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Há 14 anos, no dia 19 de agosto de 2009, foi declarado o dia do historiador, em homenagem ao historiador e diplomata pernambucano Joaquim Nabuco (1849-1910). Para celebrar o dia da profissão, o professor Wellington José organizou uma lista com os nomes mais recorrentes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Faltando pouco tempo para a prova do Enem, os estudantes devem saber como sistematizar e organizar seus estudos e revisões. Confira a lista completa das 10 figuras históricas para você conhecer e revisar sua história antes da prova:

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Dom Pedro I

Primeiro Imperador do Brasil que governou durante o período de 1822 e 1831. Declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e outorgou a primeira Constituição em 1824.

Dom Pedro II

Foi o segundo e último Imperador do Brasil. Subiu ao trono em 1840 e esteve à frente do país até 1889. Por meio do “Golpe da Maioridade” foi nomeado imperador em 23 de julho de 1840, quando tinha apenas 14 anos de idade. Durante seu governo, D. Pe dro II focou no desenvolvimento econômico e social do país, sendo construídas as primeiras linhas telegráficas e a primeira estrada de ferro do país. Foi nesse período que as leis abolicionistas aconteceram.

Zumbi dos Palmares 

Líder do Quilombo dos Palmares (1655-1695). Era sobrinho do líder Ganga Zumba, o qual, por sua vez, era filho da princesa Aqualtune dos Jagas (ou imbangalas), um povo de tradições militares com ótimos guerreiros. Lutou pela liberdade de culto e religião, bem como pelo fim da escravidão colonial no Brasil.

Getúlio Vargas

Getúlio Dornelles Vargas, foi um advogado, político e presidente do Brasil. Foi o presidente que mais tempo ficou no cargo em toda a história republicana do Brasil. Vargas encabeçou a Revolução de 1930, na qual depôs Washington Luís (1869-1957) e rompeu o ciclo de alternância política entre as oligarquias cafeeira e pecuária, num regime conhecido como política dos governadores.

Juscelino Kubitschek  

 Conhecido como JK, foi um médico e político mineiro. Foi presidente do Brasil, de 1956 a 1960 cuja época é lembrada como um tempo de otimismo. Ao assumir o poder, Juscelino Kubitschek estabeleceu o lema de sua política econômica, prometendo cinquenta anos de progresso em cinco de governo. O mandato de Juscelino chegou ao fim em meio às crescentes dificuldades econômicas. A inflação e a alta do custo de vida resultaram em inúmeras greves, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também foi o grande responsável pela construção de Brasília e por torná-la capital do país.

Martin Luther King Jr.

Foi um pastor batista e um dos principais líderes negros na luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos. Ativista político, Martin reivindicava salários dignos e mais postos de trabalho para a população negra. Defendeu os direitos das mulheres e foi contra a Guerra do Vietnã. King foi um ativista dentro do movimento negro que lutava pela igualdade civil entre negros e brancos, nos EUA Durante a década de 50.

Karl Marx

Foi um filósofo, ativista político alemão e um dos fundadores do socialismo científico e da Sociologia. (1818-1883), influenciou a Sociologia, a Economia, a História e até a Pedagogia. Marx publicou o livro o Manifesto Comunista, em 1848 criticando o sistema capitalista, relatou a história do movimento operário e termina com o apelo pela união dos operários no mundo todo. Isso ocorreu às vésperas da Revolução de 1848 na França, a chamada Primavera dos Povos.

João Goulart

Foi o vigésimo quarto Presidente da República do Brasil. Assumiu a presidência do país, com a renúncia de Jânio Quadros, governando o Brasil de 1961 a 1964. Os adversários do governo de Jango (militares e políticos conservadores) deram um golpe que ficou conhecido como o “Golpe de 64” / 31 de março de 1964. Foi acusado de comunista e uma vez que os militares assumiram o poder, Jango se refugiou no Uruguai e morreria no exílio.

Montesquieu

Foi um importante filósofo do Iluminismo, responsável pela teoria que, mais tarde, culminou no sistema tripartite de separação dos poderes. Fase (1669-1755). Considerado um dos criadores da “Filosofia da História”, sua maior contribuição teórica foi a separação dos poderes estatais, sistematizados em três tipos: executivo, legislativo e judiciário.

Robespierre

Foi um político que liderou a Revolução Francesa, vindo a implantar um regime conhecido como “Grande Terror”.  Por fim, acabou morto na guilhotina em 1794. Ficou conhecido popularmente como o "incorruptível". Foi deputado na Assembleia Nacional, líder dos radicais e presidiu o país durante o Período do Terror, uma das fases mais violentas da Revolução Francesa. Robespierre defendia um posicionamento inovador para a época, incluindo sufrágio universal com eleição direta, educação gratuita obrigatória e imposto de renda progressivo

O historiador russo Oleg Sokolov foi condenado a 12 anos e meio de prisão em São Petersburgo nesta sexta-feira (25) por matar e esquartejar sua companheira, um caso que reabriu o debate sobre violência doméstica na Rússia.

Sokolov "estava totalmente ciente de suas ações no momento do crime", disse a juíza Yulia Maksimenko ao proferir o veredicto em um tribunal da antiga capital imperial russa.

A defesa do professor de História proclamou seu "descontentamento" com a sentença, pois não se pronunciou sobre um possível recurso.

Sokolov foi detido em 10 de novembro de 2019. Ele se declarou culpado e foi julgado desde o início de junho por assassinato e posse de armas.

A polícia o capturou no rio Moika embriagado e encontrou em sua mochila dois braços de mulher e uma arma. Outros fragmentos do corpo da vítima foram encontrados posteriormente em outro riacho.

O historiador de 63 anos, um especialista em Napoleão da Universidade Estatal de São Petersburgo, rapidamente confessou ter matado e esquartejado uma de suas ex-alunas, Anastassia Echtchenko, de 24 anos, com quem compartilhava sua vida.

Ele alegou ter cometido o assassinato por acidente ao atirar nela para "pôr fim a uma avalanche de insultos" durante uma discussão, segundo a agência de notícias Ria Novosti. Os advogados da vítima, porém, disseram que ele premeditou seu ato.

A promotoria russa solicitou 15 anos de prisão contra ele.

A conceituada Universidade Estatal de São Petersburgo foi questionada por sua falta de ação, uma vez que Sokolov já havia sido acusado de violência em 2008.

Após travar uma luta de quase 11 anos no Congresso Nacional, a Lei que regulamenta a profissão de Historiador no Brasil foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O projeto de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), aprovado em fevereiro, foi vetado pelo chefe do Executivo há quatro meses, mas o Senado derrubou a rejeição presidencial.

O texto, publicado na última terça-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), assegura que serão considerados historiadores os diplomados em curso superior, mestrado ou doutorado e pós-graduação no curso de História. A Lei 14.038 também garante o registro dos profissionais junto à autoridade trabalhista competente.

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Para a professora Isabella Fernandes e Silva Leme, 33 anos, a norma cerca o ambiente para quem se dedica de modo mais restrito ao tema. "Havia uma falta de unidade ao se contratar serviços nessa área, um leque de diversos profissionais diferentes para executá-los. A regulamentação determina que apenas habilitados na área realizem atividades competentes a isso e deixa mais espaço para os que se dedicam exclusivamente à História", declara Isabella, que ministra a disciplina há 14 anos. Segundo ela, a demora no trâmite da resolução pode ser atribuída à dispensa do imediatismo pelas autoridades. "Esses andamentos costumam demorar bastante, ainda mais quando não é um assunto de natureza que possa ser considerado, para alguns, de urgência", aponta.

Valorização da ciência

O professor de Classe Waldorf, Filipe Martins Gonçalves, 40 anos, comenta que a batalha para que a profissão fosse normalizada entra de maneira irônica no contexto histórico do país, mas estima a importância em se valorizar o conhecimento. "A regulamentação é, acima de tudo, a valorização da Ciência História. É uma luta antiga e uma ironia histórica que tenha sido promulgada por um presidente averso à História e às ciências de um modo geral", diz Gonçalves.

O professor Filipe Martins Gonçalves (de camiseta branca, à dir.) e seus alunos | Foto: Arquivo Pessoal

Formado em História, Geografia e Pedagogia, o professor acredita que a resolução entrega aos verdadeiros responsáveis a incumbência de ministrar aulas que requerem entendimento pleno. "Põe abaixo, de forma oficial, a falsa noção do senso comum de que poderia haver um acúmulo de saberes históricos para dar aula. Eu não tenho como ser químico, biólogo ou físico, embora tenha saberes acumulados nestas ciências, porque são regulamentadas", acrescenta.

De acordo com Gonçalves, embora os historiadores estivessem à frente para melhorar a condição da categoria, a desunião dos profissionais da educação e o viés político-partidário podem ter colaborado para que o andamento do projeto demorasse quase 11 anos para ser oficializado.

Ainda segundo o professor, é fundamental atentar para a não interferência de propostas elitistas ao ofício. "A taxação do livro e o corporativismo advindo da medida podem resultar na elitização da profissão, a real intenção do governo. O historiador é uma traça de livros e não se faz História sem eles. Há uma clara tentativa de elitizar, enviesar para o obscurantismo, e esses são riscos que estamos sujeitos a sofrer no futuro".

Impedimento das negações

Para o professor Cássio Luige, 27 anos, a medida é de suma importância para que erros de versões não avalizadas pela comunidade acadêmica em relação à História sejam cometidos. Para ele, algumas são meras interpretações pessoais dos autores e não respeitam o contexto histórico. "Pessoas de diversas áreas lecionam e escrevem obras de história, que são inseridas na sociedade como verdades. Mas esses erros não ocorrem por acaso. Trata-se, muitas vezes, de negacionismo ou revisionismo da História, no intuito de fundamentar discursos e opiniões políticas injustificáveis", comenta o historiador formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O professor Cássio Luige durante uma aula online | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Luige, a regulamentação tem um futuro promissor. "Este é o caminho para uma história mais próxima da verdade e livre de influências ideológicas. Para isso, é importante que os profissionais da área se mantenham comprometidos com a imparcialidade que, sabemos, é possível ser rompida de forma sutil, mas destrutiva", afirma.

Para o professor, a regulamentação também pode ser um escudo para a preservação do patrimônio histórico brasileiro, e que a esperança da valorização do ofício pode refletir de maneira positiva na absorção de cultura pelos profissionais e pela população em geral. "A esperança é de que haja historiadores presentes nos órgãos públicos, museus, arquivos e outras instâncias. Isso pode proporcionar maior cobrança para a valorização do sucateado patrimônio histórico nacional que é, em grande medida, a matéria prima dos historiadores", complementa.

O historiador Allan Lichtman, responsável por acertar o resultado de todas as eleições presidenciais norte-americanas desde 1984, deu uma má notícia ao atual presidente Donald Trump. De acordo com o anúncio do professor profeta, quem vai assumir a cadeira na Casa Branca a partir de 2021 é o candidato democrata Joe Biden.

Em um vídeo publicado pelo The New York Times, nessa quarta-feira (5), Lichtman fez sua previsão e criticou a metodologia dos demais analistas. "Os pesquisadores e especialistas cobrem as eleições como se fossem corridas de cavalos", apontou.

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Ele fez parte da minoria que previu a vitória de Trump em 2016, mesmo com as pesquisas contrárias ao seu palpite. “A história nos diz que os eleitores não são enganados pelos truques da campanha. Os eleitores votam pragmaticamente de acordo com o quão bem o partido que mantém a Casa Branca governou o país”, esclareceu.

Está no ar, no Facebook, a fanpage O Recife e a II Guerra Mundial, página que disponibiliza um raro acervo de fotos sobre a época em que a capital pernambucana estava situada no maior conflito armado da história. Segundo a descrição do perfil. “esse foi um período muito importante da nossa história, mas pouco estudado e menos ainda fotografado. Mas o Brasil se envolveu diretamente com o conflito, e o Nordeste, principalmente, passou anos sob o medo de um possível ataque e desembarque inimigos”.

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De acordo com o historiador Frederico de Oliveira Toscano, criador da fanpage, Recife foi escolhido como sede da 4ª Frota Naval dos Estados Unidos e, portanto, quartel-general de todas as decisões e ações militares da região do Atlântico Sul. Assim, a cidade viu muitas mudanças e em um espaço muito curto de tempo e aprendeu a conviver com os estrangeiros, hábitos alimentares se alteraram, o que era moda saiu de moda, a cidade se transformou e se modernizou.

A fanpage também pede a colaboração de internautas que tenham materiais sobre esse período histórico. “A página se interessa pelo cotidiano, a ideia é compreender a vivência do povo de Pernambuco durante o evento, mostrar o front doméstico e não a guerra. O interesse não é só mostrar os soldados, a parte militar, interessa tudo que envolva o conflito. Queremos entender como era o Carnaval, a vida social e a interação com os estrangeiros, em épocas de guerra”, diz Frederico.

O Poder Executivo vetou integralmente a proposta que pretendia regulamentar a profissão de historiador. A mensagem de veto ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 368/2009, do senador Paulo Paim (PT-RS), foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (27).

O Ministério da Economia e a Advocacia-Geral da União recomendaram o veto por acreditar que o projeto, ao disciplinar a profissão de historiador com a imposição de requisitos e condicionantes, restringe “o livre exercício profissional” e fere o princípio constitucional que determina ser livre “a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

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Requisito

A proposta previa o exercício da atividade de historiador a quem tem diploma de curso superior, mestrado ou doutorado em história, nacional ou estrangeiro com revalidação; diploma de mestrado ou doutorado obtido em programa de pós-graduação reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com linha de pesquisa dedicada à história; e profissionais diplomados em outras áreas que comprovarem ter exercido a profissão de historiador por mais de cinco anos a contar da data da promulgação da futura lei.

Entre as atribuições dos historiadores, o texto indicava o magistério da disciplina de história nas escolas de ensino fundamental e médio, desde que cumprida a exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 1996) quanto à obrigatoriedade da licenciatura.

O profissional da área poderia ainda planejar, organizar, implantar e dirigir serviços de pesquisa histórica; assessorar, organizar, implantar e dirigir serviços de documentação e informação histórica; e elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos.

Para o provimento e exercício de cargos, funções ou empregos de historiador, o projeto exigia registro profissional junto à autoridade trabalhista competente. As entidades que prestam serviços em história deveriam manter historiadores legalmente habilitados em seu quadro de pessoal ou em regime de contrato para prestação de serviços.

O texto foi uma iniciativa do senador Paulo Paim. Recebeu alterações na Câmara e foi devolvido ao Senado como texto alternativo (SCD 3/2015). Os deputados incluíram a previsão de que o exercício da profissão de historiador não deveria ser privativo dos historiadores, apenas “assegurado” a esses profissionais, eliminando a possibilidade de reserva de mercado.

*Da Agência Senado

Em tempos de ascensão de governos autoritários em diferentes regiões do mundo e do avanço de discursos de extrema direita, o historiador italiano Emilio Gentile adverte que não convém usar o termo fascismo para criticar esses movimentos.

Gentile, que é professor aposentado da Universidade de Roma Sapienza, já escreveu dezenas de livros sobre o fascismo italiano e diz que o fenômeno atual tem mais a ver com a crise da democracia.

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É comum ver o termo fascismo para descrever movimentos autoritários. Está correto?

Acredito que se faz confusão entre o termo fascismo para se referir a qualquer movimento de extrema direita racista, nacionalista e antissemita com aquilo que foi o fascismo histórico, um regime totalitário nacionalista, racista e antissemita, mas com características próprias ligadas a experiências da Itália, Alemanha e outros movimentos de extrema direita que se inspiravam no fascismo do período entre a 1.ª Guerra (1914-1918) e a 2.ª Guerra (1939-1945). Hoje não existem movimentos que desejem instaurar um regime totalitário com um partido armado e um programa de guerra imperialista. Essa é a característica fundamental do fascismo histórico. Mesmo países que querem ter um papel hegemônico o fazem por meio da economia.

Então, o termo fascismo não qualifica os movimentos atuais?

Não, porque hoje são movimentos e partidos que exercem o seu poder com o consenso da maioria dos eleitores. É absurdo pensar que o fascismo, que negava por prática e sobretudo por princípio o conceito de soberania popular, poderia ser representado por movimentos que reivindicam o sucesso eleitoral e se dizem representantes do povo e eleitos pela maioria.

A extrema direita está na Europa, EUA e Brasil. Por que cresce?

Ela aumenta sobretudo nos países que se sentem ameaçados em termos de segurança ou naqueles que presumem que sua identidade nacional esteja ameaçada. E isso é paradoxal. Grandes países como EUA ou Brasil dificilmente podem falar de uma única identidade nacional.

Qual seria a resposta das democracias?

As principais razões desses nacionalismos autoritários, ainda que baseados na soberania popular, deve-se ao fato de que a democracia não se limita a ter o princípio da soberania popular exercitado pelo voto em eleições livres e pacíficas. É preciso não esquecer do ideal de construir por meio do método democrático uma sociedade de pessoas livres, iguais e sem discriminação de nenhum gênero, para garantir o desenvolvimento de suas personalidades. Hoje, há democracias que aplicam o método democrático, mas não perseguem as realizações dos ideais democráticos. E há uma distinção importante a se fazer. Na democracia, pode haver um regime contra as liberdades individuais em favor de uma maioria eletiva, como foi no sul dos EUA, até os anos 60, ou no apartheid, na África do Sul. Eram regimes populares que excluíam. Pode-se usar a democracia contra o ideal democrático. O perigo está nos democratas no poder sem o ideal democrático.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O famoso historiador russo Oleg Sokolov, detido no sábado pela polícia russa com uma mochila na qual havia dois braços de mulher, confessou neste domingo que matou e esquartejou sua jovem companheira sentimental e ex-aluna.

O grande especialista em Napoleão, de 63 anos, condecorado com a Legião de Honra na França em 2003, estava em estado de embriaguez quando a polícia o retirou, no sábado de manhã, das águas do rio Moika, em São Petersburgo.

Sokolov carregava uma mochila na qual foram encontrados dois braços de mulher e uma pistola de alarme. Ele tinha caído no rio quando tentava lançar as partes do corpo da jovem, segundo a imprensa local.

O historiador teria reconhecido sua intenção de se livrar do corpo e de se suicidar publicamente, vestido de Napoleão na Fortaleza de São Pedro e São Paulo, um dos lugares mais emblemáticos de São Petersburgo.

"Reconheceu sua culpa", declarou à AFP Alexandre Potshuev, seu advogado, e acrescentou que Sokolov, atualmente hospitalizado com hipotermia, havia afirmado que lamentava seu ato e estava disposto a colaborar com a polícia.

Na segunda-feira deverá se apresentar ante um tribunal, que decidirá sua prisão.

Sokolov teria declarado aos investigadores que matou sua companheira Anastasia Eshchenko, que morava na casa dele, durante uma discussão. Depois a decapitou e cortou seus braços e pernas para tentar se desfazer do corpo, segundo a imprensa.

A polícia descobriu na casa de Sokolov o corpo decapitado da jovem de 24 anos, com a qual o historiador tinha assinado vários livros, assim como uma serra manchada de sangue.

Este catedrático de história na Universidade Estatal de São Petersburgo, que também ensina na universidade Sorbonne na França, é autor de várias obras sobre Napoleão Bonaparte, e foi consultor em vários filmes e recriações históricas.

Seus alunos o descrevem com um professor talentoso, que fala francês e pode interpretar os papéis de Napoleão e seus generais.

Mas é "estranho", gosta de se vestir de Napoleão, chamar sua companheira de "Josefina" e ser chamado de "Sire" (senhor), afirmaram alguns.

Anastasia Eshchenko também era apaixonada pela era napoleônica e gostava, como ele, de se vestir com trajes de época.

"O que aconteceu é simplesmente monstruoso", declarou sob anonimato um professor da Universidade Estatal de São Petersburgo. Acrescentou que Sokolov é dedicado a seu trabalho, mas também é instável emocionalmente e abusa do álcool.

Vários estudantes desta prestigiosa universidade, onde estudou o presidente Vladimir Putin, disseram que Sokolov é conhecido por seu comportamento hostil, mas que a administração havia ignorado as queixas.

O historiador era membro de alto escalão da Sociedade Militar Histórica da Rússia, dirigida pelo ministro da Cultura, Vladimir Medinski. O organismo suprimiu imediatamente qualquer referência a Sokolov em seu site, segundo a imprensa.

Também trabalhava como conselheiro na França para o Instituto de Ciências Sociais, Econômicas e Políticas (Issep), que o despediu após conhecer sua detenção.

Com o conhecimento de sua direção, a Volkswagen entregou para a polícia durante o regime militar nomes de seus funcionários, enquanto seus próprios seguranças agiam como espiões dentro da empresa. Essas são algumas das conclusões preliminares que o historiador Christopher Kopper, contratado pela empresa alemã, faz sobre o passado da companhia no País.

Em entrevista à reportagem, ele confirmou que a multinacional colaborou com os órgãos de repressão do País. Mais de cem pessoas foram prejudicadas pela ação da empresa, seja por causa de tortura, seja simplesmente perdendo o emprego.

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O jornal O Estado de S. Paulo antecipou em reportagem de 2015 que a Volkswagen era a primeira empresa a negociar uma reparação judicial por ter financiado ou participado da repressão à oposição política e ao movimento operário durante a ditadura militar no Brasil. Em 2016, Kopper foi chamado para realizar a investigação sobre a empresa e determinar se houve responsabilidade da cúpula da montadora.

Kopper constatou que a colaboração ocorria de forma "regular" e a cúpula sabia. "O departamento de segurança atuou como um braço da polícia política dentro da fábrica da Volkswagen", disse Kopper, pesquisador da Universidade de Bielefeld.

No fim de semana, jornais alemães como o Süddeutsche Zeitung e as emissoras NDR e SWR revelaram detalhes do papel da empresa no regime militar. De acordo com o investigador, que esteve nos arquivos da empresa e no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), seu informe contém 125 páginas de documentos mostrando justamente essa relação. A Volkswagen não tem data para a publicação do documento, que deve ganhar traduções em português e inglês, além da versão em alemão.

"Encontrei informes dos seguranças da Volks nos arquivos do Dops", disse o pesquisador. "São informações de 1969, 1971, 1972 e também do final dos anos 1970", disse Kopper. "Na maioria das vezes, são informes sobre incidentes dentro das fábricas em São Bernardo do Campo."

Um dos casos, segundo ele, revela como os seguranças privados da empresa encontraram materiais com conteúdo comunista nos banheiros da empresa. "Isso foi enviado ao Dops", disse. "Podemos dizer que havia uma atividade de espionar os funcionários. Seus armários eram monitorados para ver se encontravam material subversivo."

Outro caso foi o de um grupo de comunistas liderados por Anita Prestes, filha de Luis Carlos Prestes. Em 1972, 32 pessoas que pertenciam a esse grupo foram detidas. Para o historiador, a Volkswagen pode ter tido um papel importante nessa operação. "Seis dos 32 detidos eram funcionários da empresa", disse. "Ao passar informações, os seguranças corporativos da empresa podem ter contribuído para a prisão", afirmou.

Os arquivos também revelam, segundo ele, que os seguranças privados da empresa estavam presentes ainda quando as forças de segurança do Estado fizeram detenções em locais da multinacional. "Eles autorizaram as prisões", disse.

Denúncias

De acordo com Kopper, listas circulavam pelo ABC paulista no início dos anos 1980 com o nome de funcionários que tinham sido demitidos por terem feito parte de greves em alguma das empresas da região. "Eram espécies de ‘listas negras’ e quem estava ali dificilmente encontrava emprego", disse o historiador.

Segundo Kopper, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também aparece nos informes. Entre 1979 e 1980, documentos da Volkswagen enviados ao regime militar falavam sobre os discursos de Lula como sindicalista. "Muitos daqueles que faziam parte do movimento sindical trabalhavam na empresa e seguiam a liderança de Lula", disse. "Eventos como esses, portanto, eram relatados ao Dops", afirmou o historiador alemão.

No Brasil, a Comissão Nacional da Verdade já havia apontado o envolvimento da Volkswagen na doação de 200 veículos aos militares.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ano depois do grito de independência no Brasil, o Estado da Bahia ainda lutava para conquistar sua própria independência e se livrar do domínio português. Em 2 de julho de 1823, após muitas guerras e lutas, enfim a liberdade foi conquistada. Mas, que processo foi preciso atravessar para chegar até lá?

O grito da independência no Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. No entanto, algumas províncias continuaram sob o domínio de Portugal. Na Bahia, a resistência contou com o apoio da marinha e do exército do país, mas pouco se fala sobre como os próprios cidadãos baianos, negros e caboclos participaram ativamente do processo.

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“O que realmente estamos comemorando é a força do baiano”, disse Júlio César Teixeira, professor de Formação Social, Econômica e Política no Brasil, do curso de Serviço Social da UNINASSAU Mercês. Júlio é historiador e pesquisador, e segundo ele, a comemoração na Bahia ainda é excludente. “O povo baiano fez parte dessa história e estava dentro do contexto, mesmo antes da independência, quando o processo começa a se formar. Mas, se fala muito pouco do papel deles”, completa.

A cidade de Salvador durante muito tempo foi foco da resistência portuguesa, sob o comando do brigadeiro Madeiro de Melo, mais alta autoridade militar da província. Com isso, muitas famílias baianas fugiram para o recôncavo, onde se situaram os maiores defensores da independência.

Fogo simbólico

“Em Cachoeira também houve muitas lutas”, conta o professor Júlio César. A cidade do recôncavo baiano participou ativamente do processo que culminou na independência do estado. Não á toa que as comemorações do 2 de julho na Bahia iniciam na cidade, com o fogo simbólico que sai de Cachoeira em direção ao bairro de Pirajá, em Salvador, que também foi palco de conflitos.

A batalha de Pirajá foi a mais importante de todo o conflito, e ocorreu na tentativa de romper o bloqueio exercido pelos brasileiros, sob o comando do general Labatut, que impedia o abastecimento da cidade de Salvador. Madeira de Melo tentou, com o apoio de suas tropas portuguesas, atacar a ilha de Itaparica. Mas, suas ações foram frustradas por resistência de uma pequena frota do local, que contou com o suporte de moradores da ilha. “A Batalha de Pirajá prova que não era possível tomar a Bahia. Observe a importância da resistência baiana”, ressalta Júlio César.

Hoje, o bairro em Salvador conta com o monumento “Panteão de Pirajá”, em homenagem ao general Labatut por seu papel na vitória da batalha de Pirajá. E de fato, Salvador é palco de muitas histórias. A nomeação da Praça General Labatut, no bairro de Pirajá, também foi uma forma de homenagear a importância dele durante o processo de independência. 

Com o bloqueio das tropas brasileiras, a cidade de Salvador foi tomada por doenças e epidemias; “Muitas pessoas morreram”, conta Júlio. Em maio, uma nova frota brasileira chegou á cidade. Vendo que a resistência era inútil, as tropas portuguesas se rendem. Em julho, as tropas já começam a embarcar, e o exército brasileiro entra vitorioso em Salvador.

Personagens importantes

Muitas figuras pouco faladas fizeram parte do processo de libertação. “Pouco se vê falar dos homens e mulheres baianos que lutaram pela independência”, comenta o professor Júlio César. “Não se vê falar, por exemplo, do papel dos negros”, completa ele.

Os negros foram incorporados ás tropas brasileiras por ordem do general Labatut, que mais tarde foi criticado pela elite libertária. “Labatut tenta imprimir uma doutrina de libertar escravos pra alistar e a elite não queria isso. Observe o preconceito. Ele chega a ser preso por soldados baianos. Só depois ele vai ser incorporado e homenageado”, explica Júlio César.

Negros e caboclos lutaram ao lado das tropas brasileiras. A figura da “cabocla” só vai ser incluída nas comemorações anos depois. Ainda assim, não é suficiente para reconhecer o papel dos negros no processo.

Mulheres como Maria Quitéria, que se alistou para combater as tropas portuguesas, após conseguir uma farda do exército, e Joana Angélica, que tentou proteger soldados brasileiros contra a invasão do convento, foram figuras importantes das lutas pela independência da Bahia. 

O historiador Leandro Karnal postou em seu Facebook uma foto ao lado do juiz Sérgio Moro, que está à frente da Operação Lava Jato, na última sexta-feira (10). A publicação rendeu uma enxurrada de comentários negativos, de seguidores que não aceitaram o relacionamento amigável da dupla.

"A noite e os vinhos foram ótimos. Amo ouvir gente inteligente. Discutimos possibilidades de projetos em comum", escreveu Leandro Karnal, na legenda da foto. Sua amizade com o juiz Sergio Moro causou estranheza nos seguidores. A imagem conta com quase 6 mil compartilhamentos, 10 mil comentários e 37 mil reações - a maioria negativa.

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"Não consigo deixar de ficar muito triste com essa imagem. Alguém que tanto admiro, que considero extremamente inteligente e sábio nas posições com alguém que não respeita a lei", escreveu um usuário na postagem. "Você jantar junto, até daria para encarar, mas publicar foto, chamar de amigo e elogiar um juiz que tem se lixado para a ética?", questionou outra internauta.

Em respostas às críticas, o historiador não se calou e resolveu se posicionar – desta vez por meio do Twitter. "Se sua admiração é apenas com os que corroboram com o seu pensamento, o seu gosto é apenas conveniente, e não crítico", escreveu, em resposta a um seguidor.

O historiador, cientista político e professor da Universidade Francesa Sorbonne - vinculada à Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo -, Luiz Felipe de Alencastro fará palestra no Recife, nesta quarta-feira (14), às 19h, no Arquivo Público de Pernambuco. A entrada será gratuita.

Contextualizando os estudos sobre a exploração colonial da África e das Américas pelas potências europeias, o professor irá abordar sobre a Revolução de 1817, a partir da viabilidade tecnológica das grandes navegações. O professor estará acompanhado pelos professores da Universidade Federal de Pernambuco Marcus Carvalho e Antônio Jorge de Siqueira.

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O cientista político é autor de "O trato dos viventes", obra na qual investiga a formação do Brasil - nos seus prolongamentos internos e externos - e de vários outros estudos sobre história econômica. Alencastro é doutor em História Moderna e Contemporânea na Universidade de Paris e foi professor titular da cátedra de História do Brasil da Universidade de Paris Sorbonne (2000-2014).

Serviços

Arquivo Público Estadual de Pernambuco 

Historiador e Cientista Político - Alencastro

Rua Imperador Pedro Segundo, 371 - Santo Antônio

19h | 14 de dezembro

Em homenagem aos 40 anos de história do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGA), a UFPE promoverá a palestra “As tradições da Antropologia na Inglaterra e Itália” com o professor Peter Burke, nesta segunda (22), às 14h30, no auditório do Núcleo Integrado de Atividades de Ensino, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (Niate CFCH-CCSA). A entrada é gratuita.

Peter Burke é Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Lund (Suécia), Copenhague (Dinamarca) e Bucareste (Romênia). Historiador inglês com doutorado pela Universidade de Oxford, Inglaterra, é professor emérito da Universidade de Cambridge do mesmo país. Burke é considerado por muitos profissionais da área como um dos maiores especialistas do período da Idade Moderna européia.

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Mais informações, entrar em contato através do e-mail do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPE (ppga@ufpe.br) ou pelo número (81) 2126.8286.

Serviço

Palestra "As tradições da Antropologia na Inglaterra e Itália"

Segunda (22) | 14h30

Auditório do Núcleo Integrado de Atividades de Ensino do (Niate CFCH-CCSA), na UFPE

Entrada gratuita

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Ernst Nolte, um dos mais célebres e controvertidos historiadores da Alemanha, que tentou mostrar a interdependência entre o comunismo, o fascismo e o nazismo, morreu nesta quinta-feira, aos 93 anos, anunciou a família.

Nolte iniciou nos anos 80 a famosa "guerra dos historiadores" alemães ao publicar um artigo, "Um passado que não quer passar", no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Sua tese, segundo a qual o nacional-socialismo seria uma reação à "ameaça existencial" da revolução russa e seus crimes em massa, provocou indignação de alguns especialistas, incluindo o filósofo Jürgen Habermas, e marcou o início de uma longa polêmica a respeito.

O vínculo causal que Nolte estabeleceu entre o Gulag e Auschwitz valeu a ele críticas acusando-o de minimizar os crimes nazistas e suspeitas de revisionismo, das quais sempre se defendeu.

Nascido em Witten (oeste), Ernst Nolte ensinou durante anos na Universidade Livre de Berlim.

Entre suas obras mais destacadas, figura "O fascismo em sua época", uma análise da natureza do fascismo graças à qual ficou conhecido nos anos 60, e "A guerra civil europeia, 1917-1945. Nacional-socialismo e bolchevismo", lançado no final dos anos 80.

No dia 18 de agosto, às 9h, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberá o historiador francês François Dosse. O especialista ministrará a conferência “Michel de Certeau, analisando a cultura”. O evento marca a abertura do semestre dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM).

O objetivo do debate é analisar as contribuições do pensamento do filósofo e historiador francês Michel de Certeau para a compreensão das práticas culturais e da permanente “invenção do cotidiano”. A entrada na conferência é gratuita e haverá tradução simultânea para o português.

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Outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone (81) 2126-8960 ou pelo e-mail ppgcomufpe@yahoo.com.br.

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Não há a menor certeza sobre a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à sucessão de Dilma Rousseff em 2018, mas o ex-presidente é o único nome capaz de unir um partido dividido, que vive momento de disputa interna neste início de mandato. A avaliação é do historiador Lincoln Secco, professor da USP, ex-militante e autor de 'História do PT'. Para ele, o partido tem à sua frente um horizonte eleitoral difícil, com a presidente Dilma Rousseff preocupada mais em fazer um "mandato biográfico" do que em vencer as próximas eleições.

Em entrevista ao Broadcast Político, Secco falou do partido que comemora nesta sexta-feira (6) 35 anos de fundação vivendo um dos momentos mais complicados de sua história, à frente de um País em crise econômica e enfrentando denúncias de corrupção. O ato de aniversário em Belo Horizonte acontece um dia depois de o tesoureiro João Vaccari Neto ser levado pela Polícia Federal para prestar depoimento. Antes do ato, está marcada uma reunião do Diretório Nacional que promete ser tensa.

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Secco participa do conselho da revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo, e ainda é filiado ao PT, "por enquanto", segundo suas palavras. Mas há muito tempo está afastado da militância política e adota um tom crítico sobre os rumos da legenda. "Odiaram meu livro", disse o professor, que é doutor em História Econômica.

Questionado sobre a possibilidade de Lula perder força e não se candidatar diante da hipótese de sucesso do segundo mandato de Dilma, o professor disse que, em qualquer cenário, o candidato será decidido pelo PT. "Ninguém, nem a Dilma, é capaz de tirar uma candidatura do Lula. E qualquer candidato, mesmo que não seja o Lula, depende do apoio do Lula. Ele e Dilma têm uma relação de amor e ódio que não deixa que eles se separam. O governo dela (Dilma) ficaria inviável sem ele e, ao mesmo tempo, o partido precisa da máquina do governo para se reeleger. Sem o Lula a situação do PT não é boa e ainda vai depender muito do resultado de 2016", analisou.

Na opinião historiador, o discurso de unir a esquerda é um "jogo de cena" com o objetivo de influenciar o governo em resposta à perda de espaço do PT e, consequentemente, das críticas às opções políticas da presidente Dilma. "Sem rupturas, o PT é governo. Mas no curto prazo é impossível uma mudança de rota. O PT é hoje um transatlântico encalhado. É muito grande o partido, com muitos interesses, não dá para fazer um cavalo de pau".

Sobre uma possível volta de Marta Suplicy ao PT, Lincoln Secco acredita que não há retorno, pois as críticas ao governo feitas pela ex-senadora foram vistas como desleais dentro do partido. Na sua opinião, diante de uma provável candidatura, Marta não venceria a eleição para a prefeitura de São Paulo. "Acho que ela não vence, mas é capaz de impedir que Haddad vença", concluiu.

Os estudantes de história estão mais perto de ver a regulamentada a profissão de historiador. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei 4699/12, do Senado. 

Segundo a proposta, podem exercer o cargo aqueles que tenham diploma de curso superior em História; de mestrado ou doutorado em História ou que tenha linha de pesquisa dedicada à História; ou aos diplomados em outras áreas que tenham exercido a profissão de historiador há mais de cinco anos, a contar da publicação da lei. Aprovado o projeto, apenas os profissionais diplomados poderão lecionar a matéria nos ensinos fundamental e médio.

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A relatora do projeto, a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), afirmou que a novidade irá agregar qualidade de ensino às escolas. Para o presidente da Associação Nacional dos Professores Universitários de História (Anpuh), Rodrigo Patto Sá Motta, a regulamentação vai influenciar na criação de carreiras de historiadores em órgãos públicos, como museus e outras instituições.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

Morreu nesta terça-feira (11), aos 90 anos, um dos maiores historiadores do País, Jacob Gorender. Ele estava internado no Hospital São Camilo e o enterro será realizado no cemitério israelita do Butantã. Autor de clássicos da historiografia brasileira, como "O Escravismo Colonial", de 1978, e "A Burguesia Brasileira", de 1981, Gorender participou de acontecimentos marcantes da história do Brasil.

Nascido em 20 de janeiro de 1923, em Salvador, numa família modesta de imigrantes judeus russos, ingressou na faculdade de Direito em 1941. Iniciou ali o contato com a militância do PCB. No ano seguinte, tornou-se membro do partido. Aos 20 anos, alistou-se como voluntário na Força Expedicionária Brasileira (FEB) e partiu para a Europa para combater na Segunda Guerra Mundial. Na volta ao Brasil em 1945, retomou a militância pelo PCB, onde permaneceu até 1968, quando deixou a filiação. Sem nunca abandonar a militância de esquerda, fundou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).

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Com o recrudescimento do Regime Militar em 1969, o partido ampliou as ações de guerrilha e os membros mergulharam na clandestinidade. Durante seis anos, Gorender viveu em 30 esconderijos diferentes. Em 1970, foi preso pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e levado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Lá, foi torturado e levado ao Presídio Tiradentes. Em 1987, Gorender somou o repertório teórico à experiência na militância e na luta armada e lançou "Combate nas Trevas: Esquerda Brasileira: das ilusões Perdidas à Luta Armada".

Por Daniele Vilas Bôas

Faleceu, na manhã desta quinta-feira (3), no Hospital Espanhol, em Salvador, o historiador e professor baiano, Ubiratan Castro, de 64 anos. Ele estava internado desde o dia 30 de setembro e sofria de insuficiência renal. O estado de saúde piorou em decorrência de uma infecção que se agravou nos últimos dias.

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Ele era paciente renal crônico, e, por isso precisava de internação para a realização de avaliações periódicas de saúde. Por conta da internação, o professor não pôde participar do lançamento do livro do autor nigeriano, Wole Soyinca, Prêmio Nobel de Literatura, do qual foi o autor do prefácio. 

Ubiratan era diretor-geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), ligada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Ele também pertencia ao quadro de professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e foi um dos fundadores do Centro de estudos Afro Orientais.

O historiador estava afastado da universidade para assumir o cargo de diretor da fundação. Ele ocupava a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia. Em 2010, Ubiratan recebeu em Brasília a Comenda da Ordem Rio Branco, concedida a personalidades e autoridades que realizaram ações em beneficio da sociedade. No primeiro mandato do presidente Lula, o historiador trabalhou com o então ministro da cultura, Gilberto Gil, dirigindo a Fundação Cultural Palmares.

Entre os prêmios e títulos que recebeu, destacam-se: A Medalha do Bicentenário da Restauração Portuguesa da Academia Portuguesa de História, o Troféu Clementina de Jesus da União dos Negros pela Igualdade (Unegro) e a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara Municipal de Salvador. Ele escreveu os livros ‘’A Guerra da Bahia’’, ‘’Salvador era assim – Memórias da cidade e Sete histórias de Negro’’. Lançou em 2009, na cidade de Cachoeira, o livro de contos ‘’Histórias de Negro’’.

O corpo foi velado, nesta quinta-feira (3), no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, às 14h. A cremação será nesta sexta-feira (4), às 10h, no Jardim da Saudade.

O eminente historiador marxista britânico Eric Hobsbawm, que escreveu sobre os extremos dos séculos XIX e XX e era considerado um dos pensadores imprescindíveis do século passado, morreu nesta segunda-feira aos 95 anos.

"Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã em Londres", afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm.

"Ele fará falta não apenas para sua esposa há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também por seus milhares de leitores e estudantes ao redor do mundo", completou.

Hobsbawm, que influenciou gerações de historiadores e políticos, é reconhecido por sua história do "longo século XIX", para ele de 1789 a 1914, em três volumes.

O livro mais famoso de Hobsbawm, provavelmente, é "Era dos Extremos" (1994), sobre o século XX (1914-1991), que foi traduzido para quase 40 línguas e recebeu muitos prêmios internacionais.

Nascido em 9 de junho de 1917 em uma família judaica de Alexandria, Egito, Hobsbawm foi criado em Viena no período entre as duas grandes guerras mundiais, antes de seguir para Berlim em 1931. Ele se mudou para Londres dois anos depois, quando os nazistas chegaram ao poder.

Depois de estudar História e obter o Doutorado na Universidade de Cambridge, Hobsbawm se tornou professor em 1947 no Birkbeck College de Londres, centro ao qual seguiu ligado por toda a carreira.

Também foi professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Cornel.

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