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A segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL), que a presidente Dilma Rousseff pretende lançar ainda este mês para criar uma agenda positiva em meio à crise, contará com quatro ou cinco hidrovias e uma reforma no marco regulatório da cabotagem. Também estão em análise as concessões dos aeroportos de Porto Alegre, Vitória e Fortaleza, dragagem em portos e novos trechos rodoviários.

As novas concessões, com as novas etapas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa Minha Casa Minha Vida, fazem parte do que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, chama de "agenda de retomada do crescimento". Também entram nesse rol as reformas do PIS-Cofins e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além da desburocratização do programa Bem Mais Simples.

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Na quarta-feira, 11, Barbosa reuniu-se com os ministros dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, e da Agricultura, Kátia Abreu, para discutir o plano para hidrovias. "Serão quatro ou cinco", disse Rodrigues. Os projetos, explicou ele, ainda serão selecionados após uma avaliação técnica. Mas não ficarão restritos ao Norte do País.

"A hidrovia Tietê-Paraná está funcionando, não há problema algum em concedê-la", disse Kátia. "A vantagem é que o concessionário fará as obras de manutenção que são necessárias." Entusiasta do transporte hidroviário, a ministra costuma dizer que o País precisa aproveitar melhor seus "Mississippis".

Os projetos que ela considera prioritários são o Madeira e o Tapajós, que escoariam a produção do centro para os portos do Norte, e a hidrovia do Tocantins, que serviria à área chamada de "Mapitoba", formada por Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, produtores de grãos.

As duas primeiras hidrovias, explicou ela, exigem poucos investimentos e por isso não haveria dificuldade em atrair interessados. Já a do Tocantins, com 1,5 mil km, exigiria investimentos de fôlego como quatro eclusas e a derrocagem (destruição de rochas submersas) do Pedral do Lourenço. A ideia é que o concessionário faça as obras necessárias e cobre uma tarifa apenas do transporte de cargas.

Durante a reunião, Barbosa disse que, uma vez selecionados os projetos prioritários, haverá uma consulta ao setor privado quanto à viabilidade e interesse nos projetos. Essa consulta será feita por meio de Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs).

O governo também estuda a mudança do marco regulatório da cabotagem, que é o transporte por via marítima de um porto para outro no mesmo País. Hoje, explicou Kátia, levar uma carga do Uruguai ao Nordeste sai mais barato do que transportá-la do Porto de Rio Grande (RS) para o mesmo destino. Isso porque, no primeiro caso, é uma navegação de longo curso e, no segundo, cabotagem.

Uma explicação para a diferença de preço, segundo a ministra, é que na navegação internacional não há PIS-Cofins sobre os combustíveis. Mas ela é cobrada na cabotagem. Além do mais, quando uma carga sai de um porto para outro no Brasil, ela recebe o mesmo tratamento de uma exportação. Não há normas de fiscalização portuária específicas para a cabotagem. A ministra quer simplificar esses procedimentos para intensificar o uso desse meio de transporte. "Eu quero fazer os caminhoneiros do mar."

O governo pretende também oferecer concessões para os serviços de dragagem. Um forte candidato é o Porto de Santos (SP), que sofre um processo de constante assoreamento.

A nova etapa do programa de concessões terá novos aeroportos, e estão em análise Porto Alegre, Vitória e Fortaleza. Haverá ainda novos trechos de rodovias selecionados para estudos pela iniciativa privada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na reunião da Comissão de Infraestrutura nesta quarta-feira (13), senadores fizeram cobranças sobre a subutilização do potencial do transporte hidroviário brasileiro. Uma pesquisa divulgada nesta semana pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrou que dos 41.635 km de vias navegáveis, apenas 50,3% são economicamente utilizadas.

As principais reclamações são sobre a falta de eclusas - estrutura que permite a navegação em trechos de barragens. "Não dá para entender porque o governo continua errando. Deveria ser proibido fazer barragem em rio navegável sem eclusa. Há projetos tramitando no Congresso, inclusive um de minha autoria, para impedir que isso aconteça", disse o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

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De acordo com a CNT, o país precisa do investimento de R$ 50,2 bilhões para melhorar a infraestrutura das hidrovias no país. Mas, os recursos destinados para o setor não chegam nem perto das necessidades apontadas. De 2002 até junho de 2013, foram autorizados pelo governo federal R$ 5,24 bilhões para o setor, mas apenas R$ 2,42 bilhões foram aplicados.

Para o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), o maior investimento permitiria o fortalecimento da economia nacional. "Esse sistema de transporte gera redução nos custos da movimentação de cargas, aumentando, assim, a competitividade dos nossos produtos. Além disso, a utilização das hidrovias aumenta a segurança e reduz o consumo de combustíveis e a emissão de gases do efeito estufa", explicou.

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