Tópicos | incapacidade do governo

Prestes a completar os 100 primeiros dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e com o discurso dele de que a nova política predomina as suas ações para a tramitação de projetos no Congresso Nacional, a ex-deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB), afirmou, nesta segunda-feira (1º), que o presidente é a “cara da velha política”. O período, na ótica da comunista, também provaram a “incapacidade” do político lidar com os problemas do país.

“Bolsonaro é a cara da velha política e isso é em todos os aspectos. Um deles é a  forma como trouxe o privado para dentro do público, quer dizer o Brasil assiste escandalizado a sua relação familiar com os quatro filhos, os três que estão na política mais o quarto, que namorada a filha do assassino da Marielle. Então, a vida privada do presidente invade a política e essa é a política mais velha de todas”, alfinetou a comunista, em conversa com jornalistas no Recife, antes de um encontro sobre empreendedorismo feminino, organizado pela vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB).

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Para Manuela, “a política mais velha do Brasil é a do privado no público”. “É a que Bolsonaro representa. Para se ter uma ideia, para mim, eu faço política desde os 16 anos, e essa política de defesa da ditadura militar, da tortura, de envolver a família, a vida privada no espaço público, ir no cine às 9h da manhã quando a gente tem 15 milhões de desempregados é a política mais velha de todas. Inclusive, com o uso exagerado do marketing. O presidente fica no Twitter fazendo cizânia, governando para metade do país, enquanto o país inteiro aguarda que ele governe de verdade e saia do primário”, criticou.

Fazendo uma avaliação sobre os 90 dias completos do governo e a proximidade do marco de 100 primeiros dias, Manuela destacou que o período mostra a “absoluta incapacidade do presidente lidar com um país como o Brasil”. “É verdade que o governo completa agora 100 dias, mas é verdade que qualquer brasileiro tem a exata impressão de que ele está brincando de governar”, ponderou.

"Quais são as políticas que foram propostas para garantir a retomada do emprego no país? Os únicos momentos que a economia cresce são quando os investimentos públicos são consideráveis. Qual o sinal que é dado para os investidores com a bagunça generalizada desse governo? Para os investidores do país e de fora do país, nitidamente, o governo não tem compromisso com a democracia. Vive cotidianamente com uma bagunça depois da outra, uma equipe absolutamente incapaz. Um ministro que é considerado superministro [Paulo Guedes] se quer sabe fazer orçamento, o posto ipiranga do presidente se quer sabe como fazer orçamento", acrescentou a comunista.

Segundo Manuela, que foi candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT), o Brasil tem prolongado uma crise econômica “que não é sua” e o presidente não atua para reverter o quadro.

“Todas as grandes economias do mundo buscam se posicionar diante de uma crise e o Brasil, a partir do governo Bolsonaro, toma dois rumos mais nítidos. O primeiro de um alinhamento restrito com os Estados Unidos, que traz consequências econômicas profundas para o Brasil, e não é um problema ideológico, traz consequências econômicas. Hoje metade da classe média do mundo mora nos países asiáticos, então com quem nós queremos estabelecer relações”, salientou, lembrando que o presidente fez questão de “ampliar o conflito com a Venezuela”.  

A comunista ainda disparou contra a reforma da Previdência que, segundo ela, não pensa no trabalhador brasileiro real e sim nos empresários. “É um governo de desastres. Anuncia a reforma da previdência. Quem o presidente acha que é, por exemplo, uma mulher que vende queijo coalho na praia? Como ela se aposenta? Qual o é o Brasil que ele vive? O da Avenida Paulista? Onde os empresários pegam helicópteros para trabalhar? Não é o país do trabalhador brasileiro que trabalha em condições adversas… É um governo antipopular e antinacional”, cravou.

Manuela D’Ávila, além de participar do encontro para um diagnóstico das fontes de trabalho para mulheres no Estado, veio ao Recife para lançar o livro “Revolução Laura: reflexões sobre maternidade e resistência”. A obra conta detalhes sobre como conciliar a maternidade e a atuação política.

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