Tópicos | Irlanda do Norte

A Irlanda do Norte celebra nesta segunda-feira (10) o 25º aniversário do acordo de paz da Sexta-Feira Santa, que acabou com três décadas de um conflito devastador intercomunitário, e receberá o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Em 10 de abril de 1998, Sexta-Feira Santa, os líderes nacionalistas pró-Irlanda - majoritariamente católicos - e os unionistas pró-Grã-Bretanha - principalmente protestantes - alcançaram um acordo de paz após negociações complexas que envolveram os governos de Londres, Dublin e Washington.

O acordo acabou com três décadas de violência, período que registrou mais de 3.500 mortes.

Um quarto de século depois, o cenário é mais de reflexão que de comemoração.

As instituições regionais, onde por determinação do acordo de paz republicanos e unionistas devem compartilhar o poder, estão paralisadas há mais de um ano devido à oposição do Partido Democrático Unionista (DUP) ao protocolo pós-Brexit negociado entre Londres e Bruxelas para a Irlanda do Norte.

Nenhuma cerimônia importante está prevista para esta segunda-feira, mas vários líderes políticos devem visitar o país durante a semana, incluindo Biden, que tem raízes irlandesas e que chegará na terça-feira à noite em Belfast, onde será recebido pelo primeiro-ministro britânico, Risihi Sunak.

"Recordamos hoje o início de um novo capítulo da história do povo norte-irlandês", afirmou Sunak em um comunicado.

- Bloqueio político -

Sunak destacou que o aniversário é a oportunidade para "celebrar aqueles que tomaram decisões difíceis, aceitaram compromissos e mostraram liderança".

Nos anos posteriores à assinatura do acordo, os paramilitares norte-irlandeses foram desarmados, a fronteira terrestre militarizada foi desmantelada e as tropas britânicas se retiraram da área.

Mas a paz na Irlanda do Norte talvez seja mais precária em 2023 do que em qualquer outro momento desde a assinatura do acordo da Sexta-Feira Santa.

O DUP boicota há mais de 13 meses as instituições regionais norte-irlandesas para protestar contra os dispositivos especiais aplicados na região após o Brexit, que entrou em vigor no início de 2021.

O partido teme que os dispositivos, que mantêm a Irlanda do Norte no mercado único europeu para evitar o retorno de uma fronteira física com a República da Irlanda - país membro da União Europeia - afastem a região do Reino Unido e aumentem a probabilidade de uma Irlanda unificada, objetivo dos republicanos.

A tentativa de assassinato em fevereiro do policial John Caldwell, que foi atingido por vários tiros quando saía de um complexo esportivo com seu filho, foi condenada de maneira unânime pelos líderes políticos da Irlanda do Norte.

O ataque, reivindicado por dissidentes republicanos, foi uma recordação cruel do tipo de violência que já foi comum nesta região de 1,9 milhão de habitantes.

Após o crime, a Irlanda do Norte elevou o nível de ameaça terrorista. Para a visita de Biden, mais de 300 agentes procedentes do restante do Reino Unido foram convocados.

- "Apoio internacional" -

O acordo da Sexta-Feira Santa, "como veremos quando o presidente Biden nos visitar esta semana, mantém um considerável apoio internacional de nossos aliados mais próximos", destacou Sunak.

O primeiro-ministro oferecerá uma "jantar de gala" e comparecerá a uma conferência sobre o tema na Queen's University de Belfast.

A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton - cujo marido Bill Clinton teve um papel fundamental na assinatura do Acordo de Paz quando era presidente entre 1993 e 2001 - também deve participar na conferência de três dias.

Biden quer aproveitar a visita para "destacar o progresso considerável desde a assinatura do acordo e recordar o compromisso dos Estados Unidos em apoiar o vasto potencial econômico da Irlanda do Norte", segundo a Casa Branca.

O presidente americano visitará em seguida a República da Irlanda, com escalas na capital Dublin, assim como nos condados de Louth (leste) e Maio (oeste), de onde partiram seus antepassados quando emigraram em meados do século XIX, fugindo como tantos outros de uma Irlanda devastada pela fome, para morar na Pensilvânia.

Londres descartou nesta sexta-feira a possibilidade de eleições em dezembro na Irlanda do Norte, região britânica que enfrenta um bloqueio político provocado pelo Brexit.

"Eu posso confirmar agora que nenhuma eleição para a Assembleia acontecerá em dezembro ou antes da temporada de festas de fim de ano", anunciou o secretário britânico para a Irlanda do Norte, Chris Heaton-Harris, em um comunicado.

O governo britânico anunciou na semana passada que convocaria eleições na Irlanda do Norte até o fim de janeiro.

As eleições antecipadas acontecerão após uma tentativa de última hora em outubro para superar meses de bloqueio político, provocado pelos dispositivos especiais aplicados a esta região britânica após o Brexit.

O partido republicano Sinn Féin venceu as legislativas regionais de maio, um fato sem precedentes nesta região de 1,9 milhão de habitantes, onde os católicos superam pela primeira vez os protestantes.

Mas não foi possível formar um governo porque o DUP - partido ultraconservador ligado à coroa britânica, se recusa a participar no Parlamento em protesto contra os dispositivos negociados para a Irlanda do Norte no âmbito do Brexit.

Os unionistas pedem a revogação, ou profunda modificação, do protocolo norte-irlandês negociado entre Londres e Bruxelas para o Brexit, que mantém de fato esta região dentro da união alfandegária europeia e em seu mercado único.

O objetivo do protocolo, um dos grandes problemas na longa e difícil negociação da saída britânica da União Europeia - efetiva desde 2021 -, era evitar o retorno de uma fronteira física com a vizinha República da Irlanda, país membro da UE.

Os católicos são mais numerosos que os protestantes na Irlanda do Norte, segundo os resultados de um censo oficial publicados nesta quinta-feira (22), algo inédito para esta província britânica marcada pelos conflitos religiosos.

O censo mostra que 42,3% da população se identifica como católica, contra 37,3% das pessoas que se declaram protestantes ou outras denominações cristãs.

No censo anterior, de 2011, os católicos eram 45% e os protestantes e outras denominações cristãs 48%.

