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Após as comemorações de 7 de setembro, na Esplanada dos Ministério, em Brasília, o presidente Lula (PT) fez uma breve parada no Recife antes de viajar à Índia, que sedia a 18ª Cúpula do G20. Durante a parada técnica, ele participou de um breve encontro com o prefeito João Campos (PSB).

João Campos até brincou com a visita e disse que o presidente "garantiu o bolo de rolo da viagem". O prefeito, contudo, não deu detalhes sobre o que conversou com o presidente.

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A chegada de Lula à Índia está prevista para o início da tarde desta sexta (8). A partir do dia 1º de dezembro, ele assume a presidência temporária do bloco que reúne as 19 nações mais ricas do mundo e a União Europeia. Será a primeira vez que o governo brasileiro vai liderar o G20. 

Mudar uma marca consolidada é um desafio. O Royal Mail, serviço postal britânico, quis ser chamado de Consignia, em 2001. Não durou um ano e voltou ao nome dado por Henrique VIII, em 1516. Recentemente, Elon Musk decretou que o Twitter agora é X - não se sabe até quando. Agora, a Índia vive um dilema parecido.

Esta semana, o governo do premiê Narendra Modi distribuiu convites para a cúpula do G-20 trocando a palavra "Índia" pelo nome do país em hindi: "Bharat". O "deslize" aumentou os rumores de que os nacionalistas indianos pretendem aposentar para sempre um dos maiores ícones da era colonial.

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No convite, o presidente da Índia, Draupadi Murmu, aparece como "presidente de Bharat", uma antiga palavra com origem no sânscrito que muitos acreditam remontar aos primeiros textos hindus.

A mudança é apoiada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP, na sigla em inglês), de Modi e dos nacionalistas. Eles alegam que o nome do país é um "símbolo da escravidão". Os britânicos governaram o subcontinente indiano por cerca de 200 anos, até a independência da Índia, em 1947. "Outro golpe na mentalidade escravagista", disse o deputado Pushkar Singh Dhami, líder do BJP, que compartilhou o convite nas redes sociais.

Passado

Há muito tempo, o BJP tenta apagar os nomes relacionados ao passado mongol e colonial britânico. Em 2015, a famosa Estrada Aurangzeb, de Nova Délhi, em homenagem a um rei da Mongólia, foi rebatizada de Estrada Dr. APJ Abdul Kalam. No ano passado, o governo também renomeou uma avenida no coração da capital usada para desfiles militares.

Modi afirma que as mudanças são um esforço para recuperar o passado hindu da Índia. Os partidos de oposição, no entanto, criticaram a ideia. "Embora não seja inconstitucional chamar a Índia de Bharat, espero que o governo não seja tão tolo a ponto de dispensar completamente a Índia, que tem um valor de marca incalculável construído ao longo de séculos", disse o deputado Shashi Tharoor.

A disputa a respeito do nome do país ganhou força em julho, quando os partidos de oposição anunciaram uma nova coalizão - a Indian National Developmental Inclusive Alliance (India) - para derrotar Modi nas eleições de 2024. Desde então, os nacionalistas passaram a defender que o país se chamasse Bharat.

Costume

Mudar o nome de um país, porém, exige mais que um decreto. A República Checa pediu para ser chamada de Chéquia, em 2016. A ONU embarcou, mas quase ninguém foi atrás. Em 2019, o governo holandês decidiu abandonar o nome de sua província mais rica e ser rebatizado de Países Baixos. Não funcionou nas línguas latinas, que permaneceram apegadas à Holanda.

Na Ásia, os países tiveram mais sucesso em virar a página do colonialismo. O Sião se transformou em Tailândia, em 1939. O Ceilão se tornou Sri Lanka, em 1972. E, mais recentemente, a ditadura da Birmânia adotou o nome de Mianmar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, participará da cúpula do G20 na Índia no próximo fim de semana, anunciou o Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (4), o que parece confirmar a provável ausência do presidente Xi Jinping.

"A convite do governo indiano, o primeiro-ministro Li Qiang participará da 18ª Cúpula do G20 em Nova Délhi, Índia, de 9 a 10 de setembro", disse Mao Ning, uma porta-voz do ministério, em um comunicado.

Na semana passada, uma autoridade europeia, que pediu para não ser identificada, disse a jornalistas em Bruxelas que o presidente Xi Jinping não planejava assistir à cúpula do G20.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou estar "decepcionado" com esta ausência.

Nesta segunda-feira, a porta-voz do ministério chinês não confirmou explicitamente a ausência do presidente Xi e apenas anunciou que Li Qiang vai "liderar uma delegação" na Índia.

"O que posso dizer a vocês é que o G20 é um fórum importante para a cooperação econômica internacional", disse a porta-voz.

"Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro Li Qiang transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação do G20, apelando ao G20 para reforçar a unidade e a cooperação, e trabalhando em conjunto para combater os desafios econômicos e de desenvolvimento globais", acrescentou.

O G20 reúne as maiores economias do planeta, em um total de 19 países, aos quais se soma a União Europeia (UE). Em conjunto, representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e dois terços da população mundial.

A China, a segunda maior economia do mundo, mira um crescimento de cerca de 5% até 2023, mas a meta será difícil de alcançar, em um contexto de baixo consumo, desemprego juvenil recorde e crise imobiliária.

- "Trabalha com todas as partes" -

"Estamos dispostos a trabalhar com todas as partes para promover, conjuntamente, o sucesso da cúpula do G20 e contribuir ativamente para fomentar uma recuperação econômica mundial estável e um desenvolvimento sustentável", disse Mao Ning.

O presidente Xi participou de todas as cúpulas do G20 desde que chegou ao poder, à exceção da de Roma em 2021, em plena crise da covid, da qual participou por videoconferência.

Sua provável ausência em Nova Délhi ocorre poucas semanas depois da cúpula do Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) na África do Sul, à qual Xi Jinping compareceu.

O líder chinês manteve, no evento, conversas com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anfitrião da cúpula do G20, em um raro encontro presencial, embora as tensões continuem sendo altas entre ambos.

Essa cúpula deu sinal verde à adesão em breve de seis novos países no Brics (Argentina, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos), uma decisão qualificada como "histórica" por Xi Jinping.

A China, um peso pesado econômico no bloco, era a favor dessa expansão, considerando o Brics como um contrapeso aos Estados Unidos e ao domínio ocidental.

Os dois gigantes asiáticos têm diferenças, no entanto, sobre questões territoriais.

Na semana passada, a Índia enviou um "enérgico protesto" à China, que divulgou um mapa reivindicando territórios que Nova Délhi considera seus, incluindo uma área próxima onde estes dois países vizinhos entraram em confronto em 2020.

Na Europa, muitas autoridades esperam que a cúpula do G20 seja uma oportunidade para tentar fazer Índia e China condenarem a Rússia, com mais firmeza, pela invasão da Ucrânia.

As autoridades da Índia prometeram no sábado, 26, tomar medidas depois de uma professora primária do norte do país ter ordenado aos seus alunos que se revezassem para bater em um colega muçulmano. A cena foi gravada e provocou indignação nas redes sociais.

A filmagem mostra uma professora de uma escola particular em Uttar Pradesh ordenando, na quinta-feira, 24, que seus alunos batessem em seu colega de sete anos, supostamente porque ele errou na tabuada. "Investigamos e descobrimos que a mulher afirmou no vídeo que os estudantes muçulmanos são mimados pelas mães e não prestam atenção aos estudos", disse o Superintendente de Polícia de Muzaffarnagar, Satyanarayan Prajapat, em um comunicado em vídeo.

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"Por que você bate tão pouco nele? Bata nele com força", ouve-se as crianças dizendo, enquanto o colega fica chorando. "Ele começa a bater na cintura dele (…) o rosto dele está ficando vermelho, bate mais na cintura", acrescentou. O menino de sete anos agredido chora enquanto vários de seus colegas se revezam para agredi-lo, instigados pela professora.

O superintendente de polícia Satyanarayan Prajapat disse que a filmagem foi verificada. "Serão tomadas medidas cabíveis contra a professora", afirmou em vídeo divulgado nas redes sociais. O pai da vítima apresentou queixa à polícia distrital de Muzaffarnagar, onde ocorreu o incidente, informou o magistrado em outro vídeo.

O acontecimento gerou uma onda de indignação no país asiático, onde políticos e cidadãos denunciaram o que aconteceu em Muzaffarnagar em meio a uma crescente atmosfera de ódio contra as minorias, especialmente os muçulmanos, que representam cerca de 15% da população indiana.

Grupos de direitos humanos alertam que os crimes de ódio e a violência contra a minoria muçulmana da Índia aumentaram desde que o primeiro-ministro nacionalista hindu, Narendra Modi, chegou ao poder em 2014.

O líder da oposição, Rahul Gandhi, culpou o partido governante Bharatiya Janata (BJP) por alimentar a intolerância religiosa no país de maioria hindu. "Semeando o veneno da discriminação nas mentes de crianças inocentes, transformando um lugar sagrado como a escola num mercado de ódio", postou ele no X (antigo Twitter).

"Não há nada pior que um professor possa fazer pelo país", acrescentou. "Este é o mesmo querosene espalhado pelo BJP que incendiou todos os cantos da Índia", continuou ele. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta quinta-feira (24) que os Brics decidiram na reunião de cúpula de Johannesburgo convidar seis países para aderir ao bloco de economias emergentes.

Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar, a partir de 1º de janeiro de 2024, o grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, informou Ramaphosa.

A ampliação dos Brics foi um dos temas da reunião de cúpula de três dias na África do Sul e provocou divisões entre os atuais membros sobre o ritmo e os critérios para a entrada de novas nações.

Mas o bloco - que toma decisões por consenso - estabeleceu "princípios, diretrizes, critérios e procedimentos para o processo de expansão dos Brics", afirmou Ramaphosa.

Quase 40 países solicitaram a adesão ou demonstraram interesse em entrar para o bloco, criado em 2009 e que representa quase 25% do PIB e 42% da população mundial.

A Índia largou na frente na nova corrida espacial pela Lua ao pousar uma nave não tripulada pela primeira vez no polo sul lunar, como parte da missão Chandrayann-3. A região, conhecida como a face escura do satélite, abriga grandes crateras que nunca receberam luz solar e, por isso, guarda grandes reservas de água congelada.

A expectativa era de que a Rússia chegasse antes da Índia nesta região lunar, mas a nave russa se chocou contra a superfície do satélite no último domingo, após um problema no software. A Luna-25 seria a primeira missão russa à Lua em quase meio século.

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Nessas áreas, onde nenhum ser humano jamais pisou, a escuridão é eterna e as temperaturas podem chegar a 248ºC negativos. Todas as missões tripuladas feitas no passado pousaram nas proximidades da região equatorial da Lua.

Mas por que, somente agora, o polo sul se tornou um destino tão cobiçado?

A missão Chandrayaan-1 foi a primeira a detectar vestígios de água congelada na Lua, em 2008. Posteriormente, dados coletados pelo Lunar Reconnaissance Orbiter, uma nave da Nasa que orbita a Lua há 14 anos, sugerem que o gelo está presente em algumas das grandes crateras permanentemente sombreadas.

Ainda não se sabe se o gelo é acessível ou manipulável e se há, de fato, alguma chance de as reservas serem extraídas. Mas é justamente essa perspectiva que move os cientistas. O estudo dessas reservas de água congelada pode revelar informações importantes sobre o surgimento da água no Sistema Solar.

Mas existem razões mais pragmáticas para a exploração da água congelada.

Os Estados Unidos se preparam para voltar à Lua em 2024 ou 2025 com quatro astronautas. E a China também já anunciou planos de enviar uma missão tripulada ao satélite até o fim da década. Um dos objetivos principais dessas missões é estabelecer bases para uma futura missão a Marte, que incluiriam até mesmo laboratórios científicos.

Para que essa ocupação seja viável, os astronautas precisarão de água potável e de saneamento. Transportar água da Terra para a Lua não é uma missão simples e, muito menos, barata. Para se ter uma ideia, as empresas espaciais comerciais cobram cerca de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) para levar um quilo de carga útil até o satélite.

Além disso, moléculas de água podem ser quebradas em átomos de hidrogênio e oxigênio - substâncias que podem ser usadas como propulsores para foguetes. Outras fontes de energia também podem ser exploradas.

Embora abrigue muitas áreas em escuridão permanente, o polo sul lunar também tem regiões banhadas pela luz do Sol por longos períodos. São até 200 dias de iluminação constante em alguns pontos. A energia solar pode ser uma boa alternativa para manter as futuras bases lunares.

As missões não tripuladas visam, justamente, tentar entender a viabilidade dos recursos.

A Índia já planeja uma nova missão conjunta de exploração do polo sul lunar com o Japão até 2026. E a Rússia deve seguir com as missões Luna.

No próximo dia 26, o Japão planeja enviar um módulo de pouso inteligente. Trata-se da missão Slim, que tem por objetivo demonstrar técnicas precisas de pouso.

O aspecto geopolítico, entretanto, não pode ser deixado de lado numa corrida cujos dois principais protagonistas são EUA e China, não por acaso as duas maiores potências do planeta.

Além de interesses econômicos, está em jogo a soberania geopolítica e tecnológica. E enquanto Marte ainda não é um destino viável, a (re)conquista da Lua é o símbolo dessa nova supremacia mundial, como foi há 54 anos.

"Não é uma nova Guerra Fria, mas certamente é uma competição muito acirrada entre duas potências, em que a questão militar é crucial", afirma Leonardo Valente, do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Se a antiga União Soviética foi a grande rival no passado, agora é a China que se posiciona como rival (dos EUA) em todas as áreas. Outro fator é a geração de tecnologia de ponta para uso na Terra, inclusive bélica. Da sopa desidratada da dieta da moda às armas usadas na Ucrânia, tudo isso é fruto de tecnologia gerada pela corrida espacial."

A Índia completou com sucesso nesta quarta-feira (23) o seu pouso suave no lado oculto da Lua, tornando-se o primeiro país da história a conseguir tal feito.

A informação foi confirmada pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Isro). O módulo de pouso Vikram, que carrega o rover Pragyan, pousou na superfície lunar por volta das 9h33 (de Brasília).

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O sucesso da missão não tripulada Chandrayaan-3 fez com que a Índia se tornasse a quarta nação a conseguir pousar na Lua, mas a primeira a chegar no polo sul do satélite natural, uma região potencialmente rica em água.

"Esse é um momento sem precedentes, um momento para uma nova Índia em desenvolvimento", celebrou o primeiro-ministro do país, Narendra Modi.

A live realizada pela Isro para registrar o momento do pouso foi acompanhada por quase sete milhões de pessoas. A conclusão da missão foi muito celebrada.

A Chandrayaan-3 ocorreu poucos dias depois da primeira missão lunar da Rússia em quase 50 anos ter fracassado. O objetivo de Moscou era o mesmo dos indianos, mas a sonda Luna-25 colidiu com a superfície da Lua. 

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Da Ansa

As potências emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), reunidas em uma cúpula em Johannesburgo, abordam nesta quarta-feira (23) a questão da expansão do bloco, determinadas a fortalecer a sua influência global.

A China, o peso pesado econômico do grupo, reiterou claramente a sua posição a favor da expansão na abertura do encontro na terça-feira. Pequim quer "impulsionar a questão da abertura a novos membros", afirmou o ministro do Comércio, Wang Wentao, em discurso proferido em nome do presidente Xi Jinping, presente na cúpula.

A África do Sul e o Brasil seguem a mesma linha, enquanto a Rússia, sob sanções pela invasão da Ucrânia, precisa de aliados diplomáticos.

A Índia, a outra potência econômica do grupo, continua cautelosa em relação ao seu adversário regional chinês. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, não abordou a questão da expansão no primeiro dia da reunião.

Em um discurso com números e exemplos, Modi limitou-se a descrever o rápido crescimento do seu país. Os BRICS produzem um quarto da riqueza mundial e os seus cinco membros representam 42% da população mundial.

Quase 20 países solicitaram formalmente a adesão e outros manifestaram o desejo de aderir ao bloco. Cuba, Nigéria e Irã são candidatos.

"O mundo está mudando", disse o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, durante a abertura da sessão nesta quarta-feira, e fez um apelo a "uma reforma fundamental da governança global para que seja mais representativa".

- "Igualdade" -

Os BRICS reafirmaram por unanimidade sua posição de "não alinhamento" e a a reivindicação por um mundo multipolar, em um momento de divisão acentuada sobre a invasão russa da Ucrânia.

Os membros desta aliança, constituída por países geograficamente distantes e com economias de crescimento desigual, compartilham um desejo comum de afirmar o seu lugar no mundo, particularmente face à influência dos Estados Unidos e da União Europeia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou à margem da cúpula que deseja estar em pé de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos.

Vladimir Putin aproveitou para denunciar mais uma vez as "sanções ilegítimas e o congelamento ilegal de bens" por parte dos Estados Unidos.

O chefe de Estado russo, que tem um mandado de prisão internacional por crimes de guerra na Ucrânia, discursou na cúpula por meio de uma mensagem de vídeo gravada. A Rússia está representada na reunião pelo seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

Os Estados Unidos afirmaram na terça-feira que não veem os BRICS como futuros "rivais geopolíticos" e esperam manter "relações sólidas" com Brasil, Índia e África do Sul.

Outro tema de discussão para os líderes do BRICS será como o bloco, que responde por 18% do comércio mundial, poderá se distanciar do dólar. Os países membros promovem o uso das suas moedas nacionais no comércio.

Quase 350 manifestantes anti-China agitaram faixas com a frase "O povo antes do lucro" do lado de fora do centro de conferências onde acontece a cúpula. Eles pediram a suspensão dos projetos de construção financiados por Pequim na África.

Ao menos 65 pessoas morreram, incluindo 11 no desabamento de um templo hindu, e dezenas estão desaparecidas após as fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra na Índia, segundo um balanço atualizado divulgado nesta terça-feira (15).

As chuvas torrenciais provocaram inundações que arrastaram veículos, destruíram edifícios e pontes nos estados de Uttarakhand e de Himachal Pradesh, na região do Himalaia, no norte da Índia.

As inundações e deslizamentos de terra são frequentes durante a temporada de monção na Índia, mas os cientistas afirmam que a mudança climática aumenta sua frequência e gravidade.

Na região de Himachal Pradesh, a mais afetada pelas inundações, ao menos 52 pessoas morreram desde domingo, informou o chefe do Executivo local, Sukhvinder Singh Sukhu.

Onze faleceram no desabamento de um templo hindu na capital do estado, Shimla.

"As operações de resgate continuam e tememos que pelo menos 10 pessoas estejam bloqueadas sob os escombros", declarou à AFP o presidente do comitê de gestão de catástrofes do distrito, Aditya Negi.

No estado vizinho de Uttarakhand, 13 pessoas morreram desde sexta-feira, informaram as autoridades.

Nas áreas mais afetadas pelas chuvas, rodovias e a rede de energia elétrica foram danificadas e milhares de pessoas ficaram isoladas. A rede ferroviária também sofreu o impacto.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, expressou solidariedade às vítimas e prometeu que as autoridades locais e nacionais "trabalharão juntas".

A temporada de monção é responsável por quase 80% das chuvas anuais no sul da Ásia e é um fenômeno vital para a agricultura e o sustento de milhões de pessoas, mas também provoca muita destruição.

Ao menos 24 pessoas morreram, nove delas no colapso de um templo, e dezenas estão desaparecidas depois das fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra na região norte da Índia, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira (14).

As chuvas torrenciais arrastaram veículos, destruíram edifícios e pontes nos estados de Uttarakhand, onde pelo menos oito pessoas morreram desde sexta-feira, e Himachal Pradesh, o mais afetado, com 16 vítimas fatais nas últimas 24 horas, nove delas no desabamento de um templo na capital Shimla.

Embora inundações e deslizamentos de terra sejam frequentes durante a temporada de monções na Índia, os cientistas afirmam que a mudança climática aumenta sua frequência e gravidade.

A monção é responsável por quase 80% das chuvas em um ano no sul da Ásia e é vital para a agricultura e o sustento de milhões de pessoas, mas também provoca muita destruição.

Dezessete trabalhadores morreram nesta terça-feira (1º) esmagados pela queda de um guindaste em uma rodovia em construção na região de Mumbai, oeste da Índia, anunciaram as autoridades.

O guindaste desabou durante a noite sobre grandes blocos de concreto e os destroços atingiram os operários que trabalhavam na rodovia no estado de Maharashtra, informou a Força Nacional de Resposta aos Desastres (NRDF).

Dezessete corpos foram recuperados e três pessoas foram hospitalizadas.

A rodovia que liga Mumbai à cidade Nagpur é parte de uma grande campanha de investimentos em infraestruturas viárias em uma das economias que registram maior crescimento no planeta.

As imagens que ganharam repercussão nacional geram revolta na Índia: duas mulheres, nuas, cercadas por um grupo de homens, alguns armados com pedaços de madeira. Enquanto são arrastadas pela multidão violenta para um terreno descampado, elas choram e tentam se cobrir, mas nada adianta.

O caso é tratado como sequestro, estupro coletivo e homicídio já que o irmão de uma delas foi morto tentando protegê-la. "Fomos forçadas a nos despir e desfilar ou então eles teriam nos matado", disseram a um grupo de ativistas que presta suporte às vítimas.

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Nas redes sociais, o governador Biren Singh disse que até então não tinha conhecimento do vídeo, que definiu como uma ato "profundamente desrespeitoso e desumano". Ele acrescentou que a polícia agiu "imediatamente" depois de tomar conhecimento das imagens e destacou ainda que "não há lugar para tais atos hediondos". No comunicado, Biren ainda prometeu que adotará medidas "rigorosas" para os responsáveis, inclusive considerando a possiblidade de pena de morte.

As imagens, gravadas no início de maio, tomaram as redes sociais agora e são motivo de revolta. Em nova Délhi, a sessão do Parlamento indiano foi interrompida por legisladores que exigiam uma discussão sobre a violência.

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O chefe da Justiça indiana disse que a Suprema Corte ficou "profundamente perturbada pelas imagens" e prometeu que tomará providências se o governo não agir.

No plano de fundo, está um embate étnico deflagrado há semanas no estado. As vítimas são da tribo Kuki-Zo, uma minoria predominantemente cristã, e os criminosos seriam da maioria hindu Meitei.

O Fórum de Líderes Tribais Indígenas condenou o crime que chamou de "doentio" e denunciou a violência contínua na região. "O estupro coletivo das mulheres aconteceu depois que a vila foi incendiada e dois homens - um de meia-idade e outro adolescente - foram espancados até a morte pela multidão", afirma a nota.

Conflito deflagrado no estado

Parte da demora para que o vídeo se espalhasse se explica pelos bloqueios à internet em Manipur, tática que tem sido adotada pelo governo em resposta ao conflito no estado, onde vivem 3,7 milhões de pessoas.

A disputa foi motivada por uma proposta do governo que aumentava a reserva que vagas em cargos públicos e no sistema de educação para os hindus Meitei. O conflito já deixou mais de 130 mortos e obrigou dezenas de milhares de pessoas a saírem de casa.

O governo se manteve em silêncio até que a repercussão do vídeo levou o primeiro-ministro Narendra Modi, um nacionalista hindu, a condenar a violência contra as mulheres brutalmente atacadas, mas sem citar diretamente o conflito étnico.

"O incidente que veio à tona em Manipur, para uma sociedade civilizada, é uma vergonha", disse Modi, que comanda a Índia desde 2014.

Violência contra mulheres na Índia

O episódio também expõe outro problema na Índia: a violência de gênero. Um dia depois que o vídeo foi gravado, duas outras mulheres da etnia Kuki-Zo foram trancadas em um quarto e violentadas por pelo menos seis homens antes de serem encontradas mortas, relataram pessoas da comunidade.

Em um dos casos mais emblemáticos da violência que as mulheres sofrem na Índia, a jovem Jyoti Singh, de 23 anos, foi vítima de um estupro coletivo pelo motorista de ônibus de Nova Délhi e cinco cúmplices. Depois de violentada, a estudante foi jogada do ônibus, nua, e morreu duas semanas depois do ataque em razão dos ferimentos que sofreu. Um crime que repercutiu no mundo inteiro, há pouco mais de 10 anos.

Revoltadas, as mulheres indianas exigiram justiça e enfrentaram a repressão policiais aos protestos. Em resposta às manifestações o governo da época reformou a legislação para ampliar a compreensão de violência contra a mulher e instituiu punições mais duras, incluindo a pena de morte.

Mas nada disso tem surtido efeito na prática, como mostram os números.

Em 2012, o ano dos protestos, o país teve 24.923 casos de estupro. Em 2021, o último que se tem registro, o número de estupros saltou para 31.600, segundo dados do próprio governo. Isso significa que, a cada dia, 86 mulheres foram estupradas na Índia. A realidade deve ser ainda mais cruel considerando que muitas vítimas não procuram ajuda por medo ou vergonha e o estupro costuma ser um crime subnotificado.

O país chegou considerado o mais perigoso do mundo para as mulheres, segundo uma pesquisa da Fundação Thomson Reuters de 2018.

Um exemplo recente desse estado constante de violência contra as mulheres foi o assassinato brutal de uma adolescente, em Nova Délhi, há pouco mais de um mês. A meninas de 16 anos foi vítima de 34 facadas em uma área movimentada da capital indiana. O vídeo de cerca de um minuto gravado por uma câmera de segurança mostrou várias pessoas andando na rua, sem fazer nada, enquanto a adolescente era esfaqueada.

Segundo informações da imprensa local, o homem preso pelo crime afirmou em depoimento que conhecia a adolescente há dois anos e ficou furioso quando ela decidiu terminar a relação. O chefe da polícia tratou o caso como um "crime passional".

Surat, na Índia, é um dos principais lugares do mundo ligados ao comércio de diamantes. É nessa cidade, localizada no Estado de Gujarat, que 90% dos diamantes que circulam por todos os continentes são lapidados. Agora, a cidade ganhou um novo número recorde ligado às pedras preciosas: está abrigando o maior (em área, não em altura) edifício comercial do mundo, destinado a profissionais deste ramo.

Com sua construção recentemente finalizada, o edifício Surat Diamond Bourse, na Índia, tem cerca de 6,2 mil metros quadrados e chega a ultrapassar, com essa medida, o Pentágono, nos Estados Unidos, que tem cerca de 6,1 mil metros quadrados. Em uma área espalhada por cerca de 14,3 hectares e 15 hectares , a construção tem espaço para mais de 4,5 mil escritórios para mais de 65 mil profissionais de diamantes nacionais e internacionais.

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De acordo com os responsáveis pelo projeto, a ideia é promover mais importações, exportações e comércio de diamantes, pedras preciosas e joias da Índia, além de criar um espaço com maior infraestrutura para esta indústria na região.

"Noventa por cento dos diamantes do mundo são fabricados em Surat, mas para negociar, temos que ir para Mumbai. Precisávamos de infraestrutura como um centro comercial. É o maior edifício de escritórios do mundo e planejamos manter o crescimento futuro em mente" disse Vallabh Lakhani, presidente do comitê central da construção, ao jornal The Times Índia, em outubro de 2022.

O projeto ainda contempla cofres, centro de convenções, cofres, centros de exposições, centros de treinamento, áreas de entretenimento, restaurantes e um clube. Dentro da construção, haverá 125 elevadores, cada um com uma velocidade de 3 metros por segundo.

O maior edifício comercial do mundo ainda terá uma pegada sustentável. De acordo com o escritório de arquitetura Morphogenesis, responsável pelo projeto, o edifício é inspirado em uma espinha de peixe, tendo uma coluna de circulação linear que ancora o edifício, conectando-o horizontal e verticalmente em todos os andares. Essa coluna afunila o movimento dos usuários em cada bloco de escritórios e se abre nas extremidades para capturar o vento que vem de fora, diminuindo a dependência de resfriamento artificial.

A construção está finalizada e expectativa é que os espaços comecem a ser ocupados em novembro deste ano, de acordo com a imprensa indiana. Os construtores projetam que o edifício traga um volume de negócios de mais de US$ 27 bilhões anualmente.

Uma espaçonave indiana partiu rumo ao lado mais distante da Lua nesta sexta-feira (14). A missão é um novo esforço do país asiático - que fracassou há quase quatro anos ao tentar pousar um rover na superfície lunar - para tentar alcançar o satélite, afirmou a agência espacial indiana.

Chandrayaan-3, palavra para "nave lunar" em sânscrito, decolou de uma plataforma de lançamento em Sriharikota, no sul da Índia, com um orbitador, um módulo de pouso e um rover, em uma demonstração da tecnologia espacial emergente da Índia. A espaçonave deve embarcar em uma jornada com duração de pouco mais de um mês antes de pousar na superfície da lua no fim de agosto.

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Aplausos varreram a zona de controle da missão no Satish Dhawan Space Center, onde os engenheiros e cientistas da Organização de Pesquisa Espacial Indiana comemoraram enquanto monitoravam o lançamento da espaçonave. Do lado de fora do centro, milhares de indianos celebraram juntos, agitando a bandeira nacional, enquanto observavam a espaçonave subir ao céu.

"Parabéns Índia. Chandrayaan-3 iniciou sua jornada em direção à Lua", disse o diretor da ISRO, Sreedhara Panicker Somanath, logo após o lançamento. Um pouso bem-sucedido tornaria a Índia o quarto país -depois dos Estados Unidos, União Soviética e China - a alcançar o feito.

Coleta de dados na Lua

O módulo de pouso e o rover de seis rodas do Chandrayaan-3 estão configurados com cargas úteis capazes de fornecer dados à comunidade científica sobre as propriedades do solo e rochas lunares, incluindo composições químicas e elementares, disse o Jitendra Singh, ministro júnior de Ciência e Tecnologia no País.

A tentativa anterior da Índia de pousar uma espaçonave robótica perto do polo sul pouco explorado da Lua terminou em fracasso em 2019.

Ela entrou na órbita lunar, mas perdeu contato com seu módulo de pouso, que caiu ao fazer sua descida final para implantar um rover em busca de sinais de água . De acordo com um relatório de análise de falha enviado ao ISRO, o problema foi causado por uma falha de software.

A missão de US$ 140 milhões em 2019 pretendia estudar crateras lunares permanentemente sombreadas que se acredita conterem depósitos de água e foram confirmadas pela missão Chandrayaan-1, que aconteceu em 2008.

Somanath disse que o principal objetivo da missão desta vez é um pouso seguro e suave na Lua. Ele disse que a agência espacial indiana aperfeiçoou a arte de alcançar a Lua, "mas é no pouso que a agência está trabalhando".

Corrida pelo espaço

Vários países e empresas privadas estão em uma corrida para pousar com sucesso uma espaçonave na superfície lunar. Em abril, uma espaçonave da empresa japonesa SpaceX caiu ao tentar pousar na Lua e aparentemente foi destruída com o impacto, já que a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) encontrou posteriormente o que seriam os destroços do equipamento.

Com a Índia com armas nucleares emergindo como a quinta maior economia do mundo, o governo nacionalista do primeiro-ministro Narendra Modi está ansioso para mostrar as proezas do País em segurança e tecnologia.

"Chandrayaan-3 escreve um novo capítulo na odisséia espacial da Índia. Ele voa alto, elevando os sonhos e ambições de todos os indianos", disse Modi em um Tweet após o lançamento.

A Índia está usando pesquisas do espaço e de outros lugares para resolver problemas em casa. Seu programa espacial já ajudou a desenvolver tecnologias de satélite, comunicação e sensoriamento remoto e tem sido usado para medir os níveis de água subterrânea e prever o clima no País, que é propenso a ciclos de seca e inundação.

"Esta é uma missão muito crítica", disse Pallava Bagla, escritora de ciência e coautora de livros sobre a exploração espacial da Índia, acrescentando que o País precisará de tecnologia de pouso suave se quiser tentar mais missões à Lua.

Relacionamento com os Estados Unidos

A Índia também está ansiosa por sua primeira missão à Estação Espacial Internacional no próximo ano, uma colaboração com os Estados Unidos que faz parte dos acordos entre Modi e o presidente dos EUA, Joe Biden, feitos na Casa Branca no mês passado.

Esta visita única de um astronauta indiano à Estação Espacial Internacional não prejudicará o próprio programa da Índia, que visa lançar um astronauta indiano de solo indiano em um foguete indiano no final de 2024, disse Bagla.

Como parte de seu próprio programa espacial, ativo desde a década de 1960, a Índia lançou satélites para si e para outros países, e colocou um com sucesso em órbita ao redor de Marte em 2014. Singh disse que, com base na atual trajetória de crescimento, o setor espacial da Índia pode ser uma economia de trilhões de dólares nos próximos anos.

Até abril deste ano, a Índia lançou 424 satélites para 34 países, incluindo Israel, Emirados Árabes Unidos, Cazaquistão, Holanda, Bélgica e Alemanha. A ISRO ganhou aproximadamente 1,1 bilhão de rúpias (US$ 13,4 milhões) nos últimos cinco anos com o lançamento de satélites estrangeiros, disse o ministro ao Parlamento da Índia em dezembro de 2022.

Pelo menos 25 pessoas morreram, e outras oito ficaram feridas na Índia, depois que um ônibus pegou fogo, neste sábado (1º), em uma rodovia no estado de Maharastra, no oeste do país, informou a polícia.

O ônibus estava a caminho da cidade de Pune quando colidiu com um poste e capotou. A batida provocou o incêndio do depósito de combustível, disse o responsável policial Baburao Mahamuni.

"Havia entre 30 e 35 pessoas no ônibus, 25 pessoas morreram, e oito estão feridas", explicou Mahamuni à AFP.

Os feridos, entre eles o motorista, foram enviados para um hospital próximo ao local do acidente, que ocorreu a aproximadamente 400 quilômetros da capital financeira da Índia, Mumbai.

O condutor do veículo foi detido para ser interrogado, explicou o ministro de Desenvolvimento Rural, Girish Mahajan, à imprensa.

"O motorista disse que um pneu do ônibus rasgou e que se chocou contra um poste. Mas parece que ele pegou no sono. Temos que ver o que realmente ocorreu", explicou.

O ministro acrescentou que vários corpos foram trasladados a fim de serem identificados.

Um sobrevivente contou que saiu do ônibus, em chamas, por uma das janelas.

"O passageiro que estava sentado do meu lado e eu conseguimos escapar quebrando a janela", disse à agência de notícias Press Trust of India (PTI).

"Mas nem todos conseguiram fazer a mesma coisa", acrescentou.

Uma testemunha disse à PTI que quis resgatar vários passageiros, mas que não conseguiu porque "o fogo era muito intenso".

"Vimos gente sendo queimada viva dentro" do ônibus, explicou.

A polícia iniciou uma investigação.

"A prioridade neste momento é identificar os corpos e devolvê-los às suas famílias", disse o superintendente Sunil Kadasane, segundo os meios locais.

Imagens do local divulgadas pelos meios de comunicação mostram o ônibus envolto em chamas e, posteriormente, os restos do veículo carbonizados na pista.

Entre os mortos, há três crianças, disse um oficial de polícia à imprensa.

"Estou profundamente triste pelo acidente do ônibus", escreveu o primeiro-ministro Narendra Modi no Twitter. "Meus pensamentos e minhas orações estão com as famílias dos que perderam vida. Espero que os feridos se recuperem rapidamente", acrescentou.

Os acidentes mortais são comuns na vasta rede de estradas da Índia, que são perigosas e se encontram em mau estado de conservação. As principais causas são o excesso de velocidade e o não uso de capacete, ou cinto de segurança.

O ministro dos Transportes Ferroviários da Índia afirmou neste domingo (4) que a causa e os responsáveis pela maior catástrofe ferroviária no país nas últimas décadas foram identificados, com menção a um sistema de sinalização eletrônico, mas sem revelar outros detalhes.

"Identificamos a causa do acidente e as pessoas responsáveis", afirmou o ministro Ashwini Vaishnaw à agência de notícias ANI. Ele acrescentou que "não é adequado" revelar mais detalhes antes da elaboração do relatório final da investigação.

O acidente, que aconteceu na sexta-feira (2) perto da cidade de Balasore, no estado de Odisha (leste do país), provocou pelo menos 288 mortes e deixou mais de 900 feridos.

Ashwini disse que "uma mudança que ocorreu durante o intertravamento eletrônico" provocou o acidente, utilizando um termo técnico que faz referência a um complexo sistema de sinalização projetado para impedir a colisão de trens, com o controle da circulação das composições.

"Vamos descobrir quem fez isso e como aconteceu após uma investigação adequada", acrescentou.

O jornal 'The Times of India', que cita uma investigação preliminar, afirmou neste domingo que uma "falha humana" pode ter provocado um dos piores acidentes ferroviários na história do país.

O 'Coromandal Express', que viajava entre Calcutá e Chennai, recebeu luz verde para circular pela via principal, mas foi desviado por uma falha humana para um trilho onde um trem de cargas estava estacionado, de acordo com o jornal.

O trem de passageiros colidiu com a composição de cargas a uma velocidade de 130 km/h. Três vagões tombaram no trilho anexo, o que atingiu a parte final de um trem expresso de passageiros que seguia de Bangalore para Calcutá.

Esta segunda colisão foi a que provocou mais vítimas, de acordo com o jornal 'The Times of India'.

- Escola vira necrotério -

Uma escola do Ensino Médio próxima do local da tragédia foi transformada em um necrotério improvisado, onde as autoridades acompanham as famílias para tentar identificar as vítimas fatais.

Arvind Agarwal, que coordena o necrotério improvisado, afirmou que os cadáveres estão "quase irreconhecíveis" depois de mais de 24 horas sob um calor escaldante.

Ele informou às famílias que testes de DNA serão necessários para identificar as vítimas.

A tragédia aconteceu perto de Balasore, cidade do estado de Odisha a quase 200 quilômetros da capital regional Bhubaneswar.

Anubhav Das, que estava no último vagão da segunda composição, afirmou que ouviu "sons estridentes e horríveis que vinham de longe".

Após o acidente, ele declarou ter observado "cenas repletas de sangue, corpos mutilados e um homem com um braço amputado sendo ajudado desesperadamente por seu filho ferido".

- Resgate concluído -

O balanço da tragédia pode aumentar para 380 mortos, de acordo com o diretor do corpo de bombeiros de Odisha, Sudhanshu Sarangi.

"Nenhum responsável pelo acidente ficará imune", prometeu o primeiro-ministro Narendra Modi, que seguiu para o local da tragédia e visitou feridos no hospital.

"Rezo para que consigamos superar este momento trise o mais rápido possível", declarou ao canal público Doordarshan.

No sábado à noite, quase 24 horas após o acidente, as operações de resgate foram concluídas depois da inspeção de todos os vagões destruídos dos trens.

"Todos os corpos e os passageiros feridos foram retirados do local do acidente", declarou à AFP uma fonte da célula de coordenação de emergências de Balasore.

Todos os hospitais entre o local da tragédia e Bhubaneswar receberam vítimas da tragédia, informaram as autoridades. Quase 200 ambulâncias e ônibus foram mobilizados para o transporte.

Após a colisão, "as pessoas gritava, pediam ajuda", declarou Arjun Das, sobrevivente do acidente.

"Havia feridos para todos os lados, dentro dos vagões, nos trilhos. Quero esquecer as cenas que vi", acrescentou

- "Morte e sofrimento" -

Correspondentes da AFP observaram vagões completamente tombados e as equipes de emergência trabalhando sem pausa para resgatar os sobreviventes. Muitos cadáveres, cobertos por lençóis, estavam ao lado dos trilhos.

Hiranmay Rath, um estudante que mora perto do local do acidente, correu para ajudar. Em poucas horas, ele afirmou ter visto mais "morte e sofrimento" do que poderia imaginar.

O papa Francisco se declarou "profundamente triste" com a tragédia e expressou condolências. O pontífice disse que está rezando pelas vítimas.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também expressou "sinceras condolências".

Este é o o pior acidente ferroviário na Índia desde 1995, quando uma colisão entre dois expressos perto de Agra, cidade onde fica o Taj Mahal, provocou mais de 300 mortes.

O acidente mais letal na história da Índia aconteceu em 6 de junho de 1981 no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte no rio Bagmati, uma tragédia que provocou entre 800 e 1.000 mortes.

Pelo menos 288 pessoas morreram e mais de 850 ficaram feridas após uma colisão de três trens na sexta-feira (2) no estado de Odisha, no leste da Índia, na pior catástrofe ferroviária no país em mais de 20 anos.

Imagens do local do acidente mostraram compartimentos de trem destruídos e abertos com buracos manchados de sangue perto de Balasore, no estado de Odisha (leste).

Vagões viraram completamente na colisão ocorrida na noite de sexta-feira, e os socorristas buscavam sobreviventes presos nos destroços retorcidos, enquanto dezenas de corpos estavam dispostos sob lençóis brancos ao lado dos trilhos.

Com a chegada do amanhecer no sábado, os trabalhadores de resgate puderam ver a extensão completa da tragédia. Sudhanshu Sarangi, diretor-geral dos Serviços de Incêndio de Odisha, afirmou que o número de mortos era de 288, mas que pode aumentar.

"Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento", disse à AFP.

Acidentes ferroviários não são incomuns na Índia, que tem uma das maiores redes ferroviárias do planeta. O país já registrou várias tragédias do tipo no passado, mas a catástrofe de sexta-feira é considerada a mais letal desde a década de 1990.

O secretário-chefe do estado de Odisha, Pradeep Jena, confirmou ainda que "mais de 850 feridos foram levados para hospitais" depois o acidente, que aconteceu a quase de 200 quilômetros da capital do estado, Bhubaneswar.

O desastre foi provocado pelo descarrilamento de um trem expresso que seguia de Bengaluru para Calcutá (nordeste do país) e que invadiu a via adjacente na direção sul.

Minutos depois, o Coromandal Express, que seguia de Calcutá para Chennai, caiu nos escombros. Alguns de seus vagões também colidiram com um trem de carga que estava estacionado nas imediações.

- "Quero esquecer" -

Um sobrevivente disse a repórteres locais que estava dormindo quando o acidente aconteceu e que acordou preso entre uma dezena de passageiros. Ele conseguiu sair do trem rastejando, com ferimentos no pescoço e no braço.

Uma emissora de TV exibiu imagens de um vagão tombado e de pessoas que tentavam resgatar as vítimas.

"As pessoas estavam gritando, pedindo ajuda", disse Arjun Das, outro sobrevivente.

"Havia feridos para todos os lados, dentro dos vagões, sobre a ferrovia. Quero esquecer as cenas", acrescentou.

Anubhav Das, um investigador de 27 anos, também disse à AFP o que observou após o acidente. "Vi cenas repletas de sangue, corpos mutilados e um homem com um braço amputado sendo ajudado de maneira desesperada por seu filho ferido", relatou.

"Perdi a conta dos cadáveres antes de deixar o local. Agora me sinto quase culpado", disse.

Diante do elevado número de afetados, os feridos estavam sendo transportados tanto em ambulâncias quanto em ônibus para qualquer hospital que tivesse espaço disponível.

- Hospitais lotados -

"Preparamos todos os grandes hospitais públicos e privados desde o local do acidente até a capital do estado para atender aos feridos", destacou SK Panda, porta-voz das autoridades do estado de Odisha.

Ele acrescentou que "75 ambulâncias" foram enviadas ao local e que também foram disponibilizados "muitos ônibus" para transportar os passageiros feridos.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que estava "consternado" com o acidente.

"Nesta hora de dor, meus pensamentos estão com as famílias que perderam entes queridos. Que os feridos se recuperem rapidamente", disse Modi no Twitter.

O mandatário também afirmou ter conversado com o ministro dos Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, para "avaliar a situação".

Vaishnaw assegurou que estava se dirigindo ao local do acidente e que equipes de resgate, incluindo a Força Nacional de Resposta a Desastres e a Força Aérea, haviam sido mobilizadas.

Apesar deste incidente, a segurança ferroviária havia melhorado significativamente no país nos últimos anos devido a investimentos massivos e atualizações tecnológicas.

O acidente ferroviário mais mortal do país ocorreu em 6 de junho de 1981, no estado de Bihar (leste), quando sete vagões de um trem caíram de uma ponte em um rio, resultando em entre 800 e 1.000 mortes.

Mais recentemente, em 20 de novembro de 2016, um trem com 2.000 passageiros descarrilou no estado de Uttar Pradesh (norte) enquanto a maioria dormia, causando 146 mortes e 180 feridos.

Neste século, a Índia teve 13 acidentes ferroviários com mais de 50 vítimas, três deles resultantes de atentados.

Ao menos 28 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um acidente de trem envolvendo várias composições no estado de Odisha, no leste da Índia — informaram a imprensa e autoridades locais nesta sexta-feira (2).

"Foi confirmada a morte de pelo menos 28 pessoas e 300 estão feridas", disse à AFP Anil Kumar Mohanty, dirigente médico de Balasore, perto do local onde ocorreu o incidente. "Enviamos médicos e pessoal sanitário ao local", acrescentou.

Várias testemunhas e autoridades locais disseram à imprensa que o trem de passageiros Coromandel Express e um trem de carga colidiram perto de Balasore, a cerca de 200 quilômetros da capital do estado, Bhubaneswar.

Um segundo trem de passageiros também se envolveu no acidente, de acordo com o presidente de Odisha, Pradeep Jena.

O escritório do subinspetor-geral da polícia de Balasore disse à AFP que muitos dos feridos se encontram em estado grave.

"Os detalhes ainda não estão muito claros, já que as equipes estão no terreno, e todos estão ocupados com o trabalho de resgate", afirmou um policial que não quis ser identificado.

"Nesta hora de dor, meus pensamentos estão com as famílias (...) Que os feridos se recuperam logo", escreveu o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, no Twitter.

Veículos da imprensa local mostraram imagens de um vagão de trem virado para um lado da via, com o que pareciam ser sobreviventes em cima dele, enquanto moradores tentavam colocar as vítimas em um lugar seguro.

Um elefante selvagem, conhecido por se alimentar em armazéns de arroz e que matou pelo menos seis pessoas no sul da Índia, foi imobilizado com tranquilizantes e transferido para uma reserva, informou a mídia local neste domingo (30).

O mamífero conhecido como Arikomban (elefante amante do arroz) se tornou popular por roubar lojas de grãos no estado de Kerala, sul da Índia.

Uma equipe de 150 guardas florestais capturou o elefante no sábado (29). O India Express informou que foram necessários cinco tiros de dardos tranquilizantes contra o animal.

Por fim, Arikomban foi levado para um caminhão com a ajuda de outros quatro elefantes kumki - animais treinados para capturar outros membros de sua espécie.

Antes de ser liberado em uma reserva, a equipe colocou um cordão com GPS para localizá-lo.

Esta não foi a primeira vez que as autoridades tentaram capturar este elefante, que estima-se ter cerca de 30 anos.

Arikomban conseguiu escapar em 2017, apesar de ter sido atingido por vários dardos tranquilizantes.

Os ambientalistas atribuem os crescentes conflitos com os animais à rápida expansão dos assentamentos humanos em florestas e corredores de vida selvagem.

Um vazamento de gás em uma cidade industrial no nordeste da Índia matou 11 pessoas, informaram neste domingo (30) as autoridades locais.

O vazamento ocorreu em Giaspura, área industrial da cidade de Ludhiana, no estado de Punjab.

"Há onze mortes confirmadas", disse o comissário de polícia de Ludhiana, Mandeep Singh Sidhu, aos repórteres. Ele contou também que outras quatro pessoas foram hospitalizadas.

A causa do vazamento ainda não foi determinada, acrescentou Sidhu.

"Quando as amostras de sangue forem comparadas com as amostras do NDRF (National Disaster Response Team), só então poderemos dizer-lhes a causa exata, o tipo de gás", explicou o responsável.

Segundo o canal local NDTV, havia cinco mulheres e dois jovens de 10 a 13 anos entre as onze vítimas.

Vazamentos em áreas industriais atribuídos a padrões de segurança e controles deficientes são comuns na Índia.

Em agosto passado, pelo menos 112 mulheres foram hospitalizadas após um vazamento em uma fábrica no estado de Andhra Pradesh, no sul.

Este incidente ocorreu depois que quase 200 mulheres ficaram inconscientes em junho, após um vazamento na mesma área, informou a NDTV.

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