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O procurador da República Paulo Roberto Galvão de Carvalho, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, pediu nesta quinta-feira (3) à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para investigar a conduta do ex-campeão mundial de fórmula Nelson Piquet, que sugeriu a morte do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O piloto participou das manifestações antidemocráticas conduzidas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que contestam o resultado das eleições deste ano.

Em vídeo que circula nas redes sociais, Piquet completa o lema bolsonarista "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", com a frase "Lula no cemitério" seguida por palavras de baixo calão. O MPF considerou que as falas do piloto tiveram a intenção de "incitar a prática de atos concretos de violência contra o governante eleito". O procurador Galvão de Carvalho determinou que a PF colha o depoimento de Piquet.

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"As declarações proferidas por Nelson Piquet, em análise preliminar, aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito - situação em que seriam constitucionalmente asseguradas -, podendo constituir de forma concreta formas de incitação dirigida à população em geral, voltadas tanto à prática de violência contra o candidato eleito, assim como à animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constituídos", escreveu o procurador.

No despacho, Galvão de Carvalho ainda considera que as falas de Piquet poderiam incitar a deposição do governo eleito. O piloto xingou Lula na gravação e disse que os manifestantes iriam tirar o presidente disso (Presidência). O procurador cita que parte dos manifestantes defende a intervenção das Forças Armadas para impedir a diplomação e a posse do petista.

Pressionada por integrantes do governo federal, que têm buscado fatos novos para impulsionar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, a Polícia Federal (PF) reabriu o inquérito relacionado à facada sofrida pelo chefe do Executivo em 2018. Também já foi solicitado um novo depoimento do autor da facada, Adélio Bispo.

A informação foi confirmada por fontes da PF e integrantes do governo ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que pediram para não ser identificadas com medo de represálias. Procurada, a PF disse que "não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento". O Palácio do Planalto não respondeu aos questionamentos e pedidos de posicionamento enviados por e-mail até a publicação desta reportagem.

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Bolsonaro foi vítima de um atentado à faca em 6 de setembro de 2018, quando fazia um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde o início, o próprio presidente e aliados buscam vincular o atentado à esquerda. A PF, porém, já conduziu dois inquéritos a respeito sem encontrar vinculações partidárias, políticas e concluindo que Adélio agiu sozinho.

Ainda assim, o atual responsável pelo caso, o delegado Martín Bottaro Purper, da Diretoria de Inteligência Policial, que assumiu o caso no início do ano, argumenta a necessidade de identificar eventuais mandantes ou financiadores do atentado.

À época deputado federal, Bolsonaro liderava as pesquisas de intenção de voto contra Fernando Haddad (PT), substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na chapa petista havia poucos dias, após o líder do partido ter sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Existe um consenso entre analistas políticos de que a facada foi determinante para mobilizar votos, numa espécie de "movimento de solidariedade", que teria ajudado Bolsonaro a conquistar os 46% de votos que o levaram ao segundo turno.

Como o Broadcast Político mostrou já antes do primeiro turno, a pressão de dentro do governo tem causado incômodo interno na PF. Relatos dão conta de que Purper pediu acesso a um novo laudo de avaliação do estado de saúde mental de Adélio, produzido em julho. Ele está preso em uma penitenciária federal em Mato Grosso do Sul. Contudo, a solicitação foi negada pelo juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal Criminal de Campo Grande dois dias depois do primeiro turno, em 4 de outubro.

Fontes da PF com quem o Broadcast Político conversou dão conta de que "é grande a pressão" e não há certeza ainda sobre um eventual novo interrogatório de Bispo até o segundo turno da eleição. "Apesar de o acesso ao laudo ter sido negado, não tem como garantir que não haverá depoimento, nem quando isso ocorrerá", afirmou em tom de confidencialidade uma pessoa com conhecimento do andamento do inquérito.

No governo, as movimentações também são acompanhadas com atenção. Bolsonaro já é investigado por suspeita de intervir na Polícia Federal após ser acusado por seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro por tal. O inquérito está no Supremo Tribunal Federal, nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, recorrentemente atacado pelo chefe do Executivo.

O governador de Alagoas e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao inquérito que levou ao seu afastamento do cargo até o final do mandato.

A investigação corre em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na quinta-feira, 13, a Corte Especial do STJ decidiu, por 10 votos a 2, manter a decisão da ministra Laurita Vaz que mandou afastar o governador.

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A sessão foi transmitida ao vivo, mas o processo continua correndo em segredo de Justiça. Relatora da investigação, a ministra disse que há dados sensíveis que não podem ser divulgados.

Na manifestação enviada ao STF, a defesa do governador alega que pediu acesso aos autos do processo antes do julgamento, mas até o momento não tem conhecimento das acusações, o que na avaliação dos advogados fere o direito de defesa.

"A defesa se fez presente na sessão extraordinária, em julgamento que durou quase 5h, sem que fosse permitido a realização de sustentação ou mesmo a realização de um esclarecimento de fato", reclamam os advogados Cristiano Zanin, Valeska Teixeira Martins, Maria de Lourdes Lopes, Eliakin Tatsuo e Guilherme Queiroz Gonçalves.

A defesa afirma que o caso é urgente, porque o governador é favorito na eleição e foi afastado sem acusação formal.

O emedebista é investigado sob suspeita de operar um esquema de contratação de funcionários fantasmas para desvio de salários, a chamada "rachadinha", quando era deputado estadual. A investigação mira pelo menos 93 nomeações de servidores em cargos comissionados na Assembleia Legislativa de Alagoas, que recebiam até R$ 21 mil. Os investigadores estimam que os supostos desvios podem chegar a R$ 54 milhões. Dantas nega irregularidades e diz que o inquérito tem motivação política.

O afastamento é cautelar, para preservar a investigação e evitar desvios. A medida não afeta a candidatura do governador à reeleição.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o Judiciário, nesta sexta-feira (14). Candidato à reeleição, o chefe do Executivo criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de suspender investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Polícia Federal (PF) sobre os institutos de pesquisa. Além disso, afirmou que o ministro "vai governar" o País se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar as eleições e prometeu, se reeleito, editar um decreto sobre liberdade de expressão e "enquadrar por abuso de autoridade" quem for contrário.

"Começou aí o Cade e a Polícia Federal a investigar os institutos de pesquisa. O que ele Moraes fez? Não pode investigar. Ou seja, os institutos vão continuar mentindo. Nessas mentiras, quantos votos não arrastam para o outro lado? Geralmente, o eleitor vota em quem está ganhando. Três, quatro milhões de votos. Parabéns, Alexandre de Moraes", declarou Bolsonaro, em entrevista ao Podcast Paparazzo Rubro-Negro.

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Na noite desta quinta-feira (13), Moraes argumentou que houve "usurpação de competência" da Justiça Eleitoral e tornou sem efeito as investigações abertas pelo Cade e pela PF contra os institutos. Desde o resultado do primeiro turno, quando Bolsonaro teve mais votos do que o projetado pelas pesquisas, aliados do presidente no Congresso iniciaram uma ofensiva contra as empresas, com a apresentação de projetos de lei que criminalizam os levantamentos e ameaças de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Para tentar ligar Moraes a Lula, Bolsonaro ressaltou na entrevista que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi secretário de Segurança de São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa do petista nas eleições deste ano. "Por que o Alckmin está lá? Não é porque o Lula pensou 'vou botar um cara que é católico, não sei o que lá'. Não, está lá porque ele é o cara do Alexandre de Moraes. Quem vai governar o País com Lula presidente? Vai ser Alexandre de Moraes. Alguém tem dúvida disso? Ele tem muito poder com a caneta dele, mas sabe que comigo o poder não é absoluto, sabe disso. Aqui nós temos limite", declarou o presidente.

Bolsonaro também reclamou da decisão do TSE de impedir que ele faça transmissões ao vivo nas redes sociais do Palácio da Alvorada durante o período eleitoral. "Que humilhação é essa?", criticou. Ao relembrar o perdão que concedeu ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado pelo STF por ataques contra a democracia, disse que, se reeleito, vai editar um decreto para garantir o cumprimento do artigo 220 da Constituição, que trata da liberdade de expressão. Ao longo do mandato de Bolsonaro, o Supremo abriu diversos inquéritos para investigar fake news e atos antidemocráticos.

"Vou falar uma coisa que eu não queria falar aqui. Eu sendo reeleito, baixo um decreto no dia seguinte. Sabe o que seria esse decreto? Cumpra-se o artigo 220 da Constituição. E, quem for contra, eu vou enquadrar por abuso de autoridade. Ponto final. O que é o artigo 220? É sobre liberdade de expressão", disse o chefe do Executivo. "Alguns ainda vão pegar esse recorte meu e vão falar 'olha, como ele é ditatorial'. Cumpra-se o artigo 220 da Constituição. A Constituição é a nossa carta da democracia", emendou, ao criticar os manifestos pela democracia que foram lançados por diversos setores da sociedade após ele ter reunido embaixadores estrangeiros no Alvorada, em julho, para pôr em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas.

A Polícia Federal (PF) abriu nesta quinta-feira (13) uma investigação formal sobre os institutos de pesquisa eleitoral.

A Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários no Distrito Federal vai tocar o caso.

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O inquérito foi requisitado pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, a partir de uma representação da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Ministério da Justiça afirmou que "a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa".

Após o resultado do primeiro turno das eleições, Bolsonaro disse que "venceu a mentira" e que o resultado "desmoralizou" os institutos que fazem pesquisa de intenção de voto. Ele recebeu 43,2% dos votos válidos e vai disputar o segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os últimos resultados divulgados antes da votação previam que Bolsonaro receberia com 36% ou 37% dos votos válidos.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, as pesquisas apontavam a liderança de Fernando Haddad (PT), que terminou em segundo lugar, atrás do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Pesquisadores ouvidos pelo Estadão dizem que não há explicação única para as divergências entre as pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera do primeiro turno e os resultados das urnas no domingo, 2. As hipóteses apresentadas incluem questões estatísticas, as metodologias dos levantamentos e mudanças no comportamento dos eleitores.

As diretoras do Datafolha, Luciana Chong, e do Ipec, Márcia Cavallari, principais institutos de pesquisa do País, atribuíram o fôlego do presidente a um possível voto útil no bolsonarismo na reta final do primeiro turno. O posicionamento dos institutos é o de que a pesquisa eleitoral é um retrato do momento e os resultados podem sofrer alterações até o momento efetivo da votação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (7) prorrogar por mais 90 dias o inquérito das milícias digitais. A investigação se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para espalhar ataques contra a democracia.

O despacho cita que há "diligências em andamento", sem especificar quais. A investigação foi aberta em julho do ano passado e já havia sido prorrogada quatro vezes.

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"Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (6 de outubro de 2022), o presente inquérito", escreveu o ministro.

A investigação das milícias digitais foi aberta a partir do compartilhamento do material colhido no inquérito dos atos antidemocráticos. A suspeita é que apoiadores do presidente tenham se organizado nas redes sociais para incentivar ataques contra as instituições democráticas. A Polícia Federal (PF) também investiga se a articulação da base bolsonarista envolveu dinheiro público. O presidente Jair Bolsonaro (PL) está entre os investigados.

Mais cedo, Bolsonaro voltou a subir o tom contra Moraes e disse que o ministro está "o tempo todo usando a caneta para fazer maldade".

O Ministério Público Eleitoral acionou o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás para que o cantor sertanejo Gusttavo Lima e a Casa de Carnes Frigorífico Goiás sejam condenados ao pagamento de multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular. A ação está ligada ao uso, em maio, de um helicóptero totalmente adesivado nas cores verde e amarelo, com a mensagem 'Bolsonaro Presidente'.

A representação foi anunciada pela Procuradoria nesta segunda-feira, 3, um dia após o primeiro turno das eleições, mas a petição foi apresentada ao TRE na quinta, 27. A empresa que figura no polo passivo da ação é a mesma que recebeu ordem da Corte regional eleitoral no domingo, 2, para suspender uma promoção de carnes nobres por R$ 22 o quilo, em alusão ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro.

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O Ministério Público Eleitoral em Goiás determinou nesta segunda-feira, 3, que a Polícia Federal abra inquérito sobre a promoção batizada 'picanha mito'.

Com relação à representação que também atinge o cantor Gusttavo Lima, a avaliação do procurador regional Eleitoral auxiliar José Ricardo Teixeira Alves é a de que, com o sobrevoo do helicóptero adesivado em uma motociata de Bolsonaro em Goiânia, em maio, foi feita propaganda eleitoral 'por meio de plotagem em aeronave privada, com claro efeito "outdoor" e em período vedado'.

"O Frigorífico Goiás e Gusttavo Lima são responsáveis pelo ilícito eleitoral. O primeiro como proprietário do helicóptero e o segundo como cantor de fama nacional e internacional que cedeu sua imagem à empresa e dela fez uso extensivo nas circunstâncias do caso", diz Teixeira.

O MP argumenta que, 'o efeito visual de outdoor pressupõe um engenho publicitário de dimensão razoável, com grau de sofisticação no material empregado, além de ser fixado em locais públicos de grande fluxo de pessoas'. Para o órgão, o adesivo do helicóptero em questão tem 'nítida conotação eleitoral, por veicular em meio proscrito o nome de um pretendente a cargo no ano das eleições, sobretudo pelo apoio público e notório do cantor Gusttavo Lima ao atual presidente'.

"Embora o texto não contenha pedido explícito de voto, o apelo eleitoral é franco e deliberado, diante da evidente intenção de influenciar na formação de vontade dos eleitores, visando às Eleições de 2022", pondera Teixeira.

O MP Eleitoral de Goiás informou que tomou conhecimento sobre o helicóptero pivô da ação ainda em maio, com a informação de que a aeronave totalmente adesivada estava no heliponto da loja Frigorífico Goiás, no setor Sul de Goiânia. Segundo a Promotoria, a lei eleitoral só permite a adesivação em veículos e janelas residenciais quando a peça tem até meio metro quadrado.

Com as imagens do helicóptero em mãos, o MP chegou a cobrar explicações do cantor sertanejo e da empresa. Gusttavo Lima informou que, à época, ele e o frigorífico tinham um um contrato de uso de imagem, que posteriormente foi rescindido. Já a aeronave acabou transferida para outra empresa em agosto, diz o MP.

COM A PALAVRA, O CANTOR E O FRIGORÍFICO

Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com Gusttavo Lima e a Casa de Carnes Frigorífico Goiás, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu arquivar parcialmente um inquérito que investigava denúncias de corrupção contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). A investigação foi analisada no plenário da Corte, em sessão virtual na sexta-feira (2), e a maioria do colegiado optou pelo arquivamento. No caso, FBC era suspeito de ter recebido cerca de R$ 10 milhões em propina de empreiteiras, durante as obras de transposição do Velho Chico, quando o parlamentar era ministro da Integração Nacional no governo de Dilma Rousseff (PT). 

Sete dos 10 ministros foram favoráveis ao recurso apresentado pela defesa de Coelho, contra uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso. Em novembro do ano passado, Barroso rejeitou um pedido de arquivamento da apuração, feito pela Procuradoria-Geral da República, e enviou o caso para a Justiça Federal em Pernambuco. 

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O senador, que assumiu o primeiro mandato no Congresso em 2015, foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As atividades ilícitas, porém, teriam acontecido entre 2012 e 2014. No recurso, os advogados do senador pediram que fosse acolhida a proposta da PGR de arquivamento e contestaram o envio do caso para a Justiça Federal. 

A análise dos ministros não foi unânime. Na primeira sessão de julgamento, Barroso defendeu que o recurso da defesa de Bezerra fosse negado, mantendo o entendimento de que o trecho do inquérito que cita o senador deveria ser analisado pela Justiça Federal em primeira instância e que o juiz federal teria autoridade para decidir se o caso deveria ou não ser enviado à Justiça Eleitoral. Acompanharam o voto do relator as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia, além do ministro Edson Fachin. 

Já Gilmar defendeu que fosse acolhido parecer da Procuradoria-Geral da República e arquivado o feito contra o senador, assim, mantendo a decisão dentro da autoridade do Supremo; o último também foi defendido pelo ministro Alexandre de Moraes. No entanto, Mendes também mencionou a possibilidade de reabrir a apuração caso surjam novas provas. 

O voto de Gilmar Mendes foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli, André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. O sétimo voto favorável foi o de Ricardo Lewandowski, que acompanhou Moraes em sua defesa. Assim, o colegiado fechou a apreciação com sete votos contra quatro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta quarta-feira, 17, para o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir se aquiva a investigação sobre o vazamento de um inquérito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

A manifestação foi enviada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, que não aceitou os fundamentos usados pela PGR ao pedir o encerramento do caso.

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Como o ministro se negou a reconsiderar a própria decisão individual, a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo decidiu recorrer ao plenário.

"O Parquet, ao tempo em que reitera as razões das anteriores manifestações ministeriais quanto ao arquivamento deste inquérito e de seus incidentes procedimentais, e considerando que, na data de 01 de agosto de 2022, já apresentou parecer ministerial sobre o agravo regimental interposto pela AGU em 06 de maio de 2022 (Petição nº 33058/2022), requer seja o referido recurso submetido ao órgão colegiado do Pretório Excelso", diz um trecho da manifestação.

A investigação foi aberta para apurar se o presidente cometeu crime ao divulgar a íntegra de um inquérito da Polícia Federal (PF) sobre uma invasão ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. O material foi disponibilizado nas redes sociais em uma tentativa de colocar sob suspeita a segurança das urnas eletrônicas, embora o delegado responsável pela investigação vazada não tenha encontrado inícios de manipulação de votos ou fraudes eleitorais. O TSE também informou que o ataque não apresentou qualquer risco às eleições.

De um lado, a Polícia Federal apontou crime de violação de sigilo, mas deixou de indiciar Bolsonaro em razão do foro por prerrogativa de função. Do outro, o procurador-geral da República Augusto Aras pediu o arquivamento do caso, sem oferecer denúncia, sob o argumento de que o material divulgado não estava protegido por sigilo e que os atos públicos devem obedecer ao princípio da publicidade.

O rumo do inquérito gerou uma queda de braço entre Moraes e a PGR. Mesmo após o pedido de arquivamento da investigação, o ministro cobrou da PF a elaboração de um relatório sobre as mensagens obtidas a partir da quebra de sigilo do coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro e que também é investigado no caso. Em sua decisão, Moraes afirmou que o documento é "essencial para a completa análise dos elementos de prova".

A PGR reagiu: reiterou o pedido de arquivamento e disse que o ministro "violou o sistema acusatório".

Em sua decisão final, o ministro afirmou que o Ministério Público tem a palavra final para decidir se oferece ou não denúncia, mas que a prerrogativa não vale para a fase de investigação. Moraes disse ainda que houve uma mudança de posicionamento da PGR e que esse recuo aconteceu fora do prazo.

"Não bastasse a ocorrência da preclusão temporal, comportamentos processuais contraditórios são inadmissíveis e se sujeitam à preclusão lógica, dada a evidente incompatibilidade entre os atos em exame, consubstanciados na anterior aceitação pela Procuradoria Geral da República com as decisões proferidas - tendo manifestado por cinco vezes sua ciência - e sua posterior irresignação extemporânea", escreveu.

Quatro requerimentos do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) foram aprovados nesta terça-feira (9) pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). Um desses requerimentos, o REQ 40/2022-CTFC, prevê audiência pública sobre o “conflito de opiniões” em relação ao inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura o uso de fake news para atacar membros do Judiciário — que está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. 

Girão alega que "a instauração do inquérito nº 4781, aberto de ofício por decisão do ministro Dias Toffoli, foi uma clara violação dos mais básicos ditames que regem o devido processo legal no âmbito do seu regular sistema acusatório. Na prática, a mais alta Corte de Justiça passou a ser a vítima, o investigador e o juiz no caso, já que vai decidir sobre fake news, ataques e ofensas a ela própria”. 

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O senador propõe que sejam convidados para o debate o ministro Alexandre de Moraes; o procurador-geral da República, Augusto Aras; a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge; o ex-procurador da República Deltan Dallagnol; e o jurista Ives Gandra Martins; entre outros. Por meio do REQ 43/2022-CTFC, que foi aprovado, Girão pediu que Bruno Bianco Leal, advogado-geral da União, fosse acrescentado à lista de convidados. 

Viagem a Portugal

Também foi aprovado o requerimento para que o ministro do STF Ricardo Lewandowski e oito ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) “prestem esclarecimentos sobre viagem a evento recente em Portugal". De acordo com Girão, a viagem foi paga por "empresas com litígios bilionários na área de falência, pendentes de julgamento por esses magistrados” (REQ 42/2022-CTFC). 

Ao justificar seu pedido, o senador afirma que “em toda a história do Judiciário brasileiro, em especial da Suprema Corte de Justiça brasileira, nunca existiram tantos e sucessivos desvios de conduta de magistrados, atitudes totalmente incompatíveis e que ferem de morte pelos menos dois dos princípios basilares do código de ética da magistratura, que são o da total imparcialidade e o da independência”. 

O requerimento prevê que sejam convidados para prestar esclarecimentos os ministros Ricardo Lewandowski, do STF; e os ministros João Otávio de Noronha, Marco Buzzi, Paulo de Tarso Sanseverino, Moura Ribeiro, Raul Araújo, Ricardo Cueva, Ribeiro Dantas e Gurgel de Faria, todos do STJ. 

Mensalão

Outro requerimento aprovado na CTFC foi o REQ 45/2022-CTFC, para realização de audiência pública com o publicitário Marcos Valério, envolvido no escândalo do mensalão, para que ele esclareça declarações supostamente dadas à Polícia Federal. 

Eduardo Girão alega que, segundo vários meios de comunicação, Marcos Valério teria dito à Polícia Federal que o PT "mantinha relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a principal facção criminosa do país, por meio do recebimento clandestino de dinheiro de empresas de ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos, e que, neste último caso, os repasses financeiros ao partido seriam uma forma de lavar recursos do crime organizado". 

 

*Da Agência Senado

O desembargador Marcio Kayatt, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, acolheu pedido da defesa do ex-juiz Sérgio Moro e de sua mulher, Rosângela, e suspendeu o inquérito policial instaurado para apurar suposta fraude e ma-fé na mudança de domicílio eleitoral do casal, de Curitiba para São Paulo - a transferência do ex-juiz foi barrada pela corte. A decisão tem validade até que o TRE analise o mérito do habeas corpus impetrado por Moro e Rosângela contra a investigação.

A decisão foi proferida na tarde desta terça-feira, 26, no âmbito de um recurso impetrado pela defesa de Moro e Rosângela contra decisão do Juízo da 5ª Zona Eleitoral de São Paulo, que manteve o trâmite de inquérito aberto para apurar suposta inscrição fraudulenta de eleitor. O casal alega que não há 'justa causa' para a continuidade da investigação 'pela atipicidade dos fatos e pela inexistência de demonstração mínima de dolo na conduta'.

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Ao analisar o caso, Kayatt ponderou que, apesar de o crime sob suspeita não demandar 'nenhuma finalidade eleitoral específica para sua configuração, e, portanto, dispense a demonstração de qualquer liame doloso específico', as informações do processo indicam, 'em um exame superficial', que o requerimento de transferência eleitoral 'não se deu por meio de um expediente ardil'.

O desembargador registrou que, no julgamento em que a corte eleitoral barrou a transferência eleitoral de Moro e Rosângela, 'em momento algum provou-se, ou mesmo chegou-se a alegar, eventual conduta ardilosa' do casal.

Segundo o magistrado, a decisão do TRE teve por fundamento 'único e exclusivo' a compreensão da maioria dos integrantes do colegiado de que o ex-juiz 'não se desincumbiu de provar o vínculo efetivo com o pretendido domicílio para o qual pretendia se transferir'.

O magistrado registrou ainda que o voto do relator de tal julgamento registrou que 'não se estava ali a atribuir a Sérgio Moro qualquer conduta de má-fé'. Além disso, Kayatt frisou que no caso de Rosangela, 'ao menos até o presente momento, sequer houve alguma impugnação da transferência de seu domicílio eleitoral'.

"De mais a mais, o prosseguimento dos procedimentos acaba por representar perigo de lesão ao direito dos pacientes de não serem objeto de investigações destituídas de justa causa, o que, em tese, pode caracterizar constrangimento ilegal", ponderou.

 O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu inquérito para investigar as acusações de assédio moral e sexual feitas ao ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, que pediu demissão do cargo no mês passado após o surgimento das primeiras denúncias. 

O caso era acompanhado pelo MPT por meio de um procedimento preliminar. Na segunda-feira (25), uma portaria assinada pelo procurador do trabalho Paulo Neto transformou a apuração em inquérito civil para aprofundamento do caso.   

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No comando da instituição desde janeiro de 2019, Guimarães pediu demissão após um site de notícias publicar, no dia 28 de junho, denúncias de funcionárias de carreira da Caixa que o acusavam de assédio sexual e moral. 

Guimarães foi substituído no cargo pela economista Daniella Marques, que era secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.   

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Pedro Guimarães e aguarda retorno.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid, reagiu ao pedido de arquivamento das apurações contra o presidente Jair Bolsonaro no âmbito das investigações da comissão por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR). O parlamentar afirmou que vai peticionar novamente o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar o requerimento e pedir a abertura de um inquérito por prevaricação dos procuradores envolvidos no caso, se as denúncias de fato forem engavetadas.

Nesta segunda-feira (25), a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu ao STF o arquivamento de denúncias contra o presidente e seus aliados, como as que atribuem a ele supostos crime de charlatanismo, prevaricação, crime de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

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O relatório final da CPI da Covid imputou ao chefe do Executivo nove crimes, ao todo, além de sugerir outros 67 indiciamentos. As denúncias têm como base a gestão do governo federal ao longo da pandemia.

Além de contestar a decisão da vice-procuradora-geral, Randolfe disse que quer informar o STF o que chamou de "ação sorrateira" e "modus operandi" da PGR, que travou a abertura de inquérito com base no relatório da CPI e, segundo ele, teria evitado envolver a Polícia Federal no caso.

O senador também pediu a manifestação pessoal do procurador-geral Augusto Aras sobre as apurações e, caso o arquivamento seja de fato confirmado, sugeriu abertura de um novo inquérito contra ele e a vice-procuradora por prevaricação. A avaliação é que o requerimento teria sido feito por Araújo para evitar desgaste de Aras.

Em entrevista à Rede Globo, o senador Omar Aziz (PSD-AM), ex-presidente da CPI da Covid, também criticou a paralisação das investigações e voltou a acusar o presidente de charlatanismo, uma das imputações que a vice-PGR sugeriu ausência de crime. Segundo Lindôra, "não há indícios mínimos de que Bolsonaro detinha o conhecimento e o domínio epistemológico, à época, da suposta 'absoluta ineficácia' dos fármacos cloroquina e hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus".

O inquérito conduzido pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) contra o anestesista Giovanni Quintella Bezerra não identificou a presença de sêmen na gaze usada pelo acusado após estuprar uma gestante durante o parto, no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. A investigação indiciou o médico por estupro de vulnerável e foi enviada à Justiça nessa terça-feira (19).

Depoimentos concedidos à Polícia Civil apontaram que o anestesista, de 31 anos, limpou o rosto da parturiente e o próprio pênis com a gaze que foi recolhida pela equipe de enfermagem e enviada à perícia. O laudo não identificou sêmen, mas a integridade da coleta pode ter sido comprometida, pois o tecido foi jogado no lixo e passou por diversos recipientes antes de ser entregue às autoridades.

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A equipe de enfermagem já desconfiava da postura de Giovanni e escondeu um celular dentro da sala de procedimento para filmar o parto. Segundo a análise, no vídeo de 1h36m20s, o médico espera o marido da paciente sair da sala e, 50 segundos depois, dá início ao estupro. Ele põe o pênis para fora e ejacula em um intervalo de 9 minutos.

O anestesista segue preso em Bangu 8 desde o último dia 12 e também é investigado por outros cinco casos de abuso no ambiente de trabalho.

Após a Polícia Civil do Paraná apresentar à imprensa suas conclusões sobre o assassinato do líder do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), os advogados que representam a família da vítima emitiram nota na qual fazem considerações e apontam dúvidas a respeito de como a investigação foi conduzida.

No documento, os advogados ressaltam não ter tido acesso oficial ao relatório de conclusão, mas que souberam, pela imprensa, que a polícia descartou motivação política no crime, o que provoca espanto. Para eles, essa conclusão é fruto de um trabalho de investigação “recheado de contradições e imprecisões”.

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“Por certo, a necessária continuidade das investigações demonstrará que a nossa convicção quanto às motivações políticas do assassinato. Como o autor do fato vai até a festa de Marcelo – evidenciado o conteúdo político do evento – senão para impedi-lo ou frustrá-lo? Faria o mesmo se fosse um aniversário sem conteúdo político decorativo?”, questionam em um trecho do documento.

Por fim, os advogados Daniel Godoy Junior, Paulo Henrique Guerra Zuchoski, Andrea Pacheco Godoy e Ian Martin Vargas apontam uma série de pontos que os “afligem e despertam dúvidas consistentes”.

São eles:

a) A não concessão de vistas e acesso ao inquérito no âmbito da Policia Civil, aos advogados das vítimas, violando o art. 7º, XIII e XIV da Lei 8906/94; por parte da autoridade policial;

b) O não atendimento, pela autoridade policial, de requerimento de produção de provas por familiares, sequer o respondendo, favorável ou desfavoravelmente;

c) O não atendimento, imotivado, pela autoridade policial, de cota do Ministério Público para que fosse oportunizado a família a indicação de testemunhas;

d) A entrega de relatório sem a conclusão de perícias nos bens apreendidos, celular do criminoso, DVR do clube e veículo do autor do crime;

e) A antecipação desmotivada, em 04 dias, do prazo de conclusão do relatório do inquérito policial, observadas as pendências acima;

f) O afastamento açodado e desfundamentado da motivação política evidenciada;

g) Estão sendo respeitados os direitos dos familiares, também vítimas e da sociedade, que espera o respeito as Leis e as Convenções?

h) Cui bono? (A quem beneficia?)

Com informações da Agência PT

A Polícia Federal solicitou a quebra de sigilo telemático do filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, que é investigado por suspeita de tráfico de influência. No entanto, o pedido foi rejeitado pela Justiça Federal do Distrito Federal. 

Segundo O Globo, a solicitação foi feita no final do ano passado e tinha como objetivo acessar registros como e-mails, diálogos salvos na nuvem e outros tipos de arquivos. 

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Mas o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, entendeu que os elementos apresentados pela PF eram insuficientes para a autorização da quebra do sigilo.

Jair Renan é investigado pela possível prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A polícia apura se o jovem atuou junto ao Governo Federal em benefício de sua própria empresa, a “Bolsonaro Jr Eventos e Mídia”. O inquérito foi aberto em março do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade) confirmou que conseguiu a última assinatura necessária para a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC. 

A 27ª assinatura necessária para a apresentação do pedido foi do senador Giordano (MDB). "Vamos passar a limpo o 'Bolsolão do MEC' e demais escândalos de corrupção desse governo na Educação", afirmou Randolfe. 

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Governistas já trabalham para impedir a abertura da CPI no Senado e ameaçam, até, entrar na Justiça se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), autorizar a instalação da CPI do MEC e não colocar outras em funcionamento. Os pedidos de CPI da ala governista incluem a investigação de obras inacabadas deixadas pelos governos do PT, da atuação de organizações não governamentais na Amazônia e do narcotráfico em fronteiras, todas elas com pedidos já apresentados.

A juíza Tania da Silva Amorim Fiuza, do Departamento de Inquéritos Policiais do Fórum da Barra Funda, acolheu parecer do Ministério Público de São Paulo e determinou o arquivamento do inquérito policial contra o senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO), filho da também senadora Kátia Abreu (PP-TO), por suposto estupro de uma modelo de 22 anos. Segundo a Promotoria, ao longo das apurações, "não foi possível identificar a prática de violência, própria ou imprópria" por parte do parlamentar.

A investigação foi aberta após a modelo registrar boletim de ocorrência no 14º Distrito Policial de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, em novembro de 2020, relatando ter conhecido o parlamentar durante um almoço no Jockey Club, na zona sul da capital paulista. Na sequência, segundo o registro da ocorrência, os dois seguiram para a casa noturna Café de La Musique, onde ela teria sido dopada, perdido a consciência e acordado em um flat, no Itaim Bibi, já sendo abusada.

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No parecer em que pediu o arquivamento da apuração, a promotora de Justiça Eliana Faleiros Vendramini Carneiro registrou que, em um primeiro momento, quando a modelo e o senador estiveram no restaurante no Jockey, "ninguém presenciou nada de errado". Ainda de acordo com a promotora, a modelo e Irajá foram "entabulando seus encontros de maneira voluntária".

Segundo Eliana Faleiros, "embora a vítima tenha reportado ter 'sentido um apagão' já no Café de La Musique e ter recobrado a consciência na cama do flat, é possível ver em imagens das câmeras de segurança do flat chega no local andando sozinha, entrando no elevador, onde mexe sozinha em seu celular e conversa com o senador".

O parecer da Promotoria registra que a recepcionista do flat relatou que tanto o parlamentar como a modelo estavam alcoolizados e que esta última chegou a perguntar 'onde estava'. O MP diz ainda que um vizinho "contou o mesmo fato, mas afirmou que "não viu nada de estranho" e que "a moça aparentava estar mexendo no celular", ao perguntar onde estava, e, após ser informada pelo senador, entrou no elevador e subiu'.

Na avaliação de Eliana, considerando "os atos inequívocos da vítima, anteriores ao momento em que afirma ter tido um 'apagão', bem como a forma como agiu até adentrar ao quarto comum", não há "elementos que informam algum crime", ainda que a modelo "tenha sido acometida de algum mal posterior".

"Não se olvida todo o desespero da vítima, ao sair do flat, e registrado em seu aparelho celular e dos amigos a quem pediu ajuda, mas nenhum elemento dos autos traz indícios de que a vítima tenha tido eventual resistência diminuída ou impossibilitada por um ato do investigado. Esse nexo causal não existe nos autos", registrou a promotora.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A defesa do Senador da República Irajá Silvestre Filho REAFIRMA, como sempre fez questão de ressaltar, que ele jamais cometeu qualquer ilícito, atitude imoral ou inadequada. O arquivamento do Inquérito Policial é a maior prova disso. Todas as provas evidenciaram de que não houve qualquer violência ou abuso, bem como se reconhecendo que a acusação era leviana.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) comunicou que, devido ao Governo do Estado aprovar novo concurso público para a Polícia Militar em 2022, será solicitada, por meio da 143ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, uma intervenção para que o estado seja obrigado a realizar a convocação dos aprovados no certame realizado em 2021.

O órgão ainda ressalta que compete às suas atribuições a Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa, sendo preciso investigar possível ato de improbidade administrativa.

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O procedimento judicial realizado pelo MPCE foi iniciado após a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aespe/CE) determinar, por meio do Diário Oficial do Ceará, no dia 27 de maio, os trâmites legais para a formação de comissão responsável por executar um edital de concurso público em 2022 para o preenchimento de 1000 vagas para o cargo de Soldado da Polícia Militar do Estado do Ceará.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse, na segunda-feira (13), que tinha feito acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no ano passado, para que ele encerrasse o inquérito das fake news. De acordo com Bolsonaro, o acerto teria ocorrido após as manifestações de 7 de Setembro, quando ele aceitou divulgar uma "Declaração à Nação", na qual recuava dos ataques feitos a Moraes, a quem havia chamado de "canalha".

Na semana passada, ao criticar Moraes - que é relator do inquérito das fake news -, Bolsonaro já havia mencionado a existência desse acordo, sem dizer do que se tratava.

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O ex-presidente da República Michel Temer - que ajudou a redigir a carta divulgada dois dias após o 7 de Setembro, a pedido do próprio Bolsonaro - desmentiu o sucessor, afirmando, em nota, não ter havido "condicionantes" para a produção daquele texto.

Na carta, Bolsonaro sustentava não ter tido intenção de agredir "quaisquer dos Poderes" e destacava que suas palavras tinham sido ditas no calor do momento.

"Eu assinei a carta. Eu me descapitalizei politicamente. Levei pancada para caramba em troca de um cumprimento do outro lado da linha. Coisa simples até, sobre esse inquérito que não tinha cabimento", disse Bolsonaro na segunda-feira, diante do Palácio do Planalto.

Ao ser questionado por jornalistas se o acerto envolvia o encerramento do inquérito das fake news - que tem como alvo o presidente, seus filhos e aliados -, Bolsonaro confirmou. "Envolvia, sim. (Em) um ou dois meses, ia botar um ponto final. Lamentavelmente, do outro lado não veio nada. Lamentavelmente", insistiu. "Tínhamos o risco do Trovão voltar para cá, ser preso e o Brasil parar. Como vamos tratar o caso do Trovão? (Moraes disse) 'Eu vou tratar dessa maneira'. Foi discutido ali. E nada foi cumprido. Nada, zero", completou.

A referência de Bolsonaro é a Zé Trovão, líder dos caminhoneiros e apoiador do governo. Ele teve a prisão decretada por Moraes, antes mesmo das manifestações de 7 de Setembro.

Foi acusado de incentivar atos antidemocráticos e chegou a ficar foragido no México. A prisão de Zé Trovão foi revogada e hoje ele usa tornozeleira eletrônica.

Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Moraes não se manifestou até o fechamento deste texto, no fim da noite de segunda-feira.

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