Tópicos | Justiça europeia

Acusado pela União Europeia (UE) de abuso de posição dominante nas buscas de conteúdos on-line, o Google iniciou, nesta quarta-feira (12), sua defesa na Justiça continental, argumentando que as sanções da Comissão Europeia ameaçam a inovação na Internet.

A disputa entre o Executivo europeu, que vela pela concorrência dentro do bloco, e o grupo americano já dura dez anos. O Google foi multado três vezes por Bruxelas por um valor total de 8,25 bilhões de euros, em três casos diferentes.

##RECOMENDA##

De quarta a sexta-feira, as audiências no Tribunal Geral da UE serão concentradas em apenas um caso, conhecido como "Google shopping".

Em junho de 2017, a Comissão Europeia aplicou uma multa de 2,424 bilhões de euros ao Google por abuso de posição dominante, ao favorecer em sua ferramenta de busca seu próprio comparador de preços - o Google Shopping.

De acordo com Bruxelas, o Google preteriu seus concorrentes na lista de resultados da busca, o que os deixava menos visíveis para os consumidores.

Dois meses e meio depois, a empresa americana recorreu ao Tribunal Geral da UE, por considerar a decisão "equivocada dos pontos de vista jurídico, factual e econômico", segundo uma mensagem da empresa, à qual a AFP teve acesso.

"Se o Google tivesse que enfrentar a decisão da Comissão em 2008, não teria tido outra opção a não ser abandonar suas tecnologias inovadoras", disse o advogado da empresa, Thomas Graf, durante a audiência.

James Killick, advogado do CCIA Europe, que representa o lobby da indústria digital em Bruxelas, saiu em defesa do Google e ressaltou que as exigências da Comissão "podem prejudicar consumidores e usuários de Internet".

Para o advogado da Comissão, Nicholas Khan, o "colosso" Google ofusca qualquer concorrente.

"Sua posição de colosso da era digital é inegável e até recentemente incontestável", disse, antes de destacar que a situação provoca um "grave prejuízo à concorrência".

A decisão dos magistrados europeus, que pode ser objeto de recurso no Tribunal de Justiça da UE (TJUE), vai demorar alguns meses.

A sentença representará um teste para a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, que desde sua chegada a Bruxelas no fim de 2014 aplica uma política inflexível com os gigantes do Vale do Silício.

Além do Google, na lista da dinamarquesa também está a Apple, empresa que foi obrigada a devolver à Irlanda 13 bilhões de euros por vantagens fiscais indevidas. A empresa também levou o caso à Justiça europeia.

Rivais do Google em outros setores acompanham de perto o caso "Google Shopping". As agências de viagem on-line Expedia e Tripadvisor alertaram na segunda-feira, em uma carta enviada à Comissão Europeia, sobre o abuso de posição dominante da empresa americana.

"O comportamento do Google constitui um abuso grave de sua posição de líder, que deve cessar porque, caso contrário, vai destruir a concorrência em todos os mercados em que decidir entrar", afirmou nesta quarta-feira o advogado alemão Thomas Höppner, que representa à Federação de Editoras de Imprensa da Alemanha.

A justiça europeia validou nesta quarta-feira (4) as normas sobre o tabaco, confirmando a proibição dos aromas, assim como a generalização dos pacotes neutros e as novas regras sobre os cigarros eletrônicos.

O Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) rejeitou assim um recurso da Polônia, apoiado pela Romênia e a empresa americana Philip Morris, e confirmou a validade dos dispositivos da diretriz (lei europeia) que entrará em vigor em 2020.

##RECOMENDA##

O tribunal confirmou os novos dispositivos dos legisladores europeus sobre o condicionamento dos pacotes, como as advertências de saúde que devem permanecer legíveis após a abertura do maço.

Segundo a nova regulamentação europeia, os pacotes devem ter uma mensagem de advertência e uma fotografia colorida que devem cobrir 65% da superfície externa, na frente e no verso de cada unidade.

O tribunal considerou ainda em sua decisão que a proibição de impor na embalagem ou rótulo qualquer mensagem que contribua para promover o consumo de tabaco é proporcional e "de natureza a proteger os consumidores".

No que diz respeito à uniformização do rótulo e pacote dos produtos de tabaco, o tribunal explica que os Estados membros podem apenas manter ou estabelecer novas exigências sobre os aspectos de condicionamento "que não estão harmonizados por esta diretriz".

O tribunal confirma ainda a proibição dos cigarros mentolados que, por seu "aroma agradável" tentam "tornar mais atrativos para os consumidores os produtos de tabaco".

O tribunal também valida o regime especial aplicável aos cigarros eletrônicos, em particular o limite de nicotina de 20 gramas por mililitro, assim como uma série de obrigações e proibições em termos de informação e promoção.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando