeu o fim da guerra, especialmente pelas consequências do conflito nos países de seu continente. Segundo ele, as dificuldades para importar grãos da Ucrânia e fertilizantes da Rússia estão comprometendo a segurança alimentar em diversos locais da África e do mundo.

As falas, entretanto, não foram bem recebidas por Putin, que apresentou uma lista de motivos pelos quais acredita que as propostas dos líderes africanos são equivocadas. Segundo o presidente russo, a Ucrânia e os países do Ocidente são os responsáveis pelo aumento agudo dos preços globais dos alimentos.

Nesta quinta-feira, Lula também se reuniu com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e com a ex-presidente do Brasil e presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff. Com o cubano, Lula tratou sobre as potencialidades para aumentar a cooperação em áreas de interesse dos dois países e sobre assuntos relativos à conjuntura mundial. 

Agenda em Paris  O presidente também tem audiências marcadas com o primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, e com o presidente da COP-28 nos Emirados Árabes, Sultan al Jaber.

À noite, Lula ainda fará o discurso de encerramento do evento Power Our Planet, a convite da banda Coldplay. O evento será realizado no Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel, e também terá as presenças de líderes do Timor Leste, Barbados, Gana e Quênia, além da prefeita de Paris, Ane Hidalgo.

O último compromisso do dia é um jantar oferecido pelo presidente da França, Emmanuel Macron. O presidente Lula está em Paris para participar da Cúpula para o Novo Pacto Global de Financiamento, promovida pelo francês. Amanhã (23), Lula também terá um encontro bilateral com Macron.

A cúpula deve contar com a participação de mais de 300 entidades públicas, privadas ou não governamentais, incluindo mais de 100 chefes de Estado. Nela, Lula vai defender que o combate às mudanças climáticas precisa ser acompanhado de ações contra a pobreza. 

Uma explosão de gás na Place Alphonse Laveran incendiou prédios em Paris, próximo ao distrito de Val-de-Grâce, alertou autoridade da região, Édouard Cível. Ele ainda pediu que moradores deste distrito permaneçam afastados para que bombeiros possam intervir e controlar o incêndio.

Segundo o veículo francês BFMTV, a explosão ocorreu por volta das 17 horas (horário local), derrubando nas ruas a fachada do prédio atingido.

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A explosão acontece na véspera da visita de diversos lideres mundiais à França para um summit sobre "Novo Pacto Financeiro Global" nos próximos dois dias.

Entre os convidados, está o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que nesta quarta-feira cumpre agenda na Itália.

Estados Unidos, Canadá e França estão envolvidos em uma corrida frenética para tentar encontrar com vida os cinco tripulantes do pequeno submersível que desapareceu nas proximidades dos destroços do Titanic e que tem "cerca de 40 horas" de oxigênio sobrando.

Os cinco homens a bordo do submersível Titan são:

- Hamish Harding -

O empresário britânico Hamish Harding, 58 anos, conhecido por suas explorações extremas, tem despertado curiosidade em relação à sua carreira e fortuna como CEO da empresa de venda de jatos privados Action Aviation, fundada em 2004.

Formado em ciências naturais e engenharia química pela Universidade de Cambridge, Harding viajou para o espaço há um ano, a bordo do foguete New Shepard, da Blue Origin, em um voo de dez minutos que marcou a quinta missão tripulada bem-sucedida da empresa de propriedade de Jeff Bezos, seu "mentor".

Ele possui vários registros no "Livro Guinness dos Recordes". Entre as suas façanhas, em março de 2021, mergulhou com outro explorador, Victor Vescovo, até as profundezas da Fossa das Marianas, parte mais profunda do oceano conhecida até então, a bordo de um submersível para dois ocupantes. A missão foi a mais longa realizada a esta profundidade (4 horas e 15 minutos), com a maior distância percorrida (4.600 metros).

Ele e a mulher, Linda, têm dois filhos. Um deles, Giles, tornou-se em 2020 a pessoa mais jovem (12 anos) a viajar para o Polo Sul, segundo informações do "The Times".

- Paul-Henry Nargeolet -

Paul-Henri Nargeolet, francês de 77 anos, é especialista em mergulho e arqueologia marítima. Passou a primeira parte de sua carreira como oficial da Marinha e comandou o grupo de mergulhadores para desativação de minas em Cherbourg, noroeste da França, antes de se tornar piloto de submarino na Marinha francesa. Posteriormente, dedicou-se à arqueologia marítima e escavou vários naufrágios.

Em 1986, foi nomeado chefe de submarinos de intervenção em águas profundas no Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar (Ifremer). Um ano antes, uma equipe liderada pelo cientista americano Robert Ballard, em colaboração com o Ifremer, havia descoberto os destroços do Titanic. Em 1987, Nargeolet avistou os destroços a bordo do submarino francês Nautile.

Foram realizadas dezenas de mergulhos subsequentes, nos quais centenas de objetos foram encontrados. As últimas imersões ocorreram no verão de 2021.

- Shahzada e Suleman Dawood -

A bordo do submersível também estão um importante empresário paquistanês e seu filho, conforme anunciado pela família em comunicado. Trata-se de Shahzada Dawood, 48 anos, vice-presidente do conglomerado Engro, sediado em Karachi, sul do Paquistão, e seu filho Suleman, 19 anos, ambos cidadãos britânicos. O Engro possui investimentos em diversos setores, incluindo energia, agricultura, petroquímica e telecomunicações.

- Stockton Rush -

A quinta pessoa a bordo é Stockton Rush, diretor americano da OceanGate Expeditions, organizadora da viagem e fundada por ele mesmo em 2009. A empresa deste homem, descrito pela revista "Smithsonian" como "um inventor destemido", começou a levar clientes para ver os destroços do Titanic a bordo de seu submersível especialmente projetado com esta finalidade em 2021. Rush afirmou que a visita ao naufrágio fazia parte de uma estratégia de marketing, enquanto buscava desenvolver inovações para embarcações submersíveis.

De acordo com o site de sua empresa, o americano iniciou sua carreira em 1981, como o piloto de jato mais jovem do mundo, aos 19 anos. Em 1984, tornou-se engenheiro de testes de voo em aeronaves de combate F-15 para a McDonnell Douglas. Nos últimos 20 anos, no entanto, ele se envolveu em várias empresas de tecnologia relacionadas ao oceano, incluindo a BlueView Technologies, que fabrica, em tamanho reduzido, sistemas de sondas de alta frequência.

burx-cn/vgr/db/ltl/am/lb

Com inesperada facilidade, o Sesi/Franca derrotou o São Paulo por 92 a 68, neste sábado, e se sagrou bicampeão do Novo Basquete Brasil (NBB). Jogando em casa, no Ginásio Pedrocão, o time do interior dominou todo o segundo tempo e assegurou sua segunda conquista do torneio, que contou com sua 15ª edição neste ano.

O resultado sacramentou o triunfo do Franca por 3 a 2 na série melhor de cinco jogos. No confronto, a equipe do interior começou perdendo, por 98 a 88, em casa. Buscou a virada com duas vitórias na capital por placares apertados: 88 a 80 a 94 a 92. Mas foi batido novamente no jogo 4, por 86 a 81. Curiosamente, a vitória do Franca é a primeira de um mandante em toda esta série final do NBB.

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Contando com o apoio da torcida, o Franca não perdeu tempo e começou a se impor em quadra no primeiro quarto. Sem hesitar, fez 27 a 13, registrando mais do que o dobro de pontos do rival no primeiro período. O São Paulo tentou reagir no quarto seguinte, ao levar a melhor por 21 a 18, longe de anular a boa vantagem construída pelos anfitriões no início da partida.

No terceiro quarto, o Franca retomou o controle da partida e deslanchou de vez. Fez 19 a 16 no período enquanto a equipe da capital já dava sinais de abatimento em quadra. No último quarto, o time do interior ampliou ainda mais a vantagem, em 10 pontos, encerrando a partida com 24 pontos de frente.

Quanto às atuações individuais, Georginho foi o nome do jogo. Cestinha, anotou 23 pontos para o Franca, além de oito assistências. David Jackson contribuiu com 10 rebotes. Pelo São Paulo, Túlio da Silva marcou 20 pontos. E teve o apoio de Betinho, responsável por cinco rebotes, e Elinho, com sete assistências.

