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A Corte Internacional de Justiça (CIJ) iniciou nesta quinta-feira, 11, o julgamento de Israel, acusado pela África do Sul de cometer genocídio em Gaza. O caso usa declarações de membros radicais do governo israelense que defenderam o extermínio de palestinos. Israel nega as acusações e seus advogados serão ouvidos hoje. Eles alegam que os discursos foram tirados de contexto e as operações no enclave respeitam o direito internacional.

É a primeira vez que Israel encara uma acusação de genocídio na CIJ. Embora uma decisão final possa levar anos, a África do Sul solicitou ao Tribunal de Haia algumas medidas cautelares, que variam desde a exigência de um cessar-fogo até a entrada de mais ajuda humanitária.

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A CIJ também pode decidir que há plausibilidade nas alegações da África do Sul, antes de julgar o caso. O nível de exigência para admitir a possibilidade de genocídio é muito mais baixo do que determinar que ele de fato ocorreu. Para Israel, a mera dúvida representa um risco para sua imagem e poderia dificultar o apoio dos EUA a um país que, segundo o Tribunal de Haia, poderia estar cometendo genocídio.

Argumentos

O caso montado pela África do Sul alega que Israel cometeu genocídio, incitação ao genocídio, tentativa de genocídio e falha em punir a incitação ao genocídio. O processo cita que 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças e detalha os bombardeios israelenses com bombas não guiadas, além de restrições ao acesso a água, comida, luz e remédios.

Outro fator crucial no documento de 84 páginas apresentado pelo advogado sul-africano Tembeka Ngcukaitobi são as declarações extremistas de membros do governo de Israel. Em outubro, ao anunciar a segunda fase da guerra, o premiê, Binyamin Netanyahu, citou a Bíblia. "Lembre-se do que Amaleque fez com você", afirmou, em referência à ordem de Deus a Saul para destruir os amalequitas. "Matem homens e mulheres, crianças e bebês, gado e ovelhas, camelos e burros", diz o Livro de Samuel, no Velho Testamento.

Dois dias após o início da guerra, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se referiu aos palestinos como "animais humanos". "O cerco é total. Não haverá eletricidade, comida, água, combustível. Israel está lutando contra animais humanos. Eliminaremos tudo."

Ngcukaitobi também citou o ministro do Patrimônio, Amihai Eliyahu, que sugeriu lançar uma bomba atômica em Gaza, além do ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir: "Quando dizemos que o Hamas deve ser destruído, significa que aqueles que comemoram, apoiam e distribuem doces, todos são terroristas e devem ser destruídos", afirmou Ben-Gvir.

Os advogados de Israel, liderados pelo britânico Malcom Shaw, apresentarão hoje a defesa. Ontem, o governo israelense acusou a África do Sul de atuar como "braço jurídico" do Hamas e se referiu aos advogados sul-africanos como "representantes" do grupo terrorista no Tribunal de Haia.

Risco

Os israelenses afirmam que as declarações de membros do governo foram tiradas de contexto - no mesmo discurso, por exemplo, Netanyahu deu garantias de que o Exército respeitaria o direito internacional. A defesa também citará os milhões de folhetos, ligações telefônicas e mensagens de texto pedindo aos civis que deixassem as áreas que seriam bombardeadas.

O caso será decidido por 15 juízes, alguns de democracias ocidentais, como França, Alemanha, Austrália, Japão e Brasil. Mas muitos magistrados vêm de autocracias, como Rússia, China, Marrocos, Somália e Uganda, o que pode complicar a situação de Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quarta-feira, dia 10, subscrever a denúncia por genocídio contra o Estado de Israel, na Corte Internacional de Justiça, em Haia. Mais cedo, o presidente recebeu no Palácio do Planalto a visita do embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, que pediu o apoio brasileiro na corte internacional. A decisão é mais um gesto diplomático duro de repúdio do governo Lula a Israel e foi criticada pela comunidade judaica brasileira. O caso começará a ser julgado nesta quinta-feira, 11.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o apoio brasileiro ao que chamou de ação "cínica e perversa, que visa impedir Israel de se defender dos seus inimigos genocidas". A nota afirma que a decisão "diverge da posição de equilíbrio e moderação da política externa brasileira". O texto segue dizendo que a África do Sul "inverte a realidade" e lembra que o conflitou foi desencadeado pelo ataque do Hamas.

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Já a nota divulgada pelo Itamaraty afirma que "à luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio".

Lula já tinha dado diversas declarações controversas a respeito da resposta militar de Israel, o que provocou desgaste diplomático. O presidente já vinha usando a palavra "genocídio" para descrever a guerra em Gaza e chegou a comparar os ataques do Hamas às incursões e bombardeios promovidos pelas Forças de Defesa de Israel. Ao receber o primeiro grupo de brasileiros repatriados de Gaza, Lula acusou Israel de também praticar "terrorismo".

As declarações de Lula estremeceram a relação do governo com a comunidade judaica. Entidades como a Conib, o Instituto Brasil Israel e a ONG StandWithUs Brasil criticaram no ano passado as posições do petista sobre o conflito.

Após o encontro, o embaixador relatou o pedido a Lula, mas disse que o presidente não manifestara uma decisão durante a audiência. A denúncia sul-africana, protocolada em dezembro, já recebeu apoio de países como a Bolívia. Também participaram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial Celso Amorim.

Segundo o embaixador, que se disse "muito satisfeito", os palestinos pediram também ajuda humanitária imediata a Gaza e Cisjordânia, e ainda solicitaram a defesa de um cessar-fogo.

"Solicitamos sim o apoio do Brasil a esta iniciativa da África do Sul que tem como objetivo por fim ao genocídio contra o povo Palestino e libertar tanto Israel deste episódio quanto a população palestina. Eles estão estudando. O Brasil está representando com o juiz Nemer Caldeira (Leonardo Nemer Caldeira Brant), que está lá (na Corte). A posição do Brasil está clara: condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano. A pior gestão é a que não se faz. Nós fazemos e apoiamos essa iniciativa. Nós somos quem paga o maior preço. O genocídio tem que parar de qualquer maneira, com apoio internacional. Chega. Já são 95 dias de genocídio, de bombardeio. A Faixa de Gaza ficou praticamente invivível", disse Alzeben.

Segundo o Palácio do Planalto, o presidente disse ao embaixador que o Brasil condenou os ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro do ano passado. "Reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis", afirmou o governo.

Em nota, citando os números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas e não podem ser verificados de maneira independente, o governo brasileiro diz que a guerra deixou mais de 23 mil mortos - 70% deles mulheres e crianças - e que há 7 mil pessoas desaparecidas. "Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva", disse o Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty voltou a dizer que o Brasil apoia a solução de dois Estados "com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital".

Entenda a Corte Internacional de Justiça

A Corte foi criada junto com a ONU, em 1945, e é tida como corpo judicial das Nações Unidas. Trata-se de uma instituição independente, que interpreta o direito internacional e arbitra os contenciosos entre países. Por ser sediada em Haia, na Holanda, é confundida com frequência com o Tribunal Penal Internacional (TPI), conhecido também como Tribunal de Haia. Esse último, no entanto, tem atribuição de processar pessoas e não Estados.

As audiências marcadas para quinta e sexta-feira vão discutir, no primeiro momento, o pedido por uma ordem emergencial para que Tel-Aviv interrompa os ataques que, segundo as alegações de Pretória, violam a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.

Não há prazo para o veredito, mas a expectativa é que uma decisão temporária seja anunciada em breve. Só depois, os 15 juízes que compõem o tribunal vão analisar o mérito da acusação de genocídio, julgamento que costumar durar, em média, de cinco a dez anos.

Na ação de 84 páginas, a África do Sul - que tem uma posição de defesa dos palestinos - destaca o elevado número vítimas civis, em especial crianças, e o deslocamento forçado de palestinos na Faixa de Gaza. Segundo a alegação, a "intenção genocida" seria reforçada por declarações de integrantes do alto escalão do governo, inclusive o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

Israel nega categoricamente. "Não há nada mais atroz e absurdo do que esta afirmação", contestou o presidente Isaac Herzog. "Na verdade, os nossos inimigos, o Hamas, na sua carta, apelam à destruição e aniquilação do Estado de Israel, o único Estado-nação do povo judeu", completou.

O presidente russo, Vladimir Putin, fez uma visita surpresa à cidade ucraniana de Mariupol, ocupada desde maio de 2022, sua primeira viagem desde que o Tribunal Penal Internacional, em Haia, emitiu um mandado de prisão contra ele por crimes de guerra.

Foi também a primeira visita de Putin à região industrial de Donbas, tomada da Ucrânia no ano passado, e o mais próximo que o presidente russo esteve da linha de frente da guerra. De acordo com a agência de notícias Tass, Putin voou de helicóptero para Mariupol no sábado e fez um tour pela cidade. Ele conversou com moradores e recebeu um relatório sobre as obras de reconstrução.

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Mariupol foi palco de uma das batalhas mais sangrentas da guerra e marcou a primeira grande vitória da Rússia, depois do fracasso da ofensiva contra Kiev.

A cidade foi capturada após um longo cerco no qual as forças russas destruíram a siderúrgica Azovstal, último reduto da resistência ucraniana.

CRIMEIA

No sábado, antes de viajar para Mariupol, Putin passou algumas horas na Crimeia, uma viagem que marcou o aniversário de nove anos da ocupação da península ucraniana. A TV estatal mostrou o presidente visitando a cidade de Sebastopol, no Mar Negro, acompanhado pelo governador local, Mikhail Razvozhayev, que foi indicado por Moscou.

As viagens de Putin ocorreram logo após a emissão de um mandado internacional de prisão contra ele. Na sexta-feira, um painel de juízes do TPI pediu a prisão do presidente russo citando evidências de crimes de guerra, em razão da deportação em massa de crianças ucranianas para a Rússia.

Kiev diz que mais de 16 mil menores foram sequestrados desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. Muitos deles foram colocados em instituições e lares adotivos. O promotor do tribunal, Karim Khan, disse que Putin pode ser preso se pisar em qualquer um dos 123 países que ratificaram o Tratado de Roma e reconhecem a jurisdição da corte.

O Kremlin afirmou que não reconhece a jurisdição do TPI - o Tratado de Roma, que criou o tribunal, foi assinado pela Rússia, mas nunca foi ratificado. O mandado de prisão, portanto, segundo o governo russo, não afetaria Putin. No fim de semana, o presidente russo parece ter reforçado essa imagem, ao caminhar tranquilamente pelos territórios ocupados.

ISOLAMENTO

A situação de Putin, no entanto, não é a mesma desde que o TPI pediu sua prisão. Seu isolamento internacional aumentou. Ontem, a Alemanha disse que o presidente russo será preso se pisar no país. "Se ele entrar em território alemão, será preso e entregue ao TPI", disse Marco Buschmann, ministro da Justiça. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou nesta sexta-feira, 17, que emitiu um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra.

A Corte disse em um comunicado que Putin "é supostamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa". Grupos de direitos humanos celebraram o movimento, mas a probabilidade de um julgamento enquanto Putin permanecer no poder é pequena, já que o tribunal não pode julgar réus à revelia e a Rússia disse que não entregará seus próprios cidadãos.

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Um pedido também foi emitido, pelo mesmo motivo, contra a Comissária Presidencial para os Direitos da Infância na Rússia, Maria Alekseievna Lvova-Belova, informou o tribunal de Haia. A Presidência da Ucrânia reagiu, afirmando que essa ordem de prisão contra Putin é apenas o começo, enquanto a Rússia chamou o pedido de sem sentido.

O presidente do tribunal, Piotr Hofmanski, disse em uma declaração em vídeo que, embora os juízes do TPI tenham emitido os mandados, caberá à comunidade internacional aplicá-los. O tribunal não tem força policial própria para cumprir os mandados. "O TPI está fazendo sua parte do trabalho como um tribunal. Os juízes emitiram mandados de prisão. A execução depende da cooperação internacional."

Limitações

O TPI não reconhece imunidade para chefes de Estado em casos envolvendo crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio.

Mas as limitações do tribunal são bem conhecidas - embora possa indiciar chefes de Estado em exercício, não tem poder para prendê-los ou levá-los a julgamento, ao invés disso, depende de outros líderes e governos para agir como seus policiais em todo o mundo. O caso mais proeminente foi o do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir , que foi indiciado pelo tribunal, mas não foi preso em outros países para onde viajou.

Além disso, Moscou não reconhece a jurisdição do tribunal e não extradita seus nacionais. Essa posição foi reafirmada hoje pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em uma primeira reação aos mandados. "As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm nenhum significado para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico", disse ela.

A Ucrânia também não é membro do tribunal, mas concedeu ao TPI jurisdição sobre seu território e o promotor do TPI, Karim Khan, visitou o país quatro vezes desde que abriu uma investigação há um ano.

Deportações

Uma investigação do New York Times publicada em outubro identificou várias crianças ucranianas que foram levadas sob os esforços de reassentamento da Rússia. Eles descreveram um processo de coerção e, ao chegarem à Rússia ou aos territórios ocupados pela Rússia, eram frequentemente colocados em locais voltados para torná-los cidadãos russos e submetidos a esforços de reeducação. A Rússia defendeu as transferências por motivos humanitários.

O TPI disse ter concluído que havia "motivos razoáveis para acreditar que cada suspeito é responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população e de transferência ilegal de pessoas de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa, especialmente crianças ucranianas".

E acrescenta que "Putin tem responsabilidade criminal individual pelos sequestros de crianças por ter cometido os atos diretamente, em conjunto com outros ou por meio de outros e por sua falha em exercer o controle adequadamente sobre subordinados civis e militares que cometeram os atos".

Após sua visita mais recente, no início de março, o promotor do TPI disse que visitou uma casa de repouso para crianças a dois quilômetros das linhas de frente no sul da Ucrânia.

"Os desenhos pregados na parede falavam de um contexto de amor e apoio que já existiu. Mas esta casa estava vazia, resultado da suposta deportação de crianças da Ucrânia para a Federação Russa ou sua transferência ilegal para outras partes dos territórios ocupados temporariamente", disse ele em um comunicado. "Como observei ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em setembro passado, esses supostos atos estão sendo investigados pelo meu escritório com prioridade. As crianças não podem ser tratadas como despojos de guerra".

Mensagem

E enquanto a Rússia rejeitou as alegações e mandados do tribunal como nulos e sem efeito, outros disseram que a ação do TPI terá um impacto importante.

"O TPI fez de Putin um homem procurado e deu seu primeiro passo para acabar com a impunidade que encorajou os perpetradores na guerra da Rússia contra a Ucrânia por muito tempo", disse Balkees Jarrah, diretor associado de justiça internacional da Humans Rights Watch. "Os mandados enviam uma mensagem clara de que dar ordens para cometer, ou tolerar, crimes graves contra civis pode levar a uma cela de prisão em Haia."

O professor David Crane, que indiciou o presidente da Libéria Charles Taylor há 20 anos por crimes em Serra Leoa, disse que ditadores e tiranos em todo o mundo "estão agora cientes de que aqueles que cometem crimes internacionais serão responsabilizados, incluindo chefes de estado".

Taylor acabou sendo detido e levado a julgamento em um tribunal especial na Holanda. Ele foi condenado e sentenciado a 50 anos de prisão. "Este é um dia importante para a justiça e para os cidadãos da Ucrânia", disse Crane em um comentário por escrito à Associated Press na sexta-feira.

Na quinta-feira, uma investigação apoiada pela ONU citou ataques russos contra civis na Ucrânia, incluindo tortura sistemática e assassinato em regiões ocupadas, entre questões potenciais que equivalem a crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade.

A investigação também encontrou crimes cometidos contra ucranianos em território russo, incluindo crianças ucranianas deportadas que foram impedidas de se reunir com suas famílias, um sistema de "filtração" destinado a selecionar ucranianos para detenção e tortura e condições de detenção desumanas.

Mas na decisão de hoje, o TPI colocou o rosto de Putin nas acusações de sequestro de crianças. (Com agências internacionais)

Professor brasileiro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leonardo Nemer Caldeira Brant foi eleito, nesta sexta-feira (4), juiz da Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda. 

O jurista vai completar o mandado do juiz também brasileiro Antônio Augusto Cançado Trindade, que faleceu em maio deste ano e ficará no cargo até 2027. A vaga é destinada aos países da América do Sul e do Caribe.

A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas e conta com 15 juízes que cumprem um mandato de nove anos.

"Essa é uma eleição que indica o seguimento do grande legado deixado pelo professor Cançado Trindade, o qual eu, com a minha personalidade e com a minha consciência, evidentemente, procurarei seguir, como jurista junto à Corte Internacional de Justiça", disse Brant, em entrevista à agência de notícias da ONU.

Além de mestre pela UFMG, Brant é professor titular e chefe do departamento de Direito Público da UFMG e fundador do Centro de Direito Internacional (Cedin) e do Anuário Brasileiro de Direito Internacional.

"Uma vitória do Brasil, que envolveu o Itamaraty e a minha atuação igualmente. Tenho a certeza que farei todo o meu possível para honrar tanto o nome do Brasil quanto o direito internacional junto ao meu trabalho à Corte Internacional de Justiça", finalizou Brant.

 

O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, recebeu nessa quarta-feira (9) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O documento acusa o presidente Jair Bolsonaro de nove crimes no âmbito da pandemia, incluindo epidemia com resultado de morte e crime contra a humanidade.

O Tribunal de Haia atua quando as cortes nacionais não conseguem ou não desejam realizar processos criminais. Sendo assim, a tramitação de ações nesse foro internacional geralmente se justifica como um último recurso, e a corte só atua se o processo não estiver sendo julgado por outro Estado.

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O TPI costuma aceitar somente o julgamento de crimes internacionais considerados muito graves, incluindo genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade. O tratado que estabeleceu o tribunal, o Estatuto de Roma, foi adotado a partir de julho de 1998 por mais de cem países, incluindo o Brasil.

Em entrevista ao Estadão durante os trabalhos da CPI da Covid, Sylvia Steiner, única juíza brasileira que já atuou na corte (2003-2016), disse acreditar que há "prova abundante" contra o chefe do Executivo. Segundo ela, ficou demonstrado pela comissão que o problema no País não foi somente de má gestão ou ignorância. "Porque má gestão e ignorância, infelizmente, não são crimes", disse. A ex-juíza assina o relatório de juristas coordenado por Miguel Reale Jr. que aponta diversos crimes cometidos por Bolsonaro na pandemia, incluindo contra a humanidade.

Desde 2019, a corte internacional recebeu três comunicações contra o chefe do Executivo. Uma delas já foi arquivada. Outra está em análise preliminar e uma terceira ainda não teve resposta.

Ex-integrantes da CPI cobram o Supremo Tribunal Federal (STF) a dar encaminhamento ao relatório. Os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), que conduziram os trabalhos do colegiado, se reuniram nesta quarta-feira com o presidente da Corte, Luiz Fux, para pedir a conversão das petições encaminhadas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em inquéritos.

Em novembro do ano passado, Aras encaminhou ao Supremo dez petições com demandas por providências em relação ao relatório da CPI. As ações, no entanto, foram prontamente classificadas como sigilosas e distribuídas a seis ministros diferentes. Desse modo, nem mesmo os senadores envolvidos na investigação puderam ter acesso aos desdobramentos do processo.

A movimentação dos senadores ocorre na semana em que a entrega do relatório ao procurador-geral da República completou cem dias. A peça foi levada pelos parlamentares ao PGR em 27 de outubro, um dia após a aprovação do relatório na CPI.

Em nota divulgada na segunda-feira (8), a Procuradoria-Geral da República negou ter engavetado as investigações sob sua responsabilidade. "Os resultados da CPI seguem o devido processo legal, com o Ministério Público atuando juntamente com cada um dos relatores, ministros do STF, cujas diligências investigativas vêm sendo realizadas, nos termos da lei", diz a nota.

A Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH) aprovou nesta quinta-feira (9) uma missão oficial aos Países Baixos, em janeiro. O objetivo é entregar o relatório final da CPI da Pandemia ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

O texto pede o indiciamento do presidente Bolsonaro por crimes contra a humanidade, que são julgados pelo TPI. A data da entrega ainda não está confirmada.   

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A missão atende a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito. De acordo com o senador, a comissão obteve provas sólidas de que as políticas oficiais do governo para enfrentar a pandemia foram implementadas com base na constante e pública negação dos riscos, com desvio e falta de repasse de fundos, falta de assistência às comunidades mais vulneráveis e atraso deliberado dos acordos para compra de vacinas. 

“É, portanto, da maior importância que o povo brasileiro esteja ciente do seguimento dado pela comissão parlamentar de inquérito à conclusão do seu relatório, não só o apresentando perante as instâncias brasileiras competentes, como também ao Tribunal Penal Internacional, para que tomem conhecimento e providências sobre a existência de crimes contra a humanidade cometidos pelo presidente Jair Messias Bolsonaro", apontou o senador.   A composição da delegação será definida por Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos. 

*Da Agência Senado

Um "tribunal popular" sem poderes jurídicos foi inaugurado nesta terça-feira (2) em Haia para buscar justiça para os jornalistas assassinados e defender a liberdade de imprensa.

As audiências de seis meses, criadas por uma coalizão de organizações de defesa da liberdade de imprensa, se concentrarão nos casos não resolvidos de três jornalistas assassinados no México, Sri Lanka e Síria.

Embora não tenha poderes jurídicos para condenar os responsáveis, o tribunal pretende sensibilizar, pressionar os governos e reunir provas por meio do que chama de "justiça de base".

Hatice Cengiz, que iria se casar com o jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi antes que fosse assassinado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, disse que testemunhou no tribunal para que o mundo não se esqueça de seu noivo assassinado.

"No passado, os jornalistas eram atacados, mas agora são o governo e os dirigentes dos governos que os atacam. Então é um ponto muito, muito importante", disse Cengiz.

A filipina Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz, e o filho da jornalista maltesa assassinada Daphne Caruana Galizia são alguns dos que testemunharão no tribunal em uma antiga igreja do século XVII em Haia.

O tribunal foi organizado pela Free Press Unlimited (FPU), pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e Repórteres sem Fronteiras e começa precisamente no Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

Examinará o assassinato em 2009 do diretor de jornal Lasantha Wickrematunge, durante o conflito separatista tamil no Sri Lanka, o assassinato em 2011 do jornalista mexicano Miguel Ángel López Velasco junto à sua esposa e filho, e o de Nabil Al-Sharbaji, que morreu em um centro de detenção sírio em 2015.

Mais de 1.400 jornalistas foram assassinados no mundo desde 1992 e oito em cada dez casos os assassinos ficaram livres, segundo o CPJ.

O tribunal pretende demonstrar que é possível encontrar novas provas nos assassinatos de jornalistas, inclusive quando os Estados não podem ou não querem, disse o diretor da FPU, Leon Willems.

A oposição no Senado pretende concluir o relatório-final da CPI da Covid em novembro e encaminhar uma nova denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, nos Países Baixos. A abertura de investigações de crimes contra a humanidade e de guerra cometidos pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, e por tropas britânicas e norte-americanas no Afeganistão aumentam a possibilidade de um inquérito contra o brasileiro.

O Tribunal de Haia costuma aceitar julgamentos de crimes graves como genocídio e atua quando as cortes nacionais não iniciam processos criminais por desinteresse ou incapacidade. O Brasil é um dos países que assinou o tratado do Estatuto de Roma de 1998. O país de Duterte também estava incluso, mas abandonou o acordo em 2018.

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Duas decisões do TPI contra o filipino reforçam o objetivo dos senadores brasileiros. A recente autorização da corte para investigar crimes contra a humanidade cometidos por Duterte dão esperança aos integrantes da CPI. O presidente asiático é acusado de liberar o extermínio de usuários de drogas e suspeitos de tráfico no país. Durante a campanha presidencial de 2019, ele prometeu matar 100 mil pessoas envolvidas com entorpecentes. 

Desde o primeiro ano de Governo, Bolsonaro já foi denunciado à corte internacional em três oportunidades. Uma delas foi arquivada, outra segue em análise e a terceira sequer foi respondida, apurou o Estadão.

Para não tomar o mesmo destino das demais, a nova denúncia é avaliada pelos senadores da CPI, que se reuniram com juristas especializados em Direito Internacional e Sanitário nas últimas semanas. A ex-juíza do TPI, Sylvia Steiner, única brasileira a participar da corte entre 2003 e 2016, assina o relatório de juristas que apontam sete crimes cometidos por Bolsonaro na pandemia. O presidente é acusado pelo grupo de crimes contra a humanidade e contra indígenas por falta de políticas sanitárias.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) vai apresentar, nesta segunda-feira (9), uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia. O texto denuncia o mandatário por genocídio e considera a morte de 1.162 indígenas de 163 povos durante a pandemia de Covid-19.

Além disso, também são tratadas ações e omissões na gestão do meio ambiente, levando em conta o desmonte das estruturas públicas de proteção socioambiental e a entrega de terras indígenas ao agronegócio e aos madeireiros, desmatamento e incêndios nos biomas. Segundo o documento, obtido pelo jornal O Globo, depoimentos “provam a existência de uma política anti-indígena”.

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Bolsonaro pode ser ainda enquadrado no crime de ecocídio, uma nova tipificação de crime contra a humanidade e o meio ambiente. Nas páginas da denúncia, é feito um balanço de todas as vezes que, de acordo com a Apib, o presidente atentou ou causou danos diretos aos índios por decisões políticas e articulações fora do Congresso. As lideranças reuniram depoimentos e exemplos de incentivos explícitos do governo federal a invasões, ataques, garimpo e mineração em terras indígenas.

Após a apresentação da denúncia, o trâmite do processo se dá na Procuradoria do tribunal internacional, que vai analisar se abre ou não investigação contra Bolsonaro. Segundo o Estatuto de Roma, tratado que estabeleceu a criação do Tribunal Penal Internacional, os condenados por acusações semelhantes podem sofrer medidas cautelares e até prisões preventivas.

“São fatos e depoimentos que comprovam o planejamento e a execução de uma política anti-indígena explícita, sistemática e intencional encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, desde 1º de janeiro de 2019, primeiro dia de seu mandato presidencial”, diz o documento.

A Apib menciona que a inexistência de uma política de demarcação de terras indígenas é mais um indício do descaso de Bolsonaro. O Tribunal Penal Internacional deve agora verificar se aquele estado ou agente de estado denunciado promove uma política direcionada contra um determinado grupo étnico

Revisora da ação apresentada pela Apib, a advogada Eloísa Machado, do Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu), afirma que a denúncia tem elementos para defender o argumento de prática de crime de genocídio. Em 2019, a entidade já havia representado contra Bolsonaro junto à Comissão Arns, voltada para a defesa dos direitos humanos.

Dezenas de sindicatos de profissionais da saúde protocolaram, nesse domingo (26), uma denúncia coletiva contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda, por genocídio. No documento, a coalizão sindical, representando mais de um milhão de trabalhadores, alega que a omissão diante da crise do novo coronavírus caracteriza um crime contra a humanidade.

"A materialidade dos crimes cometidos está devidamente confirmada, vez que se denota do exposto que as ações e omissões do senhor presidente da República afetam, de forma grave, a saúde física e mental da população, colocando-a em situação de risco a um vírus de alta letalidade e com capacidade de disseminação incontrolada com risco de morte ou sequelas irreversíveis", diz trecho do documento. "Esse comportamento irresponsável e afrontoso às orientações das autoridades internacionais de saúde, com a exposição de milhões de pessoas é crime contra a humanidade."

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Feita pela Rede Sindical Brasileira UNISaúde, a denúncia é assinada também por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de duas entidades internacionais, a Internacional dos Serviços Públicos e a UNI Global Union.

O presidente já foi acusado outras três vezes no tribunal desde o início de seu mandato. Uma vez apresentadas, as denúncias são apreciadas pela procuradoria do TPI, que verifica se elas se inserem na jurisdição da Corte e se estão lastreadas em fatos que justifiquem a abertura de uma investigação.

Um grupo de advogados e militantes de direitos humanos apresentou em novembro do ano passado acusação por "incitação a genocídio indígena". A ação apresentada neste domingo também classifica como genocídio "as ações e omissões do poder público no combate à doença nessas comunidades".

Já a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) em abril deste ano, e o PDT, em outra denúncia, também acusaram de crime contra a humanidade ao incentivar ações que aumentam o risco de proliferação do novo coronavírus.

Marcio Monzane, secretário regional da UNI America, diz que a nova ação se justifica porque "o presidente mandou um exército, os profissionais da saúde, para a guerra sem as ferramentas necessárias". A UNI Américas é um braço regional da UNI Global Union, federação internacional sindical com representação no setor de serviços em 150 países. É a primeira vez que a entidade denuncia um chefe de Estado no Tribunal Penal Internacional.

Segundo a UniSaúde, há quatro meses sindicatos brasileiros exigem uma resposta mais contundente, como o fornecimento de equipamentos de proteção, testes e insumos para os profissionais. Feitas por diferentes canais ao Planalto, não houve resposta, diz a entidade. Desde abril, profissionais da saúde fazem protestos pelo Brasil por melhores condições de tratamento.

"Entendemos que buscar a Corte Penal Internacional é uma medida drástica, mas os brasileiros estão enfrentando uma situação extremamente difícil e perigosa criada pelas decisões deliberadas de Bolsonaro", complementou Marcio Monzane.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Covid-19 pode ser considerada doença ocupacional. Segundo o Ministério da Saúde, já são mais de 96 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem com a doença. O número de óbitos entre esses profissionais chega a quase 300, segundo o Conselho Federal de Enfermagem.

Outro lado

Procurada, a Advocacia-Geral da União disse que irá se manifestar após intimação.

Um homem esfaqueou e deixou diversas pessoas feridas em Haia, na Holanda, nesta sexta-feira, 29, em uma das principais ruas comerciais da cidade, segundo a polícia local. A dinâmica dos fatos ainda é desconhecida, mas o ataque ocorreu em plena Black Friday, em um momento de grande movimentação na região.

"Incidente com arma branca e vários feridos no GroteMarktstraat em Haia. Os serviços de emergência estão no local dos acontecimentos", informou a polícia da cidade pelo Twitter. O local está repleto de ambulâncias, e a área foi completamente isolada.

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A corporação também afirmou que o suspeito é um indivíduo de "pele escura" e idade entre 45 e 50 anos. Ele estaria usando um cachecol e calça cinza.

Ainda nesta sexta-feira mais cedo, em Londres, duas pessoas foram mortas e várias ficaram feridas por um esfaqueador na Ponte de Londres antes de ele ser contido pelos que passam no local e, depois, morto pela polícia. Não há nenhuma ligação aparente entre os casos até o momento. (Com agências internacionais)

Dezenas de milhares de pessoas se armaram de coragem neste domingo (1º) para mergulhar nas águas geladas do mar do Norte, na costa holandesa, para festejar a chegada de 2017.

Em Scheveningen, próximo a Haia, onde é organizado o "maior mergulho de Ano Novo no mundo", pelo menos 10 mil banhistas, com toucas de banho laranjas - a cor do país - se lançaram ao mar ao meio-dia em busca de ondas revigorantes e cantando gritos de guerra, para em seguida saírem da água, a uma temperatura de 7º C, em meio à névoa e ao frio da maresia.

"É uma maneira fresca de começar o ano!", afirma Mary Adriaensen, de 35 anos, originária de Arnhem, no leste do país, que junto com três amigas viveu esta experiência pela primeira vez.

Alguns minutos antes do grande mergulho gelado, turistas asiáticos tiravam fotos de grupo imortalizando cada momento. Mais afastada, uma Mamãe Noel sexagenária, calçando sapatilhas de natação, dançava ao som de músicas populares holandesas que tocavam na praia.

"É divertido e louco", afirmam Anneta Sylwia e Maviusz Kvnysztof, de 37 e 35 anos. Há quatro anos elas viajam da Alemanha para lá, junto com seus filhos e amigos, para começar o ano de maneira glacial.

Jovens fantasiados de gorilas ou bananas eram vistos fazendo exercícios de aquecimento na areia antes de entrar na água, às 11H53, sete minutos antes do momento do mergulho. Os organizadores afirmaram que a temperatura da água de 7º C "não era excepcionalmente fria, mas normal".

Esta é 57ª edição do grande mergulho, que no total já teve 52 mil participantes em 142 locais da Holanda, assim como em outros 22 lugares no mundo - da ilha de Curaçao à Austrália, passando pela Gâmbia.

A cidade holandesa de Haia decidiu processar a Niantic, empresa americana que criou o jogo Pokémon Go, depois de não receber respostas a seus pedidos para regulamentar os jogadores em uma praia protegida.

"O município quer proibir os pequenos monstros virtuais nas áreas naturais protegidas e nas ruas entre 23H00 e 7H00", afirma um comunicado. Desde agosto, centenas de jogadores se encontram diariamente na praia de Kijkduin, na região de Haia: eles afirmam que o local atrai os pokémons mais procurados.

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O princípio do Pokémon Go é capturar, com um smartphone, as criaturas virtuais escondidas no mundo real, observadas pela tela do aparelho.

Os moradores da pequena e tranquila cidade balneária holandesa reclamam do barulho e do lixo deixado pelos caçadores de monstros virtuais. O município está preocupado com os danos provocados pelos jogadores Às dunas e outros locais protegidos.

Na ação, os advogados afirmam que a cidade tentou entrar em contato com a Niantic desde agosto, mas sem sucesso. "Não resta outra opção que recorrer à via judicial, para que limitem o ruído e os danos aos locais protegidos", afirma o texto.

Nas últimas atualizações do jogo desapareceram do aplicativo os memoriais de Hiroshima ou do Holocausto, por exemplo. Na Polônia, o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, hoje um museu, também fez uma solicitação para não aparecer no aplicativo.

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Os líderes do G7, grupo que reúne os países mais poderosos do mundo, se reuniram para a cúpula sobre segurança nuclear em Haia, na Holanda. A pedido do presidente norte-americano, Barack Obama, o grupo discute a exclusão da Rússia do G8.

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Sergey Viktorovich Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que esssa decisão não seria um problema. ''Não vai ser uma grande tragédia. Vamos esperar para ver o que acontece '' disse Sergey.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) traçou nesta segunda-feira (27) uma nova fronteira marítima entre o Peru e o Chile. O tribunal subordinado à Organização das Nações Unidas (ONU) concedeu ao Peru parte da disputada região do Oceano Pacífico, mas deixou com o Chile a rica região pesqueira da costa.

A demarcação decidida hoje pela CIJ, também conhecida como Corte Mundial, põe fim a décadas de discussões em relação a como dividir uma das regiões pesqueiras mais ricas do mundo entre os dois vizinhos sul-americanos.

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As decisões da CIJ são inapeláveis e o cumprimento é obrigatório pelos dois países. Os governos peruano e chileno já anteciparam que acatariam a decisão, fosse ela qual fosse. O historiador e colunista peruano Nelson Manrique qualificou a decisão como "inteligente", que "não satisfaz nenhuma das partes, mas também não vai levar ninguém à guerra".

A disputada região de fronteira marítima abrangia uma área de 38 mil quilômetros quadrados de oceano em uma faixa que se estende até o limite da plataforma continental de cada um dos países. Essa região inclui uma das regiões pesqueiras mais ricas do mundo. A pesca anual nessa área é calculada em US$ 200 milhões pela indústria pesqueira peruana. A maior parte desse pescado é uma espécie de anchova utilizada na fabricação de farinha de peixe, usada como alimento animal e fertilizantes. Peru e Chile, nesta ordem, são os maiores exportadores mundiais de farinha de peixe.

Além da questão econômica, o que estava em jogo para muitos era o orgulho nacional. O Chile capturou as três províncias do extremo norte de seu atual território durante a Guerra do Pacífico, travada entre 1879 e 1883. Como resultado, o Peru perdeu dois territórios e a Bolívia ficou sem saída para o mar. Fonte: Associated Press.

Um dos líderes das forças servo-bósnias durante a Guerra da Bósnia, Radovan Karadzic, disse para o tribunal das Nações Unidas em Haia que deveria ser congratulado em vez de punido por seu papel no conflito. "Eu deveria ser recompensado por todas as coisas boas que fiz, pois tentei de tudo para evitar a guerra e reduzir o sofrimento", disse ele nesta terça-feira para defender-se das acusações de genocídio.

Preso em 2008, Karadzic, de 67 anos, é notório por comandar o massacre de quase 8 mil muçulmanos em Srebrenica, em julho de 1995. Essa foi a pior atrocidade em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Soldados servo-bósnios sob o comando do general Ratko Mladic expulsaram as tropas de paz da ONU e sistematicamente mataram homem e meninos muçulmanos por dias.

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Apesar de não negar que ocorreram assassinatos, Karadzic sempre questionou o tamanho do massacre e afirma que não sabia das execuções. "Eu sou um homem tranquilo, tolerante, com grande capacidade de compreender os outros", disse ele no início de seu julgamento. As informações são da Dow Jones.

O ex-chefe militar servo-bósnio Ratko Mladic foi hospitalizado nesta quinta-feira após reclamar que não estava se sentindo bem durante seu julgamento, por acusação de genocídio, em Haia. Ele foi examinado por uma enfermeira do tribunal após sentir-se mal e enviado para um hospital "como medida de precaução", disse a porta-voz do tribunal de crimes de guerra da Iugoslávia, Nerma Jelacic.

O julgamento de Mladic por 11 acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, foi adiado por um dia e deve seguir nesta sexta-feira. As primeiras testemunhas começaram nesta semana a fazer seus relatos contra o ex-general de 70 anos, que nega ter cometido os crimes.

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Mladic já havia reclamado de sua saúde e sofreu dois acidentes vasculares cerebrais durante os 16 anos em que permaneceu em fuga, mas parecia saudável e alerta no tribunal durante esta semana.

Seu advogado, Branko Lukic, não atendeu os pedidos para falar sobre o assunto. Desde sua detenção na Sérvia, no ano passado, Mladic passou por uma cirurgia de hérnia e tem recebido tratamento para outras doenças, dentre elas pedras nos rins e pneumonia.

Os promotores haviam sugerido julgar Mladic primeiro pelo massacre de Srebrenica, de 1995, pelo qual ele é acusado de genocídio no assassinato de 8 mil muçulmanos bósnios, antes de iniciarem um julgamento separado pelas acusações de ter planejado outras atrocidades sérvias em toda a Bósnia durante a guerra, que durou entre 1992 e 1995, e deixou 100 mil mortos.

O tribunal já registrou experiências ruins com réus doentes. O ex-presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, morreu de ataque cardíaco em sua cela em 2006, forçando o fim prematuro do caso de genocídio contra ele. O julgamento de Milosevic se arrastava havia quase quatro anos, em parte por causa de seus problemas de saúde. As informações são da Associated Press.

Dezenas de fazendeiros holandeses receberam ordem do governo nesta quinta-feira para deixarem suas terras ao norte da capital da Holanda, por causa do risco cada vez maior que um dique arrebente e inunde a região inteira. O prefeito local, Ben Plandsoen, disse que a região poderá ficar alagada com pelo menos 40 centímetros de água se o dique quebrar.

"O dique está saturado. Não sabemos se ele aguenta mais pressão", disse Plandsoen. A Holanda, país densamente povoado, com 17 milhões de habitantes, tem 25% das suas terras abaixo do nível do mar. Nos últimos dias, o país foi atingido por chuvas contínuas. As águas encheram os diques e canais de drenagem e valas de contenção não conseguem devolver água de volta para o mar.

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O Ministério da Defesa afirmou que pelo menos 50 soldados estão em alerta, com botes infláveis, caminhões e ambulâncias, para o caso de uma retirada mais ampla de moradores ser necessária no norte do país. Mais cedo nesta quinta-feira, as autoridades bombearam milhões de galões de água para o Mar do Norte, o que reduziu um pouco o nível dos canais de drenagem.

As informações são da Associated Press.

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