Tópicos | hpv

A associação entre sexo oral e câncer de garganta viralizou nas redes sociais nos últimos dias, causando dúvidas nos internautas sobre as chances do desenvolvimento da doença pelo ato sexual. De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, o risco de fato existe, devido à infecção pelo Papilomavírus Humano, o popular HPV, que tem potencial cancerígeno. Apesar disso, dizem, a relação de causalidade não é regra e há formas de prevenção.

A repercussão nas redes se deve a um artigo publicado pelo professor Hisham Mehanna, do Instituto de Câncer e Ciências Genômicas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, no portal The Conversation, na última terça-feira, 25. Na publicação, intitulada "Sexo oral é agora o principal fator de risco para câncer de garganta" em tradução livre, o especialista destaca um "rápido aumento" no câncer de garganta no Ocidente. De acordo com ele, essa crescente está associada à infecção por HPV, alimentando o que vem sendo chamado de "epidemia" por alguns estudiosos.

##RECOMENDA##

Com surpresa e receio, os internautas reagiram ao texto, que foi replicado em perfis de grande alcance no Twitter. A atriz e apresentadora Tatá Werneck entrou para a discussão em tom de bom humor. "Por favor não diz isso", escreveu. De acordo com especialistas, o aumento na incidência de câncer de orofaringe ocasionado pela infecção de HPV de fato tem sido observado em diversas partes do mundo, especialmente nas últimas duas décadas.

Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos sugerem que cerca de 70% dos cânceres de orofaringe no País estão relacionados ao HPV. Além disso, antes, o vírus era associado prioritariamente ao câncer do colo do útero, mas entre norte-americanos o número de casos de câncer de orofaringe relacionados ao HPV já supera os índices de câncer de colo de útero pela mesma causa, segundo Gilberto de Castro Junior, oncologista especializado em cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês.

Uma das razões apontadas pela ciência para esse crescimento é, justamente, a queda dos casos de câncer de orofaringe originadas por tabagismo e etilismo, que são os outros dois principais fatores da doença. "Historicamente, o câncer de garganta está associado ao consumo elevado de cigarro e de álcool. Mas pelo menos nos últimos 20 anos, principalmente nos países mais ricos, progressivamente houve diminuição dos índices de tabagismo e, na mesma frequência que isso diminui, foi notando-se que o câncer de garganta não teve queda nos números, e muitos desses eram originados pelo HPV", explica Virgilio Gonzales Zanella, cirurgião de cabeça e pescoço da Santa Casa de Porto Alegre. De acordo com ele, os índices podem variar também conforme as práticas sexuais de cada cultura.

No caso do Brasil, de uma maneira geral, o tabagismo e o consumo abusivo de álcool seguem sendo os principais causadores da doença, segundo Castro Junior. Os números, entretanto, podem variar de acordo com o público. "No Sistema Único de Saúde (SUS), o principal fator de risco ainda é cigarro e álcool. Mas entre pacientes socioeconômicos mais abastadas, na saúde privada, já se observa que na maioria dos casos encontra-se o vírus."

Relação entre sexo oral e câncer não é regra

Os especialistas em cabeça e pescoço enfatizam que a relação entre o sexo oral e o surgimento de câncer orofaringe não necessariamente é uma sequência universal, por diferentes motivos. Para além da presença da infecção do vírus em um dos parceiros, a relação está condicionada ao subtipo do HPV.

"Nem todo papilomavírus é igual. Há os de alto potencial oncogênico e os de baixo risco. Além disso, se o vírus chega lá (na garganta), não é todo mundo que desenvolve o câncer. Assim como qualquer vírus, você tem uma resposta imunológica para combatê-lo", explica o médico do Sírio-Libanês. Entre os mais de 200 tipos de HPV, os de número 16, 18, 31 e 33 são reconhecidos como oncogênicos, ou seja, podem infectar uma célula e transformá-la em cancerígena, segundo o profissional. "A presença do vírus e o desenvolvimento do câncer são exceção, não regra", complementa.

Uma vez que a principal via de transmissão do HPV são as relações íntimas, outro fator decisivo na relação é o comportamento sexual. Os médicos destacam que o uso de preservativo é essencial para prevenir a infecção, assim como outras ISTs. "Como sexo oral é comum e o vírus é disseminado na população, é uma questão de risco. Quanto mais houver sexo desprotegido, maior exposição à infecção", enfatiza o oncologista.

Neste sentido, o número de parceiros sexuais de uma pessoa também pode ser considerado um fator de risco, devido à maior exposição ao vírus. O artigo que originou a repercussão da discussão chega a mencionar uma pesquisa publicada, em 2007, na revista científica The New England Journal of Medicine, que afirma que o principal fator de risco para a doença é o número de parceiros sexuais ao longo da vida, especialmente por sexo oral. O estudo diz que pessoas com seis ou mais parceiros têm 8,5 vezes mais chances de desenvolver câncer de orofaringe do que aqueles que não praticam sexo oral.

 

É importante se vacinar contra o HPV

Outro elemento decisivo é a vacinação, principal forma de prevenção ao HPV. O SUS disponibiliza gratuitamente o imunizante, que confere proteção aos HPV de alto risco 16 e 18, responsáveis por grande parte dos casos de câncer ligados ao vírus. Meninas e meninos de 9 a 14 anos podem tomar a vacina de forma gratuita, além de pessoas com HIV/aids, transplantados e imunossuprimidos, entre 9 a 45 anos.

Zanella relembra a importância de vacinar especialmente meninos, que têm uma cobertura vacinal baixa no Brasil. "São a população mais suscetível ao câncer de orofaringe causado por HPV, e é onde a vacina tem menor penetração, por desconhecimento ou esquecimento dos pais", alerta.

Por fim, a combinação da infecção por HPV com outros fatores predisponentes à doença, como o tabagismo e o consumo de álcool, podem potencializar o risco de desenvolvimento da doença. "Todo câncer, para surgir, precisa ter uma interação do nosso corpo com fatores externos. Uma garganta que já está lesionada pelo abuso crônico de tabagismo e do consumo de álcool pode se tornar mais propensa a desenvolver câncer em relação ao HPV", explica o cirurgião da Santa Casa de Porto Alegre.

Os especialistas ainda enfatizam que o câncer de garganta por HPV tem melhor prognóstico e mais chances de cura se comparado ao de outras causas. "Ele responde muito melhor aos tratamentos comparado ao câncer de garganta por cigarro ou álcool. Parecem ser duas doenças completamente diferentes, mas que ocorrem no mesmo lugar e com o mesmo nome. São biologicamente distintas em termos de agressividade e resposta ao tratamento", descreve Zanella que, em todos os casos, deixa o alerta: "Uma lesão que não cicatriza em duas semanas ou uma dor de garganta que não passa merecem atenção médica."

Uma nova vacina contra a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) chegou ao Brasil recentemente e está disponível para aplicação na rede privada a partir deste mês. Chamado de Gardasil 9, o imunizante desenvolvido pela farmacêutica MSD oferece proteção contra nove subtipos do vírus - cinco a mais que a vacina aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS).

A nova vacina inclui os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, além dos subtipos 6, 11, 16, 18 que existiam na versão anterior. A infecção pelo HPV está entre as infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns no Brasil e no mundo.

##RECOMENDA##

Dados do Ministério da Saúde estimam que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano.

O vírus é responsável por provocar verrugas genitais, além de ser o principal fator associado aos cânceres de útero, da vulva, da vagina e do ânus.

