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O jornalista e professor Thiago Barros, docente do curso de Comunicação Social da UNAMA – Universidade da Amazônia, lança nesta terça-feira (7), às 19h30, o livro "Coração da Amazônia, território em disputa: movimento indígena e representação política em campanha contra hidrelétricas". O trabalho será apresentado no evento de abertura de semestre do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da UNAMA, no auditório D200, na UNAMA Alcindo Cacela.

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Doutor em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC/UNAMA, 2021), mestre em Planejamento do Desenvolvimento do Trópico Úmido - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA, 2011), Thiago Barros se divide entre a redação do jornal O Liberal, em Belém, onde atua como editor, e a academia. Pesquisador, integra o Grupo de Pesquisa Comunicação e Política na Amazônia (Compoa - UFPA/CNPq) e recebeu a medalha Margarida Kuncsh pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), em 2007.

Thiago faz parte do corpo docente do PPGCLC e já integrou o grupo de professores orientadores do projeto LeiaJá na Universidade da Amazônia. Tem experiência interdisciplinar em comunicação, política, políticas públicas e desenvolvimento sustentável e trabalha na linha de pesquisa sobre representação política, desenvolvimento sustentável e processos midiáticos.

Da Redação do LeiaJá Pará.

A comunidade ribeirinha que vive às margens do Rio São Francisco em Sergipe e em Alagoas está em alerta. Isso porque o volume de água das comportas de usinas hidroelétricas da região vai aumentar a vazão gradativamente até a próxima semana, quando deve atingir 4 mil metros cúbicos por segundo (m³/s) – cerca de oito vezes a medida considerada normal.

O alerta foi emitido pelos governos dos dois estados, por causa das chuvas acima da média nas últimas semanas na Região Sudeste, que aumentaram os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Três Marias e Sobradinho, no estado de Minas Gerais. Isso provocou a cheia na bacia do Rio São Francisco. Sobradinho, inclusive, está próxima de atingir a capacidade máxima de acumulação para o período.

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A população de mais de 20 municípios sergipanos e alagoanos deve desocupar as casas que ficam em áreas ribeirinhas da calha principal do rio. As criações de animais também devem ser transferidas para locais seguros.

Equipes estaduais de Defesa Civil participam da remoção de famílias e seguem vistoriando o curso do rio São Francisco, dando suporte para as Prefeituras.

De acordo com o Superintendente da Defesa Civil de Sergipe, Luciano Santos Queiroz, o cenário deve repetir a mesma situação já registrada no ano passado, quando o comércio, turismo e bares instalados nos leitos do rio foram os mais afetados.

"Diante dessa situação e do espelho do que ocorreu no ano passado, esses bares foram informados de novo sobre essa situação e eles agora entendem e compreendem que seu comércio será atingido e vão fazer, preventivamente, a retirada do material para não haver dano."

Nessa quarta-feira (11), a Defesa Civil Nacional já havia reconhecido a situação de emergência em 45 municípios baianos, atingidos pelas fortes chuvas desde o mês passado.

O presidente reeleito da França, Emmanuel Macron, foi intimado pelo juiz do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, Mirko Vincenzo Giannotte, a explicar sobre os possíveis impactos ambientais causados por uma usina hidrelétrica em Sinop. O magistrado foi um dos indicados a assumir a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) que foi ocupada por André Mendonça.

A denúncia contra a empresa Électricité de France (EDF) foi feita por uma cooperativa de empresários da agropecuária e outras organizações. A ação civil pública sugere que a empresa com 51% de capital do governo francês esteja negligenciando a prevenção a incêndios na região. O juiz também determinou uma inspeção judicial na usina.

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Carta rogatória

“É de conhecimento nacional que o Presidente da França, monsieur Emmanuel Macron, defensor do meio ambiente e que tanto palpita nas questões ambientais no Governo Brasileiro, tecendo inúmeras críticas sobre a proteção do meio ambiente no nosso País, relacionando, inclusive, recentemente, a grande produção de soja brasileira ao desmatamento da floresta amazônica, tenha, portanto, conhecimento da atuação da Requerida em solo Brasileiro, razão pela qual ordeno a expedição de carta rogatória à França, a fim de que o exmo. presidente se manifeste sobre a atuação da Companhia Energética Sinop (CES) na usina hidrelétrica de Sinop no que toca às questões ambientais, em especial sobre os mencionados impactos ambientais que vêm sendo causados no Brasil”, ordenou Giannotte no documento publicado pelo Metrópoles.

Contracheque de R$ 500 mil

Com posições polêmicas, o juiz foi criticado por receber um contracheque mensal de mais de 500 mil, em agosto de 2017. Na ocasião, ele não mostrou incômodo quanto à repercussão e disse: "não estou nem aí”, em entrevista à Veja.

O valor divulgado no Portal da Transparência incluía indenizações, verbas atrasadas e gratificações, além de auxílio oferecido ao Judiciário.

Sinop Energia enviou ao LeiaJá uma nota oficial se posicionando sobre o caso.

