Tópicos | holocausto

No Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, autoridades europeias fazem um aceno à data e relembram as vítimas do nazismo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu em sua conta na rede social X (antigo twitter) que, "no dia em Memória do Holocausto, nós lembramos das vítimas e pronunciamos seus nomes em voz alta". Ela afirmou ainda que os atos antissemitas estão aumentando "de forma alarmante" e que "é nosso dever proteger e fazer prosperar a vida judaica na Europa".

O chanceler alemão Olaf Scholz se manifestou ao dizer "nunca mais à exclusão social e à privação de direitos, à ideologia racista, à desumanização e à ditadura". Em sua conta no X, ele escreveu que "nosso 'nunca mais' tem milhões de vozes e a nossa democracia milhões de rostos".

##RECOMENDA##

O presidente da França, Emmanuel Macron, também se pronunciou. "Há 79 anos, o campo de extermínio de Auschwitz foi libertado. A humanidade estava finalmente perfurando as trevas do nazismo. Na memória eterna dos milhões de vítimas da Shoah (palavra hebraica para "catástrofe"), lembremo-nos que o antissemitismo e o ódio conduzem às piores atrocidades", escreveu.

Já o primeiro ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, compartilhou uma foto sua ao lado da sobrevivente de Auschwitz Lily Ebert, que comemorou recentemente seu aniversário de 100 anos. "Temos o dever de recordar os crimes horríveis do Holocausto. É por isso que conhecer sobreviventes como Lily Ebert é tão importante. Lily comemorou recentemente seu 100º aniversário. Por favor, reserve um tempo para ouvir sua história nas suas próprias palavras", falou.

Na infância, Yaakov Weissmann viveu escondido na França durante o genocídio perpetrado pelos nazistas e seus colaboradores contra os judeus europeus. Aos 83 anos, ele escapou novamente da morte - dessa vez, pelas mãos do grupo islamita palestino Hamas.

Dez dias após a ofensiva do movimento islamita em território israelense, lançado em 7 de outubro, esse agricultor aposentado fala sobre a "tristeza" e a "raiva" que sente ao pensar nos 20 mortos de Netiv Haassara. Ele conhecia muitos deles pessoalmente.

"Como nosso famoso Exército poderia ser pego de surpresa?", questiona o homem.

No sábado de 7 de outubro, mesmo dia que acabava a festa judaica de Sucot, centenas de combatentes do Hamas se infiltraram em Israel por terra e ar, procedentes da Faixa de Gaza.

Mais de 1.400 pessoas morreram nesta missão que abalou o país, enquanto os bombardeios israelenses realizados em retaliação em Gaza deixaram, até o momento, cerca de 3.000 mortos, de acordo com as autoridades do Hamas - que governa o enclave palestino.

Yaakov Weissmann, nascido na França em 1940, diz que o ataque trouxe de volta lembranças de sua infância durante a Segunda Guerra Mundial.

Seus pais poloneses fugiram dos pogroms em sua terra natal para se estabelecerem na França em 1933, embora seu pai tenha sido posteriormente preso em 1944 e deportado para o campo de extermínio de Auschwitz, onde foram assassinadas 1,1 milhão de pessoas, em sua grande maioria judeus.

Yaakov viveu escondido com sua irmã em uma vila perto de Lyon, onde fingiram ser sobrinhos de uma família não judaica que os acolheu.

- A menos de 500 metros de Gaza -

Em 1959, se instalou em Israel, em um kibutz próximo à fronteira jordaniana, com a intenção de "fazer a terra reviver". Mais tarde, ele se mudou para o Sinai egípcio, ocupado por Israel após a guerra de 1967, onde foi um dos fundadores de um assentamento agrícola chamado Netiv Haassara.

Em 1982, eles foram evacuados por Israel no âmbito dos acordos de paz com o Egito. Weissmann então se estabeleceu com sua família a menos de 500 metros da Faixa de Gaza e, juntos, reconstruíram o assentamento, com o mesmo nome.

Desde 2005, durante a retirada unilateral israelense de Gaza após 38 anos de ocupação, a vila de 800 habitantes se acostuma com os disparos de foguetes por parte de grupos armados palestinos e as sirenes de alerta.

Na manhã de 7 de outubro, diante do ataque do Hamas, ele e sua esposa se abrigaram em um esconderijo, armado com um revólver. Pouco depois, ouviram o barulho das metralhadoras.

Em outras localidades, os habitantes não conseguiram escapar dos comandos do grupo islamita - que os mataram ou sequestraram, apesar dos abrigos.

Ao sair de seu esconderijo, Yaakov Weissmann ficou aliviado ao descobrir que seus filhos, netos e duas bisnetas, um total de 23 descendentes moradores do assentamento, estavam vivos.

- "Eliminar o Hamas do mapa" -

Agora realocado em uma casa de aposentados em Modiin, no centro de Israel, Yaakov conta que, para "se vingar" dos nazistas, decidiu "fundar uma família e continuar vivendo".