De acordo com a farmacêutica, estudos indicam que esses cinco novos subtipos são responsáveis por um acréscimo de 20% dos casos de câncer de colo de útero (além dos 70% causados pelos quatro subtipos contidos na vacina quadrivalente), sendo os nove subtipos da vacina responsáveis por 85% dos casos de câncer vaginal.

A nova vacina é indicada para meninos e meninas, homens e mulheres de 9 a 45 anos. Para meninas e meninos de 9 a 14 anos, o esquema vacinal é de duas doses, com seis meses de intervalo.

Já a partir de 15 anos, recomenda-se três doses, sendo a segunda dois meses após o início do esquema vacinal e a terceira, seis meses depois (esquema 0-2- 6 meses). Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade, devem receber três doses, também no esquema 0-2-6 meses.

Em comunicado disponibilizado pela farmacêutica, a médica Marcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil, ressaltou que a vacinação contra o HPV é mais efetiva quando ocorre na infância, uma vez que induz a produção de mais anticorpos e, por consequência, garante a proteção contra o vírus antes de ter contato com ele.

O imunizante está disponível em clínicas particulares, com preço médio de R$ 950.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Saúde informou que não há previsão de integrar a vacina nonavalente ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Segundo a pasta, a inclusão de novas terapias e tratamentos no SUS é avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e, até o momento, não há solicitação em aberto para avaliação da nonavalente de HPV na Conitec.

Vacina contra o HPV já existe no SUS

Desde 2014, o PNI disponibiliza a vacina HPV4, que protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. Inicialmente, o imunizante foi integrado à rede pública para meninas de 11 a 13 anos, e posteriormente foi sendo estendida de forma progressiva para outras faixas etárias. Em 2017, os meninos passaram a ser contemplados e, desde 2022, a vacina consta como rotina do calendário nacional de imunização para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos de ambos os sexos.

A principal diferença entre a nova vacina e a já disponibilizada pelo SUS é o fator de proteção, já que a Gardasil 9 previne contra cinco subtipos a mais.

Estudos clínicos sobre as duas vacinas demonstraram um ganho de proteção significativo, que varia de 5 a 10%, dependendo da região corporal. Em casos de câncer de colo do útero, por exemplo, o ganho de proteção é de 70% para 90%.

Por causa disso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) emitiu uma nota técnica recomendando o imunizante como preferencial por aumentar a proteção contra as doenças associadas ao HPV.

Entretanto, a entidade científica destacou que a nonavalente não diminui a importância da quadrivalente, oferecida pelo PNI, uma vez que a vacina protege contra o HPV16 e o 18, os principais tipos subtipos de HPV associados ao câncer.

"Aumentar a proteção é importante na esfera individual, mas em questão de saúde pública, a vacina que já temos é excelente. A quadrivalente continua sendo o carro-chefe, principalmente porque em termos de saúde pública você tendo uma vacina que tem possibilidade de evitar 70% dos casos de câncer de colo de útero é maravilhoso", afirma Juarez Cunha, presidente da SBIm.

Além do incremento de proteção, o médico ainda ressalta que outra vantagem da nonavalente é a ampliação da faixa etária que pode receber a vacina, visto que, no SUS, o imunizante é restrito a jovens ou a adultos imunossuprimidos. No sistema público, a quadrivalente pode ser aplicada neste público em pessoas de 9 a 26 anos ou de 9 a 45 anos de idade - a depender da causa da imunossupressão.

Segundo a SBIm, quem já recebeu a vacina quadrivalente, ou ainda a bivalente, e deseja ampliar a proteção por meio da aplicação da nonavalente deve aguardar 12 meses após o término do esquema de vacinação para, então, receber o novo imunizante.

Estudo da Fundação do Câncer divulgado no fim de março aponta que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que é o HPV?

Vírus transmitido pela relação sexual ou pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas, o HPV é responsável pela quase totalidade dos casos de câncer do colo do útero, por mais de 90% dos casos de câncer anal e por 63% dos cânceres de pênis, além de parte de outros tipos de tumores, como os de garganta, vulva e vagina.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Estudo da Fundação do Câncer, divulgado para marcar o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado neste domingo (26), revela que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que até 2030, o Brasil não deverá atingir a meta necessária para a eliminação da doença, que constitui problema de saúde pública. O levantamento tem como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021.

Em todo o Brasil, a cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região. Na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil como um todo. A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do recomendado. A Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal masculina, de 42% na primeira dose e de 28% na segunda. O estudo completo pode ser acessado no site da Fundação do Câncer.

##RECOMENDA##

Destaques

Em entrevista à Agência Brasil, a consultora médica da Fundação do Câncer e colaboradora do estudo Flávia Corrêa afirmou que há uma diferença regional marcante. “O mais preocupante é que justamente o Norte e o Nordeste, que têm as maiores taxas de incidência de mortalidade por câncer de colo de útero, são as regiões onde encontramos a menor cobertura de vacinação”. De acordo com a médica, isso acende o alerta de que é necessário investimento grande em medidas educativas para a população, para as crianças e adolescentes, pais e responsáveis e para profissionais de saúde, a fim de aumentar a cobertura.

De acordo com o levantamento, a Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal completa (primeira e segunda doses) do país em meninas: 50,2%. Entre os meninos, o percentual é de apenas 28,1%. A região também foi a que mais registrou óbitos por câncer de colo de útero no período 2016/2020: 9,6 por 100 mil mulheres, contra a média brasileira de 6 a cada 100 mil mulheres.

De todas as regiões do país, o Sul é a que mais se aproxima da meta estabelecida (87,8%) na primeira dose em meninas. Por outro lado, é a região que apresenta maior índice de absenteísmo, ou não comparecimento, na segunda dose: 25,8% entre as mulheres e 20,8% entre os homens, enquanto a média do país é de 18,4% e 15,7% nas populações feminina e masculina, respectivamente. Já o Nordeste tem a menor variação entre a primeira e a segunda dose, tanto feminina (71,9% e 57,9%) quanto masculina (50,4% e 35,8%).

Múltiplas doses

Segundo Flávia, toda vacina que tem múltiplas doses costuma apresentar problema do absenteísmo, especialmente entre os adolescentes. “Em qualquer vacina que tenha múltiplas doses, o que se vê é que existe realmente uma queda para completar o esquema vacinal”. Isso acontece não só no Brasil, mas no mundo todo. No caso da vacinação contra o HPV, a recomendação do PNI é continuar com duas doses, embora a OMS já tenha dado aval para que seja utilizada uma dose única, dependendo das circunstâncias locais. “É preciso haver uma conscientização muito grande para que se complete o esquema vacinal”.

Ela lembrou que seria muito importante a vacinação voltar a ser feita nas escolas, como ocorreu no primeiro ano em que a primeira dose foi disponibilizada nas unidades de ensino e de saúde. A partir da segunda dose, só estava disponível nas unidades de saúde. Flávia destacou que em todo o mundo, o esquema que deu mais certo foi o misto, em que a vacinação estava disponível ao mesmo tempo na escola e nas unidades de saúde. “Esse é um ponto muito importante”.

Capitais

O estudo mostra também que Belo Horizonte é a única capital com cobertura vacinal feminina acima de 90% na primeira dose. Considerando o esquema vacinal completo, esse percentual cai para 72,8%, mas ainda continua sendo a capital que mais protegeu sua população contra o câncer de colo de útero no país, considerando o período de 2013 a 2021. Em seguida, aparecem Curitiba, com 87,7% e 68,7% (dose inicial e reforço) e Manaus, com 87,0% e 63,2% (primeira e segunda doses).

Fortaleza foi a capital do Nordeste com maior cobertura vacinal na primeira dose (81,9%) e na segunda dose (60,1%). São Luís, ao contrário, obteve os menores percentuais na primeira (51,4%) e na segunda (36,7%). Brasília e Goiânia, no Centro-Oeste, apresentaram os maiores e menores percentuais na primeira e segunda doses, da ordem de 78,1% e 58,6% e 62,1% e 43,5%, respectivamente.

No Sudeste, o Rio de Janeiro teve índice vacinal de 72,1% na primeira dose e 49,1% na segunda; em São Paulo, o índice também é baixo (76,5% e 59,8%). O mesmo ocorre em Porto Alegre, na Região Sul, onde somente 42,7% da população feminina estão com o esquema vacinal completo, 21 pontos percentuais abaixo da dose inicial da vacinação. O pior cenário, contudo, é registrado em Rio Branco, no Norte do país: apenas 12,3% da população feminina tomaram as duas doses da vacina contra o HPV. Na primeira dose, foram 14,6%. “Até hoje, a cobertura no Acre é baixíssima”, comentou a médica.

Desinformação

Flávia Corrêa chamou a atenção para o fato de que há ainda muita desinformação sobre a vacina contra o HPV. Muitos pais ignoram que a vacina previne contra o câncer de colo do útero e não incita o início da vida sexual antes do tempo. Outros não sabem qual é a faixa etária em que os filhos devem se vacinar. “Há uma falta de informação muito grande que precisa ser abordada com medidas educativas, mais fortes, tanto para as crianças e adolescentes, quanto para os pais, a sociedade como um todo. É necessário ampliar a discussão sobre a questão da vacina, mostrar os dados que dizem que ela é segura, não estimula a atividade sexual precoce”.

A consultora médica da Fundação do Câncer disse que a cobertura vacinal é menor para os meninos, tanto na primeira quanto na segunda dose, porque as pessoas ainda não entenderam que a vacinação de meninos é necessária não só para proteger as meninas do câncer de colo do útero, mas porque traz benefícios também para os representantes do sexo masculino. Ao vacinar ambos os sexos, diminui a disseminação do vírus, explicou.

Além de proteger as meninas e mulheres contra o câncer de colo do útero, os meninos podem ser beneficiados com a vacina para evitar câncer de pênis, de orofaringe, câncer de boca, de ânus, entre outros tipos. Na mulher, a imunização também evita câncer de vulva, vagina, faringe, boca. ”Isso precisa ser bastante divulgado”, observou Flávia Corrêa.

A vacina é segura e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, em esquema de duas doses, e para mulheres e homens transplantados, pacientes oncológicos, portadores de HIV, de 9 a 45 anos, em esquema de três doses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as recomendações para a vacina contra o HPV, um dos principais fatores de risco para o câncer de colo de útero. A doença é uma das principais causas de morte de mulheres no mundo. O vírus não infecta só mulheres. A doença também oferece riscos para os homens. Para especialistas, a melhor prevenção é o uso de preservativo, tanto masculino como feminino, e também a vacinação.

Embora a vacina seja uma das principais formas de prevenção, o percentual de imunização vem caindo em todo o mundo. Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer, avalia que são vários os motivos para a baixa adesão, e destaca a importância de campanhas.

##RECOMENDA##

"O foco foi colocado em evitar o vírus sexualmente transmissível, quando o foco tem que ser deslocado para a prevenção do câncer. Outra dificuldade é fazer a vacinação nas escolas no país e a terceira questão é mais relacionada ao movimento antivacinação que não é exclusivo no Brasil", explicou.

No Brasil, desde 2014, quando a vacina HPV foi implementada no calendário nacional de vacinação, o fornecimento é feito com a vacina quadrivalente, oferecida de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina HPV é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Isso porque ela é altamente eficaz nos adolescentes dessa faixa etária não expostas aos tipos de HPV 6,11,16 e 18, induzindo a produção de anticorpos em quantidade muitas vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida num prazo de dois anos.

A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus. O Brasil é um dos países que oferece a vacina para a faixas etárias mais extensas e foi um dos primeiros da América Latina a incorporar os meninos na vacinação.

O Ministério da Saúde informou, em nota, que o Programa Nacional de Imunizações acompanha a discussão e está aguardando a conclusão de outros estudos sobre a duração da imunidade com dose única e levará esse assunto para discussão já no primeiro semestre de 2023.

.O HPV (Papilomavírus Humano) é um dos principais causadores do câncer de colo do útero na mulher e do câncer do pênis ou do ânus no caso do homem. Essas doenças podem ser prevenidas de uma maneira muito simples: através da vacina distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que deve ser aplicada em meninos e meninas dos 9 aos 14 anos, preferencialmente antes do início da vida sexual. 

Na capital pernambucana, mais de 150 unidades de saúde da Prefeitura do Recife ofertam a aplicação desta vacina de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. O esquema vacinal para este imunobiológico é feito em duas doses, sendo a segunda aplicada com um intervalo de seis meses. O imunizante oferece proteção contra diversas variações do vírus HPV, incluindo para os tipos 6,11, 16 e 18.

##RECOMENDA##

Esta vacina também pode ser aplicada em pessoas com condições clínicas especiais até os 45 anos (vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos), uma vez que estes grupos apresentam baixa imunidade e estão mais suscetíveis a infecções. Para isso, é preciso apresentar uma solicitação médica que comprove a necessidade de receber o imunizante. 

A coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel, reforça a importância de vacinar esses grupos, especialmente os meninos e meninas. “O SUS oferece a vacina contra o HPV de forma gratuita e na rede privada cada dose tem um valor muito alto. A eficácia desse imunizante é comprovada e traz resultados na prevenção e redução das doenças provocadas por este vírus. A evidência atual mostra que, com as duas doses da vacina, a proteção é prolongada e, por isso, precisamos elevar a cobertura vacinal - especialmente entre os meninos”, ressalta.

Essa faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde é explicada porque o organismo de crianças e adolescentes, normalmente, responde melhor às vacinas do que os adultos, principalmente antes de entrarem em contato com o vírus. É importante salientar ainda que a vacina contra HPV não trata as infecções causadas pelo vírus. Nos casos em que a doença já foi detectada, é preciso iniciar o tratamento específico para cada caso, buscando sempre orientação médica adequada. Outro fator a ser destacado é que, mesmo que o esquema vacinal esteja completo, o uso do preservativo nas relações sexuais não pode ser negligenciado. 

Para agilizar a vacinação, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife recomenda que os usuários levem um documento de identificação, a carteira de vacinação e o cartão SUS ou CPF. 

DOENÇAS - O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, podendo provocar verrugas nas regiões genitais e do ânus, e câncer, a depender do tipo de vírus. É uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, muitas vezes, não provoca sintomas. Em 2021, foram registrados 68 óbitos por câncer de colo do útero no Recife. Até junho deste ano, a cidade já soma 32 mortes causadas pela doença.

ÚTERO É VIDA - Ainda na linha de proteção contra o câncer de colo do útero, a Secretaria de Saúde do Recife iniciou, na semana passada, a implementação do Programa Útero é Vida, que está sendo desenvolvido pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS). A ideia é ter uma maneira mais simples e eficaz para detectar o câncer de colo de útero e reduzir a mortalidade por este tipo de doença.

Para isso, o projeto vai realizar um novo tipo de exame que permite identificar de forma mais assertiva o DNA do HPV, (em especial HPV 16 e 18), vírus causador deste tipo de câncer, em mulheres entre 25 e 64 anos. Inicialmente, os testes serão aplicados em 1,5 mil moradoras dos Distritos Sanitários 2 e 7 da capital pernambucana. Posteriormente, o projeto será ampliado para 60 mil mulheres da cidade.

A melhor forma de prevenção do câncer de colo de útero é através da identificação precoce do vírus HPV e, atualmente, isso é feito por meio do exame mais comum, o papanicolau - que coleta uma amostra do órgão. Com o uso do Kit Nacional de Biologia Molecular, a forma de realização será mais simples: utilizando um swab (semelhante ao usado nos testes da Covid-19) que é introduzido na vagina para colher secreção sem necessidade de o instrumento tocar o colo do útero.

Da assessoria

Utilizada em mais de cem países como estratégia de prevenção e redução de doenças ocasionadas pelo vírus, como câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e orofaringe, a vacina que protege contra o Papilomavírus Humano (HPV) passará a ser aplicada permanentemente em meninos de 9 e 10 anos, nova faixa etária incorporada no público-alvo.

Pelo Sistema Único de Saúde (Sus), a imunização contra o HPV só estava disponível em duas doses (com intervalo de seis meses entre cada uma delas) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Com a mudança, a vacinação passa a ser aplicada para todos na faixa etária entre 9 e 14 anos de idade, independentemente do sexo.

##RECOMENDA##

Incorporada de forma escalonada ao SUS a partir de 2014, a vacina é aplicada ainda na adolescência porque é mais favorável que a vacinação seja feita antes que a pessoa tenha atividade sexual.

Também podem receber o imunizante gratuitamente pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos, todos entre 9 e 45 anos. Para esses pacientes, são necessárias três doses, com intervalos de dois e seis meses após a primeira.

Vírus transmitido pela relação sexual ou pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas, o HPV é responsável pela quase totalidade dos casos de câncer do colo do útero, por mais de 90% dos casos de câncer anal e por 63% dos cânceres de pênis, além de parte de outros tipos de tumores, como os de garganta, vulva e vagina.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que o Brasil tenha ao menos 10 milhões de infectados pelo Papilomavírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. No mundo, cerca de 105 milhões de pessoas são positivas para o HPV 16 ou 18.

Meningocócica ACWY

Com base em pesquisas que apontam que as vacinas meningocócicas demonstram uma resposta imune mais robusta nos adolescentes, com persistência de anticorpos protetores por um prolongado período, o Ministério da Saúde também decidiu ofertar temporariamente a partir deste mês a vacina meningocócica ACWY para a faixa etária não vacinada entre 11 e 14 anos.

Conforme o governo federal, tais evidências embasaram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) a incluir no Calendário Nacional de Vacinação a administração de doses de reforço com as vacinas meningocócicas conjugadas na adolescência.

O imunizante contra a meningite está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes entre 11 e 12 anos, mas até junho de 2023, quem tem entre 13 e 14 anos também poderá receber a dose. Segundo a pasta, a ampliação tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe.

O Ministério da Saúde afirma ainda que distribui a vacina meningocócica ACWY (conjugada) mensalmente aos Estados. A indicação é tomar uma dose ou reforço, conforme a situação vacinal.

Conforme a pasta, a faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de um ano de idade, mas adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença. Para crianças de 3 meses a 12 meses, a vacina ofertada pelo SUS continua sendo a Meningocócica C.

A meningite meningogócica é transmitida por um grupo de bactérias chamadas meningococos, e provoca inflamação na meninge, membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. A transmissão se dá por meio das vias respiratórias, ou seja, pelo ar. Pode deixar sequelas neurológicas, auditivas e dores crônicas.

No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a meningite e são específicas para cada sorogrupo.

Vacina meningocócica C

Desde julho, o PNI também recomenda a ampliação dos públicos aptos a receber a vacina meningocócica C (Conjugada), que envolve trabalhadores da saúde e crianças até 10 anos. A extensão do público-alvo vai até fevereiro de 2023 e tem o objetivo de proteger a população contra doença meningocócica do sorogrupo C.

O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, sendo indicadas duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade e um reforço preferencialmente aos 12 meses de idade. Segundo a nova orientação do Ministério da Saúde, se a criança de até 10 anos não tiver se vacinado, deve tomar uma dose da meningocócica C. Já os trabalhadores de saúde, mesmo com o esquema vacinal completo, podem se vacinar com mais uma dose.

No Brasil, o mês de janeiro é dedicado à prevenção do câncer de colo do útero. De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer, o tumor de colo de útero é o terceiro tipo mais frequente na população feminina, atingindo mais de 16.710 mulheres por ano, no Brasil (estimativa de novos casos por ano no triênio 2020/2022), e a quarta causa de morte.

Segundo o INCA, a estimativa é de que haverá 780 novos casos no Pará e 110 em Belém, até o final de 2022. A região Norte é a única no Brasil em que a incidência do câncer de colo do útero supera a do câncer de mama.

##RECOMENDA##

O vírus HPV é responsável por cerca de 90% os casos de câncer de colo do útero e a doença pode ser evitada com a vacinação em massa. “O número anual de mortes por câncer de colo de útero é de cerca de 6 mil e 500 mulheres por ano, no Brasil. Veja se não é um absurdo total a gente perder tantas vidas por ano para um câncer que é totalmente prevenível”, afirma a oncologista Paula Sampaio.

 “Se conseguirmos a vacinação em massa contra o HPV, que as pessoas usem preservativo e que as mulheres com mais de 25 anos façam o papanicolau, anualmente, estaremos no caminho da erradicação do câncer de colo de útero”, assinala a médica.

Vacinação x negação 

A maioria dos casos de câncer de colo de útero tem o diagnóstico em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e a cura. “É angustiante, pois sabemos que é um tumor que poderia ser evitado. Nos países que fazem a vacinação em massa e controle, como a Austrália, o número de casos de câncer de colo de útero é muito pequeno. Eles caminham para a erradicação da doença. No Brasil ainda temos uma incidência enorme, apesar de termos um Programa Nacional de Imunização que é referência no mundo, com as ferramentas necessárias para prevenir a doença”, avalia a médica.

A vacina está disponível na rede pública para meninas entre 9 e 14 anos e, para meninos, entre 11 e 14 anos. Essa faixa etária foi escolhida por ser a que apresenta maior benefício pela grande produção de anticorpos e por não ter sido exposta ao vírus. O objetivo é que as crianças e adolescentes sejam vacinados antes de iniciar a vida sexual. “Não se trata de uma vacina contra DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), é muito mais do que isso. É uma ferramenta eficaz na prevenção do câncer, mas boa parte da população não está aproveitando essa oportunidade por desinformação e preconceito”, lamenta a médica.

Um argumento comum para negar a imunização é a crença errônea de que a vacina seria um passe livre ou incentivo ao sexo entre adolescentes. “Os pais têm dificuldade de entender que não é uma liberação para a atividade, apenas uma vacina contra um vírus que pode resultar em câncer”, explica Paula Sampaio.

Também há muito preconceito em relação à vacinação dos garotos. “É necessário entender que a vacinação para o menino não é só para proteger a menina. Eles também estão sujeitos a outros tipos de câncer em que a imunização ajuda na prevenção”, destaca Paula.

Da Redação do LeiaJá (com apoio de Dina Santos).

 

O bafafá em torno de Nego do Borel e Duda Reis continua. Após a exibição de uma entrevista dos artistas à Renata Capucci ao Fantástico, os internautas perceberam uma movimentação nas contas do Instagram do cantor e de Anitta, que até então era uma das amigas mais próximas a ele.

A cantora deixou de seguir o funkeiro, que retribuiu o unfollow da amiga, que já havia se pronunciado afirmando que não passava a mão na cabeça dos erros de Nego.

##RECOMENDA##

Depois da repercussão da troca de unfollow na rede social, Anitta ainda rebateu crítica de internauta, que afirmou que eles não mantinham uma amizade sincera, do contrário ela seguiria ao lado dele.

"Só acho que então não era uma amizade sincera da parte dela. Por mais que a gente erre, amigo jamais sai do nosso lado", escreveu o internauta.

Anitta rebateu: "Oi? Se existe um ser humano no mundo que mais tentou de tudo pelo bem dele, eu desconheço viu? Não falem sobre o que não sabem".

Duda Reis

Mas Nego do Borel não parou por aí. Depois de deixar de seguir Anitta, ele ainda aproveitou para arquivar ou deletar as fotos que mantinha com a ex-namorada Duda Reis na rede social. Quem procura algum clique por lá apenas encontra fotos do cantor, sem qualquer rastro da atriz e modelo. Duda também já havia tomado a mesma atitude em seu perfil no Instagram.

Exame Médico

Ele ainda usou o Instagram Stories para mostrar aos seguidores que realizou um exame médico para comprovar que não tem HPV, desmentindo que havia transmitido a doença para Duda Reis.

"Os últimos dias tem sido de muitas acusações para mim. A minha resposta para tudo isso será provar a minha inocência. E no meio das muitas acusações eu fui acusado de ter transmitido HPV. Como quem não deve não teme, resolvi fazer um exame. E hoje vim aqui apresentar o resultado. Não, eu não tenho e nunca tive HPV, assim como nenhuma outra doença sexualmente transmissível. Se alguém que se relacionou comigo tem, não foi de mim que pegou. Eu e minha equipe estamos trabalhando dia e noive e vamos provar que essas acusações são mentirosas", escreveu ele.

Não vai falar mais

Em seguida, Nego afirmou que não irá mais se pronunciar sobre a polêmica: "Agradeço a todos que confiam em mim e estão do meu lado neste momento, mas a partir de agora não pretendo mais me pronunciar sobre esse assunto. Qualquer dúvida sobre isso será tratada pela minha assessoria jurídica. Estaremos à disposição da justiça. Tenho fé que a verdade irá prevalecer".

Investigação

Enquanto isso, o cantor segue tendo problemas com a polícia. De acordo com o jornal Extra, o cantor deverá responder pelas acusações feitas por outra ex-namorada, a analista Swellen Sauer.

A delegada Sandra Maria Pinheiro Ornellas, diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher, do Rio de Janeiro, abriu um inquérito por injúria, lesão corporal e tentativa de feminicídio.

As investigações começaram após Swellen declarar que foi agredida na costela e que também teria sofrido uma tentativa de enforcamento com um carregador de celular por parte de Nego do Borel, quando eles namoravam em 2013.

"O caso da Swellen é bem mais grave, porque ela relata, inclusive, situação que caracteriza tentativa de feminicídio. Tem as injúrias que ela relata, a lesão corporal, que é um soco que ela diz que levou na costela numa boate, e a tentativa de feminicídio, quando ela diz que ele tentou enforcá-la com um carregador de celular", explicou a delegada ao Extra.

O cantor negou as acusações, mas ainda poderá ser ouvido na delegacia, assim como Swellen, que caso queira, pode pedir uma medida protetiva contra ele.

O primeiro mês do ano marca a campanha Janeiro Verde, promovida para alertar a população sobre a prevenção ao câncer do colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse tipo de tumor maligno é o terceiro que mais acomete mulheres e o quarto que mais leva as pacientes à morte no Brasil. Ainda segundo a entidade, em 2020, a expectativa era de que quase 16,6 mil brasileiras fossem diagnosticadas com a doença.

De acordo com o Inca, a maior responsável pela causa do câncer do colo do útero é a infecção contínua do Papilomavírus Humano (HPV), transmitido nas relações sexuais. Os tipos de HPV chamados de oncogênicos (16 e 18) são encontrados em 70% das pacientes. Segundo a médica do Centro de Oncologia do Paraná, Daiene Carvalho Casagrande, o acompanhamento clínico das mulheres que têm vida sexual ativa deve ser feito até os 64 anos. Ela afirma que, além do problema não ser de um público feminino específico, exames como papanicolaou ou citopatológico podem identificar tumores que, em geral, não apresentam sinais da enfermidade antes do estado avançado.

##RECOMENDA##

"É uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas na fase inicial. As lesões pré-malignas causadas pelo HPV podem ser assintomáticas. Nos casos mais avançados, pode ocorrer sangramento vaginal intermitente [que vai e volta] ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais", explica a especialista Daiene. "Educação sexual, reforçando a importância do sexo seguro e comportamentos sexuais, também são medidas importantes de prevenção", complementa.

Segundo Daiene, além da vida sexual ativa, diversas ações podem elevar o risco da infecção, que causa a neoplasia entre o público feminino. De acordo com a médica, fumantes e as mulheres que têm doenças autoimunes estão entre as mais vulneráveis. "Alguns fatores que podem aumentar a chance são tabagismo, início da vida sexual precoce, multi-parceria sexual, mulheres com três ou mais gestações, presença de doenças auto-imunes em atividade, uso de medicamentos imunossupressores e a presença de outras doenças sexualmente transmissíveis", explica a médica.

Vacina

Para Daiene, embora haja possibilidade de acompanhamento clínico, as vacinas são os recursos mais eficientes para prevenir os casos de câncer do colo do útero. Segundo ela, os imunizantes atuam em duas frentes para garantir a eliminação do HPV. "São duas vacinas profiláticas contra o HPV: a quadrivalente, que confere proteção contra os HPV 6, 11, 16 e 18; e a bivalente, contra os HPV 16 e 18".

Ainda de acordo com a especialista, o aumento da cobertura vacinal contra o HPV reduziria os casos da doença de maneira considerável no Brasil. Segundo a médica, a aplicação nas pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual seria fundamental para derrubar tanto o número de diagnósticos como o de mortes pela doença. "O maior benefício, com maior produção de anticorpos, acontece quando aplicadas em pessoas que não iniciaram a vida sexual. Se aumentarmos a cobertura vacinal, aliada a um sistema de rastreamento eficaz das lesões precursoras do câncer do colo do útero, vamos conseguir diminuir a incidência desta doença, que, se detectada no início, tem chance de 100% de cura", explica a médica.

Segundo o Ministério da Saúde, no triênio de 2014 a 2017, cerca de 72,5% das meninas com idade entre nove e 14 anos tomaram a primeira dose contra o HPV. Já para a segunda dose, apenas 45,1% das jovens desta faixa etária foram imunizadas.

Pais e responsáveis por crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) podem participar, neste sábado (17), do Dia D da Campanha de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação. Segundo o Governo do Estado, estão sendo ofertados todos os imunobiológicos indicados para essa população, que deve ser imunizada caso haja alguma dose em atraso.

Além disso, meninos e meninas entre 1 e menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) devem fazer uma dose indiscriminada contra a poliomielite, caso já tenham finalizado o esquema básico dessa doença. 

##RECOMENDA##

“Esta campanha de vacinação é essencial para elevarmos as coberturas vacinais contra diversas doenças. Tivemos uma queda na adesão às vacinas em 2019 e neste ano, com a pandemia da Covid-19, já notamos uma diminuição na procura pelos imunobiológicos. Por isso, este momento é necessário para atualizar as cadernetas de vacinação, proteger as crianças e adolescentes e prevenir contra diversas doenças. A não vacinação pode provocar o aumento de enfermidades preveníveis ou até mesmo epidemias, além de reintrodução de doenças que não são registradas há anos no Brasil, como é o caso da poliomielite", disse secretário estadual de Saúde, André Longo.

"Contamos com o apoio de pais, responsáveis, profissionais de saúde e de toda a população para fazermos um Dia D de sucesso, com todos respeitando o distanciamento social, usando máscara e higienizando as mãos constantemente, seja com água e sabão ou álcool gel. Para os gestores municipais, reforçamos a importância de orientar o público e da limpeza periódica dos espaços. O Brasil tem um longo histórico de campanhas de vacinação de sucesso e com o empenho de todos, mesmo neste momento difícil que estamos vivenciando, podemos levar proteção aos nossos jovens pernambucanos e garantir esse direito à saúde”, emendou.

Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), por meio do Programa Estadual de Imunização, já distribuiu mais de 2,6 milhões de doses de vacinas para os municípios, sendo mais de 693 mil contra a polioemielite. Para as crianças abaixo de 7 anos, as unidades disponibilizam os seguintes imunizantes: BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C, febre amarela, tríplice viral, varicela, hepatite A e DTP. A partir dos 7 anos, até os menores de 15, podem ser feitas as doses da hepatite B, febre amarela, meningocócica ACWY, HPV e varicela. 

Diversas recomendações foram repassadas aos gestores municipais para garantir a segurança de todos envolvidos durante a campanha, como utilizar espaços abertos ou ventilados, manter o distanciamento entre as pessoas, realizar a desinfecção frequente dos ambientes, garantir local adequado para higienização das mãos e fazer a triagem de pessoas com sintomas respiratórios antes de entrar na sala de vacina, para evitar a propagação da Covid-19. 

Em casos febris, orienta-se aguardar o reestabelecimento do quadro clínico para que não se atribua à vacina manifestações da doença. Em casos sugestivos ou confirmados da Covid-19, orienta-se manter o isolamento por pelo menos até 3 dias depois do desaparecimento dos sintomas, com tempo mínimo de isolamento de 14 dias do início da sintomatologia. Só após isso é indicado procurar o posto de saúde para a imunização. Para os contatos, mesmo assintomáticos, também orienta-se aguardar os 14 dias.

*Da assessoria de imprensa

[@#video#@]

O mês de março, além de marcar o Dia Internacional da Mulher, é dedicado também à campanha de prevenção do câncer de colo do útero. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a região Norte se destaca no cenário nacional pela alta incidência de câncer uterino. É a maior causa de morte por câncer entre mulheres, superando o câncer de mama, que é o maior do país. O Março Lilás busca conscientizar as mulheres sobre a importância de se prevenir contra o câncer e os riscos da doença.

##RECOMENDA##

Um dos principais fatores que levam ao desenvolvimento do câncer de colo de útero é o vírus do HPV (Papiloma Vírus Humano), que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital ou o ânus) e é transmitido por meio de relações sexuais. Outras formas de transmissão, muito mais raras, são pelo contato com verrugas de pele, compartilhamento de roupas íntimas ou toalhas e a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o feto, que pode ocorrer durante o parto.

Por ser sexualmente transmissível, a forma de prevenção do HPV é o sexo seguro, com o uso da camisinha. Outra medida preventiva é a vacinação contra o HPV. Disponibilizada na rede pública desde 2014, a vacina é considerada segura e de alta capacidade de imunização. O Ministério de Saúde, desde 2017, estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Carolina Moraes, 19 anos, universitária, nunca deixou de se vacinar, pois a mãe é farmacêutica e tem como prioridade informar sobre a importância da vacina a todos que estão ao redor. “Tomei a primeira dose da vacina do HPV com 13 anos, e quando abriu a segunda, não estava mais na faixa etária, e para tomar teria que pagar em hospital particular”, afirma.

De acordo com a oncologista Paula Sampaio, a vacina deve ser feita de modo isolado das outras. São recomendadas duas doses com intervalo de seis meses entre uma e outra. “Acredita-se que tem nove anos de imunização”, afirma.

Existem mais de 200 tipos de HPV. Até hoje 150 foram identificados. Entre esses tipos, 14 apenas podem causar lesões precursoras de câncer, como câncer de colo de útero, garganta, ânus, cabeça, língua, pescoço e boca. Essa vacina protege contra os tipos de 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Segundo a oncologista Paula, os pré-adolescentes vacinados antes do primeiro contato sexual têm menos possibilidade de ser infectados. Apesar de o HPV ser contagioso, ele não é patogênico, ou seja, capaz de produzir doenças infecciosas aos seus hospedeiros sempre que estejam em circunstâncias favoráveis. “A doença é silenciosa, pois não basta ter o contágio, tem que ter uma infecção persistente, e o sistema imunológico está fragilizado”, disse a médica. “Cerca de 70% das mulheres já tiveram contágio sexualmente ou contato com o vírus do HPV. Menos de 5% vão evoluir para um câncer de colo uterino. No Brasil, são esperados 16 mil casos, e 30% vêm a falecer.”

Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que está entre 25 e 64 anos de idade deve realizar o preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. É indolor, simples e rápido. O exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.

“Costumo ir com frequência à ginecologista e fazer os exames preventivos. Sei da importância de se cuidar para prevenir o câncer do colo de útero, entre outras doenças”, afirma Carolina.

Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame; evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado.

Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê. Pode ser feito em postos de saúde da rede pública. A realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.

Por Amanda Martins.

[@#galeria#@]

 

 

O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, tem o intuito de conscientizar a população sobre a importância de hábitos saudáveis para prevenção da doença e mobilizar os governos para a criação de medidas de controle do câncer. Nesta data, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), alerta para um dos tipos da doença que mais acometem os brasileiros: o câncer de boca.

O câncer da cavidade oral aparece na 12º posição entre os tipos mais frequentes da doença no Brasil, sendo o 5º mais comum considerando apenas homens, que representam mais de 70% dos casos. Levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que mais de 14 mil casos sejam registrados no país anualmente.

##RECOMENDA##

Uma vítima fatal desse tipo de câncer é o locutor de rodeios Asa Branca, 57 anos. Ele estava internado desde 14 de dezembro de 2019 para se tratar de um câncer na boca e morreu nesta terça-feira (4).  

Segundo o cirurgião-dentista Celso Lemos, integrante da Câmara Técnica de Estomatologia do CROSP, a faixa etária que mais sofre com a doença é a dos 50 aos 60 anos. Isso porque a incidência do tabagismo, uma das principais causas da doença, é bastante alta nesse grupo.  “Cerca de 80% dos pacientes diagnosticados nessa faixa etária fumam ou fumaram por muito tempo, além do consumo de álcool em excesso”, afirma o profissional.

