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Um jornalista da Al Jazeera morreu nesta sexta-feira (15) e outro ficou ferido em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, indicou a emissora de televisão do Catar.

"Compartilhamos com grande pesar a devastadora notícia da perda de nosso dedicado cinegrafista da Al Jazeera, Samer Abu Daqa", escreveu na rede social X Mohamed Moawad, redator-chefe da emissora.

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A Al Jazeera havia informado que o chefe de sua sucursal em Gaza, Wael Dahdouh, e Abu Daqa, tinham ficado feridos em uma escola de Khan Yunis (sul) "após o que acreditamos ter sido um ataque israelense com drone".

Segundo o meio de comunicação, Samer Abu Daqa estava gravemente ferido e permaneceu por horas no local do ataque, ao qual os socorristas não podiam acessar por causa dos escombros.

Dahdouh ficou ferido no braço e foi transferido para o hospital Nasser da cidade, indicou um jornalista da AFP.

Perguntado pela AFP, o Exército israelense não fez nenhum comentário de imediato.

A Al Jazeera afirmou em um comunicado que considera as "forças de ocupação israelenses completamente responsáveis pela segurança de Samer", que, ao lado de Dahdouh, teve "um papel crucial para revelar a magnitude da destruição e do horror das atrocidades israelenses".

Ambos cobriam o bombardeio recente de uma escola da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) em Khan Yunis quando um segundo ataque aconteceu, dirigido "deliberadamente" contra os jornalistas, segundo um comunicado do movimento islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), mais de 60 jornalistas e funcionários de meios de comunicação morreram desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, desencadeada pelo ataque brutal do movimento palestino em território israelense em 7 de outubro.

Quarenta e cinco jornalistas morreram em 2023 no mundo no exercício da profissão, o menor número desde 2002, devido em grande parte à redução de assassinatos na América Latina, apesar de o conflito entre Israel e o Hamas ter sido especialmente letal, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Os dados compilados pela RSF até 1º de dezembro indicam que "45 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão, 16 a menos que no ano passado".

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Este é o menor número desde 2002, quando 33 profissionais da imprensa foram assassinados, um terço deles quando trabalhavam na cobertura do conflito no Oriente Médio.

Os números de 2023 destacam a "redução significativa" do número de mortes na América Latina, com seis jornalistas assassinados contra 26 em 2022.

O México, o local mais letal para a profissão depois da Faixa de Gaza, registrou os assassinatos de quatro jornalistas em 2023, contra 11 no ano passado, mas a diminuição não reflete uma segurança maior para a imprensa, enfatizou a RSF.

- "Autocensura" na América Latina -

"Embora o número de jornalistas assassinados na América Latina tenha registrado uma queda significativa (...) os profissionais da informação ainda não trabalham com segurança, como demonstram os sequestros recentes e ataques armados ocorridos no México", destacou a organização.

A RSF acrescentou que "o recorde de incidentes violentos registrados em 2022 na América Latina estimula os jornalistas a adotar a autocensura, o que se traduz com a proliferação de buracos negros de informação na região, onde o crime organizado e a corrupção encabeçam a lista de questões pelas quais "os jornalistas arriscam suas vidas".

A ONG também informou que 84 jornalistas são considerados desaparecidos no mundo, quase um terço deles mexicanos.

A América Latina concentra mais da metade dos jornalistas desaparecidos no mundo, com 43.

- Mortes em Gaza -

Em Gaza, "os jornalistas estão pagando um preço elevado entre a população civil. Constatamos que o número de jornalistas assassinados no exercício da profissão é muito elevado: 13 em um território minúsculo", afirmou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

"Apresentamos uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para estabelecer a realidade dos fatos e até que ponto os jornalistas foram alvos deliberados", disse.

A RSF destacou que este ano 23 jornalistas foram assassinados no exercício da sua profissão em conflitos e que é a primeira vez em cinco anos que mais repórteres morreram em guerras do que em zonas de paz.

"A grande maioria, 17, na guerra entre Israel e o Hamas, dos quais 13 morreram em Gaza", afirma o relatório da organização.

O conflito na Ucrânia registrou duas mortes de jornalistas em 2023, incluindo o repórter da AFP Arman Soldin (que faleceu em maio), o que eleva a 11 o número de profissionais da imprensa mortos desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

A organização afirma que as causas da redução do número de mortes são múltiplas e "discutíveis".

"O trabalho das organizações intergovernamentais, das ONGs e dos próprios meios de comunicação ou maior cautela?", questiona a RSF no relatório.

O balanço "não inclui os jornalistas assassinados fora do exercício da profissão, os que não foram assassinados nem aqueles cujas mortes continuam desconhecidas", explica a RSF.

Um tribunal da Rússia decidiu estender até 30 de janeiro a detenção de Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal, pela terceira vez, desde que ele foi preso em março sob alegação de espionagem que ele, o jornal e o governo dos Estados Unidos negam de modo veemente. Em agosto, um juiz pediu que o Serviço de Segurança Federal (FSB, na sigla em inglês) russo investigue mais o repórter, que segue detido à espera de julgamento.

Caso siga detido até 30 de janeiro, Gershkovich estará atrás das grades por dez meses. Aos 32 anos, o cidadão americano estava credenciado no Ministério das Relações Exteriores da Rússia para atuar como jornalista, mas foi detido por agentes do FSB em 29 de março, durante uma viagem para uma reportagem. Investigadores até agora não tornaram pública evidência para apoiar sua alegação de espionagem. Fonte: Dow Jones Newswires.

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A jornalista Schirlei Alves foi condenada pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, da 5ª Vara Criminal de Florianópolis, em duas ações por difamação contra um juiz e um promotor que atuaram no caso Mari Ferrer. A magistrada aplicou uma pena de 6 meses de detenção em regime aberto, em cada ação, e multas que somam R$ 400 mil contra a jornalista Schirlei Alves, que escreveu reportagens sobre o caso.

O advogado Rafael Fagundes, que defende a jornalista, afirmou em nota que "a defesa está inconformada com a sentença". Segundo Fagundes, a decisão da juíza "ignorou a realidade dos fatos e a prova dos autos, resultando em uma decisão flagrantemente arbitrária e ilegal".

