Tópicos | inclusão financeira

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, informou que deve divulgar ainda em 2013 as normas sobre crédito responsável que serão seguidas pelas instituições financeiras. O executivo elogiou a iniciativa do Banco Central, que lançou nesta quarta-feira, 6, um guia semelhante para orientar os bancos na oferta de crédito e outros serviços financeiros, mas sinalizou que os bancos devem seguir as normas que eles mesmos estão elaborando.

"A Febraban fez uma iniciativa parecida, um normativo de crédito responsável. Esse normativo procura estabelecer normas que vão além da regulação oficial do BC, sobre uma publicidade clara e objetiva na oferta de crédito", disse. "O guia de excelência do BC é de natureza voluntária, mas é difícil regulamentar a excelência."

##RECOMENDA##

O presidente da Federação citou ainda o programa de educação financeira lançado em 2010 pela Febraban, que tem a chamada nova classe média como público-alvo. Ele inclui o portal Meu Bolso em Dia e um programa de controle das finanças pessoais. O executivo participou do V Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em Fortaleza (CE).

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, disse nesta terça-feira, 5, que o crédito no Brasil vem crescendo a taxas robustas e de maneira consistente. Em dez anos, passou de 25% para mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB). "Esse volume como proporção do PIB ainda mostra margem de crescimento significativa na comparação internacional. A tendência de médio e longo prazos, nos próximos anos, é de continuidade de crescimento do crédito."

O diretor disse também que o endividamento das famílias vem crescendo no mesmo ritmo do crédito total e que o comprometimento de renda já mostra sinais não apenas de estabilização, mas de redução na ponta. "Isso se explica porque o crédito que mais tem crescido é o de longo prazo e de custo menor, sobretudo imobiliário e consignado", explicou.

##RECOMENDA##

 

Imobiliário

Segundo Meirelles, ainda há espaço para crescimento no crédito imobiliário na comparação com o resto do mundo. Essa modalidade representa hoje aproximadamente 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2007, essa representatividade era abaixo de 2%.

O diretor apresentou dados sobre preços de imóveis (os indicadores IVG-R e FipeZap). "O crédito imobiliário precisa ser acompanhado, mas, nesse momento, nos dá bastante tranquilidade. Houve aumento significativo de preços. Esse movimento já mostrou arrefecimento significativo, portanto, não há sinais de crescimento desorientado", afirmou. O diretor do BC participa do V Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, que está sendo realizado atyé a quarta-feira, 6, em Fortaleza (CE).

A gerente de Projetos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Alessandra Ninis, apontou nesta quarta-feira que a classe média brasileira gastou R$ 975 bilhões em 2011. "Se a classe média brasileira fosse um País, seria o 18º mercado consumidor do mundo, ou seja, estaria no G-20", comentou Alessandra, durante o IV Fórum Banco Central de Inclusão Financeira, realizado na capital gaúcha.

Os dados fazem parte do estudo da SAE chamado "Vozes da Classe Média". Em junho, a SAE divulgou as faixas que leva em conta para definir as classes sociais da população brasileira, colocando como classe média as famílias de renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019. Essa classe média dependeu, segundo Alessandra, da renda do trabalho para ascender. Segundo ela, na média, a renda desse grupo é 2,5 vezes mais alta que a da classe baixa, mas quatro vezes menor do que a da classe alta.

##RECOMENDA##

Alessandra disse que essa parcela da população ainda faz pouco uso do sistema financeiro, já que 77% pagam despesas em dinheiro. "Quanto ao endividamento, 28% da população da classe média tem dificuldade de honrar dívidas, proporção que cai para 19% na classe alta", afirmou.

Nova classe média

De acordo com o diretor de regulação do sistema financeiro do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, "a emergência de uma nova classe média" no Brasil é fruto de "transformações profundas, de melhora das condições macroeconômicas do País", registradas nos últimos anos. O BC manifesta que cerca de 40 milhões de pessoas ingressaram nesse segmento da população nos últimos dez anos.

Para Awazu, a evolução das condições econômicas e sociais do País, com avanço do padrão de renda nos últimos anos, requer uma avaliação mais profunda sobre a demanda por serviços financeiros no Brasil. "É preciso verificar como isso modifica o comportamento das famílias e o que implica em mudanças para os supervisores do sistema financeiro nacional", afirmou.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, fez uma nova defesa do regime de metas de inflação e afirmou que o compromisso da instituição é com a estabilidade de preços e com a manutenção da inflação sob controle.

"Sem esse compromisso, as demais ações perderiam a eficácia. Sem esse compromisso, a sociedade brasileira não estaria tendo oportunidade de usufruir dos benefícios da abrangente expansão do crédito e da inclusão financeira dos últimos anos", afirmou, durante discurso no IV Fórum Banco Central de Inclusão Financeira.

##RECOMENDA##

Segundo Hamilton, após 13 anos de adoção e oito anos em que as metas foram cumpridas, o regime se consolidou e comprovou-se o que melhor se adapta à realidade brasileira. "Nos próximos anos, a política monetária continuará sendo conduzida com foco exclusivamente na estabilidade de preços, seguindo a abordagem do regime de metas de inflação", afirmou. Hamilton disse ainda que as perspectivas para o País serão de expansão sustentável do mercado de crédito.

Hamilton enfatizou que a autoridade monetária sempre atua visando a estabilidade de preços e que o IPCA deve ir na direção da meta de 4,5% no próximo ano. "Trabalhamos com o cenário de convergência de inflação, o relatório de inflação (de setembro) fala isso. No terceiro trimestre do ano que vem estará convergindo (para a meta)",apontou. "E as expectativas de mercado para 2013 estão recuando nas últimas semanas", comentou.

O documento citado mostra que a previsão do BC para o IPCA de julho a setembro do próximo ano chegará a 4,6%. Hamilton fez o comentário ao responder uma pergunta da Agência Estado se o BC espera que as expectativas de inflação apuradas pela Pesquisa Focus vão na direção das projeções do Banco Central para o IPCA no próximo trimestre.

Do IV Forum Banco Central de Inclusão Financeira que ocorre em Porto Alegre surgiu uma impressão de que há uma perspectiva benigna de recuo da inflação por parte do Banco Central nos próximos trimestres, mesmo com oscilações, o que deve estimular as expectativas de inflação a continuarem recuando e convergirem às projeções do BC para 2013.

Na pesquisa Focus, a mediana das estimativas de mercado para o IPCA alcança 5,4%, 0,5 ponto porcentual acima do que o BC espera para o índice em dezembro do ano que vem, quando chegará a 4,9%.

A expansão do crédito no mercado brasileiro segue em ritmo adequado, mas o Banco Central irá agir "tempestivamente" para corrigir qualquer desvio que possa colocar em risco esse equilíbrio. "A afirmação da nossa solidez não significa que, no Brasil, o supervisor e o regulador não estejam permanentemente atentos aos menores sinais de alerta e não estejam dispostos a agir tempestivamente como já foi demonstrado recentemente em várias circunstâncias", disse nesta segunda-feira o diretor de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Luiz Awazu Pereira.

Na avaliação do diretor, o crescimento do crédito no Brasil se dá num contexto "muito diferente" do que aconteceu em economias avançadas antes da crise de 2008. O baixo grau de endividamento das famílias, das empresas e do próprio governo é uma dessas diferenças. A regulação e o bom nível de liquidez do sistema financeiro nacional completam o quadro.

##RECOMENDA##

"Entendo que existam interrogações por parte de muitos observadores externos do quadro brasileiro, especialmente por aqueles que não detectaram os sinais precursores de crise financeira nas economias avançadas e que tendem hoje naturalmente a adotar uma atitude bem mais conservadora e talvez até alarmista, para compensar a ausência de seus alertas adequados no passado", afirmou Awazu, durante fórum promovido pelo BC na capital gaúcha.

Apesar da taxa de calote nos empréstimos estar estacionado em patamar elevado há três meses, o diretor do BC ponderou que o aumento da inadimplência em certos segmentos do crédito ao consumo foi provocado por uma concessão menos rigorosa de financiamento no final de 2010. "Esse problema foi solucionado com medidas prudenciais tempestivas que tiveram pleno sucesso. Verificamos na segunda metade de 2012 uma tendência de estabilização e queda da inadimplência", disse.

"A sustentabilidade do modelo de crescimento com aumento do consumo das famílias, financiado via crédito, tem que ser avaliada de maneira mais abrangente e dinâmica do que a simples observação pontual de índices de inadimplência ou de comprometimento de renda das famílias", ressaltou Awazu.

O diretor do BC apontou que o crédito imobiliário no Brasil "ainda tem espaço considerável de expansão", pois representa atualmente cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB). "Ou seja, um rápido crescimento do crédito imobiliário com regras prudenciais sólidas, supervisão intrusiva, explicado por melhora da situação econômico-financeira das famílias não é a mesma coisa que um rápido crescimento do crédito explicado por uma deterioração dos critérios de seleção", disse. (Colaborou Tassia Kastner).

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, informou nesta segunda-feira que o novo marco regulatório que está sendo concluído pelo governo para os sistemas de pagamento, entre eles o realizado por meio de telefones móveis, deverá ser definido por Medida Provisória (MP). "A partir da MP, o Banco Central terá 180 dias para fazer regulamentação infralegal", destacou. "Ela tem uma característica de guarda-chuva, pois dá poderes ao BC, ao CMN (Conselho Monetário Nacional), ao Ministério da Comunicação, para tratar desse assunto que é novo no Brasil, os pagamentos móveis", apontou.

"A regulamentação dos sistemas móveis é fundamental, pois dará balizamento aos investimentos que estão prontos para acontecer,", disse Mendes. "Temos notícias de várias operadoras de telefonia, de vários bancos que querem fazer associações, lançar produtos, querem colocar na praça uma série de modelos de pagamentos. Mas por não existir um marco legal há uma insegurança por parte dos investidores", destacou.

##RECOMENDA##

Incentivar a inclusão financeira das micro e pequenas empresas (MPE). É com esta ideia que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Central (BC) realizarão um encontro no dia 9 de maio. De acordo com a Agência Sebrae de Notícias, no encontro, haverá o lançamento do plano de trabalho e ocorrerá uma conversa com a presença de algumas autoridades das duas instituições, como o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Com o aumento das ações desenvolvidas pelas MPE em prol da economia brasileira, o setor vem merecendo muito mais atenção. Porém, ainda existem algumas necessidades que ainda não foram supridas, de acordo com Carlos Alberto. “Melhoramos o volume ofertado e as taxas de juros, mas ainda temos que evoluir na questão das garantias”, comenta o diretor.

##RECOMENDA##

A princesa Máxima Zorreguieta, da Holanda, será a responsável por uma das palestras. A agência Sebrae de Notícias também informa que diretor de Regulação do Sistema Financeiro no Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, vai apresentar o plano de fortalecimento do ambiente institucional para inclusão financeira. Na oportunidade, também terão espaço representantes dos ministérios da Fazenda, Justiça, Comunicações e da Casa Civil. Em suma, o objetivo da ação será promover a cooperação global e abrir fontes de crédito a micro, pequenas e médias empresas.

Com informações da Agência Sebrae de Noticias

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando