Tópicos | Jovens Campeões da Terra

O Nacional Jovem desta sexta-feira (14) fala sobre a 4ª edição do Prêmio Jovens Campeões da Terra 2020, da ONU. As inscrições estão abertas até 10 de abril para empreendedores ambientais com idade entre 18 e 30 anos. A competição global é um dos prêmios de maior prestígio da ONU para jovens empreendedores que têm grandes ideias para solucionar os principais desafios ambientais do planeta. Para saber mais sobre a seleção dos sete vencedores e vencedoras, de sete regiões do mundo, Ediléia Martins conversou com a gerente de Comunicação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) no Brasil, Roberta Zandonai.

"O Prêmio Jovens Campeões da Terra existe desde 2017 e deriva, na verdade, de outro Prêmio que a ONU tem mais antigo chamado Campeões da Terra, que é voltado para pessoas que estão há muito tempo trabalhando na liderança de questões ambientais. Essa já é a 4ª edição e, ao todo, 7 jovens de todo o mundo são premiados e são nomeados durante uma cerimônia de gala que acontece na Assembléia Geral da ONU, em Nova York, ao lado de celebridades e políticos. Além disso tem uma premiação em dinheiro, são 10 mil dólares para investir no projeto, convites para participar de eventos globais e todo um acompanhamento", explica ela.

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De acordo com Zandonai, a idéia tem que estar sendo testada há pelo menos 6 meses. Pode ser dentro de uma universidade, de uma incubadora, de uma startup que já começou a operar. A pessoa tem que mandar também uma carta de referência. Os projetos podem ser nas mais variadas áreas: desde bioconstrução, tecnologia, mergulho, acesso a saneamento à mudança do clima.

Em 2019, a grande vencedora para América Latina e Caribe foi a Anna Luisa, baiana, apaixonada por ciência, que participou de um prêmio Jovem Cientista. (Leia aqui a entrevista que fizemos com ela. Na entrevista, ela cita outros exemplos brasileiros). No site do Prêmio, há entrevistas com eles de como começaram, quais foram as principais dificuldades.

Acompanhe a entrevista completa no player acima.

O programa Nacional Jovem vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, na Rádio Nacional da Amazônia, e às 15h, na Rádio Nacional do Alto Solimões.

 

Um filtro que purifica a água usando apenas a luz solar rendeu à empreendedora social baiana, Anna Luisa Beserra, 21 anos, o prêmio Jovens Campeões da Terra, da Organização das Nações Unidas (ONU) Meio Ambiente. É a primeira vez que uma brasileira recebe o prêmio.

A ideia do projeto, chamado Aqualuz, surgiu quando Anna Luisa ainda cursava o ensino médio, e viu um cartaz do Prêmio Jovem Cientista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que tem uma categoria voltada para a etapa escolar. Naquele ano, o tema foi Água - Desafios da Sociedade. “Eu quis pensar em algum projeto para participar que pudesse resolver uma das maiores problemáticas do Semiárido”, disse.

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Na época, a estudante não ganhou a premiação. Quando ingressou na Universidade Federal da Bahia, no curso de biotecnologia, decidiu tirar a ideia do papel. “Comecei a conhecer o empreendedorismo e a ver o potencial da ideia.”

O Aqualuz foi desenvolvido junto com outros estudantes da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Ceará. Hoje, distribui água potável para 265 pessoas e alcançará mais 700 ainda neste ano.

Projeto Aqualuz

O Aqualuz funciona da seguinte forma: o filtro purifica a água da chuva coletada por cisternas de áreas rurais por meio de raios solares e um indicador muda de cor quando o consumo é seguro. A água é desinfetada sem o uso de substâncias nocivas como o cloro, por exemplo.

Para aqueles que pretendem seguir o caminho da ciência, Anna Luisa tem conselhos. “Eu diria que o primeiro passo é começar. Muitas pessoas têm ideias, mas não passam para a execução. Um fator que faz as pessoas desistirem é errar, achar que não vai dar certo. Isso é super normal, o Aqualuz está na versão 10, o que significa que erramos em pelo menos nove versões até chegar a um modelo funcional”.

O prêmio será entregue a Anna Luisa e outros seis vencedores durante a 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro, em Nova York.

Jovens Campeões da Terra

O prêmio Jovens Campeões da Terra é inspirado no prêmio Campeões da Terra, que é o principal prêmio da ONU para pessoas cujas ações tiveram um impacto positivo e transformador no meio ambiente. Criado em 2017, o prêmio é voltado para jovens de 18 a 30 anos.

Neste ano, cada jovem vencedor receberá 15 mil dólares em capital para investir em seu projeto e US$ 9 mil para investimento em comunicação e marketing, além de mentorias e convites para participação em eventos globais.

O Brasil nunca havia sido destaque na premiação até este ano. Em 2019, das quase mil inscrições recebidas em todo o mundo, 158 foram do Brasil. Além de Anna Luisa, três jovens brasileiros estão entre os 35 finalistas globais.

De acordo com a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, a intenção é atrair cada vez mais jovens para o prêmio, estimulando o desenvolvam projetos voltados para o meio ambiente. “Os jovens, muitas vezes estão conectados com tecnologias e estão vendo problemas que são absolutamente invisíveis para todo mundo, mas que eles percebem”, disse.

Sobre as iniciativas contempladas na premiação, Denise afirmou que são multifacetadas, com elementos de mudança climática, envolvimento das comunidades, são aplicáveis e são replicáveis, são de baixo custo, simples. "O que a gente percebe é que as mudanças não precisam ser complicadas. Uma ideia simples pode achar soluções impressionantes”, afirmou.

Brasileiros finalistas

Bárbara Schorchit é formada em engenharia química, e natural do Rio de Janeiro. Ela fundou a empresa Genecoin, que utiliza tecnologias de blockchain - tecnologia por trás, por exemplo, das chamadas criptomoedas como o Bitcoin - para rastrear o uso da biodiversidade em toda a cadeia de valor de um produto.

Bernardo Andrade é cearense, formado em arquitetura e desenvolveu o projeto Casa do Seminárido, que oferece um modelo de arquitetura e engenharia domiciliar sustentável para lidar com a falta de água e o calor intenso da região. O projeto tem custo acessível, trabalha com economia circular, reciclagem e adaptação a mudanças do clima.

Felipe Villela é natural do Rio Grande do Sul, formado em agricultura sustentável. Ele fundou a empresa reNature, que utiliza técnicas agroflorestais para enfrentar desafios do desmatamento, degradação dos solos e recursos hídricos, ineficácia econômica e aumento de emissões causados por práticas agrícolas insustentáveis. A empresa aproxima especialistas e produtores.

 

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