Ele se recusa a comparar o Hamas com o regime nazista, como fazem alguns israelenses, mas tem certeza de que os responsáveis pelo massacre em Israel devem "pagar".

"É preciso fazer o que foi anunciado, eliminar o Hamas do mapa", diz Weissmann, depois que as autoridades israelenses prometeram aniquilar o movimento islamita palestino, enquanto se aguarda uma incursão terrestre na Faixa de Gaza.

Quanto ao futuro, o agricultor deseja "voltar para Netiv Haassara, isso com certeza, embora entenda que minhas filhas não vão querer".

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comparou os presos no ataque golpista às sedes dos Três Poderes com as vítimas do Holocausto durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro nesta terça-feira, 26. Segundo o parlamentar, as prisões "foram feitas nos moldes nazistas". Em reação à declaração, o Instituto Brasil-Israel emitiu uma nota de repúdio. A entidade classificou a fala do parlamentar como uma "distorção negacionista que fere a memória das vítimas".

"A declaração feita por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto. Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória", diz o Instituto Brasil-Israel em nota.

##RECOMENDA##

Holocausto refere-se ao genocídio realizado pela Alemanha nazista, em que mais de 6 milhões de judeus foram exterminados durante a Segunda Guerra Mundial.

O senador afirmou que as prisões dos golpistas foram feitas "aos moldes nazistas" durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno.

"As prisões de milhares de pessoas nos dias 8 e 9 de janeiro foram feitas nos moldes nazistas. (No Holocausto) a gente via pessoas com medo, querendo fugir do nazismo e sendo direcionadas para estações de trem de forma pacífica, com a falsa promessa que iriam entrar em um trem e fugir do regime, mas enquanto estavam nas estações, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos milhares. Muito parecido com o que aconteceu aqui nos dias 8 e 9 de janeiro", afirmou Flávio Bolsonaro na sessão desta segunda-feira.

O Instituto Brasil-Israel rebateu a declaração e disse que "ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum". "Foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política", diz a nota.

Procurado pelo Estadão, o senador Flávio Bolsonaro não se pronunciou sobre o posicionamento do Instituto Brasil-Israel.

Após a chuva de críticas nas redes sociais, a Riachuelo suspendeu a venda do conjunto de roupas listrado em azul e branco, semelhante aos uniformes dos campos de concentração nazistas. A loja pediu desculpas e disse que a venda das peças foi uma infelicidade.

Ao longo dos anos, as roupas listradas foram impostas dentro das cadeias para segregar os presos e facilitar a identificação. Pelo baixo custo de produção, as listras produzidas em azul e branco foram usadas pelo regime nazista e representa o cárcere do povo judeu.   

##RECOMENDA##

Conjunto listrado em uma das lojas da rede. Reprodução/Redes Sociais

A especialista em cultura material e consumo, semiótica psicanalítica da USP Maria Eugênya comentou sobre a falta de bom senso e o desrespeito à memória histórica do modelo.

"Tendências de moda não são isoladas da estética, da semiótica, da história, e nenhuma tendência deve estar acima da decência, da memória e do respeito", apontou.

A Riachuelo pediu desculpas e disse que não teve intenção de fazer alusão ao período que feriu os direitos humanos. A rede afirmou que a escolha do modelo foi uma infelicidade e ressaltou que todas as peças serão retiradas das lojas e do site.

Hoje (27) é celebrado o Dia Internacional em Memórias às Vítimas do Holocausto, conforme a Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovada em 2005. A data escolhida marca a libertação dos prisioneiros do maior campo de concentração nazista, Auschwitz, na Polônia. Porta-vozes da ONG destacaram que a data é observada no contexto de um “aumento alarmante de antissemitismo” e consideram que o mundo assiste à tentativa de reescrever a história e de distorcer os fatos do Holocausto.

Alguns filmes retratam sobre a perseguição aos judeus, que viviam em condições de vida deploráveis, escravizados até a morte nos campos de extermínio ou em constante fuga, como “A lista de Schindler” (1993), “O Menino do Pijama Listrado” (2008) e “O Diário de Anne Frank” (1959), que retraram esses horrores. Mas há outros longas que também abordam o tema. Confira:

##RECOMENDA##

A amarga sinfonia de Auschwitz (1980) - Capturada pelos nazistas e enviada para Auschwitz, uma musicista é responsável pela tarefa terrível de amenizar a caminhada dos condenados à câmara de gás. O drama ganhou o Prêmio Emmy do Primetime de Melhor Atriz Coadjuvante em Filme, Melhor Roteiro em Filme ou Especial Dramático e Melhor Especial de Drama. Disponível no YouTube. 

A Vida é Bela (1997) - Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele precisa usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência ao redor. O drama recebeu indicações ao Oscar de Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem. Disponível no YouTube e Apple TV. 