O triunfo deste sábado coroa a grande temporada do Franca, que ganhou tudo que disputou nos últimos meses. A equipe levantou os troféus do Super 8, da Liga dos Campeões da América e do Campeonato Paulista. Chegou a emplacar uma série de 46 vitórias consecutivas.

Um homem armado com uma faca espalhou o terror nesta quinta-feira (8) em um parque perto do Lago Annecy, nos Alpes franceses, ferindo cinco pessoas, incluindo quatro crianças pequenas, antes de ser preso.

"Ataque absolutamente covarde esta manhã em um parque em Annecy. Várias crianças e um adulto estão entre a vida e a morte. A nação está em choque", tuitou o presidente francês Emmanuel Macron.

O agressor, de 32 anos, era de nacionalidade síria e obteve o status de refugiado em 26 de abril de 2023, portanto estava em situação regular, segundo uma fonte policial.

O ataque ocorreu por volta das 09h45 (04h45 no horário de Brasília), quando crianças de cerca de três anos estavam nos Jardins da Europa, um parque muito popular às margens do Lago Annecy.

Segundo testemunhas ouvidas pela rede BFMTV, o homem tentou fugir do parque após o ataque e agrediu um idoso antes de ser rapidamente detido pela polícia.

"Ele queria atacar todo mundo. Eu me afastei e ele atacou um avô e uma avó e esfaqueou o avô", disse Anthony Le Tallec, ex-jogador do Saint Etienne e do Liverpool, ao jornal regional Le Dauphiné libéré.

O ex-jogador de futebol, que corria às margens do lago, descreveu uma situação de "pânico total" e garantiu que o agressor, usava "uma bandana ou turbante" que tirou na sua frente.

Quatro crianças e um adulto ficaram feridos, dos quais três - o adulto e dois menores - correm risco de morte, disse uma fonte próxima ao caso, revisando em baixa um primeiro balanço de sete feridos.

A polícia isolou os arredores do parque, confirmou um jornalista da AFP. Segundo o Le Dauphiné libéré, as vítimas foram transferidas para o hospital Annecy Genevois e as testemunhas para um prédio próximo ao local do drama.

- Minuto de silêncio -

Da esquerda à extrema direita, líderes políticos condenaram o ataque e expressaram sua solidariedade às vítimas e a seus familiares. A Assembleia Nacional fez um minuto de silêncio.

A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, e o ministro do Interior, Gérald Darmanin, viajarão para esta cidade turística nos Alpes, de cerca de 140.000 habitantes, disseram seus escritórios à AFP.

Em um contexto de tensão política sobre uma futura reforma migratória, o líder do partido de oposição de direita Os Republicanos (LR), Éric Ciotti, que defende o endurecimento do asilo, exortou nesta quinta-feira a "tirar as consequências" do atentado "sem ingenuidade, com força e lucidez".

As autoridades ainda não determinaram se foi um ataque terrorista.

A França foi alvo de uma série de ataques jihadistas traumáticos na última década, como os perpetrados contra a revista satírica Charlie Hebdo, o Stade de France e a casa de shows Bataclan em 2015, e a cidade de Nice (sudeste) em 2016 .

Mais recentemente, a decapitação de um professor em plena luz do dia perto de sua escola nos arredores de Paris em 2020 por um refugiado checheno provocou uma onda de comoção e um debate nacional sobre a influência do islamismo radical na França.

Um soldado americano desconhecido, morto na Primeira Guerra Mundial na França, foi enterrado nesta quarta-feira (7) no norte do país europeu, onde lutou contra as forças alemãs há cerca de 105 anos.

Os restos mortais desse soldado foram encontrados em fevereiro de 2022 perto do cemitério de Villers-sur-Fère, palco de intensos combates em julho de 1918 entre as tropas da 42ª Divisão de Infantaria dos EUA, chamada de "Divisão Arco-Íris", e as forças alemãs.

Embora sua placa de identificação estivesse ilegível, insígnias e pedaços de uniforme encontrados perto dos ossos permitiram estabelecer quem era o americano.

"Após um longo período, foi sepultado. Ficou sozinho por 105 anos e agora está com seus companheiros de armas", disse Hubert "Bert" Caloud, ex-fuzileiro naval e responsável pelo cemitério militar americano de Seringes-et-Nesles. O soldado foi enterrado neste local durante uma cerimônia militar.

É a primeira vez desde 1988 que um soldado americano morto na Primeira Guerra Mundial é enterrado na França, acrescentou "Bert" Caloud.

Muitos americanos participaram das contraofensivas de 1918, que interromperam o avanço alemão sobre Paris na "Segunda Batalha do Marne".

"Os americanos mobilizaram mais de 4 milhões de pessoas. Cerca de 120.000 morreram na França, 230.000 ficaram feridas, e 5.000 desapareceram", disse o general Eric Bellot des Minières, inspetor-geral da Infantaria francesa.

MC Daniel está curtindo alguns dias na Europa e sua última parada foi em Paris, na França. O cantor está do outro lado do oceano para se apresentar em alguns países europeus. Entretanto, apesar de estar curtindo o país, o namorado de Mel Maia acabou aprontando e não saiu impune.

Enquanto andava de moto pela cidade, Daniel acabou desrespeitando uma das leis de trânsito e foi imediatamente parado pela polícia. O funkeiro estava em alta velocidade e não obedeceu uma das placas de pare. Através dos Stories, o MC compartilhou o momento do enquadro e fez algumas brincadeiras na legenda.

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Mó suave se é louco, se os caras me xingam eu nem sei, entendi nada. Fala pra eles que eu sou trabalhador e Zé Povinho. E é isso aí família, segunda-feira estamos aqui fazendo um churrasquinho de dia na comunidade da França. É isso aí família, somos Brasil! Estamos representando o Brasil no peito e tamo junto.

Mas, a repercussão de seus comentários não foi muito positiva. Na web, internautas criticaram a postura do artista. Então, para esclarecer o assunto de uma vez por todas, Daniel decidiu fazer outra publicação nas redes esclarecendo toda a situação.

Não aconteceu nada, não deu nada. Não desrespeitei eles, e nem eles me desrespeitaram. Se desrespeitaram, não sei. Mas não preciso de nada para viralizar na internet para me promover. Vim para a Europa com meu show, com a minha música e a minha imagem. Cheguei da forma limpa, meu hype é limpo, não é apelativo. Não aconteceu nada. Não devo nada para crime de lugar nenhum, polícia de lugar nenhum. O que eu devo é luta, sangue e suor pelos meus.

A Justiça francesa declarou, nesta segunda-feira (5), quatro adolescentes culpados por ofenderem um colega de escola gay, cujo suicídio comoveu a França e levantou preocupações sobre o bullying escolar.

Aos 13 anos, Lucas se suicidou em 7 de janeiro em Golbey (nordeste), após deixar um bilhete no qual expressava o desejo de pôr fim à sua vida.

Seus familiares denunciaram que ele sofria assédio e que alunos de sua própria escola faziam bullying com ele e proferiam insultos homofóbicos.

Um tribunal de menores de Épinal (nordeste) julgou quatro adolescentes culpados de assédio, mas sem vinculá-lo ao suicídio de Lucas.

A sentença será anunciada em 22 de janeiro de 2024. Os condenados podem pegar até 18 meses de prisão. A pena seria de até cinco anos de prisão se o bullying fosse vinculado ao suicídio.

Apesar da condenação menor, a mãe de Lucas expressou "alívio". "Queria que meu filho fosse reconhecido como vítima de bullying, era tudo que devia a ele, essa é a minha luta agora", acrescentou.

O governo manifestou a intenção de fortalecer o combate ao bullying escolar em decorrência dessa tragédia, que não foi a única desde o início do ano.

Em 29 de abril, uma criança de 10 anos se suicidou perto de Lyon (sudeste), em um contexto de bullying na escola, segundo seus pais.

Em 12 de maio, Lindsay, uma adolescente de 13 anos, tirou a própria vida em Vendin-le-Vieil (norte). A Justiça acusou quatro menores de "bullying escolar que levou ao suicídio".

O ministro da Educação, Papa Ndiaye, se reuniu nesta segunda-feira com os familiares de Lindsay, cuja mãe o acusou de não ser "sincero" no combate ao suicídio.

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