Tópicos | Ghosn

As sentenças de penas de prisão contra dois americanos que ajudaram Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan, a fugir do Japão em 2019 foram confirmadas depois que os condenados renunciaram ao direito de apelar - informou o tribunal de Tóquio.

Há 10 dias, Michael Taylor, de 60 anos, ex-membro das forças especiais americanas, foi condenado a 24 meses de prisão. Seu filho, Peter Taylor, de 28, recebeu sentença de 20 meses de prisão.

Os dois admitiram que ajudaram Carlos Ghosn a fugir do Japão em dezembro de 2019, escondido em uma grande caixa de equipamento de áudio para evitar os controles no aeroporto.

Ghosn estava em liberdade sob fiança em Tóquio, com a proibição de sair do Japão, à espera de um julgamento por suposta fraude financeira quando comandava a Nissan.

"As condenações foram confirmadas na quarta-feira", afirmou à AFP uma porta-voz do tribunal de Tóquio sobre o julgamento dos Taylor.

Os dois americanos e a Promotoria renunciaram ao direito de apelar dentro de um prazo de 14 dias desde a sentença pronunciada em 19 de julho, informou a agência de notícias japonesa Kyodo.

Durante o julgamento, Michael e Peter Taylor pediram desculpas e afirmaram que estavam arrependidos de seus atos.

Outro suposto cúmplice, um homem de origem libanesa chamado George-Antoine Zayek, está foragido e é objeto de uma ordem de busca.

Ghosn, que tem nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, estabeleceu residência permanente no Líbano desde sua fuga e, portanto, está fora do alcance da Justiça japonesa. O Líbano não extradita seus cidadãos.

O ex-CEO é alvo de várias investigações judiciais abertas na França.

Autoridades do Japão ainda não se pronunciaram sobre a fuga cinematográfica do ex-presidente da Nissan e Renault, o executivo Carlos Ghosn, que aguardava julgamento no país e conseguiu escapar, chegando ao Líbano às vésperas do Ano Novo.

A imprensa japonesa informou nesta quarta-feira (1°) que não havia registros oficiais da saída de Ghosn do país, mas um jato particular partiu de um aeroporto regional direto para a Turquia.

##RECOMENDA##

Há especulações de que ele teria deixado sua casa em Tóquio, onde cumpria prisão domiciliar, se escondendo em uma caixa para um instrumento musical de uma banda que se apresentou na residência dele.Até o momento a polícia japonesa ainda não deu declarações sobre a fuga, que permanece um mistério.

O ministro de assuntos presidenciais do Líbano, Selim Jreissati, disse ao jornal An-Nahar que Ghosn entrou legalmente pelo aeroporto do país, com passaporte francês e identificação libanesa. A França reagiu com surpresa e confusão, negando qualquer conhecimento do caso.

Também há especulações de que um governo estrangeiro ou japonês, ou ambos, possam estar envolvidos, ou talvez apenas tenham feito 'vista grossa' permitindo que a fuga livrasse Ghosn de um julgamento potencialmente complicado. Com ele desaparecido, o julgamento está suspenso.

Ghosn estava sob fiança enquanto aguardava julgamento por várias alegações de má conduta financeira. O julgamento estava previsto para começar em abril. A data ainda não havia sido definida.

De origem libanesa e portador de passaporte francês, libanês e brasileiro, o executivo divulgou sua localização em comunicado por meio de seus representantes, mas não disse como conseguiu fugir do Japão. Ele prometeu conversar com os repórteres na próxima semana. Ele disse que fugiu para evitar "injustiça e perseguição política".

Ex-todo-poderoso da indústria automotiva, à frente da aliança de Renault e Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, 65 anos, viu sua história de sucesso ruir ao ser acusado de fraude pela montadora japonesa. Após ser preso em novembro, foi solto sob fiança, mas não pode deixar o Japão. Sua mulher, Carole Ghosn, diz estar impedida de ver o marido desde abril. Sem uma solução para o caso no horizonte, a estratégia de Carole agora é apelar para a ajuda do presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Estado por telefone, do Líbano, Carole cobrou do governo uma posição mais enérgica em relação a um cidadão brasileiro que, em sua visão, não recebe tratamento justo. "É hora de o presidente brasileiro se envolver e perguntar ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, por que esse homem está na prisão", disse. "Passaram-se nove meses e não há data para um julgamento. Não tivemos sequer acesso às evidências da acusação."

##RECOMENDA##

A família de Ghosn, que inicialmente optou pelo silêncio, decidiu falar após o executivo passar o Natal e o ano-novo sozinho em uma cela numa prisão de Tóquio. Membros da família se revezam para fazer companhia ao executivo enquanto ele responde ao processo. Carole, porém, foi proibida pelas autoridades do país de ver o marido. "A última vez que vi Carlos foi no dia 4 de abril."

Segundo ela, as autoridades do Japão decidiram impedi-la de ver o marido porque, ao fazer declarações à mídia, ela poderia influenciar potenciais testemunhas do caso. "Eles dizem que eu posso destruir evidências. Mas que evidências tenho para destruir? Eles me deixam entrar no país, mas se eu vir meu marido, ele volta para a cadeia", disse. A Justiça japonesa já negou cinco pedidos de Carole para visitar o marido - o último deles há duas semanas.

Como não existe data para o julgamento de Ghosn, a estratégia que resta a Carole é tentar chamar a atenção para o caso. Ela afirmou que já recebeu sinalizações importantes, como da Human Rights Watch, organização que deve divulgar em setembro um estudo sobre o sistema judiciário japonês que citará o caso do ex-executivo da Nissan. Ela disse que recebeu ajuda do Ministério das Relações Exteriores do Líbano, mas acredita que uma posição clara do Brasil faria muito mais diferença.

A irmã de Ghosn, Claudine, que vive no Rio de Janeiro, enviou, por meio de um interlocutor, uma carta a Bolsonaro em junho, quando ele foi ao Japão para a reunião do G-20. Agora, por meio de outro emissário, voltou a solicitar uma intervenção direta do presidente. Do primeiro contato, recebeu uma ligação do embaixador do Brasil no Japão. Procurado, o Itamaraty afirmou que "o consulado do Brasil em Tóquio acompanha o caso e presta a assistência consular cabível".

Apesar de ser uma luta com poucas chances de vitória - no Japão, 99% dos processos terminam em condenação, geralmente porque o acusado costuma confessar o crime -, Carole disse que, para Carlos, assumir alguma culpa está fora de questão. "Ele está triste e deprimido, mas, ao mesmo tempo, ele está pronto para o combate. E quer limpar seu nome."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O executivo brasileiro Carlos Ghosn divulgou mensagem em vídeo nesta terça-feira (9) alegando ser inocente das acusações que vem sofrendo desde o ano passado e que suas ações foram "distorcidas" para que ele parecesse ganancioso.

O ex-presidente da Nissan e da Renault pretendia falar em coletiva de imprensa no próximo dia 11, mas sua prisão em Tóquio na semana passada - a quarta desde novembro último - impediu seus planos.

##RECOMENDA##

A mensagem foi gravada um dia antes da prisão de Ghosn, ocorrida na quinta-feira (4), uma vez que ele já esperava ser detido depois de acompanhar o noticiário japonês.

Segundo Ghosn, sua prisão ocorreu devido a um complô de executivos da Nissan que temiam uma possível fusão da montadora japonesa com a Renault. No vídeo, ele afirma que esses executivos fizeram um "jogo muito sujo".

A Nissan respondeu que Ghosn é o único responsável por sua prisão.

Ghosn é acusado de uma série de irregularidades, incluindo a de ter declarado, por vários anos, renda menor do que recebia na Nissan. Fonte: Dow Jones Newswires.

O filho do ex-diretor-executivo da Nissan Carlos Ghosn disse em uma entrevista publicada neste domingo (6) que as pessoas ficarão surpresas quando seu pai, preso desde 19 de novembro por supostamente falsificar relatórios financeiros, narrar sua versão dos acontecimentos para um tribunal de Tóquio na terça-feira (8).

Anthony Ghosn disse ao Journal du Dimanche que seu pai - que permanecerá detido até pelo menos 11 de janeiro - terá 10 minutos para falar em audiência, realizada a seu próprio pedido. "Pela primeira vez, ele poderá falar sobre sua versão das alegações contra ele", afirmou. "Acho que todos ficarão bastante surpresos ao ouvir sua versão da história. Até agora, só ouvimos os acusadores".

##RECOMENDA##

O filho não tem contato direto com o pai e recebe informações via advogados. Segundo Anthony Ghosh, seu pai, que por décadas foi uma figura reverenciada na indústria automotiva global, perdeu cerca de 10 quilos, mas "resiste". Ghosn se recusa a desabar, disse, alegando que ele seria libertado se ele admitisse culpa. " Mas há sete semanas, sua decisão é bem clara ... Ele não vai dar ceder", afirmou.

Contrariando descrições feitas pela mídia, Anthony Ghosn insistiu que seu pai "não é obcecado por dinheiro". "Ele sempre nos disse que o dinheiro é apenas um meio para ajudar aqueles que você ama, mas não um fim em si mesmo."

Ghosn é acusado de não registrar adequadamente pagamentos recebidos da empresa em cerca de 5 bilhões de ienes (US$ 44 milhões) entre 2011 e 2015. Ele liderou a Nissan Motor Co. por duas décadas e ajudou a salvar a montadora japonesa de uma possível falência.

Outro executivo da Nissan, Greg Kelly, foi preso por suspeita de colaborar com Ghosn na ocultação de renda e foi libertado 25 de dezembro, após pagamento de fiança.

Fonte: Associated Press

Um tribunal no Japão aprovou a prorrogação da prisão do executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho administrativo da Nissan, por dez dias, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo. Ghosn deverá continuar detido até 10 de dezembro, informou a agência.

Ghosn foi preso por promotores em Tóquio no último dia 19, sob a suspeita de ter falsificado declarações de renda quando comandava a Nissan. Seu primeiro período de dez dias de prisão vence nesta sexta-feira.

##RECOMENDA##

A prisão de outro ex-executivo da Nissan que teria colaborado com Ghosn na falsificação de declarações, Greg Kelly, também foi estendida por dez dias, de acordo com a Kyodo.

A Nissan, que Ghosn resgatou de uma situação de quase falência nas duas últimas décadas, faz parte de uma aliança com a Renault e Mitsubishi. Ontem, executivos das três empresas que se reuniram formalmente pela primeira vez desde a prisão de Ghosn, o principal arquiteto da parceria, declararam estar "totalmente comprometidos" com a aliança global. Fontes: Associated Press/Dow Jones Newswires.

O presidente mundial da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, garantiu há pouco que a lucratividade dessas montadoras no Brasil não apresenta nenhum porcentual "excepcional" ante a média obtida pelo grupo nos demais países em que atua. Segundo ele, as margens da Nissan, inclusive, estão abaixo da média, enquanto as da Renault, um pouco acima, mas "nada significativo". "O Brasil é um País atrativo para investimentos, mas não acho que nenhuma montadora está obtendo uma lucratividade muito alta ante Rússia, China e Índia", disse, citando os demais países dos Brics como referência.

Segundo Ghosn, há fundamentalmente dois motivos por trás do fato de o consumidor brasileiro pagar mais caro por um automóvel do que similares em outros países. O primeiro, de acordo com o presidente das montadoras, é porque a carga de imposto incidente sobre os veículos é maior do que em outros países, como o Japão e a Europa.

##RECOMENDA##

O outro é porque há uma concentração muito elevada do mercado fornecedor, na avaliação de Ghosn. "Os fornecedores ainda não estão no nível de reduzir custos como nós queremos. Não vou atirar só sobre uma coisa em particular, mas os preços de algumas commodities no Brasil ainda são acima dos de outros países. Precisamos de mais concorrência entre os fornecedores", considerou. (Célia Froufe e Eduardo Rodrigues)

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando