O complexo tema do pagamento aos fundos 'abutres' na Argentina não deixa nem os artistas indiferentes. Um grupo de famosos divulgou nesta segunda-feira um vídeo para se expressarem contra o desembolso milionário.
"Não voltemos ao fundo" é o lema defendido por alguns dos rostos mais familiares do cinema, do teatro, da televisão e da música do país em um vídeo divulgado pelas redes sociais antes do começo, na terça-feira, de uma batalha para resolver o acordo do legislativo para o pagamento milionário aos 'holdouts'.
##RECOMENDA##O roqueiro Charly García, a atriz Cecilia Roth se juntaram a Mercedes Morán, Leonardo Sbaraglia, entre outros músicos e comediantes em fotos em que demonstram sua posição contrário ao acordo proposto pelo presidente de centro-direita Mauricio Macri. O presidente alertou que, caso o acordo seja rejeitado, haverá ajustes, cortes forçados e hiperinflação.
"Divididos, seremos escravos, unidos, estou certo de que venceremos", dizem no começo do vídeo os atores Rita Cortese e Claudio Rissi.
"Doze bilhões de dólares. Doze bilhões de crianças endividadas pelos próximos 30 anos", diz uma das mensagens do vídeo.
Os opositores ao acordo argumentam que a Argentina voltará a se endividar, como na década de 1990, o que levou ao colapso do sistema financeiro em 2001 e a uma crise política e social sem precedentes.
A Argentina fechou há duas semanas com os fundos especulativos NML Capital, Aurelius e outros credores o início de um acordo para o pagamento de 4,653 bilhões de dólares em espécie, com o prazo máximo em 14 de abril. O governo precisa emitir bônus por aproximadamente 11 bilhões de dólares para cumprir o acordo, endividamento que a oposição busca limitar.
Para isso, o governo de Macri precisa derrogar duas leis que impedem o pagamento, condição imposta pelo juiz de Nova York, Thomas Griesa, para suspender ordens judiciais contra a Argentina.
No final de semana alguns parlamentares de oposição que apoiam o governo nesse caso ameaçaram em não dar quórum na terça-feira para o debate na Câmara dos deputados.