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"Não vou me calar": no Kuwait, as mulheres desafiam o conservadorismo da sociedade e a cultura da vergonha para denunciar pela primeira vez o assédio sexual, em uma campanha online lançada por uma famosa blogueira de moda.

Neste país do Golfo rico em petróleo, dezenas de relatos de mulheres assediadas ou agredidas invadiram a conta no Instagram recentemente criada "Lan Asket" ("Não vou me calar").

A blogueira e ex-modelo Ascia Al Faraj, que tem mais de 2,5 milhões de seguidores na rede social, foi a primeira a lançar a campanha com um vídeo explosivo na semana passada.

"Toda vez que eu saio, tem alguém me assediando ou assediando outra mulher na rua", comentou, emocionada, em imagens gravadas depois que um veículo acelerou para "assustá-la" enquanto caminhava até seu carro. "Temos um problema de assédio neste país e estou farta!", gritou.

O vídeo de Ascia Al Faraj desencadeou um movimento nacional em um país até então pouco afetado pela campanha #MeToo, nascida nos Estados Unidos em 2017 e que provocou um tsunami global.

Ativistas, advogadas e estudantes universitárias foram recebidas em programas de rádio e televisão para discutir a questão do assédio.

A embaixada dos Estados Unidos no Kuwait apoiou a campanha e até compartilhou seu emblema: um desenho que retrata três mulheres, uma sem véu, uma usando um hijab e outra com o rosto coberto, com o lema "Não a assedie".

- Inaceitável -

Shayma Shamo, médica de 27 anos - que estudou no exterior e voltou ao Kuwait no ano passado - lançou a plataforma "Lan Asket" após assistir ao vídeo de Ascia Al Faraj.

"Assim que abri a conta, começaram a chegar mensagens de mulheres e meninas que haviam sofrido assédio verbal, físico e sexual", explicou à AFP.

O Kuwait tem uma lei contra o assédio, mas a questão da violência de gênero continua tabu.

Em outro vídeo, Ascia Al Faraj revelou ter recebido "histórias intensas" de imigrantes indianas, paquistanesas e filipinas que trabalhavam no Kuwait.

"As expatriadas aqui são incrivelmente vulneráveis e assediadas em um nível que as mulheres do Kuwait nem imaginam", comentou.

Segundo as ONGs, as mulheres imigrantes, que constituem grande parte da população do rico Estado do Golfo, estão entre as mais vulneráveis, pois muitas delas trabalham em ocupações subordinadas.

Para Rothna Begum, pesquisadora da Human Rights Watch, as mulheres são colocadas em posição de destaque nas poucas ações da polícia. E a vergonha de ligar sua família a esse tipo de coisa costuma silenciar as mulheres.

"Esses depoimentos publicados são incrivelmente importantes para dar às mulheres do Kuwait uma ideia de como realmente é o assédio e dos terríveis danos que ele causa", disse Rothna Begum à AFP.

A palavra árabe "eib" ("vergonha") é um termo com o qual as mulheres crescem no Oriente Médio.

Ir à delegacia é "eib" e falar sobre assédio é "eib", reclama Shayma Shamo.

Hoje, as mulheres do Kuwait estão superando os limites do conservadorismo em um país que é, sem dúvida, uma exceção no Golfo, devido ao dinamismo de sua sociedade civil.

A atriz Lulu Al Aslawi, uma figura da mídia, revelou que também foi intimidada online por suas fotos de moda.

"As meninas não falam abertamente por medo de serem estigmatizadas", disse ela à AFP. "Mas não vamos parar até que tenhamos superado esse câncer da sociedade".

Os países árabes do Golfo voltaram a impor restrições para enfrentar o forte aumento de casos de Covid-19, que coloca em risco a frágil reativação econômica prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

A pandemia deprimiu as economias locais afetadas pelo fechamento do setor comercial e pela queda dos preços do petróleo. O ano de 2021 começou com uma queda acentuada no número de contaminações, mas a melhora durou pouco.

Os casos de coronavírus atingiram recentemente níveis recordes nos Emirados Árabes Unidos, e centenas de infecções são registradas diariamente na Arábia Saudita.

As autoridades sauditas anunciaram o fechamento de cinemas, restaurantes, cafés e outros locais de entretenimento a partir desta quinta-feira e por pelo menos dez dias.

