Tópicos | introdução

A redação do Enem tem um grande peso na composição final da nota final do estudante, seja no Sisu ou em outros programas, como o Fies, o Prouni e seleções realizadas por instituições de ensino que aceitam a nota do exame. Conseguir uma nota alta, contudo, requer muita preparação, esforço e o conhecimento sobre o que pede o gênero textual dissertativo-argumentativo, visto que a correção dos textos é rigorosa. 

Uma evidência desse fato é a queda que vem acontecendo no número de estudantes que conseguem atingir a sonhada nota mil: em 2016, 77 pessoas conseguiram obter a nota máxima, número que caiu para 28 em 2020 e, mais recentemente, 22 na edição 2022 do exame.

##RECOMENDA##

Todas as partes do texto são importantes para que a sua redação tenha coesão e coerência. A conclusão, contudo, costuma trazer muitas dúvidas aos estudantes que ficam confusos em busca de boas ideias para fechar o texto após todo o desenvolvimento de sua argumentação. 

Para ajudar você, trouxemos dicas do professor de redação e linguagens Isaac Melo, que explicou o que é importante para arrasar no fechamento do seu texto e, assim, poder sonhar com uma boa nota, talvez até fazer parte do grupo de alunos que alcançaram os mil pontos.

Elementos da conclusão

O professor Isaac explica que, ao falarmos sobre conclusão, nos referimos ao último parágrafo da dissertação-argumentativa, onde são analisados certos elementos como, por exemplo, o mecanismo linguístico. “Ele assinala para o leitor que se trata de um parágrafo conclusivo. Logo, conjunções conclusivas (assim, portanto, logo) são fundamentais na conclusão de um texto”, explica o professor. 

Além disso, é preciso que o estudante retome algumas das teses desenvolvidas ao longo do texto, de maneira que o corretor perceba que o aluno mantém suas ideias dentro do que foi sugerido na proposta do tema. 

Vale lembrar que a redação do Enem especificamente também exige que a conclusão apresente uma proposta de intervenção que dê conta dos argumentos apresentados na etapa de desenvolvimento. “Há estudantes que fecham essa conclusão retomando o repertório sociocultural já usado no texto. É valido também, mas não é obrigatório”, disse Isaac.

Proposta de intervenção

Uma boa proposta, de acordo com o professor, responde a quatro perguntas: “quem vai fazer a proposta de intervenção?”, “o que vai ser feito na proposta de intervenção?”, “como essa proposta vai ser colocada em prática?” e “qual a finalidade do que está sendo proposto como intervenção?”.

“Os corretores estarão atentos a quem vai ser o ator social, qual ação será feita, como ela será posta em prática e qual a sua justificativa para ser efetuada como possível solução para determinados problemas”, aponta Isaac Melo.

Contudo, o professor faz um alerta: a banca corretora do Enem obriga que uma (apenas uma) dessas perguntas venha detalhada. Ele nos apresenta um exemplo de como esse detalhamento pode ser planejado pelo estudante:

“Um aluno que indica uma palestra para ser feita precisa detalhar como vai ser essa palestra. Especialistas serão convocados? Quais? Qual o público alvo? Por que será esse o público alvo? Haverá propagandas? O que vai ser apresentado nessas propagandas? Em que horário? Para que público? Chamando a atenção dos telespectadores de que forma?”.

Arcabouço cultural

O arcabouço cultural, as informações e conhecimentos dos estudantes são importantes para fazer uma boa redação e escrever bem todas as partes do texto. Com a conclusão não é diferente.

De acordo com o professor Isaac, a maior dificuldade dos estudantes não são retomar o tema, as teses nem utilizar conjunções conclusivas, mas elaborar a proposta de intervenção. “O problema do estudante é achar que precisa resolver o mundo em torno do tema. Não. Ele precisa focar nos problemas que ele apontou nos desenvolvimentos e somente nos desenvolvimentos”, disse ele. 

Assim, para ter uma boa conclusão, é preciso fazer bem o desenvolvimento, o que exige conhecimento vasto e uma boa argumentação. “É fundamental pensar em uma intervenção que ajude a sociedade a ser diferente. Então, na hora de escrever a conclusão a primeira coisa é pensar no que escreveu no corpo textual”, explicou o professor.

Outra dica do professor é o treino. “O estudante precisa praticar. A prática cria experiência, familiaridade com o gênero textual e, sobretudo, escancara os erros, fontes mais ricas para aprender a escrever. Depois do erro, o estudante fica pronto para os acertar”.

Estrutura da conclusão

Para ajudar a clarear as ideias, o professor Isaac Melo detalhou ainda como o aluno pode estruturar seu parágrafo de conclusão, do início até o final.

“A conclusão pode começar com uma conjunção conclusiva e, em seguida, uma retomada do tema ou das teses apresentadas no desenvolvimento 1 e no 2. Partindo dessa retomada, o estudante deve inserir as propostas de intervenção”, explicou o professor. 

Ele lembra que as propostas precisam cumprir algumas funções: “A primeira é ser completa, ou seja, apresentar resposta para todas as perguntas necessárias a  uma proposta de intervenção completa”. 

Já a segunda função da proposta é dar conta do que foi abordado nos desenvolvimentos da redação do estudante. “Por fim, a estrutura da conclusão deve fazer um fechamento que pode ser uma reflexão sobre as propostas, ou sobre o tema, ou retomar um dos repertórios socioculturais do texto”, explica o docente.

Estudantes que farão a edição 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sabem que garantir uma boa nota na redação pode ser um grande passo para a tão sonhada aprovação em uma instituição de ensino superior no próximo ano. Por isso, vale ficar atento a alguns elementos que não podem ficar de fora da produção textual, principalmente na introdução.

O texto dissertativo-argumentativo cobrado no Enem é dividido em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução nada mais é do que “uma estrutura que abre o texto com o intuito de resumir e dar uma prévia do que será tratado na redação”, explica o professor de redação Felipe Rodrigues.

##RECOMENDA##

De acordo com a também professora de redação Fernanda Bérgamo, há, na introdução, dois elementos obrigatórios: o posicionamento da compreensão do tema pelo produtor de texto e a opinião do estudante em forma de teses.

“Um exemplo clássico: o aluno tem que desenvolver uma redação sobre ‘O caos do sistema penitenciário brasileiro’. Ele posiciona o tema, que é o sistema penitenciário brasileiro, mostrando que compreende que a temática é um problema, confirmando a palavra ‘caos’, e, logo em seguida, apresenta as teses que vai desenvolver. Ele pode dizer, por exemplo, que há duas grandes causas que são as superlotações dentro dos presídios e a proliferação de doenças. São esses elementos obrigatórios da introdução” explica Bérgamo.

Quem deseja conquistar a nota 1000 na redação do Enem precisa, segundo a educadora, não se prender somente a esses dois elementos obrigatórios, mas também enriquecer a introdução com repertório sociocultural. “O vestibulando precisa colocar como plano de fundo na apresentação do tema o repertório sociocultural, que pode ser dados estatísticos, alusão histórica, uma citação de autoridade, menção a livros ou a filmes. Então, ele precisa enriquecer o posicionamento do tema como problema e com repertório para ter um ótimo primeiro parágrafo”, detalha.

Para exemplificar, o professor Felipe Rodrigues compartilhou, em entrevista ao LeiaJá, algumas introduções de redação com temas variados que abrangem, além dos elementos essenciais, repertório sociocultural. Confira abaixo:

Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.

“No filme brasileiro Nise - O coração da loucura, baseado em fatos reais, a história de uma psiquiatra que trabalha os estigmas e tratamentos mentais rudimentares, com amor e arte, revoluciona a década de 50. Fora das telas, essa realidade ainda é perpetuada na contemporaneidade, de maneira contraditória, haja vista que o preconceito à manutenção da saúde mental do país ainda é o cerne do problema. Nesse viés, a estigmatização pertencente ao ambiente escolar, além da questão do capacitismo são embates nacionais.”

Tema: As consequências da biopirataria no Brasil.

“A lenda do Curupira representa a cultura aborígene e proteção da fauna e flora nacionais, através de um ser mítico que defendia os valores tradicionais contra os exploradores. Essa realidade, para além do folclore, é um reflexo da cultura de exploração, inerente ao Brasil, cuja traz reflexos até a contemporaneidade. Nesse prisma, a biopirataria é um embate nacional, principalmente nos tocantes do desmatamento e tráfico de animais, congruentes à extinção.”

Tema: Alternativas para a ressocialização do menor infrator brasileiro

"O menino do pijama listrado, filme que retrata os impactos do nazismo, arremete o contexto visceral de uma criança presa num campo de concentração alemão, em confronto as suas nacionalidades e infância. Esse retrato cinematográfico reproduz uma realidade diferente, mas semelhante ao contexto nacional: o aprisionamento do infanto. Nesse prisma, deve-se avaliar que a educação, em formato de ressocialização, assim como o tratamento psicológico são embates a serem superados pela realidade carcerária brasileira, voltada aos menores infratores."

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a porta de entrada às universidades públicas e particulares do País, e para ter um bom desempenho na prova, é necessário que o candidato se prepare bem. Um dos momentos mais importantes do processo seletivo é a redação. 

 Alguns erros na produção textual acabam fazendo com que a nota do candidato baixe ou, até mesmo, que a redação seja zerada. Entre os erros, estão aqueles que podem ser encontrados, por exemplo, na introdução. Segundo o professor de Linguagens Felipe Rodrigues, um dos equívocos mais cometidos pelos candidatos na elaboração da introdução é não esclarecer o problema que será aprofundado no decorrer do texto. “Não deixar claro o problema a ser desenvolvido durante o texto. Sendo mais específico: esquecer suas problemáticas, cujas virão nos desenvolvimentos 1 e 2 (D1/D2), como assuntos destes parágrafos. Chama-se tese, este elemento tão esquecido (indico aos meus alunos a deixarem na última frase da introdução)”, conta.

##RECOMENDA##

Na introdução da redação deve-se evitar algumas atitudes. De acordo com Rodrigues, argumentar é uma delas. “Argumentar. Querer discutir um problema e expor um ponto de vista se configura como erro grave, pois o momento é de abertura do texto, informando quais pontos serão discutidos, inclusive, resolvidos na proposta de intervenção”, explica. 

Já um item que não pode deixar de ser acrescentado na introdução da redação é a tese, de acordo com Felipe Rodrigues. “Não pode faltar tese, sem dúvidas. Há um círculo vicioso entre os redatores em não deixarem a mesma clara, usando conectivos genéricos e dizendo que é algo brasileiro. Assim: ‘nessa ótica, avalia-se o problema no país’. Sejam claros, definam quais são os assuntos do D1/D2, pois, além de tudo, você será elegante, coerente com a tipologia e gênero: são, somente, 30 linhas”, declara.

Para finalizar, o professor de redação dá dica às pessoas sobre como fazer a introdução da redação do Enem. “Sigam uma ordem lógica. Abram a primeira frase com algum conteúdo referente ao tema, podendo ser da forma que o escritor escolher, tentando iniciar e dar o primeiro passo: fato histórico, um filme, música, livro, dado, obra de arte (...). Após, deixe bem claro o assunto do tema, no contexto atual brasileiro. Por fim, faça um desfecho da introdução, definindo dois problemas, cujos virão no D1/D2; como também, serão resolvidos na conclusão. Resumo do tema, mais tema na atualidade nacional, mais teses", conclui ele.

O projeto Vai Cair No Enem, em parceria com o LeiaJá, realizou uma livre sobre introdução para redação com a professora Tereza Albuquerque. Confira:

LeiaJá também

--> Saiba como o tema pandemia pode ser cobrado no Enem

 

Escolas e cursos preparatórios tiveram atividades presenciais suspensas em todo o Brasil devido à pandemia do coronavírus. Para muitos estudantes, a quarentena, além de proporcionar prevenção contra a doença, está servindo ao aprimoramento dos estudos na modalidade EAD. Isso é possível, por exemplo, com os conteúdos publicados pelo projeto Vai Cair No Enem.

Com o objetivo de ajudar os candidatos que estão em isolamento domiciliar, o Vai Cair No Enem realizou em seu Instagram, na segunda-feira (23), uma live com a professora de redação Tereza Albuquerque. Na ocasião, a educadora deu dicas sobre introdução. Confira, a seguir, o vídeo completo:

##RECOMENDA##

Os candidatos também podem consultar um material disponibilizado pela professora com explicações sobre a redação do Exame Nacional do Ensino Médio. Para mais dicas, siga o Vai Cair No Enem.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi realizado neste domingo (3), com a aplicação das provas de Redação, Linguagens e Ciências da Natureza. Na edição de 2019, o tema foi "democratização do acesso ao cinema no Brasil", assunto que surpreendeu muitos estudantes e professores da área.

O professor de redação e linguagens Diogo Xavier fez a prova e comentou a importância de realizar uma boa proposta de intervenção. Ele, que participou do Enem nesta tarde, fez seu texto sugerindo que o governo federal, através do Ministério das Comunicações, desenvolva parcerias com serviços de streaming (transmissão de vídeo via internet), como a Netflix, para descentralizar o acesso aos produtos cinematográficos.

##RECOMENDA##

“Foram duas propostas que eu coloquei. Uma é que o Ministério das Comunicações de alguma forma se alie à netflix. Citei como o streaming foi primordial para democratização dos filmes no Brasil. Então que o ministério se aliasse ao streaming e pudesse proporcionar a regiões mais longínquas e periféricas o acesso ao cinema”, disse o professor. 

A segunda proposta elaborada pelo professor sugere uma atuação da Justiça, por meio do Supremo Tribunal Federal, para impedir qualquer forma de desrespeito à liberdade da Agência Nacional de Cinema (Ancine). “A segunda foi que o Supremo Tribunal Federal, de maneira legislativa, impusesse uma norma punindo aquelas pessoas ou entidades que desrespeitem a liberdade de expressão e reprodução da Ancine para que a democracia constitucional do cinema possa ser respeitada”, disse Diogo.

Utilização de conceitos

Para a professora Maria Catarina Bózio, coordenadora de redação do Colégio Poliedro, o que surpreendeu foi o recorte específico da questão cultural. "O acesso à cultura de modo geral, contudo, foi um tema trabalhado por nós. Nossos alunos têm uma bagagem bastante grande pensando em conteúdos de educação básica, podendo usar conceitos como o da indústria cultural, de Adorno, e do capital cultural, de Pierre Bourdieu", explica. Assim, a professora não acredita que os candidatos teriam dificuldade no desenvolvimento do texto. "Eles acabam sendo grandes frequentadores do cinema ou mesmo de serviços de streaming como o Netflix", ressalta. 

LeiaJá também

--> Tema do Enem 2019: veja exemplos de textos para redação

--> Surpresos, professores explicam tema da redação do Enem

-->  MEC havia anunciado incentivo a cinemas acessíveis

A redação é uma das provas mais aguardadas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para ajudar quem quer se preparar para a parte discursiva do exame, o professor Felipe Rodrigues trouxe algumas dicas importantes sobre introdução.

Confira aula completa:

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Rabiscar as primeiras linhas de um texto nem sempre é tarefa fácil. Quando essa produção representa uma das provas mais importantes da vida de um aluno, a situação fica duplamente delicada. Na hora de pensar na introdução da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o aluno deve levar em consideração pontos importantes como a ideia central do tema, a clareza na hora de transmitir as frases e até mesmo a criatividade. 

A introdução faz parte da segunda competência da prova aberta. Ela é citada duas vezes nas dicas do manual de redação do Enem 2018. Na primeira, é destacada no quadro que caracteriza um texto dissertativo-argumentativo; na segunda, é apontada como um elemento que merece atenção no decorrer da escrita, afinal, o estudante deve seguir a coerência e não fazer um texto com introdução e conclusão que mostrem ideias diferentes.

##RECOMENDA##

Para a professora de redação Fernanda Pessoa, é importante que o tema seja observado atentamente. “Uma dica muito importante é o atendimento à necessidade de uma abordagem temática. O aluno pega o tema, tira o núcleo, a ideia central. No caso do ano passado se trazia a questão dos desafios da questão do surdo no Brasil. ‘Desafio’, ‘educação’ e ‘surdo’ eram as palavras principais, então baseados nelas a gente traz um projeto de texto”, explica. 

Confira outras dicas da professora Fernanda Pessoa sobre introdução na redação do Enem:

[@#video#@]

A Consumix Branding, uma das empresas que fazem parte do Porto Digital, oferecerá, entre os dias 29 e 31 de janeiro, um curso de introdução ao branding, voltado para empreendedores, empresários e profissionais de área da comunicação. As aulas serão ministradas no Porto Digital, pela fundadora da empresa e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Izabela Domingues. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pela internet

Os objetivos do curso são ensinar os fundamentos da gestão de marcas e mostrar como as transformações digitais mudaram as relações dos consumidores com as empresas. Entre os conteúdos que serão abordados estão a identidade de marca, equivalência de marcas, marcas ativistas, posicionamento de marca, transformação de negócios, território de marca e condutores de tendências e consumo.

##RECOMENDA##

Para a sócia-diretora da Consumix, Paula Dias, o branding precisa estar ligado ao DNA e ao propósito da empresa. “É um trabalho que envolve todos que se relacionam com a marca e deve considerar, especialmente, seus consumidores. Entender sobre gestão de marcas é potencializar negócios, considerando as forças da empresa, seu mercado e seus clientes”, comenta. 

Curso de Introdução ao Branding

Data: 29 e 31 de janeiro

Horário: 19h (dia 29) e 21h30 (dia 31)

Local: Rua do Apolo, nº 181, Recife Antigo

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando