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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, votou para que a Corte rejeite a denúncia contra a deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e seu ex-marido Paulo Bernardo no caso do suposto 'Quadrilhão do PT'. O relator defende que não há 'justa causa' para abrir uma ação penal sobre o caso, lembrando que a Procuradoria-Geral da República voltou atrás e pediu, em março deste ano, que a acusação oferecida em 2017 fosse rejeitada.

O caso é discutido no Plenário Virtual do Supremo, em julgamento que teve início nesta sexta-feira, 16, e tem previsão de terminar no dia 23. Os ministros analisam denúncia que foi levada ao Supremo pelo então PGR Rodrigo Janot, na esteira da Operação Lava Jato.

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O ex-procurador-geral da República atribuiu aos petistas suposta formação de uma organização criminosa para atuar no esquema de corrupção na Petrobrás. A peça acusava recebimento de R$ 1,48 bilhão em propinas no esquema de desvios na estatal.

Ao votar por rechaçar a acusação, Fachin lembrou que, em 2019, a Justiça Federal do Distrito Federal absolveu, no mesmo caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff, os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A parcela da denúncia aos petistas tramitou em primeira instância em razão de eles não terem, à época, foro por prerrogativa de função.

Além disso, o relator citou trechos do parecer em que a Procuradoria-Geral da República mudou de entendimento e defendeu a rejeição da própria denúncia. Entre outros pontos, o órgão citou o arquivamento do 'Quadrilhão do PP'.

Em 2021, a Segunda Turma do STF arquivou um inquérito sobre suposta organização criminosa integrada por políticos do PP, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira.

Outra questão evocada pela PGR foi a lei anticrime, que estabeleceu que 'a mera palavra do colaborador e os elementos de prova apresentados por eles não são suficientes para o recebimento da denúncia'.

Ao analisar o caso, Fachin ressaltou que a retratação do MP depois do oferecimento da denúncia significa 'substancial alteração da convicção jurídica da acusação acerca da responsabilidade criminal dos investigados'.

O ministro destacou que não é obrigatório o STF acolher tal mudança de entendimento, mas ponderou quando amparado em 'fundadas razões ou modificação fática' o pedido de rejeição de denúncia deve ser acolhido, 'sob pena de o Poder Judiciário instaurar uma ação penal natimorta, uma vez que órgão incumbido pela acusação não possui qualquer interesse no seu prosseguimento'.

"Nada obstante formalmente apta, a proposta acusatória sucumbe, mormente, diante da derradeira manifestação externada pelo órgão acusador, ao apresentar nos presentes autos, em 08.03.2023, manifestação pela rejeição de sua própria denúncia, porque entende desprovida de justa causa", anotou.

Passados dois anos desde que revelou em seu livro de memórias que foi armado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot entrou com um habeas corpus pedindo o arquivamento da investigação sobre o caso.

Os advogados afirmam que a revogação da Lei de Segurança Nacional (LSN), em setembro deste ano, extinguiu a possibilidade de punição dos crimes aos quais ele responde. O texto que substituiu a LSN, herdada da ditadura militar, entrou em vigor na quarta-feira, 1º.

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"Investiga-se nos autos de origem fatos que não configuram quaisquer delitos, seja porque se trata de condutas que jamais ultrapassaram a esfera de cogitação do paciente, seja porque os tipos penais vislumbrados no início do presente feito foram derrogados por lei posterior", diz um trecho do pedido.

A defesa também questiona o prolongamento da investigação e insiste que não houve crime, apenas uma 'ideia que por poucos segundos percorreu o pensamento'.

"Suas condutas, em realidade, jamais transpassaram os limites da cogitação", afirmam. "A reprodução de lembranças e pensamentos não podem ser objeto de punição em um Estado Democrático."

O próprio Janot confessou o episódio durante uma rodada de entrevistas concedidas por ocasião do lançamento de seu livro de memórias, Nada Menos que Tudo (Rodrigo Janot, Jaílton De Carvalho e Guilherme Evelin). Ele disse que a 'mão de Deus' o impediu de apertar o gatilho. "Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar] e depois me suicidar", afirmou em entrevista ao Estadão.

O plano foi motivado, segundo o ex-procurador-geral, porque o ministro do STF teria dito que a filha dele advogava para a empreiteira OAS, investigada na Lava Jato. O comentário teria sido feito depois que Janot pediu o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório que advogava para o empresário.

Depois de sugerir que o ex-procurador buscasse 'ajuda psiquiátrica', Gilmar pediu a investigação do caso no âmbito do inquérito das fake news, que mira notícias falsas, ofensas e ameaças aos ministros da Corte. A Polícia Federal chegou a fazer buscas na casa e no escritório do ex-procurador, em Brasília. A apuração não andou desde que foi desmembrada do inquérito principal, no final de 2019, e remetida à Procuradoria-Geral da República para eventual continuidade das diligências.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR), colocou como primeiro item da pauta desta quarta-feira, 2, um requerimento para que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot seja ouvido pelo colegiado.

Janot afirmou na semana passada que, em 2017, planejou assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e depois cometer suicídio.

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"O objetivo tenho certeza de que é para maiores esclarecimentos sobre essa questão com o ministro Gilmar Mendes", disse Francischini. Para o deputado, Janot tem muito a dizer ao Brasil. "São temas atinentes à Justiça e são muitos os parlamentares que gostariam de fazer perguntas à conduta que ele teve e algumas operações também", afirmou. A sessão da CCJ está agendada para às 9h desta quarta-feira e Francischini acredita que terá maioria para aprovar o convite.

O requerimento, de autoria do deputado Delegado Pablo (PSL-AM), pede que o convite para comparecer à CCJ seja feito também ao procurador regional Eduardo Pelella e ao ex-ministro José Eduardo Cardozo.

Janot foi alvo de uma busca e apreensão da Polícia Federal na última sexta-feira, 27, por ordem do ministro do STF Alexandre Moraes no âmbito do "superinquérito" aberto pelo Supremo para investigar a difusão de notícias falsas contra os integrantes da corte. Os policiais apreenderam uma pistola e o ex-PGR foi proibido de entrar no STF.

Nesta segunda-feira (30), o cientista político Adriano Oliveira fala no seu podcast sobre as declarações polêmicas do ex-procurador da república, Rodrigo Janot. O analista comenta as revelações de Janot que afirmou ter chegado muito perto de assassinar o ministro do STF, Gilmar Mendes. 
 
Outro ponto importante analisado é a questão do diálogo que Rodrigo Janot teve com Aécio Neves e com o ex-presidente Michel Temer. Oliveira comenta sobre o fato do Ministério Público também ser uma instituição política e que age muitas vezes dentro dos fatos políticos ocorridos no país. 
 
O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras. 
 
Confira mais uma análise a seguir:
 
 

Um dos assessores do deputado estadual do Ceará André Fernandes (PSL) publicou um vídeo atirando em uma foto do ex-presidente Lula para 'aconselhar' o ex-PGR Rodrigo Janot. A atitude tomada pelo Inspetor Alberto, nesse domingo (29), pode ser compreendida como incitação ao crime.

Após efetuar disparos de pistola contra a fotografia, o servidor da Assembleia Legislativa cearense recomenda: "A gente faz assim para não tirar a vida de ninguém. Bota uma foto e descarrega. 'Ba bau', sai toda a raiva". O recado foi feito diretamente para Rodrigo Janot, que nessa semana confessou o desejo de assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

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Segundo o Art. 286 do código penal brasileiro, incitar -publicamente- a prática de crime pode resultar em uma prisão de três a seis meses, ou multa.

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A Polícia Federal (PF) realizou na tarde desta sexta-feira (27) uma ação de busca e apreensão na casa e no escritório do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília. As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorreram após Janot afirmar, em entrevista, que chegou a ir armado com um revólver ao STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. O fato teria ocorrido 2017.

Mais cedo, ao tomar conhecimento das declarações, Gilmar Mendes pediu a Moraes, que é relator de um inquérito que investiga fake news e ofensas contra a Corte, a suspensão do porte de arma de Janot e a proibição de sua entrada no STF.

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O episódio é narrado por Janot no livro que lança esta semana, Nada Menos que Tudo, porém sem citar o nome de Gilmar Mendes. O ex-PGR, entretanto, resolveu agora revelar a quem se referia. O nome de Mendes foi citado em entrevista à imprensa.

“Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, escreve Janot no livro.

Em 2017, circulou na imprensa a informação de que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, defendia a empreiteira OAS, envolvida na Lava Jato, em processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ex-PGR atribuiu a divulgação da informação a Mendes e, por isso, cogitou matá-lo, segundo o relato.

Em nota, Mendes declarou que Rodrigo Janot é “um potencial facínora” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.

Rodrigo Janot foi procurador-geral da República por dois mandatos de dois anos, de 2013 a 2017. As duas indicações foram feitas pela então presidente Dilma Rousseff, após ele ter ficado em primeiro na lista tríplice elaborada por membros do Ministério Público. Nas duas ocasiões, Janot foi sabatinado e aprovado pelo Senado.

 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta sexta-feira (27) que o ex-procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot é “um potencial facínora” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.

“Não imaginava que nós tivéssemos um potencial facínora comandando a Procuradoria-Geral da República”, disse Mendes na saída de um seminário no Tribunal Superior Eleitoral, referindo-se à revelação feita por Janot de que foi armado com um revólver ao Supremo com a intenção de matar o ministro.

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O episódio é contado por Janot no livro de memórias que lança nesta semana, porém na obra ele não especificou qual ministro esteve prestes de assassinar. Ontem (26), entretanto, o ex-PGR resolveu revelar a diversos veículos de comunicação que seu alvo era Gilmar Mendes.

Questionado se pretende tomar alguma medida judicial sobre a revelação, Gilmar Mendes respondeu que não, mas que o Brasil precisa refletir sobre os posicionamentos do ex-procurador enquanto ele ocupou o cargo.

“Eu não cogito isso [medida judicial]. Eu tenho a impressão que se trata de um problema grave de caráter psiquiátrico, mas isso não atinge apenas a mim, atinge a todas as medidas que ele pediu e foram deferidas no Supremo Tribunal Federal. Denúncias, investigações, e tudo o mais. É isso que tem que ser analisado pelo país”, disse o ministro.

Mendes aproveitou para criticar o modo de escolha do procurador-geral, pois no modelo atual, segundo sua avaliação, passou-se a escolher pessoas sem qualificação jurídica, moral e psicológica para o cargo.

“Acho que o sistema político terá que descobrir novos critérios e terá que debater isto. Inclusive talvez abrir para a nomeação entre todos os juristas do Brasil. Mas, em suma, o modelo deu errado”, disse Gilmar Mendes.

Rodrigo Janot foi procurador-geral da República por dois mandatos de dois anos, de 2013 a 2017. As duas indicações dele foram feitas pela presidente Dilma Rousseff, após ele ter ficado em primeiro na lista tríplice elaborada por membros do Ministério Público. Nas duas ocasiões, ele foi sabatinado e aprovado pelo Senado.

“Eu imagino que todos aqueles que foram os responsáveis por sua indicação, ele foi duas vezes procurador-geral, devem estar hoje pensando na sua alta responsabilidade em indicar alguém tão desprovido de condições para as funções”, diz Gilmar Mendes sobre Janot.

