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A influenciadora digital Ingrid Caroline, presa no Rio de Janeiro sob a acusação de estelionato, no último mês, está de volta às redes sociais. Através de um vídeo publicado nesta quinta (10), a jovem de 20 anos deu sua versão dos fatos e garantiu ser ela a “vítima” de um golpe aplicado pela internet. O Leiajá conversou com a influencer e com seu advogado, Dr. Gustavo Piveta, que explicaram quais passos serão tomados agora, uma vez que o seu inquérito foi arquivado. 

Ingrid é da cidade de Dracena (SP), tem 20 anos e trabalha na internet há apenas dois. Em julho do último ano, a influenciadora foi procurada pela empresa @grupo.maisx, através da figura de um homem, para o estabelecimento de uma parceria. Segundo a jovem, ela chegou  a pesquisar sobre a empresa e imaginou tratar-se de um negócio seguro.“Nunca tinha me imaginado nessa situação, sempre pesquisei muito antes de fazer parceria, então eu jamais imaginaria uma coisa dessa. Pesquisei o perfil do Cristino (representante da empresa), vi fotos com a família , ele me mandou o contato empresarial, onde ele fazia as compras, via artistas divulgando ele então achei seguro”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá

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No entanto, ao tentar fazer check-in em um apartamento de temporada localizado no Leblon, no Rio de Janeiro, Ingrid descobriu que havia um cartão de crédito que ela desconhecia feito em seu nome. A empresa de locação acabou acionando a polícia e ela foi presa. “Eu fui vítima de um golpe do Cristiano, ele era da agência, ele que me contratou pra gente fazer parceria, foi uma situação muito chata. Na delegacia, eu estava sozinha no Rio de Janeiro, eu nunca fui parada pela polícia, na hora eu fiquei muito aflita, tava com vontade de chorar porque eu não sabia o que estava acontecendo de fato. Quando a polícia foi falar comigo eu entreguei meu telefone, eles viram toda a conversa (com Cristino)”, disse a influenciadora, garantindo ter colaborado com a investigação desde o momento de sua prisão em flagrante. 

Com a ajuda de seus advogados e a reunião de evidências, Ingrid conseguiu provar que não estava aplicando golpes e sim sendo vítima de um. O inquérito foi arquivado e, agora, sua defesa vai tentar retirar o indiciamento de sua ficha criminal.

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Em entrevista ao LeiaJá, nesta quinta (10), o advogado criminalista Gustavo Piveta explicou o que será feito. “Nós vamos construir todas as provas para incriminar o Cristino que é de fato o grande vilão dessa história, eu revisei toda a conversa que Ingrid teve com ele, seja no whatsapp seja no instagram, e todo o tempo ele engana ela. Ela manda dinheiro pra ele, ela compra passagens mais baratas, troca divulgação, e ela foi presa na ponta. Infelizmente teve que passar por isso, então nós vamos trabalhar e construir essa inocência absoluta. A empresa (do RJ) abriu mão de processá-la, mas não queremos  só isso, queremos um desagravamento”.

O advogado afirmou, ainda, que Ingrid está ressarcindo a empresa carioca lesada na locação de um apartamento, após um acordo, e que outros quatro hotéis, pelos quais  jovem havia se hospedado, em função desta 'parceria' - na Paraíba e em São Paulo -, também já foram ressarcidos, faltando apenas um. As companhias aéreas pelas quais ela viajou também serão procuradas, de acordo com o criminalista. A conta já chegou aos R$ 10 mil. 

Além disso, Dr. Gustavo disse estar em contato com o suposto advogado de Cristino para que ele assuma sua responsabilidade no caso. “A gente vem mantendo contato com um advogado de São Luís, o advogado dele, em princípio ele falou que iria procurar a delegacia para fazer uma confissão ou dar a versão dele, mas até o momento, nenhuma novidade. A Ingrid foi indiciada como autora de um crime, isso efetivamente fica na ficha criminal dela, mas na verdade ele também é vítima. Ela foi dilacerada, acabaram com a vida dela, o pai e a mãe dela estão muito tristes, então seria muito importante limpar essa imagem”.

O LeiaJá tentou entrar em contato com a defesa de Cristiano mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto. 

Futuro

Passado o turbilhão, Ingrid agora quer limpar seu nome, sua imagem e voltar ao trabalho. Ela disse que sofreu injúria e calúnia e chegou a receber ameaças pela internet, mas entende que este é um problema que diz respeito apenas à Justiça. 

Ingrid já conta com 199 mil seguidores apenas no Instagram e garante que, apesar do susto e do tormento pelos quais passou, não desanimou e vai seguir em frente em sua profissão, apenas com um pouco mais de cautela. “Eu realmente fiquei um pouco receosa, agora eu preciso realmente de uma equipe pra trabalhar comigo porque não é fácil. Eu vi que foi um tombo enorme e eu não tô sentindo isso só emocionalmente, no bolso (também) porque eu tive q pagar muitas coisas já. Se eu já tinha cautela agora é em triplo”.

O avanço do novo coronavírus está gerando uma onda global de golpes digitais, que se aproveitam da incerteza para roubar dados, obter dinheiro e até servir de ponte para assaltos a residências. Segundo empresas de segurança digital, o movimento já chegou ao Brasil.

Os principais golpes são links falsos, normalmente distribuídos pelo WhatsApp, prometendo acesso a máscaras, álcool gel e exames em domicílio para detecção da covid-19. Também há casos de anúncios com preços abusivos.

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Segundo a firma de segurança digital PSafe, 2 milhões de brasileiros foram alvo de golpes na última semana. A empresa detectou 19 golpes e seis apps maliciosos com falsas promessas de benefícios.

Na semana passada, a Ambev foi obrigada a desmentir que estava oferecendo álcool gel gratuito. Era uma página falsa que roubava dados.

Alguns golpes encontrados prometiam gratuidade em serviços de streaming e até pagamento extra para beneficiários do Bolsa Família.

"Páginas de vendas fraudulentas são frequentes, mas a maioria dos casos ocorre por mensagens ou links de informações falsas. As pessoas estão mais vulneráveis agora", disse Marc Asturias, vice-presidente de Comunicação e Relações Governamentais da Fortinet.

Na semana passada, a Kaspersky divulgou que o WhatsApp havia sido usado como ferramenta de golpistas - um link que prometia informações do governo federal sobre a situação da pandemia foi usado para roubo de informações.

Com os dados, os golpistas podiam acessar contas bancárias para fazer compras e transferências.

Preços abusivos

No domingo, uma caixa com 50 máscaras descartáveis, que em situações normais custaria entre R$ 10 e R$ 15, era vendida no site do Mercado Livre por R$ 797,40. Na descrição do produto, o oportunista argumenta que, "nas circunstâncias atuais, todos sabemos que o suprimento de máscaras é escasso, portanto o preço será mais alto do que o habitual".

Luciano Benetti Timm, secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, disse ao Estado que os maiores sites de revendas de produtos do País estão fazendo uma lista com os anunciantes com preços abusivos. "Essa lista será entregue a nós. A regra aplicável é a mesma do Código de Defesa do Consumidor. Abriremos processos sancionadores contra esses anunciantes", disse.

A punição é uma multa que leva em consideração o faturamento da empresa, podendo chegar até a R$ 9,9 milhões.

O Mercado Livre informou que até agora quase 4 mil publicações (de 2,3 mil vendedores) foram excluídas do site, por aumentos excessivos de preços. 

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