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Os processos correram em sigilo na Justiça de Santa Catarina. As sentenças, publicadas em 27 de setembro, foram obtidas pelo Estadão. Segundo os documentos, o promotor de Justiça Thiago Carriço de Oliveira e o juiz Rudson Marcos acusaram a jornalista por difamação e injúria, após uma reportagem sobre o caso Mari Ferrer ter sido publicada no site The Intercept Brasil em 2020.

A matéria revelou imagens da audiência do processo que a influenciadora Mariana Ferrer moveu contra um empresário sob a acusação de estupro. A gravação mostrou que o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defendia o acusado, insultou a jovem, exibiu fotos sensuais feitas por ela antes do suposto crime, sem qualquer relação com o episódio, e mencionou poses "ginecológicas". No texto da reportagem, o site usou a expressão "estupro culposo".

A juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer considerou que a reportagem teve a "nítida intenção" de atribuir o termo ao promotor de Justiça. A expressão não havia sido usada no processo e, segundo a magistrada, o texto deu a entender que Carriço de Oliveira teria pedido a absolvição do empresário com base nesta tese.

Rodrigues Studer ainda registrou que a reportagem sugeriu que o juiz "teria acatado o pedido de absolvição do acusado, concordando com a tese apresentada pelo promotor de justiça 'estupro sem intenção'". Na sentença, a juíza afirmou que a jornalista teve "o intuito de propagar, difundir a sua matéria, posto que com tal título e afirmação, totalmente fora do âmbito jurídico, conseguiria chamar mais atenção e gerar mais acessos ao texto".

Em 6 de outubro de 2020, data em que a reportagem foi publicada, o site The Intercept Brasil registrou no portal que nunca havia escrito que a expressão "estava nos autos". "Nós, os editores da reportagem, usamos no título da matéria a expressão "estupro culposo" entre aspas, justamente para mostrar ao leitor que estávamos diante de uma ideia nova, criada a partir da tese do promotor - e acatada pelo juiz", afirmou o site na ocasião.

"Usamos as aspas para sinalizar o espírito figurado, mas parte da audiência interpretou como uso literal da expressão, como se tivéssemos copiado e colado ela dos autos do processo. Erramos ao não deixar ainda mais claro no corpo do texto que a expressão "estupro culposo" não estava nos autos, mas era uma interpretação do que defendeu o promotor em suas alegações finais."

A magistrada Andrea Cristina Rodrigues Studer não aceitou os argumentos da defesa no processo e afirmou que o uso da expressão "ultrapassou a barreira da narrativa e da crítica jornalística". A juíza condenou Schirlei Alves por difamação contra funcionário público, em razão de suas funções, e por meio que facilitou a divulgação do caso. A juíza absolveu a jornalista do crime de injúria pelo uso da expressão "excresce^ncia juri´dica" no texto.

"Concedo a querelada (jornalista) o direito de recorrer em liberdade, haja vista a modalidade da reprimenda aplicada, bem como porque respondeu ao processo em liberdade", afirmou a magistrada.

Ao estipular a multa de R$ 400 mil (R$ 200 mil em cada processo), a juíza afirmou que o crime foi "cometido com o objetivo de se auferir lucro, com os acessos da reportagem". A magistrada anotou, na sentença, ter considerado ainda a "condição econômica da vítima, bem como a extensão do abalo sofrido e lucro auferido com as publicações das matérias".

Schirlei Alves afirmou ao Estadão que "o sentimento é de injustiça". "Estou sendo punida por ter feito o meu trabalho como jornalista, por ter revelado ao público um absurdo de poder cometido pelo judiciário", disse. "Essa decisão me parece uma tentativa de intimidação, de silenciamento não só da minha pessoa, mas de outros jornalistas que cobrem o judiciário e fazem um jornalismo investigativo, fiscalizador e de denúncia."

A defesa da jornalista declarou que "a sentença cometeu uma série de erros jurídicos primários, agravando artificialmente a condenação e contrariando toda a jurisprudência brasileira sobre o tema". "Incapaz de esconder preocupações corporativistas, essa sentença pode servir como uma ameaça contra aqueles que ousam denunciar os abusos eventualmente cometidos pelo Poder Judiciário", afirmou o advogado Rafael Fagundes.

Ao Estadão, o juiz Rudson Marcos afirmou que não comenta "sentença de outros colegas, e a causa em questão está sob segredo de justiça". O magistrado registrou, contudo, que "o tema merece bastante reflexão" e disse ser "compreensível que o público considere uma decisão judicial contrária a uma jornalista como fruto de censura e de corporativismo".

"No caso, contudo, por óbvio a difamação não está na divulgação dos fatos, mas nas mentiras e distorções que pautaram a aludida reportagem", afirmou. "A matéria contém falsidades atestadas por perícia e outras provas. Diz que o réu da ação penal foi absolvido por "tese inédita" de estupro culposo, sugere uma intenção de ajudar a defesa e é apoiada em um vídeo maldosamente editado. O que se identificou na reportagem foi o objetivo de degradar a atuação técnica do promotor e juiz, lançando mão de fake news."

Questionado sobre o valor da multa aplicada à jornalista, Rudson Marcos declarou que o "prejuízo" que sofreu "com as mentiras divulgadas na reportagem não é mensurável financeiramente". "Prejuízo que vou continuar sofrendo ao longo dos anos, pois meu nome estará para sempre associado a uma 'absolvição por estupro culposo' que nunca ocorreu. Basta olhar a internet", assinalou.

Procurados, a juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer e o promotor Thiago Carriço de Oliveira não se manifestaram.

Juiz no caso Mari Ferrer foi advertido pelo CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu na terça-feira, 14, aplicar ao juiz Rudson Marcos, ex-titular da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, uma pena de advertência - a punição mais leve prevista na Lei Orgânica da Magistratura. O magistrado foi o condutor de audiências na qual o advogado Cláudio Fastão da Rosa Filho, que representa o empresário André Camargo Aranha, ofendeu a influenciadora Mari Ferrer.

Antes de o CNJ decidir apurar o caso, a Corregedoria local apenas 'alertou em forma privada' o magistrado sobre a necessidade 'de proceder de forma mais enérgica nas audiências', coibindo o abuso de direito de defesa ou acusação.