Pelas normas constitucionais, cabe exclusivamente ao presidente da República a nomeação do PGR, sendo que o único critério para a escolha é de que o ocupante do cargo tenha mais de 35 anos e seja membro do Ministério Público. Não há previsão constitucional de lista tríplice.

 

Após a polêmica fala do presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em que ele disse que a empresa é uma “joia brasileira”, o ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, se pronunciou e disse que nunca viu tamanha desfaçatez. 

“Uma joia que não faz análise de risco de sua própria atividade? Uma joia que faz pouco caso de vidas humanas? Prefiro, então, bijuterias”, disparou Janot, em publicação no Twitter.

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Schvartsman adjetivou a Vale em um pronunciamento durante audiência da comissão externa da Câmara dos Deputados, que acompanha os desdobramentos da tragédia na barragem de Brumadinho (MG).

O acidente deixou mais de 160 mortos e 155 desaparecidos, no último dia 25 de janeiro.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot resumiu no Twitter sua reação diante da informação sobre suspensão do inquérito Queiroz, a pedido do senador eleito Flávio Bolsonaro: 'Heinnnnnnnnnnnnn???????????'

Janot não foi além e não fez maiores comentários. Restringiu-se à interjeição de espanto ao ler a notícia no periódico espanhol El País: "Informação foi confirmada pelo Ministério Público do Rio que investiga movimentações financeiras suspeitas do ex-funcionário de Flávio Bolsonaro." Ele retuitou outros posts sobre a decisão de Fux, vice-presidente do Supremo.

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Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, é alvo de inquérito do Ministério Público do Estado por movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão em suas contas, apontadas em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Fux tomou a decisão na quarta-feira (16), horas depois de o pedido ser protocolado. Ele exerce interinamente a presidência da Corte por causa das férias do ministro Dias Toffoli.

Segundo informou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o entendimento do STF sobre o alcance do foro privilegiado pesou na decisão de Fux de suspender a apuração sobre Queiroz. "O reclamante (Flávio Bolsonaro) foi diplomado no cargo do senador da República, o qual lhe confere prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal. À luz do precedente firmado, compete ao Supremo Tribunal Federal o processo e julgamento dos parlamentares por atos praticados durante o exercício do mandato e a ele relacionados", observou Fux.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot apoiou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar uma limitação imposta pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) à atuação de juízes durante o plantão do Judiciário, ao analisar pedidos de prorrogação de interceptação telefônica. Antes, não era permitido que os grampos fossem esticados por mais prazo durante o plantão da toga.

"Impedir as prorrogações era absolutamente sem sentido. Coisa de quem nunca investigou. Bandido não descansa em finais de semana e feriados", afirmou Janot em sua conta no Twitter.

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O entendimento do STF foi consolidado nesta quinta-feira, 26, após discussão em torno de uma ação da Procuradoria-Geral da República contra resolução do CNJ, editada em setembro de 2008, na época em que o ministro Gilmar Mendes presidia o Conselho. O Plenário decidiu a questão por 6 a 4.

"Vamos supor que uma organização criminosa esteja sendo objeto de uma escuta telefônica que exige uma sequência (da interceptação), mesmo durante o período de recesso, sob perda de um prejuízo à investigação irrecuperável. Existem situações que talvez devessem ser contempladas. O juiz de plantão poderia eventualmente fazer essa prorrogação", disse o ministro Lewandowski, que votou pelo fim da resolução.

Também seguiram esse entendimento os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Celso de Mello, Cármen Lúcia e Marco Aurélio. Vencidos, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Gilmar Mendes.

"A prorrogação não é uma providência banal, eu gosto de brincar de que nenhuma família resiste a uma interceptação telefônica de um ano inteiro. É preciso que haja uma justificativa que deve ser aferida pelo juiz que tem a memória do caso", disse Barroso.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot desistiu de concorrer ao Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). A decisão de Janot foi tomada menos de uma semana após comunicar aos colegas que submeteria seu nome em busca de uma das vagas do Conselho Superior.

Em mensagem enviada na rede interna de comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Janot afirmou aos colegas que precisou fazer uma escolha em meio às atividades de subprocurador-geral, de possível conselheiro, da carreira acadêmica e das palestras que vem realizando no Brasil e no exterior.

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"No atual momento, pareceu-me que ter disponibilidade para também ocupar espaços fora da instituição e denunciar os ataques sistemáticos contra o modelo de combate à corrupção consolidado pela Lava Jato é a opção mais acertada para um ex-PGR. Esse espaço que me tem sido aberto deve ser ocupado em toda a sua extensão."

Aos colegas, o atual subprocurador-geral ressaltou que há "excelentes candidatos" ao Conselho Superior e se disse tranquilo com sua desistência. "Seguirei meu combate absolutamente afinado com os princípios do Ministério Público, somando esforços com a instituição para consolidar as grandes conquistas que a sociedade obteve nos últimos anos", escreveu.

O CSMPF é o órgão máximo de deliberação do Ministério Público Federal e tem como atribuições institucionais elaborar e aprovar as normas para o concurso de ingresso na carreira de membro do MPF, determinar a realização de correições e sindicâncias, além de elaborar e aprovar os critérios para distribuição de inquéritos entre procuradores.

Integram o CSMPF quatro subprocuradores-gerais da República (eleitos pelo Colégio de Procuradores) e mais quatro subprocuradores-gerais da República (eleitos pelos membros do próprio conselho).

As inscrições de subprocuradores-gerais, como é o caso de Janot, acontecem de 23 a 25 de maio. A eleição será realizada no dia 12 de junho, das 10h às 18h, na sede da PGR, e os eleitos tomarão posse em sessão do CSMPF em 10 de agosto, às 11h.

Renan

Janot aproveitou a mensagem aos colegas para rebater as críticas feitas pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) a sua decisão de se candidatar ao Conselho Superior. Para Renan, Janot quer, com isso, ser "sentinela à porta de Raquel Dodge", atual chefe do Ministério Público.

"Onde chegamos? Triste Brasil", diz Renan no vídeo. Disse Janot: "Após atacar-me covardemente, o senador mostra-se preocupado com os efeitos da minha candidatura sobre os destinos do MPF. Infelizmente, não posso tranquilizá-lo em suas preocupações. Mesmo com minha desistência, a corrupção não terá trégua, se depender do MPF".

"Quanto ao conhecido senador, estou certo de que ele, para seu desespero, será surpreendido negativamente nas obscuras expectativas que acalenta. Deixo a possibilidade de voltar à cena institucional no nosso mais importante colegiado, mas a bandeira que carreguei até aqui está íntegra e flamejante. Desconfio que o sr. Calheiros não vai demorar a entender a qualidade do caráter dos membros do Ministério Público brasileiro, nem que o seu verdadeiro problema não é Rodrigo Janot, mas a Constituição e as leis do País", finalizou.

Íntegra da mensagem enviada por Rodrigo Janot:

"Prezados colegas, estimados colegas,

Como todos já devem saber, apresentei meu nome, na semana passada, para concorrer a uma das vagas no CSMPF escolhidas pelo grande colégio de membros.

Expus no e-mail de lançamento da candidatura as razões que me levaram a tomar a decisão de concorrer nessa eleição. Fui claro e transparente.

E com a mesma transparência e cuidados que tive ao lançar-me candidato, venho hoje informar que retiro minha candidatura ao Conselho. Os sentimentos são os mesmos, apesar da travessia diferente. Pretendo continuar a servir o nosso MPF.

Nessa última semana estive em um evento em Nova York na Universidade de Columbia, onde falei sobre a Lava Jato e seu legado. Tenho recebido muitos convites como esse para dar palestras e aula no Brasil e também no exterior. Nesses fóruns, tenho a oportunidade de falar da minha experiência no combate à corrupção e de divulgar essa importantíssima agenda para o desenvolvimento do país.

Durante o período que passei nos EUA, os convites avolumaram. Tal circunstância me levou a reexaminar responsável e detidamente as agendas das atividades de Subprocurador-Geral, conciliadas com a de conselheiro, a da carreira acadêmica que venho trilhando desde o fim do mandato de Procurador-Geral e a dos chamamentos para palestras, as duas últimas, sob a ótica desse crescimento vertiginoso. Ficou claro para mim que precisaria fazer uma escolha.

O discrime mais adequado para resolver essa difícil equação foi o da utilidade. Pensei onde eu seria mais útil. No atual momento, pareceu-me que ter disponibilidade para também ocupar espaços fora da instituição e denunciar os ataques sistemáticos contra o modelo de combate à corrupção consolidado pela Lava Jato é a opção mais acertada para um ex-PGR. Esse espaço que me tem sido aberto deve ser ocupado em toda a sua extensão.

Por outro lado, temos excelentes candidatos ao Conselho, como novas lideranças que já se firmaram no cenário interno. Fico tranquilo com minha desistência, porque sei que os colegas estão muito bem servidos de candidatos.

Seguirei meu combate absolutamente afinado com os princípios do Ministério Público, somando esforços com a instituição para consolidar as grandes conquistas que a sociedade obteve nos últimos anos.

Também nesta oportunidade, muito sensibilizado, quero agradecer as mensagens de apoio que recebi nos últimos dias. Vocês representam os mais valiosos momentos de aconchego que todos precisamos ter para seguir adiante nas árduas missões que nos são diariamente propostas.

Por fim, sinto-me no dever de dizer uma última palavra. Embora nunca tenha tido dúvida do caminho a trilhar, sou forçado a reconhecer que determinadas situações na vida, mesmo de forma involuntária, terminam por reafirmar nossas certezas.

Recebi hoje um vídeo gravado pelo senador Renan Calheiros. Após atacar-me covardemente, o senador mostra-se preocupado com os efeitos da minha candidatura sobre os destinos do MPF. Infelizmente, não posso tranquilizá-lo em suas preocupações. Mesmo com minha desistência, a corrupção não terá trégua, se depender do MPF. Lutar pela democracia, pela justiça e pela ordem jurídica faz parte do ethos institucional. Para cumprir sua missão constitucional, o Ministério Público não depende de indivíduos. Somos uma legião impessoal de combatentes a serviço do país e da sociedade. Nossas armas são a Constituição e a Lei. E a história demonstra que medo e covardia não tomam parte em nossa natureza.

Assim, amigos, posso afirmar a vocês: desisto da candidatura, mas não do bom combate. Seguirei firme em outras frentes. Seguirei dedicado, com as portas sempre abertas e o apego do diálogo sincero e construtivo, na relevante atuação de Subprocurador-Geral da República. Quanto ao conhecido senador, estou certo de que ele, para seu desespero, será surpreendido negativamente nas obscuras expectativas que acalenta. Deixo a possibilidade de voltar à cena institucional no nosso mais importante colegiado, mas a bandeira que carreguei até aqui está íntegra e flamejante. Desconfio que o sr. Calheiros não vai demorar a entender a qualidade do caráter dos membros do Ministério Público brasileiro, nem que o seu verdadeiro problema não é Rodrigo Janot, mas a Constituição e as leis do País.

Forte abraço.

Rodrigo Janot"

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot utilizou a rede interna de comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para informar aos colegas que irá concorrer a uma vaga no Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). Nas próximas semanas, apresentará propostas e ideias que pretende defender no CSMPF, caso venha a ser eleito.

"Após muito refletir, conversar com amigos e me aconselhar com pessoas nas quais confio, resolvi submeter meu nome ao exame dos Colegas em busca de uma das vagas de nosso Conselho Superior", escreve, em nota a colegas.

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O CSMPF é o órgão máximo de deliberação do Ministério Público Federal e tem como atribuições institucionais elaborar e aprovar as normas para o concurso de ingresso na carreira de membro do MPF, determinar a realização de correições e sindicâncias, além de elaborar e aprovar os critérios para distribuição de inquéritos entre procuradores.

Integram o CSMPF quatro subprocuradores-gerais da República (eleitos pelo Colégio de Procuradores) e mais quatro subprocuradores-gerais da República (eleitos pelos membros do próprio conselho).

Rodrigo Janot atualmente ocupa o cargo de subprocurador-geral da República. As inscrições de subprocuradores-gerais acontecem de 23 a 25 de maio. A eleição será realizada no dia 12 de junho, das 10h às 18h, na sede da PGR. Os eleitos tomarão posse em sessão do CSMPF em 10 de agosto, às 11h.

Janot lembra aos colegas que planejava se aposentar ao final do segundo mandato como procurador-geral da República e presidente do CSMPF. "No entanto, já se disse sabiamente, a vida é aquilo que acontece enquanto esboçamos o futuro. Acompanhando os fatos recentes envolvendo nossa Instituição, em especial os ataques desleais por ela sofridos, pareceu-me mais acertado permanecer na ativa, somando esforços para defendê-la", escreveu.

Na mensagem, Janot afirma que o momento que o País vive exige que todos contribuam para a virada na história brasileira. "Nenhum de nós pode se omitir. Enquanto estiver no MPF, também eu não tenho tal direito."

Janot cita os casos pelos quais passou, como de procurador da república, procurador regional da República, subprocurador-geral da República e presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), para dizer que se sente em condições de contribuir para o desenvolvimento da instituição e para o aperfeiçoamento da carreira.

"Não diviso lugar melhor para submeter minhas ideias à classe, senão no nosso órgão deliberativo, por excelência."

O ex-procurador-geral diz que, caso eleito, pretende exercer seu mandato a partir do diálogo de modo a "compreender as questões que afligem membros e servidores". "Serei combativo, como é da minha índole, mas serei também leal. Sem oposição sistemática, saberei contribuir com qualquer chefia da instituição, sempre que, do meu ponto de vista, suas propostas atendam ao interesse superior do País, ao da nossa Casa e ao ethos institucional."

Ao encerrar a carta, afirma que ao se defrontar com opiniões divergentes, não permitirá que "os dissensos extrapolem o campo das ideias". "Lanço-me ao debate franco e aberto, por acreditar que é pela dialética democrática e plural que conseguiremos construir caminhos sólidos e consensuais, de modo a preservar sempre o sentido de unidade e de pertencimento de todos e todas à Instituição."

Procurada, a Secretaria de Comunicação Social da PGR afirmou que não haverá manifestação da procuradora-geral, Raquel Dodge.

ÍNTEGRA DA MENSAGEM ENVIADA POR RODRIGO JANOT

Estimados Colegas, Prezadas Colegas,

Após muito refletir, conversar com amigos e me aconselhar com pessoas nas quais confio, resolvi submeter meu nome ao exame dos Colegas em busca de uma das vagas de nosso Conselho Superior.

Na qualidade de ex-Procurador-Geral da República, recém-egresso do cargo, devo explicar a opção pela disputa de cadeira do CSMPF. Quando ainda exercia ambos os mandatos confiados pelos Colegas à frente da Instituição, planejava aposentar-me ao final do segundo deles.

No entanto, já se disse sabiamente, a vida é aquilo que acontece enquanto esboçamos o futuro. Acompanhando os fatos recentes envolvendo nossa Instituição, em especial os ataques desleais por ela sofridos, pareceu-me mais acertado permanecer na ativa, somando esforços para defendê-la.

Seria avesso à minha natureza transformar essa contingência da vida num ocaso funcional oscilando entre o morno e o indiferente. Logo agora, nesse momento em que todos temos que contribuir para a virada na história brasileira, nenhum de nós pode se omitir. Enquanto estiver no MPF, também eu não tenho tal direito.

O MPF é parte de mim e de uma longa história. Com a experiência acumulada em três décadas de exercício das atribuições dos cargos de Procurador da República, Procurador Regional da República e Subprocurador-Geral da República, além de presidente da ANPR, passei pelas mais diversas funções na carreira: fui membro de Câmara de Coordenação e Revisão, Diretor da ESMPU, Secretário-Geral do MPF, membro do Conselho Superior, em vaga eleita pelo grande colégio, e, Procurador-Geral da República, durante dois mandatos.

Sinto-me, assim, ainda em condições de contribuir para o desenvolvimento de nossa instituição e para o contínuo aperfeiçoamento de nossa carreira. Não diviso lugar melhor para submeter minhas ideias à classe, senão no nosso órgão deliberativo, por excelência.

Vejo o CSMPF como um dos espaços mais democráticos e fecundos para as grandes discussões de interesse do Ministério Público Federal e de seus membros.

Se vier a ocupar uma das vagas no nosso Conselho pretendo exercer meu mandato a partir do diálogo com todos, sempre no intuito de melhor compreender as questões que afligem membros e servidores.

Serei combativo, como é da minha índole, mas serei também leal. Sem oposição sistemática, saberei contribuir com qualquer chefia da instituição, sempre que, do meu ponto de vista, suas propostas atendam ao interesse superior do País, ao da nossa Casa e ao ethos institucional.

Da mesma forma, quando me defrontar com opiniões divergentes, não permitirei que os dissensos extrapolem o campo das ideias. Nessa linha de conduta, lanço-me ao debate franco e aberto, por acreditar que é pela dialética democrática e plural que conseguiremos construir caminhos sólidos e consensuais, de modo a preservar sempre o sentido de unidade e de pertencimento de todos e todas à Instituição.

Ao longo das próximas semanas, trarei propostas e ideias que pretendo defender no CSMPF, caso venha a ser eleito.

Ao encerrar, lembro da lição de Abraham Lincoln sobre vencer: "O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho."

Forte abraço!

Rodrigo Janot

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot usou as redes sociais para reagir à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de encaminhar à Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito que investiga o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), deixando o tucano, por ora, fora da rota da Lava Jato.

"Tecnicamente difícil de engolir essa", escreveu Janot, em sua conta no Twitter.

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A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo havia pedido ao vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, que remetesse "o mais rápido possível" o inquérito sobre Alckmin. O argumento dos procuradores era que o investigação envolvendo o ex-governador tucano auxiliaria no "andamento avançado de outras apurações correlatas".

Desde que deixou o cargo, o ex-procurador-geral tem usado constantemente a rede social para repercutir decisões que atingem o mundo político.

"Isso definitivamente não é bom", afirmou o procurador-geral da República Rodrigo Janot, em reação às declarações do general do Exército Eduardo Villas Bôas, nesta terça-feira, 3. Por meio do Twitter, o comandante militar questionou sobre "quem está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais' e disse que a o Exército "se mantém atento às suas missões institucionais".

"Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente", criticou Janot.

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Nesta terça, Villas Bôas disse que o Exército "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia".

O general não citou nomes em sua mensagem, e questionou. "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?".

Recado

Segundo apurou a colunista Eliane Cantanhede, do jornal O Estado de S. Paulo, a mensagem do comandante do Exército foi um recado aos "interesses" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terá seu habeas corpus preventivo julgado nesta quarta-feira, 4. Generais ouvidos pela jornalista, no entanto, descartam que a mensagem seja uma ameaça.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que deixou o cargo em setembro do ano passado após quatro anos de mandato e duas denúncias apresentadas contra o presidente Michel Temer, usou o Twitter na manhã desta quinta-feira, 29, para comentar a operação que prendeu, entre outros investigados, o advogado, amigo pessoal e ex-assessor do presidente, José Yunes. Ao citar uma notícia relatando a operação, Janot perguntou: "Começou?" Em seguida, respondeu: "Acho que sim."

Ao longo do ano passado, Janot denunciou Temer em duas oportunidades com base na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista e demais executivos da J&F. Ambas foram barradas pelos parlamentares que dão sustentação ao governo de Temer na Câmara dos Deputados, que impediram a continuidade das investigações até que Temer deixe o cargo, em janeiro de 2019.

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A prisão de José Yunes é temporária (cinco dias) e foi autorizada pelo ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, relator do inquérito que apura se Michel Temer beneficiou a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos, na edição do decreto dos Portos, assinado em maio de 2017. Além de Yunes, foram presos o empresário Antonio Celso Grecco, dono da Rodrimar; o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e o coronel da reserva da PM João Batista de Lima Filho, o coronel Lima, também apontado como amigo pessoal de Temer.

Na manhã desta quinta, Janot ainda declarou na rede social que para combater a corrupção é preciso "coragem, inflexibilidade e muita resiliência".

Além do inquérito relacionado ao decreto dos portos, a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal neste ano que o presidente fosse incluído em outro inquérito - o que investiga pagamento de propina por parte da Odebrecht acertado dentro do Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, em maio de 2014.

"O que é isso?", indagou o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, nesta terça-feira, 13, por meio de seu Twitter, ao comentar a Operação Pão Nosso, desdobramento da Lava Jato no Rio. "Os tentáculos parecem não ter fim!", seguiu Janot.

Pão Nosso foi deflagrada contra crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro em contratos da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio (SEAP). O ex-secretário da Pasta, César Rubens Monteiro de Carvalho, foi preso sob acusação de permitir irregularidades na contratação de uma empresa para fornecimento de pãezinhos para detentos.

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O diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada do Rio, delegado Marcelo Luiz Santos Martins, também foi preso preventivamente.

Segundo a manifestação do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo e seu pai, Carlos Mateus Martins, que também foi alvo de prisão preventiva, atuaram no esquema por meio da empresa Finder Executive Consulting, em que são sócios.

A empresa teria ajudado a lavar dinheiro oriundo do esquema de fraudes em contratos de fornecimento de alimentação (quentinhas, café da manhã e lanches) para os mais de 50 mil presos do Estado.

Nas redes. Janot tem usado bastante o Twitter para repercutir a Operação Lava Jato. No sábado, 11, ele criticou o lapso de seis meses sem novos acordos de delações firmadas por sua sucessora, Raquel Dodge. "Vai ser assim?".

Depois, questionou encontro da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, com o presidente Michel Temer, neste fim de semana. "Causa perplexidade que assuntos republicanos de tamanha importância sejam tratados em convescotes matutinos ou vespertinos", escreveu o ex-chefe do Ministério Público Federal.

O encontro de sábado foi marcado por Temer na quinta-feira, 8, durante seminário de 25 anos da Advocacia-Geral da União. Cármen o recebeu em sua casa para discutir segurança pública, especificamente a intervenção federal no Rio e o caos nos presídios brasileiros.

O ex-diretor-geral da PF, Fernando Segovia, também já foi criticado por Janot, desde a sua posse, quando questionou a "materialidade" da mala dos R$ 500 mil da JBS ao ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, como prova em investigação.

"Só pode ser brincadeira", disse.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS irá pedir o enquadramento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot na Lei de Segurança Nacional. A conclusão constará do parecer final do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator da comissão, que será apresentado nesta terça-feira, 12.

Janot será alvo de pedido de indiciamento pelo item I do artigo 23, que trata da incitação "à subversão da ordem política ou social". Além de Janot, serão alvos de pedido de indiciamento o procurador da República Eduardo Pelella e o ex-procurador Marcello Miller.

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Segundo entendimento do relator, a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR), ao firmar o acordo de delação premiada com executivos da JBS, tinha como objetivo depor o presidente da República, Michel Temer, e interferir no processo de sucessão de Janot no cargo.

O crime no qual Marun quer enquadrar o ex-PGR tem pena prevista de 1 a 4 anos de prisão. Além deste artigo, Janot pode ser acusado por outros crimes, ainda em avaliação. Principal integrante da tropa de choque de Temer no Congresso, Marun tomará posse como ministro da Secretaria de Governo na quinta-feira, 14. Ele pretende conseguir aprovar o relatório antes desta data.

A escolha de Marun para a relatoria foi alvo de protesto por alguns parlamentares, que enxergavam na indicação uma forma de o Planalto interferir nos trabalhos, com foco nos investigadores e poupando políticos. Nenhum dos delatados pela JBS foi chamado para prestar depoimento nos quatro meses de CPMI.

Caso aprovado, o relatório de Marun será encaminhado ao Ministério Público Federal, que pode ou não tomar as providências indicadas. Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, a CPMI concluirá que a equipe de Janot orientou as gravações de conversas de Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), ambos implicados nas delações dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F.

'Maluquice'

Sub-relatores da CPMI, os deputados Fernando Francischini (SD-PR) e Hugo Leal (PSB-RJ), porém, pretendem apresentar um relatório paralelo para contrapor o texto de Marun. "Vamos disputar no voto. O indiciamento do Janot e do Pelella é uma maluquice. Não ouvir os políticos citados e investigados também. Não concordamos com nada que está sendo feito", disse Francischini.

Segundo ele, o relatório paralelo será "técnico" e não incluirá pedidos de indiciamentos. "A ideia é encaminhar tudo que produzimos, como quebras de sigilos, para a PF e para o MPF continuarem as investigações. Isso salva um pouco a CPI", disse Francischini, que admite falta de tempo para que a comissão chegasse a alguma conclusão.

A estratégia para derrotar o relatório de Marun também passa por um pedido de vista na comissão. Campeão de requerimentos apresentados na comissão, o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) já adiantou que pedirá mais prazo para analisar o relatório. "Não tem lógica encerrar o negócio a essa altura do campeonato. Se o Marun vai assumir alguma coisa, alguém teria que substituí-lo", disse Izalci, que defende a prorrogação do prazo de encerramento da CPMI.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a movimentação da ala descontente com o relatório de Marun tem o aval do presidente da CPMI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que tem se incomodado com as críticas de que a comissão serviu como espécie de "vingança" contra os responsáveis por investigar o presidente Michel Temer.

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS na manhã desta quarta-feira, 29, o ex-procurador Marcelo Miller classificou de "disparate completo" o pedido de prisão feito contra ele pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

"Ele não tinha atribuição para pedir minha prisão porque eu não tinha foro privilegiado. Meu pedido de prisão foi feito para garantir a busca e apreensão na minha casa. Foi um disparate completo", afirmou Miller

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O ex-procurador é suspeito de ter feito "jogo duplo" ao supostamente beneficiar os colaboradores da JBS quando ainda ocupava cargo no Ministério Público Federal (MPF), à época sob o comando de Janot.

Miller desmentiu ainda que fosse "braço direito" do ex-PGR. "Há uma desinformação completa sobre minha relação com Rodrigo Janot. Nunca fui braço direito de Janot. Ele não tinha nenhuma predileção por mim. Ele me convocou por conta de um trabalho que eu tinha feito", afirmou.

Marcelo Miller voltou a criticar as declarações de Janot ao jornal O Estado de S. Paulo, de que ele teria agido por ganância. Isso porque deixou o cargo de procurador no Ministério Público Federal no dia de 5 de abril e foi trabalhar, na sequência, na empresa Trench, Rossi e Watanabe Advogados, que tinha justamente a J&F como cliente.

"Eu nunca agi por ganância. Óbvio que eu queria ganhar melhor, mas eu não estava querendo ser milionário. Janot foi infeliz em falar em ganância, ele me conhece", afirmou.

Miller disse, ainda, que fez uma avaliação da sua atuação junto à J&F, quando ainda era procurador do Ministério Público Federal (MPF), e percebeu um "erro brutal de avaliação" de sua parte. Questionado na CPMI sobre as tratativas que tinha com executivos do grupo, Miller admitiu "lambança" ao responder perguntas sobre o acordo de colaboração negociado pela empresa, mas negou que tenha cometido crime.

"De fato, eu comecei a ter contato com a J&F antes da delação acontecer. Respondia perguntas, refletia sobre o caso, e não estou negando nada disso. Fiz uma avaliação e não cometi crime, espero mesmo que apurem os fatos, mas eu cometi um erro brutal de avaliação. Eu fiz uma lambança", afirmou Miller aos parlamentares.

Apesar disso, o ex-procurador afirmou que não traiu o Ministério Público Federal ao trocar o órgão pela empresa Trench, Rossi e Watanabe Advogados, que tinha a J&F como cliente. "Eu não traí o MPF porque tudo o que eu incentivava a empresa a fazer era o que eu faria se estivesse no exercício de minha função (na PGR). É o que eu diria se estivesse numa sala de aula, é o que eu diria a um amigo. Eu incentivava a empresa a se remediar."

O ex-procurador foi convocado porque está no centro da crise que atingiu a Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é suspeito de atuar nos dois lados do balcão e orientar a J&F quando ainda era do Ministério Público Federal (MPF).

Em seu primeiro dia no Twitter, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou, "antes que perguntem", que "não é candidato a nenhum cargo eletivo". Ele abriu conta na rede social nesta quinta-feira, 2.

Em sua primeira publicação no Twitter, o ex-procurador-geral saudou "todas as tribos" e disse que acompanhará, por meio da rede social, a "luta" anticorrupção no Brasil e na América Latina.

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"Este é o meu perfil 'oficial'. Antes que perguntem, já respondo: não sou candidato a nenhum cargo eletivo. Sigo com a agenda anticorrupção", escreveu o ex-procurador-geral.

Janot deixou o comando do Ministério Público Federal no dia 17 de setembro - sua sucessora, Raquel Dodge, tomou posse no dia 18.

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Uma resolução publicada na reta final da gestão de Rodrigo Janot à frente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) permite a promotores e procuradores realizar vistorias, inspeções e diligências, e requisitar informações e documentos de autoridades públicas e privadas sem autorização judicial. As normas são contestadas por entidades de representação de magistrados, advogados e policiais federais por conceder "superpoderes" ao MP na investigação criminal.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ajuizaram recentemente ações no Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais questionam a constitucionalidade da Resolução 181. A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) vai ingressar com pedido de amicus curiae - como parte interessada nos processos. As queixas já estão sob análise da procuradora-geral Raquel Dodge, tanto na PGR como no conselho.

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Editadas no dia 7 de agosto - Janot deixou o comando da PGR e do CNMP em 17 de setembro - para regular o procedimento investigatório criminal (PIC), as regras reacendem críticas à forma como o MP conduz seus trabalhos e lançam mais polêmicas sobre como o órgão foi liderado pelo ex-procurador-geral, que se viu envolto em uma série de controvérsias à frente da Operação Lava Jato e na delação premiada do Grupo J&F. Procurado, Janot não respondeu à reportagem.

Um dos superpoderes, segundo a AMB, está previsto no artigo 7.º da resolução. De acordo com o parágrafo 1.º do dispositivo, "nenhuma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função pública poderá opor ao Ministério Público". "O CNMP inseriu uma norma inusitada, para dizer o mínimo", afirma a entidade, "cuja redação rebuscada e criativa contém comando que permitiria ao MP promover a quebra de qualquer sigilo dos investigados, sem ordem judicial", escrevem Alberto Pavie Ribeiro, Emiliano Alves Aguiar e Pedro Gordilho, advogados da AMB.

A resolução, já em seu artigo 1.º, prevê também que o procedimento de investigação é "instaurado e presidido pelo membro do Ministério Público com atribuição criminal" e servirá "como preparação e embasamento para o juízo de propositura, ou não, da respectiva ação penal". Segundo o advogado criminalista Luís Henrique Machado, a norma "estabelece um sistema de 'submissão' investigativa por parte da polícia em relação ao Ministério Público". Para o criminalista, "a resolução do CNMP transforma a instituição em um 'Superpoder' que, hoje em dia, no Brasil, investiga, processa e julga".

O conjunto de normas, de acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas, Elias Mattar, extrapola prerrogativas de Poderes e da polícia. "Só existem três Poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O MP não é um Poder", disse "A resolução trata de regulamentação de inquérito policial e processo penal, matérias que são de competência constitucional do Congresso Nacional", argumenta Mattar, para quem o conjunto de regras é "uma excrescência".

A expansão das atribuições do CNMP é questionada também pelos delegados federais. "Não pode um conselho, que tem por missão constitucional fiscalizar o cumprimento da lei por parte dos membros do Ministério Público, os promotores e os procuradores, aumentar os seus poderes ao arrepio da legislação. Isso é totalmente contrário àquilo que a Constituição previu para o Conselho Nacional do Ministério Público", afirma Carlos Eduardo Sobral, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal. "Toda concentração de poder, historicamente, gera abusos, proporciona arbítrio."

A resolução influencia principalmente a atuação do Ministério Público Federal e do Ministério Público nos Estados.

O professor de Direito Administrativo da Fundação Getulio Vargas (FGV) Carlos Ari Sundfeld afirma que o conselho não tem competência legal para baixar essas normas. "As resoluções só podem existir se tiverem caráter administrativo. Elas não podem ter caráter de lei."

'Não persecução'. O capítulo da resolução que trata do acordo de não persecução penal - medida para evitar o processo - também está na mira de juristas. De acordo com as normas, em caso de delitos cometidos sem violência ou grave ameaça (incluindo o crime de corrupção), o MP poderá propor ao investigado o acordo e, em caso de seu cumprimento integral, a investigação será arquivada. As cláusulas negociadas, porém, não serão levadas à Justiça para análise, seja pela rejeição, seja pela aceitação.

Na opinião do ex-presidente da OAB Luiz Flávio Borges D'Urso, essa regra "avança ainda mais no campo da ilegalidade". "O Ministério Público cria a figura, sem amparo legal, do acordo de não persecução penal, conferindo poder inexistente ao Ministério Público, para decidir se ofertará ou não a denúncia, em caso de acordo de delação", afirmou o advogado.

Professora de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP) e uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, Janaina Paschoal disse que o CNMP, com o acordo de não persecução penal, cria o plea bargain: "Não há previsão legal no Brasil, é um instituto do common law". De acordo com ela, "isso vai muito além da delação premiada, que requer a homologação judicial. O MP está se autoconcedendo um poder que a Constituição não deu, que a legislação não dá. O Poder Judiciário é uma garantia de todos nós."

As ações da AMB (5790), e da OAB (5793), estão sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, e ainda não há data para julgamento.

O que diz a norma:

Art. 7º Sem prejuízo de outras providências inerentes a sua atribuição funcional e legalmente previstas, o membro do Ministério Público, na condução das investigações, poderá:

I - fazer ou determinar vistorias, inspeções e quaisquer outras diligências, inclusive em organizações militares;

II - requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades, órgãos e entidades da administração pública direta e indireta, da União, dos Estados, dos Distrito Federal e dos Municípios;

III - requisitar informações e documentos de entidades privadas (...) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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