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Três pessoas, entre elas um policial penal e um servidor do Governo de Pernambuco, foram presas na manhã desta quinta-feira (9) por participar de uma associação criminosa responsável por fraudar o concurso público da Guarda Municipal de Gravatá, no Agreste do estado.

Após denúncia, as investigações começaram em janeiro deste ano, um mês após o certame. De acordo com a Polícia Civil, dezenas de contratantes foram identificados por se beneficiar do serviço ilegal. Todas serão acusadas de fraude em concurso.

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“Eles se utilizavam de dois métodos, um deles se passando pelo candidato. Eles pegavam uma foto da pessoa que ia fazer a prova e substituía no RG, fazendo a prova pelo candidato. Outro método de fraude era a utilização de pontos eletrônicos através de mini celulares que eles acoplavam ao corpo da pessoa e recebiam as informações da prova”, explicou o gestor do Departamento de Repressão e Combate ao crime organizado (DRACO), Guilherme Caraciolo.

LeiaJá também: PE: Polícia prende grupo que fraudava concursos públicos

O delegado reforça que o concurso chegou a ser anulado, mas por questões administrativas. Foram apreendidos pontos eletrônicos, celulares, chaves de transmissão, documentos falsos, além de armas e munições.
Ao todo, 70 policiais cumpriram os três mandados de prisão e outros 14 de busca e apreensão em cinco cidades do Grande Recife – Olinda, Paulista, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Recife – e em Gravatá.

O trio foi levado ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais, no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, e serão encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Eles ficarão presos por cinco dias, prazo mínimo da modalidade temporária.

Nesta quinta-feira (9), a Polícia Civil de Pernambuco cumpre 16 mandados em cinco cidades do Grande Recife, sendo três de prisão e 13 de busca e apreensão, contra uma organização suspeita de fraudar concursos públicos. Pontos eletrônicos, documentos falsos e armas foram localizadas na operação.

As investigações da Operação Ponto de Corte iniciaram em janeiro deste ano com objetivo de desarticular a associação criminosa que atuava em certames públicos.

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Ao todo, 70 policiais cumprem as ordens judiciais expedidas pela Vara Criminal de Gravatá em Olinda, Recife, São Lourenço da Mata, onde ocorreram as prisões, e em Paulista e Camaragibe. 

Armas, munições, chaves de transmissão, além de pontos eletrônicos e documentação falsa foram apreendidos com os suspeitos. Todo material foi levado ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais, no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife.

Mais detalhes sobre a operação serão repassados pelas autoridades em um coletiva de imprensa agendada às 11h.

Nesta sexta-feira (2), a Polícia Federal (PF) realizou busca e apreensão de celulares de duas pessoas suspeitas de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, que foi realizado nos dias 21 e 28 de novembro, no Pará. De acordo com informações divulgadas pela PF e Ministério Público Federal (MPT), o esquema foi realizado no último dia de aplicação do exame.

Na ocasião, um candidato usou o celular para se comunicar com pessoas que estavam fora do local de prova. Ainda segundo a investigação, o participante, que fazia a avaliação em uma escola do município de Benevides, localizado na Região Metropolitana do Pará, enviou fotos de questões à especialista para obter as respostas.

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Além disso, o outro suspeito ficaria responsável por realizar o pagamento aos outros envolvidos. Durante as buscas, agentes da PF encontraram um caderno com gabarito do Enem e números que, possivelmente, são de Pix de cerca de sete especialistas contratados pelo candidato.

Ainda segundo o MPT, a descoberta da fraude só foi possível porque um dos especialistas contratados denunciou o esquema. Em depoimento, ele alegou que recebeu fotos dos quesitos do exame, que deveriam ser resolvidos até às 17h. No entanto, o especialista garante que nas imagens recebidas não estava identificado o ano de aplicação da prova. Porém, o suspeito deixou escapar, em uma das fotos, informações sobre a edição 2021.

Investigações

Todo material recolhido pela Polícia Federal passarão por perícia pela equipe de investigação do caso, que também vai apurar a falha no controle de entrada de celulares na escola onde o suspeito realizou o Enem. De acordo com a PF, os envolvidos podem responder pelo crime de fraude "em certames de interesse público" e serem passíveis de até quatro anos de reclusão.

O Superior Tribunal Militar (STM) manteve a condenação de nove pessoas, entre oficiais do Exército e civis, por desvio de recursos públicos do Hospital Militar de Área de Recife, na área central da capital, entre os anos de 2011 e 2012. Entre os acusados estão três coronéis, dois tenentes-coronéis, dois majores, quatro ex-tenentes temporários do Exército e sete civis do ramo de fornecimento de medicamentos e de informática.

Uma série de crimes foi identificada, como estelionato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documentos e subtração ou inutilização de livro, processo ou documento que resultaram em prejuízos aos cofres públicos. O esquema criminoso teria desviado mais de R$ 4 milhões da unidade de saúde.

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Somadas, as penas para os réus superam os 50 anos de prisão. Na primeira instância, 12 réus foram condenados e seis absolvidos. Todos os oficiais superiores faziam parte da direção e gestão do hospital.

