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A mudança do arcabouço fiscal já indicada tanto por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto por Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto à Presidência, pode colocar em xeque o cumprimento das metas de inflação nos próximos anos. Com a perspectiva de uma âncora menos austera e de inflação global mais elevada, economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast avaliam que passou a ser incerta a viabilidade de um alvo de 3%, mesmo no longo prazo.

No geral, a avaliação é de que a redução gradual das metas de inflação a partir de 2019 - a partir do nível de 4,5%, que vigorou de 2005 a 2018 - foi possibilitada pela previsibilidade fiscal criada pelo teto dos gastos e pelo ambiente de menor inflação global desde meados da década de 2010. Agora, a perspectiva de mudança do arcabouço fiscal do País, com vistas à ampliação de despesas, e o aumento da inflação mundial podem impedir o cumprimento do alvo.

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"A perspectiva de que a política fiscal será menos austera do que o sinalizado algum tempo atrás com o teto de gastos e o nosso próprio histórico de inflação não corroboram uma leitura de IPCA migrando para 3%", diz o economista da Tendências Consultoria Integrada Silvio Campos Neto. A casa espera IPCA de 5% em 2023 e desaceleração da inflação a 4%, em 2024, e 3,5% em 2025 - acima do centro da meta em ambos os casos (de 3%).

Ainda longe de ser um consenso, essa perspectiva já começa a aparecer nas expectativas do mercado coletadas pelo próprio Banco Central. Embora as medianas do relatório Focus indiquem a convergência do IPCA para o centro da meta em 2025 e 2026, as médias da pesquisa já sugerem, respectivamente, uma inflação de 3,28% e 3,27% nesses anos - mais de 0,25 ponto porcentual acima do alvo.

A economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Solange Srour, reconhece que há muito ceticismo sobre se a meta de 3% é viável para o País, considerando que as reformas fiscais não foram finalizadas e que o mundo vai conviver com inflação mais alta pelo menos por mais um ano. A economista acrescenta que a discussão sobre a viabilidade da meta é diferente aqui e no exterior.

"Há insegurança em relação a atingir a meta. Entendo que essa discussão está no mundo inteiro, já que as projeções de inflação para Europa e EUA no ano que vem também estão acima da meta. Mas, apesar da autonomia do BC, o trabalho de convergência para a meta depende da âncora fiscal por aqui. A discussão sobre viabilidade da meta de 3% no Brasil é diferente do debate sobre a meta de 2% nos EUA", avalia. Segundo Srour, a melhora inflacionária recente diz respeito à "parte fácil", ligada a decisões políticas e ao preço do petróleo no mercado internacional.

Já o superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander Brasil, Mauricio Oreng, espera redução do IPCA para o centro do alvo, de 3%, em 2024, mas reconhece que os riscos são de convergência mais lenta. Para ele, a agenda de política fiscal a ser adotada por Executivo e Congresso a partir de 2023 vai sinalizar a possibilidade de cumprimento da meta.

O cenário de convergência da inflação considerado pelo Santander leva em conta três anos consecutivos de taxas de juros restritivas, com uma Selic que encerra 2022 nos atuais 13,75% para recuar a 12%, no fim de 2023, e a 9% em 2024.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a discutir a necessidade de medidas que amenizem a inflação e possam diminuir o preço de insumos, como a carne. O ex-presidente também falou contra as medidas que facilitaram o acesso da população a armas de fogo. "A gente vai acabar com a venda de armas", disse, sem dar detalhes, afirmando que seu governo distribuirá livros para a população.

O candidato disse que é preciso repensar como é feita a distribuição de carne. Afirmou também que em um eventual governo, pode ver como será feita a exportação de carne, avaliando a possibilidade de "guardar um pouco" para o mercado interno.

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Em ato em Taboão da Serra (SP), o petista também prometeu recriar e fortalecer Ministérios e voltou a cobrar explicações da família Bolsonaro com relação a compra de casas em dinheiro vivo.

O ex-presidente também falou contra as medidas que facilitaram o acesso da população a armas de fogo. "A gente vai acabar com a venda de armas", disse, sem dar detalhes, afirmando que seu governo distribuirá livros para a população.

Lula também voltou a prometer a recriação e fortalecimento de ministérios como o dos Povos Originários, da Mulher, da Igualdade Social, da Pesca e da Cultura.

Seguindo a estratégia mais combativa contra Bolsonaro, Lula aproveitou o discurso para cobrar explicações do chefe do Executivo com relação aos imóveis comprados em dinheiro vivo pelo presidente e seus familiares ao longo dos últimos anos.

Lula voltou a repetir que Bolsonaro não tem autoridade moral para chamar alguém de ladrão e disse que o presidente precisa lavar a boca antes de criticá-lo.

O aumento dos preços pode levar milhares de crianças a desnutrição no Camboja, um dos países mais pobres e vulneráveis ao clima da Ásia.

Superados os tempos de Covid-19, as tensões internacionais, como a guerra na Ucrânia, se fazem notar. Nesse contexto, comerciantes como Chhon Puthy afirmam que as vendas caíram pela metade.

Seus clientes, no povoado de Chroy Neang Nguon (norte), agora são mais escassos, devido ao aumento do preço da energia.

Os alimentos aumentaram em média 5,6% em um ano, o azeite subiu 35%, segundo dados publicados em maio pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA).

"A alta dos preços dos alimentos pode agravar os já elevados níveis de desnutrição infantil", alertou a agência de alimentação da ONU no Camboja.

- Preocupação com o desenvolvimento das crianças -

A inflação ameaça reverter os esforços para combater a desnutrição entre os mais novos. Duas de cada três crianças menores de cinco anos foram afetadas em 2014, segundo o governo.

No hospital infantil de Angkor, em Siem Reap, casos de desnutrição passaram de 59 em 2019 a 77 em 2021, incluindo a morte de um bebê de cinco meses.

"Nos preocupa seu crescimento futuro, especialmente seu desenvolvimento cerebral, que pode ser afetado quando forem à escola aos cinco ou seis anos", disse a enfermeira Sroen Phannsy.

Antes da pandemia, as enchentes de 2020 deixaram o país vulnerável à mudança climática, com longos períodos de seca que afetaram a agricultura.

Uma equipe do hospital percorre as zonas rurais para identificar os casos mais graves. ONGs também atuam há anos no país.

- Merendas gratuitas -

Há alguns meses, Chhon Puthy depende do programa de merendas gratuitas --arroz, caldo de peixe e verduras cultivadas na horta escolar -- para alimentar seus filhos e economizar um pouco de dinheiro.

O projeto, com o apoio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), atende mais de 1.100 escolas. Na região de Siam Reap, há cerca de 50 hortas onde as crianças aprendem a cultivar suas próprias verduras.

"Este programa fornece aos alunos uma alimentação rica e suficiente e colabora para que frequentem as aulas regularmente. As faltas reduziram muito", afirma Long Tov, diretor de uma escola de Chroy Neang Nguon.

Neste centro educacional, após aulas de matemática ou ciências, os estudantes aprendem a coletar verduras. Vireak, de 12 anos, está contente: "Somos felizes na horta. Em casa planto uva, feijão e tomate", explica.

O aumento da inflação tem levado os brasileiros de menor renda a ter de fazer escolhas não apenas ao comprar alimentos, mas também na hora de usar produtos básicos de higiene pessoal, como sabonete e xampu. No segundo trimestre deste ano, aumentou em 9% o número de banhos sem uso de sabonete entre os que tomam o segundo banho diário, comparado ao mesmo trimestre de 2018.

Os dados foram revelados por um estudo nacional sobre hábitos de higiene e consumo feito pela consultoria Kantar e obtido com exclusividade pelo ’Estadão’. Por meio de um aplicativo, a consultoria monitora diariamente o comportamento de 4 mil pessoas. Os hábitos de higiene desse grupo representam um universo de 115 milhões de brasileiros, pouco mais da metade da população do País. Hoje, quase 70% da população toma dois banhos diariamente.

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"Não é que os brasileiros estejam abandonando o sabonete, mas um em cada cinco banhos é apenas com água, e essas ocasiões são feitas por cerca de 31% da população", afirma Jenifer F. Novaes, executiva sênior da consultoria e responsável pela pesquisa.

O acompanhamento desse quesito, iniciado no segundo trimestre de 2018, mostra que, desde 2019, as ocasiões de banho sem sabonete têm crescido. O pico foi atingido no segundo trimestre de 2021, com um avanço de 28% ante o mesmo período de 2018. "A situação vinha se complicando antes da pandemia, piorou no auge da pandemia e agora perdeu fôlego. Mas ainda se mantém em um patamar elevado em relação a 2018?, ressalta Jenifer.

Desde o último trimestre do ano passado até o segundo trimestre deste ano, a trajetória da quantidade de banhos sem o uso de sabonete é ascendente e aumentou 3,9%, aponta pesquisa.

O crescimento de banhos só com água ocorreu apenas entre os brasileiros das classes D e E, segmento no qual a renda média individual é de R$ 791,63, equivalente a 65% do salário mínimo. A região Sudeste foi a principal alavanca desse crescimento, onde estão 54% dos indivíduos com essa rotina. Destes, mais da metade (53%) é mulher, a maioria mães que trabalham em tempo integral e são responsáveis pelo sustento da casa.

"O aumento da inflação e o agravamento do cenário econômico levaram o consumidor a ter de fazer escolhas, seja cortando produtos, seja racionalizando o uso para que durem mais", afirma Rafael Couto, diretor de soluções avançadas da consultoria.

Esse é o caso de Ulisses dos Santos, de 38 anos, educador infantil. "Os produtos de higiene pessoal subiram demais, principalmente o aparelho de barbear, o desodorante e o sabonete. Nem me fale", observa.

Santos não chegou a cortar o sabonete, mas está racionalizando o uso nos dois banhos diários. A forma encontrada para gastar menos o produto foi mudar o jeito de tomar banho. Hoje, primeiro ele se molha, depois fecha a torneira do chuveiro, ensaboa o corpo. Só depois dessas etapas ele volta para debaixo do chuveiro. "Desse jeito economizo muito: 50% no sabonete e também gasto menos água e energia", conta.

Os preços do trio - sabonete, água e energia elétrica - também pressionam o orçamento da maquiadora Nayalla Mendes de Carvalho, de 35 anos. Mas ela tem mantido a rotina de dois banhos diários e ambos com sabonete. Nayalla frisa que o banho mais rápido hoje é por conta do gasto com a eletricidade e a água. Apesar de ter constatado a alta do preço do sabonete, diz que "está pagando o que tem de pagar". "Estou economizando é no xampu", conta a maquiadora.

Nos últimos meses, Nayalla observou uma alta de 24% no preço do xampu que costuma usar. Neste caso, acha arriscado trocar de marca. Por isso, a saída para economizar foi reduzir a frequência de uso do produto. "Lavava o cabelo quatro vezes na semana e agora são duas. O resto a gente disfarça e usa cabelo preso."

Bernardo Remus, de 29 anos, diretor de arte, é outro que optou por reduzir a frequência de uso e a quantidade utilizada a cada vez do creme para pentear o cabelo. Nos últimos meses, o creme para cabelo cacheado subiu 33%. "Agora o preço do frasco está chegando a R$ 40?, observa.

Para driblar a alta de preços, Remus, Nayalla e muitos consumidores têm optado pela compra de embalagens econômicas de produtos para cabelo. Esse movimento fica nítido nos resultados do estudo. No segundo trimestre deste ano, o consumo de produtos para cabelo em embalagens de 400 mililitros (ml) a 599 ml cresceu 6,8% em unidades ante o primeiro trimestre de 2022.

Frascos com mais de 600 ml registraram um acréscimo de 4,1%, na mesma base de comparação. Juntas, essas embalagens maiores responderam por 31% do mercado, com avanço de 2 pontos porcentuais entre os dois períodos. Em contrapartida, o consumo de embalagens com até 399 ml ficou estável no segundo trimestre deste ano ante o primeiro.

Apesar de a comida estar no foco das pressões inflacionárias, os preços dos produtos de higiene pessoal registram altas equivalentes aos dos alimentos. Em 12 meses até agosto, o preço do sabonete subiu 27,97%, enquanto alta do óleo de soja foi de 27,52%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, a prévia da inflação oficial do País.

Neste ano, até agosto, o reajuste do sabonete (20,95%) superou o do óleo de soja (19,76%), de acordo com o IPCA-15. No mesmo período, a inflação dos produtos de higiene pessoal (11,85%) e da alimentação no domicílio (12,79%) foram praticamente equivalentes e mais que o dobro do IPCA-15 geral (5,02%).

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) diz, por meio de nota, que encerrou o ano passado com inflação setorial de 3,1%, 7 pontos porcentuais abaixo do IPCA. De acordo com a nota, "nesse período (2021), não havia espaço para repassar preço, pois o consumidor seguia com sua despesa mensal crescente e comprometida. A atual situação (2022) é diferente, há um certo ‘respiro da renda’ com a deflação em alguns itens".

Em 12 meses até julho, a entidade ressalta que o IPCA acumulou alta de 10,1%, enquanto a inflação dos cuidados pessoais foi de 8,5%. "Esse resultado da inflação do setor nos últimos 12 meses foi fortemente impactado pela inflação de sabonetes (27,2%); produtos para pele (16,9%), produtos para cabelo (12,4%) e produtos para higiene bucal (11,8%). No ano passado, os fabricantes fizeram muito esforço para não repassar aumento de preços. Tal movimento tem um limite, e 2022 vem sendo o ano de, aos poucos, operacionalizar a recomposição de margens em prol da sustentabilidade financeira dos negócios", diz a nota

Segundo a entidade, as razões para os aumentos desses produtos estão relacionadas à alta de preços de insumos, principalmente os importados, que passaram por momentos de escassez no mercado. Como exemplo, a Abihpec cita o sebo animal, que teve redução de oferta para produção de itens de higiene e beleza por causa do maior interesse em abastecer o mercado de biodiesel.

Comer em casa está tão caro que até ir a restaurantes ficou relativamente mais barato. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de alimentos no domicílio subiu 11,8% no acumulado do ano até julho, enquanto a fora de casa avançou 4,6% - uma distância de 7,2 pontos porcentuais. A diferença só não é maior do que a registrada em 2020, quando o distanciamento social imposto pela Covid-19 esvaziou os restaurantes e a inflação para se alimentar em casa subiu 18,15% e, em bares e restaurantes, 4,78%.

Desde o início da pandemia, a inflação acumulada da alimentação no domicílio chega a 43%. Já a fora de casa está em 17,4%. A diferença ocorre porque os estabelecimentos não estão conseguindo repassar o aumento de custos, diz o presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel), Paulo Solmucci.

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"Com a renda contraída, fica difícil repassar preços. As pessoas estão com o bolso apertado. A gente vem subindo menos do que a metade da inflação no domicílio", afirma.

Segundo pesquisa da entidade, 46% dos estabelecimentos aumentaram seus preços abaixo da inflação em julho, enquanto 25% não conseguiram nem reajustar. Outros 27% acompanharam a inflação e 3% subiram os preços além do índice.

NO VERMELHO.

No Colher de Pau, na zona norte de São Paulo, o preço do quilo de comida antes da pandemia era de R$ 59,90. Hoje, está em R$ 62,90, o que significa um aumento de 5% em um período em que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 17,4% e o dos alimentos em geral, 35%. O gerente do restaurante, Leonardo André Teodoro Silva, afirma não ser possível acompanhar as variações dos preços dos produtos. "No atacado, o preço do abacaxi hoje é R$ 4,99, mas amanhã está R$ 6,99. Sempre aumenta. A gente, se subir assim, vai quebrar."

Marcos Moretti, dono do Colher de Pau, conta que só sobreviveu à pandemia porque tinha uma reserva destinada a reforma. O dinheiro, porém, foi todo usado para o restaurante não fechar as portas.

Segundo Moretti, o restaurante não tem conseguido dar lucro. Desde março, ao menos, tem fechado no zero a zero. A intenção, porém, é tentar um reajuste de 3,2% em setembro. "Ainda vou precisar ver o que acontece quando aumentar."

O presidente da Abrasel diz que, assim como no Colher de Pau, os restaurantes têm tentado reverter a tendência nos últimos meses. Desde maio, o repasse feito pelos estabelecimentos tem superado o IPCA, ainda que não o suficiente para recuperar o que foi perdido desde o começo do ano.

"Estamos animados com o segundo semestre, porque a inflação está desacelerando e isso libera dinheiro para a classe média. Outro ponto é o Auxílio Brasil, que também favorece o consumo", diz Solmucci. Ainda de acordo com o executivo, os restaurantes que mais têm sofrido são os frequentados por consumidores da classe média. Os que atendem a população mais carente já têm sentido os efeitos favoráveis da liberação do Auxílio de R$ 600, explica.

O economista Marcio Milan, da Tendências Consultoria, também afirma que a divergência da inflação no domicílio e fora de casa deve diminuir nos próximos meses. Segundo Milan, a alimentação no domicílio costuma ser mais sensível a preços de commodities e do frete, já que o repasse costuma ser direto.

Assim, enquanto a alta do preço dos alimentos em casa deve desacelerar, a dos restaurantes pode ganhar tração. "Deve haver um aumento na demanda por esse serviço até mesmo por causa do Auxílio Brasil", afirma ele, em referência ao programa de benefícios do governo, que estabeleceu valor mensal de R$ 600 até dezembro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O grupo japonês Sony anunciou nesta quinta-feira (25) que seu popular console PlayStation 5 (PS5) será vendido mais caro na maioria dos mercados, exceto nos Estados, devido à inflação e aos efeitos cambiais adversos.

O preço do PS5 na Europa vai subir 10%, para 549,99 euros, para o console com leitor de discos, e 12,5%, 449,99 euros, para a sua versão digital, segundo um comunicado publicado no blog oficial da PlayStation.

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Os preços também aumentam "com efeito imediato" no Reino Unido, China, Austrália, México e Canadá, enquanto no Japão não subirão até 15 de setembro.

As regiões da Ásia-Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África também serão afetadas.

A Sony atribuiu os aumentos a "altas taxas globais de inflação e tendências cambiais adversas".

“Dadas essas condições econômicas desafiadoras, (Sony) tomou a difícil decisão de aumentar o preço de venda recomendado do PS5 em certos mercados”, disse Jim Ryan, presidente da Sony Interactive Entertainment, em comunicado.

Ele não detalhou o motivo pelo qual a Sony não incluiu os Estados Unidos nos aumentos, apesar de a maior economia do mundo também enfrentar forte inflação.

Ryan lembrou que a prioridade da Sony continua sendo melhorar a produção de seus consoles PS5, que sofre com interrupções contínuas na cadeia de suprimentos que muitas vezes dificultam o acesso dos consumidores a esses produtos.

A fase mais crítica da disparada do preço do leite, que fez do produto o vilão da inflação e diminuiu sua presença nas prateleiras dos supermercados, está ficando para trás. A queda de preços no atacado que começa a ser registrada neste mês por causa da maior oferta e também do fim do período de seca já começa a trazer um alívio para o bolso do consumidor.

Em julho, o leite subiu mais de 25% no varejo e acumulou alta de quase 80% no ano, segundo o IPCA, a medida oficial da inflação do País. Mas, desde o início de agosto até a última terça-feira, a cotação média do litro de leite no atacado de São Paulo já caiu quase 17%, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

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"O pior momento de alta de preços acho que já passou", afirma Samuel José de Magalhães Oliveira, pesquisador em economia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite. Ele pondera que o nível de preços anterior à pandemia não deve ser retomado, mas acredita que as cotações muito elevadas devem ceder neste segundo semestre. O economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Diego Pereira, é outro que aposta num recuo de preços ao consumidor em meados de outubro.

Já a rede Hirota, com 18 supermercados, 23 lojas express e 91 pontos de venda em condomínios, registrou queda em torno de 20% no custo do leite este mês. Hélio Freddi, diretor da rede, conta que está repassando essa redução aos clientes.

No mês passado, o leite de caixinha foi o produto campeão de falta nos supermercados, com uma ruptura de 22,7% do volume regulamente ofertado. É o maior índice registrado pelo produto no varejo em três anos, desde janeiro de 2019, aponta pesquisa nacional da consultoria Neogrid. A empresa monitora eletronicamente 80% das maiores redes de supermercados. Pereira, da Apas, diz que a falta do produto no varejo é resultado das negociações mais intensas entre os supermercados e os laticínios, exatamente por conta da alta de preços.

Entressafra

Segundo Oliveira, da Embrapa, esta foi uma das piores entressafras. No primeiro trimestre, a captação de leite pela indústria, que reponde pela maior fatia do mercado, foi de 5,9 bilhões de litros. É um volume 10,3% menor comparado ao do mesmo período do ano anterior.

No entanto, o quadro começou a mudar. Os preços elevados oferecidos pelas indústrias voltaram a estimular os produtores. Adicionalmente, os sinais de recessão na economia global provocaram queda nas cotações dos grãos e aliviaram custos. "Poucas vezes houve um estímulo tão forte via preço para o aumento da produção como neste meio de ano", frisa Oliveira. Ele conta que há relatos de produtores que estão dando mais ração aos animais, a fim de obter um ou dois litros a mais de leite por dia. Essa mudança já começa a ter impacto no aumento da oferta, nos preços e na normalização do abastecimento.

Seca, pandemia e guerra encareceram a produção

O pesquisador em economia Samuel José de Magalhães Oliveira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, explica que, além da forte seca, uma combinação desfavorável de fatores levou à disparada do preço do leite. Entre eles, estão os choques de preços dos grãos usados na alimentação do gado, como milho e soja, e os lockdowns provocados pela pandemia. Também a guerra entre Rússia e Ucrânia, dois grandes produtores de grãos, encareceu ainda mais o litro de leite.

O resultado foi que os custos de produção dispararam, e o preço oferecido pelas indústrias, pressionado pelo consumo fraco no varejo, não cobriu esse aumento.

Disparada de custos

O pico da alta de custos medidos pela Embrapa ocorreu em agosto do ano passado, quando os aumentos acumulados em 12 meses chegaram a 40%, afirma o pesquisador.

Sem uma remuneração adequada, produtores descartaram matrizes e até desistiram do negócio. Esse quadro explica a alta explosiva de preços no varejo registrada até um mês atrás, com forte redução na oferta do produto nas prateleiras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cresceu nos últimos meses o número de brasileiros que não conseguem levar para casa toda a comida que escolhe e coloca no carrinho do supermercado. O corte na compra ocorre na boca do caixa, quando o valor da conta passa do previsto. A saída tem sido abandonar desde itens básicos, como óleo de soja, até supérfluos, como refrigerantes.

Impulsionado pela alta de preços dos alimentos, o carrinho que fica nos caixas dos supermercados está cada vez mais cheio. Entre janeiro e junho deste ano, 4,997 milhões de itens foram abandonados. É um volume quase 16,5% maior que o do primeiro semestre de 2021, ou 704,9 mil itens a mais, revela pesquisa inédita feita, a pedido do Estadão, pela Nextop. A empresa atua há 25 anos com tecnologia de segurança do varejo.

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Por meio de inteligência artificial e de um grande banco de dados, foram extraídas informações autorizadas do movimento de caixa de 982 supermercados de médio e pequeno porte do País, que atendem a todas as faixas de renda e que juntos vendem R$ 5 bilhões.

Para chegar ao volume de produtos abandonados, Juliano Camargo, CEO e fundador da empresa, reuniu itens cancelados e produtos que o consumidor consultou o preço e desistiu.

"Um crescimento de 16,42% na quantidade de itens abandonados é altíssimo e reflete que muita gente deve estar tomando susto", afirma Camargo. Apesar de não ter uma série longa de dados, ele acredita que as devoluções não teriam aumentado se a inflação de alimentos estivesse controlada.

Em julho, o IPCA teve deflação de -0,68%, por causa dos corte de impostos de combustíveis e eletricidade. Porém, os preços da comida se aceleraram e aumentaram 1,30%, ante avanço de 0,80% em junho. Em 12 meses, alimento subiu 14,72%, ante IPCA de 10,07%.

O economista Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar), ressalta a clareza desse indicador. "O tamanho da pilha de produtos deixados no caixa é a medida concreta do tamanho da crise." Ele diz que indicadores de inflação, renda e emprego têm dimensão abstrata.

SEM REFERÊNCIA. Além da falta de dinheiro, Felisoni acrescenta que a perda de referência de preços, provocada pela aceleração da inflação, e a pouca clareza da loja para passar a informação aos clientes podem contribuir para desistência da compra.

A Associação Brasileira de Supermercados não tem dados sobre devoluções. Marcio Milan, vice-presidente, diz que o resultado do estudo é um alerta para empresas e que eventualmente isso pode estar acontecendo em maior ou menor escala, dependendo do tipo de loja e da região. •

Um ranking dos dez produtos mais devolvidos pelos consumidores no caixa de supermercado no primeiro semestre deste ano indica que a alta de preços da comida é generalizada: atinge pobres e ricos, com itens básicos e supérfluos.

Quem lidera a lista é o refrigerante, aponta um estudo da Nextop, empresa especializada em tecnologia de segurança. Na sequência vem o leite, seguido pelo óleo de soja, cerveja e açúcar. Dos dez itens que mais sobraram na boca do caixa, quatro são básicos - leite, óleo de soja, açúcar e farinha de trigo - e seis não tão essenciais - refrigerante, cerveja, molhos, biscoitos, hambúrguer e bebida láctea.

Quatro produtos mais abandonados no caixa - leite, óleo, cerveja e biscoito - também constam entre os dez que registraram as maiores quedas nas quantidades vendidas no varejo de autosserviço no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, segundo um levantamento inédito feito, a pedido do Estadão, pela NielsenIQ, consultoria que monitora as vendas dos produtos nos supermercados.

A cerveja puxa a fila dos itens com maiores quedas de venda em volumes apurada pela consultoria, com -15,6%, seguida pelo leite (-13,7%), cortes de frango (-11,6%), café (8,5%), legumes (-8,2%), óleo (-7%), queijos (-6,5%), biscoitos (-5,1%), industrializados de carne (-2,8%) e cortes bovinos (-2,7%).

Não por acaso, vários desses produtos estão entre os que mais registram altas de preços nos últimos meses, como leite, café, óleo, carne, biscoito, por exemplo, segundo o IPCA, índice oficial de inflação.

A freada brusca do consumidor na reta final das compras provoca um efeito em cascata. O encalhe faz com que os supermercados comprem volumes menores da indústria e esfriem o ritmo de produção e atividade. "Hoje, o nível de estoques dos supermercados é o mais baixo dos últimos anos", afirma Juliano Camargo, CEO da Nextop.

Na opinião de Marcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados, o setor está fazendo compras mais planejadas por conta dos níveis de inflação atingidos. "As negociações estão muito mais intensas, à procura sempre do menor preço." Segundo ele, falta de algum produto é algo momentâneo e não há indicação de desestocagem.

MAIS TRABALHO. O movimento de devolução nas prateleiras de itens deixados pelo consumidor no caixa cresceu desde o mês passado numa loja da capital paulista onde Marcos Paulo da Silva Moura é subgerente. "Antes, eram no máximo dois carrinhos por período e agora são de três para cima." Entre os itens que mais retornam às prateleiras estão carne e os supérfluos, como biscoitos, frios e laticínios. Estes últimos voltam imediatamente para a geladeira para evitar perdas. O maior ritmo de devolução aumenta a carga de trabalho do pessoal de loja.

A aposentada Maria do Carmo Azevedo, de 63 anos, que ganha um salário mínimo e faz bico como diarista, por exemplo, já deixou produto no caixa várias vezes. Com um pacote de pão na mão e outro de mandioquinha e abóbora - ingredientes para preparar a sopa -, na última quarta-feira ela conferia o preço do biscoito, que, segundo ela, subiu de R$ 3 para 6,98, e fazia contas. "Se passar de R$ 30 vou ter de tirar alguma coisa, porque amanhã tem de comprar pão de novo."

Maria do Carmo conta que ficou muito constrangida nas ocasiões em que teve de devolver produtos na boca do caixa. "Já aconteceu isso algumas vezes por eu ter feito conta errada e também por me surpreender com os preços: hoje é um e amanhã é outro."

Já a consumidora Juliana Gomes Rosa, de 35 anos, casada e mãe de dois filhos, que trabalha no mercado financeiro, nunca teve de devolver produto no caixa. Mas a seleção é feita antes. "Tenho deixado de escolher coisas que gostaria de comprar", conta.

De seis meses para cá, Juliana sentiu uma diferença muito grande nos preços e no gasto da compra do mês. Até pouco tempo desembolsava, em média, R$ 1,5 mil. Hoje gasta um pouco mais de R$ 2 mil, mesmo tendo reduzido a compra de itens não essenciais, como chocolates e laticínios, e cortado quantidades de básicos, como açúcar. "O nosso poder de compra não aumentou e os preços estão um absurdo."

Ela explica que o aumento da inflação levou à perda de referência de preços de vários produtos, como leite, café, ovos, óleo, azeite, por exemplo. Juliana diz que ela, como todos os brasileiros, está tentando viver um dia após o outro para não ficar ansiosa e ter reflexos em outras áreas da vida. "Toda essa situação não impacta só as compras: é a viagem, a escola. Tudo isso a gente tira para poder se alimentar."

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que o eleitor deve prestar atenção "para não se enganar", após o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do País, ter queda de 0,68% em julho. O pedetista lembrou que a redução não chegou ao bolso dos mais pobres, que ainda sofrem com a alta no preço dos alimentos. As declarações são um recado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição.

"Peço ao povo que preste atenção para não se enganar. Estamos às vésperas de uma eleição, acontecem muitos milagres porque tem muito político espertalhão. Pergunta ao povo que vai na vendinha de comida se a inflação caiu. A inflação dos alimentos está em 15%", disse em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (11). Ciro participa de agenda em Salvador, ao lado da candidata à vice-presidente, Ana Paula Matos (PDT), vice-prefeito da capital baiana.

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A deflação em julho, a primeira em dois anos, aconteceu por causa do recuo nos preços dos combustíveis e da energia. A queda veio após a sanção do projeto de lei que fixa teto de 17% a 18% no ICMS destes produtos.

Com o orçamento apertado, um em cada quatro habitantes no país não consegue pagar todas as contas no fim do mês. A constatação é da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB Pesquisa, que aponta redução nos gastos com lazer, roupas e viagens.

De acordo com a pesquisa, sair do vermelho está cada vez mais difícil. Isso porque apenas 29% dos brasileiros poupam, enquanto 68% não conseguem guardar dinheiro. Apesar disso, 56% dos entrevistados acreditam que a situação econômica pessoal estará um pouco ou muito melhor até dezembro.

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O levantamento também mostrou que 64% dos brasileiros cortaram gastos desde o início do ano e 20% pegaram algum empréstimo ou contraíram dívidas nos últimos 12 meses. Em relação a situações específicas, 34% dos entrevistados atrasaram contas de luz ou água, 19% deixaram de pagar o plano de saúde e 16% tiveram de vender algum bem para quitar dívidas.

Outros hábitos foram afetados pela inflação. Segundo a pesquisa, 45% dos brasileiros pararam de comer fora de casa, 43% diminuíram gastos com transporte público e 40% deixaram de comprar alguns alimentos.

Entre os que reduziram o consumo, 61% acreditam na melhora das finanças pessoais nos próximos meses. O otimismo, no entanto, não se refletirá em consumo maior. Apenas 14% da população pretendem aumentar os gastos até o fim do ano.

Pechincha

Entre os itens que mais pesaram no bolso dos entrevistados nos últimos seis meses, o gás de cozinha lidera, com 68% de citações. Em seguida, vêm arroz e feijão (64%), conta de luz (62%), carne vermelha (61%) e frutas, verduras e legumes (59%). Os combustíveis aparecem em sexto lugar, com 57%. No caso dos alimentos, a percepção de alta nos preços de itens como arroz, feijão e carne vermelha aumentou mais de 10 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, em abril.

Com a alta dos preços, a população está recorrendo a um hábito antigo: pechinchar. Segundo a pesquisa, 68% dos entrevistados admitiram ter tentado negociar um preço menor antes de fazer alguma compra neste ano. Um total de 51% parcelou a compra no cartão de crédito, e 31% admitiram “comprar fiado”. Os juros altos estão tornando o crédito menos atrativo. Menos de 15% dos brasileiros recorreram ao cheque especial, crédito consignado ou empréstimos com outras pessoas.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Andrade, os rescaldos da pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia comprometeram a recuperação econômica do país. A aceleração da inflação levou à alta dos juros, o que tem desestimulado o consumo e os investimentos. Em contrapartida, afirma Andrade, o desemprego está caindo, e o rendimento médio da população está se recuperando gradualmente, o que dá um alento para os próximos meses.

O levantamento, encomendado pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, é o segundo realizado no ano com foco na situação econômica e nos hábitos de consumo. Foram entrevistados presencialmente 2.008 cidadãos, em todas as unidades da Federação, de 23 a 26 de julho.

A família de Lariya Abdulkareem cultivava soja em sua cidade no estado de Katsina, no noroeste da Nigéria, antes que ameaças de ataques de bandidos os obrigassem a deixar suas terras para trabalhar em outro lugar.

Alimentar sua família está se tornando mais difícil, diz sua avó, com a insegurança nas estradas complicando as entregas de milho e soja.

Sua família é uma das milhares com crianças que sofrem de desnutrição crescente no noroeste da Nigéria, enfrentando uma combinação de insegurança, aumento dos preços dos combustíveis e alimentos e um flagelo de doenças como o sarampo, segundo autoridades médicas e agências humanitárias.

"Não podemos acessar os lugares que costumávamos ir antes", conta Abdulkareem com sua neta de sete meses nos braços, em uma clínica criada um ano antes pelas autoridades de saúde e Médicos Sem Fronteiras (MSF).

O noroeste da Nigéria tem sido devastado por gangues de milícias que invadem cidades, roubam gado e sequestram pessoas em troca de resgate.

Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas nas regiões central e noroeste, e milhares morreram na violência, bem como no conflito jihadista de 13 anos que deixou mais de 40.000 mortos.

A maioria das agências de ajuda opera no nordeste da Nigéria, onde dois milhões de pessoas foram deslocadas, mas poucas operam no noroeste.

O aumento da desnutrição grave é um resultado da complexa crise no noroeste da Nigéria, que ameaça dezenas de milhares de crianças, segundo MSF, com quase 44.500 menores admitidos em programas nutricionais em Katsina de janeiro a junho deste ano.

Somente em Katsina, MSF e as autoridades locais de saúde se preparam para atender 100 mil crianças desnutridas este ano.

Nafisa Sani, uma autoridade de saúde de Katsina, diz que o estado tem números "altos" de desnutrição, mesmo para uma região acostumada a lidar com esse fenômeno.

Dentro das clínicas em tendas, crianças menores de cinco anos, algumas em atendimento de emergência, são pesadas, medidas e diagnosticadas com desnutrição, de acordo com a equipe médica.

"Temos casos de sarampo, fome e com a bandidagem temos muitos deslocados. Isso afeta as crianças", lamenta o pediatra Yakub Abubakar, que trabalha em uma clínica da MSF na cidade de Katsina. "E isso é apenas em um estado."

Bandidos e inflação

O escritório de MSF em Gummi, no estado vizinho de Zamfara, disse que suas equipes examinaram mais de 36 mil crianças com menos de cinco anos em junho, após um alerta nutricional.

Mais da metade das crianças estava desnutrida e uma em cada quatro sofria de desnutrição grave e precisava de atenção médica urgente.

De acordo com o Unicef, a Nigéria ocupa o primeiro lugar na África e o segundo no mundo em desnutrição infantil. Cerca de 8 milhões de crianças no noroeste estão desnutridas, de acordo com a agência. A insegurança aprofunda cada vez mais o fenômeno.

O medo de ataques de milícias de bandidos sediados nas florestas vizinhas de Rugu, nas áreas de Katsina, perto da fronteira com o Níger, afastou muitas famílias de suas terras agrícolas.

Somente este ano, cerca de 1.000 pessoas foram deslocadas por violência ou ameaças em três áreas da região de Jibiya, segundo moradores e uma fonte do governo local.

Muitos cruzaram a fronteira para ficar com suas famílias no Níger, outros estão com parentes na cidade de Katsina e outros estão em dois acampamentos próximos à cidade.

"As pessoas têm medo de serem sequestradas, mortas ou deslocadas", afirma Nuhu Iliya, funcionário de saúde do governo local em Jibia.

O noroeste da Nigéria muitas vezes enfrenta insegurança alimentar, especialmente nos meses pós-colheita, quando os estoques ficam baixos.

Enquanto isso, a invasão russa da Ucrânia atinge o abastecimento de trigo e aumenta os preços dos combustíveis e dos alimentos.

Ao combinar redução de impostos com expansão de gastos sociais, a resposta do governo contra os efeitos da escalada inflacionária no bolso dos brasileiros produz distorções na dinâmica de preços com consequências socioeconômicas e monetárias. Os economistas estão prevendo um quadro no qual as famílias mais pobres convivem com preços altos por mais tempo, os juros demoram em voltar a cair e, no fim, a inflação termina o ano que vem ainda mais alta do que se previa antes das medidas.

Embora a desoneração dos combustíveis seja eficiente em derrubar abruptamente o índice oficial de preços, a ponto de a deflação - ou seja, redução de preços - ser consenso no mercado ao IPCA deste mês, o pacote do governo gera pressão inflacionária nos demais produtos, seja por aumentar a renda disponível ou deslocar gastos, seja por elevar a percepção de risco fiscal, pressionando, assim, tanto o câmbio quanto as expectativas de inflação.

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Como consequência, enquanto os preços administrados - aqueles regulados pelo setor público, como combustíveis e energia elétrica - caminham para fechar o ano perto do zero, sendo que a deflação é uma possibilidade considerada, os preços livres, aqueles regidos pelas forças do mercado, incluindo alimentação, que tem maior peso no orçamento das famílias de baixa renda, devem mostrar inflação mais persistente e próxima do patamar dos dois dígitos.

"Os preços livres seguirão pressionados, sendo que o ônus maior deve recair sobre os brasileiros mais pobres. Os auxílios trazem, num primeiro momento, sensação de maior poder de compra, mas que num prazo de dois a três meses é consumida pela inflação", comenta a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta. "Para as pessoas de classe média, a tendência é que a desinflação seja mais percebida, já que o teto do ICMS causou redução significativa dos preços da gasolina [consumida por essa camada da população]", acrescenta a economista.

Auxílios devem ir para o consumo e pressionar preços

Com a criação e ampliação de auxílios a famílias carentes, caminhoneiros e taxistas a partir da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos benefícios, também conhecida como PEC das bondades, o governo injeta na economia R$ 41 bilhões que, pelas restrições financeiras do público beneficiado, devem se converter totalmente em consumo. É de se esperar, assim, pressão sobre os preços. Entre os resultados previstos por economistas, esses recursos podem fazer com que a inflação continue alta nas regiões do País mais dependentes de programas sociais.

A inflação dos serviços, já em aceleração e a qual o Banco Central (BC) é sensível nas decisões sobre os juros, tende também a ganhar novo impulso, não apenas pela renda adicional gerada pelo pacote, mas também pela possibilidade de a economia com os combustíveis, agora mais baratos, ser direcionada a gastos em restaurantes, salões de beleza e viagens, entre outros.

A depender de como a conta é feita e das variáveis consideradas, as estimativas de economistas variam bastante, indo de impactos marginais, praticamente desprezíveis, à eliminação de quase toda a contribuição vinda do corte de impostos estaduais, dado o teto do ICMS, e federais aplicados nas vendas de gasolina e etanol. Há, porém, consenso na avaliação de que o pacote de bondades anula, no mínimo, os efeitos secundários - isto é, o repasse aos demais produtos - da redução do ICMS da energia, onde o imposto estadual também passou a ter um teto de 17%.

Estrategista de inflação da Renascença DTVM, Andrea Angelo lembra que a liberação de recursos a populações com alta propensão a consumir, como a antecipação do décimo terceiro salário a aposentados e a autorização de saques de até mil reais do FGTS, ajudou a dar um fôlego aos preços que não estava nas previsões do mercado no início do ano, levando o IPCA ao pico de pouco mais de 12% em doze meses até abril.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A sanção do décimo terceiro salário completou 60 anos nesta quarta-feira (13). Uma das principais conquistas do trabalhador brasileiro, é equivalente a uma gratificação natalina, e é de autoria do deputado Aarão Steinbruch (PTB-RJ), sendo sancionada no dia 13 de julho de 1962 pelo então presidente João Goulart.

No ano da chegada do 13º salário no Brasil, as pessoas o vinham como uma ajuda para organizar sua vida financeira. Além disso, o décimo terceiro também impulsionou a economia, elevando o volume de compras para a indústria e o comércio no final do ano. 

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Porém, levando em consideração o cenário econômico atual, como será que estará a situação do poder de compra em dezembro, quando geralmente os trabalhadores têm acesso ao salário extra? Para responder essa pergunta, o LeiaJá conversou com o professor titular de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ecio Costa.

“A inflação em dezembro deve encerrar em 7,67%, então essa perda de poder de compra que estamos vendo agora, que está próxima a 12%, deve cair até o final do ano com a diminuição do ritmo da inflação. É provável que no mês de julho já tenha uma deflação por conta da queda nos preços dos combustíveis. Isso ajuda a recuperar o poder de compra da população para o final do ano”, esclareceu.

O professor também acredita que o recebimento do décimo terceiro não vai influenciar no poder de compra.  "O que importa na realidade é a renda das pessoas descontar da inflação. Se a inflação está muito alta, o poder de compra cai. Como a inflação deve ceder até o final do ano, segundo as previsões dessas 200 instituições financeiras que são consultadas pelo banco central, é muito provável que se tenha uma recuperação no poder de compra da população”, explicou.

O brasileiro tem trocado as refeições por lanches, e um dos fatores que ajudam a explicar essa mudança é a alta no preço dos alimentos. Isso é o que apontou uma pesquisa de consumo, feita pela Kantar, e que foi apresentada hoje (8) durante o 17º Congresso Internacional das Indústrias, em Florianópolis.

A pesquisa Consumer Insights 2022 apontou que, enquanto o valor médio de uma refeição completa girava em torno de R$ 43,94 nos primeiros três meses desse ano, o gasto médio com os snacks (lanches e petiscos) era quase quatro vezes menor, em torno de R$ 10,43.

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Segundo David Fiss, diretor comercial da Kantar, além do custo, outro motivo que explica o brasileiro trocar a refeição pelo lanche é a praticidade. “O brasileiro busca cada vez mais a praticidade no tipo de alimentação dele. Então a gente começa a enxergar cada vez mais a presença de sanduíches principalmente nas ocasiões onde eram fortes as refeições tradicionais”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Essa mudança de comportamento vem sendo observada em todas as classes sociais, especialmente na classe C, pontou Fiss. “Existe a praticidade e também tem a questão do fator preço. Quando você compra embutidos, você consegue compartilhar melhor os produtos ou comprar a granel, que é um fator também que se ajusta ao bolso do consumidor. Você alia a praticidade ao gosto das pessoas, mas o custo é bem mais acessível do que as refeições tradicionais”, acrescentou. “Hoje, cada vez mais, o custo, aliado à praticidade e ao sabor, se tornam relevantes para o consumidor”, acrescentou.

O estudo mostrou ainda que as famílias brasileiras reduziram os gastos fora de casa nesse ano de 2022, priorizando o consumo dentro do lar. Isso ocorre, segundo a Kantar, por causa da inflação. Com isso, o gasto médio trimestral dentro de casa passou de R$ 1.329 no ano passado para R$ 1.369 no primeiro trimestre deste ano, enquanto o fora de casa passou de uma média de R$ 288 para R$ 278 em igual período.

Ainda de acordo com a Kantar, os gastos com consumo massivo em casa representaram 52% do orçamento familiar, em média. Para as classes D e E, esse gasto domiciliar foi maior e representou 60% do consumo, enquanto para as classes A e B esteve em torno de 47%.

O 17º Congresso Internacional das Indústrias é promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) e pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

Cada vez mais empresas estão recorrendo à redução do tamanho das embalagens e à mudança na composição dos produtos para repassar o aumento de custos ao consumidor final, observa o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Segundo a coordenadora do Programa de Serviços Financeiros da organização não governamental, Ione Amorim, no passado casos do tipo já eram registrados, no entanto, a alta da inflação no Brasil nos últimos dois anos têm levado a cada vez mais empresas, de diversos setores, a adotar esse tipo de prática. “Hoje, a forma como isso vem sendo feita ganhou uma dimensão muito maior”, enfatizou.

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulava, em maio, taxa de 11,73% em 12 meses. De maio de 2020 a maio deste ano, a inflação medida pelo índice chega a 20,27%.

Reduflação

O amplo uso da redução de embalagens e diminuição das quantidades normalmente vendidas levou ao uso do termo reduflação para se referir à prática. A quantidade ou qualidade de produto é menor, mas o preço não é reduzido ou não é reduzido na mesma proporção da diminuição da embalagem. Assim, a empresa tenta evitar o desgaste do aumento direto de preços.

Ione lembra que uma portaria da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor regulamenta alterações no tamanho e quantidade de produtos vendidos nas embalagens, definindo que as mudanças devem ser informadas em destaque nos rótulos por 180 dias.

Porém, segundo a economista, as empresas têm usado estratégias que apostam na desatenção do consumidor. “Para driblar o cumprimento dessa portaria, as empresas estão lançando embalagens paralelas”, denuncia.

Ou seja, o mesmo produto é vendido em duas embalagens muito parecidas, mas, em uma delas, com menos quantidade do que o original. “Embalagens de azeite que, tradicionalmente, são engarrafados em vidros de 500 ml [mililitros], hoje você já vê alguns de 400 ml. Então, tem que ficar atento na hora de pegar a embalagem, porque elas são muito parecidas”, alerta.

Para ajudar os consumidores a compararem os preços, a economista recomenda consultar o preço por unidade de medida: litro, quilo ou metro. “O Código de Defesa do Consumidor, no artigo 6º, exige que o preço por unidade de medida quilo, litro ou metro seja colocado nas prateleiras para que o consumidor consiga fazer a relação entre as diversas embalagens do produto que é oferecida”, explica.

Ione alerta que há empresas que estão mudando a composição dos produtos. De acordo com a economista, a medida vem sendo adotada por diversos fabricantes que reduzem o percentual de matérias-primas, trocando por compostos ultraprocessados. Segundo Ione, alterações do tipo já foram feitas por marcas de suco, que deixam de ter o percentual mínimo de fruta para virar néctar, chocolate, que reduzem a quantidade necessária de cacau, e de leite condensado, que deixam de ter leite na composição. “Esse produto, além de ter alteração na sua composição, também passa por essa redução de custo, porque o produto foi piorado e manteve o preço”, destaca a economista.

No sorvete refrescante ou com charque e farinha. Não importa a combinação, o açaí continuará sendo um dos mais importantes alimentos da região Norte do Brasil. Sua polpa é famosa não só pelo sabor, mas devido às diferentes possibilidades e variedades de consumo.

Os paraenses são os maiores consumidores do produto, já que a fruta existe em abundância no Pará e faz parte da cultura e da culinária locais. Cerca de 95% do açaí consumido no mundo todo provém do Estado do Pará. 

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No entanto, por causa das safras e entressafras do fruto, os consumidores sofrem com o aumento do preço. A guerra na Ucrânia também afeta os negócios. De acordo com o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), em dezembro de 2021, o litro do açaí teve aumento considerável, custando em média, em Belém, R$ 28,60. No início deste ano, foi comercializado em média a R$ 31,29 e, no mês de fevereiro, a R$ 33,12 por litro.

Muitos comerciantes que trabalham com o produto buscam alternativas para se manter de pé, como é o caso do empreendedor Augusto Junior, de 23 anos, que é um dos responsáveis pelos dois pontos de venda chamado “Açaí do Junior”, no bairro do 40 horas, em Ananindeua. O empreendimento, organizado pela família de Junior, vende em média 120 litros por dia. Nos fins de semana, saem em torno de 150 litros. “Em ocasiões especiais, como na safra, que é quando os preços de venda caem, nós conseguimos vender até mais de 150 litros, mas na entressafra (período que contempla o fim da colheita até o início do novo plantio) o negócio fica mais apertado. Quem conhece sobre o preço de açaí sabe como é que é”, afirma o comerciante.

Para José Augusto Silveira, pai de Junior e também responsável pelo negócio, a venda do produto mudou a sua vida, melhorando a infraestrutura da sua casa, permitindo até a contratação de duas funcionárias. Ele ressalta que o investimento na venda dá resultado, apesar dos constantes aumentos que ocorrem nesse período de crise.

“Nós tínhamos pés de açaí no quintal de casa. Compramos uma máquina para bater o fruto, já que vimos que ele começou a crescer no local, o que nos permitiu fornecer o açaí para a família, mas começamos a vender para quem quisesse. Nessa época eu trabalhava empregado, mas enxerguei que a venda estava dando resultado. Vendi meu carro, saí da empresa em que trabalhava e chamei a família para trabalhar no ramo”, disse Augusto.

O empresário resolveu investir na venda do produto. Alugou o ponto, realizou a compra de um maquinário e até hoje está obtendo grandes resultados. “O ano que começamos a vender foi em 2018, mas a criação do nosso primeiro local de venda foi em 2019. Estamos trabalhando com o açaí há três anos”, lembrou.

Até hoje, os pontos de venda nunca fecharam devido à alta do produto. “A gente sempre tenta buscar outras alternativas para o preço, nós até brigamos muito por um preço mais acessível na hora da compra e para que seja repassado um valor mais razoável ao cliente”, afirmou.

“O açaí é uma alimentação muito boa, todos os paraenses consomem, inclusive a nossa família é consumidora. Vamos continuar nas vendas até quando Deus permitir, buscando sempre um produto da melhor qualidade para os nossos clientes”, expressou.

Em maio deste ano, o menor preço do açaí médio comercializado foi de R$ 14,00 o litro, encontrado em feiras livres, enquanto o maior foi de R$ 30,00, vendido em supermercados. Com isso, a variação registrada gira em torno de 10% em relação ao mês de fevereiro, enquanto o litro do açaí grosso apresentou um aumento de 13,57% no mesmo período, chegando a custar em média R$ 35,00 em feiras livres, e R$ 45, em supermercados.

Com a necessidade do reajuste no preço do produto, muitos paraenses precisaram reduzir a quantidade do consumo do açaí , como é o caso da Maria Zilza Cavalcante, de 72 anos. A moradora do bairro 40 Horas e consumidora assídua do açaí afirma que a diminuição do consumo do produto foi uma necessidade inevitável: "Eu continuo comprando, não todo tempo, mas uma vez por semana estou atrás de um preço acessível".

"É difícil. Às vezes, quando fico dois dias sem tomar, já fico doente. Procuro não ficar sem, mas quando o preço está muito alto, já peço ajuda para os meus filhos comprarem. Incomoda muito quando algo tão importante pra gente se torna tão caro", disse a consumidora sobre os desafios de manter o consumo do açaí. 

Por Messias Azevedo e Vitória Reimão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Para se prevenir de uma queda na arrecadação, os estados decidiram recorrer da liminar do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou o acordo de descontos nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o litro do diesel. O pedido feito pelo governo federal foi uma tentativa de frear o movimento de paralisação dos caminhoneiros.

O ICMS é estipulado sobre o valor de venda definido pelas Secretarias da Fazenda e atinge 34% no Rio de Janeiro, que detém a cobrança mais alta do país. Pernambuco e Ceará têm o índice de 29%, enquanto São Paulo cobra 25%, por exemplo. O economista Edgard Leonardo explicou que o tributo custeia uma grande fatia das contas públicas, o que justificaria o interesse dos estados em controlar os valores.

Manobra dos estados

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Na decisão da sexta-feira (13), Mendonça entendeu que o acordo feito pelo Comitê Nacional de Secretarias de Fazenda (Consefaz) seria uma manobra para driblar a lei complementar que prevê alíquota única. A proposta aprovada pelo Congresso visava "padronizar" o preço dos combustíveis e equilibrar o repasse ao consumidor com a oscilação do mercado. Vale lembrar que a liminar ainda pode ser derrubada pelo plenário do STF.

Com o ICMS congelado desde o fim do ano passado, o convênio atendeu à legislação e fixou a alíquota única de R$ 1,00 de ICMS sobre os combustíveis. Contudo, deu margem para os governadores concederem descontos específicos para seus estados. 

Cobrança recorde

O economista ressaltou que o imposto teve um aumento recorde no ano passado. “A arrecadação dos estados com o ICMS bateu recorde em 2021 e fechou o ano com crescimento de 22,6% em relação ao ano anterior e certamente os aumentos da energia elétrica e dos combustíveis pesaram nesses números",  

Ele explicou que o ideal para o consumidor seria uma revisão de todo o sistema tributário, com ênfase nos impostos sobre consumo. “Todavia é importante que isto tenha sim uma transição para que os estados possam adaptar-se a uma nova realidade" ao mesmo tempo em que se minimiza os impactos da inflação.

O entendimento se baseia na previsão do atual cenário do mercado, visto que a oferta de petróleo é controlada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e pela Rússia, e que não há a previsão para que o preço internacional seja reduzido. “E este é um item que tem grande capacidade de contaminar nosso processo inflacionário", definiu.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu nesta segunda-feira, 16, o impacto da inflação na disputa pelo Palácio do Planalto que trava com o pré-candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Embora sem citar o petista nominalmente, Bolsonaro mostrou acreditar que o eleitor faz comparações entre passado e presente na hora de escolher seu candidato. "Uma parte da população não sabe ver diferença. Olha na ponta da linha como está o preço na gôndola do supermercado e vota de acordo com o que está vendo, achando que vai voltar o diesel a R$ 3, a lata de óleo a R$ 5", declarou o presidente, pré-candidato à reeleição.

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Bolsonaro, no entanto, voltou a jogar a culpa da inflação na crise trazida pela pandemia da covid-19 e nas medidas de contenção do coronavírus.

Pressionado pelo custo eleitoral da inflação, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, afirmou nesta quinta-feira, 12, que assume a "responsabilidade" pela alta dos preços no País. A declaração foi dada um dia depois da demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

"O Brasil está tendo inflação, aumento de combustíveis, sei disso e assumo a minha responsabilidade", afirmou o presidente, sem citar qual seria seu grau de responsabilidade pela crise econômica, em visita à 10ª Feibanana, em Pariquera-Açú, no Vale do Ribeira, em São Paulo.

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No discurso, Bolsonaro voltou a culpar governadores e prefeitos pelo que chama de "abre e fecha" do comércio e serviços na pandemia. Segundo ele, a consequência disso foi uma inflação generalizada no mundo todo. "O Brasil é um dos que menos estão sofrendo com a questão da inflação", afirmou.

Bolsonaro tem buscado minimizar os efeitos da inflação e colocado a culpa na Petrobras, que reajusta os preços conforme a cotação internacional do petróleo. O presidente já classificou o lucro da estatal como um "estupro".

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 1,06% e, no acumulado de 12 meses, fechou em 12,13%. A saída de Bento Albuquerque se deu no mesmo dia da divulgação do índice de preços.

Como mostrou o Estadão, os indicadores frearam a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 11, mostrou que a economia aflige 50% dos eleitores - 14% disseram outros problemas e 13% citaram a pandemia.

Ao lado do presidente, estavam o ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a deputada Carla Zambelli (PSL) e outros aliados.

Em tom de campanha, mencionou que ele e Tarcísio fato de os dois terem frequentado a Academia Militar das Agulhas Negras e citou ações de expansão do plano ferroviário nacional em sua gestão. Em um aceno ao mercado e às cobranças por privatizações, o presidente ainda afirmou que "quem cria emprego não é o governo federal, e sim a iniciativa privada", mas que o setor público colabora com os que empregam no País. "Primeiramente, não atrapalhando quem quer produzir."

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante pronunciamento na 48ª Edição da Expoingá, em Maringá (PR), que o mundo todo sofre com aumento do preço de combustíveis e alimentos. Mas, apesar da disparada dos preços e da inflação, minimizou os efeitos no Brasil. "Apesar de a inflação estar alta no Brasil, bem como a questão dos combustíveis, na nossa terra os efeitos são menores", disse.

A inflação oficial no País alcançou 1,06% em abril, a mais acentuada para o mês desde 1996, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 11.

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Para um público ligado ao agronegócio e de aliados, Bolsonaro também citou o processo de "comunização" pelo qual, segundo ele, o País pode passar. E, novamente, usou como exemplo a Venezuela. "Vocês sabem que pior que uma ameaça externa é uma ameaça interna de ‘comunização’ do nosso País. Nós não chegaremos à situação que vive atualmente a Venezuela", disse.

"O outro lado quer exatamente o diferente de nós. Nós defendemos a família, somos contra o aborto, favoráveis ao armamento para o cidadão de bem, somos contra a ideologia de gênero, somos pela liberdade da nossa economia. E somos, acima de tudo, pela nossa liberdade de expressão."

No discurso, Bolsonaro não citou a troca no Ministério das Minas e Energia, com a demissão de Bento Albuquerque e a nomeação de Adolfo Sachsida. Ele foi a Maringá, oficialmente, para assinar um contrato de início de obras em um trecho de 13 quilômetros da BR-376, no entorno da cidade paranaense. O ministro interino da Infraestrutura, Bruno Eustáquio, e o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, o acompanharam.

Bolsonaro voltou a repetir o discurso que adota desde o início da pandemia e culpou governadores pela crise econômica. "O que estamos vivendo no momento é fruto de uma política equivocada adotada por muitos governadores na pandemia. Aquela história de fechar tudo."

O presidente afirmou que o mundo não sobrevive sem o agronegócio brasileiro. "Vocês garantem segurança alimentar para mais de 1 bilhão de pessoas mundo afora". E concluiu o pronunciamento "imitando" um berrante ao microfone.

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