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O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) confirma que a 'abstinência sexual' será uma estratégia do ministério para a prevenção da gravidez na adolescência. No entanto, a pasta acentua que estudos estão sendo aprofundados e a política pública está em construção - o que impossibilita apresentá-la em detalhes para a sociedade. "Desta forma, não há uma previsão de quanto deve ser gasto e de quais ações serão realizadas", explica o MMFDH.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (10), o ministério comandado pela Damares Alves deixa claro que "esse programa não irá se contrapor às políticas de estímulo ao uso de preservativos e outros métodos contraceptivos. Será complementar", destaca a nota.

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O MMFDH garante que a proposta visa oferecer informações integrais aos adolescentes para que possam avaliar com responsabilidade as consequências de suas escolhas para o seu projeto de vida. A pasta diz que esse é o único método 100% eficaz. 

"Eu escolhi esperar"

A estratégia do ministério é baseada no movimento "Eu escolhi esperar", que já existe no mundo evangélico e foi criado pelo pastor Neto Jr., que foi um dos convidados para participar do seminário promovido pela pasta em dezembro, na Câmara dos Deputados, com foco na prevenção à vida sexual precoce e gravidez na adolescência.

O deputado Marco Feliciano (sem partido) saiu em defesa do ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos que quer estimular a política de 'Eu escolhi esperar' para combater a gravidez na adolescência. Para ele, a reação de parcela da sociedade é uma ação reativa e preconceituosa. O deputado indica ainda que a esquerda e a programação da TV Globo são responsáveis por pregar o "prazer irresponsável".

Feliciano, por meio de sua coluna na Folha de São Paulo, indaga se é pecado "dar aos jovens deste país uma alternativa à coisificação de suas existências, pugnando que os mesmo valorizem o afeto, a razão e a sensibilidade em seus relacionamentos sexuais".

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O deputado acredita que a reação contra a ideia do ministério de Damares Alves é porque o "produto" vem das mãos do governo Bolsonaro - além de que o "pluralismo democrático defendido pela esquerda acaba onde começam as ideias contrárias à sua visão de mundo, mesmo que para isso tenham que ignorar no sentido estrito da palavra", aponta Feliciano.

O movimento "Eu prefiro esperar" já existe no mundo evangélico e foi criado pelo pastor Nelson Neto Jr., que foi um dos convidados para participar do seminário promovido pela pasta em dezembro, na Câmara dos Deputados, com foco na prevenção à vida sexual precoce e gravidez na adolescência. À Folha, a secretária nacional de família, Angela Gandra Martins, disse que o ministério avalia o modelo criado pelo pastor para conseguir conscientizar os jovens sobre o que é uma relação sexual e sobre as suas consequências. 

Para Angela, a pasta precisa dar uma "nova visão" e "outro caminho" para combater a gravidez na adolescência - além do uso de preservativos - o que para o ministério "não apresenta 100% de eficácia". 

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que gostaria que a abstinência sexual fosse um assunto abordado em sala de aula. Para Damares, o tema debatido nas escolas ajudaria a evitar a infecção de jovens por doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez na adolescência.

"Gostaria que a abstinência [sexual] fosse também um método a ser discutido em sala de aula. Eu gostaria muito de conversar sobre isso com os jovens", disse em entrevista à BBC News Brasil.

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"Estamos vendo uma campanha muito grande do sexo pelo prazer, tão somente pelo prazer, mas voltar a falar do afeto, trazer o afeto para esse debate, acho que é o método mais eficiente para a não gravidez, não é a camisinha, não é o diu, não é o anticoncepcional, o método mais eficiente é a abstinência. Por que não falar sobre isso? Por que não falar de retardar o início da relação sexual? Eu defendo essa tese", acrescentou a ministra.

De acordo com Damares, existe uma erotização precoce e, muitas vezes, meninas de 13 anos "que chegam a ficar com oito em uma única noite".

"Aí, ela vai ao baile funk, fica com oito e de manhã toma a pílula do dia seguinte. E aí essa pílula ainda é um remédio muito novo no mercado. Por que não pensarmos num novo momento, a menina se guardar. Ou o próprio menino, se preservar para o seu grande amor. Se a gente começar a trazer o afeto para este debate, para o início da relação sexual, eu acho que a gente pode avançar", argumentou.

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