Segundo a denúncia do Ministério Público Militar (MPM), nos últimos meses do ano de 2011 e início de 2012, uma tenente temporária do Exército, integrante do HMAR, cumprindo orientação de um dos tenentes-coronéis, sem atribuição para tanto, confeccionou “Partes Requisitórias” de medicamentos e material de informática, que nunca fizeram parte efetivamente do patrimônio do Hospital Militar, sendo que, muitas vezes as condutas eram realizadas após a emissão das notas de empenho.

Ainda de acordo com a Promotoria, a prova de que os materiais indicados jamais foram entregues se deu pela inclusão tardia na carga de materiais do quartel. Também não foram localizadas solicitações de uso ou documento similar que demonstrassem a saída das unidades que faltavam. A emissão das notas de empenho fraudulentas indicadas na denúncia teria sido realizada por um dos majores, chefe da Seção de Aquisições, Licitações e Contratos, que também se omitiu quando tinha o dever legal de agir para frear as irregularidades verificadas. Outro major, fiscal administrativo, teria confeccionado o Boletim Interno, assinado por um dos coronéis. Outro réu teria feito o registro tardio da irreal inclusão no patrimônio dos bens falsamente indicados nas notas fiscais, além de ter conferido e endossado a aquisição fictícia de medicamentos, por meio da aposição do seu visto.

Os promotores informaram que dois dos coronéis, nos versos das notas fiscais, autorizaram os pagamentos de todos os materiais adquiridos ficticiamente, sem que nunca tivessem ingressado no patrimônio do HMAR. O outro tenente-coronel também teria contribuído com a sua omissão dolosa, para a consumação do estelionato.

O comportamento dos acusados teria causado um prejuízo à União de R$ 4.414.330,15. Ainda de acordo com o MPM, para corroborar a empreitada delituosa e dar aparência de legalidade, foram elaborados vários documentos falsos, entre eles, ofícios solicitando "apoio de estoque" e cartas de crédito, bem como o registro de notas fiscais falsas.

Em agosto do ano passado, no julgamento de primeiro grau, a juíza federal da Justiça Militar da União, Maria Socorro Leal, decidiu por condenar 12 dos réus, sendo 7 oficiais do Exército e 5 civis. Para a magistrada, todos tinham consciência do esquema de vendas fictícias beneficiando as empresas privadas, no sentido de permitir o pagamento por mercadorias que não foram entregues ao HMAR ou entregues parcialmente, ou de permitir a substituição por produtos diferentes dos licitados e constantes nas notas de empenho

Os cinco civis tiveram penas fixadas entre 3 e 5 anos de reclusão. A pena mais alta foi aplicada à ex-tenente do Exército, indicada como uma das líderes do esquema, com pena superior a 11 anos de reclusão. Os dois tenentes-coronéis receberam pena superior a 7 anos de reclusão; um dos coronéis foi apenado em 8 anos de reclusão; um ex-tenente foi apenado em 5 anos de reclusão e do dois ex-tenentes tiveram penas de mais de 2 anos e 7 meses de reclusão. Foram absolvidos pela juíza federal da JMU três civis, dois coronéis e um major, todos por não existir prova suficiente para a condenação.

Na quinta-feira (18), em um julgamento que ultrapassou mais de 7 horas, a Corte apreciou os recursos de apelação interpostos pelos advogados dos acusados. O relator do caso, ministro Péricles Aurélio Lima de Queiroz, decidiu apenas pela absolvição de dois ex-tenentes do Exército, pelo fundamento de não existir prova suficiente para a condenação e ainda um dos empresários, também por falta de provas. Nos demais casos, o ministro-relator manteve íntegra a sentença proferida no primeiro grau, na Auditoria de Recife. Por unanimidade, os demais ministros do STM acompanharam o voto do relator.

Com informações da assessoria.

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou nesta sexta-feira, 19, que cassou os registros dos candidatos a vereador que concorreram na eleição de 2020 pelo partido Republicanos no município de São Fidélis, no norte fluminense, por uso de candidatas laranjas para fraudar cotas de gênero naquela eleição.

A lei exige que pelo menos 30% dos candidatos de cada partido sejam mulheres. Todos os votos recebidos pela legenda no município foram declarados nulos e foram cassados os diplomas do vereador eleito Jonathas Silva de Souza e dos suplentes Renan de Souza Teixeira e Thiago Dias da Silva. Além deles, outras quatro pessoas foram declaradas inelegíveis por oito anos, entre elas as candidatas usadas como laranja.

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A decisão do TRE-RJ atende parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) e confirma a cassação da chapa já determinada em primeira instância pela 35ª Zona Eleitoral (São Fidélis), a partir de ação de investigação judicial eleitoral que alegou que a conduta dos políticos comprometeu a disputa eleitoral ao romper a isonomia entre os candidatos. Os réus recorreram ao TRE-RJ alegando inexistência de provas de que as candidatas tenham sido registradas de forma fraudulenta, apenas para atender ao requisito legal.

Em seu parecer, o MPE defendeu a manutenção da decisão de primeira instância, afirmando que as irregularidades praticadas pelos réus foram provadas e detalhadas na sentença. De acordo com o MPE, três das cinco candidatas registradas pelo Republicanos não receberam nenhum voto, nem sequer o delas, em indício que não configura irregularidade, mas aponta para fraude para atender ao percentual mínimo de 30% de candidatos do gênero feminino.

Segundo o MPE, outra prova decorreu da quebra do sigilo telefônico das rés, que evidenciou a consciência delas sobre sua conduta e o conluio entre elas e um dirigente do partido para burlar a cota de gênero. Conforme o parecer, as candidatas nunca fizeram campanha para si, mas apenas a outros correligionários. O marido e o filho de uma delas também divulgaram outros candidatos.

"A fraude à cota de gênero consiste no cumprir, de forma consciente e meramente formal, a porcentagem exigida pela lei eleitoral", argumentou o MPE em seu parecer. "Representa afronta à isonomia entre homens e mulheres que o legislador pretendeu assegurar a partir dos ditames constitucionais relativos à igualdade, ao pluralismo político, à cidadania e à dignidade da pessoa humana".

O Estadão/Broadcast Político procurou os candidatos que tiveram seus registros cassados e representantes do Republicanos em São Fidélis, sem sucesso até a publicação desta reportagem.

Por unanimidade, o Superior Tribunal Militar (STM) manteve as penas impostas a cinco militares e cinco civis denunciados por fraudes na compra de equipamentos de informática e medicamentos para o Hospital Militar de Área do Recife, localizado na região central da capital pernambucana. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 4,4 milhões.

Em julgamento concluído nesta quinta-feira, 19, após quase sete horas de sessão, os ministros seguiram o entendimento do relator, Péricles Aurélio Lima de Queiroz, para referendar parcialmente a sentença imposta em primeira instância. O plenário decidiu absolver dois militares e um civil das acusações, mas manteve todas as outras condenações.

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"Casos dessa natureza têm se tornado mais frequentes e precisam de uma divulgação batente ampla no sentido de que nós tenhamos condições de obstar comportamentos dessa natureza através de exemplar punição àqueles que ultrapassam os limites da lei", disse o ministro Carlos Vuyk de Aquino, ao acompanhar o relator.

O ministro Marco Antônio de Farias também chamou atenção para a importância do exemplo."Estamos alertando os indecisos e prestigiando os bons, os comprometidos com o dever, com a ordem e com a lei" afirmou em seu voto.

As penas haviam sido determinadas em primeiro grau pela juíza Maria do Socorro Leal, da Auditoria da 7.ª Circunscrição Judiciária Militar da União, em agosto do ano passado. De acordo com a investigação, empresas contratadas emitiam notas fiscais para justificar pagamentos por produtos que não eram entregues. Além dos equipamentos de informática e produtos de farmácia, o Ministério Público Militar identificou irregularidades na compra de material de limpeza, suprimentos de copa e cozinha, material químico, combustíveis e material elétrico.

O suposto esquema teria contado com a participação de militares que desempenhavam funções de almoxarifes e fiscais administrativos e seria coordenado por um coronel responsável pelo ordenamento de despesas e contabilidade da unidade de Saúde.

A Polícia Federal realizou, nesta sexta-feira (19), a Operação GHOST, para cumprir mandado de busca e apreensão no escritório de um advogado, no bairro Coelho da Rocha, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. As investigações apontaram que o homem usava documentos falsos e alegava prestar assessoria para dar entrada em benefícios do INSS. De acordo com a PF, os policiais federais apreenderam diversos documentos e equipamentos utilizados na prática do crime.

O Núcleo Regional da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista no Rio de Janeiro, do Ministério do Trabalho e Previdência deu apoio à operação que foi acompanhada por dois representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 3ª Vara Federal de São João de Meriti/RJ e, segundo a PF, o suspeito responderá pelos crimes de estelionato previdenciário, falsidade ideológica e material, além do uso de documento falso. “Sem prejuízo de eventuais outros crimes no decorrer da investigação”, completou.

O nome GHOST escolhido para a operação foi porque na prática o advogado “conseguia benefícios previdenciários com base em documentos de pessoas inexistentes – fantasmas, informou a PF.

No aniversário de um ano, o Pix, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), ganha nova funcionalidade. Entra em vigor nesta terça-feira (16) o Mecanismo Especial de Devolução, que agilizará o ressarcimento ao usuário vítima de fraude ou de falha operacional das instituições financeiras.

O mecanismo está regulamentado por uma resolução editada pelo BC em junho. Desde então, as instituições financeiras estavam se adaptando aos procedimentos.

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Até agora, em uma eventual fraude ou falha operacional, as instituições envolvidas precisavam estabelecer procedimentos operacionais bilaterais para devolver o dinheiro. Segundo o BC, isso dificultava o processo e aumentava o tempo necessário para que o caso fosse analisado e finalizado. Com o Mecanismo Especial de Devolução, as regras e os procedimentos serão padronizados.

