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O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, comentou nesta terça-feira, 10, a declaração do presidente Jair Bolsonaro em que chamou a ativista Greta Thunberg, de 16 anos, de "pirralha". Mais cedo, em fala no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que era "impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí".

A declaração de Bolsonaro ocorre após a ativista contra os efeitos das mudanças climáticas ter afirmado, no domingo, 8, que os povos indígenas do Brasil estão sendo assassinados por proteger as florestas.

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Para o porta-voz, contudo, a fala do presidente não foi inadequada. "Sob ponto de vista gramatical, presidente não foi inadequado ou descortês com Greta", disse. Ele justificou fazendo referência à definição gramatical da palavra. "Onde que o presidente foi inadequado ou descortês com Greta? Ela é uma pirralha: é uma pessoa de pequena estatura e é uma criança", declarou.

Agenda

Ainda de acordo com o porta-voz, a agenda do presidente Bolsonaro em Salvador, na Bahia, prevista para quinta-feira, 12, foi cancelada. A presença do presidente era prevista para cerimônia de entrega de parte das obras de reforma do aeroporto da cidade, mas houve um "ajuste de agenda".

A nova agenda de quinta-feira inclui a ida de Bolsonaro para evento no Rio de Janeiro, no Instituto Militar de Engenharia (IME), às 20h. "Ele comparecerá em evento para a entrega de espadas." Antes da cerimônia militar, o presidente cumpre agenda em Palmas, no Tocantins, para encontro com prefeitos, vereadores e senadores do Estado, já remarcado outras duas vezes.

Questionado sobre o assassinato de dois indígenas no Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro respondeu que a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, é uma "pirralha". "Qual o nome daquela menina lá, lá de fora? Tabata, como é? Greta. Já falou que índios estão morrendo porque estão defendendo a Amazônia. Impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, uma pirralha", disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada, onde costuma parar para tirar selfies com apoiadores e responder perguntas da imprensa.

Um dos principais nomes na articulação contra os efeitos das mudanças climáticas, a ativista sueca afirmou no domingo, dia 8, que os povos indígenas do Brasil estão sendo assassinados por proteger as florestas. "Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger as florestas do desmatamento. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso", escreveu Greta, que compartilhou nas redes sociais uma notícia da Al Jazeera sobre as mortes no Brasil.

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Bolsonaro afirmou que "qualquer morte" preocupa o governo. E que é contra crimes ambientais. "Preocupa. Qualquer morte preocupa. Temos de cumprir a lei. Somos contra desmatamento ilegal, somos contra queimada ilegal. Tudo o que for contra a lei, somos contra", afirmou Bolsonaro.

Força Nacional

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou na segunda-feira, 9, o uso da Força Nacional de Segurança Pública para atuar na Terra Indígena Cana Brava Guajajara, no Maranhão, onde dois índios foram assassinados no último fim de semana após ataques a tiros - outros dois ficaram feridos. O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira traz a Portaria do Ministério da Justiça que autoriza o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Funai na Terra Indígena.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou nesta segunda-feira, 9, o uso da Força Nacional de Segurança Pública para atuar na Terra Indígena Cana Brava Guajajara, no Maranhão, onde dois índios foram assassinados no último fim de semana após ataques a tiros.

O texto informa que o objetivo é apoiar o trabalho da Fundação Nacional do Índio (Funai) nas ações de segurança pública por 90 dias, a partir de 10 de dezembro. O prazo pode ser prorrogado caso seja necessário.

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O ministério ainda vai definir o número de servidores enviados para a operação.

No domingo, 8, o secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular em exercício no Maranhão, Jonata Galvão, afirmou que o governo federal deveria adotar medidas efetivas para proteger os territórios indígenas do Estado, e não agir apenas após os ataques acontecerem. "São só respostas reativas às barbaridades que têm acontecido. Queremos saber se o governo federal vai ficar reativo aos atentados ou se vai estruturar uma medida concreta e agir para combater esses crimes", disse.

"Não temos medidas efetivas do ponto de vista da proteção no âmbito federal dentro das terras indígenas no Estado do Maranhão. Os territórios indígenas no Brasil e no Maranhão estão pedindo socorro", disse Galvão à reportagem.

O caso

No início da tarde de sábado, 7, dois índios da etnia guajajara morreram após atentado a balas às margens da BR-226, no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, 500 quilômetros ao sul da capital São Luís. Segundo a Funai, os indígenas foram atingidos por tiros disparados por ocupantes de um veículo Celta, de cor branca e com vidros espelhados.

Antes, em 1º de novembro, Paulo Paulino Guajajara foi morto em uma emboscada na Terra Indígena Arariboia (MA) quando realizava uma ronda contra invasões.

Repercussão internacional

O caso ganhou projeção internacional. A jovem sueca Greta Thunberg, ativista contra os efeitos das mudanças climáticas, criticou o ataque e disse que os povos indígenas do Brasil estão sendo atacados por proteger as reservas naturais. "Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger as florestas do desmatamento. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso".

O secretário dos Direitos Humanos e Participação Popular em exercício no Maranhão, Jonata Galvão, afirmou neste domingo, 8, que o governo federal deveria adotar medidas efetivas para proteger os territórios indígenas do Estado, e não agir apenas após os ataques acontecerem. "São só respostas reativas às barbaridades que têm acontecido. Queremos saber se o governo federal vai ficar reativo aos atentados ou se vai estruturar uma medida concreta e agir para combater esses crimes", disse ele, após o segundo ataque com mortes de indígenas em menos de 40 dias no Maranhão.

No sábado, dois índios da etnia guajajara - Raimundo Guajajara e Firmino Guajajara - morreram após uma emboscada no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, a 500 quilômetros ao sul da capital São Luís. Outros dois ficaram feridos. Em 1º de novembro, Paulo Paulino Guajajara foi morto em um ataque na Terra Indígena Arariboia (MA), quando realizava uma ronda contra invasões. O Planalto informou que não comentaria as críticas de Galvão.

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"Não temos medidas efetivas do ponto de vista da proteção no âmbito federal dentro das terras indígenas no Estado do Maranhão. Os territórios indígenas no Brasil e no Maranhão estão pedindo socorro", afirmou Galvão à reportagem.

O secretário informou que o governo maranhense enviou ofícios para pedir ajuda na proteção aos indígenas ameaçados ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mas não obteve resposta. "Quando fazemos um pedido desse, estamos afirmando categoricamente que existem áreas com extrema vulnerabilidade, com risco de morte e seria importante que o governo federal pudesse dar uma resposta".

Segundo ele, o Estado criou uma força-tarefa para garantir a segurança dos índios, mas precisa de autorização da União por se tratar de uma área indígena.

No sábado, 7, Moro afirmou que avaliaria a viabilidade do envio de uma equipe da Força Nacional à região. Neste domingo, a Polícia Federal fez reuniões com funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e Governo do Estado do Maranhão "a fim de elaborar estratégias de busca e policiamento ostensivo na região". Ainda segundo a Funai, uma base de apoio que já estava prevista foi montada pela polícia Rodoviária Federal na estrada onde ocorreu o crime.

Ainda não foram divulgadas informações sobre a autoria e a motivação do ataque aos indígenas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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