A Irlanda do Norte foi criada há 101 anos com uma distribuição geográfica que garantia uma maioria protestante e, portanto, o poder aos unionistas, partidários da integração ao Reino Unido.

No restante da ilha, hoje a República da Irlanda, os católicos são maioria.

Os católicos da Irlanda do Norte são majoritariamente favoráveis a uma reunificação com a República da Irlanda.

De acordo com os dados do censo nesta província britânica, 31,86% dos habitantes se identificam apenas como britânicos e 29,13% apenas como irlandeses. E 19,78% se identificam como norte-irlandeses.

Em 2011, 40% da população se considerava apenas britânica.

O novo rei britânico, Charles III, deu continuidade nesta terça-feira (13) a sua viagem pelas quatro nações que compõem o Reino Unido, visitando a Irlanda do Norte onde enfrenta o desafio de estabelecer uma complicada reconciliação e evitar a ameaça secessionista.

O governo da Escócia, que o monarca visitou na segunda-feira, pretende convocar um novo referendo de independência, mas a resistência armada à Coroa terminou há séculos.

##RECOMENDA##

Em contraste, na Irlanda do Norte a paz remonta apenas a 1998 e continua frágil.

Os unionistas norte-irlandeses professam uma devoção reverente à falecida rainha Elizabeth II, a base de seu profundo apego à coroa britânica. Um pertencimento que desde o Brexit sentem que está mais ameaçado do que nunca.

Marina Reid, de 54 anos, moradora de Shankill Road, um bairro unionista em Belfast, aponta os relatos que provocaram raiva em sua comunidade sobre um grupo de republicanos que comemorou a morte de Elizabeth II com fogos de artifício e músicas na quinta-feira aos 96 anos.

"Isso diz tudo sobre o respeito que recebemos nestes tempos de luto", comentou à AFP.

Tais informações, que estão sendo investigadas pela polícia da Irlanda do Norte, não representam, porém, a resposta geral da comunidade republicana.

- "Corajosa" -

"Reconheço que ela foi uma líder corajosa", disse a vice-presidente do Sinn Fein, Michelle O'Neill, que deve se tornar a nova primeira-ministra da região, sobre a falecida rainha.

E elogiou "a importante contribuição que a rainha Elizabeth deu para alcançar a paz e a reconciliação entre as diferentes tradições da nossa ilha e entre a Irlanda e o Reino Unido durante os anos do processo de paz".

Unionistas protestantes e republicanos católicos se enfrentaram por três décadas em um conflito violento que deixou cerca de 3.500 mortos e envolveu grupos armados de ambos os lados, bem como o exército britânico.

Após o Acordo de Paz da Sexta-feira Santa de 1998, o Sinn Fein, o antigo braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), ganhou legitimidade política e nas últimas eleições regionais conquistou a maioria no parlamento regional autônomo pela primeira vez na história.

O acordo de paz exige que unionistas e republicanos compartilhem o poder, de modo que o vice-primeiro-ministro deve pertencer ao Partido Unionista Democrático (DUP).

No entanto, irritado com as disposições especiais negociadas entre Londres e Bruxelas sob o Brexit, que impõem controles alfandegários entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, o DUP vem bloqueando a formação de um governo há meses.

Charles III reuniu-se com os líderes políticos da região no Castelo de Hillsborough, no sul de Belfast.

Ele recebeu respeitosas condolências de unionistas e republicanos.

Mas, com a ascensão ao trono, estes veem um pouco mais perto o sonho de deixar o Reino Unido para se reunificar com a vizinha República da Irlanda.

O rei também assistiu a um serviço religioso, destinado a protestantes e católicos, bem como a outras denominações, em que também participaram o presidente, o primeiro-ministro e o chanceler da República da Irlanda.

Pela primeira vez em seus 101 anos de história, a população de uma região que foi historicamente um reduto protestante está se movendo em direção a uma maioria católica, como o próximo censo deve mostrar.

O Sinn Fein se recusa a reconhecer a autoridade da monarquia britânica na Irlanda do Norte e O'Neill esteve ausente do ato de proclamação do novo rei em Hillsborough no domingo.

Por sua vez, "os unionistas se sentem desestabilizados em termos de identidade, em relação ao seu lugar no Reino Unido após o Brexit", comentou à AFP Dierdre Heenan, cientista político da Universidade de Ulster.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou a ameaçar romper unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte - mecanismo que possibilitou um acordo comercial com a União Europeia após o Brexit. Em viagem a Belfast, ele culpou o protocolo pela crise que impede a formação de um novo governo norte-irlandês.

Johnson manteve conversas com líderes políticos da Irlanda do Norte, incluindo os nacionalistas do Sinn Fein e os conservadores do Partido Unionista Democrático (DUP). Após pedir a retomada das atividades legislativas, ele defendeu a aprovação de uma lei que permita violar o protocolo caso a UE não concorde em reabrir negociações.

##RECOMENDA##

O Protocolo da Irlanda do Norte foi acertado para permitir que os britânicos deixassem o mercado único sem precisar montar novamente postos de fronteira entre a Irlanda, membro da UE, e a Irlanda do Norte, território britânico. A ausência de fronteira é parte fundamental do Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, firmado em 1998, que encerrou três décadas de violência sectária na ilha.

FRONTEIRA

O problema é que o protocolo, na prática, deixa a Irlanda do Norte vivendo sob regras diferentes do restante do Reino Unido - o que os unionistas consideram o equivalente à reunificação da Irlanda.

Após mais de 30 anos de integração entre Reino Unido e UE, as economias das duas Irlandas se tornaram interdependentes e a imposição de qualquer controle alfandegário cria um atrito comercial que, além de impopular, teria impacto nos preços dos produtos.

Além disso, neste período em que Irlanda e Irlanda do Norte estiveram sob o guarda-chuva da UE, uma nova geração de católicos e protestantes cresceu desabituada à violência religiosa. Pesquisas apontam que a maioria dos norte-irlandeses ainda prefere ser parte do Reino Unido, mas a diferença é bem menor hoje do que era dez anos atrás.

ELEIÇÕES

Em 2016, no Brexit, a maioria da Irlanda do Norte votou pela permanência na UE. O DUP fez campanha pela saída e, durante as negociações com a Europa, ficou cada vez mais isolado. O resultado foi a perda da maioria que tinha na Assembleia local - eleição vencida pela primeira vez pelo partido nacionalista Sinn Fein, que apoia a reunificação.

Em resposta, o DUP rejeitou formar um governo e travou o funcionamento da Assembleia. O partido exige que Londres abandone o protocolo, o que deixou o premiê na situação difícil de ter de denunciar um tratado assinado por ele mesmo.

A UE rejeita reabrir as negociações do Brexit e uma decisão unilateral do premiê significa a violação de um tratado internacional, que afetaria a credibilidade do Reino Unido e permitiria que a UE revidasse com tarifas e restrições comerciais. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O partido Sinn Fein da Irlanda do Norte, a favor da unificação com a República da Irlanda, prometeu neste sábado (7) iniciar uma "nova era" com a sua mais que provável vitória nas eleições regionais. No entanto, para governar, precisa enfrentar a ameaça de uma paralisação política.

A lenta votação realizada na quinta-feira para nomear os 90 legisladores da assembleia regional deu ao Sinn Fein uma ligeira vantagem sobre o Partido Unionista Democrático (DUP), a favor de manter a Irlanda do Norte dentro da monarquia britânica.

Em Belfast, a contagem até agora dá ao Sinn Fein 23 dos 79 assentos, contra 22 do DUP. Mas o Sinn Fein já ganhou mais votos de primeira escolha (29% contra 21,3% para o DUP), tornando-o o maior partido da Irlanda do Norte, e uma reviravolta está descartada.

"O Sinn Fein parece estar emergindo como o primeiro partido" na Irlanda do Norte, admitiu o líder do DUP, Jeffrey Donaldson.

Esta seria a primeira vez que o Partido Republicano lidera o parlamento regional nos cem anos desde a partilha da ilha, em 1921.

"Este é um momento decisivo para nossa política e nosso povo", disse Michelle O'Neill, líder do Sinn Fein, um ex-braço político do IRA.

"Trarei uma liderança inclusiva que celebre a diversidade e garanta direitos e igualdade para aqueles que foram excluídos, discriminados ou ignorados no passado", acrescentou.

- Risco de paralisação -

A vitória impulsionaria O'Neill ao cargo de chefe do governo local. Mas o acordo de paz da Sexta-feira Santa, que em 1998 encerrou três décadas de conflito sangrento entre republicanos católicos e unionistas protestantes, estabelece uma divisão de poder entre os dois campos.

As negociações são anunciadas como difíceis, já que os unionistas se recusam a integrar o gabinete enquanto persistem os controles alfandegários entre a ilha e o resto do Reino Unido, estabelecidos pelos acordos do Brexit.

Aos seus olhos, esses controles ameaçam a unidade do país, formado por quatro nações, três delas (Inglaterra, Escócia e País de Gales) localizadas na ilha da Grã-Bretanha e a outra na Irlanda.

A crise na Irlanda do Norte ressurgiu em fevereiro com a renúncia do chefe de governo unionista Paul Givan, justamente em desacordo com as regras alfandegárias do Brexit.

- Revés para Boris Johnson -

Em outras partes do Reino Unido, as eleições locais marcaram um grave revés para o Partido Conservador do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, atingido pelo escândalo das festas durante os confinamentos e pelo aumento dos preços.

Os 'tories' perderam centenas de cadeiras e cerca de dez conselhos para o Partido Trabalhista, que ganhou o controle do distrito altamente simbólico de Westminster, sede do poder político britânico, pela primeira vez desde sua criação em 1964.

Os resultados desta semana correm o risco de reacender a rebelião interna do Partido Conservador, onde alguns deputados contemplaram há alguns meses a possibilidade de uma moção de censura.

Cinquenta anos depois da morte de 13 manifestantes na Irlanda do Norte em uma ação dos soldados, uma passeata homenageou neste domingo (30) as vítimas do "Domingo Sangrento", um dos dias mais sombrios da história recente do Reino Unido.

Seguindo o mesmo percurso da manifestação pacífica pelos direitos civis que terminou em um banho de sangue em 30 de janeiro de 1972, a marcha reuniu parentes das vítimas e teve uma cerimônia diante do monumento em homenagem aos mortos no "Bloody Sunday".

O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, tornou-se o primeiro líder da República da Irlanda a participar da cerimônia anual e depositou uma coroa de flores no local.

"Estou aqui para homenagear as pessoas que o Estado britânico matou", declarou à AFP Michael Roach, um texano de 67 anos com raízes irlandesas. "Não haverá justiça até que os paraquedistas sejam levados à justiça por assassinato".

Outra manifestação foi convocada para a tarde, nas ruas de Derry - nome que os habitantes preferem, em vez do nome oficial de Londonderry, que consideram um sinal da dominação britânica -, para coincidir com o horário em que os paraquedistas do primeiro batalhão abriram fogo contra os manifestantes católicos.

O 'Bloody Sunday' ("Domingo Sangrento") levou muitos jovens católicos a abraçar o IRA (Exército Republicano Irlândês), um grupo paramilitar contrário à presença dos britânicos na ilha da Irlanda.

Apenas em 1998 foi assinado o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, que acabou com três décadas de um conflito que deixou 3.500 mortos.

O exército britânico alegou que os paraquedistas responderam aos tiros dos "terroristas" do IRA (Exército Republicano Irlandês), uma versão que foi repetida em um relatório preparado às pressas nas semanas seguintes ao massacre.

Apesar de todos os depoimentos que contradiziam esta versão, apenas em 2010 foi reconhecida oficialmente a inocência das vítimas: algumas foram baleadas nas costas ou quando estavam deitadas no chão, enquanto acenavam com um lenço branco.

- "Anistia" -

Após uma investigação mais longa, de 12 anos, e a mais cara já registrada no Reino Unido (quase 200 milhões de libras esterlinas, 268 milhões de dólares no câmbio atual), o então primeiro-ministro David Cameron fez um pedido oficial de desculpas por atos "injustificados e injustificáveis".

"Aconteceu há meio século, mas para nós parece que foi ontem", declarou George Ryan, de 61 anos, um historiador e guia na segunda maior cidade da Irlanda do Norte. Para ele, a perspectiva de um julgamento dos militares pelo 'Bloody Sunday' "parece mais improvável do que nunca, mas é mais importante do que nunca".

Nenhum soldado foi processado pelo "Domingo Sangrento". O caso aberto contra um deles foi abandonado por questões jurídicas e o governo britânico apresentou um projeto de lei para encerrar qualquer caso que possa ser aberto relacionado ao conflito, algo que todas as partes consideraram uma "anistia".

O juiz Mark Saville, que coordenou a investigação publicada em 2010, afirmou no sábado à BBC que "entende" o sentimento de que "a justiça ainda não foi feita".

Na entrada do bairro católico de Bogside, a frase "Não há justiça britânica" ocupa o espaço que antes delimitava a entrada de "Derry livre".

- Problemas no horizonte -

Há poucos dias, uma bandeira dos paraquedistas hasteada em um bairro leal à coroa britânica da cidade causou alvoroço. A questão chegou a ser discutida durante uma sessão no Parlamento, em Londres.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou o "Domingo Sangrento" como um "dia trágico" e um "dos mais sombrios".

Nos últimos meses, as consequências do Brexit evidenciaram o frágil equilíbrio estabelecido pelo acordo de paz de 1998.

Os controversos dispositivos alfandegários, que para evitar uma nova fronteira terrestre com a Irlanda - mas que estabelecem uma fronteira marítima de fato com a Grã-Bretanha - estão sendo negociados atualmente entre Londres e Bruxelas.

As tensões comunitárias também aumentaram: durante distúrbios em Belfast no ano passado, os "muros da paz" que separam os bairros católicos e protestantes foram incendiados.

As eleições locais de maio serão decisivas para o delicado equilíbrio político instaurado. Com um retrocesso dos unionistas (favoráveis à permanência no Reino Unido), uma vitória dos republicanos parece factível. O Sinn Fein, que já foi o braço político do IRA, deseja a convocação de um referendo em um prazo de cinco anos sobre a reunificação da ilha.

O governo britânico se reserva o direito de agir unilateralmente no conflito com a União Europeia, nomeado pela imprensa de "guerra das salsichas", em meio às tensões pós-Brexit, disse o primeiro-ministro Boris Johnson.

"A menos que vejamos avanços na aplicação do protocolo, que para mim é desproporcional em sua forma atual, teremos que tomar as medidas necessárias", afirmou ele na sessão semanal de perguntas dos deputados ao governo.

##RECOMENDA##

O governo britânico está especialmente preocupado com a entrada em vigor, em julho, do regulamento que impede o envio de carne refrigerada para a Irlanda do Norte, na denominada "guerra das salsichas".

Em vigor desde 1º de janeiro, o protocolo para a Irlanda do Norte, negociado como uma parte do acordo do Brexit, mantém 'de fato' esta província britânica no mercado único e a união aduaneira europeia de mercadorias, prevendo controles alfandegários sobre as mercadorias que chegam lá vindas da Grã-Bretanha.

O objetivo é evitar controles entre a província e a República da Irlanda no sul, e com isso contornar o restabelecimento de uma fronteira formal entre os dois territórios, o que poderia comprometer a paz na Irlanda do Norte, depois de três décadas de violência.

Essas medidas, por outro lado, perturbam o comércio e indignam os unionistas, que defendem manter a província dentro do Reino Unido.

No dia anterior, o ministro para o Brexit, David Frost, disse que foi "solicitado e sugerido à UE que a melhor forma de poder avançar seria aprovar uma extensão do período de carência, ao menos por um período". Isso deve permitir que "as discussões atuais prossigam e tentem encontrar soluções".

Após quase nove anos no cargo, Michael O'Neill não é mais o técnico da Irlanda do Norte. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (22), no site oficial da entidade, que alegou como motivo a reprogramação dos playoffs da Eurocopa, no qual os irlandeses teriam de enfrentar a Bósnia e Herzegovina, em 26 de março.

"Após cuidadosa consideração e reuniões com a Federação Irlandesa, sinto que é justo que agora seja a hora certa para eu me afastar", disse O'Neill. "Eu adoraria de ter a oportunidade de dirigir a Irlanda do Norte nos jogos dos playoffs da Euro e ter a chance de classificar a equipe para outro grande torneio, mas a situação atual mostra que não é mais possível."

##RECOMENDA##

O treinador assumiu o comando da Irlanda do Norte em 2011 e liderou a equipe na classificação para a disputa da Euro-2016, principal competição do país nos últimos 30 anos. "Era importante deixar a equipe em boas condições para buscar uma vaga na Eurocopa e permitir que o novo técnico tenha tempo para usufruir do nosso trabalho."

Em 17 de março, a Eurocopa de 2020 foi adiada por um ano devido ao surto de coronavírus. O campeonato está previsto para ser realizado entre 11 de junho e 11 de julho de 2021.

Em uma Belfast confinada, a cerveja Guinness continua circulando em abundância graças a Richard Keenan, cujas vans percorrem a cidade para saciar a sede de clientes assíduos dos pubs que agora estão fechados.

Assim como o restante dos estabelecimentos no Reino Unido, seu pub, The Hatfield House, teve que fechar as portas para combater a pandemia do novo coronavírus.

##RECOMENDA##

Mas, longe de se deixar abater, Keenan teve a ideia de dividir sua equipe em quatro vans, equipadas com barris refrigerados e torneiras de cerveja, como no balcão de qualquer bar.

As distâncias de segurança são respeitadas pelos clientes para evitar qualquer possível propagação do vírus, que já causou 13.000 mortes no Reino Unido.

- 50 milhões de canecas -

Embora a Guinness também seja vendida em latas, os mais experientes garantem que servida sob pressão, lentamente e em duas etapas, tem um sabor incomparável.

O governo refletiu bastante antes de tomar a decisão de fechar os bares. "Privamos o povo livre do Reino Unido de um direito antigo e inalienável", afirmou o primeiro-ministro Boris Johnson.

A associação Campaign for Real Ale (Camra), que defende os pubs tradicionais, estima que deve-se tirar o equivalente a 50 milhões de pints nos 39.000 pubs do Reino Unido.

E as consequências vão além das perdas financeiras, já que os pubs fazem parte do coração da sociedade britânica.

"São lugares de socialização. Trazem muitas coisas boas. Ajudam a combater a solidão e o isolamento", afirma o diretor geral da Camra, Tom Stainer.

- Vínculo social -

O cenário é especial para as pessoas vulneráveis, como os mais velhos, a quem o governo pediu uma quarentena estrita.

Para Keenan, seu serviço de entrega da Guinness é um primeiro passo, que pode "transmitir um pouco de alegria" nestes tempos incertos.

"Muita gente compra para o pai que não pode sair e cuja vida social consistia antes em ir beber a cerveja uma vez por semana", conta.

E seus clientes ficam felizes em poder se reconectar, mesmo que por um instante, com algo semelhante a uma vida normal.

"Sentimos falta de coisas como essa", diz David Ferguson, de 43 anos, que trabalha com finanças, e que recebe a entrega de três pints em seu jardim.

"É realmente o sabor", afirma, depois de tomar um gole. "É reconfortante, acredito que seja bom para a moral", estima.

Uma viatura da polícia que patrulhava a capital da Irlanda do Norte, Belfast, foi atacada com uma granada na madrugada desta quarta-feira (4), anunciaram as autoridades da província britânica, denunciando "uma tentativa de matar" policiais que não causou vítimas.

"Pouco depois das 2h00 (23h00 de terça-feira no horário de Brasília), um Land Rover da polícia foi atingido por um objeto", explicou um comunicado da polícia. "Houve uma forte explosão e o Land Rover foi levado para um lugar seguro".

"Felizmente, nenhum dos policiais dentro do veículo ficou ferido e o carro não foi danificado", apontou.

A polícia encontrou "restos de uma suposta granada" e na quarta-feira revistava cuidadosamente o local para verificar se não há outros objetos perigosos.

"É inegavelmente uma tentativa de matar ou ferir policiais", afirmou o superintendente Jonathan Roberts citado no comunicado.

O ataque ocorre a uma semana das eleições legislativas britânicas, muito centradas no Brexit, uma questão particularmente sensível na Irlanda do Norte, uma zona do país com um passado sangrento.

Por três décadas, republicanos católicos e unionistas protestantes se enfrentaram em um conflito que deixou 3.500 mortos e terminou em 1998 com o acordo de paz da Sexta-feira Santa.

O acordo estabeleceu uma divisão do poder local entre as comunidades e uma fronteira aberta com a vizinha República da Irlanda - país membro da União Europeia - cuja defesa é um dos pontos mais conflitantes do Brexit.

Há 50 anos, soldados britânicos se mobilizavam pela primeira vez na Irlanda do Norte, depois de três dias de distúrbios violentos no reduto católico de Londonderry.

A operação Banner, inicialmente projetada como uma intervenção limitada, durou 38 anos, tornando-se a operação mais longa da história do exército britânico.

- A batalha do Bogside -

Londonderry, única cidade da Irlanda do Norte de maioria católica, já tinha sido cenário de distúrbios em outubro de 1968, após a repressão da Polícia de uma manifestação a favor dos direitos civis.

Em 12 de agosto de 1969, a raiva voltou a explodir por ocasião de uma tradicional marcha protestante organizada perto do gueto católico de Bogside.

Durante três dias e duas noites, foram registrados violentos confrontos entre a Polícia, apoiada por ativistas protestantes, e os católicos, principalmente jovens, refugiados atrás de barricadas.

A agitação se estendeu a outras sete cidades, entre elas a capital da província, Belfast, onde os primeiros mortos foram reportados em 15 de agosto.

Superado, o governo norte-irlandês lançou, em 14 de agosto, um pedido de ajuda ao premiê britânico, Harold Wilson. Nesse mesmo dia, 300 soldados britânicos chegaram a Londonderry. No momento mais intenso de sua presença, cerca de 30.000 foram enviados ao Ulster.

- IRA retoma as armas -

Em um primeiro momento, os católicos de Londonderry reservaram uma "acolhida calorosa aos soldados britânicos" e comemoraram "cantando e dançando" a retirada da polícia, acusada de estar ao lado dos protestantes, segundo testemunhos de jornalistas da AFP que estiveram no local há meio século.

Mas a opinião pública mudou rapidamente e o exército britânico foi, por sua vez, acusado de parcialidade a favor dos protestantes.

O ano de 1970 viu o aparecimento do IRA "provisório", nascido das cinzas do antigo Exército Republicano Irlandês, cuja guerrilha tinha conduzido em 1921 a divisão da ilha em uma república independente no sul e uma província do Reino Unido no norte.

A organização clandestina lançou uma campanha de atentados contra as forças da Coroa, matando um primeiro soldado em fevereiro de 1971. No campo unionista, as milícias de extremistas protestantes respondem.

- "Domingo sangrento" -

No domingo, 30 de janeiro de 1972, paraquedistas britânicos atiraram contra uma manifestação pacífica de católicos em Londonderry, deixando 14 mortos.

Três dias depois deste "Domingo sangrento", a embaixada britânica em Dublin foi reduzida a cinzas por uma multidão enfurecida.

Em 24 de março, o governo britânico suspendeu as instituições do Ulster e impôs sua administração direta.

Em 1974, o IRA estende seus ataques mortais à Grã-Bretanha. Os atentados nos bares de Guilford, Woolwich e Birmingham deixaram cerca de 30 mortos.

Em 27 de agosto de 1979, a organização atinge pela primeira vez a família real: Lorde Mountbatten, primo da rainha Elizabeth II e último vice-rei das Índias, foi morto na explosão de uma bomba colocada em um barco no noroeste da Irlanda. No mesmo dia, 18 soldados britânicos morreram no Ulster.

- "Sexta-feira Santa" -

Em 10 de abril de 1998, depois de anos de difíceis negociações, Londres, Dublin e os dirigentes leais e separatistas norte-irlandeses assinaram em Belfast um acordo de paz apoiado pelo IRA.

O acordo da "Sexta-feira Santa" pôs fim a um conflito que deixou mais de 3.500 mortos.

Em 2005, o IRA ordenou o desmonte de seu arsenal, e o Reino Unido reduziu progressivamente o número de seus soldados.

A operação Banner terminou oficialmente em 31 de julho de 2007.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se reunirá nesta quarta-feira (31) com os líderes dos principais partidos políticos da Irlanda do Norte, onde tentará acalmar as preocupações sobre o futuro da fronteira irlandesa no caso de um Brexit sem acordo.

Johnson, que chegou a Belfast na terça-feira (30) à noite, discutirá com os líderes partidários na província britânica para encontrar uma solução para a falta de um executivo local, que dura desde janeiro de 2017.

Mas a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) será a questão chave da sua visita.

Quando o Brexit entrar em vigor, os 500 quilômetros que separam a Irlanda do Norte da República da Irlanda, membro da UE, se tornarão a única fronteira terrestre entre o bloco comunitário e o Reino Unido.

Boris Johnson telefonou na terça-feira ao seu colega irlandês, Leo Varadkar, para assegurar que seu governo "nunca" estabelecerá controles físicos na fronteira, mesmo no caso de um Brexit sem acordo e, portanto, sem a "salvaguarda irlandesa" prevista no Acordo de Retirada concluído entre Bruxelas e a ex-primeira-ministra Theresa May.

Este mecanismo é um dispositivo de último recurso para garantir que, se não for encontrada uma solução melhor, não haverá o restabelecimento de uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

Graças a ele, seria criado um "território aduaneiro único", que incluiria a UE e o Reino Unido, e a Irlanda do Norte permaneceria em linha com uma série de regras do mercado único europeu, como normas sanitárias e controles veterinários.

Este é precisamente um dos principais pontos de discórdia sobre o Brexit, principalmente para o pequeno partido unionista norte-irlandês DUP, um aliado indispensável dos conservadores no Parlamento.

A formação é contra a Irlanda do Norte receber um tratamento diferente do da Grã-Bretanha, algo que acredita que abriria caminho para a reunificação com a Irlanda, seu maior pesadelo.

Para Johnson, a "salvaguarda irlandesa está morta". Portanto, quer renegociar o acordo de saída sem este dispositivo, algo que a UE exclui.

Varadkar assinalou na terça-feira que a salvaguarda é "necessária", mesmo que "algumas soluções alternativas" possam ser consideradas no futuro, caso sua eficácia seja demonstrada.

Um Brexit sem acordo deixará a fronteira em uma situação confusa e representará um grande risco à economia da Irlanda, separando-a de seu principal parceiro comercial.

Em sua visita, o primeiro-ministro britânico também planeja discutir o risco de um ressurgimento da violência na Irlanda do Norte.

Varadkar apontou que um Brexit sem acordo tornaria mais provável a reunificação da Irlanda do Norte com a República da Irlanda.

"Nacionalistas moderados ou católicas moderados, que estão mais ou menos felizes com o status quo, olharão com mais atenção para uma Irlanda unida", assegurou.

"A fronteira foi o ponto de convergência de numerosos atos de violência durante o conflito na Irlanda do Norte", declarou em abril à AFP Gemma Clark, professora de história na Universidade de Exeter. "É um símbolo que os republicanos detestam".

O conflito da Irlanda do Norte envolveu republicanos nacionalistas - católicos e partidários da reunificação da Irlanda - contra os unionistas - protestantes e partidários da permanência na Coroa Britânica. Deixou cerca de 3.500 mortos até os acordos da Sexta-Feira Santa de 1998.

A morte, em abril, da jornalista Lyra Mckee em Londonderry, cidade localizada na fronteira com a Irlanda, cuja responsabilidade foi reconhecida pelo grupo dissidente republicano Nova IRA, alimentou ainda mais esses medos.

A Comissão Europeia condenou, nesta sexta-feira (19), os incidentes da noite anterior em Londonderry, na Irlanda do Norte, onde uma jornalista morreu por disparos - afirmou um porta-voz.

"Vimos as informações sobre o terrível incidente registrado ontem na Irlanda do Norte e que acarretou a morte de uma jornalista. Condenamos tamanha violência", reagiu o porta-voz ao ser questionado pela AFP.

"Temos certeza de que as autoridades britânicas vão determinar as circunstâncias exatas desse trágico episódio", completou.

Uma jornalista de 29 anos morreu baleada na quinta à noite por um homem que atirava contra policiais em Londonderry. A polícia norte-irlandesa trata esta morte como um "incidente terrorista".

O presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Philippe Leruth, pediu às autoridades norte-irlandesas que "garantam uma investigação completa" sobre a morte da jornalista.

"A morte de Lyra McKee é uma perda real para a liberdade de imprensa na Europa e para a jovem geração de jornalistas", acrescentou.

A FIJ destaca que esta é a primeira vez que um jornalista é morto no Reino Unido desde Martin O'Hagan em 2001, abatido por desconhecidos no sudoeste de Belfast.

Em janeiro, a explosão de um carro-bomba em Londonderry fez temer um novo surto de violência de grupos paramilitares em plena tensão sobre o Brexit. A fronteira irlandesa é um dos principais pontos de conflito nas discussões sobre a saída britânica da UE.

As autoridades da Irlanda Norte anunciaram neste domingo (20) que estão investigando um suposto carro-bomba que explodiu na tarde deste sábado (19), no centro de Londonderry. Não há relatos de vítimas.

De acordo com a imprensa local, a explosão ocorreu por volta das 20h15 (horário local). Agentes irlandeses evacuaram alguns edifícios da área e orientaram os moradores para não se aproximarem da região.

##RECOMENDA##

Em sua conta no Twitter, a polícia local publicou fotos do suposto carro-bomba, informou que o incidente não deixou feridos e afirmou que investiga um segundo veículo suspeito na área.

"A polícia está presente no local de um incidente no centro da cidade de Derry / Londonderry. Gostaríamos de pedir paciência e cooperação ao público e à comunidade empresarial enquanto conduzimos nossas investigações iniciais", escreveu.

Londonderry, também conhecida como Derry, tem uma população de cerca de 240 mil habitantes e está localizada a cerca de 112 km a oeste de Belfast, capital do país.

Da Ansa

Segunda adversária da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia, em jogo marcado para o próximo dia 22, em São Petersburgo, a Costa Rica se despediu de seus torcedores de forma bastante positiva neste domingo. A equipe nacional superou a Irlanda do Norte por 3 a 0, em San José, antes de viajar para a Europa, onde finalizará a sua preparação para o Mundial.

Johan Venegas abriu o placar para os costarriquenhos aos 30 minutos do primeiro tempo com um gol de cabeça. Na etapa final, Joel Campbell ampliou para 2 a 0 já no minuto inicial e depois Francisco Calvo decretou o 3 a 0 sobre os irlandeses.

##RECOMENDA##

Mais de 35 mil pessoas marcaram presença no palco do confronto, no qual a Costa Rica voltou a orgulhar os seus torcedores, que em 2014 viram a seleção do país surpreender ao avançar às quartas de final da Copa do Mundo realizada no Brasil.

O amistoso deste domingo em San José também ficou marcado por uma homenagem feita ao goleiro Keylor Navas, que no último dia 26 de maio ajudou o Real Madrid a conquistar o título da Liga dos Campeões na vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool, em Kiev, na Ucrânia.

O jogador atuou por apenas 30 minutos para que pudesse ser homenageado pelos torcedores. A partida foi paralisada em seu 13º minuto, quando Navas foi aplaudido pelos costarriquenhos em alusão ao fato de que o Real acabou de conquistar o seu 13º título europeu.

A seleção costarriquenha vai viajar nesta segunda-feira para a Europa, onde disputará amistosos contra Inglaterra e Bélgica, respectivamente nos dias 7 e 11 de junho, antes de seguir para a Rússia. A estreia da Costa Rica no Mundial será no dia 17, contra a Sérvia, em Samara, pelo Grupo E da competição, na qual depois terá pela frente o Brasil e a Suíça.

Superada com facilidade neste domingo, a Irlanda do Norte não conseguiu conquistar classificação para a Copa do Mundo nas últimas Eliminatórias Europeias.

A seleção suíça esteve longe de ser brilhante. Mas, depois de vencer fora de casa o duelo de ida pela repescagem europeia da Copa do Mundo da Rússia, por 1 a 0, a equipe segurou o empate por 0 a 0 com a Irlanda do Norte neste domingo, no estádio St. Jakob-Park, na Basileia, e assegurou sua classificação ao Mundial de 2108.

E o passaporte para a Rússia se deve especialmente a um jogador: o lateral-esquerdo Ricardo Rodríguez, do Milan. Foi ele, afinal, quem fez de pênalti o gol no duelo de ida. E foi ele quem, já nos acréscimos deste domingo, salvou em cima da linha cabeçada de Evans.

##RECOMENDA##

A "defesa" de Rodríguez, assim, garantiu a Suíça em sua 11ª Copa do Mundo e à quarta consecutiva - jogou também em 1934, 1938, 1950, 1954, 1962, 1966, 1994, 2006, 2010 e 2014.

Derrotada em casa no confronto de ida, a Irlanda do Norte precisava surpreender o tradicional adversário mesmo jogando na Basileia. E, no início, deixou a impressão de que poderia alcançar o feito: logo aos dois minutos, Brunt aproveitou sobra, arriscou de longe e acertou o ângulo. A bola só não entrou porque Sommer fez defesa espetacular.

Aos poucos, contudo, a Suíça foi dominando o duelo. E, embora se classificasse com o empate, desperdiçou chances sucessivas no primeiro tempo. Aos 22, dentro da área, Seferovic recebeu e chutou com perigo. Dois minutos depois foi a vez de Shaqiri finalizar e exigir boa defesa de McGovern, que ainda salvaria arremate de Zuber.

O ritmo seguiu similar no segundo tempo: a Suíça controlava, chegava com certo perigo e a Irlanda do Norte aguardava os contra-ataques. E os visitantes tiveram sua grande chance já nos acréscimos, após bola levantada na área. Mas Ricardo Rodríguez salvou cabeçada em cima da linha e assegurou a classificação suíça.

O Mundial da Rússia, assim, já conta com 27 seleções classificadas. Além da Suíça, a primeira seleção garantida pela repescagem europeia, estão confirmados Egito, Nigéria, Senegal, Marrocos, Tunísia, Rússia (país-sede), Brasil, Bélgica, Inglaterra, França, Alemanha, Islândia, Polônia, Portugal, Sérvia, Espanha, Argentina, Colômbia, Uruguai, Costa Rica, Panamá, México, Irã, Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita.

A Croácia ficou bem próxima de uma vaga para a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia, ao golear a Grécia por 4 a 1, nesta quinta-feira, em Zagreb, no jogo de ida da repescagem das Eliminatórias Europeias. O time anfitrião contou com o apoio de cerca de 30 mil torcedores, que lotaram o estádio Maksimir. Modric, Perisic, Kalinic e Kramaric marcaram os gols da tranquila vitória. Sokratis descontou para os visitantes.

A partida de volta acontecerá neste domingo, em Atenas, e a seleção grega precisará de uma vitória por 3 a 0 ou por quatro ou mais gols de diferença para ir ao Mundial. Também terá que ajeitar o setor defensivo, que no jogo de ida deixou o adversário à vontade para criar as suas chances de gol.

##RECOMENDA##

Os croatas dominaram a partida desde o início e abriram o marcador logo aos 12 minutos. O goleiro grego Karnezis se atrapalhou após receber uma bola recuada, perdeu a disputa para Kalinic e cometeu pênalti. Modric bateu no canto esquerdo do goleiro para abrir o marcador.

Cinco minutos depois veio o segundo. Strinic avançou sem marcação pela esquerda e cruzou rasteiro. Kalinic apareceu livre na primeira trave e desviou para as redes. A Grécia chegou a dar um susto no adversário ao diminuir com Sokratis, aos 32. Após cobrança de escanteio, o zagueiro desviou de cabeça e diminuiu o prejuízo para 2 a 1.

A Croácia, no entanto, não se desesperou e retomou o rumo da partida três minutos mais tarde. Vrsaljko cruzou da direita na medida para Perisic marcar de cabeça e fazer 3 a 1.

No segundo tempo, logo aos três minutos, a Croácia decretou a goleada após mais um erro de recuo dos gregos. Vrsaljko roubou a bola e tocou para Kramaric fazer com o gol vazio. O time anfitrião poderia ter aumentado ainda mais o placar. Mas com o 4 a 1, os croatas tiraram o pé e se mostraram satisfeitos com o resultado.

SUÍÇA VENCE FORA - No outro jogo da repescagem desta sexta-feira, a Suíça derrotou a Irlanda do Norte por 1 a 0, no estádio Windsor Park, em Belfast, e também ficou mais próxima de uma vaga para o Mundial na Rússia. Ricardo Rodríguez, de pênalti, fez o gol da partida aos 13 minutos do segundo tempo. A duelo de volta está marcado para este domingo, na Basileia.

Atual campeã mundial, a Alemanha se classificou nesta quinta-feira (5) à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, com extrema tranquilidade ao superar a Irlanda do Norte por 3 a 1, no estádio Windsor Park, em Belfast, pelas Eliminatórias Europeias. Faltando uma rodada para o término da disputa, a seleção alemã chegou aos 27 pontos e não pode mais ser alcançada pela segunda colocada do Grupo C, os próprios norte-irlandeses, que somam 19.

E, mesmo com a derrota, no entanto, o time mandante se assegurou na repescagem, uma vez que não pode mais ser ultrapassado pela República Checa, que chegou aos 12 pontos nesta quinta-feira ao superar o Azerbaijão por 2 a 1. Completando a rodada, a já eliminada Noruega massacrou San Marino por 8 a 0, fora de casa.

##RECOMENDA##

A campanha alemã nas Eliminatórias Europeias, aliás, certamente a credencia para conquistar um novo título na Rússia. A equipe do técnico Joachim Löw venceu as suas nove partidas, marcou impressionantes 38 gols e sofreu apenas três.

Favorita para o duelo desta quinta-feira, mesmo jogando fora de casa, a Alemanha entrou com importantes desfalques como Özil, Neuer, Hector, Mario Gomez, Khedira e Mario Götze. Era a chance para alguns destaques da equipe alternativa que conquistou a Copa das Confederações, no último mês de julho, como Sebastian Rudy, Julian Draxler e Sandro Wagner.

E eles não decepcionaram. Com pouco menos de dois minutos, após rebatida da zaga, Rudy aproveitou o rebote, arriscou de fora da área e acertou o ângulo, marcando um belo gol. A vantagem alemã não mudou o ritmo do jogo. A equipe seguiu melhor e desperdiçou boas oportunidades até fazer o segundo com Sandro Wagner, em outro bonito gol: após receber de Thomas Müller, na meia-lua, ele girou, bateu no canto e ampliou aos 20.

Estava fácil. A Alemanha quase não era ameaçada mesmo depois de diminuir o ritmo no segundo tempo. E, já aos 40 minutos, Joshua Kimmich acertou chute forte, no canto, para fazer o terceiro. Ainda deu tempo para Josh Magennis, de cabeça, descontar nos acréscimos para a Irlanda do Norte.

A atual campeã mundial, ainda assim, confirmou a classificação com uma excelente campanha e reforçou que chega como forte favorita para vencer a Copa do Mundo da Rússia e conquistar o pentacampeonato.

A Alemanha ficou muito perto de assegurar seu lugar na Copa do Mundo de 2018 nesta segunda-feira (4). Ao golear a Noruega por 6 a 0, a atual campeã mundial garante a classificação para jogar na Rússia com apenas um empate na próxima rodada das Eliminatórias Europeias.

Com oito vitórias em oito jogos, o time alemão segue com aproveitamento de 100% na competição. E exibe o melhor ataque, empatado com a Bélgica, ambas as seleções com 35 gols. O resultado desta segunda deixou os alemães perto do Mundial porque chegaram aos 24 pontos, contra 19 da Irlanda do Norte, a segunda colocada do Grupo C.

##RECOMENDA##

Nas Eliminatórias Europeias, somente o melhor colocado de cada chave avança direto à Copa do Mundo. Os segundos colocados vão disputar uma repescagem entre si para decidirem as últimas vagas na Rússia. Com cinco pontos de vantagem sobre a Irlanda do Norte, a Alemanha só precisa de um empate, faltando duas rodadas para o fim da competição, porque enfrentará justamente a Irlanda na próxima rodada.

Com poucas mudanças no time, incluindo a volta de Khedira, o time alemão não teve qualquer problema para se impor em campo em Stuttgart, nesta segunda. Logo aos nove minutos, os anfitriões já abriam o placar. Em uma pela esquerda, Hector cruzou para Özil bater forte para as redes. A defesa norueguesa pediu impedimento de Werner, atacante alemão que estava em posição duvidosa e atrapalhou a visão do goleiro Jarstein. O árbitro ignorou a reclamação.

Sete minutos depois, Özil recebeu em boa posição dentro da área e deu passe preciso para Draxler ajeitar com cuidado, girar rápido sobre quase na marca do pênalti e bater para o gol. Aos 20, Kroos investiu pela esquerda e acionou Müller, que deu passe de letra para finalização certeira de Werner.

O quarto gol veio com nova assistência de Müller para Werner. Aos 39, ele cruzou da direita na área e o atacante escorou de cabeça. No segundo tempo, Goretszka aumentou a contagem logo aos 4, ao escorar, de cabeça, outro cruzamento. Em lance semelhante, Mario Gomez escorou levantamento de Kimmich e marcou em cabeçada para o gol: 6 a 0.

Ainda sonhando com a vaga direta na Copa, a Irlanda do Norte fez a lição de casa ao derrotar a República Checa por 2 a 0, diante de sua torcida, em Belfast. Jonny Evans e Chris Brunt marcaram os gols dos anfitriões, que chegaram aos 19 pontos.

Em terceiro lugar neste mesmo Grupo C, o Azerbaijão fez sua parte ao golear San Marino por 5 a 1, em casa, e chegou aos 13 pontos. O resultado, contudo, não manteve as chances da equipe. O Azerbaijão não pode mais alcançar a Irlanda do Norte, que tem seis pontos de vantagem e leva vantagem no primeiro critério de desempate: venceu os dois confrontos diretos.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando