Tópicos | junho 2014

A Copa do Mundo interferiu nos resultados do mercado imobiliário, e os principais efeitos recaíram sobre a cidade de São Paulo, que registrou o pior mês de junho dos últimos cinco anos em termos de vendas, de acordo com o Secovi-SP. Por outro lado, as cidades situadas no entorno da capital obtiveram o melhor mês de junho em vendas dos mesmos cinco anos.

"É possível que este movimento seja reflexo da adequação dos imóveis lançados ao perfil de público dessas cidades, com ênfase na oferta de 2 dormitórios, algo bem tradicional e que atende à demanda da classe média", avalia, em nota, Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

##RECOMENDA##

O sindicato ressalta que a cidade de São Paulo, por sua vez, se ressente das dificuldades para viabilização de novos empreendimentos, aliado ao período de discussão e aprovação do novo Plano Diretor Estratégico (PDE). "Sem contar que a capital praticamente parou para receber os turistas que vieram prestigiar as partidas da Copa do Mundo, além de outros fatores, como o desaquecimento econômico e a antecipação do período de férias", acrescenta Petrucci.

De acordo com o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, considerando-se os resultados do mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo no primeiro semestre, somado aos efeitos da Copa do Mundo e às perspectivas econômicas desfavoráveis, a projeção para o fim do ano passou a ser de lançamentos em torno de 26 mil unidades e vendas em aproximadamente 24 mil unidades."Apesar de todos os fatores negativos citados, vale ressaltar que o mercado tradicionalmente apresenta melhor desempenho no segundo semestre", pondera Bernardes, no comunicado.

O vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emilio Kallas, lembra ainda, na nota, que a expectativa com relação à aprovação do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo (sancionado em 31 de julho) pode ter influenciado as decisões dos empresários. "É possível que agora, ao ter conhecimento das novas regras, os projetos voltem a ser protocolados. Porém, é certo que haverá um período de adaptação e até para que se possa estudar novas tipologias, de acordo com o PDE."

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo registrou a venda de 1.072 unidades no mês de junho, o que representa recuo de 72,3% ante as 3.872 unidades comercializadas no mesmo mês de 2013. Na comparação com maio deste ano, quando foram vendidas 2.080 unidades, houve redução de 48,5%. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (20), 20, são da Pesquisa de Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

Nos outros 38 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), houve crescimento de 33,7% nas vendas de imóveis residenciais novos, considerando as 2.303 unidades comercializadas em junho de 2014 com as 1.723 unidades de igual mês do ano anterior. Em relação a maio, com 1.252 unidades vendidas, a variação foi de +83,9%.

##RECOMENDA##

Na cidade de São Paulo, o montante comercializado em junho foi de R$ 547,1 milhões, queda de 59,8% em relação ao Valor Global de Vendas (VGV) de R$ 1,36 bilhão de maio, atualizado pelo indicador Índice Nacional de Custos da Construção - Disponibilidade Interna (INCC-DI), apurado pela FGV. O indicador Vendas sobre Oferta (VSO) acumulado no período de 12 meses alcançou 51% no sexto mês do ano, ante 55% em maio.

O segmento de 1 dormitório liderou as vendas, com 447 unidades e participação de 41,7%, seguido dos imóveis de 3 dormitórios, que representaram 28,1% de fatia de mercado, com 301 unidades vendidas.

Em relação aos lançamentos, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), foram lançadas na capital paulista 2.413 unidades residenciais, queda de 32,5% diante do resultado de junho de 2013 (3.574 unidades). Houve redução de 10% em relação a maio, quando houve o lançamento de 2.681 unidades.

O segmento de 2 dormitórios, com 996 unidades e participação de 41,3% no volume total, o se destacou em junho em número de unidades lançadas. Na segunda colocação, com 30,3% dos imóveis lançados (732 unidades), ficou o segmento de 3 dormitórios.

Região Metropolitana

Os demais 38 municípios que formam a Região Metropolitana registraram VGV de R$ 903,7 milhões, alta de 77,2% em relação a junho de 2013 (R$ 510,1 milhões, atualizado por INCC-DI).

O VSO de 12 meses nas outras cidades que compõem a RMSP foi de 54,8%, ligeiramente superior ao apurado em maio, de 54,1%. Nestas cidades, 68,8% das vendas se concentraram imóveis de 2 dormitórios, com 1.584 unidades comercializadas.

De acordo com a Embraesp, o volume de lançado na RMSP atingiu 2.549 imóveis, em junho de 2014, recuo de 10,4% sobre as 2.844 unidades lançadas em junho do ano passado. Já com relação a maio deste ano, o total foi 77,0% superior. O segmento de 2 dormitórios liderou os lançamentos na Região Metropolitana, com 57,6% das unidades lançadas em junho (1.469).

Semestre

No acumulado do primeiro semestre, as vendas na capital paulista totalizaram 9.054 unidades, queda de 48,3% sobre as 17.500 unidades acumuladas de janeiro a junho de 2013. No período, as incorporadoras lançaram 11.360 unidades, recuo de 18,8% em relação ao movimento dos seis primeiros meses de 2013 (13.983 unidades) na cidade de São Paulo.

A capital foi responsável por 53,5% das vendas da Região Metropolitana de São Paulo no primeiro semestre, apesar do aumento de participação das demais cidades no mês de junho.

As vendas deflacionadas de materiais de construção, no mercado interno, caíram 13,6% em junho de 2014 na comparação com junho do ano passado. Em relação a maio deste ano, houve queda de 11%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 28, pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

No acumulado dos seis primeiros meses do ano, as vendas recuaram 4,6% ante mesmo período de 2013. Já na base comparativa dos últimos 12 meses - julho de 2013 a junho 2014 - houve recuo de 0,9%. A previsão para o fechamento do ano de 2014 foi revisada para baixo e aponta para um crescimento de 2% em relação a 2013. Antes, a projeção era de expansão de 3% neste ano.

##RECOMENDA##

Junho foi o quarto mês consecutivo de resultado negativo para a indústria de materiais de construção na comparação com períodos equivalentes de 2013, já que em março a queda foi de 4,7%, em abril de 9,1% e em maio de 5,8%

Em materiais básicos, as vendas tiveram queda de 16,7% ante o ano passado e de 14,3% na comparação com maio. No total de janeiro a junho, a queda foi de 6,7% contra 2013.

Já as vendas internas de materiais de acabamento apresentaram recuo de 9,7% ante junho do ano passado e declínio de 7,1% na comparação com maio de 2014. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, a baixa foi de 1,5%.

A Abramat informou ainda que o nível de emprego na indústria da construção em junho apresentou crescimento de 3,2% em relação ao ano passado. Na comparação com o mês de maio, houve queda de 0,4%.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando