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A auditoria designada pela atual diretoria do Barcelona para avaliar as contas do clube foi apresentada nesta quarta-feira e mostrou que a gestão de Josep Maria Bartomeu aumentou a folha salarial em 61% em três anos e deixou uma dívida de 1,35 bilhão de euros (R$ 8,55 bilhões na cotação atual) até março deste ano. O diretor-geral Ferran Reverter revelou, em entrevista coletiva, que além da auditoria que ficou a cargo da empresa Deloitte, foi anunciada uma investigação sobre o funcionamento da estrutura organizacional do clube, que deverá estar concluída nos próximos dias.

Essa apuração, segundo Reverter, será centrada no complexo esportivo e arquitetônico Espai Barça, nos intermediários e fornecedores do clube. "Quando acabar a investigação, o Barça decidirá qual é a melhor

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forma de proceder, se uma ação de responsabilidade ou outro tipo de ação judicial. Decidiremos. Agora, seria precipitado dizer", disse o diretor-geral do clube.

A auditoria apresentada indicou graves falhas na gestão anterior, liderada por Bartomeu. O aumento da folha salarial total foi de 471 milhões de euros (R$ 2,98 bilhões) para 759 milhões de euros (R$ 4,81 bilhões). Além disso, houve acréscimo de 56% nos gastos administrativos, além de 600% nos custos financeiros.

Reverter classificou a gestão anterior de "nefasta e improvisada" e garantiu que a atual diretoria assumiu o comando do clube "com um patrimônio negativo e em situação de quebra contável, com fluxo de caixa operacional nulo e dificuldade para pagar salários".

O dirigente ainda indicou que a auditoria mostrou pagamento de preços elevados por contratações e que, se não tivessem sido negociados jogadores, a folha de pagamento do clube chegaria a 835 milhões de euros (R$ 5,29 bilhões), valor 108% acima das receitas. A auditoria analisou a administração do Barcelona durante as temporadas 2018-2019, 2019-2020 e em nove meses da 2020-2021, até 31 de março deste ano, quando Joan Laporta assumiu a presidência.

O trabalho ainda apontou para falta de investimentos em instalações esportivas, de controles internos e o superfaturamento do custo de projetos com o Espai Barça, avaliado inicialmente em 600 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões), mas que poderá custar mais do que o dobro do previsto.

A dívida financeira, de acordo com a auditoria, aumentou em 514 milhões de euros (R$ 3,25 bilhões) em três anos, chegando até 673 milhões de euros (R$ 4,26 bilhões) acumulados em março deste ano. No total, a dívida do clube, que inclui também outros compromissos e passivos diversos, chega a 1,35 bilhão de euros, como já havia anunciado Laporta meses atrás.

CAMP NOU EM RISCO - Reverter afirmou ainda que o estádio Camp Nou teria problemas estruturais, com mais de 900 problemas específicos a serem solucionados, o que obrigaria um investimento de 1,8 bilhão de euros

(R$ 11,4 bilhões).

Segundo o dirigente, na situação em que está, a instalação não poderia ter aberto as portas, se as restrições impostas devido a pandemia da covid-19 tivessem sido retiradas antes do início desta temporada. "Para atualizar totalmente o estádio, deveremos gastar 23 milhões (de euros)", afirmou Reverter, se referindo ao valor em euros que equivale a R$ 145,7 milhões.

Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do Barcelona, foi preso na manhã dessa segunda-feira (1) em operação que foi batizada pela imprensa espanhola como ‘Barçagate’. Ao lado de outros membros da sua diretoria - Oscar Grau, Jaume Masferrer e Gomez Ponti - ele é acusado de contratar uma empresa especializada em montar esquemas de difamação e desinformação nas redes sociais para fortalecer sua posição política no clube. Os dirigentes serão jugados por corrupção, lavagem de dinheiro e administração injusta.

A polícia realizou buscas na sede do clube nas primeiras horas da manhã do dia e logo em seguida se dirigiu a residência dos ex-dirigentes. Josep Maria Bartomeu renunciou ao cargo de presidente do Barcelona em 27 de outubro de 2020 após forte pressão política dentro do clube.

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Tudo começou em fevereiro de 2020, quando foi revelado por uma emissora de televisão espanhola, a Cadenaser, um esquema em que o Barcelona, através do atual presidente, Josep Maria Bartomeu contratou a empresa l3Ventures, especializada em divulgação em massa de difamação e fakenews.

Um dia após a reportagem, o então presidente negou as provas apresentadas, mas cancelou o contrato com a l3Ventures. A partir da atitude, a pressão que já vinha por conta de resultados dentro de campo e as tomadas de decisão em casos de renovação, compra ou venda de jogadores só aumentou, pedindo a renúncia ou a antecipação das eleições presidenciais.

Em matéria pouco tempo depois, o El Pais informou que mesmo após a denúncias, Bartomeu continuava a usar perfis falsos e robôs para tentar se autopromover. A Cadenaser voltou a reportar que o Barcelona contava não só com a l3Ventures, mas ainda tinham outras cinco empresas de dados. A partir de junho uma operação judicial foi iniciada para apurar a situação.

Sobe as prisões efetuadas nessa segunda (1), a polícia da Catalunha não se refere só a essa compra de “fakenews”, mas também a uma falta de controle premeditado, que busca um benefício pessoal, falando de "delitos de administração desleal e corrupção entre particulares".

O Barcelona estava encaminhado para ter uma temporada recorde em receitas, previstas para superarem a marca de 1 bilhão de euros (aproximadamente R$ 5,7 bilhões) pela primeira vez na história do clube. Agora, porém, o time catalão aperta o cinto pelas perdas causadas pela pandemia de coronavírus.

"Somos o clube que tem mais receitas no mundo, mas é certo que não podemos atingir o valor de 1,05 bilhão (de euros) que havíamos orçado", afirmou o presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, em uma série de entrevistas à imprensa espanhola nesta terça-feira. "Até fevereiro, tivemos um ritmo superior ao que tínhamos planejado".

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Bartomeu falou no dia seguinte ao corte dos salários do elenco principal em 70%, o que economizará quase 16 milhões de euros (R$ 92 milhões) mensalmente, mas não será suficiente para cobrir as perdas de receitas se a interrupção do futebol for prolongada.

"Não existem direitos televisivos, nem receitas da Uefa, nem do museu, nem de lojas ou escolas, ou hospitalidade, ou bilheteria. Essa é uma quantia muito importante de dinheiro", disse.

A Espanha tem sido um dos países mais afetados pela pandemia, com quase 95 mil casos de coronavírus e mais de 8.100 mortes. Foram 849 novas mortes nesta terça-feira, o maior número para um dia no país europeu.

Bartomeu confia que a situação atual melhorará dentro de dois meses, mas que as perdas serão inevitáveis se a normalidade não puder ser restaurada. "Estamos estudando há dias como ajustar quando a pandemia terminar. Ela mudará hábitos, modelos, modos de agir... O Barça terá de se adaptar ou ser pioneiro".

O presidente também minimizou a existência de um conflito com os jogadores da equipe, que em comunicado na segunda-feira criticaram a diretoria, dando a entender que foram pressionados por ela para aceitar a redução salarial.

Bartomeu explicou que o primeiro encontro com os jogadores foi em 20 de março em uma videoconferência com Lionel Messi, Sergio Busquets, Gerard Piqué e Sergi Roberto. Ele observou que não queria impor um corte e que os jogadores estiveram de acordo desde o começo.

"Há dez dias de diálogo constante. Houve muito barulho e certamente existem pessoas de dentro do clube ou de fora que deram sua opinião sem ter conhecimento da realidade. Existem muitas medidas para aliviar essa redução de renda. Mas nada poderia começar sem ter o acordo com os jogadores, porque eles são a base", justificou.

Depois de ser apontado como suspeito em um caso de fraude fiscal sobre a contratação de Neymar, o presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, disse que o clube é vítima de um "ataque" envolvendo o rival Real Madrid e o Estado espanhol. Bartomeu declarou em uma entrevista para uma TV da Catalunha que "tudo isso vem de alguém que não queria que (Neymar) viesse para o Barça".

"Tudo que fizemos foi trazer um jogador como Neymar (ao clube). O Barça, seus executivos, seus empregados e seus diretores não fizeram nada de errado", disse Bartomeu. "O pai de Neymar disse que tinha uma oferta melhor do Madrid, e isso não desceu muito bem".

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Bartomeu acrescentou que a investigação, que começou com a Corte Nacional espanhola, através do juiz Pablo Ruz, investigando se o ex-presidente Sandro Rosell desviou fundos para esconder o valor pago para contratar Neymar, também foi motivado pelas ligações do Barcelona com o movimento de independência da região da Catalunha.

"Eu não tenho nenhuma prova, mas existem fatos", disse. "No último ano permitimos que o estádio fosse utilizado para o 'Freedom Concert', e nós disputamos um jogo usando a bandeira catalã. A marcha pela independência da Catalunha passou pelo Camp Nou e isso talvez não tenha agradado a todos. Estou convencido de que há certos poderes do Estado que não estão felizes que Neymar chegou ao Barça".

Na última terça-feira, Ruz disse que iria investigar se Bartomeu, como o presidente do clube, fraudou o Fisco da Espanha em 2,8 milhões de euros (aproximadamente R$ 8,7 ,milhões) em 2014. O procurador José Perals disse que os impostos não pagos pelo Barcelona, incluindo o montante atribuído a Bartomeu, superou os 12 milhões de euros (mais de R$ 37 milhões).

Bartomeu insiste que o valor pago pelo Barcelona para contratar Neymar em 2013, quando o brasileiro atuava pelo Santos, foi de 57 milhões de euros (R$ 178 milhões). "Nós dissemos que a contratação custou 57 milhões de euros e mantemos esse valor", disse o dirigente. "Há alguns contratos que o Barça interpreta de uma maneira, e o órgão jurisdicional de outro, e é onde está a diferença".

O presidente do Barcelona está convocado a comparecer perante um tribunal em Madri no dia 13 de fevereiro. Neymar, que completa 23 anos nesta quinta-feira, vem tendo uma excelente segunda temporada pelo clube catalão. Ele é o vice-artilheiro da equipe, atrás de Lionel Messi, com 22 gols marcados em 26 partidas.

Depois de o juiz Pablo Ruz ter aceitado a denúncia feita pelo Ministério Público da Espanha, fazendo com que o Barcelona seja indiciado por supostos crimes fiscais que teriam ocorrido entre 2011 e 2013, por conta dos contratos que envolvem a contratação de Neymar, o presidente do clube espanhol, Josep Bartomeu, afirmou nesta sexta-feira (21) que a transação envolvendo o jogador e o Santos foi "totalmente legal".

A denúncia alega que o Barça teria deixado de pagar mais de 9 milhões de euros em impostos ao não declarar todos os contratos firmados com o astro brasileiro aos fiscais de renda da Espanha. No total, alguns compromissos tratados no acerto com o jogador, que chegariam a 37,9 milhões de euros, não teriam sido apresentados às autoridades espanholas, o que implicaria em uma suposta evasão fiscal do clube.

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"Fizemos tudo de acordo com as disposições da lei e iremos a onde tenhamos que ir para explicar isso", afirmou Bartomeu, em entrevista para uma emissora de TV estatal da Espanha, na qual depois assegurou: "Nosso contrato com Neymar e o Santos é totalmente legal. As negociações, as transações, os contratos, tudo foi feito legalmente e faríamos tudo de todo da mesma maneira".

Apesar das alegações de Bartomeu, o fato é que ele só está na presidência da Barcelona porque Sandro Rosell renunciou ao cargo por estar sendo investigado pela Justiça por causa das suspeitas de irregularidades na contratação de Neymar. Pressionado pelas denúncias, o dirigente se viu obrigado a sair do posto.

As declarações de Bartomeu reiteraram o que o próprio Barcelona já havia manifestado de forma oficial na última quarta-feira, quando divulgou um comunicado para apresentar sua defesa preliminar no caso, garantindo que agiu "dentro da lei" com as obrigações fiscais na contratação do brasileiro. Na ocasião, o clube também prometeu que estará totalmente disposto a colaborar com a Justiça, "como esteve desde o primeiro momento ou em qualquer outro em que seja requisitada a sua intervenção".

Contratado em maio de 2013, Neymar viu o seu pai e o Barcelona revelarem, apenas em janeiro deste ano, que já tinham um acerto preliminar com o atacante desde 2011, quando o clube adiantou o pagamento de 10 milhões de euros para ter prioridade de ficar com ele quando acabasse seu vínculo com o Santos, vigente na época e com previsão de acabar apenas na Copa do Mundo de 2014.

Na última quarta-feira, por sinal, Neymar resolveu desabafar por meio de sua página no Instagram, rede social no qual ele tem quase 4 milhões de seguidores, com o objetivo de criticar a diretoria do Santos e para dizer que está "de saco cheio" de toda polêmica envolvendo sua venda para o Barcelona. Ele rebateu uma entrevista do presidente licenciado do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, ao SporTV, na qual o dirigente criticou o pai de Neymar. "Ele negou todas as vezes que tivesse recebido um tostão do Barcelona, o que é uma demonstração de falta de caráter imperdoável, na minha opinião", atacou Luis Alvaro.

O atacante respondeu de forma contundente ao se referir ao dirigente. "Se ele (Luis Alvaro) pensou que meu pai era burro, se enganou muito. Sou fã e continuo sendo do meu pai por ter me colocado onde estou. Se ele ganhou milhões, qual o problema? Ele trabalhou e não ficou esperando nada cair do céu", escreveu Neymar.

O Santos se queixa principalmente do fato de que o pai do atleta ficou com a maior parte do dinheiro que o Barcelona investiu para contratar o jogador. Na versão oficial do clube catalão, 40 milhões de euros foram pagos à empresa N&N (dos pais de Neymar) pela prioridade para ter o atacante quando o contrato com o Santos chegasse ao fim, em 2014.

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