Confira a nota na íntegra:

A Sinop Energia reforça que segue rigorosamente a legislação brasileira e cumpriu todas as exigências do licenciamento ambiental aprovado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso (MT) para a construção e operação da Usina Hidrelétrica Sinop.  A empresa esclarece que possui um plano de contingência de incêndios florestais elaborado por especialistas, onde estão previstas diversas medidas de controle e monitoramento de focos de incêndio, entre elas: monitoramento por engenheiros florestais da Sinop Energia, com auxílio da ferramenta do INPE e de satélite, bem como elaboração de relatórios gerenciais diários; brigada de incêndio devidamente treinada para atuar em caso de ocorrência; realização de inspeções no entorno do reservatório via terrestre, pelo lago ou com uso de drone para detectar focos; programa de comunicação para população vizinha ao reservatório com informações de conscientização sobre riscos de incêndio e divulgação de canal de comunicação para com a companhia para denúncias, entre outras atividades.  A Sinop Energia reafirma seu compromisso com as melhores práticas e com a preservação do meio ambiente.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) impôs uma dura derrota à mineradora Vale e decidiu que a companhia terá que devolver cada centavo que tem recebido mensalmente, desde 2015, por uma hidrelétrica de sua propriedade que não entrega energia há seis anos.

A Vale já recebeu mais de R$ 500 milhões desde novembro de 2015, por uma geração de energia que deixou de entregar naquele ano, a partir das turbinas de sua hidrelétrica Risoleta Neves, na região de Mariana (MG), porque a usina foi destruída pela lama da tragédia da Samarco, que tem a própria Vale como sócia.

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Nesta quarta-feira, 6, porém, o colegiado de 15 ministros do STJ decidiu, por unanimidade, que a companhia não tinha direito de receber os pagamentos, que vinham sendo feitos pelas demais hidrelétricas do País e os consumidores de energia.

Com a decisão, prevaleceu o pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que já havia solicitado, em 2016, a paralisação dos pagamentos, mas viu seu pleito parar na Justiça, porque a Vale insistia em continuar a receber os recursos. A hidrelétrica Risoleta Neves pertence ao consórcio Candonga, do qual a Vale é dona de 77,5% e a Cemig, de 22,5%.

Em maio deste ano, após essa situação ser denunciada em reportagem pelo Estadão, a Vale se reuniu com representantes da Aneel e da Câmara dos Deputados. A empresa, que tinha sido convocada para prestar esclarecimentos sobre o assunto no Congresso, conseguiu suspender a audiência pública, sob o argumento de que iria desistir do processo judicial. Além disso, a empresa se dispôs a devolver todo o montante recebido. O acordo chegou a ser celebrado pelo diretor-geral da Aneel, André Pepitone, que participou do encontro com a empresa. "Tratamos de uma proposta de acordo formulada pela Vale no processo judicial. A Aneel vê isso com entusiasmo, pois conseguimos eliminar mais uma judicialização no setor", disse Pepitone à reportagem, na ocasião.

A empresa, porém, não abriu mão do processo e seguiu na disputa judicial para continuar a ter direito de manter a usina em um mecanismo do setor elétrico - bancado pelo consumidor de energia - que é acionado apenas em situações em que há problemas com escassez hídrica. Hoje, a Vale foi derrotada.

O presidente do STJ, ministro Humberto Martins, relator do caso e que chegou a rejeitar o pedido da Aneel em outubro de 2020, hoje mudou de ideia. "Reavaliando a situação em julgamento, verifica-se que a manutenção da usina como integrante do MRE (Mecanismo de Realocação de Energia, que centralizada os pagamentos à empresa) causa, na verdade, grave dano à ordem administrativa e econômica", disse. "A usina Risoleta Neves vem sendo mantida artificialmente, recebendo valores de compensação financeira mesmo sem gerar energia há mais de cinco anos."

A Advocacia-Geral da União (AGU) já havia se manifestado no processo como assistente da Aneel, apontando "grave lesão à ordem econômica, jurídica e institucional, concernente ao setor elétrico brasileiro".

Em seu voto proferido nesta quarta, Martins lembrou o fato de que a Vale é sócia da Samarco, empresa que causou um dos maiores desastres ambientais da história, responsável por inviabilizar as operações da hidrelétrica. A usina ficava no caminho da barragem do Fundão, que rompeu e causou a morte de 19 pessoas, com o lançamento de milhares de toneladas de rejeito de minério de ferro sobre a floresta e o Rio Doce. A lama varreu 40 municípios, até chegar ao Atlântico, no litoral do Espírito Santo.

"Nesse sentido, todo o prejuízo econômico suportado pelos consumidores cativos de energia elétrica resulta em benefício para a mesma empresa, que seria a causadora do desastre ambiental", disse Martins. "Assim, a manutenção da decisão judicial que afastou o ato da Aneel e manteve a usina Risoleta Neves no MRE causa grave distorção do quadro regulatório, impondo prejuízo econômico aos consumidores, e beneficiando indiretamente a mesma empresa causadora dos danos ambientais."

Procurada pela reportagem, a Vale declarou que, "como integrante do Consórcio Candonga, a Vale vai avaliar os termos da decisão (ainda não publicada)". Segundo a empresa, independentemente do resultado da ação, "a Vale já apresentou proposta à Aneel para neutralizar os efeitos financeiros da aplicação do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE)". No dia 10 de setembro, dois dias após reportagem do Estadão informar que a companhia tinha decidido manter o processo judicial, a Vale declarou, por meio de nota, que apresentou proposta à Aneel sobre caso envolvendo a usina hidrelétrica Risoleta Neves que prevê o pagamento de todos os valores decorrentes da paralisação da unidade.

A mineradora disse que os pagamentos, que incluirão período 5 de novembro de 2015 até dezembro de 2022, ocorrerão independentemente do resultado da ação movida pelo Consórcio Candonga contra a Aneel. "Os valores retroativos, já repassados à usina, serão corrigidos, estimados em cerca de 781 milhões de reais, e pagos na contabilização do primeiro mês posterior à data de início de vigência do Termo de Compromisso", informou a Vale.

A empresa declarou, na ocasião, que o prazo de dezembro de 2022 foi estipulado devido à expectativa de retorno de operação da usina Risoleta Neves, que passa por obras de recuperação realizadas pela Samarco, joint venture da própria Vale com a BHP.

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A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no Pará, vai operar com potência total de 11.223MW (MegaWatts). A inauguração da última turbina contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do governador do Pará, Helder Barbalho.

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Localizada na região do rio Xingu, Belo Monte foi iniciada em 2011, pelo consórcio da Norte Energia, com um custo de aproximadamente R$ 42 bilhões, e agora se torna a maior hidrelétrica nacional. Vai oferecer energia para 10% da população do país.

O governador Helder Barbalho falou sobre a capacidade e qualidade energética dos rios do Pará, que possuem duas grandes usinas em funcionamento, mas também criticou os custos da energia na região. “O Brasil precisa discutir. Um estado que produz energia, que alimenta o Brasil, mas o mesmo Estado que tem Belo Monte e Tucuruí, as duas maiores (hidrelétricas) do País, que produz energia e exporta, hoje é a terceira conta de energia mais cara do Brasil, fazendo com que o povo paraense sofra”, disse, pedindo apoio para rever o modelo de custo menor aos paraenses.

O ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque, elogiou a obra. “A conclusão desta obra idealizada na década de 70 é um marco histórico no país e é uma conquista da sociedade brasileira”, falou. Também respondeu aos questionamentos de Helder. “O governo Bolsonaro está atento a esse problema (alto custo de energia no Pará) e que está buscando junto ao Congresso Nacional resultados que o Pará e o Brasil esperam” disse. 

O presidente Jair Bolsonaro não discursou e não quis falar com a imprensa.

Apesar das conquistas da Usina de Belo Monte, outras instituições criticam a empreitada e seus problemas socioambientais que atingiram índios, ribeirinhos e biodiversidade. O Instituto Socioambiental critica as ações de extinção do comitê gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), afirmando que tal medida afeta mais ainda a vida dos povos ribeirinhos. No dia 19 de novembro o instituto lançou uma nota contra a Norte Energia e seus empreendimentos na região, afirmando que a soberania da Norte Energia é um ecocídio e genocídio praticado na região.

Da Redação do LeiaJá Pará (com reportagem de Filipe Bispo).

Realizados em Brasília, de 17 a 23 de março, o VIII Fórum Mundial da Água e o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) vão tratar das obras da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará. O segundo é promovido pelo Ministério Público Brasileiro e a Universidade de Brasília (UNB), e aborda o risco socioambiental da construção de barragens e a água como Direito Humano. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal, a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), em parceria com outras entidades, organizaram a programação que discute os impactos das hidrelétricas no ecossistema brasileiro.

No dia 17, houve a abertura da Assembleia Popular das Águas, com a participação da procuradora-geral da República e presidente do CNMP, Raquel Dodge; do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin; e da procuradora Federal dos Direitos dos Cidadãos, Deborah Macedo Duprat. Aina no sábado, ocorreu o “Ciclo de Debates I – Barragens e Risco Socioambiental”, realizado em três painéis: “Barcarena – Caso Mineradora Hydro”, “Mariana – Caso Samarco” e “Altamira – Caso Belo Monte e Caso Onça Puma”. Esse último contou com a participação do procurador do Ministério Público do Trabalho no Pará, Allan Bruno, que explanou sobre os impactos da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

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Allan falou sobre o reflexo do uso da água do Rio Xingu na geração de energia na região, especialmente no universo do trabalho de barragistas e ribeirinhos, assim como na formação de bolsões de miséria na região, que deixam inúmeros trabalhadores vulneráveis ao aliciamento para postos de trabalho indignos (trabalho escravo contemporâneo e trabalho infantil). O procurador também esteve presente no estande virtual da Procuradoria Geral da República no Fórum Mundial da Água, onde apresentou a exposição digital “Água, barragens e trabalho humano”, com fotos de sua autoria que retratam as condições laborais dos trabalhadores barragistas durante a construção de Belo Monte. Ainda nesta semana, o MPT também participará dos debates do Processo Político do Fórum Mundial.

Pela primeira vez no Hemisfério Sul, o 8º Fórum Mundial da Água começou no fim de semana, em Brasília, reunindo representantes de mais de 150 países. São mais de 200 atividades e sessões de debates. O Fórum conta, ainda, com feiras de negócios, exposições e diversas atividades culturais, que acontecem na Vila Cidadã. A área foi projetada para funcionar em uma área de dez mil metros quadrados, no Estádio Nacional de Brasília. Estão programadas ainda, seções de cinema ao ar livre. Segundo os organizadores do Fórum, a expectativa é a de que 40 mil pessoas visitem a Vila Cidadã, durante os seis dias do evento.

Com informações da assessoria do MPT e da EBC.

A produção de energia da usina hidrelétrica de Itaipu voltou a cair em 2017, depois de ter atingido o seu pico histórico no ano anterior. Foram gerados 96,3 milhões de megawatts-hora (Mwh) neste ano, queda de 6,6% em relação ao recorde de 2016, de 103,1 milhões de Mwh.

Apesar da retração, o desempenho de 2017 foi o quarto maior da história da usina, que tem 33 anos e sete meses de operação. Segundo a empresa, o resultado é equivalente ao que se costuma registrar em anos de condições hidrológicas favoráveis. A produção seria capaz de atender o consumo do Brasil por 72 dias ou o da cidade de São Paulo por três anos e três meses.

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Além disso, o ano termina com dezembro registrando o desempenho mensal mais alto da história da usina. Com a ajuda de chuvas localizadas nos últimos meses e das que caíram nos últimos dias ao longo da Bacia do Rio Paraná, o último mês de 2017 produziu 9,2 milhões de Mwh e superou o desempenho de julho de 2012, que até então era o dono da maior marca, com 9,1 milhões de Mwh.

A usina binacional também contribuiu para diminuir a utilização das termoelétricas. Com isso, a partir de janeiro a bandeira tarifária do setor elétrico deixa de ser a vermelha nível 1, que cobra R$ 3 a mais por cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos, e passa a ser verde, sem o custo adicional para o consumidor.

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) que cancele em definitivo o licenciamento da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, projetada para o médio curso do rio. A obra, na região de Itaituba, no Pará, alagaria três aldeias indígenas do povo Munduruku, na Terra Indígena Sawré Muybu.

A publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Demilitação (RCID) em abril deste ano fez com que a terra indígena fosse reconhecida, o que não havia acontecido antes por pressões do setor elétrico. Sendo assim, a usina é considerada oficialmente inconstitucional pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A Constituição de 1988 proíbe a remoção de povos indígenas das terras as quais pertencem.

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“Cabe ao Ibama o cancelamento do processo de licenciamento ambiental da usina São Luiz do Tapajós, em função de inconstitucionalidade do projeto ante a necessidade de remoção forçada de povos indígenas, nos termos do artigo 231 da Constituição Federal”, diz a recomendação assinada pelo procurador da República Camões Boaventura.

O Ibama pediu um prazo maior para responder ao MPF, alegando que recebeu manifestação da Eletrobrás (Centrais Elétricas do Brasil S.A), que tenta refutar o entendimento da Funai. A manifestação da Eletrobrás se utiliza do chamado “marco temporal”, uma teoria que busca garantir a posse dos territórios indígenas a partir de um ponto determinado da história, a promulgação da Constituição de 1988.

Mas, para o MPF, “o Ibama está legalmente compelido a reconhecer a existência formal da Terra Indígena Sawré Muybu e, consequentemente, considerar todas as repercussões constitucionais, a começar pela vedação à remoção compulsória dos indígenas”. O documento aponta “equívoco e má-fé das argumentações da Eletrobrás”.

História - Estudos dos arqueólogos Bruna Cigaran Rocha e Vinicius Honorato de Oliveira apontam que a ocupação do médio Tapajós pelos Munduruku é muito anterior ao século XX, o que mostra que, historicamente, essa terra pertence a esse povo indígena, defende o MPF. “O documento que a Funai publicou deixa claro que o médio Tapajós foi território dos Munduruku em diferentes períodos da história e que Sawré Muybu é território de ocupação e de uso tradicional dos Munduruku ao menos desde a década de 1970 em diante”, afirma a recomendação. 

Com informações do MPF.

A Usina Hidrelétrica Belo Monte já está gerando comercialmente mais energia do que grandes hidrelétricas brasileiras em funcionamento. A segunda unidade geradora da Casa de Força Principal, no Sítio Belo Monte, está integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e a geração comercial nessa máquina foi autorizada no dia 17 de julho pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). São mais 611,11 MW somados às três unidades em geração comercial. Com isso, Belo Monte e Pimental, juntas, alcançam aproximadamente 1.300 MW de energia gerada para o Brasil, com capacidade superior, por exemplo, à da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, com capacidade instalada de 1.050 MW. As informações são da assessoria do consórcio Norte Energia.

Os primeiros testes na segunda turbina do Sítio Belo Monte, a maior casa de força do empreendimento, foram iniciados no dia 19 de junho, com a aferição dinâmica para observar e ajustar o funcionamento da máquina. Agora já são quatro turbinas de Belo Monte gerando comercialmente, sendo duas no Sítio Belo Monte e outras duas, no Sítio Pimental.

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Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233,1 MW, dos quais 11.000 MW serão gerados na Casa de Força Principal e o restante na Casa de Força Complementar, no Sítio Pimental. A usina estará em pleno funcionamento em 2019. A quarta maior hidrelétrica do mundo e a maior hidrelétrica 100% nacional gerará energia suficiente para abastecer um consumo médio de 60 milhões de pessoas, em 17 Estados.

A Justiça Federal condenou a empresa Norte Energia, que constrói e opera a Hidrelétrica de Belo Monte, na região do Xingu (PA), a pagar R$ 15 milhões a título de danos morais causados pelo empreendimento às populações dos municípios de Altamira, Vitória do Xingu (incluindo Belo Monte) e Anapu. A usina entrou em operação em abril deste ano, quando a casa de força principal passou a gerar 611 MW.

Na sentença, proferida nesta quarta-feira (8), o juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, da 9ª Vara, especializada no julgamento de ações de natureza ambiental, também condenou a empresa a pagar R$ 3 milhões por descumprimento parcial de liminar anterior, que determinava algumas medidas para proteger as populações diretamente atingidas.

