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O prefeito de Nova York, Eric Adams, adotou novas medidas para conter a constante chegada de ônibus com imigrantes enviados pelo governador republicano do Texas, no último episódio de uma batalha central na campanha para as eleições presidenciais de 2024.

O tema tem grande relevância política nos Estados Unidos, onde os republicanos, liderados pelo ex-presidente Donald Trump, mas também democratas como Adams, acusam o governo de Joe Biden de inação para regular a imigração proveniente do México.

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O secretário de Estado, Antony Blinken, viajou em caráter de urgência na quarta-feira para a Cidade do México para tentar encontrar soluções para o problema.

Nas últimas semanas, cerca de 10 mil pessoas por dia tentam cruzar ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos, quase o dobro do período anterior à pandemia de covid-19.

Uma caravana de milhares de migrantes partiu no domingo do sul do México para tentar chegar aos Estados Unidos.

"Apenas na semana passada, 14 ônibus cheios de migrantes chegaram vindos do Texas, a maior quantidade registrada em uma única noite, além de centenas de migrantes que chegaram naquele dia por outras rotas de transporte", destacou o prefeito de Nova York, que emitiu um decreto de emergência na quarta-feira.

A megacidade, com 8,5 milhões de habitantes, que acolheu ondas de imigrantes ao longo de sua história, viu chegar "mais de 161.500 solicitantes de asilo" desde a primavera no hemisfério norte de 2022, dos quais mais de 68 mil continuam recebendo apoio da cidade, segundo a prefeitura.

Nova York abriu ou designou 214 locais, na grande maioria hotéis requisitados, para abrigar imigrantes em caso de emergência.

Essas chegadas são resultado de uma política implementada por Greg Abbott, governador republicano do Texas, na fronteira com o México, que alugou ônibus ou aviões para enviar dezenas de milhares de imigrantes para cidades controladas pelos democratas.

De acordo com o decreto emergencial de Adams, as empresas devem notificar a cidade com pelo menos 32 horas de antecedência sobre a hora e a chegada dos ônibus fretados para transportar migrantes, e essas chegadas devem ocorrer no mesmo local no centro de Manhattan e em horários específicos, entre 08h30 e 12h00 de segunda a sexta-feira.

"Estamos dizendo às empresas para 'não serem cúmplices' das ações do governador Abbott", destacou Adams.

Ele afirmou que não se trata de "penalizar" os imigrantes, mas de advertir as empresas de transporte de que estão sujeitas a multas e ações legais se não cumprirem as novas regras.

O vereador se reuniu na quarta-feira com seus colegas democratas das cidades de Chicago e Denver para pedir novamente ajuda ao governo federal.

Em 15 de dezembro, a governadora democrata do Arizona, Katie Hobbs, acusou Biden de "se recusar a fazer o seu trabalho" diante do aumento de imigrantes em sua fronteira.

Um carro-forte foi atacado por criminosos armados com fuzis no início da noite desta segunda-feira, 11, na Rodovia dos Imigrantes, na altura do km 28, trecho que pertence ao município de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), na ocasião, os assaltantes realizaram a abordagem e efetuaram disparos contra o veículo, ocupado por quatro vigilantes. Ninguém ficou ferido. O veículo teve o cofre explodido, como mostram imagens captadas por testemunhas no momento do ataque.

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"Tivemos a informação sobre uma ocorrência policial nas proximidades do km 28 da Imigrantes no sentido a capital paulista. Não houve feridos. Demais informações podem ser obtidas com a polícia", disse a Ecovias, concessionária que administra a via. Por volta das 8h50 desta terça, 12, o tráfego estava normal na rodovia.

"Dois automóveis com munições e fuzis foram localizados pela Guarda Civil Municipal de São Bernardo do Campo na Rua Ângelo Demarchi", afirmou a pasta. O caso será apresentado no 3° DP da cidade. Detalhes serão passados ao final do registro da ocorrência.

Nesta quarta (29), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou novas medidas de enfrentamento ao tráfico humano (PL 4.468/2021). Entre elas está a tipificação como crime forjar casamento com crianças com a finalidade de criar famílias de mentira e facilitar a entrada clandestina de imigrantes no exterior.

A proposta, aprovada pela CDH, agora será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). 

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*Da Agência Senado

Pelo quarto ano, a Cáritas Brasileira NE2 através do Programa de Migração e Refúgio e do Projeto RAFA- Rede De Amor, Fraternidade e Amizade, realiza a Campanha Do Brinquedo - Doe e faça uma criança feliz - Dona y haz feliz a un niño para doação de brinquedos para crianças venezuelanas e que residem na cidade do Recife e Região Metropolitana.

Ano passado a campanha atendeu cerca de 80 crianças venezuelanas, entre elas indígenas da etnia Warao que residem na região metropolitana de Recife, e este ano a meta é atender mais de 100 crianças.  A campanha ocorre de 2 a 23 de outubro, e tem como objetivo promover uma ação solidária às crianças e famílias migrantes proporcionando um momento lúdico com brincadeiras, músicas, comidas típicas  da Venezuela, além de pula-pula, oficinas de arte e distribuição dos brinquedos.

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Os brinquedos podem ser entregues na Casa de Direitos de Pernambuco, localizada no Bloco E, da Universidade Católica de Pernambuco, ou fazer uma doação via Chave PIX.  A festa para entrega das doações já tem data e local marcados, será no dia 28 de outubro, sábado, a partir das 14h, na área externa da Casa de Direitos de Pernambuco.

Serviço

Ano IV - Campanha Do Brinquedo - Doe e faça uma criança feliz / Dona y haz feliz a un niño

Doação de Brinquedos

Onde: Rua do Príncipe, nº 526, Bloco E, 1º andar, Boa Vista, Recife- UNICAP

Dias: De terça às sextas-feiras

Horário: Das 8h às 12h, e das 14h às 17h

Doação

Chave Pix: CNPJ: 33.654.419/0011-98 - Cáritas Brasileira Regional NE2

O Brasil recebeu, entre 2011 e 2022, 348.067 solicitações de refúgio. Desse total, 50.355 foram solicitadas no ano de 2022. O país contava, ao final do ano passado, com 65.840 imigrantes refugiados reconhecidos. 

Os números constam do Relatório de Dados Consolidados sobre Migração no Brasil, divulgado nesta sexta-feira (23) durante o encerramento da Semana Nacional de

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Discussões sobre Migração, Refúgio e Apatridia

Segundo o levantamento divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com base em dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), em 2021 foram feitas 29.107 solicitações de refúgio no país. 

A variação entre o total de solicitações registradas de 2021 a 2022 representa um acréscimo de 21.248 pedidos, uma alta de 73%. 

“Trata-se de um dado relevante para a compreensão da dinâmica brasileira do refúgio no contexto de superação do período mais grave da pandemia da covid-19, o que fica evidente quando comparado ao cenário de estabilidade observado entre os anos de 2020 e 2021”, diz relatório.  O ano com maior número de pedidos foi 2019, quando foram registradas 82.552 solicitações. Em 2018, foram 79.831 solicitações. 

Em 2022, o Brasil recebeu solicitações de imigrantes provenientes de 139 países. A maior parte das solicitações foram feitas por venezuelanos (67%), seguidos por cubanos (10,9%) e angolanos (6,8%).  Ainda segundo o levantamento, 54,6% do total de pessoas solicitantes de refúgio em 2022 são homens e 45,4% são mulheres. Os homens venezuelanos representaram 64,4% do total de homens solicitantes, enquanto as mulheres venezuelanas corresponderam a 70,2% do total de mulheres solicitantes. 

Conare

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) analisou, em 2022, 41.297 solicitações de refúgio de pessoas provenientes de 141 países, tendo já reconhecido, no referido ano, como refugiados, 5.795 imigrantes. 

Das mais de 41 mil solicitações feitas ao Conare para reconhecimento da condição de refugiado, 20.718 foram feitas por venezuelanos. 

A maior parte das solicitações apreciadas pelo Conare (57,8%) foram registradas na Região Norte, tendo no estado de Roraima a maior concentração me volume (41,6%), seguido de Amazonas (11,3%) e Acre (3,3%). As principais nacionalidades reconhecidas pelo comitê na região em 2022 foram venezuelanos (77,9%) e cubanos (7,9%).

Os homens corresponderam a 56% do total de pessoas reconhecidas como refugiadas, em 2022, enquanto as mulheres representaram 44%. Entre os reconhecidos, 46,8% eram crianças, adolescentes e jovens com até 24 anos de idade. 

Tanto os homens (35,9%) como as mulheres (31,4%) reconhecidos encontravam-se, “de forma mais expressiva” na faixa de idade de 25 a 39 anos. 

De acordo com o MJ, a fundamentação mais aplicada para o reconhecimento da condição de refugiado em 2022 foi a de Grave e Generalizada Violação dos Direitos Humanos, que correspondeu a 82,4% do total de fundamentações. Na sequência, com 10,9% do total, a fundamentação teve por base questões relativas a opinião política.

A Pixar está tentando voltar aos seus tempos de glória nas bilheterias com a oportuna fábula de imigrantes "Elementos", o primeiro filme totalmente original do estúdio a chegar aos cinemas desde o início da pandemia.

O filme, que estreia na próxima sexta-feira (16) nos cinemas comerciais dos Estados Unidos, acontece na fantástica Cidade dos Elementos. Seus habitantes são feitos de fogo, água, terra e ar e devem conviver em harmonia, apesar de suas diferenças fundamentais.

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A trama segue um romance perigoso entre Ember, a filha apaixonada de um imigrante trabalhador, e Wade, o herdeiro de uma rica família de água.

À medida que seu relacionamento põe à prova o mantra da cidade, "os elementos não se misturam", o filme funciona como uma metáfora para o racismo, o preconceito e a assimilação.

"É tão proibido! O fato é que Ember e Wade arriscam suas vidas ao se aproximarem, é como Romeu e Julieta", disse Leah Lewis, que interpreta a protagonista.

"Este filme fala muito sobre família, lealdade, identidade cultural, sobre se apaixonar pela primeira vez", comentou a atriz, em conversa com a AFP, durante a estreia do filme nos Estados Unidos, esta semana em Los Angeles.

Assim como muitos dos atores deste filme, Lewis tem sua própria história como imigrante: ela foi adotada em um orfanato em Xangai por um casal da Flórida.

Mamoudou Athie, que dá voz a Wade, nasceu na Mauritânia e obteve sua cidadania americana há um ano. E Ronnie del Carmen, que interpreta Bernie (o pai de Ember), emigrou das Filipinas.

Várias das estrelas destacaram a importância da temática desta produção, no momento em que a imigração domina o debate político nos Estados Unidos.

- Pressão para a Pixar -

O filme também chega em um momento crítico para a Pixar.

O estúdio que lançou clássicos como "Toy Story", "Procurando Nemo" e "Up: Altas Aventuras" passou por anos difíceis.

Sua última produção original, não relacionada a uma franquia, a chegar aos cinemas foi "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica", que estreou em 2020 e desapareceu rapidamente, à medida que a covid-19 fechava tudo em seu caminho.

Seus próximos títulos foram lançados diretamente na plataforma de streaming Disney+.

A Pixar voltou aos cinemas no ano passado com "Lightyear", mas a produção derivada de "Toy Story" não decolou nas bilheterias, e seu diretor foi um dos 75 funcionários do estúdio demitidos na semana passada, no meio dos cortes de pessoal da Disney.

Enquanto isso, seus rivais estão florescendo nesta era pós-pandemia.

"Homem-Aranha: através do Aranhaverso", da Sony, lidera as bilheterias nos Estados Unidos, enquanto a adaptação do jogo Super Mario Bros. para o cinema, feita pela Universal, é até agora o filme de maior bilheteria do ano, com 1,3 bilhão de dólares (em torno de 6,3 bilhões de reais na cotação atual a R$ 4,87) em ingressos vendidos.

Além disso, o Oscar de Melhor Animação, que tradicionalmente era conquistado pela Pixar, foi para a Netflix com a versão de Pinóquio dirigida por Guillermo del Toro.

Portanto, não surpreende que agora o estúdio da Disney esteja apostando tudo em "Elementos".

Esta terça-feira (7) é o último dia para imigrantes e refugiados se inscreverem no curso online gratuito “Português como Língua Estrangeira”. A modalidade é oferecida pela Prefeitura de Guarulhos, junto ao Senac, Sesc e a Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (Asbrad).

Para participar, é necessário ter mais de 14 anos e apresentar o CPF do titular. Os interessados devem entrar em contato pelo WhatsApp da associação 94394-4386 ou pelo e-mail helpmigrante@asbrad.com.br.

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As aulas começam a partir de 14 de março até 12 de maio, de terça à sexta-feira, das 8h às 10h, na plataforma Teams. Os temas abordados serão: noções de língua portuguesa; hábitos e costumes da cultura brasileira e empregabilidade, com os serviços e programas existentes no município. Aqueles que tiverem no mínimo 75% de frequência receberão o certificado.

O objetivo do curso é ampliar a rede de apoio e oferecer condições básicas de integração à vida social aos refugiados, solicitantes de refúgio e imigrantes. A iniciativa é da Subsecretaria da Igualdade Racial, que integra a Secretaria de Direitos Humanos de Guarulhos.

O naufrágio de uma embarcação lotada de imigrantes deixou 58 pessoas mortas, incluindo um bebê e crianças, neste domingo, 26, nas proximidades de Crotone, na Itália. A tragédia aconteceu poucos dias após a aprovação de leis que limitam os resgates feitos por organizações humanitárias nos mares italianos.

Segundo a imprensa italiana, a embarcação transportava de 150 a 250 migrantes. As vítimas eram do Afeganistão, Irã, Paquistão e Síria. Mais de 80 pessoas foram resgatadas com vida, e as buscas por desaparecidos continuam.

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As causas do naufrágio são incertas. A agência de notícias italiana AGI informou que o barco tinha excesso de peso e partiu ao meio depois de ser atingido por uma onda.

Já a Guarda Costeira informou que a embarcação colidiu contra rochas. Investigações apontam que o barco partiu da Turquia há três dias.

Alguns dos corpos foram localizados em praias de Steccato di Cutro, região turística na costa leste da Calábria. Um dos bombeiros que participa das operações de resgate afirmou que um recém-nascido foi encontrado morto. Equipes de resgate fazem buscas em motos aquáticas, mas o mar revolto e as condições climáticas dificultam as operações.

Imagens divulgadas pela polícia italiana mostram pedaços de madeira espalhados pela praia, enquanto alguns dos migrantes aguardavam a transferência para um centro de acolhimento. Uma pessoa suspeita de envolvimento com tráfico de pessoas foi detida.

Itália aprova leis que restringem resgate de embarcações

A Itália é um dos principais pontos de desembarque de migrantes que tentam entrar na Europa por mar. Muitas dessas pessoas depois tentam chegar a países mais ricos do continente usando redes de contrabandistas, segundo autoridades. Mais de 100 mil pessoas chegaram ao país de barco em 2022.

O naufrágio aconteceu poucos dias depois da aprovação no Parlamento italiano de novas regras para o resgate de migrantes, apoiadas pelo governo de ultradireita que lidera o país.

A nova lei obriga os navios humanitários a fazerem apenas um resgate por saída ao mar, o que, segundo críticos, aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo central, área considerada a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.

Sob a nova lei, as embarcações devem voltar ao porto sem demora após um resgate e divulgar informações detalhadas sobre suas atividades no mar.

Antes, costumavam passar vários dias no Mediterrâneo central e frequentemente concluíam vários resgates antes de voltarem à Itália. Quem violar a regra pode ser multado em até € 50 mil (R$ 259 mil) .

A primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido Irmãos da Itália, chegou ao poder em outubro passado com uma coalizão que prometeu a diminuição da entrada de migrantes no país. Ela expressou sua "profunda tristeza" e prometeu intensificar os esforços para coibir a migração irregular.

"É criminoso lançar no mar um barco com apenas 20 metros e 200 pessoas a bordo em condições meteorológicas adversas", disse Meloni. "É desumano trocar a vida de homens, mulheres e crianças pelo preço de uma passagem paga com a falsa perspectiva de uma viagem segura."

As declarações foram ecoadas por integrantes do governo. O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, disse que a tragédia mostra a "necessidade absoluta de agir com firmeza contra os canais irregulares de migração".

Antonio Ceraso, prefeito de Cutro, lamentou a tragédia. "É algo que ninguém gostaria de ver. Uma visão horrível que vai ficar comigo pelo resto da vida. O mar continua devolvendo os corpos. Entre as vítimas estão mulheres e crianças", disse.

O papa Francisco, que frequentemente defende o direito dos migrantes, pediu orações às vítimas do naufrágio em discurso na Praça de São Pedro.

"Bloquear e dificultar o trabalho das ONGs terá apenas um efeito: a morte de pessoas vulneráveis deixadas sem ajuda", escreveu nas redes sociais a organização de resgate de migrantes espanhola Open Arms, após o naufrágio deste domingo.

De acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações, 20.333 pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo central desde 2014.

Os Estados Unidos deixarão entrar pela via legal 30.000 imigrantes por mês de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, segundo uma política pactuada com o México, que reforça, por outro lado, as expulsões daqueles que tentarem cruzar a fronteira sem a documentação necessária.

"Não venham à fronteira" sem iniciar antes um procedimento legal, pediu, nesta quinta-feira (5), o presidente americano, Joe Biden, durante discurso na Casa Branca.

Nos últimos anos, milhares de pessoas fugiram das Américas Central e do Sul, dos países do Caribe, "governados por ditadores opressivos, inclusive Cuba, Nicarágua, Venezuela", e para "escapar da violência das gangues, que têm o mesmo impacto, no Haiti", afirmou.

Desses países procede a maioria dos imigrantes que tem chegado recentemente à fronteira, onde estes se deparam com "um sistema falho, que simplesmente não funciona como deveria" porque faltam pessoal e juízes de imigração, afirmou o presidente democrata.

Autoridades bloqueiam a entrada e expulsam imediatamente quase todos os migrantes sem visto, invocando uma norma sanitária conhecida como Título 42, que barrou milhões de pessoas desde 2020 como parte dos protocolos anticovid ativados pelo antecessor de Biden, o republicano Donald Trump.

O governo democrata quer suspender o Título 42, mas espera uma sentença da Suprema Corte. Enquanto isso, lançará mão "das ferramentas" disponíveis, afirmou Biden.

Estas ferramentas foram pactuadas com o México, onde dezenas de milhares de migrantes esperam para entrar nos Estados Unidos, como muitos conseguiram fazer ao longo dos anos.

Na verdade, esta política é a ampliação de uma medida apresentada em outubro para 24.000 venezuelanos, que lhes permitia entrar mediante um pedido formal, para o qual precisavam de um patrocinador e desde que o ingresso fosse por via aérea.

Agora, o governo irá aceitar mensalmente a entrada de até 30.000 migrantes procedentes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, mas endurecerá as restrições na fronteira para muitos outros, inclusive dessas nacionalidades. As medidas entram em vigor imediatamente, afirmou o secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, em coletiva de imprensa.

Os venezuelanos, nicaraguenses, cubanos e haitianos que tentarem "cruzar a nossa fronteira sem autorização serão expulsos rapidamente para o México, que aceitará o retorno de 30.000 pessoas por mês" ou "ao seu país de origem", explicou.

Mas "receberemos até 30.000 pessoas por mês destes quatro países", que irão poder trabalhar nos Estados Unidos durante dois anos.

- 'Fiquem onde estão' -

Para ter acesso a estas vagas, os migrantes devem se abster de cruzar a fronteira dos Estados Unidos, México ou Panamá a partir de hoje, "ficar onde estão" e fazer a solicitação dali.

Além disso, precisam passar por uma investigação sobre seus antecedentes criminais, ter um patrocinador nos Estados Unidos que lhes dê apoio financeiro e estar vacinados.

Ao mesmo tempo, acrescentou Mayorkas, foi criado um aplicativo em espanhol e inglês, chamado CBP One, que vem a ser um sistema de entrevistas para os portos de entrada que pode ser solicitado por celular. Inicialmente, o serviço estará disponível para aqueles que pedirem uma exceção ao Título 42 por razões humanitárias.

Quando for suspenso o Título 42, algo que Biden acredita que vá ocorrer este ano, este mecanismo continuará em vigor.

Mayorkas insistiu em que aqueles que "não usarem procedimentos legais" vão enfrentar as consequências. Para isso, foi "aumentado e melhorado o uso da deportação acelerada", sob o Título 8, que resulta em uma proibição de entrada ao país por cinco anos.

"Enquanto os Estados Unidos forem a terra da liberdade e das oportunidades, as pessoas vão tentar vir", mas "podemos exigir-lhes que venham de forma ordenada, segundo a legislação americana", afirmou Biden. Segundo ele, os cidadãos americanos também têm o direito de se assegurarem de que os antecedentes criminais dos que chegam foram verificados.

O presidente está ciente de que essa nova política não resolve o problema na fronteira, onde nos últimos meses foram registradas "mais de 7.000 detenções de traficantes de pessoas".

Mas, é um processo "seguro, humano e funciona", assegurou Biden, que afirma ter enviado anteriormente ao Congresso uma legislação integral para revisar "o que tem sido um sistema migratório falho durante muito tempo". "Os republicanos do Congresso se negaram a considerar meu plano integral", assegurou, culpando os "republicanos extremistas" pelo bloqueio.

O México aplaudiu as medidas, afirmando que ampliam “a mobilidade laboral”, contribuem para alcançar “uma migração ordenada, segura, regular e humana na região” e reduzem os riscos dos migrantes, tuitou Roberto Velasco, chefe da unidade para a América do Norte da chancelaria.

As mesmas, no entanto, geraram mal-estar no Partido Democrata. “Estamos profundamente decepcionados”, denunciaram senadores em um comunicado que critica a expulsão de cidadãos de países que consideram não democráticos.

Algumas ONGs também se manifestaram. “Oferecer acesso especial a um certo número de pessoas de certos países prejudica o sistema de asilo”, condenou Nicole Melaku, diretora da NPNA, coalizão de organizações de defesa dos imigrantes.

- Uma pedra no caminho -

A economia americana depende, em grande medida, da mão de obra estrangeira e Biden prometeu, ao chegar à Casa Branca, dar refúgio aos solicitantes de asilo e pôr fim às políticas de Donald Trump contra a imigração ilegal.

Trump chegou ao poder em 2016, em parte graças a uma mensagem que qualificava de criminosos, e inclusive de estupradores e assassinos, àqueles que cruzam a fronteira com o México. Uma retórica que foi ao encontro das preocupações de algumas comunidades com a criminalidade e a perda de empregos.

A questão fronteiriça é uma das principais fragilidades políticas de Biden, uma pedra no caminho para a sua reeleição, caso decida disputar um segundo mandato na Casa Branca, como ele tem pensado fazer, segundo seus conselheiros.

Biden visitará a fronteira no próximo domingo em El Paso, Texas, antes de viajar ao México para uma reunião de cúpula de líderes da América do Norte. Um dos temas-chave será "reforçar a fronteira entre os nossos países", antecipou.

Resta ver se as novas medidas vão afugentar os migrantes que sonham entrar nos Estados Unidos, seguindo os passos daqueles que conseguiram burlar normas sucessivas.

A embaixada americana em Havana retomou, nesta quarta-feira (4), a emissão total de vistos para os cubanos que desejam se radicar nos Estados Unidos, em um contexto de êxodo recorde para este país, mas sem sinais de "normalização" das relações com a ilha.

"Entramos e foi tudo muito rápido. Já tenho que buscar o visto e posso viajar", declarou, eufórica, a jovem Melissa Vázquez, de 18 anos, à AFP. Ela acrescentou que esperou "sete anos" para poder se reunir com seu pai, que vive nos Estados Unidos.

Na sexta-feira, a embaixada americana destacou em um comunicado que a "expansão" de seus serviços consulares busca "garantir uma migração segura, legal e ordenada".

Essa missão anunciou, em março, a reabertura de seu consulado. Na sequência, ocorreram vários encontros de alto nível sobre o tema migratório, primeiro em Washington e depois em Havana, com o objetivo de reativar os acordos migratórios bilaterais, interrompidos sob o governo de Donald Trump (2017-2021).

"Com isto, concretiza-se o que sempre dissemos: buscamos encontrar meios práticos de apoiar o povo cubano", declarou nos Estados Unidos o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

- Sem vistos para turistas -

Em maio, o consulado começou a entrega limitada de vistos de reunificação familiar e, em setembro, anunciou o processamento completo de vistos, exceto os de turismo, para janeiro de 2023.

"Demos passos muito discretos voltados a encaminhar a cooperação bilateral para o cumprimento dos acordos migratórios", disse, em dezembro, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

- Êxodo histórico -

A ilha caribenha, que passa por sua pior crise econômica em três décadas, também enfrenta o seu maior êxodo migratório neste momento.

Essas saídas dispararam desde novembro de 2021, quando a Nicarágua, um forte aliado de Havana, eliminou a exigência de visto para os cubanos. Estes, em sua maioria, voam para o país centro-americano para iniciar a travessia por terra rumo aos Estados Unidos.

Segundo números oficiais dos EUA, entre dezembro de 2021 e o mesmo mês de 2022, as autoridades fronteiriças interceptaram, em 277.594 ocasiões, cubanos que haviam entrado ilegalmente no país por terra. A emigração ilegal pelo mar também disparou nos últimos meses.

O governo cubano reconhece que Washington entregou no ano passado, pela primeira vez desde 2017, mais de 20.000 vistos de imigrantes, um número estabelecido nos acordos migratórios de 1994-95.

Mas, "enquanto continuarem com o bloqueio (...) e o tratamento privilegiado na fronteira" conferido aos imigrantes procedentes de Cuba, "será difícil diminuir consideravelmente o fluxo migratório irregular", reagiu no Twitter o ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez.

Embora em Washington "não queiram admitir, existe um vínculo direto entre o recrudescimento das medidas extremas contra a economia cubana e a proporção com que disparou o fluxo migratório dramático", declarou em novembro à AFP a vice-diretora da chancelaria cubana para os Estados Unidos, Johana Tablada.

- 'Caminho do meio' -

Embora tenha flexibilizado algumas das disposições de Trump contra Cuba, o presidente Joe Biden tem evitado retomar a política de maior aproximação de Barack Obama (2009-2017), de quem foi vice-presidente.

Quando chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, Biden prometeu rever a política de seu antecessor republicano para Havana, mas endureceu seu discurso após os protestos antigovernamentais de julho de 2021, os maiores registrados na ilha em seis décadas de regime.

No mês passado, Biden reiterou sua reivindicação de libertação de "centenas de presos políticos" após os protestos. Seu governo mantém Cuba em uma lista de países que patrocinam o terrorismo e o incluiu recentemente em outra dos que atentam contra a liberdade religiosa.

Para Jorge Duany, especialista em Cuba da Universidade Internacional da Flórida, "Biden tenta recalibrar sua política para Cuba, a fim de traçar um caminho do meio entre a 'pressão máxima' de Trump e a 'aproximação' de Obama, mas, até agora, as mudanças na política americana têm sido mínimas".

"Por enquanto, não há condições para avançar na normalização das relações", afirmou Michael Shifter, da Universidade de Georgetown em Washington.

Na Itália, o discurso político de desprezo aos imigrantes foi explorado pela extrema direita ao longo da campanha eleitoral, apesar de serem necessários para o funcionamento da terceira maior economia da zona do euro.

"Só quem tem direito deve entrar. Não precisamos de imigrantes para repovoar as cidades", protestou Matteo Salvini, líder da Liga no domingo, diante de cerca de 100 mil ativistas.

O ex-ministro do Interior, acusado de bloquear barcos das ONG que socorreram imigrantes no Mediterrâneo, retomou assim uma das bandeiras preferidas da extrema direita, apesar de a mão de obra imigrante ser fundamental para a manutenção da economia.

Tanto Salvini quanto sua aliada nas eleições legislativas de 25 de setembro, Giorgia Meloni, líder do partido pós-fascista Fratelli d'Italia (Irmãos da Itália), destacaram seu desejo de fechar a península diante da chegada de imigrantes.

Salvini iniciou sua campanha eleitoral no início de agosto visitando a pequena ilha de Lampedusa, símbolo da imigração ilegal por receber todos os anos milhares de imigrantes da África.

"Lampedusa não pode ser o campo de refugiados da Europa", lançou.

Para o sociólogo Maurizio Ambrosini, a ideia é associar o fluxo de imigrantes aos desembarques. "Na realidade, o número real de imigrantes se manteve estável nos últimos dez anos na Itália", explicou o especialista em migração da Universidade de Milão, entrevistado pela AFP.

A favorita nas pesquisas, Giorgia Meloni aproveitou o estupro cometido em Piacenza (norte) por um requerente de asilo no final de agosto para comentar amplamente em suas redes sociais, desencadeando a indignação dos moderados de esquerda e centro.

Os dois líderes querem assim entrar em sintonia com a maioria dos italianos. Cerca de 77% consideram que o número de imigrantes é "muito alto", segundo uma pesquisa do YouGov realizada em dezembro para vários jornais europeus, incluindo o italiano La Repubblica.

Número dez pontos acima da média europeia. A maior preocupação dos italianos é que com a chegada dos imigrantes a criminalidade aumentará (53%), principalmente entre os eleitores dos Irmãos da Itália (76%) e da Liga (67%).

- "Lemas de campanha" -

O Partido Democrata (PD, esquerda) e os de centro "veem os imigrantes como um recurso para a economia italiana", mas "têm dificuldade em fazer com que os seus eleitores compreendam, sobretudo porque não é um assunto popular", lamenta o professor Ambrosini.

De fato, os imigrantes representam uma tábua de salvação para a Itália, cuja população pode ser reduzida em 20% em 50 anos, de 59,6 milhões de habitantes em 2020 para 47,6 milhões em 2070, segundo projeções do instituto nacional de estatística (Istat).

Esta diminuição é acompanhada por um envelhecimento geral, devido à queda das taxas de natalidade e ao aumento da esperança de vida no país, apelidado de Japão da Europa.

Em relatório publicado em 2021, o Istat alertou para futuras dificuldades nos sistemas previdenciário e de saúde.

O mercado de trabalho faz uso maciço da população migrante, especialmente para empregos pouco qualificados no setor agrícola, construção, serviço doméstico e hotelaria.

Com 2,5 milhões, os imigrantes em situação regular representam cerca de 10% da população ativa, sem contar a imigração ilegal.

Durante a pandemia de covid-19, veio à tona a dependência de mão de obra estrangeira.

Perante o perigo de perderem as suas colheitas por falta de pessoal, os empregadores do setor agrícola tiveram de alugar aviões para trazer trabalhadores sazonais da Romênia ou Marrocos.

"Em teoria, eu poderia ter encontrado trabalhadores aqui na Itália, mas os italianos não querem mais trabalhar nos campos ou nos vinhedos", disse o enólogo Martin Foradori Hofstatter à AFPTV na época.

Alcançar um equilíbrio entre a questão humanitária, os interesses do país e o princípio da seletividade são "questões complexas que não se prestam a simplificações nem aos slogans e lemas de uma campanha eleitoral", admite o professor Ambrosini.

Mais de mil imigrantes desembarcaram na Itália nas últimas horas e centenas foram resgatados por navios humanitários e aguardam um porto de acolhimento, disseram as ONGs e autoridades italianas neste domingo (24).

Mais de 600 pessoas que tentaram cruzar o Mar Mediterrâneo a bordo de um barco de pesca foram resgatadas no sábado por um navio mercante e pela guarda costeira quando estavam à deriva na costa da Calábria, no extremo sul da península italiana. Eles foram então levados para vários portos da ilha da Sicília.

As autoridades encontraram cinco corpos de migrantes mortos a bordo do navio em circunstâncias desconhecidas.

Na madrugada de sábado para domingo, 522 pessoas do Afeganistão, Paquistão, Sudão, Etiópia e Somália chegaram à ilha de Lampedusa, a maioria a bordo de cerca de 15 barcos da Tunísia e Líbia.

A mídia italiana diz que o centro de recepção na pequena ilha italiana na costa da África está sobrecarregado.

A agência Ansa afirma que atualmente abriga 1.200 pessoas, de uma capacidade de 250.

Por outro lado, as organizações de resgate no mar salvaram centenas de migrantes à deriva no Mediterrâneo. A SeaWatch indicou no domingo que no dia anterior realizou quatro operações de resgate.

"A bordo do SeaWatch 3 temos 428 pessoas, incluindo mulheres, uma delas grávida de nove meses e menores de idade. Um paciente tem queimaduras graves", disseram no Twitter.

O OceanViking, da ONG SOS Méditerranée, afirmou que resgatou 87 pessoas (incluindo 57 menores desacompanhados), que viajavam em "um barco inflável superlotado à deriva em águas internacionais ao largo da Líbia".

Entre 1º de janeiro e 22 de julho, 34.000 pessoas chegaram por via marítima à Itália, em comparação com 25.500 no mesmo período de 2021 e 10.900 em 2020, segundo o Ministério do Interior italiano.

A rota migratória do Mediterrâneo Central é a mais perigosa do mundo. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em 990 o número de mortos e desaparecidos desde o início deste ano.

A Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação (MEC) lançou o curso de “Formação de Professores para Acolhimento de Imigrantes e Refugiados”. O projeto tem como objetivo proporcionar ao docente a oportunidade de conhecer e aprofundar os conhecimentos em relação à inserção das pessoas refugiadas e imigrantes dentro do ambiente escolar estrangeiro e multicultural no Brasil.

A capacitação estará disponível a partir desta quinta-feira (9), na plataforma de ambiente virtual de aprendizagem, AVAMEC. O treinamento será disponibilizado pela Diretoria de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação (DIFOR).

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Os conteúdos contemplam etapas teóricas e práticas com carga horária de 80h, divididas em dois módulos de 40h cada. Por meio dessa formação, pretende-se subsidiar os professores na elaboração de materiais didáticos, pedagógicos e literários, entre outros materiais de apoio à prática educativa, e que atendam às necessidades de promover a aprendizagem e o desenvolvimento integral dos estudantes.
Segundo o diretor de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação, Renato Brito, barreiras sociais e econômicas, de idioma, culturais e até burocráticas contribuem para a dificuldade de acesso das crianças e adolescentes refugiados ao sistema escolar brasileiro. “É nesse contexto que se insere a Formação em Acolhimento de Imigrantes e Refugiados que está sendo ofertada pelo MEC, por meio da Secretaria de Educação Básica, com práticas pedagógicas capazes de auxiliar os docentes no processo educacional de imigrantes e refugiados na sociedade brasileira”, ressalta o professor.
A “Formação para Acolhimento de Imigrantes e Refugiados” está em consonância com a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC – Formação Continuada). E promoverá aos docentes o contato com aspectos históricos, culturais e educacionais que permeiam as questões e os temas que envolvem os refugiados e imigrantes no Brasil.
A formação está alinhada também com o contexto da “Operação Acolhida”, criada pelo Governo Federal em 2018 – que visa garantir o atendimento humanitário aos refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima – principal porta de entrada da Venezuela no país.

O ano de 2022 tem sido positivo para milhares de imigrantes que hoje residem nos Estados Unidos. Só no primeiro semestre de 2022, mais de 420 mil pessoas conquistaram a permissão do governo para que possam residir e trabalhar de forma permanente no país. Esse total já é mais da metade do que foi atingido em todo o ano de 2021, no qual 720 mil Green Cards, visto permanente de imigração, foram concedidos para cidadãos de outros países.

De acordo com Marcelo Gondim, advogado de imigação e membro da Associação Americana de Advogados de Imigração (AILA), se continuar neste ritmo, o ano de 2022 irá superar o ano de 2016, que teve o maior registro de Green Cards aprovados na história do país, chegando a 1.183.505 de pessoas. Entre os principais motivos para esse crescimento, está a retomada das atividades no Departamento Americano de Imigração (USCIS), que sofreu paralisações e atrasos em meio a pandemia nos anos de 2020 e 2021.

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Com a saída do presidente Donald Trump e ingresso de Joe Biden, os EUA têm adotado uma política de maior abertura para imigrantes, inclusive com o incentivo do aumento da imigração de profissionais qualificados para atuação no país, através da categoria de EB (Employment-Based). Esse tipo visto tem cerca de 140 mil green cards emitidos todo ano, contudo, a previsão é que em 2022 os números cheguem até 300 mil.

Gondim, explica um pouco sobre a iniciativa do governo. “Existe uma carência de profissionais qualificados em diversos segmentos nos EUA, inclusive em setores vitais como tecnologia, ciências, engenharia e saúde. A administração de Joe Biden vem sendo pressionada para contornar esse problema, facilitando os procedimentos de imigração para que mais gente qualificada possa se juntar ao mercado de trabalho americano, e para isso conseguiu convencer o congresso a aumentar a cota anual de green cards.”

Esse período de maior receptividade dos EUA é bastante positivo, principalmente para o Brasil que tradicionalmente registra grandes números de mão de obra imigrante “exportada” para o país. Até 2019, existiam 1,4 milhão de brasileiros residentes no país. De acordo com USCIS, o ano pré-pandemia teve o maior número de Green Cards emitidos para brasileiros, cerca de 19.825 mil.

 Um barco com 29 imigrantes, sendo 13 cubanos, um colombiano e um somali, foi interceptado pela Polícia Civil enquanto tentava entrar no Brasil pelo Rio Oiapoque, no norte do Amapá. A região faz fronteira com a Guiana Francesa. Outros 14 tripulantes eram brasileiros. Dentre os passageiros estavam crianças, incluindo um bebê de 1 ano e 4 meses, e um padre cubano.

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Embarcação também transportava mercúrio de forma indevida (Polícia Civil/divulgação)

A embarcação, que mede cerca de 20 metros e teria vindo do Suriname pelo Oceano Atlântico, também transportava 20 quilos de mercúrio de forma indevida. O metal costuma ser utilizado pelo garimpo ilegal.

Os policiais conduziram os passageiros até a cidade de Oiapoque, base da operação Hórus, uma ação integrada entre diversas forças de segurança para coibir crimes transfronteirços. Também foi apreendida uma pequena embarcação, conhecida como catraia, utilizada para fazer o transbordo clandestino de passageiros para Oiapoque.

De acordo com a Polícia Civil todos os tripulantes serão ouvidos. São investigados os crimes de promoção de migração ilegal, atentado contra a segurança do transporte marítimo e fluvial, associação criminosa e transporte de substância nociva sem as formalidades legais. Os policiais também atuam para identificar casos de tráfico de drogas e armas através dos rios na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa.

A última família de venezuelanos indígenas da etnia Warao se mudou nessa terça-feira (15), para uma casa em Nova Morada, na Várzea, Zona Oeste do Recife. As nove famílias de imigrantes estavam juntas em um local temporário oferecido pela Secretaria de Assistência Social de Pernambuco e executado pela Cáritas Brasileira. As casas foram alugadas a partir de um projeto emergencial de acolhimento temporário dos venezuelanos durante cinco meses. Apesar do abrigo, os imigrantes questionam para onde vão depois desse período, tendo em vista que a principal forma de conseguir alguma renda é pedindo dinheiro nos sinais.  

O Projeto Emergencial para Ajuda Humanitária à População Indígena da etnia Warao da Cáritas conta com o apoio de organizações internacionais e da sociedade civil na área de acolhimento, implementação de experiências em projetos humanitários e desenvolvimento social para indígenas Warao, e também tem parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) do governo de Pernambuco. A locação das casas de acolhimento na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante cinco meses é uma forma de trabalho para fortalecer o vínculo familiar comunitário, autonomia e corresponsabilidade. 

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Cerca de 80 indígenas Waraos estão locados em casas nos bairros de Santo Amaro e Várzea, que foram alugadas pelo Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife (CAOR). São 13 famílias ao total acolhidas pelo projeto; uma está locada em Santo Amaro, e as outras 12 em Nova Morada. Os imóveis são divididos por duas ou três famílias, e são disponibilizados fogão, geladeira, ventilador e filtro de água, além do fornecimento semanal de alimentos. 

De acordo com o coordenador do Cáritas, Sirley Vieira, a distribuição da alimentação tende a acontecer toda segunda-feira, e todas as famílias moram em casas próximas. "Porém, como esses estavam lá no CSU e iam se mudar hoje, combinei com eles para entregar a alimentação no dia da mudança. Em Nova Morada, o total são 12 famílias; quatro em uma rua, quatro em outra; duas em outra e mais duas numa outra".

Só uma família está em um bairro diferente, em Santo Amaro. Ele explicou a motivação da distância. "Existia uma família em Santo Amaro que a gente dava assistência e as filhas já estudavam em Santo Amaro, e eles quiseram ficar lá. Arrumamos a casa e instalamos eles lá, mas a Prefeitura tinha feito um acordo com eles no mesmo período para continuar dando assistência, foi quando essa casa ficou vaga e como tinham muitas famílias no CSU da Imbiribeira, a gente perguntou se uma delas queria ir para Santo Amaro, até que uma se prontificou", disse. 

"Todas as outras famílias estão instaladas aqui. Foi uma solicitação deles porque, a princípio, quando a gente foi fazer o mapeamento e o levantamento para colocar as famílias, conseguimos fechar os primeiros contratos da casa aqui em Nova Morada. As primeiras famílias que se instalaram aqui gostaram do bairro e todos solicitaram vir para cá. Isso causou um certo problema pra gente no início, porque a gente não tinha garantia de conseguir todos os outros aluguéis, mas encontramos casas, abrimos processo de negociação com os proprietários e hoje, graças a Deus, a gente conseguiu fechar a última casa", contou. 

No entanto, em conversa com os venezuelanos, eles contaram à reportagem do LeiaJá que se veem desamparados e sem saber para onde ir em cinco meses. "Deveria ser de pelo menos um ano para podermos nos organizar melhor", disse o chefe de uma das famílias. 

A principal forma deles conseguirem dinheiro é pedindo nas ruas e nos sinais do Recife, foi assim que uma mulher, que manda cerca de R$ 200 para a mãe que está na Venezuela todos os meses, conseguiu comprar uma geladeira, já que tem muita gente na casa. "Eu comprei a geladeira com o dinheiro do meu suor, e quando sair daqui, como vai ser?", questionou. 

Um outro imigrante disse que não poderia falar nada porque não tinha "coisas boas" para falar. "Estaria mentindo", disse. A justificativa foi a sensação da volta às ruas estar se aproximando a cada dia que passa. Além disso, não sabem se quando saírem da casa vão poder levar os móveis doados pelo Governo de Pernambuco, "não dá para confiar". 

“O projeto prevê um apoio de cinco meses, os que estão sendo instalados conta de agora a garantia do apoio de todo o projeto. Estamos em diálogo desde o ano passado com o governo do estado pra ver se eles conseguem estender esse prazo por pelo menos um ano, e eles já pontuaram a possibilidade da extensão, mas ainda não deram a posição final, estão vendo qual é o recurso que eles conseguem. E é isso o que a gente pretende, que eles fiquem com garantia de 12 meses porque a gente acredita que é o tempo mínimo para eles poderem realmente se ajustar”, detalhou o coordenador da Cáritas. 

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Um surto de casos de tuberculose está sendo registrado em venezuelanos que estão hospedados em uma casa localizada em Santo Amaro, área central do Recife. 

A Secretaria de Saúde do município confirmou ao LeiaJá que, na última terça-feira (16), recebeu a informação de que se trata de 12 venezuelanos que apresentaram os sintomas da tuberculose. Eles foram encaminhados para receber a assistência médica necessária na Policlínica Gouveia de Barros, na Boa Vista.

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Nesta sexta-feira (19), profissionais da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (Sesau) foram até o local onde os venezuelanos estão hospedados para averiguar a situação dos demais moradores que possam estar sintomáticos.

A secretaria garante que deu instruções aos venezuelanos sobre medidas de prevenção para este tipo de doença. "Os profissionais sempre esbarram na resistência do grupo em receber atendimento e orientações, além de não darem continuidade aos tratamentos indicados pelas equipes de saúde", detalha a Sesau.

A pasta aponta que alguns imigrantes já fizeram o Cartão SUS, para facilitar o acesso aos serviços de saúde, mas apresentam resistência para ir às unidades. A Secretaria Executiva da Assistência Social informa ainda que acompanha semanalmente as famílias que moram no imóvel de Santo Amaro. 

A residência, inclusive, foi inicialmente ocupada por duas famílias, com sete pessoas. No entanto, na última semana, mais nove famílias vindas de Jaboatão dos Guararapes, com 45 pessoas, também se acomodaram na casa. 

A informação que eles passaram para a equipe de assistência social é que já são acompanhados pela Cáritas, organização da Igreja Católica, e a Prefeitura de Jaboatão.

O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) divulgou a abertura do 'Programa Português como Língua Adicional (PLA)', iniciativa de órgãos federais para ministrar aulas de português para imigrantes venezuelanos da etnia indígena Warao, refugiados no Recife. O objetivo da formação é atender às necessidades de comunicação da comunidade, integrando e promovendo o trabalho.

O curso terá início em 23 de agosto e seguirá até dezembro. A turma será formada por pessoas indicadas pelo Serviço de Proteção ao Migrante (SPM), organizado pelo Ministério da Justiça e Cidadania. O IFPE ainda vai oferecer as aulas para estudantes estrangeiros oriundos de instituições de ensino da Colômbia, Chile e Argentina, à medida que o processo de parceria avançar.

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As aulas são no formato virtual, como medida protetiva contra o novo coronavírus, e são ministradas por professores do Instituto. Segundo Laura Cavalcanti, coordenadora geral do Centro de Libras e Línguas Estrangeiras do IFPE (CELLE), o programa busca integrar e fortalecer as relações com estrangeiros recém-chegados ao país. “Ao integrar o PLA em Rede, atendendo aos estudantes de instituições de ensino internacionais, o IFPE constrói mais possibilidades de parcerias com instituições estrangeiras, fortalecendo o projeto de internacionalização, e criando uma comunidade internacional de ação, o que, futuramente, gerará mais oportunidades para nossos próprios estudantes”, explica.

O curso tem duração de 250 horas divididas em 18 lições, ministrado todo em um Ambiente Virtual de Aprendizado. De acordo com informações da assessoria, a formação busca fortalecer as políticas de internacionalização e tem o intuito de promover a educação do português como língua adicional para que as pessoas sejam capazes de transitar em diversos contextos globais e interculturais.

A parceria do IFPE envolve os institutos federais do Triângulo Mineiro, de Brasília, de Mato Grosso, do Amapá, de Mato Grosso do Sul, do Ceará, do Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Sul, Sul-Rio-Grandense, de Roraima e de São Paulo. O responsável pela operação do programa é o Instituto Federal Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS). Mais informações sobre o PLA podem ser acessadas pelo e-mail portuguesemrede.conif@gmail.com.

O papa Francisco chamou, neste domingo (25), de "vergonha" o desaparecimento de 130 migrantes desde quinta-feira após um naufrágio no Mediterrâneo, e se declarou "muito entristecido por esta tragédia".

"Confesso que estou muito triste com a tragédia que, mais uma vez, ocorreu nos últimos dias no Mediterrâneo. Irmãos e irmãs, devemos nos questionar sobre esta enésima tragédia. É um momento de vergonha", disse o sumo pontífice aos fiéis após a oração Regina Coeli, na praça São Pedro do Vaticano.

A ONG SOS Méditerranée anunciou na quinta-feira que detectou perto da costa da Líbia dezenas de corpos ao lado de uma embarcação inflável, que naufragou com cerca de 130 migrantes a bordo.

"Cento e trinta migrantes morreram no mar, são pessoas, são vidas humanas que durante dois dias inteiros imploraram em vão por ajuda. Uma ajuda que não chegou", continuou o papa.

As ONGs humanitárias acusam os países da União Europeia de não quererem ajudar os imigrantes em perigo, mas também de impedirem as suas atividades de resgate.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 453 migrantes morreram afogados no Mediterrâneo desde o início de 2021, a maioria deles na rota central que conecta as costas da Tunísia e da Líbia com as da Itália.

Mais de 100 pessoas morreram em uma nova tragédia no Mar Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais do planeta.

A estimativa é da ONG SOS Méditerranée, que havia recebido na última quinta-feira (22) alertas do serviço Alarm Phone a respeito de dois barcos em dificuldade: um com cerca de 40 pessoas e outro com mais de 100 indivíduos a bordo.

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"Não encontramos nenhum traço do primeiro e só podemos esperar que ele tenha voltado para terra firme ou chegado a seu destino em segurança", diz o relato de Alessandro, membro da equipe de busca e resgate do navio Ocean Viking, publicado nesta sexta (23) pela SOS Méditerranée.

Já o segundo barco foi encontrado de cabeça para baixo e rodeado por uma dezena de corpos. No entanto, como o mar estava muito agitado, a equipe do Ocean Viking não conseguiu se aproximar para remover os cadáveres das vítimas.

"Nós tentamos chegar ao segundo [barco] através de uma tempestade e de uma noite com ondas de até seis metros. Lá fora, em algum lugar nessas mesmas ondas, um bote transportando 120 pessoas. Ou 100, ou 130. Nunca vamos saber porque elas estão todas mortas", acrescenta Alessandro em seu relato.

"Retomamos as buscas ao amanhecer, ao lado de três navios mercantis, sem coordenação ou ajuda de nenhum Estado. Se um avião tivesse caído na mesma área, as marinhas de metade da Europa estariam aqui, mas eram apenas migrantes no cemitério do Mediterrâneo", diz o voluntário do Ocean Viking.

Um terceiro barco, com cerca de 120 pessoas, ainda foi levado de volta à Líbia carregando a bordo os corpos de uma mãe e do seu filho. As três embarcações haviam zarpado da costa do país africano, que fica a poucas centenas de quilômetros do sul da Itália e de Malta.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 8.670 pessoas atravessaram a rota do Mediterrâneo Central em 2021, quase o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado (4.666).

No entanto, 357 migrantes morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia, crescimento de 140% em relação a 2020, sendo que o pico das viagens costuma acontecer em julho e agosto, no verão do Hemisfério Norte, quando as condições do mar são melhores.

Da Ansa

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