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Extremistas do grupo jihadista Boko Haram mataram 20 mulheres acusadas de praticarem bruxaria na Nigéria, após a morte repentina dos filhos de um comandante do grupo, informaram os parentes e uma sobrevivente à AFP.

As fontes disseram no domingo (13) que cerca de 40 mulheres foram presas na semana passada e mantidas na aldeia de Ahraza, perto da cidade de Gwoza, no estado de Borno, por ordem do líder jihadista Ali Guyile.

Guyile "disse que investigaria nosso envolvimento na morte de seus filhos e nos puniria apropriadamente se fossemos consideradas culpadas", disse Talkwe Linbe, sobrevivente que fugiu para Maiduguri, capital regional.

"Na quinta-feira [10] ele ordenou que matassem 14 de nós. Tive sorte de não ser uma delas e meu parceiro, que estava entre os homens que nos mantinham sob custódia, me ajudou a escapar naquela mesma noite", acrescentou a mulher de 67 anos.

Acusações de bruxaria são comuns na Nigéria, um país dividido entre o norte predominantemente muçulmano e o sul majoritariamente cristão.

Moradores informaram que outras 12 mulheres foram mortas no sábado, dia em que Linbe chegou a Maiduguri.

As forças de segurança nigerianas estão lutando contra o Boko Haram e outros jihadistas vinculados ao grupo Estado Islâmico, cuja insurgência matou mais de 40.000 pessoas e forçou mais de dois milhões de pessoas a deixarem suas casas desde 2009.

Mais de 800 jihadistas morreram em dois meses durante operações militares nas ilhas do Lago Chade, o corpo d'água situado na fronteira entre Nigéria, Níger, Camarões e Chade, informou nesta terça-feira (7) a força conjunta formada pelos exércitos dos quatro países africanos.

Entre 28 de março e 4 de junho, a força conjunta, conhecida pela sigla em francês FMM, realizou uma operação denominada "Lake Sanity" (Integridade do Lago) nas ilhas do lago Chade e em localidades vizinhas para "neutralizar" os "terroristas do Boko Haram e do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap)", diz um relatório da força conjunta recebido nesta terça pela AFP.

Segundo essa força, a operação foi "um sucesso retumbante com 805 terroristas neutralizados [mortos], a destruição ou apreensão de 44 veículos, 22 motocicletas e diversas armas pesadas e leves".

Cerca de 3.000 soldados participaram das ações aéreas, terrestres e navais, lançadas inicialmente por Camarões, Níger e Nigéria, às quais o Chade se juntou 45 dias depois de seu lançamento, segundo o documento.

A bacia do lago Chade é uma vasta extensão de água e terrenos alagados onde os grupos jihadistas Boko Haram e seu rival Iswap estabeleceram refúgios nas diversas ilhotas da região.

Pelo menos 21 pessoas morreram na quarta-feira (16), entre elas dois policiais, em um ataque de supostos jihadistas a um ônibus e um caminhão no sudoeste do Níger, perto de Burkina Faso - informou uma fonte local de segurança nesta quinta, à AFP.

"Um ataque terrorista realizado na tarde de quarta-feira por indivíduos fortemente armados em uma motocicleta e em um veículo deixou 19 mortos entre os passageiros de um ônibus, incluindo dois policiais, e outros dois mortos no ataque a um caminhão", relatou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

Os dois veículos foram incendiados, afirmou, acrescentando que os dois ocupantes do caminhão, que transportava frutas e legumes, morreram queimados. Além disso, cinco passageiros do ônibus ficaram gravemente feridos, entre eles um policial. Todos foram levados para a capital, Niamey.

Quatro mulheres e três homens sobreviveram ao ataque.

A região das "Três Fronteiras" - entre Níger, Burkina Faso e Mali - é, desde 2017, palco de ações sangrentas de movimentos jihadistas ligados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico (EI).

A França continuará, na medida do possível, a repatriar os filhos dos jihadistas franceses que estão no nordeste da Síria, mas descartou fazer o mesmo com adultos, reiterou nesta segunda-feira (14) o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

"Para as crianças, continuaremos, para os menores desacompanhados, os órfãos, para aqueles cuja mãe concordou em deixá-los ir [...] e realizando, cada vez, operações extremamente perigosas", declarou Le Drian à emissora France 5, ao lembrar que a região ainda está "em guerra".

"Por outro lado, os adultos, eles não serão repatriados", enfatizou.

Até agora, a França repatriou 35 menores, a maioria de órfãos.