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A 9ª Vara também ordenou à Norte Energia que conclua todas as obras de reformas e adequações referentes ao saneamento básico (esgotamento sanitário, abastecimento de água, aterro sanitário, remediação do lixão e drenagem urbana) nos municípios de Altamira, Vitória do Xingu e Anapu, conforme exige licença de instalação expedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Da sentença ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

As condenações foram impostas pelo magistrado ao apreciar ação que Ministério Público Federal ajuizou em 2013. O MPF demonstrou a ocorrência de atrasos e descumprimentos referentes às condicionantes relativas ao saneamento ambiental em Altamira, o que comprovaria a desobediência da Norte Energia em relação a exigências estabelecidas no licenciamento ambiental que o Ibama expediu. Com isso, foram afetadas as condições de vida e saúde tanto da população local quanto dos imigrantes atraídos pela construção da hidrelétrica.

Prejuízos - Para o juiz, ainda que a Norte Energia tivesse demonstrado empenho em cumprir o estabelecido na licença de instalação, "não há como ser afastado o fato de que o atraso considerável em parte das ações provocou prejuízos suportados pela população local, a qual se viu privada de acesso a sistema de esgotamento sanitário, abastecimento de água e correta destinação de lixo quando da construção do empreendimento."

Arthur Chaves ressaltou ainda que o fato das obras terem continuado durante a tramitação do processo não afasta a configuração de descumprimento das condicionantes relativas ao saneamento básico, com repercussões negativas nas condições de vida e saúde tanto da população local e dos imigrantes atraídos para a área de influência da usina. Até meados de 2014, acrescenta a sentença, não se tinha notícia da efetiva ligação da rede de esgoto às residências, a correta utilização das ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) e aterros sanitários, bem como de solução definitiva para o abastecimento de água.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu o processo de licenciamento da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, maior projeto do setor elétrico, prevista para ser construída no Rio Tapajós, no Pará.

A decisão foi tomada pela presidente do Ibama, Marilene Ramos, e comunicada oficialmente à diretoria da Eletrobrás na quarta-feira, 20, por meio de ofício. Em sua decisão, Marilene diz que estudos técnicos encaminhados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ao Ibama, em 26 de fevereiro, apontaram a inviabilidade do projeto atual, por causaa do impacto direto do reservatório da usina em terras indígenas.

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No parecer ao qual o Estadão teve acesso, Marilene Ramos afirma que as informações "apontam a inviabilidade do projeto sob a ótica do componente indígena e recomendam suspensão do processo de licenciamento ambiental enquanto não adotadas providências que vão além das atribuições do Ibama, da Funai e da Eletrobrás".

Na quarta-feira, a Fundação Nacional do Índio (Funai) publicou no Diário Oficial da União o reconhecimento da terra indígena Sawré Maybu, área dos índios mundurucu, localizada entre os municípios de Itaituba e Trairão, no Pará. Seu relatório pede a demarcação de uma área de 178 mil hectares. O processo, que ainda depende de um decreto presidencial para ser concluído, entrou em fase de contestação e esclarecimentos que vai durar 90 dias.

As decisões socioambientais congelam um projeto que, na prática, já estava paralisado. Estimada em R$ 32 bilhões, São Luiz do Tapajós geraria, em média, 4.012 megawatts por ano, energia suficiente para atender mais de 20 milhões de domicílios. Sua complexidade ambiental, no entanto, somou-se à crise econômica, que acabou com os grandes financiamentos de bancos públicos, e aos escândalos de corrupção, que afastaram de vez as grandes empreiteiras de negócios desse porte. Não há condições práticas, portanto, de viabilizar a obra.

Nos últimos cinco anos, o projeto foi alvo de uma série de contestações por organizações ambientais dentro e fora do Brasil, como Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace e International Rivers. No fim de 2014, o governo chegou a anunciar que faria o leilão de São Luiz mesmo sem ter sua licença ambiental. Desistiu do plano dias depois. Para tentar autorizar a construção da usina, o governo publicou decretos em 2012 nos quais reduzia as áreas de unidades de conservação da região. Como é proibido construir usinas dentro de florestas protegidas, o governo decidiu que o jeito era recortá-las para dar espaço ao projeto. Não foi possível, porém, retirar os índios da região. São Luiz alagaria uma área de 729 quilômetros quadrados em uma das regiões mais sensíveis e preservadas de toda a Amazônia. (André Borges)

O Ministério Público Federal (MPF) vai promover audiência pública em Santarém e região oeste do Pará para tratar de irregularidades e possíveis impactos da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que o governo federal pretende construir no rio Tapajós. O encontro será realizado no próximo dia 29, a partir das 14 horas, no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces), localizado na Praça da Bandeira, 565, no centro de Santarém. Com o evento, o MPF pretende estimular o compartilhamento de dados úteis para que sociedade regional possa conhecer melhor o projeto, suas irregularidades e consequências.

A programação da audiência pública prevê a apresentação de detalhes sobre o processo judicial por irregularidades no licenciamento ambiental e investigações do MPF sobre o projeto. Em seguida, cientistas e outros especialistas apresentarão as principais falhas e omissões nos estudos ambientais.

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Também serão discutidos os principais impactos sociais, ambientais, econômicos e turísticos decorrentes deste tipo de empreendimento. Pesquisadores e representantes do MPF também apresentarão as irregularidades encontradas durante o planejamento e instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, e a possibilidade de reincidência do mesmo tipo de ilegalidade no Tapajós. Especialistas também debaterão a realidade energética brasileira.

O público-alvo da audiência é toda a sociedade de Santarém e região, movimentos sociais, organizações indígenas e de povos tradicionais, universitários, dentre outros. Também serão convidados representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Centrais Elétricas do Brasil (Eletrobrás), das prefeituras de Santarém, Belterra, Aveiro e Itaituba, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Poder Legislativo (federal, estadual e municipais) e do Poder Judiciário federal (Santarém e Itaituba).

Com informações da assessoria do MPF.

 

A empresa Norte Energia, responsável pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, iniciou no último sábado (12) a abertura das comportas que irão escoar água para encher o reservatório intermediário da Usina. A água está sendo liberada de forma controlada para o canal que liga reservatório principal ao intermediário em um processo que pretende durar em torno de 45 dias. Quando a água no canal atingir o nível desejado, a barragem provisória construída entre ele e o rio Xingu será gradualmente retirada e os primeiros testes nas turbinas da Casa de Força Principal de Belo Monte começarão a ser feitos.

Após alguns testes de abertura e fechamento das duas comportas do vertedouro que liberam água para o canal de derivação, a Norte Energia decidiu iniciar a vazão da agua com o objetivo de começar o processo de enchimento do reservatório intermediário. Em uma velocidade de 1000 metros cúbicos por segundo (m3/s), o tempo previsto para atingir o nível de água desejado no canal é de 45 dias. Segundo o Plano Básico Ambiental Consolidado do Belo Monte,  no fim desse período, a barragem provisória construída entre o rio Xingu e o canal de derivação será gradualmente retirada para interligar o Reservatório Principal - localizado no leito do rio - ao Reservatório Intermediário, responsável por fornecer água para as turbinas da Casa de Força Principal da Usina.

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Para não modificar muito o nível do rio Xingu e prejudicar os povos e animais que necessitam dele para a sobrevivência, a empresa deve manter o nível do rio e dos reservatório sempre na cota de 97 metros acima do nível do mar e a água que passar pelas turbinas da Casa de Força voltarão limpas para o rio. Para os peixes foi construído um canal em forma de “escada” na barragem do Sítio Pimental, no qual os peixes podem seguir pelos degraus e continuar seus ciclos migratórios rio acima. Quanto às embarcações, poderão trafegar no trecho afetado através do sistema de transposição.

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte terá 24 unidades geradores, das quais 18 estão localizadas na Casa de Força Principal no sítio de Belo Monte, e mais 6 na Casa de Força Complementar, no Sítio Pimental, ambos em Altamira, no Pará. A expectativa é que a Usina produza uma potência de 11.233.1KW, abastecendo 17 estados brasileiros e beneficiando cerca de 60 milhões de pessoas.

A concessão da licença de operação para a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, é alvo de protestos de políticos, especialistas e de movimentos sociais em todo o País. Depois que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o enchimento do reservatório, na quarta-feira (24), indígenas se manifestaram na sede do instituto. O deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) aproveitou espaço na CPI da Funai para criticar a decisão e alertou para impactos irreversíveis na região do rio Xingu. Além disso, pesquisadores afirmam que a empresa Norte Energia não cumpriu todas as condicionantes.  

“Ao liberar o enchimento do lago, haverá impactos irreversíveis. A usina não deveria nem ter sido construída. Foi concedida uma licença de forma ilegal colocando-se 40 condicionantes, mas 36 nem foram cumpridas”, disse Edmilson Rodrigues. O deputado paraense chamou a atenção do plenário ao destacar que a hidrelétrica não pode operar sem que os impactos sejam mitigados por completo: “Não é possível que a Funai (a Fundação Nacional do Índio), o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente permitam esse crime contra a nação brasileira”.

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Segundo o Ibama, a licença de operação obtida pela Norte Energia, válida por seis anos, está relacionada ao cumprimento de 41 condicionantes. O próprio instituto havia negado pedido anterior, apontando 12 pendências. A emissão da licença foi liberada porque a Funai comunicou assinatura de termo de cooperação com a Norte Energia para a execução das exigências não atendidas.  “Temos a garantia de que o componente indígena será integralmente cumprido”, disse a presidente do Ibama, Marilena Ramos.

Os líderes indígenas afirmam que não foram consultados previamente pela Funai sobre a emissão da licença. “Ficamos mais preocupados. A construção da usina já está secando o rio. É um dia triste para nós”, disse à Agência Brasil o cacique Tabata Kuikuro, do Alto Xingu, que esteve na sede do Ibama com outros 50 indígenas. As obras se estendem há mais de quatro anos e o processo de licenciamento tramita desde 2006.

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O diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Thomaz Miazaki de Toledo, antecipou que a hidrelétrica deverá começar a gerar energia em março de 2016 na casa de força principal. O enchimento do primeiro reservatório ocorrerá nos próximos 50 dias. Em nota, a Norte Energia informou que a previsão é de que Belo Monte abasteça 60 milhões de pessoas. Cerca de R$ 4 bilhões, prosseguiu a empresa, foram aplicados em ações socioambientais nos municípios paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.

Crítica - Para a doutora em Ciência Política e pesquisadora do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA) Nírvia Ravena, a autorização do Ibama é uma “cortina de fumaça” sobre as condicionantes não cumpridas. “Nós temos marcos legais bem delineados para as questões ambientais, mas pouco delineados para os danos sociais que esses empreendimentos provocam”, afirmou ao LeiaJá. “Mesmo ambiental ou socialmente, o que é uma regra é o não atendimento da regulação”. 

Em editorial divulgado na sexta-feira (20), o Instituto Socioambiental (ISA) denunciou que, além de condicionantes não cumpridas pela Norte Energia, existem ações de responsabilidade do governo federal que estão paralisadas, como a retirada de moradores não indígenas das terras Apyterewa, Arara da Volta Grande, Cachoeira Seca e Paquiçamba. “Não há condições para a Licença de Operação, assim como no parecer técnico da Diretoria de Licenciamento da Funai emitido em setembro”, apontou o instituto.

Com informações de Raiany Pinheiro e da Agência Brasil.

A Cemig decidiu levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a disputa pela prorrogação do contrato da usina hidrelétrica de Jaguara. Advogados da empresa protocolaram na Corte na última terça-feira, 22, um pedido para suspender a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a empresa. Em junho, a 1.ª Seção do STJ revogou o mandado de segurança que permitia que a usina continuasse sob concessão da empresa. Com a medida cautelar, a Cemig pretende se antecipar ao acórdão do STJ, que deve ser publicado nesta semana.

Cerca de 15 dias depois da determinação judicial, a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia enviou um ofício à Cemig pedindo que a empresa se manifestasse se possui interesse em "permanecer responsável" pela geração de energia por meio da Jaguara "até que o vencedor da licitação assuma a concessão". Os advogados alegam ao STF que o documento revela a intenção da União de "sequer aguardar o desfecho do julgamento deste mandado de segurança para, desde já, licitar a UHE Jaguara".

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A disputa em torno da usina já dura mais de dois anos. A Cemig não aceitou as condições impostas pelo governo (MP 579/2012) para prorrogar o contrato da usina por mais 30 anos, que previam redução nas receitas da empresa. A Cemig alega que o contrato de Jaguara permite mais uma renovação automática por 20 anos sem redução de receitas.

A concessão de Jaguara venceu em 28 de agosto de 2013, mas a liminar que a Cemig tinha e quer restabelecer permitia que ela permanecesse no controle da usina até que o caso fosse encerrado. A Cemig também tinha uma liminar para permanecer à frente da usina de São Simão, cujo contrato se encerrou no ano passado, mas o STJ derrubou a ação e ainda não julgou o mérito do caso.

Outra concessão que pode ser alvo de disputa é Miranda, cujo contrato expira em 2017. Porém, no caso de Miranda, a Cemig ainda não se movimentou judicialmente, pois a concessão continua vigente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A concessionária Santo Antônio Energia, dona da hidrelétrica Santo Antônio, que está em construção no Rio Madeira, conseguiu uma vitória parcial com a área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que o cronograma da usina seja alterado.

Depois de analisar novas justificativas apresentadas pela empresa, técnicos da agência reconheceram que as obras da hidrelétrica foram prejudicadas em 19 dias, por causa de uma greve ocorrida em 2013.

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A Superintendência de Fiscalização de Geração da Aneel (SFG) já havia rejeitado o pedido da concessionária sobre essas paralisações. A decisão foi revertida, porém, por conta de um novo documento apresentado à agência. Em decisão unânime, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) entendeu que houve "abusividade da greve", ou seja, a paralisação foi declarada ilegal pelo poder judiciário.

Diante dessa nova informação, declarou a área técnica, a greve ocorrida em 2013 pode ser "caracterizada como excludente de responsabilidade pelo atraso no cronograma de implantação da hidrelétrica Santo Antônio".

A SFG já havia reconhecido o direito da empresa em prorrogar seus compromissos financeiros e de geração por mais 37 dias, por conta de outras paralisações ocorridas em 2011 e 2012. Com a decisão, portanto, a avaliação é de que a concessionária tem de ser isentada de 56 dias de atrasos.

A Santo Antônio Energia já havia pedido que fosse perdoada por 107 dias de atraso em suas obras, sob o argumento de que não teve responsabilidade por essas paralisações. A diretoria colegiada da agência, no entanto, rejeitou integralmente o pleito da empresa, em decisão tomada em abril.

Santo Antônio já teve de desembolsar cerca de R$ 2,2 bilhões desde 2014 por conta de obrigações de recompra de energia que deveria ter sido entregue às distribuidoras. Em abril, quando teve seu pedido rejeitado pela Aneel, a empresa estimou que a decisão tenha provocado um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta segunda-feira, 8, o início da operação comercial da unidade de geração (UG) 36 da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Esta é a 19ª turbina em operação no local, totalizando uma capacidade instalada de 1.425 MW.

Em meados deste ano, representantes do consórcio afirmavam que a meta era terminar o ano com 20 a 24 turbinas em fase de operação comercial.

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O projeto de Jirau, coordenado pela empresa Energia Sustentável do Brasil (ESBR), terá capacidade instalada total de 3.750 MW, gerada a partir de 50 turbinas com 75 MW de potência. A energia assegurada de Jirau é de 2.185 MW médios.

A Energia Sustentável do Brasil é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) com capital social integralmente detido pela ESBR Participações. Os sócios dessa companhia são a GDF Suez, com 40%, além de Chesf, Eletrosul e Mitsui, com 20% cada.

Está longe o dia em que a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós começará a produzir seus primeiros megawatts, como deseja o governo, mas seu projeto já foi suficiente para gerar um amontoado de 15 mil páginas de informações e laudos técnicos empilhados em dezenas de blocos, na sede do Ibama. A papelada que trata do licenciamento ambiental da hidrelétrica é recorde nas prateleiras do órgão ambiental e supera até mesmo o volume enciclopédico acumulado no conturbado processo de Belo Monte, que somou 12 mil páginas.

Uma força-tarefa foi montada pelo Ibama para cuidar do caso. Nove analistas ambientais foram deslocados para analisar exclusivamente a viabilidade socioambiental daquela que tem a ambição de ser última grande hidrelétrica erguida no País. Com 8.040 megawatts, seria a primeira barragem no Rio Tapajós, no Pará, um dos principais afluentes do Rio Amazonas.

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Apesar da mobilização em torno do projeto, o Estado apurou que os levantamentos de dados encaminhadas pelo Grupo de Estudo Tapajós, formado por gigantes do setor elétrico e empreiteiras, não têm atendido a todas exigências do Ibama. Demandas de informações complementares e mais aprofundadas serão entregues pelo órgão ambiental aos responsáveis pelos estudos.

A avaliação do relatório de impacto ambiental de São Luiz do Tapajós teve início em maio. No dia 17 de setembro, o governo chegou a anunciar que o leilão da usina seria feito ainda neste fim de ano. No dia seguinte, porém, o Ministério de Minas e Energia voltou atrás e cancelou oficialmente o plano.

Cronograma

Para que o projeto da usina possa ser leiloado, é preciso que o governo obtenha a licença prévia ambiental. Trata-se de regra do setor elétrico, para dar mais segurança ao investidor que vencer o leilão. Hoje, porém, São Luiz é um empreendimento sem cronograma definido, apesar do desejo do Ministério de Minas e Energia de ver a hidrelétrica contratada em 2015.

Na prática, porém, não há previsão no Ibama sobre quando a licença prévia será emitida, ou nem mesmo se ela é, de fato, viável. As audiências públicas, que devem ser realizadas em povoados e municípios da região para discutir o assunto, ainda não têm data nem local definidos.

Paralelamente à complexidade socioambiental de São Luiz, corre ainda o processo que trata dos impactos a terras e comunidades indígenas, um capítulo à parte na história da usina e que ainda deve render muita discussão. A Fundação Nacional do Índio (Funai), que no início de outubro já havia concluído pela inviabilidade do empreendimento, por causa das interferências em terras e aldeias, ainda não enviou seu parecer ao Ibama, a quem cabe dar um posicionamento final sobre a obra.

Protesto

No próximo dia 27, está prevista uma manifestação na comunidade de São Luiz, próxima ao município de Itaituba, cerca de 70 km abaixo do local do rio previsto para a barragem. A manifestação é liderada pelo padre Edilberto Sena, ligado ao Movimento Tapajós Vivo.

Envolta em polêmicas, a hidrelétrica acumula mais de quatro anos de atraso em relação ao cronograma original. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que chegou a programar o início de operação da usina para janeiro de 2016, agora estima que isso só vá ocorrer em agosto de 2020. Dos 18 novos projetos hidrelétricos previstos para entrar em operação entre 2019 a 2023 - um conjunto de usinas que soma 14.679 MW -, a São Luiz representa sozinha 55% de toda essa energia. O investimento previsto é de R$ 30 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), dono da usina de Jirau, pretende acionar metade das 50 turbinas previstas para a hidrelétrica até o fim de dezembro. A meta foi confirmada ao jornal "O Estado de S. Paulo" pelo presidente do ESBR, Victor Paranhos.

Nesta quinta-feira (6), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberou a operação da 17ª turbina da hidrelétrica. Outras três devem ser liberadas ainda em novembro. "A meta para dezembro é sincronizarmos entre três a cinco novas unidades, fechando o ano com 23 a 25 unidades de geração", declarou Paranhos.

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Segundo o executivo, Jirau teria entrado no cronograma operacional previsto pela Aneel, quando da assinatura do contrato. A usina, no entanto, acumula processos de revisão de cronograma na agência, por conta de paralisações que sofre nos últimos anos, entre atos de greves, incêndios e vandalismo.

A previsão do governo é que a usina em construção no Rio Madeira, em Porto Velho (RO), seja concluída em outubro de 2016.

A seca que tem castigado o sul de Minas Gerais e toda a bacia hidrográfica do Rio Grande, responsável por 25% do abastecimento das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, fez sua primeira vítima da geração de energia. Na próxima semana, a estatal mineira Cemig vai paralisar a operação da hidrelétrica Camargos.

A usina, que tem potência de 45 megawatts, está localizada na cabeceira do Rio Grande, que tem mais 12 barragens instaladas em seu curso. A decisão de desligar as turbinas de Camargos deve-se ao nível crítico do reservatório da hidrelétrica, que está com menos de 0,5% de sua capacidade máxima.

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Até ontem, a usina ainda mantinha uma de suas duas turbinas ligadas, mas com capacidade para gerar apenas 3 MW.

"Há previsão que essa unidade geradora seja desligada na próxima semana, quando a usina atingirá seu mínimo operativo. A partir desse momento, a vazão para jusante (rio abaixo) passará a ser liberada pela válvula de fundo, visando manter a perenização do rio", informou a estatal. "Esse procedimento deve permanecer até que as chuvas proporcionem condição afluente para elevação do nível de água do reservatório."

A estiagem histórica gera um efeito cascata sobre o Rio Grande, rio que nasce em Bocaina de Minas (MG), e avança sentido leste-oeste, fazendo a divisa de Minas e São Paulo, até desaguar no Rio Paraná. Neste caminho, há mais 12 barragens que também sofrem com a escassez de água. O reservatório de Furnas, por exemplo, que está entre os maiores do País, está atualmente com apenas 13% de sua capacidade de armazenamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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