Pix Saque e Troco

Outras novidades para o Pix virão em breve. A partir do dia 29 estarão disponíveis o Pix Saque e o Pix Troco, que permitem o saque em espécie e a obtenção de troco em estabelecimentos comerciais e outros lugares de circulação pública.

No Pix Saque, o cliente poderá fazer saques em qualquer ponto que ofertar o serviço, como comércios e caixas eletrônicos, tanto em terminais compartilhados quanto da própria instituição financeira. Nessa modalidade, o correntista apontará a câmera do celular para um código QR (versão avançada do código de barras), fará um Pix para o estabelecimento ou para a instituição financeira e retirará o dinheiro na boca do caixa.

O Pix Troco permite o saque durante o pagamento de uma compra. O cliente fará um Pix equivalente à soma da compra e do saque e receberá a diferença como troco em espécie. O extrato do cliente especificará a parcela destinada à compra e a quantia sacada como troco.

Open banking

Ainda neste trimestre, o BC pretende estender o iniciador de pagamentos ao Pix. Por meio dessa ferramenta, existente para pagamentos por redes sociais e por aplicativos de compras e de mensagens, o cliente recebe um link com os dados da transação e confirma o pagamento.

Atualmente, o iniciador de pagamentos existe para compras com cartões de crédito e de débito. O BC pretende ampliar a ferramenta para o Pix, o que só será possível por causa da terceira fase do open banking (compartilhamento de dados entre instituições financeiras), que entrou em vigor no fim de outubro.

Com a troca de informações, o cliente poderá fazer transações Pix sem abrir o aplicativo da instituição financeira, como ocorre hoje. O usuário apenas clicará no link e informa a senha ou a biometria da conta corrente para concluir a transação. Tudo sem sair do site de compras, do aplicativo de entregas ou da rede social.

Estatísticas

Até o fim de outubro, segundo os dados mais recentes do BC, o Pix tinha 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários. Desse total, 105,24 milhões são pessoas físicas e 7,41, pessoas jurídicas. Cada pessoa física pode cadastrar até cinco chaves Pix e cada pessoa jurídica, até 20. As chaves podem ser distribuídas em um ou mais bancos.

Em um ano de funcionamento, o volume de transações pelo Pix deu um salto. Em outubro, o sistema de pagamentos instantâneos movimentou R$ 502 bilhões, contra R$ 25,1 bilhões liquidados em novembro do ano passado. Segundo o Banco Central, 75% das transações do Pix em outubro ocorreram entre pessoas físicas, contra 87% no primeiro mês de funcionamento. Os pagamentos de pessoa física para empresa saltaram de 5% para 16% no mesmo período.

Empresas e governo

O aumento nos pagamentos a empresas decorre de funcionalidades adicionadas ao longo deste ano para estimular o recebimento de Pix por empresas e prestadores de serviço. Em maio, começou a funcionar o Pix Cobrança, que substitui o boleto bancário e permite o pagamento instantâneo por meio de um código QR (versão avançada do código de barras) fotografado com a câmera do celular.

Em julho, começou a ser ofertado o Pix Agendado, que permite o agendamento de cobranças, com a definição de uma data futura para a transação. Em setembro, o oferecimento da funcionalidade por todas as instituições financeiras passou a ser obrigatório.

As transações entre pessoas físicas e o governo aumentaram de R$ 2,25 milhões em novembro de 2020 para R$ 409,83 milhões em outubro deste ano. Apesar de pequenas em relação ao total movimentado, essas operações estão subindo graças a medidas como o pagamento de alguns tributos por grandes, micro e pequenas empresas e à quitação de taxas federais por meio do Pix.

Segurança

O Pix completa um ano em meio a preocupações com a segurança do sistema. Por causa do aumento de sequestros-relâmpago e de fraudes relacionadas ao Pix, o BC limitou, em outubro, as transferências a R$ 1 mil entre as 20h e as 6h. Medidas adicionais de segurança foram adotadas, como o bloqueio, por até 72 horas, do recebimento de recursos por pessoas físicas em caso de suspeita de fraude.

Em setembro, ocorreu o incidente mais sério com o Pix registrado até agora. Uma brecha de segurança no Banco Estadual de Sergipe permitiu o vazamento de 395 mil chaves Pix do tipo telefone. Na ocasião, não foram expostos dados sensíveis, como senhas, valores movimentados e saldos nas contas, mas os números de telefone de clientes capturados por pessoas de fora da instituição, que foi punida pelo BC.

Se casos semelhantes ocorrerem, as próximas punições poderão ser mais duras. No fim da semana passada, o BC acelerou as notificações às instituições financeiras que violarem os regulamentos do Pix e diminuiu as situações em que as multas serão isentas.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 9, a Operação Bússola contra suposta organização criminosa que frauda benefícios de aposentadoria por idade rural, mediante a falsificação e o uso de documentos públicos, no Piauí. Até o momento, 34 pessoas foram presas no âmbito da ofensiva.

Um efetivo de 200 agentes cumpre, ao todo, 16 mandados de prisão preventiva, 23 de prisão temporária e 57 de busca e apreensão. Entre os investigados com prisão decretada estão oito servidores do INSS, 17 advogados e 14 intermediários dos Estados do Piauí e Maranhão, diz a PF.

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As diligências são executadas nas cidades de Teresina, Luzilândia, Demerval Lobão e Santo Antônio dos Milagres (PI); Timon, Caxias, Presidente Dutra, Parnarama, Codó, Anapurus e São João do Sóter (MA). As ordens foram expedidas pelo juízo da 1ª Vara Federal de Teresina, que ainda determinou o bloqueio das contas dos presos e a suspensão do exercício da função pública para os servidores do INSS.

A Justiça Federal também determinou a imediata suspensão de 160 benefícios concedidos a 'pessoas fictícias' e a imediata revisão de 1.975 benefícios com indícios de fraude. Tal medida vai evitar um prejuízo futuro estimado em R$ 623 milhões, diz a PF.

De acordo com a corporação, a investigação que culminou na operação Bússola teve início em 2020 e foi desenvolvida no âmbito da Força Tarefa Previdenciária e Trabalhista no Piauí, integrada pela PF e pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho e Previdência (CGINT/MTP).

Os investigadores dizem que já identificaram 1.975 benefícios de aposentadoria por idade rural com indícios de fraude, os quais teriam causado um prejuízo ao INSS de cerca de R$ 55,8 milhões, em valores já sacados.

O nome da operação, Bússola, faz referência 'ao direcionamento indevido dos requerimentos de benefícios protocolados pelos advogados/intermediários aos servidores concessores do grupo criminoso', afirma a PF.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alertou, nesta quinta-feira (4), sobre a tentativa de golpe envolvendo o nome da instituição. Em comunicado, o Inep alega que pessoas estão recebendo contato por telefone, e-mail e aplicativos de mensagem com uma falsa promessa de cursos profissionalizantes e pós-graduação.

Ainda de acordo com o Instituto, ao receber a oferta do suposto curso, a pessoa é direcionada a realizar um pagamento, cujo valor não foi divulgado. No texto, o órgão ressalta que não realiza contato por telefone para solicitar dados ou oferecer formações, assim como, realização de cobranças via boleto bancário.

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“Por se tratar de ligações e mensagens fraudulentas, o Inep orienta que essas tentativas de golpe sejam denunciadas às autoridades locais e comunicadas ao Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) da região”, orienta o Inep.

Por aclamação, a Executiva Nacional do PSDB decidiu que caberá à Comissão Especial das Prévias Presidenciais a análise sobre o caso dos 92 prefeitos e vice-prefeitos de São Paulo que têm sua data de filiação questionada. A participação deles no pleito segue suspensa, mas as filiações serão agora analisadas caso a caso. A decisão definitiva deverá ser tomada até o início da próxima semana.

A investigação foi aberta pela cúpula do PSDB depois que quatro diretórios aliados do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, apresentaram recurso acusando o diretório de São Paulo de inscrever no colégio eleitoral prefeitos e vices que teriam se filiado ao PSDB após o prazo permitido.

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As prévias serão realizadas em novembro. Por enquanto, os 92 tucanos não estão aptos a votar. Mas as filiações serão analisadas individualmente e, a depender dessa avaliação caso a caso, serão incluídos ou não como eleitores. Para o secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista e presidente do diretório paulista, Marco Vinholi, o encaminhamento da Executiva foi uma vitória.

"A Executiva Nacional do PSDB definiu por unanimidade a manutenção da possibilidade de voto dos 92 tucanos, entre prefeitos e vice-prefeitos paulistas, impugnados pelos aliados da campanha de Eduardo Leite, remetendo a provação de caso a caso à Comissão de Prévias", disse por meio de nota. "Portanto, é fundamental ressaltarmos a importância da garantia do direito a voto de todos os filiados e da valorização da democracia interna no PSDB. Que essa eleição possa se definir no voto, nunca no tapetão."

O prazo limite para filiações aptas a votar nas prévias era 31 de maio. Os diretórios do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará alegam que esses 92 prefeitos e vices entraram no partido após o prazo, e tiveram seus dados apresentados com data retroativa na hora do registro junto à Justiça Eleitoral.

Em nota, o PSDB diz que "a decisão da Executiva referenda resolução da Presidência Nacional do PSDB que determina ainda a competência da Comissão de Prévias para deliberar sobre qual data de filiação deve ser considerada em cada caso para efeitos de formação do colégio eleitoral".

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA EXECUTIVA DO PSDB:

"A Executiva Nacional do PSDB decidiu por aclamação que ficará a cargo da Comissão Especial de Prévias a análise, caso a caso, das condições de filiação de 92 prefeitos e vice-prefeitos do estado de São Paulo, cuja possibilidade de participação nas prévias partidárias foi objeto de questionamento e pedido de impugnação.

Reunida nesta quinta-feira (28/10), sob a presidência interina do deputado Domingos Sávio (MG), primeiro vice-presidente do partido, a Executiva também manteve a suspensão desses nomes da lista de filiados aptos a votar encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.

A decisão da Executiva referenda resolução da Presidência Nacional do PSDB que determina ainda a competência da Comissão de Prévias para deliberar sobre qual data de filiação deve ser considerada em cada caso para efeitos de formação do colégio eleitoral. No caso de validação da filiação apta a participar na condição de eleitor nas prévias, o filiado exercerá o voto por meio do aplicativo. A resolução foi assinada pelo presidente Bruno Araújo e publicada nesta quarta (27).

A participação dos recém-filiados permanece suspensa. De acordo com a resolução 046/2021, que regulamentou as prévias, estão aptos a votar os filiados até 31 de maio deste ano".

O diretor Boninho, responsável pelo Big Brother Brasil, fez um alerta aos internautas. Nesta quinta-feira (14), ele foi até os stories do Instagram para dizer que estão circulando golpes envolvendo entradas de participantes na 22ª edição do reality show. De acordo com Boninho, não procede as informações de que vagas estão sendo vendidas.

"Não caia nesse papo! Já avisamos que isso [venda de vagas] não existe! Não acredite em ninguém que te promete uma vaga no BBB", declarou Boninho. No relato, ele mostrou a conversa da fraude. Em um trecho do material, uma pessoa chegou a cobrar R$ 250 para inscrição presencial. Vale lembrar que as inscrições para a nova temporada do BBB já foram encerradas.

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Fraudes no pagamento do auxílio emergencial são o alvo da Operação Payback da Polícia Federal nesta quinta-feira (2). Os policiais cumpriram em Aracaju um mandado de busca e apreensão, expedido pela 7ª Vara Federal da Justiça em Sergipe. A Justiça determinou ainda o bloqueio dos valores ilicitamente obtidos para possibilitar o ressarcimento da fraude.

A investigação teve início no mês de abril do corrente ano, a partir da análise das informações registradas na Base Nacional de Fraudes ao Auxílio Emergencial (BNAFAE), que resultou na identificação de desvio de valores em 11 contas digitais do auxílio emergencial.

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Conforme apurado, o investigado, que não teve a identidade revelada, criava contas falsas em nome de terceiros, no aplicativo Caixa Tem. Em seguida, gerava boletos bancários que eram pagos com os valores desviados. As contas bancárias do próprio suspeito eram destinatárias final dos recursos.

Crimes

O alvo é suspeito da prática de crime de estelionato e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem superar 16 anos de reclusão, além do pagamento de multa.

Cinco pessoas foram presas no domingo (29) suspeitas de tentar fraudar o concurso da Polícia Civil de Alagoas. Quatro prisões ocorreram em Pernambuco e uma em Alagoas.

"Trata-se de uma organização criminosa com atuação interestadual, cujo objetivo é proporcionar o ingresso em carreiras públicas de forma fraudulenta", declarou o delegado Gustavo Xavier, coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC), da Polícia Civil de Alagoas. Os suspeitos usavam ponto eletrônico durante a realização das provas.

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As investigações seguem buscando identificar se outras pessoas participaram da fraude. Os cinco presos foram autuados por fraude em certame de interesse público. 

As provas do concurso público da Polícia Civil foram aplicadas na tarde do domingo. Além de Alagoas, houve locais de provas em Sergipe e Pernambuco. Foram 43.073 inscritos para 500 vagas.

A Operação Cartão Vermelho 2, da Polícia Federal, foi deflagrada nesta segunda-feira (23) para desarticular um grupo investigado por crimes de corrupção, desvio de recursos públicos federais e fraude em procedimento de dispensa de licitação. As irregularidades foram identificadas no hospital de campanha montado para atender pacientes da Covid-19, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE).

Cerca de 35 policiais federais e oito servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) estão cumprindo sete mandados de busca e apreensão, em domicílios de investigados, em Fortaleza e em Brasília. A ação visa instruir inquérito policial que apura indícios de atuação criminosa de servidores públicos, dirigentes de organização social sediada em São Paulo, contratada para gestão do hospital de campanha, e empresários.

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“As investigações tiveram início em 2020 e, a partir dos dados coletados e analisados pela PF e CGU na primeira fase da Operação Cartão Vermelho, deflagrada em novembro de 2020, foram reforçados indícios de conluio entre os investigados para direcionar escolha de organização social, com pagamentos superfaturados, transações com empresas de fachada, desvio de recursos públicos federais e enriquecimento ilícito dos investigados”, detalhou a Polícia Federal em nota.

As investigações continuam com análise do material apreendido na operação policial e do fluxo financeiro dos suspeitos. Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, ordenação de despesa não autorizada por lei e organização criminosa, e, se condenados, poderão cumprir penas podem chegar a 33 anos de reclusão.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), renovou a ordem para a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido de deputados de oposição ao governo para investigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelos ataques ao sistema eletrônico de votação e as ameaças ao processo eleitoral feitos na live realizada por ele no último dia 29 e transmitida pela TV Brasil. Desta vez, ela estabeleceu prazo de 24 horas para a PGR enviar uma resposta.

"Os fatos narrados nestes autos são graves, de interesse exponencial da República. O manifesto interesse público e superior da nação impõem a observância de prioridade no andamento processual do caso", escreveu a ministra em novo despacho nesta segunda-feira, 16.

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O primeiro pedido foi enviado à Procuradoria no último dia 3. Na decisão desta segunda-feira, 16, Cármen Lúcia registrou que até o momento não recebeu a manifestação da órgão. A eventual abertura de uma investigação depende, via de regra, do sinal verde da PGR.

Em seu primeiro despacho, a ministra disse que o relato levado ao tribunal pelos parlamentares é grave e aponta possível crime de natureza eleitoral, uso ilegal de bens públicos e atentados contra a independência de poderes da República.

"Necessária, pois, seja determinada a manifestação inicial do Procurador-Geral da República, que, com a responsabilidade vinculante e obrigatória que lhe é constitucionalmente definida, promoverá o exame inicial do quadro relatado a fim de se definirem os passos a serem trilhados para a resposta judicial devida no presente caso", escreveu na ocasião.

Ao STF, os parlamentares argumentam que Bolsonaro cometeu irregularidades em três frentes: ato improbidade administrativa por usar o canal estatal, propaganda política antecipada e crime eleitoral.

"Sem nenhum pudor de ordem moral, o representado conspurcou seu honroso cargo de presidente da república para utilizar indevidamente bem público e um assessor também pago com recursos do tesouro nacional para fazer autopromoção e difundir mentiras sobre o processo eleitoral, por mais de 2 horas, ao vivo em rede pública de TV", diz um trecho da notícia-crime enviada ao tribunal.

Se as declarações do presidente sobre fraudes nas urnas eletrônicas abriram uma crise entre o Executivo e o Judiciário, com a abertura de investigações no Tribunal Superior Eleitoral e no próprio Supremo Tribunal Federal, no comando da Procuradoria-Geral da República não houve reação. Embora venha sendo pressionado por um grupo significativo de subprocuradores a optar por uma ação 'enfática' contra as ameaças de Bolsonaro às eleições, Aras ainda não tomou partido na briga entre os Poderes.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou do procurador-geral da República, Augusto Aras, um posicionamento sobre o pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para obrigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a apresentar provas de que houve fraude nas eleições de 2018.

Em despacho publicado nesta quinta-feira, 12, Toffoli disse que a manifestação é 'imprescindível' e mandou os autos de volta ao chefe do Ministério Público Federal. De acordo com o ministro, o processo foi encaminhado à PGR em julho, mas voltou sem um parecer do órgão.

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"Compulsando os autos, verifica-se, preliminarmente, a ausência de manifestação da Procuradoria-Geral da República. Com efeito, vê-se que os autos foram àquele órgão, em 27/7/2021, retornando em 04/08/2021, com a ciência do Procurador-Geral, sem parecer. Considerando a alusão na inicial a crimes em que a Procuradoria-Geral da República atua como dominus litis e como custos legis, entendo imprescindível colher sua manifestação. Remetam-se à PGR. No retorno, voltem conclusos", diz um trecho do despacho.

O parecer do procurador-geral é aguardado em uma interpelação judicial apresentada pelo senador Alessandro Vieira em julho. Esse tipo jurídico serve para subsidiar eventuais ações penais. A ideia é garantir espaço para esclarecimento preliminar de ações ou fatos questionados. Bolsonaro, no entanto, não é obrigado a prestar informações ao tribunal. O presidente já se manifestou judicialmente a respeito das suspeitas levantadas as urnas eletrônicas, mas não apresentou provas das acusações.

O senador disse que Bolsonaro pode ter cometido crime de responsabilidade ao colocar em dúvida a segurança do sistema de votação sem ter provas das acusações. "As afirmações perpassam por ameaças graves ao regime democrático, em que o chefe da nação se utiliza de discurso falacioso e infundado para descredibilizar membros dos demais Poderes da República e todas as instituições do país", disse Vieira ao STF.

Se as declarações do presidente sobre fraudes nas urnas eletrônicas abriram uma crise entre o Executivo e o Judiciário, com a abertura de investigações no Tribunal Superior Eleitoral e no próprio Supremo Tribunal Federal, no comando da Procuradoria-Geral da República não houve reação. Embora venha sendo pressionado por um grupo significativo de subprocuradores a optar por uma ação 'enfática' contra as ameaças de Bolsonaro às eleições, Aras ainda não tomou partido na briga entre os Poderes.

Cobrado a se explicar sobre os ataques dirigidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao sistema eletrônico de votação, o governo federal não apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) provas de fraudes nas eleições de 2014 e 2018.

Os documentos enviados ao STF foram elaborados pela Advocacia Geral da União (AGU), que defende judicialmente os interesses do Planalto, e pela Secretaria-Geral da Presidência da República a pedido do ministro Gilmar Mendes. Ele havia dado dez dias para que o governo se manifestasse em um mandado de segurança movido pela Rede Sustentabilidade para multar Bolsonaro em R$ 100 mil caso ele não apresente provas das suspeitas levantadas sobre o sistema eletrônico de votação. O partido acusa o presidente de tentar descredibilizar as urnas antevendo uma possível derrota nas eleições do ano que vem.

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Em 19 páginas, o governo se limita a argumentos de ordem técnica: diz que a Rede não tem legitimidade para propor a ação e que o partido não apontou concretamente as normas jurídicas que teriam sido violadas pelo presidente.

"A 'prova' do impetrante se dá por retórica de cunho político e a partir de ilações obtidas junto à mídia, sem, portanto, qualquer suporte documental efetivo", escreve a Secretaria-Geral da Presidência.

A AGU diz ainda que o mandado de segurança tem alcance restrito justamente para evitar, entre outros, a sua instrumentalização por partidos políticos. "Transformando-se em indesejável veículo de judicialização excessiva de questões governamentais e parlamentares", diz a manifestação.

Em outro trecho, a Secretaria-Geral da Presidência diz que não há irregularidade na 'mera possibilidade de levantar discussões sobre os aspectos que permeiam o sufrágio eleitoral'.

"Não resta qualquer dúvida que o tema de fundo é bastante atual e está longe de ser pacífico, tendo até mesmo a Justiça Eleitoral acenado para a importância e a necessidade de voto impresso e auditável, em clara e evidente busca pelo aperfeiçoamento do pleito eleitoral, de modo a diminuir, o tanto quanto possível, eventuais fraudes que o sistema eletrônico de votação possa conter e, bem assim, poder transmitir maior fiabilidade aos eleitores", segue a pasta.

A pouco mais de um ano das eleições, informações falsas sobre as urnas, ataques ao sistema eletrônico de votação, defesa do comprovante impresso do voto e ameaças ao pleito de 2022 ganharam força nas redes bolsonaristas capitaneadas por Bolsonaro. O debate acabou abrindo uma crise entre Executivo e Judiciário, depois que o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal abriram investigações sobre as declarações do presidente.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido de deputados de oposição ao governo para investigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelos ataques ao sistema eletrônico de votação e as ameaças ao processo eleitoral feitos na live realizada por ele na última quinta-feira (29) e transmitida pela TV Brasil.

Em seu despacho, a ministra disse que o relato levado ao tribunal pelos parlamentares é grave e aponta possível crime de natureza eleitoral, uso ilegal de bens públicos e atentados contra a independência de poderes da República.

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"Necessária, pois, seja determinada a manifestação inicial do Procurador-Geral da República, que, com a responsabilidade vinculante e obrigatória que lhe é constitucionalmente definida, promoverá o exame inicial do quadro relatado a fim de se definirem os passos a serem trilhados para a resposta judicial devida no presente caso", escreveu.

Caberá ao procurador-geral da República Augusto Aras, que aguarda a recondução ao cargo por mais dois anos, redigir o parecer. A abertura de uma investigação depende, via de regra, do sinal verde da PGR.

Ao STF, os parlamentares argumentam que Bolsonaro cometeu irregularidades em três frentes: ato improbidade administrativa por usar o canal estatal, propaganda política antecipada e crime eleitoral.

"Sem nenhum pudor de ordem moral, o representado conspurcou seu honroso cargo de presidente da república para utilizar indevidamente bem público e um assessor também pago com recursos do tesouro nacional para fazer autopromoção e difundir mentiras sobre o processo eleitoral, por mais de 2 horas, ao vivo em rede pública de TV", diz um trecho da notícia-crime enviada ao tribunal.

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes atendeu o pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e determinou a abertura de uma investigação contra Bolsonaro, também pelas alegações sobre fraudes nas urnas. A apuração vai correr vinculada por prevenção ao inquérito das fake news e mira 11 possíveis crimes do presidente.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (4) ter tido acesso, horas atrás, a novas informações que supostamente demonstrariam a possibilidade de fraude nas eleições. Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro disse que disponibilizaria pela internet a seus seguidores, inquérito sigiloso da Polícia Federal, obtido pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR) no início dos trabalhos da comissão especial, que mostraria o acesso de hacker a sistemas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abril a novembro de 2018.

Segundo Bolsonaro, em 2018 uma pessoa teria acessado o código de programação das urnas eletrônicas, assim como senhas de acesso de um ministro e de servidor da Corte. Segundo o presidente, o agente teria oferecido o material ao blog TecMundo em novembro de 2018.

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A plataforma, entretanto, mantém no ar uma correção ao material que havia sido publicado e destaca que "um grupo de criminosos digitais republicou um apanhado de dados antigos, possivelmente de 20 anos atrás, como se fossem resultado de um ataque recente ao TSE". "Fontes do TecMundo conseguiram confirmar que existem registros de data e hora no pacote de dados divulgado neste domingo, remetendo ao período de 2001 até 2010", reforça.

De acordo com a plataforma, as informações teriam sido obtidas de um servidor abandonado, o que tornaria os dados irrelevantes ou pouco valiosos até mesmo para estelionatários digitais.

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