Outros fatores estão relacionados com esse tipo de câncer, como maus hábitos de higiene oral e o vírus HPV. “Nos últimos anos foi detectada a relação entre o vírus HPV e os tumores de orofaringe (base da língua e garganta). Portanto, a recomendação é usar preservativo nas relações sexuais e vacinar meninas e meninos, a partir dos 8 anos de idade, contra o HPV”, alerta Lemos.

Diagnóstico

O diagnóstico tardio é um dos maiores problemas para quem enfrenta o câncer de boca, uma vez que, na maioria dos casos, a doença não apresenta sintomas nos estágios iniciais.  Por isso a importância de consultas regulares. “Visitas periódicas as(os) cirurgiãs(ões)-dentistas e a atenção a qualquer sinal de alteração nas mucosas da boca, aumentam as chances de um diagnóstico precoce, que poderá ser feito por uma (um) estomatologista”, diz Lemos.

Os primeiros sinais do câncer bucal incluem manchas brancas ou vermelhas na mucosa da boca, aumento de volume em regiões da boca, cabeça e pescoço e feridas semelhantes a aftas, que não cicatrizam após 15 dias.

*Da assessoria

LeiaJá também

-> Dia do Câncer: o que não dizer para quem tem a doença?

-> Morre o locutor de rodeios Asa Branca

O Ministério da Saúde defendeu o resultado da avaliação de uma equipe de médicos da Universidade de São Paulo (USP) sobre o caso de reações adversas a vacinas contra HPV em jovens no Acre. Segundo os profissionais, os pacientes tiveram uma crise “psicogênica”, e não um problema em decorrência da substância aplicada na imunização.

A apresentação ocorreu nessa semana, em Rio Branco, e contou com a presença de representantes da Secretaria de Saúde, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa do estado. Mais de 80 jovens apresentaram diversos sintomas após tomar a vacina, dando origem a suspeitas disseminadas em redes sociais.

##RECOMENDA##

A equipe de médicos da USP selecionou 12 jovens e observou-os para avaliar a condição médica. O diagnóstico não indicou qualquer reação à substância, mas o que definiram como “crise não-epilética psicogênica”. Os sintomas teriam emergido em razão de um conjunto de fatores, desde o receio em relação à própria vacina até condições socioeconômicas. A crise se espraiou entre as pessoas da região.

“Esta doença ocorre em razão de um conjunto de problemas psicossociais. O fator estressante emocional é a vacinação. Não apenas o ato da vacinação, mas a crença compartilhada por aquele grupo de que a vacina pode ser perigosa. Essa apreensão provoca nas pessoas que já são vulneráveis o surgimento dos sintomas, que são agravados por estímulos que vão reforçando a ocorrência das crises”, disse o médico da USP Renato Luiz Marchetti.

Segundo ele, essa reação já foi verificado em relação a outros tipos de vacina, como as para o vírus H1N1, malária e tétano. Nesses casos, houve também um espraiamento “a partir da crença compartilhado de que tem algo acontecendo”.

Marchetti disse ainda que se a vacina não foi a causadora, tampouco os pacientes fingiu a doença. Ele citou como elementos potencializadores da difusão das crises tanto o tratamento equivocado na rede de saúde como a difusão de conteúdos nas redes sociais.

“Alguns pacientes não tiveram problemas acolhidos adequadamente, receberam tratamentos incorretos. E houve o papel da rede social. Essas crises são suscetível à sugestionabilidade. As mães postaram as crises e divulgaram na Internet, expondo a outras crianças. E isso provoca o agravamento”, avaliou.

A consultora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) Maria Teresa da Costa ressaltou que mais de US$ 300 milhões foram gastos em todo o mundo para examinar a eficácia da vacina contra o HPV, que atestaram o caráter seguro dela. Os eventos que ela pode produzir, acrescentou, são locais e de resolução espontânea, como dores, febre e mal estar localizados.

Costa destacou a importância da vacinação para prevenir a ocorrência do câncer de colo de útero. “Este câncer está matando mulheres e essa vacina protege em 100% para os tipos existentes. De concreto temos que o câncer mata e esta vacina previne e é importante ser imunizado jovem pois melhora a resposta”, defendeu a consultora.

Esclarecimento - O representante do Ministério da Saúde no evento, Júlio Groda, reforçou a análise da equipe médica e criticou a suspeição sobre o diagnóstico. Ele lembrou que o órgão possui um canal para fornecer esclarecimentos sobre notícias falsas acerca de temas sobre saúde. O canal pode ser acessado tanto pelo site da pasta (http://www.saude.gov.br/fakenews) quanto pelo Whatsapp, no número (61)99289-4640.

Segundo o Ministério da Sáude, a campanha contra o HPV deste ano tem como meta vacinar 80% dos adolescentes. Entre 2014 e 2018 foram vacinadas 5,9 milhões de meninas, com a segunda dose da vacina, o que reporesenta 49,9% do público alvo. Em relação a primeira dose, a cobertura vacinal das meninas foi de 70,3%. Já entre os meninos, 20,1% foi atendido pela campanha. O estudo avaliou 7.693 pessoas sexualmente ativas entre 16 e 24 anos.

O levantamento Saúde Brasil 2018, também do Ministério da Saúde, mostra que a infecção por HPV atinge todas as pessoas, sem distinções sociais. Transmitida por meio do ato sexual ou por contato da pele, a doença atinge principalmente os adolescentes, por isso a campanha de vacinação é voltada para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, as notícias falsas, conhecidas como fake news, são empecilhos para o aumento da vacinação contra o HPVl. O MS ressalta a importância da informação correta para ampliar o número de adolescentes vacinados.

por Junior Coneglian

A vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) é "segura e indispensável para eliminar o câncer de colo do útero" anunciaram autoridades da área de saúde nesta segunda-feira, dia mundial de combate ao câncer.

"Os rumores infundados sobre as vacinas contra o HPV seguem adiando ou impedindo de modo desnecessário o aumento da imunização, que urgentemente necessário para a prevenção do câncer cervical", disse Elisabete Weiderpass, diretora do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC). 

O centro é vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com os dados do CIIC, em 2018 foram diagnosticados quase 570.000 novos casos de câncer de colo do útero em todo o mundo. Mais de 300.000 mulheres morrem a cada ano vítimas da doença, principalmente em países de rendas baixa e média.

"Este é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres", recordou o CIIC. A organização calcula que se a prevenção não aumentar, a doença pode provocar 460.000 mortes por ano até 2040.

Para tentar melhorar os índices de cobertura vacinal, que estão bem abaixo da meta estabelecida, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira, 13, uma campanha publicitária para vacinar jovens e adolescentes contra meningite e HPV. A iniciativa, que vai até dia 30, é feita de forma simultânea com um movimento para convencer escolas públicas a aderirem a estratégia de promover dias de vacinação dentro dos estabelecimentos para estudantes. Logo que a vacinação de HPV foi introduzida no Brasil, em 2014, escolas aderiram de forma maciça à estratégia.

No entanto, diante da notícia de casos (depois descartados) de reações adversas ainda naquele ano, a adesão caiu de forma expressiva. E, com ela, os índices de cobertura vacinal entre os adolescentes. A ideia, agora, é tentar vencer essa resistência.

##RECOMENDA##

Atualmente, 48,9% das meninas de 9 a 14 anos completaram as duas doses de vacina. Os indicadores da primeira dose são mais expressivos: 79,2%. "Mas não é suficiente. A proteção somente se estabelece com as duas doses", alerta a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Carla Domingues. Entre meninos de 11 a 14 anos, a cobertura vacinal é de 43,8%, apenas com a primeira dose.

Os dados da vacina meningocócica C não são muito diferentes. A meta é vacinar 80% de adolescentes entre 11 e 14 anos - um público alvo maior do que no ano passado, quando a vacina era oferecida para jovens entre 12 e 13 anos. Tanto a vacina contra HPV como a de meningite C estão disponíveis durante todo o ano, nos postos de saúde.

Um dos maiores empecilhos para ampliar a vacinação, avaliam técnicos do ministério, é a divulgação de notícias falsas envolvendo a imunização. "Para combatê-las, preparamos uma material específico que será divulgado nas redes sociais. Esclarecendo o que é mito e, sobretudo, mostrando que temos o apoio de todas as sociedades científicas".

O Ministério da Saúde estima que ocorram 16 mil casos de câncer de colo de útero por ano, com 5 mil óbitos. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos casos de cânceres de pênis estão relacionados ao HPV.

A vacina contra meningite, por sua vez, é aplicada aos três, cinco e 12 meses. Um reforço deve ser dado na adolescência.

Uma nova vacina aprovada pela Anvisa na terça-feira (26) ampliou a proteção contra o papilomavírus humano (HPV). O novo medicamento é o Gardasil 9, que inclui cinco novos subtipos na proteção com a doença. Esse vírus é o principal fator associado aos cânceres de útero, da vulva, da vagina e do ânus.

O Gardasil 9 foi aprovado com indicação para pessoas de 9 a 26 anos, do sexo masculino e feminino. O ideal é que a imunização seja feita antes do início da vida sexual. Mais da metade da população brasileira jovem, de 16 a 25 anos, tem HPV, segundo estimativa de um estudo do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e do Ministério da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

##RECOMENDA##

Mais da metade da população brasileira está infectada com o HPV, vírus causador do câncer de colo de útero e de outros tipos de tumor. A estimativa é de um estudo epidemiológico feito pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (27).

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores entrevistaram 7.586 pessoas, das quais 2.669 foram submetidas ao teste de HPV. A partir dos exames, a prevalência estimada do vírus foi de 54,6 % da população. Deste grupo, 38,4 % apresentam tipos de HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

##RECOMENDA##

De acordo com o ministério, é a primeira vez que um estudo estima a prevalência do vírus na população brasileira. O dado é importante, afirma a pasta, para medir o impacto da imunização daqui a alguns anos.

A vacina contra a doença está disponível para meninas de 9 a 14 anos. Neste ano, o imunizante também ficou disponível para meninos de 11 a 14 anos.

Embora o imunizante seja gratuito e esteja disponível em todos os postos de saúde do País, o governo federal tem tido dificuldades de alcançar a cobertura vacinal ideal. Nos últimos anos, a taxa de adesão tem ficado em 50%.

Cidades

Ainda segundo a pesquisa, a capital com a maior taxa de prevalência de HPV é Salvador, com 71,9% da população infectada. Em seguida, aparecem Palmas (61,8%), Cuiabá (61,5%) e Macapá (61,3%).

Na outra ponta da lista, com a menor prevalência, está Recife, com índice de 41,2%. A cidade de São Paulo tem taxa de 52%, próxima do índice nacional. Já os municípios de Brasília, Campo Grande e Belo Horizonte não informaram dados suficientes para que a estimativa fosse fechada.

O estudo mostrou ainda que 16,1% dos jovens têm alguma doença sexualmente transmissível (DST) prévia ou resultado positivo para HIV ou sífilis. A pesquisa sobre a prevalência do vírus, batizada de POP-Brasil, foi realizada em 119 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e um Centro de Testagem e Aconselhamento nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, com a participação de mais de 250 profissionais de saúde.

Segundo o ministério, o estudo identificou os fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e regionais associados à ocorrência do HPV em mulheres e homens entre 16 e 25 anos de idade. O relatório completo da pesquisa será apresentado no ano que vem.

Perguntas e respostas

1. Todos os tipos de HPV causam câncer?

Não, somente aqueles tipos considerados de alto risco são capazes de levar ao aparecimento de tumores. Já os considerados de baixo risco geralmente estão associados à ocorrência de verrugas genitais.

2. Que tipos de câncer são causados pelo HPV?

Além do de colo de útero, o vírus aumenta o risco de tumores de orofaringe, ânus, pênis, entre outros.

3. A vacina é segura?

Segundo sociedades médicas, o imunizante passou por pesquisas e é seguro, tendo sido aprovado e usado em mais de 130 países.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Homens e mulheres entre 15 e 26 anos poderão se vacinar contra HPV até março do ano que vem nos municípios com imunizantes em estoque. A nova recomendação do Ministério da Saúde foi divulgada nesta segunda-feira, 11. Inicialmente, a vacinação para essa faixa etária estava prevista para acabar em setembro.

O objetivo, segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, é evitar o desperdício de vacinas. Os jovens de 15 a 26 anos que tomarem a primeira dose da vacina contra HPV neste período terão garantidas as doses seguintes no Sistema Único de Saúde (SUS). Para essa faixa etária, o esquema vacinal é com três doses, com intervalo de zero, 2 e 6 meses. Depois de março, a orientação do governo federal será de oferecer a vacina somente para o público-alvo - crianças e adolescentes entre 9 e 15 anos.

##RECOMENDA##

Os municípios com vacinas em estoque, com prazo de validade até março de 2018, poderão aplicar as doses em homens e mulheres entre 15 e 26 anos. A medida tem caráter temporário e já foi informada para gestores estaduais e municipais. A nova recomendação estende o prazo de vacinação para essa faixa etária, que inicialmente estava prevista para encerrar nas cidades que tinham estoques a vencer em setembro.

Desde o começo da vacinação, em 2014, até junho, foram imunizadas com a primeira dose 10,7 milhões de meninas, o que corresponde a 89,9% do total de brasileiras nesta faixa etária. Receberam as duas doses - o recomendado pelo ministério - 7,1 milhões de meninas, o que corresponde a 59,7% do total.

Já em relação aos meninos, de janeiro a junho, 853,9 mil adolescentes de 12 a 13 anos se vacinaram com a primeira dose - 23,6% dos 3,6 milhões de meninos nessa faixa etária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde anunciou que os municípios que tenham vacina de HPV em estoque com prazo de validade até setembro poderão, a partir de hoje (18), aplicá-la em homens e mulheres com até 26 anos. Terminado o estoque, que está prestes a vencer, as vacinas deverão voltar a ser administradas apenas ao público-alvo, de 9 a 15 anos.

A medida é de caráter temporário e tem, segundo a pasta, o objetivo de evitar um possível desperdício de doses que permaneçam nos estoques dos municípios.

##RECOMENDA##

Para a faixa etária de 15 a 26 anos, a orientação do Ministério da Saúde é o esquema vacinal com três doses, com intervalo de dois e seis meses. As pessoas que tomarem a primeira dose neste período, excepcionalmente, terão as duas doses subsequentes garantidas no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério da Saúde repassa mensalmente as vacinas aos estados, conforme solicitação local. Os estados, por sua vez, são responsáveis por distribuir as doses aos municípios para garantir a vacinação da população.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando