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Autoridades de bancos centrais de vários países estão esperando mais turbulência no mercado financeiro, enquanto o Federal Reserve se prepara para reduzir os estímulos à economia dos EUA. Os mercados globais estão hesitantes desde maio, quando o Fed começou a sinalizar que poderia reduzir as compras de bônus, de US$ 85 bilhões por mês. Os juros de hipotecas aumentaram nos EUA e moedas e ações de várias economias emergentes caíram.

Essa volatilidade é um sinal de que os efeitos dessa redução "podem não ser suaves", disse o vice-presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Charles Bean, durante o simpósio de política monetária do Federal Reserve (Fed) de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming.

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O nome do simpósio, "Dimensões Globais da Política Monetária Não-Convencional", tornou-se real demais para pelo menos um dos participantes que eram esperados no encontro. O presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, cancelou sua viagem a Jackson Hole num momento em que o real registrava forte depreciação. Na quinta-feira, o BC anunciou um programa de US$ 60 bilhões para interromper a queda da moeda. o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Pereira Awazu, participou do encontro em seu lugar e assegurou aos participantes que o Brasil tem condições de administrar a situação.

Investidores injetaram muito dinheiro em mercados emergentes nos últimos anos, enquanto a economia norte-americana se recuperava lentamente e as taxas de juros no país estavam em mínimas históricas. Agora, eles estão tirando dinheiro daqueles países devido à perspectiva de juros mais altos nos EUA e do fortalecimento da economia do país.

A volatilidade é agravada pelas incertezas sobre quando o Fed vai começar a reduzir as compras de bônus. Essas compras têm como objetivo impulsionar o crescimento econômico através da redução dos juros de longo prazo, o que deveria resultar em aumento do consumo, de contratações e de investimentos. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Federal Reserve acredita que o fornecimento de uma orientação clara sobre o curso futuro provável das suas políticas torna suas ações mais eficazes para reanimar a economia, ajudando a conter a volatilidade do mercado e as incertezas envolvidas no processo.

Mas pode ser que a resposta da economia não seja a esperada, segundo um estudo apresentado em Jackson Hole neste sábado, 24, por Jean-Pierre Landau, da Universidade de Princeton, na conferência anual de pesquisa organizada pelo Federal Reserve, em Kansas City.

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Landau coloca boa parte da culpa pela turbulência recente dos mercados de títulos no próprio Fed. Em artigo, ele observa que a orientação do Fed sobre as perspectivas da política elimina o custo de alavancagem e cria "um forte incentivo" para aumento de exposições a investimento, ou mesmo para extrapolação dessas posições.

Dessa forma, "isso faz com que os intermediários financeiros fiquem muito sensíveis à notícias", sejam elas quais forem, escreveu ele.

Neste caso, o catalisador para o tumulto do mercado foram as próprias declarações do Fed sobre a possibilidade de reduzir o programa de compra de títulos neste ano. Uma vez que a visão foi transmitida aos mercados, houve uma grande mudança de posições no mercado, em um grau muito surpreendente para muitos observadores.

Desde o ano passado, o Fed vem comprando US$ 85 bilhões por mês em bônus, num esforço para reduzir as taxas de juro de longo prazo, na esperança de estimular o crescimento e reduzir o desemprego.

As autoridades do Fed vêm alertando há meses, desde maio, que podem começar a reduzir esse volume se a economia continuar a melhorar como eles esperam. O problema para o Fed é que, como os seus membros vêm tentado preparar os mercados para essa mudança, o mero aviso já gerou considerável volatilidade do mercado, em parte elevando os rendimentos de títulos e aumentando os custos dos empréstimos.

Por conta disso, tem havido um debate considerável sobre o porquê isso vem ocorrendo e se o crescimento econômico poderia criar novos obstáculos à atividade, ou se isso é simplesmente um movimento de mercado para refletir uma perspectiva econômica mais positiva. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Federal Reserve deve deixar de contar este ano com um importante convidado para o encontro de Jackson Hole, no estado de Wyoming, marcado para agosto: o seu presidente, Ben Bernanke. Segundo informações de pessoas ligadas ao assunto, Bernanke não comparecerá ao evento por conflito de agenda.

O evento em Jackson Hole é promovido pelo Federal Reserve de Kansas City. Bernanke participou de todos os encontros como presidente e deu importantes mensagens em várias ocasiões, incluindo declarações sobre novas medidas de relaxamento monetário. As informações são da Dow Jones.

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