Cerca de 80 mulheres francesas, que se juntaram ao grupo Estado Islâmico, e 200 crianças estão detidas em campos administrados por curdos no nordeste da Síria.

Advogados, deputados e ONGs instaram as autoridades francesas a repatriá-los.

O governo francês, porém, estuda caso a caso a situação das crianças e considera que os adultos devem ser julgados onde agiram.

"O que seria necessário é que a situação se estabilize na Síria, mas não é o caso, e que uma jurisdição responsável [desses julgamentos] seja identificada, caso contrário não há saída", concluiu Le Drian.

Supostos combatentes do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) invadiram uma cidade do nordeste da Nigéria e tomaram centenas de civis como reféns, como parte de uma estratégia de controle de território e de populações civis na região do Lago Chade.

"Terroristas do ISWAP assumiram o controle de Kukawa (na região do lago Chade) na quarta-feira e tomaram centenas de civis como reféns", afirmou Babakura Kolo, chefe de uma milícia civil.

Os habitantes de Kukawa haviam retornado recentemente para suas casas depois de passar dois anos em um campo de deslocados devido à violência que afeta a região do lago Chade desde 2009 e ao surgimento do grupo jihadista Boko Haram em Maiduguri, a capital do Estado de Borno, no nordeste do país.

Estima-se que depois de mais de dez anos de conflito, dois milhões de pessoas continuam deslocadas.

Apesar dos riscos de segurança significativos apontados pelas ONGs, o governo local insiste em desfazer os campos de deslocados insalubres e lotados, e organiza missões de repatriação para os civis.

Um líder local que conseguiu escapar contou que o grupo havia retornado no início de agosto com a esperança de cultivar suas terras, "mas acabaram de maneira imediata nas mãos dos insurgentes".

- "Áreas de controle" -

"Não sabemos o que vão fazer com eles, mas esperamos que não os machuquem", afirmou o líder comunitário, que prefere manter o anonimato.

Kukawa fica perto da grande cidade de Baga, na periferia do lago Chade, uma zona controlada pelo grupo ISWAP, que se separou dos extremistas do Boko Haram em 2016.

Vinculado ao grupo Estado Islâmico (EI), o ISWAP executa ataques principalmente contra o exército nigeriano. Já matou centenas de soldados.

Também controla cidades de tamanho médio e várias localidades. Milhares de civis vivem sob seu controle.

"Os insurgentes se concentraram em uma estratégia voltada para a população civil para ganhar 'seus corações e suas mentes' e substituir os governos federal e local", escreveu no final de julho Martin Roberts em seu último relatório do Jane's Group, grupo de reflexão para as questões de segurança.

No entanto, aponta Vincent Foucher, pesquisador no Centro Nacional francês de Pesquisa Científica, este ataque "mostra claramente que o ISWAP não quer que as autoridades reimplantem as comunidades em suas áreas de controle".

Em outro ataque realizado na segunda-feira em Magumeri, 50 km ao noroeste de Maiduguri, o exército nigeriano repeliu os jihadistas, que incendiaram vários prédios públicos e realizaram saques, constataram repórteres da AFP no local.

Mais de 36.000 pessoas morreram desde 2009 em atos violentos na Nigéria e mais de dois milhões continuam deslocadas.

A ONU declarou na semana passada que 10,6 milhões de pessoas, de um total de 13 milhões, dependem de ajuda humanitária para sobreviver nos três estados da Nigéria mais afetados pelo conflito jihadista (Borno, Yobe, Adamawa).

Um ataque de membros do grupo islâmico radical Al Shabab contra um hotel do centro de Mogadíscio matou cinco pessoas na terça-feira (10) à noite, sendo três civis e dois integrantes das forças de segurança, informou a polícia nesta quarta (1).

O ataque começou por volta das 19h (13h em Brasília) e o comando trocou tiros com as forças de segurança posicionadas em dois postos de controle em torno da sede da presidência somali.

Após várias horas de cerco, a polícia somali conseguiu neutralizar os dois últimos integrantes do comando que permaneciam entrincheirados dentro do hotel SYL, muito frequentado por autoridades e que já havia sido alvo de de ataques do grupo Al Shabab.

"Nossas valorosas forças de segurança puseram fim ao ataque terrorista contra o Hotel SYL. O número de mortos confirmado é de cinco, incluindo dois membros das forças de segurança e três civis", afirma um comunicado divulgado pela polícia.

Segundo as autoridades, o ataque deixou ainda 11 feridos leves e os cinco membros do comando shabab foram "abatidos".

O grupo afirmou em uma página on-line ligada ao jihadismo que executou uma operação "que aconteceu de acordo com o segundo o planejado", mas sem revelar detalhes.

A subchefe da polícia somali, Zakia Hussen, informou no Twitter que "as forças de segurança socorreram 82 pessoas, incluindo civis e oficiais".

Hussen revelou que dois agressores foram mortos no início da ação e os outros se entrincheiraram no Hotel SYL. Testemunhas relataram à AFP as cenas de pânico provocadas pelo ataque.

"Três amigos estavam dentro do hotel quando começou o atque, mas conseguiram escapar. Um deles quebrou a perna ao pular de um muro", disse Ali Moalim Nur. "Estava perto do hotel quando começaram os disparos", relatou Abdukadir Ahmed.

"As forças de segurança ao redor dos postos de controle do palácio presidencial atiraram, mas não sabemos exatamente quem estava lutando contra quem", completou. O palácio presidencial e o gabinete do primeiro-ministro ficam muito perto do SYL. Ambos estão localizados em uma parte da capital sob forte segurança.

Esta foi a quarta vez desde 2015 que o hotel foi alvo de um ataque reivindicado pelos islamistas de Al Shabab.

Um atentado com carro-bomba no hotel em agosto de 2016 matou 15 pessoas e causou grandes danos. Pelo menos 14 pessoas morreram em um ataque anterior contra o hotel, em fevereiro daquele mesmo ano. Um primeiro ataque em janeiro de 2015 deixou cinco mortos.

O grupo Al Shabab, que jurou lealdade à Al-Qaeda, foi expulso de Mogadíscio em 2011 pelas tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM)

O grupo perdeu em seguida a maior parte de seus redutos urbanos, mas ainda controla grandes áreas rurais de onde executa ataques suicidas, especialmente contra hotéis e restaurantes na capital.

Jihadistas e rebeldes abandonaram nesta terça-feira (20) setores chave da região de Idlib, no noroeste da Síria, depois que as forças do regime de Damasco cercaram suas posições, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os combatentes jihadistas e os insurgentes se retiraram da cidade de Khan Sheikhun, na província de Idlib, e várias localidades do norte da província vizinha de Hama, onde fica um posto de observação estratégico da Turquia.

Com o recuo, o posto de observação turco na cidade de Morek, a uma dezena de quilômetros de Khan Sheikhun, está cercado pelas forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad, afirmou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

O regime sírio, apoiado pela Rússia, intensificou há alguns meses os bombardeios sobre Idlib e setores das províncias de Hama, Aleppo e Latakia, que ainda não estão sob seu controle.

Nesta terça-feira, 12 civis - incluindo três crianças - morreram nos bombardeios contra várias localidades do sudeste de Idlib, incluindo nove vítimas da aviação russa, segundo o OSDH.

No domingo, as forças do governo assumiram o controle de áreas do norte da cidade estratégica de Khan Sheikhun.

A Turquia, que apoia grupos rebeldes em Idlib, está presente na região como parte de um acordo estabelecido no ano passado com a Rússia, para evitar uma grande ofensiva.

O acordo previa a criação de uma zona desmilitarizada para separar as forças do regime das zonas controladas pelos jihadistas e rebeldes, e permitia à Turquia estabelecer postos de observação.

Na segunda-feira, a tensão aumentou entre o regime sírio e Ancara após a chegada de um comboio militar turco às imediações de Khan Sheikhun.

O governo da Síria acusou a Turquia de enviar "veículos carregados de munições" para ajudar os jihadistas e os rebeldes ante o avanço do exército de Damasco.

O OSDH informou que aviões russos e sírios atacaram os arredores do comboio, o que provocou três mortes.

O jornal sírio Al Watan (pró-governo) indicou que os ataques visaram um veículo rebelde que guiava o comboio. "Foi uma clara advertência contra as tentativas turcas de ressuscitar os terroristas", afirmou o jornal.

A Turquia condenou com veemência o ataque e considerou que era uma "contradição com os acordos existentes, a cooperação e o diálogo com a Rússia".

Depois de oito anos de guerra, a província de Idlib está parcialmente fora do controle do regime sírio. A região é dominada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda) e por diversos grupos rebeldes.

Centenas de milhares de deslocados, obrigados a fugir de outras zonas de combate, vivem nesta região. A ONU teme uma catástrofe humanitária em caso de continuidade dos combates.

Mais de 860 civis morreram nos bombardeios do regime sírio e da Rússia desde o fim de abril, de acordo com um balanço do OSDH. A guerra na Síria começou em março de 2011 e provocou mais de 370.000 mortes.

A execução de jihadistas europeus no Iraque - um dilema para países que rejeitam a pena de morte, mas não querem a volta de radicais em seu território - levou a União Europeia a projetar a criação de um tribunal especial para lidar com esses casos.

O objetivo da corte internacional é julgar cidadãos de países do continente que tenham se aliado ao Estado Islâmico (EI) nos últimos anos, atuando na Síria e no Iraque. Representantes de Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Reino Unido, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça compõem o grupo de 11 países que se reuniu ontem em Copenhagen para apoiar a iniciativa, em conjunto com integrantes da ONU.

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O encontro ocorreu no dia em que o Iraque condenou outros dois jihadistas franceses ao enforcamento. Desde o dia 26, 11 franceses aliados ao EI e capturados em território iraquiano foram condenados à morte. Um tunisiano também recebeu a sentença. Os acusados têm 30 dias para apelar das decisões.

O ministro do Interior sueco, Mikael Damberg, reforçou ontem "o grande e crescente interesse" internacional na iniciativa, que inclui a Comissão de Assuntos Exteriores do Parlamento Europeu. O representante sueco reforçou na reunião que os julgamentos, mesmo sendo comandados por autoridades europeias, seriam feitos nos países em que os crimes foram cometidos. A justificativa é facilitar o acesso a provas e testemunhas, além de permitir o julgamento de crimes de guerra cometidos por outras partes. Paris já havia tornado pública a intenção na semana anterior.

No domingo, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, afirmou que o país é contra a pena de morte e diz isso claramente. Entretanto, na semana anterior, o chanceler declarou que "os julgamentos são justos".

Apesar da sentença, mais de 500 estrangeiros do EI também condenados pela corte iraquiana ainda não foram executados. Em 2018, 52 pessoas foram enforcadas no país, de um total de 271 condenações, segundo a Anistia Internacional. Entre os europeus, dois belgas também foram condenados, além de um alemão, que teve a pena revertida em prisão perpétua.

A criação do tribunal internacional está em sintonia com a intenção dos países europeus em não receber de volta seus dissidentes. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Jihadistas atacaram nesta terça-feira forças do regime no noroeste da Síria, e os combates mataram 26 soldados e 18 membros do grupo agressor, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O ataque ocorreu em Hama, vizinha à Idlib, província dominada pelos jihadistas do Hayat Tahrir al-Cham (HTS, aliado à Al-Qaeda) e último bastião jihadista fora do controle do regime sírio, objeto de um acordo entre Rússia e Turquia para uma "zona desmilitarizada".

No final de abril, forças ligadas ao regime e a Rússia intensificaram seus ataques contra alguns setores em poder do HTS em Idlib e em Hama.

O contra-ataque desta terça ocorreu no norte de Hama, em Kafr Nabuda, tendo como alvo as forças do regime que recuperaram a cidade no dia 8 de maio, segundo o OSDH.

Os confrontos mataram 18 jihadistas, entre eles o motorista de um carro-bomba que explodiu liquidando cinco soldados sírios.

A ação provocou a morte de 26 membros das forças do regime, precisou o OSDH.

Ao menos 180 civis morreram desde o dia 30 de abril por causa dos confrontos na região, e os bombardeios no sul de Idlib e no norte de Hama já causaram a fuga de 150 mil pessoas, segundo a ONU.

A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, já deixou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados.

Um porta-voz do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) conclamou nesta segunda-feira seus seguidores a atacar as forças curdas na Síria, enquanto os jihadistas combatem em seu último reduto no leste do país devastado pela guerra.

Em áudio publicado no Telegram, o porta-voz do EI pediu que os membros do grupo nas áreas controladas pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, devem "vingar o sangue de seus irmãos e irmãs".

"Instalem dispositivos explosivos, posicionem franco-atiradores", disse o porta-voz, que de identificou como Abi Hassan al Mujahir.

As FDS - aliança de combatentes curdos e árabes - contam com o apoio da aviação da coalizão internacional anti-EI para tirar os jihadistas de seu último reduto, em Baghuz, localidade da província de Deir Ezzor, na zona da fronteira iraquiana.

Os combates prosseguiam nesta segunda-feira e as FDS consolidaram as posições conquistadas na véspera, após duros combates e intensos bombardeios.

"Nossas forças avançam, mas os combates prosseguem", disse à AFP Jiaker Amed, porta-voz das FDS.

A mãe de uma menina sueca morta em um ataque jihadista em 2017 condenou nesta sexta-feira o ataque às mesquitas na Nova Zelândia por um atirador que afirmou, em um manifesto racista, que desejava vingar a morte de sua filha.

O ataque a duas mesquitas nesta sexta-feira (15) na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, "vai contra tudo o que Ebba defendia", declarou Jeannette Åkerlund, à TV pública SVT.

"Ela espalhava atenção e amor a seu redor, não o ódio. Estou sofrendo com as famílias afetadas e condeno todas as formas de violência", acrescentou.

Ebba Åkerlund, 11 anos, morreu no dia 7 de abril de 2017, quando foi atropelada por um caminhão em uma rua comercial de Estocolmo, por Rakhmat Akilov, um imigrante do Uzbequistão.

O atirador australiano preso após o ataque a mesquitas na Nova Zelândia publicou um manifesto racista no Twitter no qual ele escreveu que queria "vingar Ebba Åkerlund". Ele também escreveu o nome da menina em uma das armas usadas no massacre que matou pelo menos 49 pessoas.

A morte de Ebba abalou a Suécia.

A menina foi morta ao sair da escola e a caminho de encontrar a mãe no centro de Estocolmo. Tinha acabado de enviar uma mensagem pedindo que a mãe comprasse um sorvete para ela.

Seu túmulo, em um cemitério na capital sueca, é regularmente profanado por um homem de nacionalidade estrangeira que aguarda julgamento. O autor do atentado de Estocolmo foi condenado à prisão perpétua em junho de 2018.

Antes do ataque, que matou cinco pessoas no total, ele prometeu fidelidade ao grupo Estado Islâmico (EI).

Elas fogem do que resta do "califado" do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria. São crianças nascidas em um "Estado" que desapareceu, muitas vezes sem pai e com mães de países onde não são bem-vindas.

Seus rostos se destacam entre um mar de niqabs (véu integral), ao lado de suas mães, amontoados em caminhonetes que os transportam do último reduto do EI no leste da Síria.

Há bebês de apenas três meses, que choram de cansaço e fome. Os mais velhos observem em silêncio os jornalistas.

Estão vestido com várias camadas de roupas para enfrentar o frio: casacos, cobertores, gorros...

É difícil adivinhar o estado de suas mães sob o véu integral, mas seus olhos transmitem cansaço, esgotamento e também as mãos muito magras.

Há meses, a comida está acabando no último reduto jihadista, alvo de uma ofensiva da aliança curdo-árabe das Forças Democráticas Sírias (FDS), que reconquistou progressivamente a imensa maioria do setor.

Nas horas mais difíceis do "califado", alvo de bombardeios e dos ataques aéreos da coalizão internacional, os bebês continuaram a nascer.

Jadija tem um ano. Nasceu nos territórios jihadistas da província de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque.

Está envolvida por uma manta nos braços de sua mãe, uma síria de apenas 17 anos natural de Manbij, cidade do norte da Síria, a centenas de quilômetros de distância dali.

"Estou grávida"

Quando perguntada sobre o que espera para sua filha, ela responde com um olhar vazio. O pai, também jovem, foi detido pelas FDS e espera em outro veículo juntamente com dezenas de outros homens.

Há mulheres de outras nacionalidades: iraquianas, turcas, russas, ucranianas e francesas.

O que lhes espera? Um futuro incerto em campos de deslocados no norte da Síria controlados pelas autoridades curdas com uma zona destinada aos familiares dos supostos jihadistas.

Para chegar, as mulheres atravessaram com seus filhos centenas de quilômetros pelo deserto, em caminhonetes.

No acostamento da estrada há objetos arrastados pelo vento: uma mala, um suéter cinza, um carrinho de bebê azul abandonado.

Pelo menos 35 crianças morreram no caminho ou pouco depois de chegar ao acampamento, principalmente por hipotermia, segundo a ONU.

Na zona de recepção do campo de deslocados de Al Hol, mulheres e crianças, a maioria com menos de cinco anos, estão sentadas em cobertores empilhados, aguardando a atribuição de uma tenda.

Perto dali, na clínica, um médico exausto examina crianças esqueléticas.

"Acabei de descobrir que estou grávida", diz uma menina de 19 anos com um bebê apoiado no quadril.

A França pretende repatriar 150 filhos de jihadistas presos na Síria, revelou na quarta-feira (24) à Radio France Internationale uma fonte que trabalha no caso. A decisão marca uma mudança na posição francesa sobre o assunto.

As crianças, a maioria com menos de 5 anos, voltarão sozinhas para a França. Para que elas possam viajar é preciso que as mães aceitem se separar e assinem um acordo de repatriação.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma estátua iraquiana destruída pelo grupo jihadista Estado Islâmico foi reproduzida na Trafalgar Square, em Londres, uma iniciativa para celebrar a cultura iraquiana. Nomeada "The invisible enemy should not exist" (O inimigo invisível não deveria existir), a obra foi inaugurada nesta quarta-feira (28).

Com 4,5 metros de altura e seis toneladas, a estátua de corpo de touro, asas de águia e cabeça de homem foi feita pelo artista americano de origem iraquiana Michel Rakowtiz a partir de 10.500 potes de geleia de tâmara em conserva. O material escolhido representa a indústria que crescia no Iraque antes do país ser tomado pela guerra.

A obra se trata da réplica de uma estátua construída em 700 a.C., próxima a Nínive, na Mesopotâmia, e destruída em 2015 pelo grupo Estado Islâmico no sítio arqueológico de Nimrud.

A ação faz parte de um projeto que propõe reproduzir 7.000 objetos e obras de arte roubadas dos museus iraquianos ou destruídas desde o início da guerra do Iraque, em 2003.

"Isso envia uma mensagem clara: não nos deixaremos desafiar, atemorizar ou intimidar, permaneceremos unidos", disse Michel Rakowtiz à AFP.

"Salam Aleikum, queridos ouvintes, onde quer que vocês estejam": todas as sextas-feiras, o apresentador introduz assim as confissões dos jihadistas condenados à morte no Iraque antes de conduzi-los sob escolta para a cena de seu crime.

Em um país que foi aterrorizado pelo grupo Estado Islâmico (EI), cada programa exibe, em horário nobre, imagens - às vezes insustentáveis - dos crimes atribuídos à pessoa interrogada, algemada e vestida com uma túnica laranja, ou amarela.

"Recebo informações do Ministério do Interior, da Defesa, ou da Segurança Nacional, que os capturou. Eles escolhem o caso a ser processado. Eu peço permissão ao Ministério da Justiça para entrevistar o condenado", explica Ahmad Hassan, de 36 anos, que apresenta desde o final de 2013 "Nas garras da lei" no canal oficial Iraqiya.

O programa comemora sua 150ª edição e está longe de parar, porque mesmo que o EI "tenha perdido militarmente, sua ideologia ainda existe", afirma.

"Seus seguidores consideram os outros como infiéis e continuarão a assassinar enquanto a ideologia persistir", diz ele.

- Imagens chocantes e reconstituição -

O programa sempre começa com imagens chocantes, como a foto de cerca de 50 membros da tribo de Abu Nimr mortos em um mar de sangue. Eles foram executados pelo EI em Hit, no oeste do país.

Então, aparece um dos assassinos condenados, Mithaq Hamid Hekmet, de 41 anos, que conta o massacre em detalhes e dá os nomes dos que participaram.

Outros vídeos gravados pelo EI mostram o ataque a uma joalheria, atentados, um caminhão recheado com 750 quilos de explosivos, a execução de seis homens ajoelhados, usando túnicas laranjas, ou sequestros.

Na maioria dos episódios, os culpados vão ao local para a reconstituição dos crimes.

Um responsável pelas finanças do EI, Mohammad Hamid Omar, apelidado de Abu Hajjaj, detalha sua especialidade: a extorsão de farmácias, escolas, agências imobiliárias, postos de gasolina, médicos.

O apresentador assegura que interroga apenas pessoas já "condenadas". Para a maioria, o veredicto é a pena de morte, mas algumas pessoas recebem prisão perpétua, ou terão de passar 20 anos atrás das grades.

A maioria é iraquiana, mas também há pessoas de outros países árabes.

"Algumas das pessoas que entrevistei já foram executadas. É responsabilidade da Justiça, não minha", exime-se.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos contabilizou 106 execuções em 2017, principalmente por terrorismo. O artigo 4 da lei antiterrorista iraquiana estipula que toda pessoa que cometa, incite, planeje, financie, ou assista a atos de terrorismo será condenada à morte.

Terno bege, gravata e sapatos marrons, Ahmad Hassan assegura que os condenados participam voluntariamente de seu programa e sabem que isso não reduzirá sua pena.

- 'Por que você matou meus filhos?' -

"Se eles fazem isso, é porque têm arrependimentos, querem mostrar os atos horríveis que cometem e revelam o modo de pensar do grupo ao qual pertenciam, para dissuadir outros de cometerem o mesmo erro", justifica ele.

Mas os momentos mais pungentes são os encontros entre as mães das vítimas e os assassinos.

"Por que você matou meus dois filhos, Ahmed e Hamid? Eles eram seus amigos. Eles te prejudicaram? Por que você destruiu minha família?", pergunta a mulher, toda de preto, de frente para os três homens que baixam a cabeça. Seus dois filhos eram policiais.

Outra mãe diz a quatro prisioneiros: "Como vocês podem comer com as mãos que mataram meu filho atirando na cabeça?".

De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, o general Saad Maan, "as pessoas podem ver, graças a esse programa, que as forças de segurança estão fornecendo informações verdadeiras, e isso cria conexões com as pessoas".

Às organizações de direitos humanos que criticam a exibição na televisão de condenados que certamente serão executado, Ahmad Hassan afirma: "As entrevistas não desrespeitam os direitos humanos".

"Não estamos pressionando ninguém, mas estamos em uma situação de guerra, e é melhor se concentrar nos direitos das vítimas, e não nos dos terroristas", insiste.

A aviação egípcia matou um dos chefes religiosos do grupo Estado Islâmico (EI) ao bombardear objetivos extremistas no Sinai (norte).

"Dezenove elementos jihadistas morreram nesses ataques", indicaram as forças armadas em um comunicado. Entre as vítimas, se encontra o líder do comitê encarregado de assuntos religiosos e chefe dos interrogatórios do grupo Ansar Beit al Maqdes, a facção local do EI, segundo a mesma fonte.

O grupo, que cometeu vários atentados contra as forças de segurança no norte do Sinai, jurou lealdade ao EI em 2014.

Desde que o exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi em 2013, o norte da península do Sinai é cenário de atentados cometidos pelos jihadistas, principalmente contra policiais e militares.

Mais de 30 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em um ataque contra um hospital militar de Cabul, no Afeganistão, realizado hoje (8) pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). O Ministério da Defesa do Afeganistão confirmou o atentado, cometido por um quatro jihadistas ligados ao EI que invadiram o hospital vestidos de médicos e carregando armas e granadas. O porta-voz ministerial, Dawlat Waziri, disse que os quatro foram mortos pela polícia.

"O ataque terminou somente quando as forças de segurança afegãs entraram no edifício com o apoio de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e mataram os quatro militantes armados", informou. O alvo do atentado foi o princial hospital militar do Afeganistão, o Sardar Mohammed Daoud Khan, que conta com 400 leitos.

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O presidente do país, Ashraf Ghani, em um discurso por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comentou o ataque, dizendo que os afegãos testemunharam "um atentado terrorista que viola todos os valores de direitos humanos". "Em todas as religiões, os hospitais são locais intangíveis. Esse ataque a um hospital é um atentado a todos os afegãos e a todas as mulheres", criticou. 

Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, em agosto, integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) receberam informações de que brasileiros radicados no País estão mantendo contato com integrantes do Estado Islâmico. A localização, identificação e monitoramento destas pessoas é a maior prioridade de órgãos como a Agencia Brasileira de Inteligência (Abin).

Na busca por informações sobre brasileiros que tenham entrado em contato com grupos terroristas muçulmanos, os agentes do (Sisbin) procuraram a polícia federal alemã (BKA). Queriam informações sobre os 22 mil nomes de integrantes do EI entregues aos alemães por um informante em abril. Na lista, porém, não havia brasileiros.

Os agentes mantém sob vigilância integrantes de comunidades salafistas e wahabitas no País, que se aglutinam em torno de mesquitas e mussalas - espaços usados para as orações diárias dos muçulmanos. Para esse serviço, órgãos como a Abin redirecionaram pessoal para realizar a tarefa, principalmente, durante os Jogos Olímpicos.

Outra prioridade dos agentes do sistema é identificar os possíveis brasileiros envolvidos no recente anúncio feito por meio de um canal no Telegram sobre a criação do grupo autodenominado Ansar al-Khilafah, que declarou no último dia 18 lealdade ao Estado Islâmico no Brasil. O grupo publicou um texto em árabe com o símbolo do EI sobre o mapa do País. A imensa maioria dos informes colecionados pelos agentes é resultado do trabalho de campo feito no Brasil.

Outra fonte de preocupação para os agentes do sistema são os filhos de brasileiros residentes na Europa que tenham sido atraídos pelos radicais islâmicos como Brian de Mulder, conhecido como Abu Qassem Brazili, que se integrou ao EI na Bélgica e foi lutar na Síria, onde teria sido morto em 2015.

Em seu trabalho, os agentes não conseguiram "verificar de forma independente" a existência de pessoas que seriam possíveis alvos do EI ou de outros grupos no País. Os contatos com os serviços estrangeiros são mantidos pela Coordenação de Relações Institucionais, da Abin. Mas pelo menos um destes serviços - a Direction Générale de la Sécurité Extérieure (DGSE), da França - estaria, às vésperas dos Jogos, sem oficial próprio de ligação no Brasil.

O Estado Islâmico e outros grupos jihadistas conclamaram os seus seguidores a atuar como "lobos solitários" e realizar ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Entre os alvos sugeridos estão as delegações e visitantes dos Estados Unidos, Inglaterra, França e Israel. Os métodos propostos abrangem a utilização de drones com pequenos explosivos, acidentes de trânsito e o uso de veneno e medicamentos.

A defesa dos ataques foi realizada em inglês por meio do aplicativo de mensagens Telegram, que costuma ser usado para estimular a ação de "lobos solitários", revelou análise do SITE Intelligence, consultoria especializada na atuação de grupos extremistas na internet, que é referência no tema até para o governo dos Estados Unidos.

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Em junho, o Estado Islâmico criou no Telegram o primeiro canal para disseminação de propaganda jihadista em português, voltado para o público brasileiro. Desde então, seguidores do grupo passaram a disseminar a incitação de atos terroristas por um grupo que se autointitula "Ansar al-Khilafah Brazil", que se apresenta como baseado no País.

O autor das mensagens orientou os seguidores a se aproveitarem das favelas do Rio onde a criminalidade é disseminada e a usarem a "porosa fronteira" com o Paraguai para levar armas ao Brasil. "O recente post sobre os Jogos Olímpicos do Rio diz que ‘vistos, entradas e viagens para o Brasil serão fáceis de obter'", ressaltou a análise do SITE. Segundo a empresa, os jihadistas utilizam o Telegram para fornecer manuais para realização de atentados e celebram a realização de ataques.

O SITE sugeriu que o governo brasileiro não descarte nenhuma ameaça e estude a ação online do Estado Islâmico e outros grupos jihadistas voltada não apenas para o público que fala português. "O terrorismo moderno é um novo fenômeno para o qual as mídias sociais desempenham um papel perigoso, com chamadas para ataques que alcançam usuários ao redor de todo o mundo", afirmou a análise. "Os ataques terroristas nos últimos dois anos mostram que nenhum país do mundo está imune à ameaça do EI e de jihadistas radicais".

Na avaliação da consultoria, os recentes chamados para ataques nos Jogos Olímpicos não são surpreendentes. "Esse é um evento mundial e um alvo que é justificável tanto para EI quanto para outros jihadistas".

Na avaliação da consultoria, ataques recentes por lobos solitários mostraram que a estratégica dos terroristas tem sido bem-sucedida. Há três dias, um imigrante afegão feriu quatro pessoas a machadadas na Alemanha, em um ataque que parece ter sido inspirado no EI. Na semana passada, um tunisiano matou 84 pessoas em Nice, na França, usando um caminhão como arma. Um mês antes, um filho de afegãos nascido nos Estados Unidos assassinou 49 pessoas a tiros em uma casa noturna gay de Orlando.

"Isso só alimenta mais chamados por ataques e será preciso apenas um atacante disposto a agir no Brasil para desempenhar esse papel", observaram os analistas do SITE.

O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, alertou para o "grande risco" de que jihadistas do Estado Islâmico (EI) passem a controlar o tráfego de emigrantes para a ilha italiana de Lampedusa, após seu domínio sobre amplas zonas na Líbia.

"O Daech (EI) tem hoje na Líbia entre 4.000 e 5.000 combatentes, muitos magrebinos e egípcios", declarou o ministro em entrevista que será publicada nesta terça-feira pelo jornal Le Figaro. "Existe um grande risco de que o Daech organize a passagem de emigrantes para Lampedusa".

Segundo Le Drian, a melhor arma para impedir o EI de assumir o controle do tráfego de emigrantes nesta zona é a operação militar europeia Sophia no Mediterrâneo, desde que esta missão possa ampliar sua zona de atividade.

"É preciso ampliá-la para as águas territoriais líbias, sobre o litoral (...) para deter o tráfego e impedir que milhares de emigrantes se lancem ao Mediterrâneo a partir das zonas costeiras controladas pelo Daech".

A operação Sophia, lançada em junho de 2015 e para qual contribuem 22 países da UE, começou com missões de vigilância sobre as redes de tráfico de pessoas a partir da costa líbia.

Em outubro, teve início a segunda fase da operação, com a abordagem de barcos, revistas a bordo e até o confisco das embarcações, mas apenas nas águas internacionais.

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