Tópicos | Glaucoma

Apontado como principal causador de cegueiras irreversíveis, o glaucoma é um mal silencioso que pode afetar até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG).

O mais preocupante, segundo o oftalmologista Roberto Galvão Filho, presidente da SBG, é que 70% dessas pessoas não sabem que sofrem com a doença, que pode ser definida como uma elevação da pressão intraocular que danifica o nervo óptico.

##RECOMENDA##

"Dispomos dos melhores diagnósticos e tratamentos do mundo no Brasil. A dificuldade que a gente tem é que o paciente com o glaucoma chegue até nós. O glaucoma não dói e, na maioria das vezes, não tem nenhum sintoma. O defeito que o glaucoma causa começa na periferia visual para depois ir para o centro, então, o paciente não percebe que está perdendo a visão. Quando ele percebe que tem alguma coisa errada, até 60% do nervo ótico já foi destruído".

A dificuldade de se comunicar com a população para alertar sobre os riscos do glaucoma e novas formas de tratamento estão entre os temas que a SBG vai discutir no 20º Simpósio Internacional, que acontece de 9 a 11 de março, em Porto de Galinhas, na Bahia. Cerca de 500 especialistas devem participar.

"Para a gente tratar bem, a gente tem que saber onde está o glaucoma, que tipo de glaucoma atinge mais o brasileiro e em que faixa etária ele é mais severo. A gente precisa fazer essas avaliações e definir qual é o melhor tipo de tratamento que a gente deve fazer em cada região do país".

Galvão adianta que um dos objetivos do encontro é elaborar uma proposta de tratamento para ser encaminhada a secretarias de saúde e ao governo federal. "Vai ter região do país em que é mais eficiente o tratamento com colírio. Vai ter região em que é melhor o tratamento com laser. E vai ter região em que são os dois. A gente vai ter um dia de reunião para conversar sobre isso e tentar criar uma proposta de tratamento que seja a melhor possível para o Brasil".

Fatores de risco

O médico alerta que é preciso estar atento a fatores de risco para o glaucoma – o principal deles é haver histórico na família. Ele afirma que a doença é mais incidente em pessoas negras e afrodescendentes, pessoas com diabetes e hipertensão, com miopia, e usuários de remédios à base de corticóide.

"Independentemente de qualquer coisa, o ideal é ir ao oftalmologista uma vez ao ano. E, no consultório, a gente consegue detectar o glaucoma em fases mais precoces, quando é mais fácil tratar".

Os tratamentos do glaucoma em fase inicial, com colírio ou laser, tem por objetivo baixar a pressão no olho e mantê-la sob controle lentamente. Quando a doença está mais avançada, muitas vezes é preciso uma intervenção cirúrgica para baixar a pressão de forma mais abrupta.

"A maioria dos pacientes com glaucoma são idosos, embora possa aparecer em qualquer idade, desde bebês. Ele começa a ser mais comum a partir dos 40, e tem seu pico de incidência entre os 60 e 70 anos".

O dia 26 de maio, lembrado como o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, surge para alertar sobre a importância da prevenção e cuidado com os olhos. A doença, que se apresenta como uma enfermidade crônica, é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, já que 90% dos portadores não apresentam sintomas na fase inicial. Presente na vida de cerca de um milhão de brasileiros, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), a doença não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. 

“Por afetar a qualidade de vida do paciente, quanto antes for identificada, maiores serão as chances de tratamento, que é clínico, com uso de colírios, e nos casos refratários ao tratamento clínico, pode-se partir para um tratamento cirúrgico. Com isso, é possível retardar o avanço da doença e evitar complicações, que podem chegar à cegueira irreversível”, explica o oftalmologista Kaio Soares, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).

##RECOMENDA##

A doença é decorrente do dano às fibras do nervo óptico e comumente associada ao aumento da pressão ocular, que é o único fator de risco modificável no glaucoma. O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, que na maioria das vezes tem fator hereditário associado e é responsável por 80% dos casos no mundo. “Esse tipo se desenvolve lentamente, e se não tratado da maneira adequada, pode comprometer a visão periférica, levando a diminuição do campo visual gradativo, e consequentemente resultando na cegueira irreversível. O avanço da doença também atinge a sensibilidade ao contraste e às cores”, destaca Soares.

Já o glaucoma de ângulo fechado ocorre de forma súbita, e de acordo com o oftalmologista, pode provocar uma baixa visual definitiva, e que acontece em um intervalo menor de tempo. “Ele atinge pessoas portadoras de ângulo estreito, ou seja, que apresentam um espaço de menor tamanho entre a córnea e a íris. Neste caso, a drenagem do fluido é bloqueada e a pressão intraocular se intensifica durante situações em que ocorre o aumento da pupila”, explica. O médico também ressalta que é comum o surgimento de dores oculares, cefaléia, visão turva, náuseas e vômitos. 

Além deles, há também o glaucoma congênito – que ocorre em bebês, onde há uma imaturidade do local responsável pela drenagem intraocular, levando o recém-nascido a apresentar o globo ocular aumentado e córnea opaca – e o glaucoma secundário, derivado de complicações de outras doenças, secundárias a trauma ou até a medicamentos.

A maior incidência da doença acontece entre pessoas diabéticas, negras, do gênero feminino, portadores de miopia elevada e/ ou com histórico familiar.  A doença pode atingir pacientes de todas as idades, porém é mais comum após os 50 anos. “O tratamento é definido após avaliação de uma série de fatores e geralmente é feito com o uso contínuo de colírios, podendo-se recorrer ao laser ou cirurgia, conforme o estágio da doença. É importante lembrar que a avaliação periódica com o oftalmologista é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento adequado”, finaliza Kaio Soares.

O número de exames para detecção precoce de glaucoma caiu 30% devido à diminuição do número de pacientes que vão às unidades de saúde, desde que a pandemia teve início. A situação é preocupante, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), uma vez que essa é principal causa de cegueira evitável. O alerta dos oftalmologistas ocorre no mês em que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, 26 de maio.

Levantamento do CBO mostra que “quase 1,6 milhão de exames com essa finalidade diagnóstica deixaram de ser feitos somente no Sistema Único de Saúde (SUS)”. De acordo com a entidade, pelo menos 6,7 mil procedimentos cirúrgicos que poderiam reverter e tratar a doença, também deixaram de ser feitos em 2020

##RECOMENDA##

“As restrições para receber pacientes em hospitais, a transferência de leitos para o tratamento da covid-19 e o medo de pacientes de procurar ajuda médica por causa da pandemia derrubaram o número de exames". 

Ainda segundo a entidade, essa queda prejudicou a investigação de possíveis casos novos da doença, contribuindo para o atraso no tratamento e o acompanhamento de situações confirmadas, que exigem monitoramento para evitar o agravamento.

“Um dos grandes desafios no diagnóstico do glaucoma é que nem sempre apresenta sintomas. Por isso, alertar sobre o assunto é sempre muito importante e buscar um oftalmologista para examinar os olhos é fundamental”, informa o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, José Beniz Neto.

Segundo o CBO, o glaucoma pode ser motivo de perda visual irreversível porque, quando a pressão intraocular aumenta, o nervo óptico é lesionado, levando à diminuição do campo visual. “É como se o cabo de transmissão de informações de uma câmera para o computador fosse danificado (função do nervo ótico)”, acrescenta o vice-presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino.

Tendo por base números do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, o CBO informa que em todas as regiões brasileiras foi registrada diminuição no número de exames preventivos para glaucoma. Em São Paulo, foram 348,6 mil exames a menos; na Bahia, a queda ficou em 202,4 mil exames aplicados; e no Rio Grande do Sul foram 122,5 mil exames a menos.

“Em termos percentuais, a redução foi mais significativa no Amazonas (-67%), Piauí (-67%) e Acre (-64%)”, acrescenta o CBO. Ainda segundo o levantamento, nas capitais a quantidade de exames diminuiu em 542.238 – o que representa, em termos percentuais, uma redução de 33% na comparação com 2019.

O levantamento acrescenta que “todas as faixas etárias tiveram redução no número de exames”. “Entre o público com mais de 60 anos, a queda foi de 700 mil exames. Na faixa que vai entre 20 e 59 anos, a redução foi de 551,5 mil exames em 2020. Entre crianças e adolescentes, o impacto foi de 168,7 mil procedimentos. Entre os pacientes do sexo feminino, a redução foi de 29% nos exames preventivos, enquanto no sexo masculino a queda foi de 25%”, detalha o CBO.

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação penal contra três médicos e o secretário de Saúde de Guanambi, na Bahia, por estelionato e falsificação de dados no Projeto Glaucoma, financiado pelo Ministério da Saúde, com recursos do SUS (Sistema Único de Saúde). Na denúncia, recebida pela Justiça Federal na primeira semana de novembro, os médicos são acusados, ainda, de lesão corporal culposa e entrega de substância nociva à saúde, ambos cometidos contra pacientes.

Segundo apurado pelo MPF, entre 2013 e 2017 a clínica que é alvo da ação – com sede em Salvador e filiais em outros municípios baianos – esteve cadastrado no Projeto Glaucoma e chegou a receber R$9,4 milhões do SUS para atendimentos em Guanambi e em outros 30 municípios próximos.

##RECOMENDA##

Porém, conforme demonstrado na denúncia, os médicos responsáveis colocaram em risco a saúde de pacientes, descumprindo diversos requisitos da Política Nacional de Atenção Oftalmológica e inserindo dados falsos no sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Essa atuação criminosa só foi possível com a postura omissa e conivente adotada pelo secretário municipal, responsável por credenciar, regular, controlar e avaliar a empresa; e responsável também por reportar ao Ministério da Saúde ilegalidades encontradas, podendo inclusive suspender ou rescindir o contrato, mas nada disso foi feito.

Falso diagnóstico de glaucoma

A ilegalidade provocava, ainda, a produção de falsos diagnósticos de glaucoma em muitos pacientes e, consequentemente, a distribuição desnecessária de colírios. Nas investigações, das 55 pessoas ouvidas pelo MPF que foram atendidas pela filial da clínica em Guanambi, oito (14,5%) tiveram falso diagnóstico de glaucoma. De acordo com a apuração do MPF, os colírios para tratamento de glaucoma possuem contraindicações graves e podem causar danos à saúde de quem deles faz uso, especialmente quando não são necessários, o que configura, segundo a denúncia, ofensa à saúde.

Atendimentos em estrutura inadequada

Apesar de estar previsto no regulamento do Projeto Glaucoma e no contrato firmado com a clínica denunciada que os atendimentos deveriam ser realizados em unidades especializadas em Oftalmologia, eles eram feitos em regime de mutirões, em galpões, escolas e igrejas. Além disso, a quantidade de atendimentos era incompatível com a capacidade da clínica. Disponibilizando apenas um médico para atender em dois dias da semana, a clínica poderia realizar 317 consultas por mês, mas realizava um número cinco vezes maior, uma média de 1.731 consultas.

Imposição de colírios de alto custo

O protocolo do Ministério da Saúde estabelece, como regra, nos casos de glaucoma, o uso de colírio de 1ª linha (de baixo custo), passando para o de 2ª (de custo médio) e em seguida para o de 3ª (de custo alto) somente após constatação de que o anterior não surtiu efeito. Contudo, os médicos denunciados orientavam os prestadores de serviço da clínica a prescrever sempre o colírio de valor mais alto, sem considerar as necessidades do paciente. Para o MPF, o objetivo era aumentar ilicitamente os rendimentos da empresa, pois o colírio de 3ª linha possibilitava a maior margem de lucro (aproximadamente 70%) na compra junto aos fornecedores.

Fraude em exames

Segundo o Projeto Glaucoma, o valor da “consulta oftalmológica com realização dos exames de tonometria, fundoscopia e campimetria” era de R$57,74, e o da “consulta oftalmológica e os exames de fundoscopia e tonometria”, era de R$17,74. A clínica realizava o atendimento simples e cobrava pelo outro, ganhando ilicitamente R$40,00 por consulta. Considerando que em um dia de mutirão eram realizadas em média 250 consultas, a empresa conseguia em um só dia o faturamento indevido de R$10mil, isso sem contar o valor das prescrições indevidas dos colírios de 3ª linha.

Pedidos – O MPF requer a condenação de todos pelos crimes de estelionato e de inserção de dados falsos em sistema de informações (artigos 171 e 313-A do Código Penal). Requer, ainda, a condenação dos três médicos pelos crimes de lesão corporal e de entrega a consumo de substância nociva à saúde (artigos 129 e 278 do Código Penal).

Com informações da assessoria do MPF

Através do programa Oftalmologia nas Comunidades, a Prefeitura de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, irá ofertas exames para diagnosticar catarata e glaucoma. Os exames são voltados para pessoas com idade a partir dos 50 anos.

A atividade será realizada na quarta-feira (23), das 8h às 12h, na Associação Cultural Boi Menino, localizada ao lado da Unidade de Saúde da Família Cohab/Peixinhos, na Avenida Nacional, 390.

##RECOMENDA##

Serão disponibilizadas 93 consultas, através de demanda espontânea. O interessado precisa apresentar encaminhamento do oftalmologista e que seja cadastrada no SUS de Olinda.

Caso o paciente seja diagnosticado com a doença, a clínica oftalmológica de referência conveniada com a Secretaria de Saúde de Olinda fará a regulação e acompanhará com consultas, exames complementares e cirurgia de catarata, caso seja necessário.

O glaucoma é uma doença crônica, que provoca lesões no nervo óptico e não tem cura. Apesar da gravidade do quadro, quatro em cada dez pessoas não sabem o que é, de acordo com levantamento realizado pelo Ibope Inteligência. 

O índice chega a 53% entre jovens com idade entre 18 a 24 anos e a 71% entre adultos com 55 anos ou mais. Há, ainda, diferença em relação ao gênero: 44% dos homens consultados estão desinformados sobre o assunto, contra 38% das mulheres.

##RECOMENDA##

A pesquisa, intitulada “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, avaliou o nível de conhecimento de 2,7 mil internautas sobre a doença. Os participantes eram provenientes de sete estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Pernambuco.

Conforme destaca o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que preparou uma seção de perguntas e respostas sobre glaucoma, em 80% dos casos, o paciente não apresenta sintomas logo que se instala. Apesar disso, a doença pode causar cegueira, se não for tratada, aspecto desconhecido por mais da metade (53%) dos entrevistados da sondagem feita pelo Ibope Inteligência. 

Consultas médicas

Com a ausência de sintomas mais evidentes, a recomendação é de que se consulte um médico oftalmologista regularmente, pois é quem poderá fazer um diagnóstico precoce da doença. Para avaliar a saúde ocular do paciente, o médico solicita ou realiza exames que permitam observar e aferir o fundo dos olhos, campo visual e a pressão intraocular. 

A consulta médica é fundamental, porque pode evitar que o paciente descubra tardiamente que tem a doença, quando já corre o risco de perder a visão, como frisa Augusto Paranhos Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), entidade que, em parceria com a Upjohn, divisão da Pfizer focada em doenças crônicas não transmissíveis, lançou uma campanha educativa sobre o tema. A ação, de caráter preventivo, porém, esbarra em uma consequência da desigualdade social: enquanto 83% dos entrevistados pertencentes à classe A declaram ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano, somente 46% dos entrevistados da classe C mantêm essa mesma frequência. 

A proporção de entrevistados que informaram nunca ter ido a uma consulta com um médico oftalmologista é de 10%, e 25% disseram que vão somente quando sentem incômodo nos olhos. No grupo de pessoas mais jovens, os números continuam preocupantes: 21% relataram nunca ter ido a uma consulta e 10% foram uma única vez na vida. 

Embora a maioria (73%) dos entrevistados com 55 anos de idade ou mais compareçam ao consultório uma vez ou mais ao ano, um em cada quatro deles não incorporou uma rotina nesse sentido. Além disso, 30% de todos os entrevistados acreditam que devam procurar o oftalmologista somente depois que começam a usar óculos e 23% após perceberem alguma perda de visão.

Segundo Paranhos Junior, outro ponto importante é a percepção da maioria quanto ao tratamento atualmente disponível. No total, 51% dos entrevistados não souberam opinar a respeito, acreditam não existir tratamento ou imaginam que usar óculos ou lentes de contato diariamente é o suficiente para se combater o glaucoma.

A automedicação também surgiu na pesquisa como um tópico relevante. Ao todo, 28% dos entrevistados disseram discordar da necessidade de consulta médica para uso de colírios ou que não têm posição formada sobre isso. Entre os jovens de 18 a 24 anos, quase um terço (32%) afirmou acreditar que esses medicamentos são inofensivos ou preferiram não opinar sobre a necessidade de um médico prescrevê-los corretamente. 

Fatores de risco

Especialistas também salientam o peso de determinados fatores que aumentam as chances de alguém ter glaucoma. A propensão é maior entre pessoas negras, que tenham histórico da doença na família (hereditariedade), idosas, portadoras de alto grau de miopia ou que utilizem, de forma constante, colírios com corticoide na composição. 

Complementando os demais dados, os pesquisadores do Ibope Inteligência apontam que quase metade (47%) das pessoas ouvidas acredita que a relação entre hereditariedade e glaucoma é um mito ou declarou não saber desse fato. Já 90% não associam a patologia com o recorte étnico-racial, taxa parecida entre entrevistados negros (86%). Ainda em relação aos públicos de risco, verificou-se que 63% entendem que doenças metabólicas, como o diabetes, podem aumentar o risco de glaucoma. 

Até o próximo sábado (12), o Instituto de Olhos do Recife (IOR) está com inscrições abertas para cursos de residência em Fellowships em Retina e Vítreo/Cirúrgica e Glaucoma. Serão oferecidas três vagas, sendo uma para Glaucoma e duas para Retina e Vítreo/Cirúrgica.   

Para participar da seleção, o candidato deve ser graduado em medicina e apresentar declaração autenticada de conclusão do Curso de Residência Médica ou Curso de Especialização em Oftalmologia. A seleção será composta por entrevista, análise de currículo e avaliação de conhecimento da língua inglesa.   

##RECOMENDA##

Os oftalmologistas Roberto Galvão Filho e Marcelo Valença irão coordenar os cursos, que têm duração de um ano. Os interessados podem se candidatar pelo site do IOR na aba “Residência Médica”. A ficha de inscrição deve ser preenchida e entregue junto com outros documentos especificados no edital. 

Os selecionados irão atuar na Fundação Ação Visual, braço filantrópico do IOR. O resultado será divulgado no próximo dia 16 de janeiro, a partir das 15h, na sede do Instituto, localizado no bairro do Espinheiro, na Rua Vicente Meira, n° 137. 

Alguns dos principais monumentos do país serão iluminados de verde neste sábado (26) para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Essa é uma doença silenciosa do nervo óptico, que é o caminho de condução do estímulo luminoso captado pelo olho até o cérebro. “Se a gente tem uma doença que atinge fibras desse nervo, o resultado final é um prejuízo da visão”, disse o médico Bruno Esporcatte, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e representante da Sociedade Brasileira de Glaucoma no Rio de Janeiro.

Segundo ele, muita gente confunde o glaucoma com a questão da pressão intraocular aumentada. Esse é um fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma e, em consequência, para a perda da visão. Como não apresentam sintomas muito nítidos ou “exuberantes” da doença, disse Esporcatte, muitas pessoas não sentem nada. Quando começam a sentir alguma coisa, é porque o glaucoma está em estágio bem avançado. “A gente não pode esperar o paciente sentir alguma coisa para começar a tratar. O ideal é que o diagnóstico seja feito de maneira precoce”.

##RECOMENDA##

Uma campanha de combate à doença está sendo feita em todo o país e se estenderá até o final deste mês. O objetivo é lembrar à população que ela precisa procurar o oftalmologista para fazer um exame regular sobre a perspectiva de glaucoma. Isso se aplica, especialmente, àquelas pessoas que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

Fatores de risco

Entre os fatores de risco, Bruno Esporcatte destacou os pacientes acima de 40 anos de idade, os que têm histórico familiar de parentes em primeiro grau com a patologia - o que aumenta de três a cinco vezes a chance de desenvolver a doença - pacientes negros e pacientes com alta miopia, acima de 6 graus. “A campanha é para lembrar, especialmente a essas pessoas com fatores de risco, que elas devem procurar o oftalmologista e fazer uma avaliação”. Deve ser medida a pressão intraocular e feita uma avaliação do nervo óptico, por meio do exame de fundo de olho, para ver se há alguma lesão no local e, a partir daí, iniciar um tratamento regular.

O glaucoma pode afetar pessoas de qualquer idade mas é mais comum nos pacientes idosos, após os 50 anos. Como a partir dos 40 as pessoas começam a ter a chamada vista cansada, os especialistas recomendam que os adultos procurem o oftalmologista. Não é impossível, no entanto, que a patologia apareça em pacientes mais jovens.

O glaucoma se insere entre as principais causas de cegueira no mundo, juntamente com a catarata e a degeneração macular relacionada à idade. Entre essas, a catarata é reversível. “Se operar, o paciente melhora, recupera a visão”. O mesmo não ocorre com o glaucoma, que é a segunda causa de perda de visão, mas é a principal causa de cegueira irreversível. Bruno Esporcatte disse que há poucos estudos no Brasil sobre a prevalência da doença.

SUS

Para o diagnóstico do glaucoma, o médico afirmou que não são necessários instrumentos sofisticado. No próprio laboratório, o oftalmologista consegue fazer um exame de fundo de olho e medir a pressão intraocular. Há muitas opções de tratamento em todo o país, informou. “Hoje, na maioria das cidades, existem locais em que a população consegue retirar medicações de maneira gratuita”.

De acordo com o Ministério da Saúde, os procedimentos relacionados ao glaucoma têm crescido no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2016, foram realizados 223,2 milhões de procedimentos. no valor de R$ 2,74 milhões, com aumento de 27% em relação a 2015, quando foram registrados 175,3 milhões, no valor de R$ 2,2 milhões. O SUS oferece consultas, exames de diagnóstico, acompanhamento, tratamento oftalmológico, cirurgias e implante de prótese, informou a assessoria do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Embora não tenha cura, é possível interromper a perda de visão provocada pelo glaucoma com medicação adequada, que inclui o uso de colírios, além de tratamento a laser ou cirurgia.

Os monumentos turísticos que estarão iluminados de verde neste sábado são o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; o Obelisco, em Campo Grande (MS); o Museu do Olho e o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; o Paço Municipal, em João Pessoa; o Prédio CPA e o Palácio das Artes, em Porto Velho; o Elevador Lacerda, em Salvador; o Forte Santo Antonio, em São Luís; a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras e a Ponte das Marginais, em São Paulo.

Cerca de 77 mil crianças de até 14 anos estão cegas ou têm deficiência visual grave por doenças oculares que, em sua maioria, poderiam ter sido evitadas. A estimativa é do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que lança no sábado o livro Prevenção da Cegueira e Deficiência Visual na Infância, no 60.º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Goiânia.

O estudo aponta para a retinopatia da prematuridade, catarata, toxoplasmose e glaucoma congênito como as principais causas da cegueira infantil. Em todos esses casos, o diagnóstico e a intervenção precoce podem reduzir o dano ou evitar a cegueira. A essas já causas já conhecidas, estudadas pelos médicos, somam-se ainda as sequelas da infecção por zika na gravidez.

##RECOMENDA##

O problema é que não há uma rede de atenção estruturada, em que os pais recebem encaminhamento para o especialista, após identificado o problema, aponta a oftalmologista pediátrica Andrea Zin, uma das coordenadoras da publicação e pesquisadora do Instituto Fernandes Figueiras (IFF), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nem mesmo o diagnóstico é garantido - o Teste do Reflexo Vermelho, conhecido como Teste do Olhinho, que permite identificar se a criança tem algum problema de visão, só é obrigatório em 16 Estados e no Distrito Federal.

"A visão exerce papel importante no desenvolvimento geral. Quando você intervém precocemente, evita que crianças sejam desnecessariamente cegas. Mas o teste do Reflexo Vermelho, que é de triagem, não é uma lei federal. Você tem dez Estados em que essa questão não está regulamentada", afirmou Andrea.

Em alguns casos, como o da catarata congênita, a criança precisa ser operada nos primeiros três meses de vida para evitar a cegueira. Em outros, como a retinopatia da prematuridade, o tempo é ainda mais exíguo - o médico tem até 72 horas depois de identificado o problema. A retinopatia afeta bebês prematuros em que vasos sanguíneos dos olhos cresceram de forma irregular e podem acabar forçando o descolamento da retina, o que leva à cegueira irreversível. Quando há esse crescimento irregular, é preciso fazer uma cirurgia a laser para retirar esses vasos.

Foi o que aconteceu com Gabriel, de 4 meses, nascido na 24.ª semana de gestação, com 614 gramas e 30 centímetros. Internado no IFF, passou por 16 exames até que o crescimento irregular dos vasos pudesse ser identificado. A cirurgia ocorreu a tempo. "Levei um susto quando a médica disse que ele poderia ficar cego. Fiquei com medo de deixar fazer a cirurgia e ao mesmo tempo que ele ficasse cego. Mas deu tudo certo. Ele vai ter acompanhamento e talvez tenha de usar óculos", disse a dona de casa Tássia da Conceição Marques, de 20 anos.

Tássia vive em Carmo, cidade serrana a 190 km da capital fluminense, e foi encaminhada para o IFF. "Existem bolsões de assistência, como Rio e São Paulo. Mas é preciso estruturar a rede pública, pois o pediatra não sabe para onde encaminhar a criança", disse Andréa.

Zika

Segundo a especialista, a zika será causa importante de cegueira infantil. O IFF tem programa de pesquisa para acompanhar 1 mil crianças cujas mães contraíram zika, mesmo que os bebês não tenham microcefalia. A médica tem encontrado alterações no nervo óptico que podem levar à cegueira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As pessoas que possuem a partir de 40 anos de idade poderão receber atendimento gratuito para detecção de glaucoma no Hospital das Clínicas. O mutirão acontecerá no próximo sábado (2), no estacionamento da Portaria 4 do HC, próximo à Clínica Dermatológica e os atendimentos serão realizados por ordem de chegada. De acordo com a organização, quem desejar atendimento, não precisa ter encaminhamento prévio de algum oftalmologista e nem portar documento específico. 

A chefe do Serviço de Oftalmologia, Isabel Lynch, explicou que o foco em pessoas acima de 40 anos se dá pelo fato de que é essa faixa etária que se configura como fator de risco do glaucoma crônico simples, forma mais comum da doença.  Além desse, como a doença é hereditária, pessoas que possuem familiares diagnosticados, também possuem o risco. A incidência também é maior, de acordo com o Lynch, em afrodescendentes.

##RECOMENDA##

O mutirão contará com 20 profissionais do Serviço de Oftalmologia do HC, incluindo staff e residentes. Cerca de 25 voluntários, entre acadêmicos da UFPE, integrantes do Lions Clube do Recife e da Liga de Oftalmologia da UPE também farão parte da equipe.

Procedimentos

Os pacientes passarão por Tonometria - exame para medir a pressão interna do globo ocular -, e o Exame de Fundo do Olho - essencial para a detecção do glaucoma. Ainda segundo Lynch, a doença é assintomática e o diagnóstico precoce ajuda no tratamento que, não sendo feito corretamente, pode levar a cegueira. 

O cantor irlandês Bono, vocalista do U2, não tira os óculos escuros, mas não por vaidade, e sim porque tem glaucoma, revelou o artista à BBC, em um programa que será exibido nesta sexta-feira (17). A doença, que comprime as fibras do nervo óptico e da retina e pode provocar a perda da visão, também deixa os olhos mais sensíveis à luz.

Por este motivo, o cantor, que diz ter a doença há 20 anos, não tira nunca os óculos, nem sequer em lugares fechados, afirmou no programa de entrevistas Graham Norton Show. "Recebo um bom tratamento e tudo está bem", disse Bono, que compareceu ao programa para promover o novo álbum do U2, Songs of Innocence, lançado em 10 de outubro.

##RECOMENDA##

Bono comentou a polêmica provocada pelo download automático do disco nas contas de todos os usuários do programa iTunes, uma operação publicitária da Apple que foi muito criticada por vários internautas, que não gostaram de ver um álbum não desejado em suas listas. "Queríamos fazer algo inovador, mas parece que algumas pessoas não acreditam mais em Papai Noel", disse, em meio a risadas.

O setor de oftalmologia do Hospital das Clínicas (HC) vai realizar, neste sábado (11), um mutirão para identificar pessoas com glaucoma. O atendimento será a partir das 7h30 e se estende até às 11h na ala sul do sexto andar da unidade, localizado na Cidade Universitária, zona oeste do Recife. É necessário ter acima de 40 anos para fazer o procedimento médico.

Será feita aferição de pressão ocular e exame de fundo de olho com testes que detectam a existência da doença, além da realização de ações educativas.Antes de realizar estes procedimentos, o paciente terá que fazer um cadastro na Portaria 1 do hospital. 

##RECOMENDA##

O glaucoma é uma doença hereditária caracterizada por uma lesão no nervo óptico, crônica, progressiva, que leva à perda da visão, sendo o principal motivo da elevação da pressão ocular. O estágio crônico simples da doença, de ângulo aberto, atinge 2% da população mundial acima dos 40 anos de idade e é a principal causa de cegueira irreversível. Segundo o setor de oftalmologia do HC, o glaucoma é uma doença assintomática, por isso é importante consultar regularmente o especialista para realização dos exames. 

Quem for diagnosticado com a doença será encaminhado para o Ambulatório de Oftalmologia do HC para início do tratamento. O mutirão faz parte das ações do Serviço de Oftalmologia de combate e prevenção à cegueira. Ao todo, serão 12 médicos, entre oftalmologistas e residentes do Hospital das Clínicas disponíveis para a realização dos exames, além de acadêmicos de medicina da Liga de Oftalmologia e voluntários do Lions Club.

Em um ano, a visão do adolescente Alefe Nogueira passou de perfeita para quase inexistente. Aos 13 anos, ele está praticamente cego. Só enxerga feixes de luz. A causa do problema não foi uma doença hereditária nem um acidente. O uso contínuo de um colírio, vendido sem receita em qualquer farmácia, foi o causador da perda de visão.

Alefe é um dos muitos jovens que ficaram cegos ou com baixa visão após desenvolver um tipo de glaucoma causado pelo uso inadequado de produtos oftalmológicos com corticoide. Esta segunda-feira (26), é o dia nacional de combate à doença.

##RECOMENDA##

A falta de controle sobre a comercialização desse tipo de produto é alvo de críticas de entidades médicas. No mês passado, a Sociedade Brasileira de Glaucoma editou um consenso classificando esse tipo de glaucoma como o mais comum entre aqueles de causa conhecida e, portanto, o mais evitável.

"O uso do colírio com corticoide pode ser benéfico em muitas situações, mas seu uso crônico, sem indicação médica, é o que traz problema. Quando usado por anos, o corticoide provoca danos na estrutura do olho que levam ao aumento da pressão ocular, o que pode causar cegueira", explicou Augusto Paranhos Jr., professor livre-docente da Escola Paulista de Medicina e coordenador do consenso.

O dia 26 de maio é marcado como o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. A doença ocular é causada pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico, podendo levar à cegueira se não for tratado.

Em estágio avançado, o glaucoma pode causar dor ocular, visão borrada, halos coloridos com a luz, náuseas, dor de cabeça e, posteriormente, o campo visual vai estreitando até gerar uma visão tubular ou em túnel. Pacientes da doença se encontram normalmente na faixa etária acima dos 55 anos.

##RECOMENDA##

Há quatro tipos de glaucoma: o ângulo aberto (crônico), o tipo mais comum, tende a ser hereditário, além de agir de maneira lenta e indolor; o ângulo fechado (agudo), que ocorre quando a saída do fluido do olho é bloqueado, causando dor e pressão intraocular; o congênito, que pode ser hereditário e é causado pelo desenvolvimento anormal dos canais de circulação do fluido; e o secundário, que aparece pelo uso de drogas (corticoides), traumas ou doenças oculares.

O tratamento clínico é realizado com colírios e com remédio via oral. Para evitar os altos custos e efeitos colaterais do uso do colírio, há também a Trabeculoplastiva Seletiva a Laser (TSL), responsável por fazer o tratamento a base de laser.  

“A diferença é que com a tecnologia a laser não existem os efeitos colaterais comuns no uso de colírios como: irritação, inflamação, escurecimento e alergia dos olhos. Além disso, muitos pacientes se esquecem de usar os colírios todos os dias como é recomendado, o que prejudica o tratamento”, comenta o doutor Garone Lopes Filho, oftalmologista da Cerpo Oftalmologia. 

[@#video#@]

O programa dessa semana debate sobre o Glaucoma Congênito, que tem a causa quando a pressão intraocular é  elevada. A doença geralmente acomete bebês, causando uma necessidade visual específica. No Vencer, Francisco Lima, professor universitário do Recife, que nasceu cego devido a um Glaucoma Congênito conversa com a equipe e fala um pouco sobre suas experiências. De família pobre, logo se mostrou um grande vencedor e foi à luta pelos direitos das pessoas com deficiência. Ele vai dar uma aula de cidadania e opiniões fortes sobre certos aspectos do nosso segmento.

##RECOMENDA##

Nessa edição você acompanha também, o quadro "Virando a Página" com o jornalista  e escritor Giba Carvalheira, que pede uma atenção maior para pessoas com necessidades específicas.

As mulheres que tomam anticoncepcionais orais durante mais de três anos correm duas vezes mais riscos de desenvolver glaucoma do que aquelas que não fazem uso da pílula, alertou um estudo divulgado esta segunda-feira (18), nos Estados Unidos.

O aumento do risco foi semelhante, independentemente do tipo de anticoncepcionais orais ingeridos, afirmou Shan Lin, da Universidade da Califórnia em San Francisco, autor principal do estudo realizado com 3.406 mulheres maiores de 40 anos entre 2005 e 2009.

"Este estudo deve fomentar mais pesquisas para estabelecer a relação causal entre a ingestão de anticoncepcionais orais e o glaucoma", disse este professor de oftalmologia, que apresentou sua pesquisa na conferência anual da Academia Americana de Oftalmologia.

"Por enquanto, as mulheres que tomaram anticoncepcionais orais durante três anos ou mais devem fazer um exame de glaucoma e consultar periodicamente um oftalmologista, sobretudo se tiverem outros fatores de risco existentes", recomendou.

Uma das principais causas da cegueira, o glaucoma afeta cerca de 1% da população maior de 40 anos. Esta doença crônica é causada pela destruição progressiva das fibras do nervo óptico devido a vários fatores, entre os quais o mais comum é um aumento anormal da pressão intraocular (PIO).

Embora este estudo não tenha chegado a estabelecer uma relação de casualidade entre a pílula e o glaucoma, pesquisas anteriores demonstraram que o estrogênio, hormônio sexual feminino, pode ter um papel significativo no desenvolvimento desta doença.

O glaucoma é incurável, mas por meio de um tratamento precoce, com frequência pode ser controlado com medicamentos ou com uma cirurgia para estabilizar a destruição do nervo óptico.

A visão é um dos cinco sentidos que permite aos seres humanos, aprimorarem sua percepção do mundo. Entretanto, o que a maioria das pessoas não sabe, é que o essencial é fazer um check-up oftalmológico pelo menos uma vez por ano para garantir a saúde dos olhos. Nesta quarta-feira (10), quando é comemorado o Dia da Saúde Ocular, o oftalmologista José de Barros orienta sobre alguns cuidados simples com os olhos.

José de Barros, que é médico do Instituto de Olhos Clóvis Paiva, atenta para os cuidados com a higiene, tais como lavar as mãos e não coçar os olhos podem evitar vários tipos de enfermidades. “Para as doenças contagiosas, a maneira de evitá-las que mais recomendamos é não esfregar os olhos e manter as mãos sempre limpas”. 

##RECOMENDA##

As patologias mais recorrentes são as contagiosas, como a conjuntivite e as não infecciosas, como o Glaucoma e a Catarata. “O Glaucoma é causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico. A baixa na visão é o primeiro sintoma. Ela é mais comum em pacientes com mais de 40 anos e se não diagnosticada cedo, pode causar a perda da visão”, explica José de Barros.

Inicialmente, o tratamento é realizado a base de colírios e se o quadro mudar, o paciente passará por uma pequena cirurgia ou então por raio laser para estabilizar a pressão do globo ocular. 

A Catarata é a perda da transparência do cristalino, lente natural do olho que fica atrás da pupila, que vai “se sujando” progressivamente, causando baixa na visão. A única forma de tratamento é através de uma cirurgia relativamente simples e de fácil recuperação.

Lentes de contato 

Utilizada em grande maioria, pelos jovens, as lentes de contato – quando mal utilizados, podem causar problemas sérios como úlcera de córnea e até mesmo a perda da visão. “Falta de higienização, o uso excessivo sem a troca com os óculos e dormir com as lentes de contato podem causar danos visuais irreversíveis. Por isso, os usuários devem sempre estar lubrificando suas lentes e não troca-las com as mãos sujas” afirmou o médico. 

Na data em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, médicos e pacientes alertam para a necessidade do diagnóstico precoce da doença, considerada “silenciosa” por não apresentar sintomas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença alcança de 1% a 2% da população acima dos 40 anos no mundo, o que corresponde a aproximadamente 2,9 milhões de pessoas.

O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, comemorado anualmente em 26 de maio, foi instituído pela Lei nº 10.456/2002 para dar mais visibilidade à doença, que, sem diagnóstico, é tratada somente quando a percepção da perda parcial da visão já foi instalada. No caso da doença em estágio avançado, há comprometimento do campo visual e embaçamento constante. A perda da visão é progressiva.

Eduardo Safons, 55 anos, portador de glaucoma há seis anos, diz que leva vida normal, graças ao diagnóstico precoce. “Descobri meu glaucoma em exame de rotina. Todos devem fazer exames frequentes, pelo menos uma vez ao ano, para que, se houver alguma alteração, já se comece o tratamento”, o portador Eduardo Safons dá a dica.

A única reclamação do paciente é em relação ao preço do colírio usado no tratamento. “O preço do colírio é um pouco salgado, mas vai sair mais caro comprar um labrador [cão-guia], treiná-lo, comprar uma bengala, contratar um motorista, porque daí eu estaria cego”, brincou.

O dano causado no nervo ótico após a instalação da doença é irreversível, mas há como impedir a progressão da perda da visão, explica a oftalmologista especializada em glaucoma, Carla Bastos. A médica destaca também que a associação entre a doença e pressão alta não é mais absoluta como costumava ser. De acordo com ela, o diagnóstico precoce é, de fato, o melhor tratamento.

“A doença aparece dos 35 aos 45 anos e dos 55 aos 65 ou 75 anos. O fator idade, hoje em dia, é um tanto quanto relativo, não é muito determinante. Os fatores que mais chamam a atenção do glaucomatólogo são os de risco”, disse a oftalmologista.

Quem já tem casos da doença na família, usa corticóide, é diabético, negro, asiático ou míope deve prestar mais atenção, pois esses são fatores de risco para o aparecimento do glaucoma.  “Hoje em dia, o diagnóstico é feito no nervo ótico, mesmo que o paciente não tenha pressão alta. A pressão é individualizada, cada paciente tem um alvo”, explicou.

Os tratamentos atualmente são diversos, podendo ser feitos por meio de comprimidos, colírio, lasers ou cirurgias. Segundo o Ministério da Saúde, 95% dos tratamentos de glaucoma são feitos em regime ambulatorial, com uso de colírio.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral à doença desde 2011, quando o MS passou a distribuir colírios das três linhas previstas para o combate ao glaucoma (betabloqueadores, inibidores tópicos de anidrase carbônica e alfa-2-agonistas, e análogos de prostaglandinas/prostamidas).

Mutirão de Glaucoma é realizado neste sábado (12), na sede da Fundação Altino Ventura , no bairro da Boa Vista, no Recife. Pessoas acima dos 40 anos, com histórico familiar da doença, são atendidas gratuitamente. A expectativa da Fundação é atender 480 pessoas, divididos em dois turnos, sendo 100 vagas previamente marcadas e as demais preenchidas pela demanda espontânea. Os interessados devem levar cartão do SUS, identidade e comprovante de residência.

O objetivo do mutirão é realizar triagem para identificar pacientes com diagnóstico da doença para serem inseridos no programa de Glaucoma da FAV. Desde agosto deste ano a FAV iniciou o programa de distribuição gratuita dos colírios de glaucoma.

##RECOMENDA##

Glaucoma - É uma doença que surge sem nenhum sintoma aparente e é considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Geralmente, o portador desconhecer ter a doença até que uma perda de visão mais séria ocorra. A doença não tem cura e o tratamento com colírios podem, em muitos casos, evitar a progressão da perda da visão

Serviço
Mutirão de Glaucoma
Data: Sábado (12)
Horário: a partir de 6h
Local: Sede da Fundação Altino Ventura (Rua da Soledade, 170, Boa Vista- Recife)

Os portadores de glaucoma, que fazem tratamento na Fundação Altino Ventura, a partir desta terça-feira (30) começaram a receber gratuitamente os colírios para o tratamento da doença. Cerca de duas mil pessoas devem ser favorecidas com a distribuição do medicamento.

A doença é silenciosa, surge sem nenhum sintoma aparente e é considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Esta é uma doença de caráter hereditário, e por isso em famílias de portadores de glaucoma há a necessidade que todos façam os exames preventivos regularmente. Para quem não tem nenhum portador da doença na família, a recomendação médica é que depois dos 40 anos, as pessoas devem consultar o médico anualmente e fazer exames com regularidade, mesmo que enxerguem bem.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando