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Os novos nomes para compor a equipe de transição do governo federal foram anunciados nesta quinta-feira (10), pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Nomes como Anielle Franco, Silvio Almeida e a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) farão parte da equipe, além dos ex-ministros Paulo Bernardo e Guido Mantega. 

O vice-presidente eleito e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é o coordenador da transição, e fez o anúncio no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), complexo que recebe o gabinete de transição do presidente eleito Lula (PT). 

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A equipe foi dividida em 31 áreas temáticas, e Lula tem o direito de nomear 50 cargos remunerados para a transição, além de contar com trabalho de voluntários. 

Veja a lista com os nomes das equipes

Comunicação:

Ex-ministro Paulo Bernardo;

Ex-deputado federal Jorge Bittar;

César Alvares;

Alessandra Ourofino.

 

Direitos Humanos:

deputada federal Maria do Rosário (RS);

Silvio Almeida, advogado;

doutor em economia Luiz Alberto Melkete;

Janaina Barbosa de Oliveira, do movimento LGBTQIA+;

Rubens Linhares Mendonça Lopes, setor do PT para pessoas com deficiência;

deputado estadual Emídio de Souza (SP);

Maria Victória Benevides.

Igualdade Racial:

ex-ministra Nilma Lino Gomes;

Gilvania Maria Silva, quilombola e doutora em sociologia;

Douglas Belchior;

advogado Tiago Tobias, do Coalização Negra;

Ieda Leal;

Secretário de Planejamento Juiz de Fora (MG), Martins das Chagas;

Preta Ferreira, do Movimento Negro e de Moradia de São Paulo.

 

Planejamento, Orçamento e Gestão:

Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda;

Enio Verri, deputado federal (PT-PR);

Esther Duek, economista e professora da UFRJ;

Antonio Corrêa de Lacerda, presidente do Conselho Federal de Economia;

Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas:

Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul;

Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea;

Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai Nacional;

Marcelo Ramos, deputado federal (AM);

Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária;

Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae e do Instituto Lula;

Paulo Feldmann, professor da USP;

André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Mulheres:

Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco;

Roseli Faria, economista;

Roberta Eugênio, mestre em direito, pesquisadora do Instituto Alziras e ex-assessora de Marielle Franco;

Maria Helena Guarezi, ex-diretora de Itaipu e amiga pessoal de Janja;

Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Política para Mulheres

Aparecida Gonçalves, ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), explicou que não deve se ausentar da cidade para cumprir o seu papel na equipe de transição do governo Lula (PT). Durante coletiva após a inauguração da internet 5G nesta quinta-feira (10), o prefeito detalhou que deverá atuar como uma espécie de conselheiro político. 

“É um papel de diálogo e construção política. Existe uma espécie de conselho político, onde você conversa, toma as decisões, pode dar opinião e fazer avaliações no ambiente da política. Naturalmente, eu vou estar no Recife o tempo inteiro, não vou sair daqui. Isso se faz por ligação, um encontro semanal que você vai a Brasília fazer umas três ou quatro reuniões”, garantiu o socialista. 

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João Campos ressaltou que, por ser um grupo de transição muito grande de pessoas trabalhando em funções diferentes, “tem que ter um conjunto que faça avaliação política”. 

Questionado sobre uma possível indicação de um nome do PSB para ocupar algum ministério a partir de 2023, o prefeito evidenciou que “quem tem autonomia de escolher tudo isso é o presidente”. 

Segundo ele, o primeiro momento é de consolidação e diagnóstico do que está acontecendo, além de elencar as prioridades do governo, compromissos de campanha e o cronograma. “Depois o presidente monta a equipe [do governo]. O papel dos aliados é muito mais levar quais são os cenários possíveis e avaliações”, disse, ao reafirmar que o time será montado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. 

*Com informações de Jameson Ramos

 A plataforma Gov.br apresentou falhas e ficou fora do ar, nesta terça-feira (25). Essa instabilidade afetou diretamente serviços como Meu INSS, ferramenta através da qual é possível dar enterda em pedido de aposentadorias e agendar perícias, por exemplo, e ao ConectSUS, do governo federal. As informações são da Folha de São Paulo.  No seu perfil oficial no Instagram, a Comissão de Direito Previdenciário da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo informou que a instabilidade no Meu INSS ocorre há dois dias e que acompanha a situação. 

"A OAB está atenta e já cobrou providências que estão sendo tomadas". Ainda segundo a comissão, a plataforma gov.br estaria enfrentando um suposto ataque de segurança.  Usuários relataram que as dificuldades teriam iniciado no início da manhã, e ao abrir o site é informado de que a página está em manutenção. Além disso, em menos de um mês para o Enem 2022 (Exame Nacional do Ensino Médio), o site do inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), também ficou fora do ar. A falha ocorre um dia depois divulgar a lista com os locais de prova. 

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Também apresentam instabilidade, o site Downdetector, que registra reclamações de serviços online, aponta pico de reclamações no sistema Dataprev, eCAC e Receita Federal, a plataforma Emprega Brasil onde é possível acessar a Carteira de Trabalho Digital, e consultar o requerimento do seguro-desemprego e a situação do Auxílio Taxista e Auxílio Caminhoneiro. 

Sem previsão 

Após a insatisfação dos usuários, o erno federal ainda não se manifestou sobre o que teria provocado a instabilidade e nem a previsão de quando os serviços serão reestabelecidos. 

Além disso, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), que presta serviços de tecnologia da informação para o governo federal, informou que o gov.br encontra-se temporariamente indisponível para ajuste de natureza técnica.  

Na última sexta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou estender na fachada do Palácio do Planaldo, em Brasília, uma bandeira do Brasil gigante. O também candidato à reeleição desafiou, sem citar nomes, alguém a mandar retirá-la da sede do Governo Federal.

A iniciativa já tinha sido anunciada por Bolsonaro durante live, no entanto, na ocasião, ele teria afirmado a apoiadores que a bandeira seria estendida "em sua casa", ou seja, no Palácio da Alvorada. A troca de lugar foi motivada pela decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, que negou pedido de partidos que formam a Federação Brasil de Esperança.

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O grupo, composto pelo PT, PC do B e PV, solicitou ao TRE do Pará a retirada da bandeira do Brasil do prédio que abriga a Igreja Mãe de Belém, apontada como a mais antiga Assembleia de Deus do Brasil. 

“O PT entrou na Justiça para que uma igreja lá de Belém, do Pará, que tem uma bandeira enorme do Brasil na entrada fosse retirada. Porque o PT diz que é propaganda eleitoral para o JB [Jair Bolsonaro]. Dessa vez, a juíza agiu corretamente. Falou que era um símbolo nacional. Temos orgulho de ver a bandeira do Brasil por aí, em lugar de destaque, logicamente sendo tratada de forma respeitosa”, afirmou o Chefe do Executivo.

E completou: “Hoje pedi para aquele bandeirão que existe lá em Brasília, mandei pegar um usado, enorme, mandei botar no Alvorada, que é minha casa. Acho que ninguém vai ter coragem de falar 'retira daí se não vou te dar uma multa de não sei quanto por dia'. É a nossa bandeira do Brasil. A questão da censura é devagar. Certas coisas não se perdem de uma hora para a outra, você perde com o tempo”, disse.

 

Após o anúncio do bloqueio de recursos federais destinados a universidades e institutos federais, nesta quinta-feira (6), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), afirmou que o governo Bolsonaro não se importa com a Educação. Nas redes sociais, o gestor ressaltou que a suspensão dos repasses afeta na vida de milhares de profissionais e estudantes.

João Campos indicou que professores, terceirizados, técnicos e alunos serão prejudicados com o bloqueio. As universidades Federal e Rural de Pernambuco vão deixar de receber quase R$ 12 milhões e, para o instituto Federal de Pernambuco (IFPE), foram suspensos R$ 2,6 milhões, criticou o prefeito.

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--> Ministro diz que cortes na Educação encerram em dezembro

 

 

 

 

Após a repercussão diante do bloqueio de R$ 2,4 bilhões de verba para as universidades e institutos federais, anunciado no dia 30 de setembro, o ministro da Educação, Vitor Godoy, foi às redes sociais e comentou sobre o assunto. Segundo ele, a contingência se trata de uma medida de segurança fiscal e é temporária, com previsão de encerramento para dezembro de 2022.

“Não acreditem em notícias que mais desinformam que informam. No último dia 30, foi publicado um decreto que estabeleceu um limite TEMPORÁRIO de movimento e empenho do Ministério da Educação até novembro. É uma medida de segurança fiscal e, como eu disse, é temporária! Os limites serão restabelecidos brevemente, em dezembro, conforme informação do Ministério da Economia”, tuitou o ministro.

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Nas redes sociais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) se posicionou contra ao que chamou de confisco nas universidades federais: “Muito grave o que o governo de Bolsonaro faz as vésperas do segundo turno, um confisco nos orçamentos das universidades que comprometem o funcionamento imediato delas”.

Nessa quarta-feira (5), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou nota onde afirmava que o bloqueio "afetará despesas já comprometidas, e que, em muitos casos, deverão ser revertidas, com gravíssimas consequências e desdobramentos jurídicos para as universidades federais".

Ainda segundo a Andifes, o Ministério da Educação foi o mais afetado pelo contingenciamento de verba realizado pelo governo federal. “Contingenciamento afetou praticamente todos os ministérios, mas o mais afetado foi o Ministério da Educação, que arcou com quase metade da limitação das despesas”, disse, em nota.

O Governo Federal realiza novo corte orçamentário na Educação. De acordo com nota da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a norma do contingenciamento do orçamento do Ministério da Educação foi publicada na última sexta-feira (30), nas vésperas do 1º turno das eleições, e formaliza a retirada de R$ 2.399, sendo R$ 1.340 bilhão entre julho e agosto de 2022 e R$ 1.059 bilhão no final de setembro.

Ainda segundo o comunicado, o novo decreto inviabiliza o funcionamento das universidades. Além disso, a Andifes aponta que o documento afirma que em 1º de dezembro, os valores bloqueados, assim como, os limites de empenho "serão retomados, mas não há garantia de que não possa haver uma nova normatização".

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Impactos nas universidades pernambucanas

O LeiaJá entrou em contato com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco. Por meio da assessoria, a UFPE, a maior instituição do Estado, ressalta que reflexo do corte do orçamento da educação na universidade é de R$8,7 milhões.

Segundo o reitor, Alfredo Gomes, o corte é "inaceitável, comprometendo o pleno funcionamento da educação em todo país". A comunicação da UFPE ainda explica que a gestão realizará reuniões com a equipe interna e com demais reitoras das instituições federais de Pernambuco para analisar os impactos em contratos e realização das atividades.

Na UFRPE, de acordo com o reitor Marcelo Carneiro Leão, a limitação orçamentária na instituição é da ordem de R$ 3.020.740,86. "Tínhamos cerca de 6,5 milhões disponíveis para empenho neste momento, lembrando que já temos um orçamento cortado em 32,5% em 2022, e que foi agravado no meio do ano com um novo corte da ordem de 14% na rubrica de funcionamento. Agora só poderemos empenhar até 3,5 milhões. Infelizmente cada vez mais fica inviável a manutenção do funcionamento adequado de nossas instituições", expôs. 

À reportagem, Marcelo Carneiro Leão menciona que nesta quinta-feira haverá uma reunião ordinária da Andifes para alinhar quais medidas serão adotadas pelas universidades. Na sexta-feira (7), está previsto um encontro entre as universidades pernambucanas.

Cortes e reajustes

Em 2022, universidades públicas e institutos federais foram impactados pelos cortes nos recursos destinados à Educação de 7,2%. No Estado, a UFPE foi a mais afetada pelo bloqueio de recursos, cerca de R$ 12 milhões.

Ao todo, as perdas financeiras das universidades e If’s em Pernambuco chegou a R$ 28 milhões, sendo R$12,2 milhões da UFPE, R$ 4 milhões na UFRPE, cujo reitor, apontou sobre os riscos de paralisação em novembro, R$ 5 milhões retirados do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e cerca de R$ 2 milhões no IFSertão.

Na tentativa de fechar as contas e manter as atividades presenciais, as instituições públicas realizam reajustes  que vão desde a diminuição da oferta de bolsas de pesquisa e extensão até revisão de contratos com empresas prestadoras de serviço terceirizado.

Presidente da Associação dos Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), José Celso Cardoso informou que já foram contabilizados pelo instituto mais de 1.300 casos de assédio moral no conjunto da administração pública federal desde o início no governo Jair Bolsonaro. 

Segundo ele, os casos de assédio moral se multiplicaram no atual governo e, por isso, a associação criou um instrumento chamado Assedimômetro, para contabilizar esses casos. As informações foram dadas em audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (21), sobre assédio moral no trabalho. 

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“O fenômeno deixou de ser exceção para constituir uma espécie de regra no governo federal”, disse José Celso. “A motivação do atual assédio não está ancorada em relações interpessoais prévias, mas vem de cima, do órgão superior, envolve muitas vezes pessoas que sequer se conhecem nas relações interpessoais de trabalho e é motivada por comandos políticos ideológicos e organizacionais de ordens superiores”, completou. Ele reiterou que se trata na maior parte das vezes de assédio institucional. 

Assédio no Inpe

José Celso citou o caso, no início do governo Bolsonaro, da demissão de Ricardo Galvão da direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que teria sido demitido porque o órgão que presidia era e é o responsável pela medição dos índices de desmatamento do Brasil. “Como os dados não interessavam ao governo, o presidente do órgão foi demitido. É um caso clássico de assédio institucional”, disse. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro criticou o Inpe e declarou que os dados sobre desmatamento faziam “campanha contra o Brasil”.

  De acordo com o pesquisador, casos assim se repetiram, por exemplo, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Fundação Nacional do Índio (Funai), no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros. 

Na visão de José Celso, o assédio virou método do governo para desconstruir a capacidade de atuação de órgãos públicos em campos contrários ao projeto político do governo, e atingiu sobretudo os setores ambiental, de educação e de cultura.

Assédio institucional A deputada Erika Kokay (PT-DF), autora do requerimento de realização da audiência, disse que a solicitação para o debate foi feita por diversos servidores e empregados de órgãos e empresas públicas, como da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Educação.

Ela reiterou que não são casos isolados e que atualmente há um processo de assédio institucional, para que os órgãos não cumpram suas funções. “Nós temos na Funai uma política anti-indigenista; no Ministério do Meio Ambiente, uma política anti-ambientalista, na Fundação Palmares, uma política racista”, citou. 

Segundo ela, os servidores resistem para que o Estado de fato cumpra suas funções, e há muita perseguição, por exemplo, por meio da investigação das pessoas nas redes sociais. O assédio moral, segundo ela, se manifesta por meio da prática de violência psicológica, em que a pessoa é submetida a formas de constrangimento, humilhação e exposição pública vexatória.

  Falta de legislação Secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do DF (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves ressaltou que não existe uma legislação definindo penas para o assédio moral e pediu a Erika Kokay que uma proposta com esse fim fosse discutida na Câmara. Ele citou caso de servidores do Ministério da Educação (MEC) que, durante o período de trabalho remoto na pandemia de Covid-19, foram obrigados a ficar o tempo todo com a câmera ligada em suas casas no horário laboral. 

Representante do Ministério Público do Trabalho, o procurador Paulo Neto explicou que o órgão tem um núcleo específico de combate ao assédio moral, sexual e discriminação. “Realmente os casos estão aumentando muito”, confirmou. “A média anual de denúncias no Ministério Público é de mais 5.500 casos no Brasil inteiro”, disse. “É algo que já acontecia, mas talvez esteja vindo mais à tona, porque está havendo debates e condenações na Justiça, e isso inclusive é um efeito que a gente busca: o efeito pedagógico da condenação”, avaliou. 

O procurador também alertou que falta legislação específica para o assédio moral. Hoje, destacou, o MPT recorre aos próprios princípios da Constituição para tratar dos casos, como os que garantem a integridade psíquica do trabalhador e o tratamento não vexatório, mas ainda é preciso uma legislação mais clara. Ele frisou que dois projetos de lei em tramitação no Senado têm o objetivo de tipificar o crime do assédio moral, mas ainda não foram aprovados. 

Erika Kokay concordou com a necessidade de uma legislação completa sobre o tema e se comprometeu com a construção de uma proposta nesse sentido. Ela também vai propor grupo de trabalho na Comissão de Trabalho sobre o tema. 

Advogado do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, Ulisses Borges de Resende observou que o assédio moral é um abuso, e a Lei 13.869/19 define e estabelece penas para os casos de abuso de autoridade, inclusive a perda do cargo. “Temos que usar essa ferramenta”, sugeriu. “Isso tem servido de antídoto muito forte para o assédio’, completou. 

Convenção da OIT

A pesquisadora Mariel Angeli Lopes, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sugeriu que o Brasil ratifique a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata de violência e assédio moral no ambiente do trabalho e já foi ratificada por 10 países. Ainda segundo ela, deve-se fortalecer a negociação coletiva e a presença dos sindicatos nas empresas e órgãos, para se assegurar a possibilidade de trabalhadores se colocarem contra essas situações. 

Erika Kokay acrescentou que devem ser criados fluxos dentro do ambiente de trabalho para a denúncia do assédio e resposta da empresa ou órgão, com responsabilização do autor da prática e reparação da vítima. 

Assédio na EBC Representante dos empregados no Conselho de Administração da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a jornalista Kariane Costa relatou casos de censura e “governismo” promovidas pela direção da empresa desde o início do governo Bolsonaro. A EBC é responsável, por exemplo, pelos meios de comunicação públicos TV Brasil e pela Agência Brasil, e, conforme salientou Kariane, não pode sofrer interferência e ingerência de nenhum governo. 

Segundo ela, o assédio moral na empresa inclui ainda vigilâncias em redes sociais privadas dos funcionários, transferências arbitrárias e isolamento de funcionários que são dirigentes sindicais. Além disso, pautas irrelevantes são direcionadas a repórteres perseguidos e apelidos jocosos são atribuídos a elas. Ela apontou ainda que funcionários estão afastados por problemas de saúde mental, inclusive ela mesma. 

Após denunciar 12 gestores na ouvidoria da empresa, no processo de investigação interna na empresa, ela passou de denunciante a denunciada, acusada de cometer injúria, calúnia e difamação contra esses gestores. Foi pedida a demissão dela por justa causa, enquanto a denúncia feita por ela não teve prosseguimento.   

Caixa e Embrapa

Representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, por sua vez, prestou solidariedade às funcionárias que denunciaram o assédio sexual do ex-presidente do banco, Pedro Guimarães. Conforme ela, ao tornar públicas as denúncias, elas fazem com que a sociedade e órgãos da Justiça se debrucem sobre os casos e evitem que as situações se repitam. 

Presidente da Federação dos Empregados da Caixa Econômica Federal, Sérgio Takemoto lembrou que o ex-presidente também praticava assédio moral, por exemplo, ao pedir que servidores fizessem abdominais. Na visão dele, o assédio é política governamental para acabar com a resistência dos trabalhadores às políticas do governo. Ele apresentou dados de pesquisa realizada pela federação no final do ano passado mostrando que 66% dos entrevistados (mais de 3 mil funcionários) já tinham presenciado assédio moral e 56% já tinham sofrido assédio. 

Dione Melo da Silva ressaltou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem uma história e uma trajetória “amarga” de assédio, antes mesmo do atual governo. Representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), ela afirmou que “o assédio moral é cultural na empresa, ele é permitido, ele é institucionalizado e ele é visto como coisa normal”, avaliou. 

De acordo com Dione, o assédio atinge especialmente representantes de pessoal e sindicalistas, e as palavras que o sindicato mais ouve de funcionários da empresa são “medo, retaliação, desesperança e adoecimento”. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou na quinta-feira, 15, trechos do decreto do governo federal que regulamentou o compartilhamento de dados pessoais entre os órgãos da administração pública.

O Decreto 10.046, editado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, criou o Cadastro Base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados.

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O ato administrativo autoriza o compartilhamento de informações como nome civil ou social, data de nascimento, filiação, naturalidade e nacionalidade, sexo, estado civil, grupo familiar, endereço, características biológicas e hereditárias, além de documentos como CPF e título de eleitor.

Após três sessões de julgamento, os ministros decidiram que a troca de informações deve ser limitada ao "mínimo necessário" e precisa observar os requisitos estabelecidos na Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD).

O plenário também definiu que os servidores públicos podem responder por improbidade administrativa se ficar provado que houve abuso no tratamento dos dados ou violação do sigilo das informações.

O STF definiu ainda que o governo federal precisa reformular o Comitê Central de Governança de Dados, que hoje é composto apenas por representantes de órgãos do Poder Executivo, para incluir membros da sociedade civil. O prazo para o cumprimento da decisão é de 60 dias.

O ministro Gilmar Mendes, relator do processo, disse que o compartilhamento de dados restritos oferece "grave risco de malversação de dados pessoais e de violação da privacidade dos usuários do serviço público".

"Tentativa obscura de compartilhamento massivo dos dados pessoais de 76 milhões de brasileiros com órgãos integrantes do sistema brasileiro de inteligência", criticou.

Embora tenha visto no decreto potencial para violar a proteção da privacidade e da autodeterminação informativa dos cidadãos, o ministro considerou que a derrubada de todo o dispositivo deixaria um vácuo nas normas operacionais para o compartilhamento de informações e poderia prejudicar serviços importantes. Por isso, ele sugeriu a solução intermediária.

"É clara a necessidade de temperar os valores constitucionais da eficiência da administração pública com o regime constitucional de tutela dos direitos individuais", defendeu.

Gilmar Mendes foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. André Mendonça e Nunes Marques apresentaram divergências pontuais sobre o prazo para o governo ajustar as práticas. O ministro Edson Fachin também discordou parcialmente e defendeu a declaração de inconstitucionalidade de todo o decreto.

A decisão foi tomada a partir de ações movidas pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) e pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) para derrubar o decreto.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) não viu irregularidade no texto. A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo defendeu que o decreto se limitou a regulamentar as regras estabelecidas na LGPD para "organizar"e "simplificar" o sistema interno de compartilhamento. Ela também argumentou que a inviolabilidade dos dados pessoais não é absoluta e que a boa-fé do governo no tratamento dessas informações deveria ser presumida.

"Não vejo porque só o governo teria má-fé no uso dessas informações. Os governos vão passar e esses dados permanecerão, serão sempre atualizados", defendeu.

O QUE DIZEM OS ADVOGADOS

Para o advogado Marcus Vinícius Vita Ferreira, sócio de Wald, Antunes, Vita e Blattner Advogados, o julgamento é o maior precedente judicial sobre a proteção de dados no Brasil. "Com a delimitação objetiva dos limites do poder público na interferência sobre a vida privada", explica.

Na mesma linha, Bruno Guerra de Azevedo, sócio na área de LGPD e Direito Digital do escritório SGMP Advogados, afirma que o julgamento dá pistas sobre o posicionamento do STF para arbitrar conflitos entre a privacidade a proteção de dados e o interesse público.

A advogada Sofia Rezende, coordenadora do Programa de Compliance do Nelson Wilians Advogados, a decisão dos ministros reforça que o tratamento de dados na esfera pública e privada precisar ser "clara, transparente, comunicada e legítima, sempre atendendo a finalidades específicas".

Sócio do BBL Advogados e diretor de Novas Tecnologias do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), Daniel Becker afirma que o decreto enfraquecia uma "cartela de direitos vinculados à privacidade".

"O compartilhamento de dados pessoais entre entes da administração pública não é dinâmica a ser vedada mas demanda, sim, uma regulamentação detalhada, à luz dos preceitos da LGPD, de modo a garantir a segurança da vasta cartela de dados sensíveis que estará em fluxo entre os órgãos", defende.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos pediu uma investigação contra a equipe médica que realizou o aborto legal na menina de 11 anos que foi vítima de estupro em Santa Catarina

O pedido do governo federal foi recebido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado cinco dias após a realização do procedimento médico, no dia 27 de junho. O conselho informou que investiga o caso. 

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O ministério alega que o pedido partiu da própria população porque a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu mais de 300 denúncias pelo Disque 100 entre os dias 23 e 24 de junho, como foi revelado pela GloboNews.

O presidente da Comissão Nacional Especializada de Violência Sexual e Aborto Previsto em Lei da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Robinson Dias, afirmou que não há crime para ser investigado. 

A interrupção da gravidez da menina de 11 anos estava respaldada não só pela lei, que garante o direito ao aborto quando a pessoa é vítima de estupro, mas também hvia uma recomendação do Ministério Público Federal para que o hospital realizasse o procedimento. 

Para o presidente da Comissão, a iniciativa do Ministério da Mulher é “absurda” e deixa os profissionais inseguros, inibindo o cumprimento da lei e do dever médico. “Nós estamos estupefatos. Não achamos que seja uma ação que venha a somar, pelo contrário. Para a gente, soa como proselitismo religioso, fundamentalista, de interesse eleitoreiro. É como se quisessem chamar atenção para uma pauta antiaborto com fins eleitorais”, disse. 

Em ano eleitoral, o governo de Jair Bolsonaro (PL) aumentou em 75% o gasto com publicidade na TV Globo entre janeiro e junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. Neste mesmo período do ano passado, o Governo Federal injetou R$ 6,5 milhões para divulgar materiais publicitários na maior emissora do país.

Neste ano, esse valor saltou para R$ 11,4 milhões. Os dados são da própria Secretaria Especial de Comunicação Social, que é responsável pelas contratações na área de publicidade e propaganda do governo.

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Segundo o UOL, neste ano o Executivo Federal está dando prioridade para campanhas institucionais categorizadas como campanhas institucionais, responsáveis por mostrar feitos do governo Bolsonaro, o que pode inflar a popularidade do mandatário justamente no ano em que deve concorrer à reeleição. 

Em 2021, foram 46 inserções de "utilidade pública" e 10 para materiais institucionais. De 1º de janeiro a 21 de junho deste ano já são 72 campanhas institucionais e apenas duas de "utilidade pública". 

Até agora, a TV Globo já faturou mais do que a Record, que antes detinha a maior fatia de arrecadação por contas das publicidades do governo veiculadas no canal do Bispo Edir Macedo. Foram R$ 9,8 milhões repassados à emissora desde janeiro.

Inclusive, nestes sete meses de 2022, a Globo já lucrou mais com o Palácio do Planalto do que todo o ano de 2019 (R$ 7,1 milhões), 2020 (R$ 2,4 milhões) e R$ 2021 (R$ 6,4 milhões). 

Neste ano, Globo, SBT, Record, BAND e Rede TV, os cinco maiores canais da TV aberta do Brasil, recebam juntas pouco mais de R$ 33 milhões, soma maior desde 2019, primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro - naquele ano, as emissoras faturaram R$ 30,4 milhões.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprecia nesta quarta-feira (29) as contas do presidente da República, Jair Bolsonaro, relativas ao ano de 2021. O relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, começou a ler um resumo de seu relatório, bem como seu voto, perto das 10h30.

“Em respeito ao tempo de todos, trarei uma proposta resumida do meu relatório e voto e farei a leitura de maneira dinâmica, sem naturalmente trazer qualquer prejuízo à transparência que procuro assegurar à publicação que tenho feito, de forma antecipada, dentro dos sistemas do tribunal para dar conhecimento de meu relatório e voto”, antecipou Cedraz logo após a abertura da sessão extraordinária, explicando que já disponibilizou aos outros ministros cópia do parecer elaborado pela Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag/TCU).

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A análise técnica e jurídica das contras presidenciais devem ser realizadas anualmente, em até sessenta dias após o recebimento das referidas informações sobre os gastos públicos. Dentre os documentos apreciados para averiguar se as operações realizadas seguiram os princípios de contabilidade aplicados à administração pública federal estão os Demonstrativos Contábeis da União e o relatório sobre a execução orçamentária, incluindo os percentuais de investimentos obrigatórios e a execução de emendas parlamentares, entre outros aspectos.

Concluída a apreciação e emitido um parecer prévio conclusivo, que indique se os balanços apresentam adequadamente a posição financeira, orçamentária e patrimonial da União até 31 de dezembro do ano em análise, o TCU encaminha as conclusões ao Congresso Nacional, ao qual compete julgá-las.

“O parecer em questão deve ser conclusivo e indicar se as contas prestadas representam adequadamente as posições financeiras, orçamentária, contábil e patrimonial e se foram observadas as normas constitucionais, legais e regulamentares na execução dos orçamentos e das demais operações com recursos públicos federais [ao longo de 2021”, destacou Cedraz.

O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), reconheceu a situação de emergência em mais 21 cidades do país atingidas por desastres naturais. A portaria com o reconhecimento foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nessa terça-feira (28).

Na lista de municípios beneficiados, sete enfrentaram chuvas intensas. São eles: Bom Jardim, Chã Grande e Palmares, em Pernambuco; Ibaretama e Guaiúba, no Ceará; Forquilhinha, em Santa Catarina, e Barra de Santo Antônio, em Alagoas.

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Já as cidades de Jundiá, em Alagoas, Manaquiri, no Amazonas, Faro e Terra Santa, no Pará, e Laurentino e Videira, em Santa Catarina, tiveram a situação de emergência reconhecida por conta de inundações. No Paraná, Rio Negro registrou um vendaval.

Além disso, outras sete cidades foram afetadas pela estiagem. São elas: Rio do Antônio, na Bahia, São Francisco de Assis do Piauí, no Piauí, Lunardelli e Três Barras do Paraná, no Paraná, e Japi, Bodó e Caiçara do Rio do Vento, no Rio Grande do Norte.

Como solicitar recursos federais

Após a concessão do status de situação de emergência pela Defesa Civil Nacional, os municípios atingidos por desastres estão aptos a solicitar recursos do MDR para atendimento à população afetada. As ações envolvem restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de equipamentos de infraestrutura danificados.

A solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). Com base nas informações enviadas, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com a especificação do montante a ser liberado.

*Da assessoria de imprensa

Nesta terça-feira (7), reitores de universidades e institutos federais de Pernambuco realizaram, de forma remota, ato conjunto contra os cortes orçamentários realizados pelo Governo Federal de 7,2%, que afetam diretamente, de acordo os representantes das instituições, a manutenção e oferta de educação de qualidade.

A maior das instituições federais do Estado, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), devido ao bloqueio orçamentário, terá redução de mais de R$ 12 milhões nos recursos. Durante o ato, o reitor da UFPE, Alfredo Gomes, alegou que a persistência dos cortes deve refletir no andamento das atividades. “Com esse orçamento, a UFPE chega até outubro”, afirmou. Vale salientar que as aulas do primeiro semestre da instituição têm previsão de início no dia 27 de junho e o segundo semestre se encerra em novembro de 2022.

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Na ocasião, Alfredo Gomes salientou que os cortes são feitos de forma sistemática há alguns anos. O reitor também expôs que o bloqueio dos valores, no somatório entre as universidades e institutos federais de Pernambuco, chega a R$ 28 milhões. "A UFPE terá um corte de R$12,2 milhões, na Universidade Federal Rural de Pernambuco o valor é de R$ 4 milhões, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) é R$ 5 milhões e no IFSertão chega a R$ 2 milhões".

Atualmente, a UFPE possui 40 mil estudantes matriculados, sendo 30 mil nos cursos de graduação e 10 mil na pós-graduação, nos três campi localizados no Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão. Na próxima quarta-feira (8), a instituição realizará ato público, na Concha Acústica Paulo Freire, localizada no campus Recife, a partir das 15h30, contra os cortes no orçamento juntamente com entidades estudantis. 

A presença de militares ocupando cargos civis no governo federal praticamente triplicou desde 2013. Os representantes das Forças Armadas estavam em 370 postos há nove anos, e passaram a ocupar 1.085 no ano passado, o que representa um aumento de 193%. Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e revelam, ainda, que a gestão de Jair Bolsonaro distribuiu uma quantidade significativa de cargos para oficiais justamente em ministérios estratégicos, como Saúde, Economia e Meio Ambiente - áreas em que é alvo de críticas.

Desde o começo do atual governo, o presidente vem ampliando o espaço de militares na cúpula do Executivo. Durante a pandemia, recorreu ao general Eduardo Pazuello para assumir a Saúde. No Palácio do Planalto também se cercou de oficiais-generais. O Estadão mostrou no domingo passado que as Forças Armadas tiveram o maior ganho salarial entre os servidores federais nos últimos dez anos.

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Segundo o Ipea, a maior ocupação de militares aparece nos cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) e Função Comissionada do Poder Executivo (FCPE). Os titulares desses postos gozam de poder e prestígio administrativo na burocracia governamental. Entre 2013 e 2018, a presença de militares nessas posições variou de 303 cargos para 381.

Com a chegada de Bolsonaro ao poder, o número praticamente dobrou em 2019, chegando a 623 cargos. Em 2021, eram 742. Nos cargos de "natureza especial", considerados de primeiro e segundo escalões, a presença de militares passou de 6 para 14.

ALTO ESCALÃO

O estudo do Ipea também detectou que a presença militar em cargos de confiança alterou a lógica de anos anteriores e passou a se concentrar em escalões mais altos. Entre 2013 e 2021, o porcentual de militares em cargos DAS de 1 a 3, considerados mais baixos, caiu de 65% para 54,5%. Em contrapartida, a ocupação de DAS 5 e 6 por oficiais saltou de 8,9% para 20,5%.

Para o professor titular de Antropologia da UFSCar Piero Leirner - que se dedica ao estudo do contexto militar no Brasil -, os militares promovem, com Bolsonaro, um aparelhamento do Estado. E esse movimento acaba sendo ofuscado pela influência do Centrão. "Há uma militarização da política que não é recomendada em nenhum nível. O resto, isso que se chama de ‘bolsonarismo’ entre militares, é uma ilusão necessária para esse sistema se manter de pé", afirmou. Na avaliação do especialista, há uma inegável associação entre a atuação dos militares no governo e os resultados obtidos pela atual gestão.

ESPLANADA

Os maiores crescimentos da participação militar são registrados em pastas que cuidam de áreas em que o governo sofre fortes críticas. Conforme os dados do estudo do Ipea, o Ministério da Economia tinha um único militar em 2013. Em 2021 eram 84 em DAS e FCPE. Foi o maior aumento porcentual entre todas as pastas, superior a 8.000%.

Na Saúde, os militares passaram de 7 para 40, uma variação de 471%. Sob Pazuello, no período mais dramático da pandemia de Covid-19, ele levou colegas de farda para a pasta.

Os resultados e as investigações da CPI da Covid, no Senado, fizeram com que a cúpula do Exército precisasse atuar nos bastidores para que Pazuello tentasse descolar sua imagem como ministro das Forças Armadas. A possibilidade de o general comparecer fardado ao depoimento aos senadores foi descartada pelo comando da tropa. Na gestão Pazuello uma nota técnica autorizou o uso de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da covid.

O Ministério do Meio Ambiente também recebeu uma grande quantidade de comissionados militares. Em 2014, era 1. No ano passado, o total passou para 21. Houve ainda uma alta de 650% nas funções comissionadas da Educação, com salto de 2 militares para 15. Na Defesa, o crescimento foi de 34%.

O Governo Federal reconheceu, nesta segunda-feira (30), situação de emergência em 14 cidades afetadas pelas chuvas em Pernambuco. De acordo com o sistema do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nove municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) ainda estão classificados com risco muito alto para chuvas e deslizamentos de terra. 

Na publicação do Diário Oficial da União, estão listados em caráter emergencial os municípios de Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Goiana, Jaboatão dos Guararapes, Macaparana, Moreno, Nazaré da Mata, Olinda, Paudalho, Paulista, São José da Coroa Grande, São Vicente Férrer e Timbaúba, além da capital Recife. 

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Nesse domingo (29), a cidade de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, declarou estado de calamidade pública. A medida foi publicada pelo decreto municipal Nº 189/2022, fundamentada devido às fortes chuvas que desabrigaram famílias de áreas ribeirinhas ao Rio Itapacurá, como Doutor Alvinho, Maués, Treze, Alto Nossa Senhora do Amparo, adjacências e localidades rurais, de acordo com a prefeitura. 

Com isso, pelo menos 15 municípios pernambucanos se reconhecem na situação de emergência, 14 também reconhecidos pelo Governo de Pernambuco, que reiterou a situação em uma edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) no domingo (29). 

Liberação de recursos 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), anunciou a liberação de R$ 100 milhões para assistência às vítimas, obras urgentes e de infraestrutura. O Governo Federal, que visita o estado com uma comitiva de emergência, anunciou que ainda nesta segunda-feira (30) deve ser liberado o envio de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional para os municípios que já decretaram situação de emergência ou calamidade pública. Também foi anunciada a liberação de empréstimos do BPC (Benefício de Prestação Continuada) sem juros. 

LeiaJá também: Mais informações sobre a chuva em Pernambuco 

- - > ‘Chuva retorna à RMR nesta segunda e Apac renova alerta'

- - > ‘PE: rodovias estão com pontos interditados nesta segunda’ 

- - > ‘Jaboatão: Ponte é interditada por risco de desabamento’ 

- - > ‘Chuvas: Prefeitura ativa Plano de Contingência no Recife’  

 

O ex-ministro de turismo Gilson Machado Neto informou nas suas redes sociais que uma equipe do governo federal chegará no Recife neste domingo (29), para dar suporte às famílias afetadas pelas chuvas.

De acordo com postagem, o ex-ministro conversou com o presidente Jair Bolsonaro (PL), com o atual ministro de turismo Carlos Brito e o ministro de cidadania Ronaldo Bento, sobre às famílias afetadas pelas fortes chuvas que marcam a Região Metropolitana do Recife (RMR), neste sábado (28).

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O deputado federal Danilo Cabral e colegas da oposição protocolaram um documento junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a suspensão do processo de privatização da Eletrobras até que a análise dos questionamentos levados à Corte de Contas sobre o assunto seja concluída. O governo federal tem atuado para agilizar a venda da empresa ainda neste ano. O plenário do TCU deve retomar o julgamento da privatização nesta quarta-feira (18). 

"O processo de venda da Eletrobras apresenta irregularidades flagrantes. Ainda em 2019, entrei com um pedido de auditoria para analisar esses aspectos da privatização. Há subavaliação do preço da outorga da empresa e faltam estudos atualizados sobre os valores das garantias físicas das usinas e o impacto tarifário por conta do processo de descotização. Além disso, não devemos nos desfazer de um patrimônio nacional como a estatal em ano eleitoral", destacou Danilo. 

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Os parlamentares também pedem ao Tribunal de Contas que seja concedida uma medida cautelar para determinar que o Ministério das Minas e Energia se abstenham de qualquer medida para a privatização da empresa até que duas propostas de fiscalização e controle sejam concluídas pela Câmara dos Deputados com suporte do tribunal. Para o grupo oposicionista, há irregularidades em relação à metodologia e estudos utilizados para a elaboração de uma portaria e resolução ao longo do processo de privatização. 

No pedido, os deputados avaliam que a oferta pública de ações só pode ocorrer após manifestação da Comissão de Valores Monetários (CVM) em relação aos eventuais impactos da oferta. E completam dizendo que a segregação da Eletronuclear da Eletrobras traz uma série de riscos, irregularidades e inconstitucionalidades. 

 

 

O Sindicato Nacional dos Servidores do Ipea (Afipea) lançou, nessa terça-feira (3), o livro Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e Desconstrução do Estado, organizado pelos pesquisadores da entidade José Celso Cardoso Júnior, Frederico Barbosa, Monique Florencio e Tatiana Lemos Sandim a partir de 211 denúncias, reportagens de jornais e mídias em redes sociais. O grupo entende como “assédio institucional” o conjunto de práticas supostamente antiéticas empregadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Este livro nasceu de inquietações, angústias e medos. O assédio institucional no setor público brasileiro, fenômeno novo e perturbador — presente com força desde o golpe de 2016 e hoje largamente disseminado pelo governo Bolsonaro, mormente em âmbito federal — é o conceito, o mote e a expressão por nós utilizada neste livro para caracterizar esse processo virulento e insidioso”, dizem os pesquisadores na apresentação do livro.

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Do total de denúncias, 21 se referem ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). A sequência também apresenta denúncias de servidores do Ministério da Educação (MEC), com 19 episódios; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com 15 casos cada. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve 13. 

O livro foi publicado pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba, com apoio de grupos como o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABDJ). Ao todo são 20 artigos de 51 pesquisadores de diversas instituições e universidades. Segundo o organizador José Celso Cardoso, a obra mostra que os ataques não são isolados e nem esporádicos. 

Para os pesquisadores, a publicação serve para mapear o avanço do “liberalismo fundamentalista”, que eles classificam como “antinacional, antipopular e antidesenvolvimento”; ataques à Constituição e a desconstrução do Estado nacional, suas organizações, institucionalidades, políticas e servidores públicos.

“Neste sentido, este livro pode ser visto, ao mesmo tempo, como registro teórico e empírico acerca do assédio institucional, aqui entendido como técnica ou método deste governo para levar a cabo, cotidianamente, os seus intentos político-ideológicos, mas também como comprovação fática dos seus malfeitos e crimes contra a administração pública federal, servidores públicos e contra a população em geral”, avaliam.

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Um coronel da reserva do Exército indicado assessor da Casa da Moeda do Brasil pelos generais do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) cultiva uma relação de confiança mútua há duas décadas com Fabrício Queiroz, de acordo com o The Intercept Brasil. Fabrício Queiroz é acusado de operar o esquema milionário das rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho 01 do presidente. 

O coronel Washington Luiz Lima Teixeira é a primeira relação entre um militar do alto escalão do governo Bolsonaro com Queiroz. As relações entre eles vão de venda de imóvel e uma procuração em que o coronel Teixeira deu a Queiroz para operar as suas contas bancárias pessoais na Caixa Econômica. 

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O coronel é assessor da presidência na Casa da Moeda desde novembro de 2020, com salário bruto de R$ 22 mil mensais. De acordo com o militar, ele foi escolhido diretamente pelo presidente da empresa, o vice-almirante da reserva da Marinha, Hugo Cavalcante Nogueira. 

A ligação entre Teixeira e Queiroz está documentada em cartórios do Rio de Janeiro. De acordo com o Intercept, eles analisaram 15 documentos e o mais intrigante é uma procuração assinada em novembro de 2009 pelo coronel a Queiroz de “amplos poderes” para operar suas contas bancárias pessoais. A procuração ainda é válida a julgar pela ausência de registros de seu cancelamento. 

Registrado no 8º Ofício de Notas, no Centro do Rio de Janeiro, o documento formaliza que o coronel Teixeira e a sua mulher, Ana Maria Medeiros Teixeira, nomearam Fabrício Queiroz como procurador de ambos “junto e perante a Caixa, em quaisquer de suas agências e departamentos”.

O acordo permite que Queiroz acompanhe e dê andamento “a processo habitacional, podendo abrir, movimentar e liquidar contas, tomar ciência dos despachos, cumprir exigências, juntar e retirar documentos, requerer, recorrer, concordar e ajustar condições do mútuo, pagar taxas de serviços, assinar os contratos necessários, ajustar preços, prometer comprar, comprar”. 

Além disso, a documentação permite saques bancários e assinaturas de cheques das contas do coronel Teixeira. Queiroz também ganhou o direito de usar como garantia para empréstimos “o imível situado na rua Baronesa”. 

O imível se trata de um apartamento em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, uma região controlada pela milícia e que pertencia ao coronel, segundo a mídia de jornalismo independente. O imível foi vendido ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro em uma transação que se prolongou por 19 anos e só teve desfecho quando surgiram as primeiras reportagens sobre o escândalo das rachadinhas, em dezembro de 2018. 

Atualmente, quem vive no apartamento é Débora Melo Fernandes, ex-esposa de Queiroz, segundo ele informou ao Intercept. No entanto, o registro geral do imóvel ainda consta no nome de Teixeira como proprietário do apartamento, como informa o registro geral do imóvel, consultado no dia 28 de março no ofício do 9º Ofício de Registro de Imóveis do Rio.

Quando a procuração foi assinada, em dezembro de 2009, Teixeira era militar da ativa no Exército e Queiroz operava o esquema das rachadinhas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, segundo denúncia apresentada em outubro de 2020 pelo Ministério Público estadual. Os promotores acusam a organização criminosa comandada por Flávio a desviar e lavar dinheiro público em compra de imóveis em nome do político. No entanto, ele e Queiroz negam.

Funcionários da Caixa, que não quiseram revelar a identidade ao Intercept, falaram que o único procedimento necessário em caso de transferência do financiamento seria a aprovação do cadastro de Queiroz no banco. Eles também dizem que a procuração com amplo poderes é desnecessária e raramente vista em situações como essa. O caminho mais fácil seria estabelecer uma procuração com fim específico, como a transferência do imóvel. 

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