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Manifestantes contrários ao governo do Sri Lanka desafiaram nesta quarta-feira (13) as bombas de gás lacrimogêneo, os jatos d'água e a declaração de estado de emergência para invadir o gabinete do primeiro-ministro, após a fuga do país do presidente Gotabaya Rajapaksa.

Os manifestantes exigem que o premiê Ranil Wickremesinghe renuncie ao mesmo tempo que Rajapaksa, que prometeu anunciar sua saída oficial nesta quarta-feira, depois de ser encurralado pela crise econômica e política mais grave da história desta ilha que fica ao sul da Índia.

Vários manifestantes romperam a barreira imposta pelos militares e invadiram o gabinete do primeiro-ministro com bandeiras do país, apesar da repressão da polícia e do exército com gás lacrimogêneo e água.

Outros manifestantes também invadiram a sede do principal canal de televisão público do Sri Lanka, o Rupavahini, e apareceram por alguns minutos no ar.

No sábado passado, uma multidão invadiu o palácio presidencial. O chefe de Estado havia deixado o local apenas alguns minutos antes. Nesta quarta-feira, Rajapaksa fugiu de avião para as ilhas Maldivas.

O primeiro-ministro Wickremesinghe, designado como presidente interino pelo Parlamento, pediu ao exército e à polícia que "façam o necessário para restabelecer a ordem", em um discurso exibido na TV.

"Os manifestantes querem impedir que eu cumpra minhas responsabilidades como presidente interino. Não podemos permitir que os fascistas tomem o controle", disse.

Pouco antes, um porta-voz do gabinete de Wickremesinghe anunciou a declaração de estado de emergência para enfrentar a situação do país.

A polícia anunciou um toque de recolher por tempo indeterminado na província Ocidental, onde fica a capital Colombo, para conter os protestos.

A Constituição prevê, em caso renúncia do presidente - o que Rajapaksa prometeu fazer durante o dia -, que o primeiro-ministro assuma o cargo de maneira interina até a eleição, pelo Parlamento, de um deputado para exercer a função de chefe de Estado até o fim do mandato em curso, novembro de 2024.

- Celebração -

Rajapaksa, de 73 anos, sua esposa e um guarda-costas deixaram o país a bordo de um avião Antonov-32 que decolou do aeroporto internacional de Colombo, afirmaram autoridades da imigração à AFP.

"Seus passaportes foram carimbados e eles embarcaram no voo especial da Força Aérea", disse uma fonte.

Uma fonte do aeroporto de Malé, a capital das Maldivas, confirmou à AFP a chegada do presidente cingalês, que foi levado para um local não revelado do arquipélago localizado ao sudeste do Sri Lanka.

O avião ficou mais de uma hora na pista sem poder decolar após uma confusão sobre a permissão para pousar nas Maldivas.

A multidão prosseguiu com a celebração no palácio presidencial em uma atmosfera festiva.

"As pessoas estão muito felizes porque estas pessoas roubaram nosso país", disse Kingsley Samarakoon, funcionário público aposentado de 74 anos.

"Roubaram muito dinheiro, bilhões", acrescentou.

Ao mesmo tempo, o idoso não tem muita esperança na capacidade do Sri Lanka de sair rapidamente da crise. "Como vão governar o país sem dinheiro? É um problema", afirmou.

- Sala VIP -

A saída do presidente foi complicada. Na terça-feira, ele foi rejeitado de maneira humilhante pelos agentes de imigração no aeroporto de Colombo.

Os funcionários do serviço de imigração negaram acesso à sala VIP para carimbar seu passaporte. Rajapaksa queria evitar o terminal público por medo da reação dos cingaleses.

Como não renunciou, Rajapaksa ainda goza de imunidade presidencial.

O chefe de Estado e sua esposa passaram a noite anterior à viagem em uma base militar próxima do aeroporto internacional, depois que perderam quatro voos com destino aos Emirados Árabes Unidos.

Seu irmão Basil, que pediu demissão em abril do cargo de ministro das Finanças, também não conseguiu embarcar em um avião com destino a Dubai.

Na fuga, o presidente deixou para trás uma mala repleta de documentos e 17,85 milhões de rupias (50.000 dólares), que foram entregues às autoridades.

Rajapaksa é acusado de péssima gestão da economia, o que levou o país a um cenário de caos e uma crise profunda por falta de divisas, o que torna impossível financiar as importações de produtos essenciais para a população de 22 milhões de habitantes.

O Sri Lanka declarou moratória da dívida de 51 bilhões de dólares em abril e está em negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber um empréstimo.

Além disso, o país quase esgotou suas reservas de combustível e o governo ordenou o fechamento das administrações não essenciais e das escolas para reduzir os deslocamentos.

Manifestantes invadiram neste sábado (9), a residência oficial do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, em Colombo. Segundo agências de notícias, eles pedem a renúncia do presidente em meio a crise econômica que o país enfrenta. Rajapaksa já não estava na residência oficial desde ontem, por motivos de segurança.

Os manifestantes arrombaram os portões em outros prédios do governo, como a secretaria presidencial e do Ministério das Finanças, mostraram imagens de TV. Militares e policiais tentaram impedir que os manifestantes entrassem nos edifícios, mas não conseguiram.

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O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe convocou uma reunião de emergência dos líderes do partido para discutir a situação e chegar a uma resolução rápida. Ele pediu ao presidente para convocar o Parlamento, de acordo com um comunicado. Wickremesinghe também foi transferido para um local seguro.

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A polícia do país havia imposta um toque de recolher em Colombo e em outras áreas urbanas da cidade na sexta-feira à noite, mas retirou neste no sábado em meio a objeções de advogados e políticos da oposição, que a chamaram de ilegal.

A embaixadora dos Estados Unidos no Sri Lanka, Julie Chung, pediu na sexta-feira que as pessoas protestassem pacificamente e que os militares e a polícia" dessem espaço para que eles pudessem se manifestar com segurança''. "O caos e a força não vão consertar a economia ou trazer a estabilidade política que os cingaleses precisam agora'', disse Chung em um tweet.

Crise - No mês passado, Wickremesinghe, afirmou que a economia do país entrou em colapso. Ele disse que as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) são complexas porque o país estaria falido.

Em abril, o Sri Lanka anunciou que estava suspendendo o pagamento de empréstimos estrangeiros devido a uma escassez dessas moedas. A dívida externa total do país é de US$ 51 bilhões, com previsão de crescimento de mais de US$ 28 bilhões até o final de 2027.

Primeiro-ministro renuncia

Depois que líderes do partido exigiram que o presidente renunciasse, o primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, concordou em renunciarao cargo ainda neste sábado. A decisão aconteceu após manifestantes invadirem a residência e o escritório do presidente na capital do país.

Segundo o porta-voz do premiê, Wickremesinghe disse aos líderes do partido que renunciará quando todos os partidos concordarem em formar um novo governo. Ele havia assumido o cargo em maio, após a renúncia do irmão mais velho do presidente.

O presidente, Gotabaya Rajapaksa, cuja família dominou a política no Sri Lanka por grande parte das últimas duas décadas, não realizou nenhum anúncio até o momento. Ele enfrenta o maior protesto ocorrido no país neste sábado, com a entrada de dezenas de milhares de pessoas na sua residência e no escritório oficial. Os manifestantes o consideram o responsável pela pior crise econômica do país e pedem que ele renuncie.

Não está claro se Rajapaksa estava dentro da residência no momento da invasão, mas as imagens mostraram centenas de pessoas dentro e fora da casa.

O Sri Lanka ficou sem reservas de divisas para a importação de itens essenciais como combustível e remédios, e a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que mais de um quarto dos 21 milhões de habitantes do país correm o risco de escassez de alimentos. A economia do país está em colapso e o governo suspendeu o pagamento de empréstimos estrangeiros. A dívida externa total é de US$ 51 bilhões, dos quais deve pagar US$ 28 bilhões até o final de 2027.

A crise econômica é um grande derrota para a nação asiática, que ainda lutava com o legado de guerra civil de três décadas. O conflito, entre o governo e os insurgentes Tamil Tiger, que assumiram a causa da discriminação contra a minoria étnica tâmil, terminou em 2009, mas muitas de suas causas subjacentes permaneceram, com a família Rajapaksa continuando a atender a maioria budista cingalesa.

Segundo as autoridades de saúde, pelo menos 42 pessoas ficaram feridas em confrontos com as forças de segurança na cidade neste sábado, depois que a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água contra manifestantes e disparou tiros para o ar para tentar dispersá-los.

Os protestos ocorrem há meses, mas a manifestação deste sábado é uma das maiores até agora, apesar de as autoridades terem imposto um toque de recolher noturno e parado os trens na tentativa de impedir que as pessoas chegassem à capital.

Na sexta-feira, a ONU pediu às "autoridades do Sri Lanka que mostrem moderação no policiamento de assembleias e garantam todos os esforços necessários para evitar a violência".

O ex-presidente Donald Trump tentou assumir o volante de uma limusine presidencial para juntar-se aos apoiadores que marchavam rumo ao Congresso no dia do ataque de 6 de janeiro de 2021, segundo testemunho de uma ex-assistente da Casa Branca, nessa terça-feira (28).

Cassidy Hutchinson, assistente-executiva do chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, revelou ao comitê parlamentar que investiga a invasão do Capitólio que, no fatídico dia, Trump entrou no automóvel presidencial após discursar para seus apoiadores durante um comício perto da Casa Branca.

"Eu sou o maldito presidente, me leve até o Capitólio agora", ordenou Trump, segundo Hutchinson, que ficou sabendo da história por outro funcionário da Casa Branca.

O advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, havia expressado preocupações legais com a possibilidade de Trump marchar para o Capitólio junto com seus apoiadores, disse Hutchinson.

"Seremos acusados de todos os crimes imagináveis se deixarmos isso acontecer", teria dito Cipollone, segundo a ex-assistente-executiva.

Hutchinson, que tinha acesso privilegiado a Trump e ao funcionamento interno da Ala Oeste da Casa Branca, testemunhou na sexta audiência de junho do comitê da Câmara dos Representantes que investiga o ataque de apoiadores do então presidente ao Capitólio, com o objetivo de impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

Em um dos depoimentos mais explosivos das audiências até agora, Hutchinson disse que Trump e alguns de seus principais tenentes estavam cientes da possibilidade de violência antes da tomada do Capitólio, contradizendo as alegações de que o ataque foi espontâneo e não teve nada a ver com a administração do magnata republicano.

"As coisas podem piorar muito"

Hutchinson disse que se lembrava de Meadows dizendo quatro dias antes da insurreição: "As coisas podem piorar muito em 6 de janeiro".

Ela acrescentou que conversou com Meadows após uma reunião na Casa Branca que contou com a participação do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani.

Hutchinson testemunhou que, depois dessa reunião, acompanhou Giuliani até o carro e o advogado perguntou se ela estava "animada" com o dia 6 de janeiro.

Quando ela perguntou o que aconteceria naquele dia, Giuliani "falou: 'Vamos ao Capitólio'", afirmou.

Ela acrescentou que Giuliani garantiu: "'Vai ser ótimo. O presidente estará lá. Ele parecerá poderoso. Ele estará com os membros (do Congresso). Ele estará com os senadores. Fale com seu chefe sobre isso. Ele sabe disso".

Hutchinson afirmou que mais tarde contou a Meadows o que Giuliani havia dito.

"(Meadows) não levantou os olhos do telefone e disse algo como 'Há muita coisa acontecendo, Cass, mas eu não sei. As coisas podem piorar muito em 6 de janeiro'", segundo testemunhou Hutchinson na audiência.

"Quando ouvi a opinião de Rudy em 6 de janeiro e depois a resposta de Mark, esse foi o primeiro momento em que me lembro de sentir medo e nervosismo sobre o que poderia acontecer", acrescentou.

Hutchinson disse ao comitê que ouviu os nomes dos grupos de extrema direita "Oath Keepers" e "Proud Boys" mencionados na Casa Branca naqueles dias.

Meadows e Trump estavam cientes da possibilidade de violência e que os apoiadores do presidente estavam armados quando se reuniram no The Ellipse, a área perto da Casa Branca onde ocorreu o comício de Trump antes do golpe, disse Hutchinson.

 "Quase não teve reação" 

Quando Meadows foi informado da violência no Capitólio, "quase não teve reação", segundo Hutchinson.

A vice-presidente do comitê de investigação, a republicana Liz Cheney, disse que o painel obteve relatórios da polícia de que pessoas no comício de Trump tinham facas, Tasers, spray de pimenta e objetos contundentes que poderiam ser usados como armas.

Vídeos policiais reproduzidos na audiência mostraram que outras pessoas foram ao comício com armas de fogo, incluindo rifles semiautomáticos AR-15.

Hutchinson esteve em contato com funcionários no estado da Geórgia, onde Trump fez pressão para que "fossem encontrados" votos suficientes para superar a margem de vitória de Joe Biden em uma conversa telefônica que é atualmente objeto de investigação criminal.

Segundo a emissora CNN, foi Hutchinson quem disse à comissão de inquérito que Trump manifestou aprovação aos cânticos de "enforquem Mike Pence" entoados pelos amotinados do Capitólio, entre outras afirmações surpreendentes que vieram à tona na audiência de abertura em 9 de junho.

O próprio Meadows se recusou a testemunhar perante o comitê desde que entregou milhares de mensagens de texto e outros documentos nos estágios iniciais da investigação.

A Câmara dos Representantes acusou Meadows de desacato em dezembro, mas o Departamento de Justiça decidiu não apresentar queixa contra ele.

O atual presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, afirmou que a descredibilização das urnas eletrônicas é uma estratégia para pressionar a volta do sistema com o voto popular controlado pelos candidatos. Antes de assumir o Palácio da Justiça, ele coordenou a preparação e a apuração das últimas eleições à Presidência da República como gestor do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-PE). 

Jamais foi comprovada nenhuma fraude que faça desconfiar das urnas e quem acusa o processo brasileiro não consegue apresentar provas. Para Figueirêdo, os políticos contra o sistema eleitoral se apoiam em uma controvérsia fictícia para "permanecer com espaço na mídia". "O sistema brasileiro é absurdamente inviolável", certificou ao LeiaJá.

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Ele reforçou que o processo já é auditável, mas a atuação para retrocedê-lo parte do interesse de reavivar “um voto secreto de araque”, no qual o papel facilitaria a compra de votos. "O cara quer um pedaço de papel como no passado para poder ver o voto e controlar o eleitor”, advertiu.

"O sistema eleitoral brasileiro é um motivo de orgulho do Brasil. Se tem duas coisas que o brasileiro deveria se orgulhar é das aeronaves para voos curtos da Embraer e do nosso sistema. São coisas que deveriam render homenagens porque os brasileiros fazem melhor que os outros", comparou o presidente do TJPE para valorizar as produções tecnológicas nacionais.

Mesmo que hackers já tenham invadido os computadores do Pentágono, da agência espacial americana (Nasa) e até mesmo do próprio sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o desembargador explica que as urnas e o processo de apuração não correm esse risco pois não são conectados à internet. Os invasores entraram por brechas na rede pública, mas não conseguiram nenhuma informação sigilosa do TSE, apenas dados públicos que podem ser solicitados nos portais da transparência como prestação de contas, folhas de pagamentos e lista de funcionários.

"Os computadores e as urnas eleitorais são totalmente desligadas. Quando você vai transmitir o resultado, você liga e os dados são transferidos em milésimos de segundos, como você vai fraudar um negócio desse? Ainda assim em rede própria", apontou Figueirêdo que acrescentou que a localização dos hackers foi rapidamente identificada no estado do Rio Grande do Norte.

O ex-presidente do TRE-PE, inclusive, estimulou o desafio proposto anualmente pelo próprio TSE, que convoca hackers e paga para tentarem invadir as camadas do sistema eleitoral. "Todo ano o TSE faz concurso para os hackers e paga para quem conseguir invadir. São mais de 30 barreiras para chegar lá e o máximo que vai chegar e na terceira. É uma coisa impossível. Não chegaram nem perto".

"A vitória será nossa", declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nesta sexta-feira (3), em um vídeo divulgado no Instagram, quando a invasão russa de seu país completa 100 dias.

"Os representantes do Estado estão aqui, defendendo a Ucrânia há 100 dias", declarou o presidente em um vídeo de 36 segundos gravado na sede da presidência, em Kiev, ao lado do primeiro-ministro Denys Chmygal e do líder do partido de governo David Arakhamia.

O presidente também estava acompanhado por Andriy Yermak, chefe do gabinete da presidência, e um de seus principais conselheiros, Mikhaylo Podoliak.

O vídeo foi divulgado no dia em que a invasão russa da Ucrânia completa 100 dias e recorda outra mensagem gravada por Zelensky no início da guerra, no mesmo local e ao lado de seus colaboradores para tranquilizar os ucranianos.

"Estamos aqui, nossos militares estão aqui, os cidadãos, a sociedade. Estamos todos aqui para defender nossa independência, nosso Estado", afirmou na ocasião Zelensky.

Em incursão realizada nesta terça-feira, 17, na terra indígena Apyterewa, no Pará, a Polícia Federal constatou a invasão, por parte de fazendeiros, em área onde estão duas aldeias do povo Parakanã. Os invasores, no entanto, se retiraram do local antes da chegada dos policiais.

As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF), que acionou a superintendência da corporação em Belém e o delegado da PF em Redenção - cidade mais próxima da Apyterewa - após receber denúncias de ameaças de invasão da terra indígena localizada entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira.

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A PF diz que não houve ameaças diretas aos indígenas, mas indica que os fazendeiros enviaram, na segunda-feira, 16, homens e animais para as proximidades de uma das aldeias.

"Segundo os indígenas da comunidade, os homens disseram que a aldeia deveria ser removida e que a terra era dos fazendeiros, numa tentativa de ocupar o território indígena. A tensão paira sobre outras aldeias na mesma área, onde vários invasores permanecem com rebanhos", informou o MPF em nota.

O órgão diz estudar medidas para garantir a segurança dos indígenas e informou ter pedido relatório da Polícia Federal sobre a incursão na área. A Fundação Nacional do Índio (Funai), também acompanha o caso.

O MPF recebe relatos de ameaças desde domingo, 15, quando foram enviados ao órgão áudios em que indígenas narram que foram avisados da organização, por fazendeiros, de equipes para atacar aldeias recém-abertas.

De acordo com a Procuradoria, a terra indígena Apyterewa foi homologada em 2007, sendo que em 2010, a Justiça Federal em Redenção ordenou ao governo federal que promova a "desintrusão - quando invasores são retirados de uma terra indígena que já passou por todas as etapas de demarcação". O órgão diz que tal medida chegou a ser prometida durante a fase de licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, mas nunca ocorreu.

Em 2020, os procuradores acionaram a Justiça novamente pedindo a imposição de multa à União e à Funai pela demora no cumprimento da decisão judicial. Até o momento a solicitação não foi analisada.

O MPF diz que, após a ordem judicial de "desintrusão" da Apyterewa, "grileiros com maior poder econômico investiram numa disputa judicial" para tentar "protelar a retirada dos invasores". Nos últimos anos, garimpos e serrarias foram reativadas dentro da terra indígena, indica o órgão. "Em 2020 e 2021, os invasores eram tantos e tão ousados que chegaram a atacar com bombas fiscais ambientais e servidores da Funai que trabalhavam na área", aponta o Ministério Público Federal.

No entanto, as investidas de invasores da terra indígena e de grileiros acabaram barradas também pelo Supremo Tribunal Federal, indicam os procuradores. Somente em 2022, a corte máxima negou pedido para reverter a ordem de "desintrução" da Apyterewa e até uma tentativa de anular a demarcação da reserva, proibindo, "definitivamente, a permanência de não indígenas na terra indígena", segundo o MPF.

Há 77 anos os soviéticos hastearam a bandeira vermelha na capital da Alemanha, Berlim. O ato foi realizado após a vitória das forças aliadas contra o eixo. Articulada nos escritórios dos comissários alemães, a Segunda Guerra Mundial teve seu início em 1939, mas logo tomou todo o continente europeu. O conflito se arrastou por seis longos anos até a batalha decisiva, em que os aliados marcharam em direção à capital do III Reich.

A guerra provocada pelo regime nazista já custara a vida de quase 55 milhões de pessoas e deixou a Europa arrasada. As perseguições sistemáticas a grupos sociais, religiões e etnias marcou na história o que ficou conhecido como holocausto. Ainda assim, o ministro da propaganda alemão, Joseph Goebbels, usou da propaganda para tornar as vítimas “culpadas”.

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Em 21 de abril de 1945 os primeiros batalhões soviéticos chegaram à periferia de Berlim. As tropas abriram fogo pouco após contra os prédios do governo. Tropas adjacentes avançavam pela região sul. Em 23 de abril, os bondes da capital pararam de circular. No dia seguinte (24), a capital recebeu um novo comandante militar, Helmuth Weidling.

Segundo o comandante, a capital dispunha de munição e suprimentos para 30 dias de guerra. Mas, como os depósitos se localizavam na periferia, o abastecimento tornou-se cada vez mais difícil à medida que as tropas conquistaram o território. “Nos dois últimos dias de combate, não tínhamos mais alimentos nem munição”, confessou o general. Em 25 de abril de 1945, o cerco se fechou, a “guerra total” havia chegado aos portões de Berlim.

As tropas soviéticas avançavam rapidamente enquanto os nazistas realizavam execuções de suas próprias tropas, os supostos “desertores”. Crianças de dez anos foram colocadas na linha de frente do conflito para enfrentar os tanques do Exército Vermelho. Os tanques alemães deram espaço a caminhões civis, adaptados para estarem no conflito. No dia 25 de abril, os soldados soviéticos e americanos encontraram-se em Torgau, para mostrar ao mundo que o império de Hitler estava prestes a ruir.

Os russos realizaram o esforço de tomar Berlim rua a rua, casa a casa. No lado alemão, a batalha final causou mais baixas do que os bombardeios na cidade. Em registros, o general Bersarin compartilhou: “Os Aliados despejaram 65 mil toneladas de bombas e nós usamos 40 mil toneladas de granadas em Berlim”. Os números podem conter exageros, porém, é possível ter uma dimensão da destruição.

Após cinco dias do cerco ter sido fechado em Berlim, Hitler se suicidou na chancelaria imperial, em 30 de abril de 1945. Ainda assim, a guerra não havia terminado. Karl Dönitz, almirante do exército alemão (1891 - 1980) assumiu o comando das tropas.

Em 48 horas após o suicidio de Adolph Hitler, o comandante Weidling ordenou o fim dos combates na capital e o rendimento das tropas alemãs. O Exército Vermelho hasteou a bandeira soviética em Berlim no dia 02/05/1945 sobre o Reichstag, a sede do parlamento alemão. Seis dias após a tomada da capital, o regime nazista declarou a rendição incondicional diante dos aliados.

Por Matheus de Maio

 

O antigo debate sobre a reforma da ONU, em especial de seu Conselho de Segurança, que não representa o mundo atual e não foi capaz de evitar a invasão russa da Ucrânia, se intensificou subitamente.

Recentemente, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, instou a ONU a excluir a Rússia do Conselho de Segurança e perguntou, sem rodeios: "Estão dispostos a fechar a ONU?" e abandonar o direito internacional? "Se sua resposta é não, então é preciso agir imediatamente".

E, depois que o Conselho de Segurança não foi capaz de evitar a invasão de seu país, disse, em outro discurso a legisladores japoneses: "Temos que desenvolver uma nova ferramenta".

Criada em 1945 para garantir a paz mundial e evitar uma terceira guerra mundial, a ONU conferiu a Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França um poder desproporcional, ao garantir-lhes um assento permanente e direito ao veto no Conselho de Segurança para que defendessem seus interesses e adotassem mão de ferro em questões mundiais.

Assim, desde 2011, Moscou exerceu seu veto no Conselho de Segurança umas 15 vezes em votações sobre a Síria, sua aliada.

Mas, paradoxalmente, o poder de veto também garante que a Rússia nunca possa ser eliminada do Conselho, pois o artigo 6 da Carta da ONU só permite à Assembleia Geral excluir um membro por recomendação do Conselho de Segurança.

Nessa mesma tônica, Estados Unidos e Grã-Bretanha invadiram o Iraque em 2003 sem a aprovação da ONU, e não sofreram nenhuma consequência em seus postos permanentes no Conselho.

Para além do tema do veto e da falta de equilíbrio internacional na integração do Conselho - nenhum país africano ou latino-americano tem assento permanente -, em algumas decisões este órgão dá quase um monopólio a Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.

A divisão de papéis entre os 15 países integrantes do Conselho é desigual, segundo um diplomata de um dos atuais 10 membros não permanentes. A este grupo de países eleitos para mandatos de dois anos "são atribuídas tarefas burocráticas".

"Não acreditamos que seja uma divisão de tarefas justa", disse o diplomata, que pediu o anonimato.

O Conselho tem sido denunciado reiteradamente por sua atual e recorrente paralisia. Até mesmo o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os fracassos do órgão.

"Há aí um problema bastante fundamental", admitiu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, depois da tentativa frustrada de Zelensky de expulsar a Rússia.

- "Como o colesterol" -

Bertrand Badie, especialista em relações internacionais radicado em Paris, disse que as Nações Unidas são "como o colesterol": "Tem o bom", sobretudo na ajuda humanitária que entrega e nas vidas que salva em todo o mundo, e "há o ruim, com o Conselho de Segurança".

Mas, o embaixador se perguntou: "onde estaríamos se não tivéssemos nada disso?", nada do "bom" realizado pela ONU?.

"As posições estão muito polarizadas", disse o diplomata, sobre quais nações poderiam integrá-lo e quais teriam poder de veto.

"O veto deve ser algo um pouco mais elaborado", acrescentou. A seu ver, não deve ser um sistema de bloqueio, mas um mecanismo "para forçar os membros permanentes a se sentar e chegar a uma solução aceitável para todos".

Em uma reunião informal sobre a reforma da ONU, da qual participaram na sexta-feira os cinco membros permanentes, voltou-se a mencionar a questão do veto.

Entre as ideias apresentadas está uma proposta franco-mexicana para limitar seu uso em casos de "crimes em massa" e uma sugestão de Liechtenstein de que toda nação que emitir um veto o explique perante a Assembleia Geral.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, cujo país espera algum dia ser membro permanente do Conselho, disse que "é preciso reformar toda a arquitetura de paz e segurança das Nações Unidas".

Outros potenciais membros permanentes são atores globais de destaque: Índia, Japão, Brasil e Alemanha.

Mas vários especialistas afirmam que as possibilidades de reforma continuam sendo baixas, enquanto os membros permanentes se negarem a aceitar qualquer diluição de seu poder.

Um homem entrou em uma casa para cheirar e vestir calcinhas em Prainha, na comunidade Boa Vista do Cuçari, no Pará. Além de cheirar, o homem se masturbou com as peças íntimas. O vídeo foi registrado pelas câmeras de segurança da residência. O homem foi preso e apresentado na delegacia de Polícia Civil de Monte Alegre. 

Em entrevista na delegacia, o proprietário da casa, Nicodemos Carvalho dos Santos, informou que a prática acontece há mais de 10 anos e que a família já precisou mudar de endereço pelo menos três vezes por conta das ações do homem.

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“Há mais de 10 anos que estamos sendo obrigados a mudar de casa duas, três vezes por causa desse maníaco. Ele entrava em casa, usava as roupas da minha esposa, se masturbava e deixava as roupas imundas na corda. Um cara que faz uma coisa dessas é doido ou está pedindo para morrer”, revelou. 

As imagens divulgadas mostram o homem de bermuda pegando uma calcinha branca do varal. Em seguida, ele cheira a peça saindo do cômodo. Também é possível ver o momento que ele volta para o cômodo já usando a calcinha. 

Na delegacia, o “maníaco” indagou ao proprietário da casa se ele tinha provas da acusação, foi quando Nicodemos apresentou os vídeos.

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Nesta terça-feira (22), a empresa de tecnologia Microsoft confirmou que teve uma de suas contas comprometida por hackers. Os criminosos tiveram acesso à parte de código-fonte de produtos da empresa. Afirma também que os dados acessados não devem causar prejuízos para seus usuários ou operações. 

“Nenhum código ou dado de consumidor estava envolvido nas atividades. Nossa investigação encontrou uma única conta comprometida, permitindo acesso limitado”, explicou a Microsoft em postagem no seu blog de segurança. 

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A marca explicou que suspendeu o acesso dos criminosos para diminuir os impactos. O time de ameaças da Microsoft já acompanhava as atividades do grupo de hackers, que chamou de DEV-0537. O mesmo grupo que teria acessado dados da Samsung, recentemente. 

Para a empresa, o objetivo dos criminosos foi conseguir acesso aos dados de organizações por meio do roubo de senhas e assim, usar essa informação privilegiada para chantagear empresas. “As táticas e objetivos indicam que este é um ator cibercriminoso motivado por roubo e destruição”, afirmou a companhia. 

No caso dos produtos acessados como o buscador Bing e a assistente de inteligência artificial Cortana, informam o site The Verge. A companhia não acredita que a ação criminosa poderá gerar problemas, já que “não confia no sigilo de código-fonte” como um fator de segurança. 

Por Camily Maciel

A Corte Internacional de Justiça (CIJ), o mais alto tribunal da ONU, ordenou à Rússia, nesta quarta-feira (16), que suspenda imediatamente suas operações militares na Ucrânia.

"A Federação Russa deve suspender imediatamente as operações militares iniciadas em 24 de fevereiro de 2022 em território ucraniano", declarou o juiz-presidente da CIJ, Joan Donoghue.

"A Corte está bem ciente da magnitude da tragédia humana na Ucrânia" e está "profundamente preocupada com o uso da força russa, que levanta problemas muito sérios de direito internacional", disse Donoghue durante uma audiência.

A Corte se expressou no âmbito de um procedimento de emergência lançado por Kiev alguns dias após o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

A Ucrânia pediu ao mais alto tribunal da ONU que ordenasse Moscou que parasse sua invasão imediatamente, à espera de um veredicto sobre a substância do conflito entre os dois países, que pode levar anos.

Atendendo ao pedido de Kiev, a CIJ, criada em 1946 para resolver disputas entre Estados, decidiu decretar medidas de emergência, conhecidas como conservatórias, para ordenar à Rússia a suspensão imediata das operações militares.

Em quase três semanas de conflito, mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu nesta quarta-feira que a invasão russa da Ucrânia foi "um sucesso", enquanto o ucraniano Volodymyr Zelensky lançou um novo forte apelo por ajuda, em plenas negociações sobre uma possível neutralidade ucraniana.

Kiev estima que a Rússia justificou ilegalmente sua invasão alegando falsamente um genocídio contra populações de língua russa nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk.

A Rússia se recusou a comparecer às audiências da CIJ sobre o caso em 7 e 8 de março. Mas em um documento escrito, Moscou refutou a competência do tribunal sobre a reivindicação da Ucrânia.

Moscou alega que sua ação não se enquadra no escopo da Convenção de Genocídio de 1948, sobre a qual Kiev baseia seu caso.

"O governo da Federação da Rússia respeitosamente solicita à Corte que se abstenha de indicar medidas conservatórias e retire o caso de sua pauta", declarou Moscou.

Um pedido rejeitado nesta quarta-feira pela CIJ, que concluiu que realmente tem jurisdição no caso, em nome da Convenção sobre Genocídio.

A Rússia acrescentou que não compareceu perante os magistrados porque não teve tempo suficiente para se preparar. E a invasão na Ucrânia é um ato de "legítima defesa".

As sentenças da CIJ são vinculantes e não podem ser apeladas, mas o tribunal não tem meios de aplicá-las.

O principal órgão judicial da ONU baseia suas conclusões principalmente em tratados e convenções. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia são partes da Convenção de Genocídio da ONU de 1948.

O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, conversou, nesta quarta-feira (16), com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, general Nikolay Patrushev, no primeiro contato de alto nível entre Washington e Moscou desde a invasão da Ucrânia - anunciou a Casa Branca.

Sullivan reiterou a oposição dos Estados Unidos à invasão deflagrada em 24 de fevereiro e disse a Patrushev que, "se a Rússia leva a diplomacia a sério, então Moscou deve parar de atacar as cidades e a população da Ucrânia", relata o comunicado.

Também garantiu que Washington continuará "impondo custos à Rússia" pela invasão, apoiando a defesa da soberania e a integridade territorial da Ucrânia, além de continuar fortalecendo o flanco leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), "em contínua e total coordenação com nossos aliados e sócios".

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, desmarcou uma reunião que teria com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, no momento da invasão russa. Foi cancelada após o reconhecimento, por parte de Moscou, de suas regiões separatistas no leste da Ucrânia.

Desde então e até a conversa desta quarta, ambos os países não tiveram contato oficial. Neste período, os EUA deixaram que França, Alemanha, Turquia, ou Israel, tentassem uma mediação com Moscou.

Mais de 1,5 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, de acordo com os dados atualizados da ONU publicados neste domingo.

- 1.534.792 refugiados -

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O Alto Comissariado das Nações Unidos para os Refugiados (ACNUR) contabiliza 1.534.792 refugiados que fugiram da guerra da Ucrânia, segundo os números publicados neste domingo às 13H35 GMT (10H55 de Brasília).

As autoridades da ONU esperam que o fluxo aumente, já que o exército russo parece concentrar seus ataques nas grandes cidades ucranianas.

"Mais de 1,5 milhão de refugiados da Ucrânia entraram nos países vizinhos em 10 dias. Esta é a crise de refugiados de crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", tuitou o alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi.

Os números incluem o território controlado por Kiev, com mais de 37 milhões de habitantes, mas não a península da Crimeia - anexada pela Rússia em 2014 - nem as duas áreas controladas pelos separatistas pró-russos no leste do país.

De acordo com a ONU, até quatro milhões de pessoas podem abandonar o país devido ao conflito.

- Polônia -

A Polônia é o país que recebeu o maior número de refugiados, a maioria mulheres e crianças, pois os homens em idade de combater não podem abandonar o país.

Segundo os guardas fronteiriços poloneses, o número de refugiados que entrou no país desde 24 de fevereiro é de 885.303.

No sábado, a Polônia registrou o recorde de entradas, com 129.000 refugiados em apenas um dia.

A maioria dos refugiados tem nacionalidade ucraniana, mas também há poloneses, uzbeques, bielorrussos, indianos, nigerianos, marroquinos, afegãos, paquistaneses, americanos e russos.

Na Polônia, onde já viviam 1,5 milhão de ucranianos antes da ofensiva russa, as pessoas se organizam nas redes sociais para arrecadar dinheiro e medicamentos e também oferecem moradia, comida, trabalho e transportes gratuitos aos refugiados.

- Hungria -

A Hungría recebeu 169.053 refugiados, segundo o Acnur, 11% do total e 12.000 a mais que sábado.

O país possui cinco postos fronteiriços com a Ucrânia e várias cidades limítrofes, como Zahony, disponibilizaram edifícios públicos para alojar ucranianos

- Eslováquia -

Um total de 113.967 moradores da Ucrânia fugiram para a Eslováquia devido à guerra.

Um total de 12.450 refugiados atravessaram a fronteira entre os países no sábado.

- Moldávia -

Um total de 84.067 refugiados chegaram ao território moldavo até domingo, de acordo com o Acnur, mas as autoridades do país elevam o número a mais de 120.000.

A primeira-ministra da Moldávia, Natalia Gavrilita, pediu aos Estados Unidos ajuda humanitária para ajudar os refugiados, durante uma visita ao país do secretário de Estado americano, Antony Blinken.

- Romênia -

O Acnur contabilizou 71.640 refugiados procedentes da Ucrânia. Dois campos foram instalados, um em Sighetul e outro em Siret.

- Rússia -

O Acnur indicou que 53.300 pessoas cruzaram a maior fronteira da Ucrânia com outro país.

- Outros países -

A agência da ONU também informou que 157.056 pessoas, 10% do total, se refugiaram em outros países europeus, mais distantes das fronteiras da Ucrânia.

O caos tomou conta da estação central de Kiev nesta sexta-feira, 4, quando milhares de pessoas, principalmente mulheres e crianças, correram para pegar trens, temendo a aproximação das forças russas. Como pano de fundo da fuga, várias explosões eram ouvidas na cidade. Nas ruas da capital ucraniana, destroços de mísseis de cruzeiro se espalhavam pelo asfalto.

Os militares da Ucrânia disseram que o principal objetivo do Exército russo agora é cercar a capital, embora a maioria dos avanços da Rússia venha ocorrendo no sul do país. Uma coluna de tanques e outros veículos militares, com cerca de 64 quilômetros de comprimento, permanece parada em uma estrada ao norte de Kiev.

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A maioria dos combates ocorre em pequenas cidades nos arredores da capital, que vem sendo atingida aparentemente por foguetes de longo alcance.

Militares ucranianos disseram ontem que continuam travando uma batalha pelo controle do pequeno aeroporto de Hostomel, 35 quilômetros a noroeste da cidade. Oficiais ucranianos dizem ter recapturado o local, embora a alegação não possa ser verificada de forma independente.

Combates

Além de os moradores de Kiev terem lotado a estação de trem, esperando viajar para o oeste da Ucrânia, um novo fluxo de refugiados começou a chegar à capital vindo do noroeste, em um sinal preocupante que aumenta a gravidade da crise humanitária.

Trens com mulheres e crianças chegaram ontem a Kiev vindos de Irpin. Um condutor disse que os militares russos estão combatendo forças ucranianas nos trilhos da ferrovia naquela direção, sugerindo algum progresso do Exército russo no cerco da capital.

Estradas e linhas ferroviárias permanecem abertas para o sudoeste de Kiev, mas os trens, que partem amontoados, não conseguem levar todos que tentam deixar a cidade. Uma multidão permaneceu na plataforma quando o trem para Lviv - perto da fronteira com a Polônia - partiu.

"Não é o primeiro dia que tentamos", disse Oksana Gorbula, moradora de Kiev que estava tentando viajar com sua irmã e duas sobrinhas. "Olhe para essa multidão. Nós nunca vamos nos dar bem, você pode ver isso claramente." Ela disse que o grupo, provavelmente, desistiria de tentar escapar da cidade e se mudaria para a segurança de alguma estação de metrô.

Em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, com 1,4 milhão de habitantes, os moradores desesperados para fugir da artilharia e bombardeios russos também lotavam a estação ferroviária, até mesmo sem saber para onde iriam. O prefeito Ihor Terekhov disse que o Exército russo está "intencionalmente tentando eliminar o povo ucraniano" ao atacar áreas civis.

Fuga

A ONG Human Rights Watch disse que o Exército russo teria utilizado em Kharkiv bombas de fragmentação, que não fazem distinção entre alvos militares e civis, o que poderia constituir um crime de guerra. Mais de 1,2 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia desde o início da ofensiva russa, segundo a ONU.

Mais da metade desses refugiados foi para a Polônia, onde as grandes cidades criaram "centros de absorção", em razão da situação de emergência que o país vive com a chegada de um fluxo tão grande de pessoas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a posição de suposta isenção adotada pelo Brasil na guerra entre Rússia e Ucrânia e destacou que o País "não mergulhará em aventura".

"Temos um problema a 10 mil quilômetros daqui. Nossa responsabilidade, em primeiro lugar, é com o bem-estar do nosso povo. Nossa postura tem mostrado para o mundo como estamos agindo neste episódio. Estamos conectados com o mundo todo, e o equilíbrio, isenção e respeito a todos se fazem valer pelo chefe do Executivo. O Brasil não mergulhará em uma aventura", declarou o presidente em evento para marcar o novo contrato de concessão das rodovias Dutra e Rio-Santos, conquistados pela CCR, em São José dos Campos (SP).

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"O Brasil tem seu caminho, respeita liberdade de todos, faz tudo pela paz, mas em primeiro lugar temos que dar exemplo para isso", acrescentou.

Bolsonaro tem sido criticado por posições consideradas pouco firmes sobre a guerra e por ter visitado o presidente da Rússia, Vladimir Putin, uma semana antes do início do conflito armado.

Ainda assim, o Brasil votou por condenar a invasão russa na sessão extraordinária da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Nesta quinta-feira, em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente disse que o "equilíbrio" é a posição mais sensata neste momento.

No discurso em São José dos Campos, Bolsonaro ainda voltou a dizer que o governo acertou na condução da pandemia de Covid-19. "Salvamos a economia e muitas vidas", disse o presidente. "Entregarei amanhã, um amanhã bem distante, um Brasil muito melhor do que recebi".

O Japão vai enviar às forças militares da Ucrânia coletes à prova de balas e outros itens básicos em resposta a um pedido de Kiev, mas não tem planos de despachar armas, segundo um porta-voz do governo japonês.

O país asiático restringe exportações de equipamento militar, mas está disposto a mostrar que está alinhado com países do Ocidente em seu apoio à Ucrânia. Tóquio impôs sanções a bancos russos e ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, após a invasão da Ucrânia por forças russas.

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Além dos coletes, o Japão enviará capacetes, geradores de energia e suprimentos alimentícios para a Ucrânia. Fonte: Dow Jones Newswires.

A companhia alemã de produtos químicos Basf anunciou a interrupção de novos negócios na Rússia e em Belarus, nesta sexta-feira (4). A empresa afirmou que continuará realizando atividades já existentes nesses locais em acordo com as sanções ocidentais.

A Basf se junta a uma série de companhias ocidentais que congelaram investimentos na Rússia, após a invasão da Ucrânia. No início desta semana, a Wintershall Dea AG, uma empresa alemã de petróleo e gás que a Basf detém participação majoritária, disse que cancelaria seu financiamento de 1 bilhão de euros, no gasoduto Nord Stream 2 e não daria mais andamento a novos empreendimentos de energia na Rússia.

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"Novas oportunidades de negócios na Rússia e em Belarus não serão buscadas; a única exceção está relacionada à produção de alimentos no contexto de esforços humanitários", disse uma porta-voz da Basf. Ainda segundo ele, a empresa vai apenas conduzir os negócios já existentes nos países "para cumprir seus compromissos de acordo com as leis, regulamentos e regras internacionais aplicáveis".

A Basf atua na Rússia há mais de 145 anos e tem cerca de 700 funcionários no país trabalhando em 12 localidades. A companhia atende principalmente os setores de indústrias de agricultura, saúde, desenvolvimento automotivo e construção. Em 2021, a Rússia respondeu por cerca de 1% das vendas totais da Basf. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, fez um apelo emocionado na madrugada desta sexta-feira (4), pelo horário de Brasília, aos líderes globais, para que pressionem a Rússia pelo fim dos ataques ao país. O discurso ocorreu após a usina nuclear de Zaporizhzhia ter sido bombardeada e pegar fogo.

"Se houver uma explosão (da usina), será o fim para todos. O fim da Europa. A evacuação da Europa", disse Zelensky. "Apenas uma urgente ação da Europa pode parar as tropas russas. Não permitam a morte da Europa a partir de uma catástrofe em uma usina nuclear", afirmou o líder ucraniano.

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O incêndio, porém, foi controlado e tropas russas assumiram o controle da usina nuclear. Apesar do bombardeio e do incêndio, os reatores nucleares de Zaporizhzhia não foram atingidos e o nível de radiação na região é normal, segundo informações repassadas por autoridades ucranianas à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A usina nuclear é a maior da Europa e responde por 25% da geração de energia na Ucrânia.

Após o ataque, Zelensky falou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com outros líderes europeus para renovar os apelos por ajuda na guerra contra a Rússia. Fonte: Associated Press.

Após bombeiros conterem o fogo que se alastrou em parte da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, autoridades do país confirmaram que tropas russas assumiram o controle do local na manhã desta sexta-feira (4) (madrugada em Brasília). Apesar de cidades estratégicas estarem sob cerco russo e embates continuarem ocorrendo pelo país, o 9° dia de conflito começou com uma redução de tensões, após o incidente não ter escalado para uma catástrofe nuclear. A usina é a maior da Europa.

O fogo começou nas primeiras horas desta sexta (ainda na noite de quinta em Brasília) após um ataque russo, segundo as autoridades ucranianas, fazendo crescer um temor de uma possível explosão de reator. O serviço de emergências da Ucrânia confirmou que chamas foram extintas nas primeiras horas desta sexta.

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"Às 6h20 (1h20 em Brasília) o incêndio na (...) usina nuclear Zaporizhzhia em Energodar foi extinto. Não há vítimas", informou um comunicado. A administração militar regional disse que há danos no compartimento do reator nº 1, mas que não afetam a segurança da unidade de energia.

Já na manhã de sexta, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, fez um pronunciamento e culpou sabotadores ucranianos pelo ataque à usina nuclear, o que classificou como uma provocação. Ainda de acordo com Konashenkov, a usina nuclear está operando normalmente e a área estaria sob controle russo desde 28 de fevereiro.

"No entanto, ontem à noite no território adjacente à usina, foi feita uma tentativa do regime nacionalista de Kiev de realizar uma provocação monstruosa", disse.

Reunião de emergência

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que buscará uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em razão do ataque das tropas russas à usina nuclear de Zaporizhzhia.

O gabinete de Johnson informou em comunicado que ele conversou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira. O primeiro-ministro afirmou que o Reino Unido abordará imediatamente a questão da reunião de emergência com a Rússia e com parceiros próximos.

Johnson e Zelensky também concordaram que a Rússia deve paralisar imediatamente o ataque e permitir que os serviços de emergência tenham acesso irrestrito à usina. "O primeiro-ministro disse que as ações imprudentes de Putin agora podem ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa", declarou o gabinete no comunicado.

Movimentação militar

Apesar dos pedidos de cessar-fogo de autoridades como o presidente americano, Joe Biden, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, até que se resolvesse a situação na usina, movimentações militares continuaram a acontecer em todo o país. Em Ojtirka, cidade localizada na região de Sumi, as forças russas realizaram novos bombardeios, deixando a população sem eletricidade e aquecimento, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional, Dmytro Zhivitski.

"Em princípio, toda a região de Sumi é agora uma terra do inferno, que está sendo destruída pelas tropas russas", escreveu Zhivitski em uma publicação no Twitter.

Em Mariupol, forças ucranianas continuam no controle da cidade, porém a infraestrutura civil está cada vez mais danificada em função dos bombardeios russos, informou um relatório de inteligência do Reino Unido. De acordo com as informações britânicas, a cidade continua cercada por soldados russos e das regiões separatistas de Donbass, reconhecidas pela Rússia como as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. (Com agências internacionais).

A sede do Partido dos Trabalhadores em Campinas, São Paulo, foi alvo de atentado na noite dessa quarta-feira (2). Foi a segunda investida contra o local em cerca de 40 dias. De acordo com a nota do diretório nacional, o imóvel foi invadido e depredado. A Polícia Militar foi acionada para apurar o ocorrido, mas não foi comunicado, até o momento desta publicação, se houve roubo ou apropriação de algum bem do partido. No entanto, equipamentos eletrônicos, fiações e acervo foram destruídos. 

O diretório municipal do PT em Campinas, que fica na avenida Barão de Jaguara, não possui câmera de segurança em funcionamento. A via é movimentada e fica no Centro da cidade. Possíveis autores não foram identificados. 

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De acordo com nota assinada por Gleisi Hoffmann, presidente nacional da sigla, "o nível de depredação e ódio demonstra uma escalada de violência contra o partido, ameaçando a democracia". 

O PT afirmou que exige que as autoridades apurem os fatos. "O Partido dos Trabalhadores alerta para a crescente violência política que busca ameaçar o processo eleitoral. Não nos intimidaremos diante de ações desse tipo, estimuladas pelo ódio que se instalou no país”. 

Confira a repercussão entre figuras políticas: 

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