Noite e Neblina (1955) - Dez anos após o Holocausto, Alain Resnais (1922-2014) documenta os locais abandonados de Auschwitz enquanto reflete sobre a ascensão da ideologia nazista e as vidas angustiantes dos prisioneiros do campo usando imagens assustadoras de guerra. Disponível na Amazon Prime Video.  

O Fotógrafo de Mauthausen (2018) - Um prisioneiro em campo de concentração, o fotógrafo espanhol Francisco Boix (1920-1951), que conseguiu guardar, esconder e depois mostrar ao mundo uma imensa série de negativos de fotos das atrocidades cometidas no campo de concentração de Mauthausen, na Áustria. O filme recebeu indicações ao Prêmio Goya de Melhor Direção de Produção, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Cabelo e Melhor Direção Artística. Disponível na Netflix. 

O Pianista (2002) - Um pianista judeu polonês vê Varsóvia mudar gradualmente à medida que a Segunda Guerra Mundial começa. Szpilman (1911-2000) é forçado a ir para o Gueto de Varsóvia, mas depois é separado de sua família durante a operação Reinhard. A partir desse momento, até que os prisioneiros dos campos de concentração sejam liberados, Szpilman se esconde em vários locais entre as ruínas de Varsóvia. O drama recebeu indicações ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Montagem. Disponível no YouTube. 

 

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, não discutiu a política monetária ou o quadro econômico atual, em discurso no qual lembrou o Holocausto. Ela comentou que o prédio principal do BCE, em Frankfurt, Alemanha, fica em uma área "ligada às atrocidades do Holocausto" durante a Segunda Guerra e ressaltou a importância de se buscar a unidade europeia, a fim de garantir que "a tirania e a injustiça estatal nunca prevaleçam de novo". Nesta sexta-feira (27), celebra-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Lagarde lembrou que o local do prédio principal do BC "é um dos milhares de locais na Alemanha e pela Europa nos quais o regime nazista alemão pôs em ação o assassinato de milhares de membros da comunidade judaica e de outras minorias". O prédio atual da instituição fica num terreno que abrigava um mercado atacadista de Frankfurt, no qual judeus acabaram presos e depois foram deportados.

##RECOMENDA##

Para lembrar as deportações e as mortes subsequentes, o BCE inaugura um memorial, em cooperação com a cidade e seu Museu Judaico de Frankfurt. A inauguração ocorre no 78º aniversário da libertação do campo de Auschwitz e há uma placa para lembrar a história, comentou ela em sua fala.

Lagarde ainda destacou o projeto da União Europeia como uma resposta à Segunda Guerra e ao Holocausto. Segundo ela, o compromisso de nunca permitir que algo do tipo volte a ocorrer dá expressão concreta aos esforços para construir uma Europa ainda mais unida, "que garanta nossa estabilidade política e econômica", com o euro como parte crucial disso.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Antonio Barra Torres, comparou a situação crítica de saúde dos povos Yanomamis, em Roraima, com o Holocausto, genocídio causado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939-1945, que matou seis milhões de judeus. 

“Remontaram as cenas que só víamos em documentários da Segunda Guerra Mundial, as cenas do Holocausto. Quando víamos pessoas com ossos cobertos apenas por pele. E vemos que isso acontece em nosso próprio País. Como chegou a esse ponto?” questionou, durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) da saúde, realizada nesta quinta-feira (26).

##RECOMENDA##

Barra Torres destacou que a equipe do órgão está à disposição do Ministério da Saúde, comandado pela ministra Nísia Trindade, que também participou da reunião para tentar retornar a crise de saúde dos Yanomamis.

Na ocasião, a ministra afirmou que os indígenas foram abandonados pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Abandono é uma política e é isso que vemos, infelizmente, em relação à questão indígena e tantas outras”, criticou.

Trindade declarou que o governo do presidente Lula (PT) deverá priorizar o bem-estar dos povos indígenas durante a campanha de vacinação contra a Covid-19, que deve iniciar em fevereiro. “Em contraponto ao abandono, nossa política terá de ser de cuidado, de construção coletiva”. 

Em publicação no Twitter, a ministra comentou que a situação “dramática” dos Yanomamis foi uma preocupação de todos presentes no encontro. “Não estamos poupando esforços para substituir, o quanto antes, por uma política do cuidado, a política de abandono que gerou essa desassistência calamitosa”. 

[@#video#@]

Uma sequência de murais que mostra Os Simpsons, a família americana da famosa série de animação, como vítimas do Holocausto surgiu, nesta quinta-feira (26) na estação de trem de Milão, no norte da Itália, de onde centenas de judeus italianos foram enviados para campos de concentração nazistas.

Os murais, realizados pelo artista aleXsandro Palombo por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, nesta sexta, retratam a família Simpson antes e depois de sua deportação, com a notória estrela de Davi amarela usada para identificar os judeus.

##RECOMENDA##

Os membros da família foram retratados muito debilitados e vestidos com o pijama listrado, usado por prisioneiros em campos de concentração, na famigerada "Plataforma 21" da estação de trem.

"Você tropeça nessas obras para ver o que não vemos. As coisas mais terríveis podem se tornar realidade e a arte tem o dever de relembrá-las, porque é um poderoso antídoto contra o esquecimento", explicou aleXsandro Palombo em um comunicado.

"O horror do genocídio judeu precisa ser transmitido sem filtro às novas gerações para proteger a humanidade de outros horrores como o Holocausto", escreveu.

Palombo é um artista pop contemporâneo italiano, famoso por suas obras coloridas e reflexivas focadas em temas como a ética e os direitos humanos.

A vida parou em Israel por dois minutos nesta quinta-feira (28) ao som das sirenes para recordar o dia do Holocausto, em memória dos seis milhões de judeus assassinados pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

Às 10H00 (4H00 de Brasília), os israelenses respeitaram um momento de silêncio nas ruas, varandas de suas casas e nas portas de estabelecimentos comerciais e prédios.

Os motoristas desceram dos carros e os ônibus interromperam as viagens. Os alunos de todas as escolas e universidades também respeitaram os dois minutos de reflexão.

Todos os canais de televisão e as rádios transmitem desde quarta-feira depoimentos, documentários e filmes sobre o genocídio.

Durante uma cerimônia no memorial da Shoa em Jerusalém, Yad Vashem, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett afirmou que "nenhum acontecimento, por mais cruel que tenha sido, é comparável ao Holocausto".

"O Holocausto é a expressão final e absoluta dos milhares de anos de antissemitismo", acrescentou.

Durante a cerimônia, sobreviventes da Shoa acenderam seis tochas em memória dos seis milhões de judeus massacrados pelos nazistas.

Em uma visita na quarta-feira ao Parlamento israelense em Jerusalém, a presidente do Bundestag (Parlamento alemão), Barbel Bas, declarou que "a responsabilidade da Alemanha na luta contra o antissemitismo não terminou".

"As lições do Holocausto exigem de nós que jamais toleremos o surgimento e a disseminação do antissemitismo", escreveu Bas no livro de ouro do Knesset.

"Estamos ao lado de Israel", acrescentou.

De acordo com números oficiais, 161.400 sobreviventes do Holocausto vivem atualmente em Israel.

O alemão Leon Schwarzbaum, um sobrevivente do Holocausto e defensor da memória dos crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, faleceu ontem (13), aos 101 anos.

"Leon Schwarzbaum morreu na noite de domingo. Sua morte é uma grande perda para a memória coletiva. Todos sentiremos falta de sua raiva e de sua humanidade", disse o vice-presidente-executivo do Comitê Internacional de Auschwitz, Christoph Heubner, à AFP.

Nos últimos anos, Leon testemunhou várias vezes em julgamentos contra criminosos ligados ao nacional-socialismo.

Seu depoimento em 2016 marcou o julgamento do ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz Reinhold Hanning, condenado a cinco anos de prisão. O réu morreu alguns meses depois do veredicto, sem entrar na prisão.

No final de 2021, Leon também compareceu ao julgamento de um ex-guarda do campo de concentração de Sachsenhausen, Josef Schütz, de 101 anos, para que "se fizesse justiça".

Muitas vezes, Schwarzbaum manifestou sua raiva pelo fato de tão poucos criminosos nazistas terem sido levados a julgamento, especialmente na Alemanha. O Comitê Internacional de Auschwitz ressalta que "ele não queria ódio, queria justiça".

Leon Schwarzbaum nasceu em 1921, em Hamburgo, em uma família judia polonesa, mas cresceu em Bedzin, na Alta Silésia, atual Polônia. De lá, sua família foi deportada para Auschwitz, em 1943, após a dissolução do gueto.

Ele foi o único membro de sua família a sobreviver aos campos de Auschwitz, Buchenwald e a um campo anexo de Sachsenhausen, ao norte de Berlim.

Em uma semana em que as redes sociais foram sacudidas pela declaração de um influenciador digital em defesa da criação do partido nazista, em nome da "liberdade de expressão", o Senado fez uma sessão especial para homenagear e relembrar as vítimas do Holocausto. A sessão desta quinta-feira (10) serviu também para marcar a cerimônia do Yom HaShoá, ou Dia da Lembrança do Holocausto. 

A data remete a 27 de janeiro de 1945, dia em que o exército soviético libertou judeus do campo de concentração de Auschwitz, maior símbolo das atrocidades cometidas pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Durante a sessão, senadores e representantes da comunidade judaica e da Unesco repudiaram as falas do influenciador e apresentador de podcast Monark e manifestações de outros que tentam diminuir os horrores do regime que perseguiu e assassinou milhões de judeus — além de ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais e testemunhas de Jeová. O recado foi claro: "tolerância zero" com racismo e com discursos de ódio. 

##RECOMENDA##

De origem judaica, Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que lembrar as atrocidades cometidas pelos nazistas é fundamental para evitar o crescimento de pensamentos racistas na sociedade. Para o senador, não há que se tolerar os intolerantes. 

“Nesta semana, com muita preocupação, acompanhamos declarações de pessoas ditas influenciadoras defendendo abertamente a criação de um partido nazista (para a minha tristeza, incluo também a presença nessa lista de um deputado federal do Parlamento brasileiro) e uma rádio demitindo comentarista depois de gesto similar ao da saudação nazista. Essa ideologia autoritária, segregadora e intolerante é inaceitável, além de criminosa. Nós não podemos tolerar a intolerância, porque ela é a semente da erva daninha que produziu esse maior crime humanitário da história da humanidade”, disse Wagner.

Tolerância zero

Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine avaliou que o discurso de Monark é um sinal de que, mesmo após 77 anos do Holocausto, muitos não assimilaram o perigo da conexão entre ideias racistas e ações violentas. Ele defendeu tolerância zero com discursos de ódio. 

“O Holocausto e o extermínio de 6 milhões de judeus não aconteceram do nada; foram baseados em ideologias nazistas e no discurso de ódio de mentes perturbadas. A lição que podemos e devemos tirar disso é ter zero tolerância a esse tipo de situação: zero tolerância ao racismo, zero tolerância ao discurso de ódio, zero tolerância ao antissemitismo. O exemplo que tivemos esta semana no Flow Podcast [canal de entrevistas de Monark na internet] pode parecer bobagem, mas atesta que a mensagem não foi bastante assimilada pelas pessoas e pela sociedade”, afirmou Zonshine.

Para Marlova Jovchelovitch Noleto, representante da Unesco no Brasil, episódios como o do Flow Podcast não podem ser banalizados e exigem atuação das autoridades e da sociedade.

“Nós assistimos chocados e perplexos a esse Flow Podcast, incitando não apenas a ideia de um partido nazista, mas também a possibilidade de se ser antijudeu. De que maneira esses influenciadores se sentem à vontade e com liberdade para propor isso? Como é possível ser antijudeu? Como é possível ser antinegro, anti-índio, anti seja lá o que for, se nós temos como premissa da vida em sociedade o exercício da humanidade e do respeito aos direitos humanos? É muito importante que situações como essas não sejam banalizadas e tampouco minimizadas, porque minimizando situações desse tipo é que situações assim progridem, ganham escala e se tornam verdade para muitos”, alertou. 

Marlova Noleto apontou que a Unesco tem defendido a importância de trabalhar o tema do Holocausto nas escolas para evitar o fomento de negacionismos históricos. Ela relatou que a instituição fez um levantamento junto ao TikTok, rede social popular entre o público jovem, e identificou que 17% do conteúdo publicado relacionado ao tema nega ou distorce a existência do Holocausto. Segundo ela, a empresa responsável pela rede social e a Unesco se uniram para enfrentar o problema. 

Presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg reforçou que liberdade de expressão tem limites quando vivemos em coletividade.

“Temos um marco constitucional que é abundante, robusto, em todo o seu conteúdo, e lá está prevista, sim, a liberdade de expressão, mas ela não pode afrontar outras liberdades e as garantias individuais”, argumentou.

Repúdio

Os senadores Lasier Martins (Podemos-RS), Flávio Arns (Rede-PR) e Leila Barros (Cidadania-DF) também repudiaram a defesa da criação de um partido nazista.

Lasier recordou que foi às lágrimas ao visitar, em Jerusalém, o Memorial do Holocausto, símbolo da memória aos judeus assassinados durante a 2ª Guerra Mundial. Arns afirmou que é preciso se rebelar contra aqueles que não respeitam a diversidade e pediu atenção nas eleições de 2022, para que o eleitor não vote em candidatos com discurso de ódio. Leila Barros, por sua vez, defendeu a aprovação de projetos como o que criminaliza a negação do Holocausto (PL 1.044/2020); o que proíbe a veiculação de anúncios publicitários em sites que divulgam fake news e discurso de ódio (PL 2.922/2020) e o que eleva as penas previstas na Lei Antirracismo (PL 3.054/2020). 

“Defender a criação de um partido nazista, meus amigos, é infringir a Constituição brasileira e ofender principalmente toda a comunidade judaica. A liberdade de expressão não pode servir como anteparo para a propagação de discursos de ódio.  É importante deliberar sobre medidas que possam impedir que grupos de pessoas continuem tentando ressuscitar discursos nazistas e disseminar o ódio contra os negros, os imigrantes, os judeus e os homossexuais”, disse a senadora.

*Da Agência Senado

 

O Senado fará nesta quinta-feira (9) uma sessão de homenagem às vítimas do Holocausto, em meio a declarações de apologia ao nazismo. Na última segunda-feira, o apresentador do Flow Podcast, Monark, defendeu a formalização de um partido nazista no Brasil.

"Quem legitima o nazismo, e igualmente o racismo, afronta a memória das vítimas e dos sobreviventes desse regime e desdenha das atrocidades por ele causadas", afirmou o presidente do Senado no plenário da Casa.

##RECOMENDA##

A Procuradoria-Geral da República (PRG) abriu uma investigação contra o youtuber Monark e o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) por suspeita de apologia ao nazismo.

"Defender o nazismo não é uma justa manifestação da liberdade de expressão. Defender o nazismo é crime. Nazismo não se defende, não se propaga e não está inserido nas liberdades públicas de livre manifestações de pensamento", disse Pacheco.

Deu ruim! Logo depois de ser criticada por dizer que o genocídio nazista de seis milhões de judeus no Holocausto não foi uma questão de raça, Whoopi Goldberg foi punida pelo canal ABC e ficará duas semanas afastada do programa The View.

A apresentadora chegou a se desculpar, no entanto, a presidenta da emissora norte-americana, Kim Godwin, disse que não era suficiente pois a repercussão negativa foi catastrófica.

##RECOMENDA##

"Com efeito imediato, suspendo Whoopi Goldberg durante duas semanas pelos seus comentários equivocados e ofensivos. Embora Whoopi se tenha desculpado, pedi-lhe que tire um tempo para refletir e perceber o impacto dos seus comentários", disse Godwin no Twitter.

"No programa de hoje disse que o Holocausto não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem. Deveria ter dito que são os dois. O povo judeu de todo o mundo sempre contou com o meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei", escreveu Whoopi.

Whoopi Goldberg se desculpou depois de ser criticada por dizer que o genocídio nazista de seis milhões de judeus não foi "uma questão de raça".

A atriz americana vencedora de Oscar disse no programa "The View", do canal ABC, que o Holocausto envolveu "dois grupos de pessoas brancas".

##RECOMENDA##

"No programa de hoje disse que o Holocausto 'não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem'. Deveria ter dito que são os dois", escreveu Goldberg no Twitter na segunda-feira à noite.

"O povo judeu de todo o mundo sempre contou com meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei", acrescentou a atriz de 66 anos.

Após os comentários de Goldberg, críticos responderam que a raça foi determinante para o genocídio, já que os nazistas acreditavam que eram uma raça superior.

"Não @WhoopiGoldberg, o #Holocausto foi a aniquilação sistemática do povo judeu por parte dos nazistas, que os consideravam uma raça inferior", tuitou Jonathan Greenblatt, diretor da Liga Antidifamação.

"Foram desumanizados e usaram essa propaganda racista para justificar o assassinato de seis milhões de judeus. A distorsão do Holocausto é perigosa", acrescentou.

Por sua vez, o Museu do Holocausto dos Estados Unidos escreveu no Twitter que "o racismo foi fundamental para a ideologia nazista".

"Os judeus não se definiam pela religião e sim pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa", declarou essa instituição sem fazer referência aos comentários de Goldberg.

Goldberg, que protagonizou filmes que denunciaram o racismo contra os negros como "A Cor Púrpura", falou durante uma discussão sobre a proibição em uma escola de Tennessee da novela gráfica de 1986 "Maus I: História de um sobrevivente", sobre a vida no campo de concentração nazista de Auschwitz.

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira (20) uma resolução não vinculante que pede a todos os Estados-membros que lutem contra a negação do Holocausto e do antissemitismo, especialmente nas redes sociais.

O texto, proposto por Israel, foi elaborado com a ajuda da Alemanha e patrocinado por várias 144 dos 193 Estados que formam as Nações Unidas.

O Irã, no entanto, marcou formalmente sua oposição à resolução, afirmando que Teerã se desvinculou do texto. Na resolução se "rejeita e condena sem reservas qualquer negação do Holocausto como acontecimento histórico, seja total ou parcialmente".

O Holocausto é a denominação do genocídio de 6 milhões de judeus europeus entre 1939 e 1945 por parte dos nazistas, seus simpatizantes e aliados.

Yair Lapid, ministro das Relações Exteriores de Israel, e sua contraparte alemã, Annalena Baerbock, saudaram em declaração comum a aprovação da resolução como prova de que a comunidade internacional "fala a uma só voz". Preocupados com o "aumento dramático" do negacionismo, os dois ministros denunciaram "as comparações entre conflitos políticos atuais e o Holocausto", o que constitui uma "injustiça" para as vítimas.

Dani Dayan, diretor do memorial israelense do Holocausto Yad Vashem, defendeu "esforços redobrados" para apoiar a pesquisa e o ensino sobre esse episódio sombrio na Europa.

Em um comunicado, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, elogiou a "resolução histórica", negociada por vários meses. A resolução aprovada hoje "oferece pela primeira vez uma definição clara da negação do Holocausto, pede que os países tomem medidas no combate ao antissemitismo, e apela aos gigantes da internet (Facebook, Twitter, Instagram, etc.) que lutem contra o conteúdo de ódio nas redes sociais, especifica a declaração israelense.

A edição do Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Pernambuco, desta sexta-feira (24), traz a publicação da Lei nº 17.404, de autoria da deputada estadual Priscila Krause (DEM), que proíbe o ensino ou abordagens negacionistas ou revisionistas sobre o Holocausto.

De acordo com a publicação, a norma é direcionada ao Sistema Estadual de Educação Básica, ou seja, vale para instituições públicas, municipais e estaduais, e privadas de Pernambuco dos ensinos infantis, fundamental e médio. Além disso, o ensino ou abordagem acerca do Holocausto "deverá ter por objetivo informar e refletir com os discentes sobre os crimes de lesa-humanidade perpetrados no Estado Alemão Nazista durante a Segunda Guerra Mundial contra os judeus e outros grupos também discriminados, bem como sobre as razões geopolíticas e sociais". 

##RECOMENDA##

A lei foi promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Eriberto Medeiros (PP) e já está em vigor. Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Educação de Pernambuco enviou uma nota, por meio da assessoria, sobre a Lei. "A Secretaria de Educação e Esportes (SEE) informa que vai analisar todos os detalhes da Lei para avaliar os projetos que serão desenvolvidos para atender a demanda".

O papa Francisco beijou, nesta quarta-feira (26), o número de detenção tatuado no braço de uma sobrevivente do Holocausto, durante a audiência geral realizada no Vaticano, em um gesto espontâneo de solidariedade.

Lidia Maksymowicz, de 81 anos, polonesa de origem bielorrussa, deportada em 1943 para o campo de Auschwitz Birkenau quando tinha menos de três anos de idade, também foi vítima das experiências do criminoso de guerra Josef Mengele.

Entre os presentes na audiência realizada ao ar livre, a idosa aproveitou para cumprimentar o pontífice no final do encontro.

Depois de trocarem algumas palavras, ela puxou a manga para mostrar ao sumo pontífice a tatuagem com o número 70072, marcada pelos nazistas quando ela entrou no campo de concentração.

O papa argentino se inclinou para beijá-la, e a sobrevivente, comovida, abraçou-o espontaneamente.

"Com o Santo Padre nos entendemos com um olhar, nenhuma palavra foi necessária", confidenciou a senhora depois de seu encontro com o papa, segundo o portal de notícias do Vaticano.

Entre os últimos sobreviventes dos campos de concentração nazistas, Maksymowicz está na Itália como convidada da associação "Memória Viva" para contar aos jovens seu testemunho, coletado em um documentário intitulado "A menina que não sabia odiar".

Submetida a horríveis experimentos médicos do dr. Mengele, como inoculação de vírus, vacinas e venenos, a senhora considera um dever contar sua história para que ela não se repita.

"Todas as crianças sabiam quem era Mengele e tinham medo dele. Considero que tenho a missão de contar minha história, devo isso a quem morreu", confessou durante um encontro virtual com centenas de jovens italianos.

"Sou uma das poucas sobreviventes. Mais de 200.000 crianças morreram lá", frisou.

Adotada e salva por uma família polonesa após sua libertação em 1945, ela encontrou sua verdadeira mãe na Rússia em 1962, graças às tatuagens.

O pontífice latino-americano, que tem entre seus amigos mais próximos vários judeus argentinos, esteve em 29 de julho de 2016 nos campos de Auschwitz e Birkenau, na Polônia, uma das visitas mais emocionantes de seu pontificado.

bur-kv&jz/mr/tt

A vida parou em Israel por dois minutos nesta quinta-feira (8), às 10H00 (5H00 de Brasília), e as sirenes tocaram para recordar o Dia do Holocausto em memória dos seis milhões de judeus exterminados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Como todos os anos, os motoristas desceram de seus automóveis, os ônibus pararam as viagens e os pedestres também interromperam as caminhadas e permaneceram em silêncio.

Os israelenses se reuniram diante de estabelecimentos comerciais e prédios, assim como os estudantes em todas as escolas e universidades.

Em uma cerimônia na quarta-feira à noite em Yad Vashemau, o memorial do Holocausto em Jerusalém, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel será contrário a qualquer acordo que permita ao Irã desenvolver armas nucleares.

Atualmente estão em curso negociações em Viena entre Teerã e a a comunidade internacional para tentar salvar o acordo nuclear do Irã de 2015.

"Um acordo com o Irã que abriria o caminho para as armas nucleares (...) de nenhuma maneira será vinculante para nós", advertiu.

"Durante o Holocausto, não tínhamos nem a capacidade de nos defender nem a soberania para fazê-los", completou Netanyahu.

"Hoje temos um Estado, uma força de defesa e temos o direito pleno e natural como Estado soberano do povo judeu de nos defendermos de nossos inimigos", afirmou.

Israel acusa a República Islâmica do Irã, seu grande inimigo, de tentar desenvolver armas nucleares, o que Teerã sempre negou.

Centenas de sobreviventes do Holocausto foram vacinados na Áustria e na Eslováquia nesta quarta-feira (26), Dia Internacional da Memória do Holocausto, criado em reconhecimento ao sofrimento e à resiliência da comunidade judaica durante a 2.ª Guerra. Também ontem, o Escritório Central de Estatísticas de Israel revelou que 900 sobreviventes do genocídio nazista morreram em 2020 em consequência da covid-19.

Na Áustria, a expectativa era a de que mais de 400 sobreviventes, a maioria na casa dos 80 ou 90 anos, recebessem a primeira dose em um centro de convenções em Viena. Alguns foram trazidos de ônibus ou de ambulância, enquanto outros chegaram ao local de metrô ou acompanhados pelos filhos.

##RECOMENDA##

"Devemos isso a eles", disse a organizadora da campanha de vacinação de Viena, Erika Jakubovits. "Eles sofreram tantos traumas e se sentiram ainda mais inseguros durante esta pandemia."

Jakubovits organizou a campanha de vacinação com o apoio do Ministério da Saúde austríaco e trabalhadores da cidade de Viena. Alguns dos 8 mil membros da comunidade judaica de Viena foram vacinados em dezembro, quando os residentes de um asilo judeu receberam suas primeiras dose.

Em um projeto semelhante, a comunidade judaica de Bratislava, na Eslováquia, também vacinou sobreviventes do Holocausto ontem. Cerca de 128 sobreviventes receberam a primeira dose do imunizante no centro comunitário judaico da Bratislava. Outros 330 sobreviventes de todo o país receberão suas doses nos próximos dias.

A sobrevivente Viera Fischerova, de 77 anos, disse que tinha 18 meses quando sua família foi descoberta na clandestinidade - o que ela só ouviu de seus parentes, pois era muito jovem para se lembrar. "Todos os que sobreviveram tiveram de ter sorte e eu tive sorte pelo menos três vezes", contou. "O coronavírus não era nada em comparação, mas é melhor não arriscar. Essa (vacinação) é a última chance de vencer a covid, é preciso tentar."

Israel, pátria de 197 mil sobreviventes do Holocausto, tem uma das campanhas de vacinação mais rápidas do mundo. Mais de 80% das pessoas com mais de 70 anos receberam pelo menos uma dose da vacina e quase 60% receberam a segunda dose. Mas antes do início da vacinação a covid-19 matou cerca de 900 sobreviventes do Holocausto no país. Ao menos 5,3 mil sobreviventes contraíram a doença, informou o escritório nacional de estatísticas de Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O gigante das redes sociais Facebook anunciou, nesta segunda-feira (12), que proibirá conteúdo que negue, ou distorça o Holocausto, mas advertiu que levará tempo para implementar essa estratégia contra mensagens de ódio há tempos reivindicada por organizações americanas.

Duramente criticado por não fazer o suficiente para silenciar os negadores do Holocausto e outros grupos de ódio, o Facebook disse que vai redirecionar os usuários que buscarem palavras sobre o Holocausto, ou sobre sua negação, "para informações confiáveis" fora da rede social, de acordo com um comunicado da companhia.

##RECOMENDA##

A vice-presidente de políticas de conteúdo do Facebook, Monika Bickert, alertou, porém, que a aplicação dessa nova política "vai levar tempo", pois será necessário "treinar os revisores e os sistemas".

"Nossa decisão está respaldada no aumento documentado do antissemitismo em nível mundial e no alarmante nível de ignorância sobre o Holocausto, especialmente entre os jovens", disse Bickert em um comunicado.

Ela citou uma pesquisa que mostrou que quase 25% dos adultos jovens na América disseram que o Holocausto era um mito, ou que havia sido exagerado.

O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, de origem judia, afirmou em 2018 que não queria deletar mensagens de negação do Holocausto no Facebook para salvaguardar a liberdade de expressão.

Mas "meu pensamento mudou à luz dos dados que mostram um aumento da violência antissemita", disse ele nesta segunda-feira por meio de sua plataforma.

Sobreviventes do genocídio lhe pediram insistentemente que removesse o conteúdo sobre negação do Holocausto.

A Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) e outros grupos lideraram um boicote publicitário contra o Facebook no verão passado. O movimento foi apoiado por centenas de empresas para forçar a rede social a monitorar melhor os conteúdos de ódio.

O anúncio do Facebook foi aplaudido pelo diretor-executivo da ADL, Jonathan Greenblatt, que disse estar "satisfeito por finalmente ter acontecido".

Tentando reprimir as mensagens de ódio, o Facebook já baniu mais de 250 grupos de supremacia branca, removeu milhões de discursos de ódio e baniu estereótipos antissemitas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando