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A Delegacia de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul de Pernambuco, abriu inquérito para investigar o resgate de um preso que estava sendo transferido para o presídio em uma viatura do sistema penitenciário na manhã da quinta-feira (16). Geovane Barbosa Leite, de 33 anos, cumpria pena por homicídio.

A abordagem ocorreu na PE-50, em Glória do Goitá. O resgatado retornava de audiência para sua unidade prisional de origem, em Limoeiro.

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Informações dão conta que homens armados em dois veículos interceptaram a viatura que transportava três detentos com escolta de agentes penitenciários. Apenas Geovane foi resgatado. Armas também foram roubadas. Não houve troca de tiros e os veículos fugiram sentido BR-232.

Os carros usados na abordagem foram encontrados pouco depois em Vitória de Santo Antão. O Instituto de Criminalística (IC) fez perícia no local. O inquérito também será encaminhado à Corregedoria para apuração interna.

O advogado José Eduardo Alckmin, defensor do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quarta-feira, 15, que a delação premiada "é um recurso válido, mas condenar sem prova não é possível".

O advogado acompanhou o depoimento de Alckmin na Promotoria de Justiça em São Paulo. O tucano depôs por cerca de uma hora no inquérito que investiga suposto repasse de R$ 10,3 milhões para suas campanhas de 2010 e 2014. As informações sobre caixa 2 foram feitas por executivos ligados à Odebrecht.

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"Eu entendo que a delação, que está na lei, é um recurso válido, mas como já tem jurisprudência sobre isso, não basta a delação. Ela é um caminho para se chegar à prova. Condenar sem prova não é possível", disse o advogado à saída do prédio do Ministério Público, no centro de São Paulo.

José Eduardo Alckmin assinalou que nesta terça, 14, o Supremo rejeitou uma denúncia criminal porque ela estava baseada exclusivamente em delação premiada.

Segundo o advogado, o relato de Alckmin "foi tranquilo".

O ex-governador foi ouvido pelo promotor Ricardo Manuel Castro, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público - braço do Ministério Público -, que conduz inquérito civil sobre suposto ato de improbidade administrativa.

Além de Alckmin, são alvos da investigação Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano, e o ex-secretário e ex-tesoureiro da campanha tucana de 2014 Marcos Monteiro.

O candidato do PSDB à Presidência nas eleições 2018, Geraldo Alckmin, depôs por cerca de uma hora na sede do Ministério Público em São Paulo no inquérito que apura um suposto repasse de R$ 10 milhões em forma de caixa dois da Odebrecht para suas campanhas em 2010 e 2014. Ele foi ouvido pelo promotor Ricardo Manuel Castro e entrou e saiu do prédio sem falar com jornalistas.

Antes da audiência, em evento de campanha em SP, o ex-governador paulista afirmou que prestar contas é um dever cotidiano dos agentes públicos e voltou a defender que suas campanhas eleitorais anteriores não infringiram a lei. "É dever de quem está na vida pública cotidianamente prestar contas. Vou esclarecer o que quiserem. As minhas campanhas sempre foram modestas e rigorosamente dentro da lei", disse após participar de um evento na capital paulista.

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Além do ex-governador paulista, também são investigados o empresário Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano, e Marcos Monteiro, ex-secretário de Alckmin e tesoureiro da campanha de 2014.

Os executivos da Odebrecht e o cunhado do tucano já prestaram depoimento nas últimas duas semanas no inquérito instaurado pelo MP-SP. O cunhado do ex-governador negou ter recebido dinheiro para campanhas políticas de Alckmin.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar inquérito contra o deputado federal Beto Mansur (MDB-SP), aberto a partir da delação da Odebrecht, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A decisão foi tomada sem que houvesse pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O processo tramita sob sigilo no STF.

O inquérito foi aberto após delatores da Odebrecht atribuírem ao parlamentar o recebimento de um total de R$ 550 mil para sua campanha eleitoral. Desse valor, R$ 250 mil teria sido repassado por intermédio de doação oficial realizada pela empresa Agro Energia Santa Luzia S/A, de acordo com o Ministério Público.

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Esse é o sexto inquérito aberto através da delação da empreiteira que é arquivado desde junho, sem que haja pedido da PGR. Em depoimento, delatores narraram o pagamento de valores para a campanha eleitoral de Mansur porque "poderia ser importante, haja vista os interesses da Companhia em expandir seu campo de operação na cidade de Santos", município em que o parlamentar atuou como prefeito no período de 1997 a 2004. O processo tramita no STF sob sigilo.

Além dos seis casos da Odebrecht, outros dois inquéritos, contra o senador Aécio Neves (PSDB) e contra a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foram engavetados contrariando a procuradoria.

Nesta terça-feira, a Segunda Turma do STF pode discutir os arquivamentos sem pedido da PGR. O debate deve ser feito em um pedido da defesa do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), a Gilmar Mendes, para que tenha o mesmo tratamento em seu inquérito, aberto a partir da delação da Odebrecht.

O ministro liberou o caso para análise da Segunda Turma, composta ainda por Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin e Celso de Mello. Nesta segunda-feira, Gilmar também liberou para a pauta da turma o inquérito que investiga o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP), também da Odebrecht.

Em junho, a defesa de Garcia pediu pelo arquivamento das investigações, enquanto a PGR pede que o caso vá à primeira instância, em função da restrição do foro. Em julho, o Estadão/Broadcast mostrou que a sequência de arquivamentos sem pedido da PGR levou cinco parlamentares citados na delação da Odebrecht a solicitar à Corte o arquivamento de seus inquéritos, incluindo Aloysio e Garcia.

O inquérito contra o parlamentar apura se Garcia teria omitido doações na prestação de contas da campanha eleitoral de 2010, sendo investigado por falsidade ideológica eleitoral. O dinheiro teria sido repassado pela Odebrecht por meio do chamado Setor de Operações Estruturadas da empresa, e registrada no sistema "Drousys". Garcia, segundo delatores, era identificado com o apelido "Suíça".

PGR

Na semana passada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que os magistrados não podem "adentrar no mérito" da investigação, avaliando se as diligências requeridas pelo Ministério Público são eficazes ou não, viáveis ou não. De acordo com a chefe do Ministério Público Federal (MPF), ao Poder Judiciário cabe, apenas, obstar constrangimentos ilegais evidentes.

A manifestação foi feita em dois pedidos para que o ministro Dias Toffoli reconsidere a decisão de arquivar inquéritos contra os deputados federais Bruno Araújo (PSDB-PE) e Daniel Vilela (MDB-GO), e o ex-governador de Goiás Maguito Vilela, pai de Daniel.

Com a palavra, Beto Mansur

Procurado, o deputado Beto Mansur disse que não tinha conhecimento da decisão.

A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu nesta quinta-feira (2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de um inquérito aberto para investigar o parlamentar. Segundo a defesa, a Polícia Federal (PF) reconheceu que "nada além da palavra do delator" existe contra Aécio.

A investigação está baseada em um dos depoimentos de delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, cassado pelo Senado.

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Segundo o ex-parlamentar, em 2005, durante os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) dos Correios, criada para investigar denúncias do mensalão, Aécio Neves, então governador de Minas Gerais, “enviou emissários" para barrar quebras de sigilo de pessoas e empresas investigadas, entre elas o Banco Rural.

Em nota à imprensa, o advogado Alberto Toron, representante do senador, afirmou que o delator mentiu inúmeras vezes, conforme reconheceu o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça. Dessa forma, segundo a defesa, não há motivos para o prosseguimento da investigação, que deveria ser arquivada.

“Está documentalmente provado que nunca existiu a alegada maquiagem nos dados bancários enviados à CPMI dos Correios e o suposto envolvimento do senador Aécio Neves nesse episódio. O próprio relatório policial reconhece que nada além da palavra do delator existe contra o senador Aécio. Assim, as conclusões ali contidas são completamente divorciadas das provas robustas dos autos”, sustenta a defesa.

O pedido de arquivamento será analisado pelo ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito.

O deputado federal Bruno Araújo (PSDB), que é pré-candidato a senador do grupo “Pernambuco Vai Mudar” é um dos alvos do pedido da procuradora-geral da República, Raque Dodge, que recorreu do arquivamento de dois inquéritos abertos com base nas delações premiadas de ex-diretores da Odebrecht. O tucano é um dos suspeitos de receber da construtora caixa dois para campanha eleitoral. 

Em nota, após solicitação do LeiaJá, por meio de sua assessoria de imprensa, Bruno não voltou a negar qualquer irregularidade com já dito pela defesa, mas afirmou que recorrer ao arquivamento assim como Dodge fez é legítimo e normal. “O procedimento está arquivado. Qualquer das partes pode recorrer. O que é legítimo e normal", pontuou curtamente. 

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O deputado foi oficializado, no último sábado (28), como pré-candidato ao Senado Federal durante evento realizado na sede do PSDB, na área central do Recife. Ele é uma das lideranças do grupo da oposição ao governo Paulo Câmara (PSB). Na ocasião, ele chegou a dizer que possui história junto com o pré-candidato a governador Armando Neto (PTB) e o também pré-candidato a senador Mendonça Filho (DEM). "Histórias retas e coerentes com as posições políticas tomadas ao longo do tempo. São linhas retas que convergiram lá na frente por interesse maior: pensar Pernambuco”, ressaltou. 

Bruno Araújo ainda disse que refletiu sobre poder chegar a ser o senador mais jovem da história de Pernambuco desde 1950 e que chegou a conclusão, pela sua experiência, de que está pronto para se apresentar aos pernambucanos ouvindo a população e construindo com a população. “Estamos prontos para ajudar Armando a reformar e enfrentar as dificuldades de Pernambuco, dificuldades imensas. Vamos para as ruas falar com sinceridade não só o que as pessoas querem ouvir", prometeu. 

A juíza eleitoral Mayra Rocco Stainsack devolveu ao juiz federal Sérgio Moro o inquérito que apura se o ex-governador do Paraná e pré-candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), cometeu crimes no processo de licitação para duplicação da PR-323. O caso investiga suposto favorecimento à Odebrecht em troca de dinheiro para a campanha de reeleição do tucano ao governo, em 2014.

Em junho, os autos foram enviados à Justiça Eleitoral por Moro, por determinação da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acolheu pedido da defesa de Richa. O processo de investigação corria na Corte, mas foi para a primeira instância depois que o tucano renunciou ao cargo de governador, em abril, para disputar as eleições.

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Agora, a juíza eleitoral considerou que "os delitos eleitorais e os de competência da Justiça Federal Comum são autônomos e podem ser apurados separadamente, não havendo possibilidade de decisões contraditórias justamente por serem delitos independentes, sendo indiferente terem sido praticados, em tese, pelo mesmo agente público".

Assim, a investigação que envolve os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude a licitação ficarão a cargo do Juízo da Vara Federal, com Moro. No Tribunal Eleitoral do Paraná, fica apenas a investigação de suspeita de caixa dois na campanha. Segundo depoimentos de delatores, Richa teria recebido R$ 2,5 milhões da Odebrecht em troca de favorecimento na licitação para duplicação da rodovia PR-323, obra que nunca saiu do papel.

Quando enviou os autos à Justiça Eleitoral, Sergio Moro já havia pedido que o caso fosse devolvido a ele, para que as investigações que não correspondem à área eleitoral prosseguissem. "Não se trata de mero caixa dois de campanha", afirmou o magistrado à época.

Em nota, a defesa do ex-governador Beto Richa afirmou que apresentou recurso ao Tribunal Regional Eleitoral por entender que a decisão unânime da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça está sendo descumprida. Procurada para confirmar as informações, a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná afirmou que o caso está sob sigilo.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e arquivou o inquérito que investiga suposto crime de falsidade ideológica eleitoral envolvendo o deputado federal José Francisco Paes Landim (PTB-PI).

O inquérito foi instaurado a partir das declarações dos colaboradores da Odebrecht José Carvalho Filho e Cláudio Melo Filho. De acordo com as informações prestadas, o deputado procurou os colaboradores em 2010 e 2014 pedindo que realizassem doações para sua campanha eleitoral.

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Melo Filho declarou que o congressista teria recebido R$ 1 milhão em 2010 de forma não contabilizada, por meio do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da empreiteira. Segundo ele, o objetivo era "gerar crédito para eventual necessidade futura", tendo em vista que o parlamentar tinha "longa relação com a empresa estando já no seu oitavo mandato como Deputado Federal".

No pleito de 2014, o congressista teria recebido R$ 80 mil reais, pagos em duas parcelas, por meio de doação eleitoral oficial, sendo uma entregue ao Diretório Estadual do PTB e outra diretamente ao deputado.

De acordo com a procuradora-geral, após as diligências realizadas não restaram elementos que pudessem configurar crime de falsidade ideológica eleitoral. "Como destacou a autoridade policial, as doações oriundas do Grupo Odebrecht à campanha do Deputado Federal Paes Landim, no pleito de 2014, foram oficialmente registradas na prestação de contas à justiça eleitoral. Não há, por ora, base fática, para continuidade das investigações", concluiu.

"Nessa esteira, estando, na espécie, a Procuradora-Geral da República a sustentar que não há base fática para continuidade das investigações, impõe-se o arquivamento requerido, inexistindo excepcionalidade que justifique sindicalizar a opinio delicti do titular da ação penal", determinou a ministra Rosa Weber.

À reportagem, o deputado disse estar aliviado com a decisão. "É um absurdo o que aconteceu. Graças a Deus foi superada (essa questão) e vou dormir mais tranquilo. A Lava Jato deve ser prestigiada."

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e arquivou o inquérito que investigava o deputado federal Onyx Lorenzoni, acusado de receber R$ 175 mil via caixa 2 para sua campanha de 2006.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, havia requerido o arquivamento do inquérito justificando que as diligências realizadas não foram suficientes para comprovar o suposto crime.

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Em sua manifestação, Raquel escreveu que o executivo Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, um dos delatores da Odebrecht, "não obstante afirmar a doação eleitoral não contabilizada ao deputado na campanha de 2006", afirmou que não operacionalizou a entrega do valor, nem sabe declinar que o tenha feito, a forma, o local e a data da suposta doação.

"Dentro dessas premissas, não há prova, por ora, que tenha havido declaração falsa para fins eleitorais e se esgotaram os meios destinados elucidar os fatos", escreveu Raquel.

Na planilha 'Drousys' - programa de controle dos desembolsos ilícitos do grupo -, o parlamentar é identificado pela alcunha 'Inimigo'. Onyx Lorenzoni foi o relator na Câmara dos Deputados do mais importante projeto da história do Ministério Público Federal, o Dez Medidas de Combate à Corrupção, projeto que nasceu da Operação Lava Jato.

Depoimento

À Procuradoria da República em Campinas, Alexandrino relatou que em sua atividade à frente da Braskem, braço petroquímico da empreiteira no Rio Grande do Sul, em 2006, o relacionamento político era fundamental e sempre focado no crescimento do grupo. "Dentro desse foco meu sempre estiveram os partidos, os políticos, os agentes públicos, sempre preservando uma sistemática de contribuições financeiras", narrou.

Segundo Alexandrino, dentro desse direcionamento tinha que observar, intuir e perceber potenciais candidatos que poderiam crescer e ter um lugar de destaque. "Dentro das minhas funções na Braskem, estamos falando de 2006, eu percebi que dentro do escopo político, uma linha política, o sr. Onyx Lorenzoni era uma pessoa importante, um jovem impulsivo, um lutador que nós precisávamos mantê-lo próximo. Especialmente por causa do volume de investimentos que tínhamos no Rio Grande do Sul."

O delator disse aos investigadores que foi ele quem procurou o parlamentar que, na época, concorria à reeleição para a cadeira na Câmara. "Procurei o candidato, à época ele era deputado federal pelo PFL. Eu o procurei dizendo do interesse nosso de nos aproximarmos e que seria importante fazer doações para a campanha dele. E assim foi feito."

Segundo o ex-executivo da Odebrecht, ao ser procurado, em 2006, o deputado gaúcho não demonstrou nenhuma "rejeição" em receber os R$ 175 mil via caixa 2, isto é, sem declarar a doação à Justiça Eleitoral. A operação foi registrada no sistema de informática "Drousys", que controlava as transações do "banco da propina" da Odebrecht.

Defesa

Em vídeo divulgado nesta sexta-feira, 8, o deputado afirmou que a decisão do ministro Luiz Fux prova que ele nunca esteve envolvido com corrupção. "Eu vou atrás agora do sr. Alexandrino de Alencar. Este vagabundo vai perder qualquer benesse que ele teve, porque ele mentiu nesta circunstância aqui e isso é um agravante e vai fazê-lo perder eventual benefício que ele tenha."

A reportagem procurou a defesa do ex-executivo da Odebrecht, mas não obteve retorno.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar irregularidades na cadeia pública de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Estão sendo apuradas denúncias de violência, falta de condições sanitárias adequadas, alimentação e saúde precárias bem como negligência e tortura.

Através de portaria, a promotora Rosane Moreira Cavalcanti, da promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Petrolina, solicita que o Grupo de Combate à Tortura do órgão fiscalize a cadeia feminina. Uma reunião para discutir o fato foi agendada para o dia 3 de setembro. 

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De acordo com o promotor da Vara de Execuções Penais da região, Júlio César, as inspeções no sistema prisional são feitas mensalmente. "O básico de tudo é que a cadeia não é considerada colônia penal de cumprimento de pena e isso dificulta que seja dotada de profissionais e equipes multidisciplinares. Não tem médicos ou enfermeiros. A reeducanda com problemas de saúde, mesmo que seja um atendimento simples, tem que seguir escoltada ao hospital público, passar por um constrangimento", disse o promotor ao LeiaJá.

Outra irregularidade destacada pelo promotor é a falta de infraestrutura do prédio, o que atinge também as condições de trabalho dos agentes penitenciários. Anteriormente, a cadeia abrigava os presos provisórios homens. "Eles foram tirados sob a desculpa de que iam fazer uma reforma. Agora esses presos estão em uma unidade de condenados. Então ficam provisórios no mesmo ambiente de condenados, sendo que ainda estão respondendo processo e não há comprovação da culpabilidade", complementa Júlio César. O objetivo do MPPE é conseguir que a cadeia feminina de Petrolina vire uma colônia penal. 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) arquivou, nesta quarta-feira (6), o processo que investigava denúncias de irregularidades no último concurso público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Na época, o certame foi cercado de polêmicas diante de queixas de vários candidatos que afirmaram ter visto indícios de fraudes. Além disso, a Polícia Civil da Paraíba também investigava a atuação de uma quadrilha especializada em fraudar concursos públicos que tinha pelo menos três membros inscritos no concurso do TJPE

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De acordo com o MPPE, a comissão que ficou responsável por analisar o caso elaborou um parecer atestando que não foram apresentadas provas de possíveis fraudes durante o período do inquérito e o entregou ao presidente do TJPE às 10h desta quarta (6).

O Ministério Público afirma também que todas as 50 manifestações recebidas foram analisadas “ponto a ponto” e que cada candidato ouvido teve dez dias para juntar provas, mas “nenhum denunciante se muniu dos meios de prova cabíveis para sustentar tais alegações” e que “não foram apontadas reclamações registradas em ata durante a realização das provas, tendo-se evidenciado que os rumores sobre possíveis fraudes tiveram início após a divulgação dos gabaritos”.

O MPPE também afirma que o inquérito afastou as suspeitas de influência da quadrilha investigada pela polícia paraibana, uma vez que “três candidatos apontados como integrantes da organização criminosa inscritas no concurso não lograram êxito no certame, visto que um deles não compareceu às provas ou os outros dois se submeteram ao teste, mas não obtiveram resultado satisfatório”. 

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A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná abriu um novo inquérito contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) para apurar corrupção passiva. A investigação, aberta em 18 de maio, tem como base a delação da Odebrecht e mira um pedido de propina dentro do Palácio do Governo fluminense.

O ex-dirigente da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior afirmou, no termo 5 de sua delação, que, no primeiro semestre de 2009, o então governador lhe teria solicitado "o pagamento de propina no montante equivalente a 1% sobre o valor do contrato de terraplanagem celebrado entre o Consórcio Terraplanagem Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) - Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão - e a Petrobras. Segundo o ex-executivo da empresa, a propina teria sido "autorizada" pelo então diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

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"Ainda, concluiu o colaborador que a solicitação não pode ser aceita pela Odebrecht pois já realizava pagamentos indevidos em virtude de outros contratos", informa o procedimento que abriu o inquérito.

De acordo com o artigo 317, do Código Penal, é crime "solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem". Ou seja, mesmo que o pagamento não tenha ocorrido, o crime existe se houve o pedido.

Sérgio Cabral já foi investigado pela Lava Jato no Paraná e condenado pelo juiz Sérgio Moro. Em junho do ano passado, o magistrado aplicou uma pena de 14 anos e dois meses de prisão para o ex-governador por corrupção e lavagem de dinheiro. O emedebista foi acusado por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente as obras do Comperj.

O ex-governador é alvo ainda de dezenas de ações penais da Lava Jato, no Rio. O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal da capital fluminense, já o condenou em cinco processos. Se somadas, as penas de Sérgio Cabral, no Paraná e no Rio alcançam 100 anos.

A delação que colocou Sérgio Cabral no centro de uma nova investigação é corroborada por "dados de pagamento de campanha, informações do sistema Drousys (o programa de propinas da empreiteira) e controle de acesso ao edifício do escritório da Construtora Norberto Odebrecht no Rio de Janeiro".

Em seu termo 5, Benedicto Júnior, o "BJ", explicou que não aceitou o pedido de propina de Sérgio Cabral e lhe informou que a licitação havia sido "conquistada de maneira dura e sem qualquer acordo com desconto progressivo em relação ao preço da Petrobras".

"Portanto, não realizaríamos qualquer pagamento indevido", afirmou. "Ratifiquei que a companhia tinha diversos projetos com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e já realizava pagamentos indevidos em razão de tais obras, razão por que na Terraplanagem da Comperj não haveria pagamentos."

Defesa

A reportagem fez contato com a defesa de Sérgio Cabral, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), questionou nesta quinta-feira, 17, em nota, o vazamento do relatório do inquérito da Polícia Federal (PF) que a investigou e que concluiu que foram encontradas evidências de que ela recebeu R$ 885 mil de um esquema de corrupção alvo da Lava Jato. "Como é que um processo que corre em segredo de Justiça tem um suposto relatório vazado para a imprensa, sem que isso seja do meu conhecimento ou da minha defesa? Com que objetivo?", perguntou.

Gleisi afirmou que nunca teve contas pagas por terceiros nem recebeu dinheiro ilegal para si ou campanhas eleitorais. Na avaliação da presidente nacional do PT e senadora pelo Paraná, a investigação se arrasta há dois anos e seis meses e "não concluiu nada, a julgar pelas insinuações levianas, que remetem a terceiros, ao invés de sustentar acusações concretas".

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Na opinião de Gleisi, não há qualquer fato ou prova que possa levar à conclusão do relatório. A presidente nacional do PT e senadora lamentou que seja mais uma vez "vítima de calúnias e de perseguição político-judicial-midiática". Nas palavras de Gleisi, há uma sanha de inquéritos em razão das posições políticas dela e por ela ocupar a presidente nacional do partido, "que a Operação Lava Jato e a mídia golpista tratam como inimigo a ser abatido".

Leia a íntegra da nota de Gleisi:

"Como é que um processo que corre em segredo de Justiça tem um suposto relatório vazado para a imprensa, sem que isso seja do meu conhecimento ou da minha defesa? Com que objetivo?

Nunca tive contas pagas por terceiros nem recebi dinheiro ilegal para mim ou para campanhas eleitorais. A investigação a que se refere a reportagem se arrasta há dois anos e meio e não concluiu nada, a julgar pelas insinuações levianas, que remetem a terceiros, ao invés de sustentar acusações concretas. Não há qualquer fato ou prova que possa levar a isso.

Lamento que esteja sendo mais uma vez vítima de calúnias e de perseguição político-judicial-midiática. Só posso entender essa sanha de inquéritos em razão de minhas posições políticas e por estar ocupando a presidência do PT, partido que a Operação Lava Jato e a mídia golpista tratam como inimigo a ser abatido."

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito civil contra o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu cunhado Adhemar César Ribeiro e também contra o secretário Marcos Monteiro (Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação) por suposto ato de improbidade.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Alckmin afirmou que "vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos". "Não apenas por ter total consciência da correção de seus atos, como também por ter se posicionado publicamente contra o foro privilegiado".

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Alckmin, pré-candidato à Presidência, teria se beneficiado de valores estimados em R$ 10,5 milhões repassados para suas campanhas de 2010 e 2014 via caixa 2. O cunhado e o secretário teriam operacionalizado os repasses, por meio de contatos com executivos da Odebrecht.

Assinam a portaria de instauração do inquérito civil os promotores Otávio Ferreira Garcia, Nelson Luis Sampaio de Andrade e Marcelo Camargo Milani, todos da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, braço do Ministério Público do Estado. Os promotores usam o artigo 11 da Lei de Improbidade para embasar o procedimento. O artigo 11 estabelece que "constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições".

Na semana passada, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, remeteu para a Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito sobre Alckmin que tramitava na Corte Superior. Em tese, a prática de caixa 2 da qual Alckmin supostamente se favoreceu é de competência eleitoral.

Os promotores de Justiça, que nesta sexta-feira, 20, abriram o inquérito civil sobre o tucano, entendem que eles também têm competência para investigar o caso. O dinheiro que teria abastecido as campanhas de Alckmin, segundo delações premiadas de executivos da Odebrecht, teria sido repassado "a título de caixa 2, sem regular declaração à Justiça Eleitoral, de R$ 2 milhões para a campanha de 2010 e de R$ 8,3 milhões para a campanha de 2014".

Os delatores que revelaram a estratégia tucana são Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, todos ex-funcionários da empreiteira. Os promotores destacam que "há notícia de que as quantias pagas em parcelas foram recebidas mediante a participação de Adhemar César Ribeiro, cunhado de Alckmin".

Eles anotam, ainda, que um dos delatores, Arnaldo Cumplido, revelou que "os pagamentos eram orientados por seu chefe direto", Luiz Antônio Bueno Júnior, e entregues a Marcos Antônio Monteiro, à época coordenador financeiro da campanha de Geraldo Alckmin e diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado. Os promotores estudam enquadrar o ex-governador no artigo 9.º da Lei 8429/92, por enriquecimento ilícito.

Nota

Geraldo Alckmin afirmou, por meio de nota divulgada pela assessoria: "O ex-governador vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos. Não apenas por ter total consciência da correção de seus atos, como também por ter se posicionado publicamente contra o foro privilegiado. Registre-se que os fatos relatados já estão sendo tratados pela Justiça Eleitoral, conforme determinou o Superior Tribunal de Justiça."

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou inquérito civil público, nesta segunda-feira (2), para apurar como a operadora Vivo tem utilizado as informações de cerca de 73 milhões de usuários para fins de publicidade. O serviço é oferecido aos anunciantes da plataforma de marketing mobile da companhia, chamada Vivo Ads.

Segundo o MPDFT, a empresa promete fornecer publicidade usando dados qualificados dos clientes, como perfil, localização, comportamento de navegação, lugares frequentados e hábitos dos consumidores. A Vivo anuncia como vantagem que os espaços publicitários serão ocupados com propagandas e conteúdos segmentados.

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Para o MPDFT, o problema é que os usuários não têm o poder de impedir que seus dados sejam compartilhados com as agências anunciantes. Além disso, os consumidores não são avisados que suas informações pessoais serão usadas para tal finalidade no ato de contrato do serviço, nem no centro de privacidade da empresa.

"Com o uso de dados pessoais, é possível identificar entre os clientes aqueles que estão passando por tratamento de saúde, a partir do mapeamento da circulação de usuários em clínicas e hospitais", explica o MPDFT.

O inquérito pode resultar em uma ação civil coletiva de responsabilidade por danos aos usuários. Recentemente, o Facebook se envolveu em um escândalo, após a rede social permitir o acesso inapropriado a dados de 50 milhões de internautas. As informações foram cedidas à consultoria Cambridge Analytica, mais conhecida por trabalhar na campanha do presidente Donald Trump, em 2016.

Os mesmos promotores do inquérito que investiga a Vivo estão à frente da investigação aberta em 21 de março para apurar de consultoria Cambridge Analytica fez uso de dados pessoas de usuários brasileiros do Facebook. O MPDFT, porém, ressalta que o serviço de telefonia móvel no Brasil é uma concessão de serviço público, o que não se aplica ao Facebook.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou inquérito civil público, nesta segunda-feira (2), para apurar como a operadora Vivo tem utilizado as informações de cerca de 73 milhões de usuários para fins de publicidade. O serviço é oferecido aos anunciantes da plataforma de marketing mobile da companhia, chamada Vivo Ads.

Segundo o MPDFT, a empresa promete fornecer publicidade usando dados qualificados dos clientes, como perfil, localização, comportamento de navegação, lugares frequentados e hábitos dos consumidores. A Vivo anuncia como vantagem que os espaços publicitários serão ocupados com propagandas e conteúdos segmentados.

Para o MPDFT, o problema é que os usuários não têm o poder de impedir que seus dados sejam compartilhados com as agências anunciantes. Além disso, os consumidores não são avisados que suas informações pessoais serão usadas para tal finalidade no ato de contrato do serviço, nem no centro de privacidade da empresa.

"Com o uso de dados pessoais, é possível identificar entre os clientes aqueles que estão passando por tratamento de saúde, a partir do mapeamento da circulação de usuários em clínicas e hospitais", explica o MPDFT.

O inquérito pode resultar em uma ação civil coletiva de responsabilidade por danos aos usuários. Recentemente, o Facebook se envolveu em um escândalo, após a rede social permitir o acesso inapropriado a dados de 50 milhões de internautas. As informações foram cedidas à consultoria Cambridge Analytica, mais conhecida por trabalhar na campanha do presidente Donald Trump, em 2016.

Os mesmos promotores do inquérito que investiga a Vivo estão à frente da investigação aberta em 21 de março para apurar de consultoria Cambridge Analytica fez uso de dados pessoas de usuários brasileiros do Facebook. O MPDFT, porém, ressalta que o serviço de telefonia móvel no Brasil é uma concessão de serviço público, o que não se aplica ao Facebook.

Em resposta, a Vivo informou que cumpre rigorosamente a legislação vigente e não promove qualquer uso ilegal de dados pessoais de seus clientes. "A Vivo assegura que as informações de seus clientes não são, em hipótese alguma, transferidas ou compartilhadas com anunciantes", disse a empresa, em nota enviada à imprensa.

"A Vivo Ads é uma plataforma de mídia, na qual o cliente interage com publicidade apresentada pela própria operadora e, muitas vezes, ganha benefícios como pacotes de internet móvel ou descontos em produtos e serviços", continua a empresa.

"Sempre previamente autorizado pelo cliente. A autorização é concedida, por exemplo, por meio do termo de adesão do serviço móvel e a qualquer momento o cliente pode cancelá-la em canais de atendimento da Vivo. O centro de privacidade da empresa também contém orientações sobre o tema. A Vivo reitera que respeita a privacidade e a transparência na relação com os seus clientes", conclui.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um comunicado nesta segunda-feira (26) exigindo uma investigação "rápida e imparcial" do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

De acordo com os representantes da ONU, o assassinato de Marielle é "profundamente alarmante", pois tem como objetivo "intimidar todos aqueles que lutam por direitos humanos e pelo estado de direito no Brasil".

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Passados mais de 10 dias do assassinato de Marielle, a polícia do Rio de Janeiro segue ouvindo algumas pessoas, mas ainda não se pronunciou sobre o caso. Pressionado internacionalmente, o governo brasileiro já pediu para que seus embaixadores em outros países expliquem que as investigações da morte da vereadora estão sendo realizadas e que o Brasil condena o ataque contra Marielle.

Marielle Franco era vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ativista do movimento negro e crítica da violência policial no Rio de Janeiro. Ela e Gomes foram mortos a tiros quando voltavam de um evento no dia 14 de março.

Da Ansa

Os ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, acolheram pedido do Ministério Público Federal e arquivaram o inquérito que investigava o governador do Rio, Luiz Fernando de Souza, o Pezão (MDB).

Instaurado para apurar crimes contra a administração pública e de lavagem de dinheiro, o inquérito foi mantido em relação aos demais indiciados, devendo seguir seu curso na 13.ª Vara Federal de Curitiba, por ausência de foro privilegiado dos investigados. As informações foram divulgadas no site do STJ.

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O inquérito foi aberto pelo Ministério Público Federal a partir de depoimentos obtidos por meio de acordo de delação premiada, que apontavam Pezão e outros investigados como supostos beneficiários de propinas na forma de doações em dinheiro para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014.

Pedido e ratificação

A decisão da Corte Especial, proferida na tarde desta quarta-feira, 21, acolheu pedido formulado em março de 2017 e ratificado em janeiro deste ano pelo Ministério Público Federal, o qual afirmou "não ter encontrado indícios mínimos que justificassem a abertura de ação penal contra Pezão após o encerramento da investigação feita pela Polícia Federal".

O ministro Luis Felipe Salomão, relator do inquérito no STJ, explicou que o pedido formulado vincula o STJ, já que o Ministério Público é o titular da ação penal, cabendo a ele "avaliar e considerar os elementos indiciários juntados aos autos, perquirindo a existência de justa causa, capaz de disparar o exercício da persecução criminal, no interesse da sociedade".

Assim, se o MPF decide pedir o arquivamento, ao STJ não resta alternativa senão acolher o pedido.

De acordo com o ministro, foram realizadas diversas diligências, tais como perícias em mídias e arquivos de dados apreendidos, colheita de depoimentos em acordos de delação premiada, análise de documentos e processos administrativos, quebra de sigilo de dados telefônicos, relatórios de comissões administrativas de sindicância e, ao fim, constatada a ausência de elementos que envolvessem o atual governador.

Segundo Salomão, "não há razão para o prosseguimento do presente procedimento nesta instância", não competindo ao Poder Judiciário, "neste momento, fazer juízo de valor acerca dos elementos de prova deste procedimento preliminar".

Em vídeo divulgado neste sábado, 3, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, criticou a inclusão do presidente Michel Temer no inquérito que apura um suposto pagamento de propina de R$ 10 milhões pela Odebrecht para o PMDB. Segundo delatores, o negócio teria sido acertado no Palácio do Jaburu, quando Temer era vice-presidente. Estavam no mesmo encontro os atuais ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha e da Secretaria-Geral, Moreira Franco.

"O constituinte foi claro ao estabelecer, na nossa Constituição, que o Presidente da República não pode ser investigado por questões eventualmente acontecidas anteriormente ao início de seu mandato", afirmou Marun. "O presidente pode sim ser acusado, investigado, processado. Mas, se forem questões externas ao mandato, somente após o encerramento do mesmo."

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Essa cautela, acrescentou, foi tomada para "não permitir que questões menores ou acusações mal intencionadas pudessem prejudicar o normal funcionamento das instituições." Ele atacou a inclusão de Temer no processo, dizendo que se baseou em "interpretações criativas", que "vilipendiam e alteram" o sentido da Constituição.

"Penso que decisões como essas, de inclusão do presidente Temer num inquérito por fato eventualmente acontecido anteriormente ao seu mandato, se constituam em flechas que tentam nos atingir nesse momento sublime em que finalmente superamos a recessão e conseguimos fazer com que o País voltasse a crescer."

O ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, incluiu Temer no rol de investigados nesse processo a pedido da Procuradoria-Geral da República. Em julho do ano passado, pouco antes de passar o posto para a atual ocupante, Raquel Dodge, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que não diminuiria o ritmo das investigações por estar em final de mandato. "Enquanto houver bambu, lá vai flecha", disse. Janot denunciou Temer por corrupção passiva no caso JBS.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, determinou a intimação do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, após a publicação de uma entrevista em que ele teria antecipado o resultado de um inquérito policial que investiga o presidente Michel Temer. Em despacho deste sábado (10), Barroso, que é relator do caso no STF, afirma que quer ouvir Segóvia para que ele “confirme as declarações” publicadas e “se abstenha de novas manifestações a respeito”.

Em entrevista concedida ontem (9) à Agência Reuters e divulgada no portal da empresa, Segovia afirma que os “indícios são muito frágeis” e sugere que o inquérito "pode até concluir que não houve crime”. De acordo com Barroso, como a investigação não foi concluída e ainda há “diversas diligências pendentes”, o assunto não deveria ser “objeto de comentários públicos”.

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Temer é investigado por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro por ter, supostamente, recebido vantagens indevidas de uma empresa para editar o chamado Decreto dos Portos. Além dele, são investigados o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que foi assessor especial de Temer, e mais dois empresários. Na entrevista, o diretor-geral da PF diz que o decreto editado “em tese não ajudou a empresa”. “Em tese, se houve corrupção ou ato de corrupção, não se tem notícia do benefício. O benefício não existiu”, afirmou o diretor, conforme reprodução da Agência Reuters.

“No final, a gente pode até concluir que não houve crime. Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimentos, as pessoas têm reiteradamente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção, não há indícios de, realmente, de qualquer tipo de recurso ou dinheiro envolvidos. Há muitas conversas e poucas afirmações que levem realmente a que haja um crime”, disse, ainda segundo a Reuters.

No despacho, Luís Roberto Barroso lembra que não recebeu o relatório final do delegado encarregado pelas investigações e pede que o Ministério Público tome as providências que entender cabíveis sobre o caso. O relator do processo questiona ainda a fala em que Segóvia teria ameaçado o delegado responsável, que “deve ter autonomia para desenvolver o seu trabalho com isenção e livre de pressões”.

“Tendo em vista que tal conduta, se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação do senhor diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia, para que confirme as declarações que foram publicadas, preste os esclarecimentos que lhe pareçam próprios e se abstenha de novas manifestações a respeito”, determinou Luís Roberto Barroso.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio determinou hoje (5) o arquivamento de um inquérito aberto em 2004 contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O pedido de arquivamento foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em função da prescrição da pretensão punitiva.

O inquérito apurava o envolvimento do senador em um suposto esquema de desvios de recursos oriundos de emendas parlamentares para o município de Cantá (RR) em troca de vantagens indevidas, entre 1999 e 2001.

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Ao solicitar o arquivamento, a PGR afirmou que os dados colhidos durante as investigações foram insuficientes para "colher elementos indicativos ou comprobatórios" da prática de delitos". Para a procuradoria, a prescrição da pretensão punitiva ocorreu em 2017, 16 anos após a data dos supostos crimes.

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