A suspensão pode ser prorrogada, alertou o ministério do Interior saudita em um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial SPA.

"Todos os eventos e festas", inclusive casamentos, estão suspensos por trinta dias, para "evitar o surgimento de uma segunda onda" de contaminação pelo coronavírus, explicou o ministério.

O anúncio foi feito depois que o ministro da Saúde, Tawfik al Rabiah, alertou no domingo que restrições adicionais poderiam ser impostas se as pessoas não cumprissem as medidas sanitárias.

A Arábia Saudita suspendeu na quarta a entrada de pessoas de 20 países - vizinhos ou mais distantes como os Estados Unidos - na tentativa de conter o aumento das infecções.

A proibição de sair do país, inicialmente estabelecida até 31 de março, foi estendida há uma semana até 17 de maio.

A Arábia Saudita, que registrou cerca de 369.000 casos de covid-19 e quase 6.400 mortes, lançou sua campanha de vacinação em 17 de dezembro após receber a primeira entrega de doses da dupla Pfizer-BioNTech.

- Incertezas -

Os Emirados Árabes Unidos registraram 3.977 novos casos na quarta-feira, um recorde absoluto desde o início da pandemia.

Dubai, um dos principais componentes da federação, tomou várias medidas, incluindo a suspensão de operações não urgentes, proibição de todas as celebrações e fechamento de bares.

Os Emirados já vacinaram 3,4 milhões de pessoas em uma população de cerca de 10 milhões.

Assim como a Arábia Saudita, o Kuwait suspendeu por duas semanas a entrada de estrangeiros e decidiu proibir toda atividade comercial entre 20h e 5h, com exceção de farmácias e centros de abastecimento de alimentos.

Por sua vez, Omã cogita fechar aeroportos, enquanto o Catar proibiu, até novo aviso, casamentos, prática de esportes em parques e praias e obrigou os restaurantes a limitar o número de clientes a 15% da capacidade.

Desde o início da pandemia, os seis países do Golfo (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e Kuwait) registraram 1,2 milhão de casos, dos quais 10 mil mortes.

O FMI alertou nesta quinta-feira que o acesso "desigual" às vacinas pode afetar a esperada recuperação econômica em 2021.

"Este ano, esperamos uma recuperação", após uma contração de 3,8% em 2020, disse à AFP Jihad Azour, diretor do departamento do FMI para o Oriente Médio e Ásia Central.

Mas a recuperação será "desigual e incerta", alertou Azour, porque "vai variar de um país para outro dependendo do acesso às vacinas".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, adiou sua visita aos Emirados Árabes Unidos e Bahrein marcada para a próxima semana devido à pandemia, anunciou seu gabinete.

"Progresso" foi feito nas negociações sobre a crise entre o Catar e vários de seus vizinhos no Golfo, e um acordo para encerrá-la será assinado na Arábia Saudita na terça-feira, afirmou um funcionário americano nesta segunda (4).

"Houve progresso na disputa dentro do Conselho de Cooperação do Golfo", disse o funcionário americano sob condição de anonimato, acrescentando que Jared Kushner, genro e assessor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsável pelo caso, estará presente na reunião de terça-feira entre os países da região.

“Quando [o acordo for] assinado em 5 de janeiro, os líderes do Conselho de Cooperação do Golfo e do Egito voltarão a se reunir para assinar um acordo que encerrará o bloqueio e as ações judiciais por parte do Catar”, explicou.

Nesse contexto, a Arábia Saudita já reabriu sua fronteira com o Catar e o espaço aéreo para aeronaves daquele país. O reino saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito cortaram relações diplomáticas com o Catar em junho de 2017, acusando-o de apoiar extremistas islâmicos, conivente com o Irã e alimentando problemas na região.

O rico e ambicioso emirado - com uma das maiores reservas de gás natural do mundo - sempre negou as acusações e denunciou o "bloqueio" que lhe foi imposto.

As forças iranianas abordaram um petroleiro em águas internacionais do Golfo, utilizando um helicóptero e dois navios para assumir o controle da embarcação, denunciou nesta quinta-feira (13) o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom).

O governo dos Estados Unidos acusa de maneira frequente a República Islâmica de executar operações hostis.

"Hoje, em águas internacionais, as forças iranianas, com dois navios e um helicóptero iraniano "Sea King", alcançaram e abordaram um navio chamado "Wila"", afirmou o Centcom no Twitter.

As águas internacionais constituem uma zona marítima livre, sobre a qual nenhum Estado tem jurisdição.

No mesmo tuíte, o Centcom publicou um vídeo em preto e branco que mostra um helicóptero sobrevoando de perto um navio.

O petroleiro está atualmente no Golfo de Omã, perto do Estreito de Ormuz, um ponto de passagem por onde transita um terço do petróleo transportado por mar no mundo, segundo o portal Marine Traffic, especializado em monitorar o tráfego marítimo.

O navio é um petroleiro construído em 1997 com bandeira da Libéria, informa o site.

Os Guardiães da Revolução, o Exército ideológico do Irã, emitiram nesta quinta-feira (28) um aviso às forças navais dos Estados Unidos no Golfo, depois de terem se equipado com 110 novos navios de combate.

Segundo a televisão estatal, a frota dos Guardiães da Revolução adquiriu lanchas da Ashura, da Zolfaghar e submarinos da Taregh. Irã e Estados Unidos estiveram duas vezes à beira de um confronto direto nos últimos 12 meses.

Um episódio foi em junho de 2019, depois que um avião não tripulado americano foi derrubado pelo Irã no Golfo, e o outro, em janeiro de 2020, após a morte do general iraniano Qassem Soleimani, que liderava as operações exteriores dos Guardiães. Ele foi morto em um ataque americano em Bagdá.

A última escalada ocorreu em meados de abril, depois que os EUA acusaram os Guardiães de atingirem seus navios no Golfo.

"Avançar na defensiva é a natureza do nosso trabalho", afirmou o chefe do Exército ideológico iraniano, general de divisão Hossein Salami.

Segundo o general Salami, a Marinha dos Guardiães da Revolução recebeu instruções para aumentar a capacidade naval do Irã até que o país possa defender adequadamente "sua independência territorial e integridade, proteger seus interesses no mar e perseguir e destruir o inimigo".

As tensões entre os dois inimigos continuaram aumentando após a retirada unilateral dos Estados Unidos, em maio de 2018, do Acordo Internacional de Energia Nuclear do Irã, assinado em 2015, junto com o retorno de severas sanções americanas contra Teerã.

O exército iraniano derrubou, nesta sexta-feira (8), um drone "não identificado" na região de Bandar-é Mahchahr, um porto do sudoeste do Irã, na costa do Golfo, informou a agência iraniana Isna.

O aparelho foi derrubado com a ajuda de um sistema de mísseis Mersad quando sobrevoava o território iraniano, afirmou a agência Tasnim, ligada aos ultraconservadores.

"A defesa antiaérea foi ativada e destruiu esse dispositivo que sobrevoou Bandar-é Mahchahr", disse Isna em seu texto. A agência não forneceu mais detalhes.

Em 20 de junho, o Irã abateu um aparelho americano na área do Estreito de Ormuz, que Teerã disse ter "violado o espaço aéreo iraniano". Washington reconheceu que havia perdido um drone, mas afirmou que o dispositivo estava no espaço aéreo internacional.

A tensão entre os Estados Unidos e o Irã está aumentando nos últimos meses, dentro da escalada militar no Golfo e pelo programa nuclear iraniano.

Na quinta-feira, Washington, que abandonou unilateralmente o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, pediu à comunidade internacional que tome medidas firmes para pressionar Teerã após sua decisão de retomar o enriquecimento de urânio.

O Irã capturou um petroleiro estrangeiro no Golfo Pérsico, a terceira embarcação interceptada pela república islâmica em menos de um mês na região. A ação aumenta a tensão entre Teerã e Washington.

As forças navais da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regime, capturaram o navio-tanque na quarta-feira, sem divulgar oficialmente sua nacionalidade. Sete membros da tripulação foram detidos na operação, indicou ontem a agência de notícias Fars.

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O navio apreendido transportava "700.000 litros de combustível de contrabando nas proximidades da ilha de Farsi", norte do Golfo, afirmou a agência Irna, segundo a qual o navio é iraquiano. A embarcação foi levada para o porto de Bushehr e a carga de combustível de contrabando foi entregue às autoridades em coordenação com a Justiça iraniana.

O petroleiro seguia para países árabes do Golfo, segundo o general Ramezan Zirahi, comandante das forças da Guarda Revolucionária que capturaram o navio. Esta é a terceira embarcação interceptada pelo Irã desde 14 de julho no Golfo. Um terço do petróleo que transita por via marítima no mundo passa pelo Estreito de Ormuz, localizado nesta região.

Em 14 de julho, o Irã capturou um petroleiro de bandeira panamenha, o MT Riah, acusado de contrabando de combustível. Cinco dias depois, um petroleiro sueco de bandeira britânica, Stena Impero, foi interceptado sob suspeita de "não respeitar o código marítimo internacional". A captura do Stena Impero aconteceu 15 dias depois da interceptação pelas autoridades britânicas do petroleiro iraniano Grace 1 na costa de Gibraltar. Londres afirmou que o Grace 1 foi interceptado por violar as sanções da União Europeia ao seguir para a Síria, país em guerra, com uma carga de petróleo. Teerã nega.

O Reino Unido determinou que a Marinha escolte os navios civis com bandeira britânica que navegam pelo Estreito de Ormuz e o governo dos EUA deseja estabelecer uma coalizão internacional no Golfo para proteger os navios mercantes. A ideia é que cada país escolte militarmente suas embarcações, com o apoio do Exército americano. Os europeus relutam ante a proposta, para evitar uma associação com a política de "máxima pressão" sobre o Irã defendida pelo presidente americano, Donald Trump. Os países europeus querem preservar o acordo sobre o programa nuclear iraniano alcançado em 2015.

A tensão aumenta no Golfo desde que Washington decidiu em maio de 2018 abandonar o acordo sobre o programa nuclear iraniano, o que significou o retorno das sanções americanas a Teerã e levou o país a perder quase todos os compradores de petróleo.

As sanções asfixiaram a economia do Irã, que tem a quarta maior reserva mundial de petróleo e a segunda de gás. Além disso, os atos de sabotagem de maio e junho contra petroleiros no Golfo, que Washington atribuiu a Teerã, e a destruição de um drone americano aumentaram a crise. (com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As forças navais iranianas interceptaram um "navio estrangeiro" no Golfo, informou neste domingo a agência de estatal IRNA, a terceira embarcação bloqueada pelo Irã em menos de um mês.

Sete membros da tripulação foram detidos na operação que aconteceu na quarta-feira, indicou a agência de notícias Fars, considerada próxima à Guarda Revolucionária, a força de elite da República Islâmica, vinculada diretamente ao líder supremo do país.

A agência não revelou a nacionalidade do petroleiro nem de seus tripulantes.

A Marinha da Guarda Revolucionária capturou o navio que transportava "700.000 litros de combustível de contrabando nas proximidades da ilha de Farsi", norte do Golfo, afirmou a agência IRNA.

O navio foi levado para o porto de Bushehr e a "carga de combustível de contrabando entregue às autoridades" em coordenação com a justiça iraniana, informou a mesma fonte.

O petroleiro seguia para o países do Golfo, segundo o general Ramezan Zirahi, que comandou a operação.

Em 14 de julho, o Irã capturou um petroleiro de bandeira panamenha, "Riah", acusado de contrabando de combustível.

Quatro dias depois, um petroleiro sueco de bandeira britânica, "Stena Impero", foi capturado no estreio de Ormuz, ponto de trânsito crucial do petróleo mundial.

Apesar do noticiário, um general iraniano afirmou neste domingo que os riscos de um conflito no Golfo diminuíram.

"À primeira vista pode parecer que a situação no Golfo Pérsico segue para um conflito militar, mas se você observar mais de perto verá que a probabilidade de tal conflito é cada vez menos elevada", declarou o general Ahmad Reza Purdastan.

"Todos os países que têm interesses na região não deseja, de modo algum, ver uma nova crise no Oriente Médio", afirmou.

Londres vai enviar para o Golfo um terceiro navio de guerra, a fragata "HMS Kent", informou nesta terça-feira (16) o Ministério da Defesa (MoD) britânico, acrescentando que esta decisão, "de rotina", não está vinculada às tensões atuais naquela região.

De acordo com imprensa britânica, o navio será enviado para a região em setembro, informação que o ministério da Defesa, consultado pela AFP, não confirmou.

Atualmente, o "HMS Montrose" está na região, onde em breve chegará o "HMS Duncan", enviado para substituí-lo na tarefa de garantir a "liberdade de navegação", conforme divulgou o ministério na semana passada. Esta troca de embarcações já estava programada mas foi adiantada, acrescentou uma fonte da defesa, sem indicar o tempo de permanência dos barcos na área.

O Ministério da Defesa não esclareceu se os três navios poderiam patrulhar simultaneamente ao mesmo tempo, informando apenas que podem "estar juntos na área mas não necessariamente ativos".

A tensão em torno do Estreito de Ormuz, onde quase um terço do petróleo do mundo é transportado pelo mar, aumentou nas últimas semanas por conta de uma série de situações, que incluem ataques de origem não identificada contra petroleiros, a destruição de um avião não-tripulado americano por parte do Irã, que afirma que sobrevoava seu espaço aéreo, o que Washington negou.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, considerou nesta segunda-feira (24) que o exército americano não tem o que fazer no Golfo, depois que Washington anunciou novas sanções contra a República Islâmica.

Donald Trump "tem 100% de razão no fato de que o exército americano não tem o que fazer no Golfo Pérsico", escreveu Mohammad Javad Zarif em um tuíte no qual fez alusão explícita a estas sanções.

"A retirada de suas forças é perfeitamente conforme os interesses dos Estados Unidos e do mundo", acrescentou Zarif, que, segundo os Estados Unidos, será afetado pessoalmente esta semana por novas sanções americanas.

Mais cedo nesta segunda-feira, Trump pediu aos países importadores de petróleo para "proteger suas próprias embarcações", após uma série de incidentes no Golfo Pérsico ou no Golfo de Omã, atribuídos pelos Estados Unidos ao Irã, que desmentiu estar envolvido.

Os Estados Unidos impuseram nesta segunda sanções "contundentes" contra o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, e a cúpula militar da República Islâmica, aumentando a pressão contra o país, ao qual ameaçou se destruição se buscar a guerra.

O presidente Trump sancionou as sanções econômicas no Salão Oval da Casa Branca, uma medida que tachou de "forte e proporcional resposta às ações provocativas do Irã".

Acrescentou que a resposta do Irã determinará se as sanções terminam amanhã ou se prolongam durante anos. "O Irã não pode ter a arma nuclear jamais", repetiu.

A tensão aumentou nesta segunda-feira no Golfo, onde vários navios foram alvos de "atos de sabotagem", de acordo com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, ao mesmo tempo que o chefe da diplomacia americana alterou sua agenda para discutir a questão do Irã com os países europeus.

As autoridades da Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira "atos de sabotagem" contra navios sauditas nas costas dos Emirados Árabes Unidos, outro país próximo a Washington que reforçou sua presença militar no Golfo em consequência da tensão com o Irã.

"Dois petroleiros sauditas foram alvos de atos de sabotagem na zona econômica exclusiva dos Emirados Árabes Unidos, na costa do emirado de Fuyaira, quando estavam prestes a entrar no golfo da Arábia", afirmou o ministro da Energia, Khalid Al Falih, citado pela agência oficial SPA.

No domingo, o governo dos Emirados Árabes Unidos também citou "atos de sabotagem" contra quatro navios comerciais de várias nacionalidades no leste do emirado de Fuyaira, sem identificar os autores do que considerou um evento "grave".

No Irã, as autoridades julgaram "preocupantes" os "atos de sabotagem" contra navios e pediram uma investigação.

"Estes incidentes no mar de Omã sã preocupantes e lamentáveis", declarou Abbas Musavi, porta-voz do ministério das Relações Exteriores em Teerã, que pediu uma investigação e advertiu contra a "aventura de atores estrangeiros" na zona para perturbar a navegação marítima.

O ministro saudita da Energia afirmou que as ações contra os petroleiros do país não provocaram vítimas ou vazamentos, mas causaram "danos significativos às estruturas de dois navios".

Um dos petroleiros seguia viagem para receber sua carga de petróleo no terminal saudita de Ras Tanura para uma entrega a clientes americanos.

O ministério saudita das Relações Exteriores condenou o "ato criminoso", que representa uma "séria ameaça" à navegação marítima e "uma incidência nefasta para a paz e a segurança regional e internacional".

Assim como o governo dos Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita não apontou nenhum culpado. Os dois países não detalharam o tipo sabotagem sofrido pelos navios.

No domingo, as autoridades dos EAU pediram à comunidade internacional "tomar responsabilidades para evitar que se cometam este tipo de ações por partes que buscam atentar contra a segurança da navegação".

O porto de Fuyaira é o único terminal nos Emirados Árabes Unidos situado na costa do mar da Arábia, contornando o estreito de Ormuz, por onde circula a maior parte das exportações de petróleo do Golfo.

Em diversas ocasiões o Irã ameaçou fechar o estreito, muito estratégico, crucial para a navegação mundial e o fornecimento de petróleo, em caso de confronto militar com os Estados Unidos.

O anúncio dos incidentes acontece em um momento de tensão entre Washington e Teerã após o reforço das sanções americanas contra o regime iraniano, que suspendeu alguns compromissos sobre seu programa nuclear.

Na sexta-feira, o governo americano anunciou o envio à região de um navio de guerra transportando veículos, sobretudo anfíbios, e de uma bateria de mísseis Patriot, somados ao deslocamento de um porta-aviões e de bombardeiros B-52.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, viaja a Bruxelas nesta segunda-feira para abordar "questões urgentes", em particular o Irã, com autoridades europeias, informou o Departamento de Estado.

A presença militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico não é uma ameaça, mas uma "oportunidade", afirmou neste domingo, 12, um comandante do alto escalão da Guarda Revolucionária Iraniana. "Um porta-aviões que tem ao menos 50 aviões e 6 mil soldados reunidos era uma séria ameaça para nós no passado, mas agora é uma oportunidade", disse Amirali Hajizadeh, chefe da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária.

O comandante afirmou em entrevista à agência de notícias estatal iraniana Isna que, "se os americanos fizerem algum movimento, os atingiremos na cabeça". O comandante da Guarda, o major-general Hossein Salami, disse em uma sessão parlamentar ontem que os EUA iniciaram uma guerra psicológica na região.

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O Pentágono enviou na sexta-feira uma bateria de mísseis Patriot e um navio da Marinha dos EUA para o Golfo Pérsico. O USS Arlington e os mísseis se juntaram ao grupo de ataque do USS Abraham Lincoln, porta-aviões nuclear americano da classe Nimitz, e a uma força-tarefa de bombardeiros B-52, que foram destacados no início da semana passada para a região.

O USS Arlington, que transporta fuzileiros navais, veículos anfíbios, navios de desembarque e helicópteros, deve chegar em breve à região. O sistema de mísseis Patriot, fabricado pela Raytheon, pode derrubar mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, drones e aviões.

Ainda neste domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse no Twitter que o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, havia feito planos para os EUA se retirarem do acordo nuclear de 2015 e adotar uma posição mais agressiva em relação ao Irã antes mesmo de assumir seu atual cargo.

Zarif publicou no Twitter um link para um artigo escrito por Bolton e publicado pela revista National Review em 2017 com o título Como Sair do Acordo Nuclear Iraniano. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um drone da Guarda Revolucionária Iraniana sobrevoou um porta-aviões dos Estados Unidos que navegava no Golfo Pérsico, afirmou neste domingo agência de notícias Tasnim, do Irã.

A agência publicou um vídeo, sem data, no qual é possível ver um drone de cor azul claro, com a inscrição "Ababil III" em alfabeto persa e latino, decolando de uma pista deserta na costa.

O vídeo, editado com uma música típica de filmes de ação, foi gravado pela força naval da Guarda Revolucionária Iraniana, segundo a Tasnim.

Após a decolagem do aparelho, as imagens mostram uma vista aérea na qual se vê dois navios de guerra atravessando o mar e que parecem pertencer à escolta de um porta-aviões, do qual se aproxima.

Sobre a torre desta embarcação está escrito o número 69.

Durante o vídeo, são exibidas informações sobre os aviões, incluindo as aeronaves de vigilância americanos Hawkeye AWACS e de alguns aviões de combate F18.

O governo dos Estados Unidos anunciou no dia 8 de abril a inclusão da Guarda Revolucionária Iraniana na sua "lista de organizações terroristas estrangeiras".

O Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano anunciou no mesmo dia que considerava as forças americanas estacionadas no Oriente Médio, no Chifre da África e na Ásia Central, como "grupos terroristas".

O Irã se considera como o guardião do Golfo e denuncia a todo instante a presença militar dos Estados Unidos nesta região.

Cinco companhias aéreas do Golfo anunciaram nesta segunda-feira a suspensão dos voos com destino e origem no Catar, após a ruptura das relações diplomáticas por parte de Arábia Saudita, Emirados Árabes, Barein, Egito e Iêmen com o governo de Doha.

Três companhias dos Emirados - Etihad, Emirates e flydubai - e uma saudita - Saudia - tomaram a decisão após o anúncio do fechamento das conexões áreas e das fronteiras terrestres marítimas dos três países vizinhos do Catar.

Em resposta, a Qatar Airways também anunciou a suspensão de todos os voos para a Arábia Saudita.

Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Bahrein romperam nesta segunda-feira relações diplomáticas com o vizinho Catar.

Os países decidiram fechar em 24 horas o espaço aéreo e as fronteiras terrestres e marítimas com esta pequena, mas muito rica, monarquia petroleira, que acusam de "apoiar o terrorismo".

Em comunicados separados, Etihad Airways, Emirates e flydubai informaram que a suspensão de voos a partir e para o Catar entrará em vigor na terça-feira de manhã "até nova ordem".

As três companhias afirmaram que cumprirão os voos previstos para esta segunda-feira e apresentarão aos clientes "outras opções", incluindo o reembolso completo das passagens.

A Saudia anunciou a suspensão dos voos com pouso e decolagem no Catar a partir desta segunda-feira.

O Iêmen seguiu os países vizinhos e anunciou a suspensão das relações com o Catar, que acusou de ter vínculos com os rebeldes huthis pró-Irã que disputam o poder com o presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, e de apoiar os grupos jihadistas.

O Egito também rompeu relações diplomáticas com Doha e anunciou o fechamento das fronteiras "aéreas e marítimas" com o Catar que, segundo o ministério egípcio das Relações Exteriores, "insiste em adotar um comportamento hostil em relação ao Cairo".

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram nesta quarta-feira (16) a criação de uma agência espacial e um projeto de sonda para pousar em Marte em 2021, ano do 50º aniversário deste rico Estado federal do Golfo.

"Desta forma, os Emirados entram na exploração espacial", comemorou a agência oficial WAM, ao anunciar as duas notícias. "Chegar ao planeta Marte é um grande desafio e o escolhemos porque nos motiva", destacou o xeque Mohamad Ben Rashed al Maktum, vice-presidente dos Emirados e soberano de Dubai.

Citado pela WAM, o xeque Mohamad afirmou que os investimentos do país no âmbito espacial já alcançavam os 20 bilhões de dirhames (US$ 5,44 bilhões). Ele acrescentou que a nova agência englobará vários organismos que já trabalham no âmbito espacial, como o Dubaisat, especializado em satélites, e deverá obter alianças internacionais.

A sonda Marte dos Emirados levará nove meses para percorrer 60 milhões de quilômetros para chegar ao planeta vermelho, informou a agência.

Os Emirados Árabes Unidos, uma federação criada em 1971 com a união de nove emirados do Golfo, será o 9º país do mundo a explorar o planeta Marte, acrescentou a agência WAM.

Companhias de petróleo mantêm paralisação parcial de suas atividades, neste sábado, 5, com a passagem da tempestade tropical Karen, no Golfo do México. A informação é de reguladores do governo norte-americano. Com a paralisação, as petrolíferas poderão deixar de produzir, por dia, 866 mil barris e 1,83 bilhões de pés cúbicos de gás natural, o que representam 60% e 48%, respectivamente, do total produzido na região.

A tempestade tem perdido força desde sexta-feira, com ventos de 64 km/h. De acordo com o Centro Nacional de Furacões, ao meio-dia deste sábado, ela estava estacionada a 305 km a sudeste da foz do rio Mississippi.

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Segundo informações da Agência de Segurança Ambiental dos EUA, as companhias de petróleo já evacuaram 270 plataformas de produção, aproximadamente metade do total de instalações da região.

Entre as empresas paradas está a BP, que é uma das maiores do Golfo. A Marathon Oil Corp., Murphy Oil Corp. e a Royal Dutch Shell PLC também anunciaram paralisação de suas atividades.

As companhias que operam no lado oeste do Golfo já começaram a retomar suas atividades. A Chevron Corp., localizada na região central, anunciou que seus funcionários já estão retornando para as plataformas. Fonte: Dow Jones Newswires.

A polícia kuwaitiana usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para dispersar, este domingo, milhares de manifestantes convocados pela oposição, quatro dos quais foram recebidos pelo emir deste rico país petroleiro do Golfo.

As forças especiais e a polícia isolaram o local escolhido para a concentração, mas os organizadores pediram imediatamente pelo Twitter a seus partidários que se dirijam a Mishref, subúrbio situado 20 km ao sul da cidade.

Milhares de pessoas conseguiram se concentrar em Mishref apesar do fechamento da maioria dos acessos.

Os manifestantes bloquearam rapidamente o tráfego em uma estrada do sul da capital e deram por terminado o protesto depois de uma hora.

"Após ter expressado repúdio a qualquer mudança na Constituição, anunciamos o fim da manifestação", publicaram os organizadores em suas contas no Twitter.

Vários ativistas denunciaram detenções de manifestantes, mas não reportaram feridos.

O emir, xeque Sabah al Ahmad Al Sabaj, se reuniu nas últimas horas de domingo com quatro representantes da oposição, entre eles dois ex-deputados islamitas, no que parece ser uma mediação para sair da crise.

O ex-deputado Mohamad Hayef escreveu no Twitter que o emir lhes disse que aceita qualquer decisão da Corte Constitucional sobre a emenda da lei eleitoral que deu origem à crise.

É a primeira reunião entre o emir e a oposição desde o começo da crise, há algumas semanas.

Horas antes, centenas de agentes das forças especiais e da polícia, apoiados por veículos blindados, se mobilizaram para o local escolhido para a manifestação, bloqueando o acesso.

A oposição tinha convocado seus partidários a não recorrerem à violência, mesmo que as forças de segurança os atacassem.

A oposição tem organizado manifestações para protestar contra uma emenda à lei eleitoral, aprovada em 19 de outubro pelo emir e a qual acusa de favorecer uma manipulação dos resultados das eleições antecipadas, convocadas para 1º de dezembro.

Composta por islamitas, nacionalistas e liberais, a oposição ganhou as eleições parlamentares de fevereiro, mas a corte constitucional anulou o pleito em junho e restabeleceu o antigo Parlamento favorável ao governo.

Os líderes da oposição afirmam que não querem prejudicar a família reinante dos Al Sabaj e na sexta-feira reiteraram sua lealdade ao emir, embora peçam a retirada da polêmica emenda.

Cerca de um quarto da capacidade de produção de petróleo no Golfo do México segue paralisada após a passagem do furacão Isaac, informaram reguladores neste sábado. Isso significa perto de 352 mil barris por dia de petróleo bruto ou 25% da capacidade de produção da região.

Na sexta-feira, 37% da produção estava parada. Segundo autoridades, cerca de 15% da produção de gás natural da região está paralisada, de 19% na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.

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O Irã alertou neste domingo que quaisquer promessas de países do Golfo Pérsico de substituir as suas exportações de petróleo por causa das sanções os tornará cúmplices da pressão israelense. O governador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no Irã, Muhammad Ali Khatibi, revelou que o país propôs a retomada das negociações sobre o seu programa nuclear, que afirma ser pacífico.

De acordo com ele, se as nações ocidentais querem substituir o petróleo iraniano, elas precisarão de um sinal verde dos fornecedores para garantir uma certa quantidade. Khatibi informou ainda que os países do Ocidente não seriam capazes de implementar as sanções contra o Irã sem antes assegurar ofertas alternativas de produtores do Golfo. "Sem um sinal verde dos produtores eles não terão as sanções" em vigor, afirmou o governador da Opep no Irã.

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"Se as nações do Golfo Pérsico participarem dessa atividade, dando um sinal verde de que estão prontas para substituir o petróleo iraniano, isso é participação da atividade do regime sionista para pressionar o Irã", disse Khatibi. Depois de contatos com países consumidores de petróleo, os produtores do Golfo prometeram fornecer mais petróleo, se necessário, mas evitaram mencionar que seria para compensar a falta do petróleo iraniano.

Os comentários feitos por Khatibi surgem depois que o ministro de Petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, negou que as promessas do país de aumentar a produção para satisfazer a demanda global, se necessário, estivessem relacionadas às sanções contra o Irã. As informações são da Dow Jones.

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