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O índice da bolsa de valores de São Paulo, o Ibovespa (IBOV) voltou a operar em baixa, sendo a queda de 0,94% aos 114.325 pontos, nesta segunda-feira (21). O movimento ocorreu em paralelo à resposta semanal do Boletim Focus (relatório do Banco Central). Além disso, com as novas projeções do mercado de inflação para o Brasil e com investidores interessados na China, por causa da que passa por um momento de crescente desaceleração econômica.  

Os investidores também estão interessados na ida do presidente Lula à cúpula de líderes dos países do Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na última sexta-feira (18), a estimativa de alta do Ibovespa fechou em alta de 0,37% aos 115.409 pontos, após presenciar uma série de 13 semanas apontando queda – considerada a maior sequência de baixas da história.

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Agora, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passaram de 4,84% para 4,90% e se distanciando da meta do BC, de 3,25% e podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Já para o ano que vem, as projeções se mantiveram em 3,86%, enquanto a meta é de 3,00%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%. Na última segunda-feira (14), a empresa UBS rebaixou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático de 4,8% para 4,2%. Além disso, o banco visualiza a recessão imobiliária mais prolongada. 

De acordo com a agência de notícias chinesa Caixin, o Banco Popular da China resolveu cortar uma das principais taxas de juros do país em 0,10% na última segunda, com o objetivo de estimular o consumo dentro do país. Agora, a taxa de empréstimo de um ano está em 3,45% ao ano. O corte veio abaixo das expectativas do mercado, que esperavam uma redução de 0,15%, com a taxa chegando a 3,40% ao ano. No entanto, a agência também explicou que Pequim possui outras estratégias para tentar estimular mais a atividade na segunda maior economia do mundo.

A revista britânica The Economist publicou uma reportagem em avalia que fatores como a guerra da Ucrânia - que aumentou a exportação de grãos pelo país pela menor concorrência -, o fim das restrições da covid-19 pela China e a independência do Banco Central do País são alguns dos motivos que estão levando os investidores a se animarem com o Brasil.

Segundo a revista, apesar das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às decisões de juros do BC, ao manter uma taxa de juros de 13,75% por um período prolongado, a política monetária da instituição parece "ter valido a pena", com a desaceleração anual da inflação.

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Ainda, a The Economist aponta que economistas estão apostando no atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está por trás da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal, apontados pela matéria como "duas grandes reformas que poderiam colocar o Brasil em uma base mais estável". Entretanto, o otimismo deve ser "moderado", aponta.

No entanto, a revista aponta que a história do País adverte contra muito entusiasmo. "O Brasil tem um enorme potencial, mas tem consistentemente tombado sob seu peso", avalia, relembrando que a produtividade fora da agricultura não cresce há três décadas e apontando que a nação ainda fica atrás de países como China e Índia. "O cenário global e as proezas de Haddad estão aumentando o otimismo dos investidores agora. Mas será necessária uma boa e consistente política para reverter a tendência de longo prazo do Brasil".

Investidores retiraram mais de US$ 790 milhões, cerca de R$ 3,8 bilhões, da Binance e de sua afiliada americana em 24 horas, segundo a empresa de dados Nansen. As retiradas seguem a abertura de processo contra a empresa e seu fundador, Changpeng Zhao, pela Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA).

De acordo com a Nansen, em suas redes sociais, a empresa registrou saídas líquidas de US$ 778,6 milhões em tokens criptográficos.

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Já a sua afiliada nos EUA perdeu US$ 12,9 milhões.

A empresa de dados ainda destaca que o fluxo líquido especificamente para a criptomoeda Ethereum segue negativo, na análise das 24 horas até as 5 horas desta terça-feira, em US$ 35,7 milhões, sendo US$ 14,8 milhões de entrada e US$ 50,5 milhões de saída.

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (23), gerando uma inversão no movimento de alta verificado mais cedo, enquanto investidores entendem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em manter a taxa Selic no elevado patamar de 13,75%. O movimento da queda levou o principal índice da bolsa brasileira para abaixo dos 100 mil pontos. Por volta das 13h25, o Ibovespa recuava 0,27% enquanto o dólar, no mesmo horário, tinha aumento de 0,7%.  

O movimento pela manutenção dos juros brasileiros já era esperado, mas, contrariando as expectativas da discrição, o BC subiu o tom no comunicado após a decisão e não descartou a possibilidade de mais apertos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado “muito preocupante”, na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país. Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$5,236 na venda, em baixa de 0,17%.

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O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,77% aos 100 mil pontos. O Banco Central fará nesta posição leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxa) para fins de rolagem do vencimento no dia 2 de maio de 2023. No cenário internacional, bancos centrais seguem no radar, após autoridades da Suíça e Noruega indicarem que o ciclo de altas nos juros ainda não terminou.  

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu sobre a política monetária do Reino Unido nesta quinta e elevou a taxa de juros em 0,25 p.p. A autoridade assegurou esperar que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar do aumento inesperado na taxa inflacionária divulgado na última quarta-feira (22). Sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do BoE votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25% - o 11º aumento consecutivo.

O movimento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) trouxe alívio aos mercados. Apesar da alta de 0,25 p.p. nos juros, a autoridade adotou um tom mais moderado para discutir sobre a trajetória futura da taxa, ao dizer que “algum endurecimento adicional, da polícia monetária, poderá ser apropriado para que a inflação convirja a meta”. 

A onda de demissões das bigtechs no ano passado pode estar ligada a um movimento do mercado para reduzir a média salarial dos profissionais da tecnologia. Mesmo após desligar 12 mil colaboradores em todo o mundo, o Google foi pressionado pelo fundo de cobertura TCI Fund Management Ltd. a realizar novos cortes em massa e diminuição da faixa salarial.

Grandes empresas como a Meta, o Twitter, a Amazon e, recentemente, a Alphabet - empresa controladora do Google - despediram milhares de funcionários após anos de crescimento e contratações. A justificativa seria a morosidade do cenário econômico pós-pandemia e o aumento da inflação.

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Por outro lado, também é percebido um interesse dessas gigantes em investir em inteligência artificial para se distanciar das concorrentes. Além disso, o mercado de investidores cobra o controle de gastos a partir dos colaboradores.

Em novembro, o TCI Fund Management Ltd publicou uma carta aberta expor sua expectativa de lucro com a Alphabet e reclamou da quantidade de funcionários e do custo individual com cada um. 

Em uma nova carta na semana passada, o fundador da TCI, Chris Hohn, elogiou a decisão da empresa em confirmar as demissões, mas indicou que elas foram insuficientes. Ele aponta que a Alphabet precisa ir além e orienta um corte na ordem de 20% do quadro atual. Ainda no comunicado, Hohn faz um apelo para que a empresa reduza a média salarial dos colaboradores. 

--> Confira os dois comunicados da TCI Fund Management Ltd.

A ascensão dos "unicórnios" brasileiros, como Nubank, Pagseguro e ifood, tem criado um efeito virtuoso no mercado. Quanto mais sucesso essas empresas alcançam, mais investimento as demais startups recebem. Isso tem incentivado a criação de novos fundos e a chegada de grupos internacionais para explorar esse universo, que - apesar da crise - não para de crescer.

Entre 2020 e 2021, o número de investidores que colocaram dinheiro em startups no Brasil subiu 34%, de 404 para 544 - o maior crescimento absoluto desde 2007, segundo a plataforma de inovação Distrito. Tratase de um mercado em franca expansão e com oportunidades de negócios. Atualmente, o País tem 21 "unicórnios" (empresas com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão) e outras dezenas de candidatas a integrar o seleto grupo de startups bilionárias nos próximos anos.

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São essas promessas e a possibilidade de embolsar alguns milhões de reais que enchem os olhos dos investidores e realimentam esse mercado. Só em 2021, os fundos de venture capital que aplicam recursos em startups bateram recorde de investimento. Até novembro, o valor aportado no mercado brasileiro foi quase 200% superior ao de todo o ano de 2020: US$ 8,8 bilhões (quase R$ 50 bilhões, pelo dólar de quinta-feira), ante US$ 3 bilhões (R$ 17 bilhões).

"Este ano foi fenomenal. Pela captação que os fundos estão tendo, 2022 tem tendência de crescimento igual a deste ano", diz Gustavo Araujo, cofundador e presidente do Distrito. Na avaliação dele, um dos destaques de 2021 foram as megarrodadas de investimentos, acima de US$ 100 milhões. De um lado, as empresas estão mais maduras e com necessidade maior de capital. Do outro, há gestores bem capitalizados e com apetite por ativos brasileiros, destaca Araujo.

Foco na região

O efeito Nubank, que estreou nas Bolsas de Nova York e de São Paulo no início do mês, deverá ajudar a atrair ainda mais investidores internacionais. Além do bilionário Softbank, que prepara novo fundo para a América Latina, gigantes do mundo dos investimentos como Tiger Global, Warburg Pimco e Andreessen Horowitz também voltaram suas atenções para a região.

O empreendedor Paulo Veras, um dos fundadores do primeiro "unicórnio" brasileiro, a 99, diz que o mercado está vivendo uma mudança geográfica relevante. Há dez anos, afirma ele, os investimentos estavam migrando para o sudoeste asiático, e a América Latina era praticamente excluída desse movimento. Hoje, a região virou o epicentro dos investimentos de venture capital.

Na avaliação dele, vários fatores aumentam a atratividade dos ativos brasileiros. Além dos novos "unicórnios", o fato de a maior parte da população ter um smartphone e acesso a infraestrutura de dados e banda larga eleva o patamar e as perspectivas de sucesso de um negócio no País. Outro ponto de atenção dos investidores é o nível de desbancarizados no Brasil, o que significa mercados potenciais a serem explorados.

Veras diz ainda que gestoras nacionais também estão sendo criadas - ou foram recentemente lançadas - para entrar no mercado. Entre elas, está a Headline, do fundador do Buscapé, Romero Rodrigues; a NVA Capital, do ex-XP Marcelo Maisonnave; e a Niu Ventures, do americano Paul Bragiel e Reinaldo Normand. Parte dessas carteiras deve ir para startups que estão começando agora - cerca de 75% dos investimentos atuais estão concentrados nas rodadas iniciais chamadas Pré-seed, Seed e Série A, segundo dados da plataforma Emerging Venture Capital Fellows.

Mercado vê novos investimentos

O novo ciclo de alta da Selic não tem preocupado os gestores de investimento em startups. Para eles, quem investe nesse mercado está olhando o longo prazo e não vai deixar de aplicar nesses ativos para ir para renda fixa. "É um caminho sem volta. O Nubank jogou a barra para cima. Muita gente ganhou dinheiro e isso retroalimenta o ecossistema", diz o sócio da gestora Iporanga Renato Valente.

Na avaliação dele, nunca foi tão bom empreender. Neste ano, a empresa investiu em dez startups e planeja a captação de um novo fundo no primeiro trimestre do ano que vem. Apesar do aumento dos juros, ele acredita que a liquidez no mercado vai continuar.

Atualmente, um terço da carteira da Iporanga está alocado em fintechs e alguma coisa em educação. Para 2022, diz Valente, a gestora continuará de olho nas startups de finanças. "Com o avanço do open banking e do Pix, muitas oportunidades vão surgir. Mas também vamos analisar startups voltadas para criptomoedas e para o agronegócio, um mercado que ainda não despontou, apesar do potencial."

Na Astella Investimentos, o sócio Daniel Chalfon também não acredita numa mudança de tendência agora por causa da alta dos juros. Ele destaca que a queda anterior da Selic teve um efeito positivo, que foi trazer investidores que não conheciam esse mercado. "São profissionais que colocam recursos em ativos no longo prazo e não estão procurando renda fixa."

O ano de 2021, diz o executivo, rendeu uma boa liquidez para o fundo, com a venda da RD Station para a Totvs - a gestora tinha uma participação na empresa. A Astella já captou quatro fundos e tem investimento ativo em 27 companhias. No ano que vem, afirma Chalfon, é possível que uma nova carteira seja montada. "2022 começa com uma perspectiva muito boa, depois de um ano em que todas as métricas bateram recordes."

O cofundador e presidente do Distrito, Gustavo Araujo, diz que o mercado está crescendo em todas as dimensões, seja em investimentos ou em número de fundos e de novas startups. Segundo ele, a partir de agora o segmento vai começar a conhecer uma segunda onda de fundos de venture capital, que são aqueles mais especializados em algumas áreas, como educação, finanças e varejo. Boa parte desse capital ainda virá do exterior, mas o mercado brasileiro está mudando, com mais investidores conhecendo esse segmento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três investidores apostam no gás natural do pré-sal para gerar energia elétrica térmica a preço compatível com o das hidrelétricas. E são dos grandes: a empresa petrolífera Shell, a fabricante de equipamentos Mitsubishi Hitachi Power Systems Americas (MHPS) e o Pátria Investimentos, operador da usina térmica Marlim Azul. Nesse projeto de R$ 2,5 bilhões, em construção no município de Macaé, no norte fluminense, o "pulo do gato" está no preço do gás, utilizado como insumo, disseram os investidores.

Com operação prevista para o início de 2023, a usina será a primeira pensada para agregar valor ao gás do pré-sal. A Shell vai fornecer a matéria-prima, extraída por ela própria da Bacia de Santos, a um valor mais competitivo, porque não será atrelado ao dólar e a cotações internacionais, como fazem concorrentes. A Petrobras, por exemplo, alinha o preço de seu gás ao do produto importação. Na prática, seus clientes compram o produto brasileiro a preço do importado.

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"Baixamos o preço (do megawatt-hora, MWh) e vamos ser chamados sempre. Nossa energia é mais barata do que a de hidrelétricas, e a previsão é despachar mais de 80% (da capacidade)", disse Bruno Chevalier, presidente da Marlim Azul.

Quando pronta, a usina terá capacidade para gerar 565 megawatt (MW), o suficiente para abastecer uma cidade de 2,5 milhões de habitantes. Metade da construção foi concluída, e os principais equipamentos já estão no Brasil. Uma nova unidade pode ser instalada no mesmo terreno. Mas, para isso, o projeto deve ser contratado em novo leilão, o que dificilmente vai acontecer ainda neste ano.

Marlim Azul, assim como outras térmicas planejadas para Macaé, surgiu do empresário Hugo Crespo, do Grupo Vale Azul. A estratégia do GVA é desenvolver projetos de infraestrutura que superam sua capacidade de investimento. Assim, ele se associa a parceiros de grande porte e, quando o projeto está maduro e na fase de decisão de investimento, o grupo vende sua participação. O GVA começou a desenvolver térmicas e licenciá-las em 2008.

Além das térmicas do GVA e de Marlim Azul, o Estado do Rio de Janeiro já licenciou usinas da EDF, Eneva, MHPS e GPE.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os mercados emergentes, incluindo o Brasil, voltaram com força ao radar dos investidores internacionais desde novembro. A opinião é de estrategistas de investimentos de bancos como JPMorgan, Bank of America e Morgan Stanley, e gestoras, como a BlackRock. O Brasil já tem se beneficiado do ambiente de apetite por ativos de risco, com fluxos recorde para a Bolsa e também para renda fixa. Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast destacam, porém, que, em um segundo momento, vai aumentar a diferenciação de cada mercado e dois pontos vão ditar a intensidade dos aportes no País: o ajuste fiscal e o andamento das reformas estruturais, como a tributária e as privatizações.

O Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, projeta fluxos líquidos totais de não residentes ao Brasil de US$ 53 bilhões em 2021, uma recuperação em relação aos US$ 11,3 bilhões esperados para 2020 - considerados os investimentos externos diretos e em portfólio (bolsa e renda fixa). Os aportes para o mercado financeiro ainda devem seguir negativos, em US$ 1,5 bilhão no próximo ano, mas ainda assim é um avanço considerado o resultado estimado para este ano, quando houve saída de US$ 23,8 bilhões.

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O economista do IIF Jonathan Fortun prevê que os "fluxos robustos" vão seguir fortes em direção aos emergentes, principalmente à Ásia, região que se recupera mais rápido dos efeitos da pandemia do Covid-19.

Em meio a uma queda na percepção de risco global, os aportes nos mercados de renda fixa e ações atingiram no quarto trimestre o maior nível desde 2013. Só em novembro, somaram US$ 76 bilhões, nível mensal recorde.

Para o presidente (CEO) da corretora BGC Liquidez, Erminio Lucci, em um primeiro momento, todos os emergentes se beneficiam da onda de busca por risco. Como a América Latina estava muito descontada em relação a outras regiões - ou seja, com preços atrativos -, acabou recebendo grandes aportes. No entanto, com os emergentes se recuperando da pandemia em 2021, a expectativa é que o interesse dos investidores continue alto, mas em um segundo momento, passada a euforia inicial, eles devem começar a diferenciar mais os mercados, ressalta Lucci.

A forma como o Brasil vai encarar o desafio fiscal e o andamento de reformas, como a tributária, e as privatizações vai determinar a intensidade dos fluxos, destaca ele, que ainda vê preços atrativos na região para os estrangeiros.

Mesmo com o rali observado na reta final de 2020, os ativos da América Latina ainda oferecem prêmios interessantes comparados ao mercado internacional, avalia o chefe de soberanos e mercados emergentes da BlackRock, Amer Bisat. Desde novembro, os investidores vêm fazendo uma certa vista grossa para problemas específicos de cada país, animados pela euforia em torno dos resultados positivos das vacinas, da definição da eleição americana e da liquidez alta no mundo. No entanto, a tendência é que passem a cobrar em seguida pelos desafios de curto prazo de cada mercado. "No curto prazo, as coisas estão bem, as rentabilidades são atrativas, mas há desafios que vão voltar", disse.

"O fluxo está muito dependente da solução fiscal que vai ser costurada para o Brasil", afirma o economista-chefe no País do Citi, Leonardo Porto. O ponto de inflexão, disse ele, é a questão fiscal, se o teto de gasto será ou não respeitado em 2021, em qual magnitude, e se isso vai se estender para os próximos anos, além de como a despesa maior será financiada.

Na avaliação de Porto, o afrouxamento do teto só ocorre em 2021. Ele espera recuperação do investimento externo direto, que pode somar US$ 56 bilhões no ano que vem, ante US$ 39 bilhões previstos para este ano.

Vulnerável

O Brasil aparece entre os três emergentes mais vulneráveis em 2021, junto com Turquia e África do Sul, segundo ranking elaborado pelo Bank of America, que avalia indicadores macroeconômicos e financeiros. A posição ruim do Brasil é culpa do elevado endividamento, segundo relatório do banco americano. Chamando atenção para a vulnerabilidade brasileira, o canadense TD Bank afirma estar otimista com os emergentes no geral, mas vê oportunidade para diferenciação em 2021 e destaca que o Brasil é especialmente problemático, por conta da situação fiscal muito deteriorada.

"Para vir um fluxo específico para o Brasil é preciso resolver a questão fiscal", destaca o estrategista em moedas e crédito globais da Ohmresearch Independent Insights, Daniel Miraglia, ressaltando que desde novembro o País está recebendo dinheiro de curto prazo que está indo para todos os emergentes, sem diferenciar mercados. "A gente vem de um processo de pandemia em que o mercado entendeu a necessidade de aumento de gastos, mas agora chegou o momento que o mercado quer ver se governo tem mesmo a responsabilidade fiscal desejada", afirma o especialista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A CD Projekt Red tem enfrentado diversos problemas desde o lançamento conturbado de "Cyberpunk 2077". O game chegou aos jogadores no início de dezembro com diversos problemas de otimização nas versões de Playstation 4 e Xbox One. Por conta disso, alguns investidores da produtora estudam a possibilidade de processá-la.

Em uma reportagem do The New York Times, algumas empresas de advocacia analisaram o caso. A firma polonesa Varsóvia, avalia a ação coletiva contra a CD Projekt Red com base no argumento de "representação errônea em ordem para obter benefícios financeiros". Outra que também verifica uma possível ação judicial contra a desenvolvedora é a empresa americana Wolf Haldenstein Adler Freeman & Herz, pelo fato de a produtora não ter sido transparente em relação aos problemas do produto para com os acionistas e o público investidor.

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Os problemas relacionados ao "Cyberpunk 2077" também fizeram com que as ações da CD Projekt Red despencassem. Antes da remoção do game no serviço Playstation Store, o valor era de 309 zloty (R$ 430,25). Agora varia entre 250 e 260 zloty (R$348,10 e 362,02).

O projeto de lei sobre a segurança de Hong Kong, que o Parlamento chinês deve tratar na quinta-feira (28), refere-se apenas a "um punhado de criminosos" - declarou a chefe do Executivo Carrie Lam nesta terça (26), a fim de tranquilizar os investidores estrangeiros preocupados com as liberdades na ex-colônia britânica.

O governo central da China apresentou na sexta-feira (22) um texto bastante polêmico ao Parlamento para proibir a "traição, secessão, sedição e subversão" em Hong Kong.

No domingo (24), o ministro das Relações Exteriores chinês pediu que a lei seja aplicada "sem demora".

Essa reação após meses de protestos em massa em Hong Kong em 2019, muitas vezes violentos, também é uma resposta à incapacidade das autoridades locais de aprovarem este texto, que já havia desencadeado uma contestação no território no passado.

Essa lei é vista por muitos cidadãos de Hong Kong como a violação mais grave do princípio "um país, dois sistemas", que supostamente garante a Hong Kong liberdades inexistente em outras partes da China até 2047.

Uma preocupação compartilhada por algumas capitais ocidentais e por investidores estrangeiros.

No comando de um Executivo totalmente alinhado com Pequim, Lam considerou nesta terça a preocupação com as liberdades de Hong Kong "totalmente infundada".

O projeto "visa apenas a um punhado de criminosos e protege a grande maioria dos habitantes que respeita a lei e que ama a paz", disse Lam a repórteres.

Palavras que ecoam as proferidas no dia anterior pelo representante da China em Hong Kong, Xie Feng. Em declarações a diplomatas e empresários estrangeiros, ele disse que "não há absolutamente nenhuma razão para entrar em pânico", diante de uma lei que visa "a forças violentas e terroristas".

De junho a dezembro, Hong Kong experimentou a pior crise política desde a retrocessão em 1997, com uma contestação sem precedentes à tutela chinesa e à interferência de Pequim. Este movimento foi marcado por violentos confrontos com as forças de choque.

- Desestabilizar a nação -

Pequim apresenta esse movimento de protesto como uma conspiração apoiada por forças estrangeiras para desestabilizar a nação.

Já os defensores da democracia afirmam que a rua era o único meio de se fazer ouvir sem sufrágio universal.

Após um longo hiato, devido à epidemia de coronavírus, milhares de pessoas protestaram novamente no domingo em resposta à lei de segurança.

O texto exato do projeto não é conhecido, mas o Parlamento chinês apresentou suas linhas gerais na semana passada. Deve, em princípio, aprová-lo até quinta-feira para entrar em vigor no decorrer do verão boreal.

Um motivo de preocupação é o dispositivo que permitiria que policiais chineses operassem em Hong Kong, cuja Justiça deveria ser independente.

Muitos veem isso como um risco de repressão contra os dissidentes, já que as leis antissubversão são frequentemente usadas na China contra os críticos do regime.

Na coletiva de imprensa desta terça-feira, Lam acrescentou que os protestos contra o governo continuarão sendo permitidos, se "forem realizados legalmente".

Nos próximos dias, novas mobilizações estão previstas no território semiautônomo, apesar da proibição de aglomeração.

"Estes são os túmulos de abril. Vejo um funeral a cada dez minutos, e este é só o começo." A descrição de um cemitério em São Paulo com os caixões de vítimas do coronavírus feita na semana passada foi apenas uma dentre as várias vezes em que repórteres das maiores emissoras de TV dos Estados Unidos abordaram a gravidade da pandemia no Brasil. A imagem de caixões e de hospitais se tornou corriqueira na imprensa estrangeira depois que o País rompeu a marca de mais de mil mortes diárias. Segundo a Organização Mundial da Saúde, puxada por Brasil, a América do Sul é agora o novo epicentro da Covid-19.

Analistas internacionais definem o Brasil como uma nação governada por um presidente populista que dá respostas contraditórias à pandemia. Os efeitos concretos da percepção no exterior de que o País ruma para um precipício - ao viver uma tempestade perfeita com crises simultâneas na saúde, na política e na economia - já aparecem nos números e na postura distante que outras nações têm preferido tomar do Brasil.

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Desde o início do ano, o real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo, com queda de 45% ante o dólar. A despeito das intervenções diárias do Banco Central, a cotação da moeda americana encostou nos R$ 6. No mesmo período, o CDS (Credit Default Swap), indicador que sinaliza o nível de risco país, cresceu mais de 250%.

Os números superlativos se repetem na debandada de investimentos estrangeiros. Segundo o último relatório do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), que reúne bancos de investimento, fundos e bancos centrais em 70 países, o Brasil registrou em março a maior fuga de capital em um mês desde 1995 e é o país que mais merece atenção, por causa da rápida deterioração do cenário. A quantia perdida só não foi maior do que a registrada pela Índia.

"Investidores gostariam de ver o governo no comando da situação. Temos visto o confronto entre o Executivo (federal) e governadores, assim como discussões com o Congresso sobre os estímulos, além de mudanças ministeriais que aumentam as dúvidas sobre a capacidade do governo de continuar com reformas estruturais", diz Martin Castellano, chefe da seção de América Latina do IFF.

Procurado para comentar os efeitos da percepção negativa do País no exterior, o Ministério da Economia não se pronunciou.

Para o economista-chefe do IFF, Robin Brooks, o coronavírus se tornou uma "crise de confiança" para o Brasil. Colocar dinheiro no País agora deve ser uma tarefa para "especialistas, loucos, oportunistas de longo prazo e aqueles sem outras opções", resumiu o economista Armando Castelar, do Ibre/FGV, em relatório da Gavekal Research, consultoria de investimentos internacional. De acordo com o economista, seria como "correr para um prédio em chamas".

Mídia

Se o Brasil já foi reconhecido como um líder em matéria de saúde pública global e um defensor do desenvolvimento sustentável nos principais fóruns mundiais, a forma como o País é retratado na imprensa tem exaltado pouco dessas qualidades. Na maior parte das vezes, em veículos de diferentes matizes ideológicos e considerados referências em seus países, o Brasil tem sido visto como um país que nega os riscos da pandemia.

Em comum, destaque para a infraestrutura precária e o avanço dos casos nas últimas semanas, destacando que a nação caminha para ser um dos centros da pandemia no mundo. Um dos principais jornais da França, o Le Monde escreveu em editorial que o presidente Jair Bolsonaro 'provoca a catástrofe' e 'semeia a morte'.

Diz que o País é o epicentro dos novos casos do coronavírus, que o presidente leva o Brasil a um caminho 'extremamente perigoso' e que há mais de 30 pedidos de impeachment no Congresso. Cita ainda o fato de Bolsonaro ter chamado a Covid-19 de 'gripezinha', participar de aglomerações e criticar medidas de distanciamento social recomendadas no mundo todo. "Não há dúvida de que há algo podre no reino do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro, pode afirmar sem se preocupar que o coronavírus é uma 'gripezinha' ou uma 'histeria' nascida da imaginação' da imprensa".

A revista alemã Der Spiegel escreve que o presidente 'perdeu a realidade' e que ele pretende voltar à vida cotidiana com 'todas as forças', embora o Brasil esteja cada vez mais próximo de ser o epicentro do vírus.

O americano Washington Post lembrou que Bolsonaro chamou o vírus de gripezinha e pediu que as pessoas enfrentem o coronavírus como 'homem e não como moleque". "Pior, o presidente tem repetidamente tentado enfraquecer os esforços tomados pelos 27 governadores para conter a epidemia".

O Wall Street Journal diz que o coronavírus tem varre um país sem estrutura e com um líder que despreza o vírus.

O britânico Financial Times disse que a maior parte do mundo tem tomado medidas drásticas para combate o vírus, mas quatro países não estavam fazendo isso: Turcomenistão, Brasil, Nicarágua e Bielo-Rússia. O jornal apelidou o grupo de Aliança do Avestruz, em uma menção ao animal que coloca a cabeça na areia para não ver um perigo.

O Corriere della Sera, um dos principais diários italianos, destacou recentemente a frase de que o presidente queria fazer um churrasco em meio ao aumento de casos de Covid-19 no País. Também lembrou dos casos em que Bolsonaro minimizou o risco dos vírus e fala da ascensão da doença no Brasil.

"A imprensa internacional tem sido muito objetiva em mostrar a falta de uma política integrada entre os governos federal, estaduais e municipais em termos de combate à doença", diz Ciro Dias Reis, presidente da consultoria Imagem Corporativa, que mantém um índice anual sobre a percepção do País na imprensa estrangeira.

A empresa aguarda os números do período entre janeiro e abril, mas a expectativa é de erosão - em 2019, o índice registrou 37% de notícias positivas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de 230 investidores institucionais internacionais, com ativos sob gestão de US$ 16,2 trilhões, pediu em carta publicada nesta quarta-feira, 18, "ação urgente" para conter os "incêndios devastadores" na Amazônia, com as queimadas em crescimento por causa do desmatamento em "taxa alarmante" no Brasil e na Bolívia.

Entre as companhias que assinam o documento, de 20 páginas, estão nomes como HSBC Asset Management, o grupo francês BNP Paribas, o grupo japonês Mitsubishi UFJ Trust e entidades brasileiras, como a SulAmérica Investimentos. Ao todo, há investidores de mais de 30 países assinando o documento, que foi divulgado hoje pela Organização não-governamental (ONG) americana Ceres e pelo Principles for Responsible Investment (PRI).

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"Estamos preocupados que empresas expostas ao potencial desmatamento em suas operações no Brasil e em suas cadeias de suprimento vão enfrentar dificuldades crescentes de acessar os mercados internacionais", observa o comunicado. O texto pede ação das companhias e mostra temor com os impactos financeiros dos desmatamentos nas empresas em que estes investidores aportam recursos e podem estar expostas a riscos de reputação, operacionais e regulatórios dentro de suas operações e cadeias produtivas.

O documento pede que as companhias divulguem e implementem publicamente uma política de não desmatamento, com compromissos quantificáveis e prazo determinado, cobrindo toda a cadeia de suprimentos; avaliem operações e cadeias de suprimentos quanto ao risco de desmatamento e reduzam esse risco ao nível mais baixo possível; estabeleçam um sistema transparente de monitoramento e verificação para conformidade do fornecedor com a política de não desmatamento; publiquem relatórios anuais sobre exposição e manejo de riscos de desmatamento.

"É com profunda preocupação que acompanhamos a crescente crise de desmatamento e incêndios florestais no Brasil e na Bolívia", afirma o comunicado dos investidores. "Como investidores, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e assegurando serviços ecossistêmicos."

A equipe Alagoana do CSA recebeu uma proposta de compra por um grupo de investidores chineses na noite desta quarta-feira (1°). A informação é do portal Alagoas 24 horas. Segundo a publicação, a compra será nos moldes feito pela Red Bull com o Bragantino.

Em entrevista ao portal, o presidente do CSA confirmou o interesse. "Hoje o mundo está muito globalizado e os investidores estão sempre buscando novas opções de negócios. Recentemente o Botafogo de Ribeirão Preto e o Bragantino foram adquiridos por grupos empresariais. E há um grupo chinês que tem visto o CSA com bons olhos", disse Rafael Ténorio.

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O presidente do clube azulino não falou sobre os valores do negócio, mas a estimativa é de a quantia pode ultrapassar a casa dos 100 milhões de reais.

"Os investimentos são altos e a empresa acenou com a vontade de construir uma arena, investimentos maiores na base e tornar o CSA ainda mais forte do que está hoje. Surgiu esta proposta do CSA se tornar um clube privado e receber este investimento e estamos iniciando um processo de negociação comercial e que possamos dar continuidade a esta conversa", salientou.

A compra deve ser algo parecido com que aconteceu com Bragantino e Botafogo-SP como citou Rafael. Mas essas equipes terão seus nomes alterados algo que não é visto com bons olhos pelo dirigente.

"Isso é uma das coisas que não abrimos mão. O CSA tem tradição centenária, uma torcida e história mundial. Nós iremos acordar isso e permanecerá sempre o nome de Centro Esportivo Alagoano. O que mudará será o investimento, o regimento, a administração. Eles não demonstraram interesse de mudar o nome do clube”, cravou.

A Avianca contratou a Galeazzi & Associados, consultoria especializada em reestruturação de empresas e conhecida por realizar cortes drásticos de custos, para assessorá-la financeiramente em seu processo de recuperação judicial. A Galeazzi já tem participado da renegociação das dívidas da companhia aérea com credores e nas conversas com eventuais investidores, entre eles o fundo Elliott.

Segundo fontes próximas à Avianca, três investidores estão analisando a possibilidade de realizar um aporte na empresa. A agência de notícias Bloomberg havia informado, na última sexta-feira, que o fundo Elliott é um dos que vem negociando - informação que foi confirmada pelo Estado.

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O Elliott, do bilionário americano Paul Singer, é conhecido por comprar empresas em dificuldades - chegou a olhar a operadora Oi, por exemplo. Foi também um fundo de Singer que adquirir a dívida da Argentina, em 2002, após o país ter dado calote. Conseguiu, 14 anos depois, receber até 15 vezes o valor investido inicialmente. O Estado apurou, porém, que as conversas com o Elliott ainda estão em fase inicial.

Uma injeção de capital daria uma alívio à empresa, que foi a única das aéreas nacionais a não receber aporte nos últimos anos. Em 2018, as companhias do setor sofreram com a alta do dólar e do petróleo, além de queda de demanda em decorrência da greve dos caminhoneiros.

A Galeazzi e a Avianca fecharam contrato pouco antes do ano novo. Desde o início de janeiro, três funcionários da consultoria trabalham na companhia aérea. Segundo fonte próxima ao caso, está sendo analisada qual será a capacidade de pagamento da Avianca após a o processo de redução das operações - a frota diminuirá de 57 para 38 aeronaves.

Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca tem quase R$ 500 milhões em dívidas e está brigando na Justiça para não perder seus aviões. Ela tem até 1.º de fevereiro para apresentar uma proposta de pagamento às empresas que arrendam as aeronaves. Caso não seja fechado nenhum acordo, a Justiça poderá decretar a reintegração de posse dos aviões automaticamente.

Procuradas, Avianca e Galeazzi não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contato com o Elliott.

O câmbio teve uma sessão de ajuste nesta quarta-feira, 21, no mercado doméstico, após o feriado de terça em São Paulo, dia marcado por forte estresse no exterior, com tombo do petróleo, alta do dólar e queda das bolsas mundo afora. Por isso, o real se descolou de outras moedas nesta quarta e foi a divisa que mais perdeu valor perante o dólar nesta quarta-feira, considerando uma lista de 24 emergentes. Os investidores seguem atentos ao passos de Jair Bolsonaro (PSL), mas nesta quarta novamente os anúncios não tiveram repercussão nos preços da moeda americana aqui. O dólar à vista fechou em alta de 1,01%, a R$ 3,7972, bem próximo da máxima do dia.

Estrategistas ressaltam que investidores estrangeiros estão redobrando a cautela com o Brasil e outros emergentes, em meio a um aumento de preocupações no mercado financeiro internacional por conta de renovadas preocupações sobre desaceleração da economia mundial, dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e os efeitos na atividade da guerra comercial entre a China e Washington.

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Diante da maior cautela, só entre segunda-feira (19) e sexta (16), os estrangeiros aumentaram a posição comprada no mercado futuro de câmbio no Brasil - dólar futuro e cupom cambial - em US$ 882 milhões. Com isso, o total de posição comprada na moeda americana chegou a US$ 38,887 bilhões, segundo dados da B3. Os estrangeiros seguem retirando dinheiro do País, conforme mostram os dados do Banco Central divulgados nesta quarta. Entre 12 e 16, houve retirada de US$ 494 milhões pelo canal financeiro, elevando a saída no mês para US$ 2,2 bilhões. As mesas de operação relatam que a saída de estrangeiros prosseguiu na sessão desta quarta.

O banco JPMorgan elevou a previsão para o dólar em 2019, de R$ 3,80 para R$ 4,10, e chama atenção para "ventos contrários do exterior", que podem tornar as reformas prometidas por Bolsonaro, como a da Previdência, ainda mais urgentes. A moeda americana pode chegar a esse nível já no segundo trimestre do ano que vem. "Acreditamos que o real não vai escapar da pressão em outros emergentes", ressalta relatório enviado a investidores. O JP alerta que o Brasil, por causa das deterioradas contas fiscais, pode ser em 2019 o mercado emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal, ultrapassando a Argentina e a Turquia, os dois mercados mais afetados este ano pela mudança de humor dos investidores internacionais.

As bolsas europeias fecharam majoritariamente com ganhos nesta quinta-feira, 20, atreladas ao movimento altista nas bolsas de Nova York, enquanto os investidores minimizam a guerra comercial entre os EUA e a China. O índice Stoxx 600 terminou com avanço de 0,7%.

A bolsa de Londres terminou em alta de 0,49%, apesar do avanço da libra, enquanto a bolsa de Frankfurt subiu 0,88%. Já a bolsa de Paris teve ganho de 1,07%. A bolsa Milão registrou acréscimo de 0,51%, Madri acelerou 1,03% e Lisboa caiu 0,27%.

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Os mercados como um todo minimizaram as preocupações de escalada da guerra comercial entre EUA os e a China. Na segunda-feira, os EUA aplicaram tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. A China retaliou colocando tarifas sobre US$ 60 bilhões em bens dos EUA.

"As bolsas subiram na Europa com a retomada do otimismo agora que os comerciantes superaram a mais recente escalada na briga comercial entre EUA e China", disse David Madden, da CMC Markets. "A poeira baixou na esteira das tarifas anunciadas, e os investidores, na ausência de notícias negativas, promoveram a compra", acrescentou.

O bom humor na Europa ganhou força depois da abertura das bolsas em Nova York, que registram mais um dia de ganhos, com o Dow Jones registrando seu primeiro recorde intraday desde janeiro. O sentimento em Wall Street foi impulsionado porque os investidores apostam que uma guerra comercial entre os EUA e a China não será tão ruim quanto se temia anteriormente.

Em Londres, "a força positiva do setor de mineração continuou a apoiar o índice FTSE 100, com crescente otimismo sobre o caminho dos metais básicos ajudando a impulsionar compras de longo prazo para o setor", disse Josh Mahony, do IG Group. Destaque para alta de 2,6% da Fresnillo.

Voltando para a Europa, os investidores acompanharam hoje a cúpula informal de líderes da União Europeia na Áustria. Líderes da União Europeia querem pressionar por um acordo do Brexit até outubro, mas alertaram a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que as negociações podem entrar em colapso se ela não der liberdade sobre as questões da fronteira e do comércio da Irlanda do Norte.

No geral, muitos setores registraram ganhos de mais de 1%. Entre os destaques, o banco dinamarquês Danske Bank fechou em alta de 4,76% depois que o UBS disse que as ações do banco ainda eram atraentes do ponto de vista da avaliação, apesar de um escândalo de lavagem de dinheiro em torno de sua filial na Estônia. A autoridade financeira da Dinamarca, a Autoridade de Serviços Financeiros, anunciou nesta quinta-feira a reabertura de uma investigação sobre o banco, cujo presidente renunciou na quarta-feira.

Entre as moedas, a libra avançou depois que as vendas no varejo do Reino Unido subiram 3,3% no mês passado na comparação anual, superando as expectativas dos analistas, de alta de 2,2%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Tentando atrair apoio do chamado Centrão para sua campanha, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, se comprometeu a pedir desculpas a integrantes do DEM. Nesta quinta-feira, 28, o secretário-geral do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), disse à reportagem que aceita o pedido de desculpas de Ciro Gomes. Faz uma exigência, no entanto: que as desculpas ocorram no mesmo ambiente público em que Ciro o atacou.

Pauderney processa Ciro por injúria porque, em 2016, durante uma palestra, o hoje pré-candidato do PDT disse que o então líder do DEM tinha sido "corretor de Fernando Henrique Cardoso" na suposta compra de votos pela aprovação da emenda constitucional que permitiu a reeleição de presidentes da República, governadores e prefeitos.

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Em novo aceno para os democratas, Ciro se comprometeu a telefonar para Avelino e disse que não há "nenhum problema" em fazer o pedido publicamente. "Falei para o ACM Neto (presidente do DEM): faça a lista de quem você achar que eu preciso ligar que eu ligo, sem nenhum problema", declarou Ciro, após dar uma palestra para investidores da corretora XP, em São Paulo.

O pedetista admitiu que "às vezes" é "muito duro" em suas afirmações, mas disse que nunca teve o objetivo de ofender ninguém.

O agrado, no entanto, não foi o mesmo com o ex-ministro Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB, que divulgou um vídeo atacando Ciro e Bolsonaro e classificando o presidenciável do PDT como aquele que quer resolver as coisas "no grito". Ciro disse que tudo o que a equipe de Meirelles usou no vídeo foi "picado" e tirado do contexto.

Ainda na costura de alianças eleitorais, Ciro sinalizou que espera uma confirmação do apoio do PSB para sua candidatura, após fazer uma viagem a Pernambuco e se encontrar com o governador Paulo Câmara e com Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos.

Na fala de Ciro, o PSB tem uma "ampla maioria" e nenhum veto a uma aliança com o PDT. Os entraves, observou, são o apoio pretendido do PT em Pernambuco e a aliança do governador de São Paulo, Márcio França, com Geraldo Alckmin.

O PDT ofereceu apoio aos pessebistas em Pernambuco e Minas Gerais para consolidar o acordo. "Eu quero muito esse apoio. Então estamos conversando com as habilidades e delicadeza, mas estou animado", afirmou Ciro, respondendo em seguida que, "se Deus quiser", o apoio vai ser oficializado.

Para o pré-candidato, o DEM e os demais partidos do Centrão podem continuar conversando com ele para uma aliança. "Eles é que chamam, a hora que eles quiserem."

Aposentadoria

Nesta quinta, de manhã, Ciro recebeu o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) e diretores da Força Sindical em seu apartamento, na capital paulista. O pré-candidato afirmou que o encontro foi com "o Paulinho liderança sindical" e serviu para discutir propostas nas áreas trabalhista e previdenciária.

O pré-candidato considera uma proposta de idade mínima para aposentadoria de acordo com a expectativa de vida dos brasileiros. Após o encontro com o deputado Paulinho da Força, Ciro classificou a ideia de idade mínima apresentada pela entidade como "genial". Nos bastidores, o presidenciável tenta atrair partidos como o Solidariedade, comandado pelo deputado, para sua campanha.

Pela proposta, a idade mínima para aposentadoria se manteria em 60 anos para homens e 58 para mulheres e, para cada um ano que a expectativa de vida do brasileiro aumentasse, três meses seriam acrescentados na idade mínima.

"Achei uma ideia muito interessante e incorporo para discutir. Achei genial", disse Ciro.

A equipe que organiza o programa de governo do pedetista, liderada pelo economista Nelson Marconi, já apresentou uma proposta de reforma da Previdência que dividiria o sistema em três faixas de beneficiários, que vão desde um benefício social com renda mínima até um sistema de capitalização, de acordo com a renda do trabalhador.

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A jornalistas, Ciro contou que começou a palestra para os investidores comentando sobre sua "imagem" perante o mercado financeiro e propondo aos participantes que deixassem suas ideias fixas "penduradas lá fora". "Não vim procurar simpatia, vim procurar confiança", disse Ciro.

O presidenciável revelou ainda cobrar R$ 30 mil por palestras como essa. "Preciso pagar o gim das crianças e eu prefiro fazer isso de forma transparente", justificou.

O ex-ministro afirmou que cobra algumas palestras para ter a possibilidade de não cobrar em eventos organizados por universidades e sindicatos. Além disso, ele prometeu suspender a cobrança quando sua candidatura à Presidência for homologada.

A disparada do dólar nos últimos dias foi motivada pelo desfecho que teve a greve dos caminhoneiros, associada ao retrocesso da economia e às dúvidas sobre o rumo da política econômica após as eleições - quase uma tempestade perfeita, na avaliação de economistas. O temor dos investidores é que o quadro eleitoral que vem se desenhando nas pesquisas - sem um candidato de centro no segundo turno - se confirme.

"Tudo está vinculado às eleições, sendo que as pesquisas eleitorais apontam para um segundo turno com dois extremos, um de direita e outro de esquerda. Algo a que o investidor, principalmente o externo, tem forte rejeição, especialmente com o histórico da América Latina", diz o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Langoni. "O risco político domina a formação do risco do País."

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Uma pesquisa encomendada pela XP Investimentos, publicada na quinta-feira, 7, mostra que 44% dos investidores acreditam em um segundo turno com Jair Bolsonaro e Ciro Gomes - e 48% veem uma vitória de Bolsonaro. Além disso, uma eventual candidatura de Fernando Haddad, com apoio de Lula, teria 11% das intenções de voto.

Segundo o ex-diretor do Banco Central (BC) e chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV, José Júlio Senna, as condições financeiras internacionais, que foram favoráveis ao Brasil durante dois anos, começaram a piorar em janeiro e estão estáveis desde maio. A partir daí, o que houve de piora está ligado ao ambiente doméstico, com destaque para a paralisação dos caminhoneiros. "No momento em que percebemos que existe uma espécie de identificação de um governo impopular com uma agenda de reformas, os eleitores tendem a rejeitar candidatos que falem de reformas. É isso o que o mercado está vivendo agora. Está caindo a ficha", afirmou Senna.

Embora o cenário atual remeta aos meses que antecederam as eleições de 2002, quando o dólar atingiu o patamar de R$ 3,99, o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, diz que o movimento de saída dos investidores guarda diferenças importantes com o que se viu naquele ano. Naquele momento, as contas externas brasileiras estavam ruins, além de as empresas estarem mais endividadas em dólar. Havia em 2002 uma "espiral que realimentava a crise", diz o economista, que agora se reduziu. Já as constas fiscais agora estão muito piores do que em 2002 e mais difíceis de serem corrigidas, ressalta Schwartsman. Com o fiscal tão ruim, ele afirma que cresce a expectativa por um candidato com perfil mais reformista.

Sem essa alternativa, a avaliação de Luis Eduardo Assis, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, é de que a volatilidade deve aumentar até as eleições de outubro. "Até a semana passada, o dólar refletia muito a turbulência internacional. Agora, em cima disso, vem uma percepção crescente do mercado de que talvez não exista um candidato de centro que seja viável", afirma. "Sobram o Jair Bolsonaro, o Ciro Gomes e, eventualmente, um candidato do PT; tudo isso é muito ruim para o mercado." Segundo Assis, ainda que haja simpatizantes do economistas Paulo Guedes (responsável pelo programa econômico de Bolsonaro), os investidores estão se acostumando com a ideia de um processo eleitoral que vai ser mais difícil e que talvez tenha um segundo turno em que nenhum dos dois candidatos levante a bandeira das reformas que o mercado defende.

O economista-chefe da Mapfre Investimentos, Luis Afonso Lima, pondera que o forte movimento de venda de ativos brasileiros é uma reação atrasada do mercado. "O mercado comprou um cenário muito positivo, de muita tranquilidade. E essa volatilidade veio pra ficar, ao sabor das pesquisas eleitorais", disse Lima. Ele rejeita a tese de que o mercado está em meio a um ataque especulativo e defende que se trata de um movimento de proteção dos investidores. "No mundo o dólar está perdendo em relação a outras moedas. Só perante o real que está ganhando. Isso sinaliza uma desconfiança, uma insegurança em relação ao Brasil." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de investidores ativistas pediu que Mark Zuckerberg renunciasse à presidência do Facebook, cargo que ele ocupa desde 2004. O pedido vem após o testemunho que Zuckerberg dará no Congresso dos EUA ser divulgado esta segunda (9). No depoimento, o CEO de 33 anos reconhece que errou, mas enfatiza que não deixará seu posto de chefia.

"O testemunho de Mark Zuckerberg destaca um fato simples: ele não entende como uma grande empresa global e de capital aberto é administrada", disse o CEO da Open MIC, Michael Connor, em um comunicado. "Ele atualmente tem dois empregos no Facebook - CEO e presidente do conselho. É hora de ele desistir de pelo menos um, senão dos dois títulos", continuou.

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Embora o grupo de investidores Open MIC não possua ações na companhia, ele tem um histórico de coordenar pedidos de maior responsabilidade ao Facebook. Por exemplo, no início deste ano, eles exigiram um relatório sobre possível interferência na eleição presidencial de 2016.

O grupo Open MIC, porém, não é o único que pressiona Mark Zuckerberg. Na semana passada, um investidor da empresa, Scott Stringer, titular da controladoria da cidade de Nova York, afirmou que o Facebook deveria mudar a estrutura de comando da empresa. As ações do Facebook caíram quase 15% desde que os detalhes mais recentes da Cambridge Analytica vieram à tona.

No fim de semana, um editorial no jornal San Francisco Chronicle também pediu a Zuckerberg que renunciasse. O fundador do Facebook resistiu veementemente a qualquer pressão para abrir mão do controle da empresa. Zuckerberg detém apenas 16% das ações na companhia, mas retém 60% dos direitos de voto entre os acionistas, tornando praticamente impossível para os investidores derrubá-lo contra sua vontade.

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Em uma sessão volátil, o Ibovespa desgrudou da trajetória de alta de seus pares no exterior e se firmou em baixa nesta terça-feira, 3, com os investidores tomando posições mais cautelosas diante da cena política interna. Após oscilar 1.200 pontos entre a máxima e mínima, o índice à vista encerrou o pregão com perdas de 0,05% aos 84.623,46 pontos. O giro financeiro de R$ 8,4 bilhões, novamente abaixo da média do ano, indicava o sentimento de precaução que tomou conta dos investidores.

A bolsa vinha tentando se sustentar em meio à melhora nos mercados acionários nos Estados Unidos, mas virou a mão na segunda etapa do pregão, passando às mínimas. O Ibovespa oscilou entre a máxima do dia aos 85.411 pontos e a mínima, aos 84.209 pontos. Perto de uma hora antes do final do pregão, o índice tocou o terreno positivo em um reflexo das máximas alcançadas em Wall Street para, em seguida, retomar as perdas.

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A cautela nos negócios foi atribuída à proximidade do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sessão plenária está marcada para amanhã e pode se estender até quinta-feira.

"Ainda é difícil ter clareza do que pode acontecer no julgamento", disse Ignacio Crespo, da Guide Investimentos, que afirma ter recomendado aos clientes posição mais cautelosa nos investimentos em renda variável, até com o uso de derivativos, buscando se proteger da volatilidade no curtíssimo prazo.

As declarações do ministro do STF Gilmar Mendes dadas na manhã de hoje sobre a comoção da população a respeito das questões que a Corte vai julgar foram lembradas pelo operador da mesa institucional da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro para ressaltar que, em um cenário interno político que ele classificou como horroroso, é natural que os investidores assumam uma postura de maior precaução. Ainda mais porque estão marcadas para esta terça-feira ainda as manifestações populares em defesa da prisão após condenação em 2ª instância e contra o habeas corpus de Lula.

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