Para o Conselho, o juiz assistiu passivamente ao advogado, sem a adoção de qualquer cautela ou censura às 'declarações jocosas' e perguntas grosseiras do mesmo. Rubson Marcos chegou a alegar que fez 37 intervenções nas audiências, mas a relatora apontou que foram 23 intervenções - 11 à vítima, oito ao advogado e quatro a ambos - sendo que a maioria delas não dizia respeito ao tratamento da vítima.

Entenda o caso Mari Ferrer

A influencer Mariana Ferrer acusou o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, quando ela tinha 21 anos. Em uma das audiências do processo, na Justiça de Santa Catarina, o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, mostrou o que chamou de fotos "ginecológicas" da jovem e afirmou que "jamais teria uma filha" do "nível" dela.

Com o constrangimento, Mariana Ferrer foi às lágrimas, e o advogado seguiu atacando. "Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo", afirmou. "Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente, o que é isso?", apelou a jovem.

O juiz do caso, Rudson Marcos, pediu para o advogado manter "bom nível". O teor da audiência foi revelado pelo site The Intercept Brasil. O empresário André de Camargo Aranha foi absolvido.

Caso levou à edição da Lei Mari Ferrer

O caso, ocorrido em 2020, levou à edição da Lei Mari Ferrer, em novembro de 2021. A norma reprime o constrangimento de vítimas e testemunhas em julgamentos de crimes sexuais. O juiz do caso será responsável pelo cumprimento da medida.

Relatório registra detenções de jornalistas no Brasil

Um relatório anual da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), publicado em janeiro deste ano, registrou três detenções de jornalistas no ano passado. Dois repórteres foram detidos por policiais armados com fuzis, enquanto aguardavam resposta a um pedido de entrevista na sede de uma mineradora inglesa na Bahia.

Segundo o documento da Fenaj, outro jornalista foi detido pela Polícia Militar quando tentava apurar uma denúncia sobre falta de médicos e suprimentos em um hospital no Piauí. No terceiro caso, um fotojornalista foi detido enquanto trabalhava na região da Cracolândia, em São Paulo, sob alegação de perturbação da ordem pública.

A editora-executiva de Política e chefe da sucursal de Brasília do Estadão, Andreza Matais, foi alvo de um ataque de hacker na noite desta quarta-feira (4). A conta da jornalista do portal Gov.BR foi invadida - o site reúne serviços para o cidadão e dados pessoais dos usuários, incluindo a declaração do Imposto de Renda.

Hackers trocaram a senha da acesso da jornalista e exigiram dinheiro para não divulgarem informações de seu Imposto de Renda. Ao Estadão, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou que vai acionar a Polícia Federal (PF) para investigar o caso. "Nenhum jornalista e nenhum cidadão pode ser vítima desse tipo de ação", disse.

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O ataque hacker ocorreu após o Estadão publicar reportagem em que mostra como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou para liberar empréstimo e interferir na eleição da Argentina. A informação foi revelada pela colunista do jornal Vera Rosa.

Nas redes sociais, Andreza também passou a ser alvo de ataques após compartilhar a reportagem em seu perfil no Twitter.

Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) cobrou apuração da invasão da conta pessoal da jornalista no site governamental e afirmou que repudia "veementemente a tática extremista" de ataques à imprensa.

"Além de exigir a investigação e responsabilização dos invasores, a ANJ repudia veementemente a tática extremista, independentemente do viés ideológico, de ofender e tentar desqualificar e intimidar vias redes sociais jornalistas profissionais, em particular mulheres."

De acordo com a reportagem publicada pelo Estadão, Lula agiu para que os países-membros do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) aprovassem a transferência de US$ 1 bilhão diretamente para o FMI, em nome da Argentina. O Palácio do Planalto entrou em contato com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é governadora do Brasil no CAF.

A Secom divulgou nota nesta quarta-feira, 4, para dizer que o empréstimo à Argentina teve como único objetivo "ajudar o país com escassez de reservas".

Na nota, o órgão afirmou que "diferentemente do que vem sendo repercutido" (pela imprensa), o empréstimo não teve intervenção do presidente Lula. O comunicado afirma, ainda, que o presidente não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo revelou a colunista Vera Rosa, Tebet deu aval à operação após pedido do presidente. A ministra é governadora do Brasil no CAF.

Leia a íntegra da nota da ANJ

"A Associação Nacional de Jornais espera a imediata apuração da invasão da conta pessoal da jornalista Andreza Matais, diretora da Sucursal do Estado de S. Paulo em Brasília, no site governamental gov.br. A conta foi invadida e a jornalista, ameaçada de ter seus dados pessoais revelados depois de notícias produzidas pela sucursal sobre o governo federal e que geraram uma série de ataques contra a profissional e o jornal.

Além de exigir a investigação e responsabilização dos invasores, a ANJ repudia veementemente a tática extremista, independentemente do viés ideológico, de ofender e tentar desqualificar e intimidar vias redes sociais jornalistas profissionais, em particular mulheres."

Publicado pela editora Patuá, a jornalista e escritora guarulhense Karla Maria, comentou sobre o livro-reportagem de denúncia “Invisíveis: quando a rua é morada, o vírus é só mais um a ameaça”, na última segunda-feira (28), na Universidade Guarulhos (UNG). A obra retrata a realidade das pessoas com doenças físicas, desigualdades e falas da falta de perspectiva e esperança das pessoas em situação de rua em Guarulhos e São Paulo. 

A jornalista colheu testemunhos da realidade conturbada de quem vive debaixo de marquises e viadutos, ficando em uma situação de forma improvisada e indigna - número que aumentou de forma exponencial devido àqueles que foram desempregados e, consequentemente, despejados. Na ocasião, Karla fazia coberturas semanais para o jornal “O Trecheiro”, da entidade Rede Rua, que trabalha com a população de rua. Em 2021, a série de reportagens foi contemplada com o prêmio Dom Helder Câmara, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 

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“Eu preciso ouvir a história dele para fazer o meu trabalho, que é registrar aquela história. Por isso que eu não acredito e eu não concordo em um jornalista nariz empinado, porque nós dependemos diariamente, várias vezes por dia do outro, no tempo do outro, da fala do outro, da confiança do outro, no sorriso, no silêncio, no gesto. Então, me colocar no lugar da pessoa foi um exercício muito habitual, mas também muito doloroso”, aponta Karla sobre o processo de fazer o livro-reportagem sobre as pessoas em situação de rua. “O jornalista, o repórter, muitas vezes, ele não muda a situação do outro, ele revela, denuncia aquela realidade”, acrescenta. 

Além dos entrevistados relacionados diretamente ao trabalho de pesquisa e levantamento de informações, dentre os quais especialistas de institutos, Karla entrevistou 54 pessoas em diferentes níveis de vulnerabilidade social a partir de março de 2020, quando o país registrou a primeira morte pela Covid-19. No período anterior à pandemia do coronavírus, onde o cenário no país já era preocupante pelos cortes de políticas sociais, foi possível estimar o aumento crescente e acelerado da precarização da vida, e a consequente explosão da população em situação de rua, com o agravante da possibilidade de contaminação e morte por causa da Covid-19. 

“São mais de 100 milhões de pessoas que não têm casa, que pagam aluguel. Dessa parte, dados mais recentes apontam para cerca de 230 mil pessoas no Brasil que vivem em situação de rua. Desse número, mais ou menos 50 mil estão na cidade de São Paulo e na região metropolitana”, aponta a escritora. 

Sobre a Karla Maria 

Membro da Academia Guarulhense de Letras (AGL) desde 2020, Karla Maria é autora de outros três livros-reportagem publicados pela Paulus Editora, “Mulheres Extraordinárias” (2017), “Irmã Dulce – A Santa Brasileira que Fez dos Pobres sua Vida” (2019) e “O Peso do Jumbo” (2019). 

A Justiça Federal volta a ouvir nesta quinta-feira (27) os três réus acusados de participação nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado; seu irmão, Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, prestarão depoimento ao juiz da Subseção Judiciária de Tabatinga (AM), onde corre o processo por duplo homicídio e ocultação de cadáveres.

Como os réus estão detidos preventivamente em presídios federais, em outros estados, a audiência é online, com a participação de seus defensores e membros do Ministério Público Federal (MPF).

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Em março deste ano, a Justiça precisou suspender os depoimentos dos três réus devido à interrupção da conexão com a internet nos presídios federais de Catanduvas (PR) e Campo Grande (MT). A oitiva foi remarcada para o dia 17 de abril, quando voltou a ser adiada, desta vez a pedido da defesa, que solicitou que seus clientes fossem ouvidos em videoconferência reservada. 

Amarildo, Jefferson e Oseney foram ouvidos pelo juiz federal Fabiano Verli em 8 de maio. Cabe ao magistrado, com base nas provas reunidas e nos depoimentos de testemunhas e dos réus, decidir se o julgamento irá a júri popular.

Bruno e Phillips foram mortos no dia 5 de junho de 2022, vítimas de emboscada, quando viajavam de barco pela região do Vale do Javari, no Amazonas. Localizada próxima à fronteira brasileira com o Peru e a Colômbia, a região abriga a Terra Indígena Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares (cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial). A área também abriga o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo.

A dupla foi vista pela última vez enquanto se deslocava da comunidade São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde se reuniria com lideranças indígenas e de comunidades ribeirinhas. Seus corpos foram resgatados dez dias depois. Eles estavam enterrados em uma área de mata fechada, a cerca de 3 quilômetros da calha do Rio Itacoaí.

Colaborador do jornal britânico The Guardian, Dom se dedicava a cobertura jornalística ambiental – incluindo os conflitos fundiários e a situação dos povos indígenas – e preparava um livro sobre a Amazônia. Pereira já tinha ocupado a Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai) antes de se licenciar da fundação, sem vencimentos, e passar a trabalhar para a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Por sua atuação em defesa das comunidades indígenas e da preservação do meio ambiente, recebeu diversas ameaças de morte.

Identificados e detidos, Amarildo, Jefferson e Oseney foram denunciados por assassinar e ocultar os cadáveres das vítimas. Na denúncia, feita em julho de 2022, o MPF aponta que, inicialmente, Amarildo e Jefferson admitiram os crimes, embora posteriormente tenham mudado seus depoimentos. Ainda assim, para os procuradores, “os elementos colhidos no curso das apurações apontam que o homicídio de Bruno teria correlação com suas atividades em defesa da coletividade indígena. Dom, por sua vez, foi executado para garantir a ocultação e impunidade do crime cometido contra Bruno”.

 

Ainda vestindo o uniforme do trabalho, dona Maria, uma mãe piauiense, viralizou nas redes sociais após ser filmada, pulando de alegria, ao assistir a estreia do filho em um programa de TV do Piauí. A mulher está em seu local de trabalho aguardando a passagem e convida os colegas para assistir a Wellington, que é estudante de jornalismo. Ela chora, pula e aponta para a TV repetidas vezes, emocionada, enquanto os amigos se emocionam juntos. 

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A publicação original no Twitter, postada por Camilla Ventura, de Teresina, já conta com quase um milhão de visualizações, 25 mil curtidas e mais de mil comentários. O vídeo ganhou tração e já foi veiculado em diversos canais de mídia. 

O colunista Erlan Bastos, mentor do jovem, deixou seu depoimento em uma postagem do perfil da Choquei. "Foi incrível Cho! Que orgulho de ver essa proporção. Contratei ele faz 2 meses e ele havia me pedido na primeira oportunidade de entrar na TV, que ele fosse lembrado. Ele participou hoje do nosso programa é foi incrível. Ele está aí por mérito dele! Esforçado! Competência!", disse. 

 

Elena Milashina, a premiada jornalista russa que foi agredida com extrema violência na Chechênia, está internada em um hospital de Moscou e seu estado é "difícil", informou nesta quarta-feira (5) o editor do jornal Novaya Gazeta, para o qual ela trabalha.

Várias organizações de defesa da liberdade de imprensa e grupos de direitos humanos expressaram preocupação depois que Milashina foi espancada e ameaçada com uma arma quando trabalhava na república russa do Caúcaso esta semana.

"Milashina está em um hospital de Moscou. O estado dela é, francamente, difícil: foi espancada com muita violência, agredida com uma pedaço de pau", afirmou Dmitri Muratov, diretor do jornal Novaya Gazeta.

A Novaya Gazeta é uma das poucas publicações independentes da imprensa russa e Muratov foi um dos vencedores do Nobel da Paz em 2021.

O jornal divulgou um vídeo de Milashina no hospital com a cabeça raspada e as mãos enfaixadas.

A organização Human Rights Watch denunciou que os agressores da repórter cortaram o cabelo e jogaram tinta verde na repórter.

O governo russo e o líder da Chechênia, Ramzan Kadirov, afirmaram que os autores do crime devem ser identificados.

Muratov disse que Milashina sofreu fraturas nos dedos e que os agressores exigiram a senha do telefone da jornalista

Elena Milashina publicou reportagens sobre os abusos contra os direitos humanos nesta região do Cáucaso, governada há vários anos por Kadirov.

Em fevereiro de 2022, a jornalista teve que fugir da Rússia, de acordo com a Novaya Gazeta, depois de ter sido ameaçada por Kadirov, que a chamou de "terrorista".

Desde 2000, seis jornalistas ou colaboradores do Novaya Gazeta foram assassinados, incluindo a repórter Anna Politkóvskaya, que morreu na entrada do prédio em que morava em Moscou.

A cientista política, historiadora e jornalista Lucia Hippolito morreu na manhã desta quarta-feira (21) no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Há 11 anos, ela foi acometida pela Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune, e perdeu os movimentos do corpo. Em 2022, retirou um tumor no útero, mas o câncer teve metástase para o pulmão.

Lucia foi apresentadora do programa CBN Rio e comentarista do Jornal da CBN. Também atuou como comentarista política na Globonews e na Rádio Globo.

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Ela é autora de livros como De raposas e reformistas: o PSD e a experiência democrática brasileira (1945-64), Política: quem faz, quem manda e quem obedece, em coautoria com João Ubaldo Ribeiro, e Por dentro do governo Lula.

Abel Ferreira foi flagrado neste domingo tomando um celular da mão de um repórter que filmava uma reclamação do diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, com o quarto árbitro Ronei Cândido Alves, após o empate por 1 a 1 com o Atlético-MG, no Mineirão, em Belo Horizonte.

As imagens rapidamente circularam pelas redes sociais após a partida. O dono do celular seria o produtor Pedro Spinelli, da Rede Globo.

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Nas imagens gravadas por Spinelli é possível ver a conversa respeitosa entre Anderson Barros e Ronei Alves. Em seguida, Abel se aproxima dos dois, vê o jornalista filmando a conversa de Barros e toma o celular da mão do jornalista. A gravação foi interrompida neste momento.

Abel devolve o celular ao perceber que está sendo filmado por outro jornalista, da rádio Itatiaia. "O futebol brasileiro está assim por vossa responsabilidade", diz o técnico, se dirigindo ao vestiário logo em seguida.

Com a cabeça mais fria, o técnico do Palmeiras reconheceu o erro durante a entrevista coletiva. "Peço desculpas se me excedi", disse o treinador aos repórteres no Mineirão.

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Nesta quinta-feira (11), o deputado federal pelo estado de São Paulo e ex-secretário especial de Cultura na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mario Frias (PL), agrediu o jornalista Guga Noblat, durante uma audiência da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados.

A sessão, intitulada ''Institucionalização da Censura no Brasil'', partiu de uma solicitação do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO). A audiência ocorre no âmbito da discussão sobre o Projeto de Lei (PL) das Fake News. Durante audiência, o deputado General Girão (PL-RN) disse que não tinha ''ninguém da esquerda ali'', pois só marcaram presença na comissão, os opositores ao atual governo.

Segundo publicou Noblat em suas páginas nas redes sociais, o parlamentar o chamou de "anão", um termo capacitista e, ao ser gravado, arrancou bruscamente o celular de sua mão.

''Eu sequer tinha falado com ele, o deputado que queria ser ator veio pra cima de mim por recalque do Morning Show (programa da Jovem Pan). Ao entrevistá-lo no ano passado, eu abordei questões sobre corrupção que ele não soube responder. Tá no ódio até hoje'', escreveu Noblat se referindo a uma entrevista não finalizada no programa Morning Show, da Jovem Pan, em 2022, na qual o jornalista perguntou a Frias sobre suspeitas de corrupção envolvendo seu nome.

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Veja o vídeo:

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O Plurarte recebe o multitalento da amapaense Maiara Pires. Formada em Jornalismo há 13 anos, Maiara atua no mercado há 16 anos e já passou por todas as áreas da comunicação, como redação, produção, reportagem, entre outras. Hoje, ela se especializou em comunicação institucional.

Maiara Pires também é escritora, tendo lançado um e-book chamado “Guia para assessores de imprensa, produtores de conteúdo e redatores”. A amapaense também desenvolve o trabalho de “ghost writing”, no qual pessoas a contratam para escrever um livro. Ela defende que essa profissão é muito importante e necessária, pois ajuda quem tem algo para compartilhar com o mundo, mas não tem a habilidade técnica para pôr no papel. Confira a entrevista.

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Apresentado por Sandra Duailibe, o Plurarte está no ar sempre às sextas-feiras, na Rádio Unama FM (105.5), às 13h20, com reapresentação aos sábados, às 10 horas, e publicação no portal LeiaJá. Acesse o canal do Plurarte no Youtube aqui.

Da Redação do LeiaJá Pará.

Um jornalista chinês, detido em 2022, foi formalmente acusado de espionagem na China, de acordo com uma associação de defesa dos meios de comunicação, o mais recente exemplo do declínio da liberdade de imprensa na potência asiática nos últimos anos.

Dong Yuyu, de 61 anos, escrevia editoriais para o jornal conservador Guangming Ribao, controlado pelo Partido Comunista do país.

O jornalista foi preso em fevereiro de 2022 enquanto almoçava com um diplomata japonês em Pequim, de acordo com um comunicado emitido por sua família na última segunda-feira (24) e consultado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede nos Estados Unidos.

O Ministério das Relações Exteriores do Japão informou no ano passado que na ocasião, o diplomata chegou a ser interrogado por algumas horas.

No mês passado, os familiares de Dong Yuyu foram notificados de que o comunicador seria "julgado por espionagem", segundo o CPJ, citando a declaração de sua família.

"Por mais de um ano, sua família não havia feito nenhum anúncio público sobre os detalhes de sua prisão" para evitar qualquer medida de retaliação, disse um de seus colegas à AFP.

Ele "espera que essas acusações falsas sejam retiradas", acrescentou.

Na China, uma pessoa culpada de espionagem pode ser condenada a uma pena de prisão de três a 10 anos, nos casos menos graves, e até mesmo à prisão perpétua, nos casos mais graves.

Os artigos de Dong Yuyu também foram publicados nas edições em mandarim do jornal americano New York Times e do britânico Financial Times.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal anunciou a abertura das inscrições para capacitação de jornalistas que atuam na cobertura de mídia do DF, “A Mídia e o TCDF”. O curso é gratuito e acontecerá no formato híbrido.

A capacitação será feita nos dias 25, 26 e 27 de abril, das 9h às 12h, com temas sobre orçamento do DF, fiscalização de recursos públicos, Parcerias Público-Privadas (PPPs), mineração de dados e mais.

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O período de inscrições segue aberto até o dia 20 de abril e e elas podem ser feitas pela internet, pela página da Escon. Após a finalização do curso, os participantes irão receber um certificado de participação.

A Rússia anunciou nesta quinta-feira (30) a detenção por "espionagem" do jornalista americano Evan Gershkovich, do The Wall Street Journal, em um contexto de repressão desde o início da ofensiva contra a Ucrânia.

Sua prisão marca uma grave escalada nos esforços do Kremlin para censurar aqueles que considera críticos, uma repressão que ganhou força após o início da operação militar da Rússia na Ucrânia no ano passado.

O Kremlin garantiu, sem revelar detalhes, que Evan Gershkovich foi "pego em flagrante" e alertou Washington para não adotar represálias contra a mídia russa nos Estados Unidos.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) russo indicou que "frustrou as atividades ilegais do cidadão americano Evan Gershkovich (...) correspondente do escritório de Moscou do jornal americano The Wall Street Journal", a quem acusa de "espionar para o governo dos EUA" .

O Wall Street Journal, que afirmou estar "profundamente preocupado com a segurança" de Gershkovich, negou as acusações contra seu repórter e pediu sua "libertação imediata".

A ONG Repórteres Sem Fronteiras declarou-se "preocupada" com "o que parece ser uma medida de represália". "Jornalistas não devem ser alvos de ataques!", exortou.

O crime de espionagem pode ser punido na Rússia com penas de 10 a 20 anos de prisão, de acordo com o artigo 276 do código penal.

- "Informações sigilosas" -

As autoridades russas confirmaram que Evan Gershkovich, de 31 anos, estava trabalhando com uma credencial emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Também afirmaram que ele foi detido por coletar informações "sobre uma empresa do complexo militar-industrial russo".

"O estrangeiro foi preso em Yekaterinburg quando tentava obter informações sigilosas", detalhou o FSB, referindo-se a uma cidade do centro da Rússia localizada a 1.800 quilômetros a leste de Moscou.

"O problema é que a nova legislação russa (...) permite que qualquer pessoa simplesmente interessada em assuntos militares seja presa por 20 anos", disse a analista política independente russa Tatiana Stanovaya nas redes sociais em reação à prisão do repórter.

Mas a analista também apontou que o FBS pode ter feito o jornalista "como refém" para uma possível troca de prisioneiros.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, descartou a hipótese nesta quinta-feira e disse que é muito cedo para falar sobre uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos.

"Eu não colocaria a questão desta forma agora porque, como vocês sabem, essas trocas que ocorreram no passado eram para pessoas que já estavam cumprindo sentenças, incluindo cidadãos americanos sob acusações bastante graves", disse Riabkov, citado pelas agências de notícias russas.

Antes de trabalhar para o Wall Street Journal a partir de 2022, Gershkovich, que fala russo com fluência, trabalhou para a AFP em Moscou e anteriormente para o The Moscow Times, um site de notícias em inglês.

Sua família emigrou da Rússia para os Estados Unidos quando ele era criança.

A prisão por espionagem de um jornalista estrangeiro não tem precedentes na história recente da Rússia.

- Intensificação da repressão -

Vários cidadãos americanos estão atualmente presos na Rússia e Washington e Moscou acusam-se mutuamente de realizar prisões por motivos políticos.

Entre eles está Paul Whelan, um ex-fuzileiro naval de 53 anos preso em 2018, que cumpre pena de 16 anos de prisão por espionagem.

No ano passado aconteceram várias trocas de prisioneiros de alto nível entre os dois países.

Em dezembro, Moscou libertou a estrela do basquete americano Brittney Griner, detida por contrabandear óleo de cannabis no país, em troca do traficante de armas russo Viktor Bout.

A imprensa russa e os jornalistas críticos ao Kremlin estão frequentemente sujeitos a processos criminais na Rússia, algo que os jornalistas estrangeiros geralmente eram poupados, porque Moscou optava por expulsá-los ou endurecer as regras de credenciamento.

No entanto, desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, as autoridades russas intensificaram a repressão à oposição e à mídia independente.

Ao mesmo tempo, as condições para emissão de credenciais, das quais dependem os vistos, foram reforçadas para jornalistas estrangeiros.

Às vezes, repórteres estrangeiros também são seguidos por serviços de segurança durante suas reportagens, especialmente fora de Moscou.

Nesse contexto, muitos veículos de comunicação ocidentais reduziram consideravelmente sua presença na Rússia desde a entrada das forças russas na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Em “A dor do parto que eu não tive”, a jornalista paraense Denise Soares se une a outras mulheres para compartilhar relatos dolorosos e despertar a sociedade para o grave problema da violênia obstétrica. O documentário será lançado em duas sessões, nesta sexta-feira, 17, e no sábado, 18, no Teatro do Shopping Bosque Grão Pará, em Belém.

O documentário “A dor do parto que eu não tive” aborda uma experiência vivida pela própria Denise, com depoimentos de outras três mulheres vítimas da violência obstétrica. Denise conta que, como jornalista, sentia que precisava fazer algo para dar voz a quem passou por essa mesma experiência.

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“Vejo o documentário como projeto social, mesmo. Uma oportunidade de fortalecer o pedido de transformação na assistência às gestantes do nosso Estado. Muita gente já colaborou com essa causa antes de mim e já avançamos muito, é verdade, mas tem muita coisa que precisa mudar. E eu quero somar e enfatizar a necessidade de mudança”, disse.

Nas redes sociais, a jornalista fez o primeiro depoimento sobre a experiência que viveu, semanas após o parto. Ao compartilhar sua história, deparou com inúmeras mulheres que também vivenciaram essa dor. Em uma série de "desabafos" em seu perfil, Denise conta que percebeu que tantas outras mulheres tiveram roubadas sua dignidade e autonomia em um momento único e de extrema vulnerabilidade.

“Depois de expor meu relato de parto na Internet, muitas mulheres compartilharam comigo que também foram vítimas. Fui guardando os contatos. Quando vi, tinha uma verdadeira rede de apoio virtual, que me ajudou muito no processo de ressignificar o trauma. Quando decidi fazer o documentário pensei em reunir alguns relatos e contribuições de profissionais da saúde e do Direito que trabalham em prol da humanização para impulsionar a conscientização a respeito do tema”, contou Denise sobre o processo de produção do conteúdo audiovisual, principalmente da etapa de escolha das personagens.

Para a jornalista, práticas obstétricas ainda adotadas por alguns profissionais de saúde são contrárias ao que hoje recomenda a ciência e desamparam as mulheres, "com atitudes que nos levam a questionar e combater o modelo abusivo de atendimento, seja no SUS ou rede particular". O documentário propõe um olhar para a humanização a partir das perspectivas e experiências profissionais de outras mulheres que lutam contra a violência obstétrica.

Na sua produção, Denise busca destacar a violência obstétrica como um tema de interesse social e saúde pública, não apenas do público feminino. “É importante falar sobre o assunto não apenas para levar informação e conscientizar, mas para cobrar ações efetivas de autoridades e instituições capazes de garantir a proteção da mulher e combater a violência obstétrica. É inaceitável que as condutas violentas sejam aceitas em maternidades e hospitais”, finalizou.

Violência obstétrica no Brasil

Dados apresentados na pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, da Fundação Perseu Abramo, mostram que uma em cada quatro mulheres já sofreu violência obstétrica no Brasil - o que representa 25% das mulheres do país. No entanto, não existem leis federais no Brasil sobre o que configura ou não violência obstétrica.

Cerca de 18 Estados e o Distrito Federal possuem algum tipo de legislação sobre o tema: oito sobre violência obstétrica e dez sobre parto humanizado. O Pará está fora da lista.

Alguns Estados determinam pagamento de multa quando há registro de violência obstétrica, conforme definido em dispositivo legal. É o caso do Paraná, que prevê o pagamento de cerca de R$ 100 mil.

Serviço

O lançamento do documentário “A dor do parto que eu não tive” ocorrerá em duas sessões: sexta-feira, 17, às 19h30, e sábado, 18, às 20h30, no Teatro do Shopping Bosque Grão Pará. As reservas estão esgotadas.

Por Gabriela Gutierrez (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

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A jornalista e escritora Cristina Serra lança nesta terça-feira (14), em Belém, o livro "Nós, sobreviventes do ódio: crônicas de um país devastado", uma coletânea de artigos publicados no jornal Folha de S. Paulo sobre as crises políticas que marcaram o Brasil nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro. O lançamento será às 18h30, no Palacete Faciola, na avenida Nazaré com Doutor Moraes.

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Também nesta terça, de manhã, às 9 horas, Cristina Serra participa de encontro com estudantes de Comunicação Social na UNAMA - Universidade da Amazônia. O evento será no auditório B 100, do campus Alcindo Cacela.

Em entrevista ao vivo por telefone para o Rádio Jornal 30 Minutos, da UNAMA FM 105.5, a jornalista  falou sobre o lançamento e conversou também sobre as reuniões preparatórias da COP 30, a conferência mundial das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que será realizada em Belém, em 2024. 

Paraense, Cristina Serra começou a trabalhar como jornalista no jornal Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH), enquanto estudava jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA), no começo dos anos 1980.

"Antes de me formar, mudei-me para o Rio de Janeiro e concluí o curso na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Ainda estudante, trabalhei no jornal Leia, especializado em literatura e mercado editorial", registra no blog cristinaserra.org.

Formada, Cristina trabalhou no Jornal do Brasil, revista Veja e Rede Globo, no Rio de Janeiro e em Brasília. "Na maior parte da minha carreira, fui repórter de 'poder'. Isso significa que cobri todos os órgãos que compõem a estrutura do poder público brasileiro e em alguns dos momentos mais importantes da nossa história contemporânea", assinala.

Alguns exemplos de cobertura jornalística de que Cristina Serra participou:

Por ser da Amazônia e compreender a relevância da pauta ambiental, Cristina Serra também fez diversas reportagens especiais sobre o assunto para a televisão.

Por três anos, foi correspondente da Rede Globo em Nova York. Ainda na Globo, participou do quadro “Meninas do Jô”, no ”Programa do Jô”, e apresentou, de Brasília, telejornais como o Bom Dia Brasil e o Jornal das Dez (GloboNews).

"Eem Novembro de 2015, fui escalada para a cobertura do desastre da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Este acontecimento mudou minha vida e minha carreira.”

Sobre o assunto, Cristina escreveu o livro “Tragédia em Mariana”, lançado em 2018. No ano seguinte, lançou “A Mata Atlântica e o Mico-Leão-Dourado”. E, em 2020, participou da coletânea “Antifascistas”.

Paralelamente à carreira de escritora, a jornalista trabalha como free lancer. "Fiz coberturas especiais do governo Bolsonaro para o site Metrópoles. Escrevo artigos para o jornal Folha de São Paulo. E no Youtube participo de dois canais de debate: “Rebeldes Sempre” e “Manhattan Disconnection”.

Clique no ícone abaixo e ouça a entrevista de Cristina Serra para a UNAMA FM.

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Da Redação do LeiaJá Pará.

 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), repudiou a agressão que o repórter Alex Silvestre, o cinegrafista Anderson Bolinha e o motorista Carlos Alberto, da reportagem da TV Guararapes, sofreram na noite de sexta-feira (10), durante cobertura ao vivo de um incêndio em um apartamento na Zona Sul do Recife. 

O gestor municipal apontou que a situação é “inaceitável” e reforçou a necessidade da apuração dos fatos para que os agressores sejam responsabilizados. “Inaceitável ver cenas de violência e desrespeito como as de ontem, com a equipe da TV Guararapes. Atitudes assim não podem passar impunes! Minha solidariedade a Alex, Anderson e Carlos, atacados durante o seu trabalho. É preciso apurar os fatos e responsabilizar os agressores”, afirmou, em publicação nas redes sociais neste sábado (11). 

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De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que também repudiaram a agressão através de nota, o caso ocorreu no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife. “Os profissionais estavam na cobertura de um incêndio num apartamento, quando quatro homens surgiram inesperadamente e ameaçaram a continuidade do trabalho jornalístico. Não satisfeitos, os indivíduos agrediram a equipe sem nenhuma justificativa e destruíram os equipamentos. Os trabalhadores da comunicação estavam no meio da via pública, ao vivo, durante o programa Cidade Alerta, apresentado pelo jornalista André Estanislau. O fato causou indignação e revolta aos telespectadores. Após a violência, os agressores fugiram”. 

O Sinjope fez questão de enfatizar a agressão que jornalistas vêm sofrendo quase que diariamente no Estado e em todo o Brasil. De acordo com dados da Fenaj, há o registro de 376 casos de agressões contra jornalistas e veículos de imprensa só em 2022. 

Incrédulo com a agressão que chegou a ser transmitida ao vivo no programa Cidade Alerta, o apresentador André Estanislau pediu que policiais militares que estivessem acompanhando o programa fossem ao local ajudar a equipe de reportagem. 

Após o ocorrido, a equipe da reportagem da TV Guararapes que foi agredida realizou um boletim de ocorrência e informou que os detalhes da agressão serão relatados na emissora. Eles também agradeceram o carinho recebido, em especial, a atenção de todo o efetivo do 19º Batalhão de Polícia Militar.

Além do prefeito do Recife, outros parlamentares se posicionaram sobre o ocorrido, como a senadora Teresa Leitão (PT-PE), que prestou solidariedade à equipe. “Imprensa livre é essencial numa democracia”, ressaltou. A deputada estadual Gleide Ângelo (PSB), que também prestou solidariedade à equipe, informou que acompanhará o caso “lamentável e vergonhoso ocorrido”. “A impunidade é o combustível da criminalidade”. 

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O jornalismo esportivo carrega um tabu que vem sendo quebrado aos poucos nas últimas décadas – a presença das mulheres na área. No último século, ver uma delas ocupando a vaga de repórter na beira de um gramado de futebol, por exemplo, era bem raro. Agora, as coisas estão diferentes.

A repórter Juliana Alvarez é um exemplo disso. Ela não começou no jornalismo com o objetivo de fazer esporte, mas acabou se encontrando na área e, hoje, trabalha no Globo Esporte Pará, programa da TV Liberal, afiliada da Rede Globo.

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“Estou em um momento de querer explorar meu lado criativo e o esporte me permite isso. Grandes nomes do jornalismo passaram pelo esporte. É um ambiente muito legal para nos descobrirmos como repórter e exercitar nosso olhar. O esporte, apesar de ser ‘sempre um jogo de futebol’, quanto mais parecido é, mais você tem que se atentar aos detalhes e conseguir construir uma história a partir disso”, afirma Juliana.

Antes de chegar à TV Liberal, Juliana trabalhou no SBT, e foi lá onde “tudo começou”. Ela era do jornalismo geral, porém, um dia, por não ter repórter esportivo na emissora, foi chamada para “quebrar o galho”. Era uma área diferente para a jornalista e justamente por isso que ela se encantou.

Na época, o SBT não tinha um programa voltado apenas para a área. Mas em 2023, na TV Liberal, a repórter entrou de cara no esporte e a trajetória não vem sendo muito fácil; às vezes, pode ser rodeada de preconceito.

“Existe um olhar diferente. Tenho pensado muito sobre isso, pois no meu dia a dia eu passo por situações que normalmente repórteres homens do esporte não passam. Costumo dizer que estudo muito mais para que as pessoas possam, a partir do meu discurso, compreender que entendo de esporte o tanto quanto elas. Na cabine de transmissão, geralmente, sou a única mulher e isso me assusta. Eu sinto que tenho que estudar o dobro, me esforçar o dobro, para que as pessoas consigam ver que a minha qualidade profissional é igual à de um homem”, conta a repórter.

A jornalista também destaca os julgamentos a respeito dela, mas não dá muita importância e ressalta que “responde” a eles trabalhando e mostrando como pode ser igual ou até melhor que muitos homens na área.

“Tem gente que acha que estou no esporte por demérito, por não conseguir uma vaga no jornalismo no geral e acabei caindo no esporte, mas não foi assim, foi uma escolha. No dia a dia, fazendo o meu trabalho de formiguinha, mostrando que eu mereço respeito, que entendo do que estou falando. É muito ruim esse exercício de você ter que provar para o outro que você merece estar ali”, assinala.

Juliana vem sendo inspiração para muitas meninas que sonham em um dia trabalhar com jornalismo esportivo. O fato de ela aparecer praticamente todos os dias na televisão falando de esporte e mostrando que as mulheres também podem conhecer de futebol, basquete, vôlei, entre outas modalidades, serve e muito para a evolução da profissão e a quebra de tabus. Ela deixa um recado para aquelas que se espelham no trabalho dela.

“Estudar é o caminho mais curto para nós chegarmos. Ter referência é fundamental. O caminho para a mulher no esporte é mais árduo, mas temos potencial, um olhar diferente que talvez os homens não tenham. Acho que o nosso receptor quer esse olhar diferente”, finaliza.

Por Eduardo Quemel (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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