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Juvenil Silva está com música nova na praça. O artista liberou nas plataformas digitais, nesta quinta-feira (10), o resultado da canção Coração Crescente. O projeto faz parte do próximo disco do cantor, batizado de Paixão Em Linha Reta. De acordo com Juvenil, o single é dedicado ao seu pai, Adilson da Silva.

"É uma homenagem-saudação-agradecimento. Foi meu pai que me ensinou a ouvir brega. Reginaldo Rossi, Labaredas, Paulo Márcio e outros tantos que ele ouvia pelos clubes da Mustardinha, bairro onde nascemos e onde ele mora até hoje", explicou o pernambucano.

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A letra transita pelo ponto de vista atual de Adilson, recordando com maestria momentos de sua juventude. Juvenil também decidiu abordar na composição uma questão delicada de saúde do pai. Com alusão à cardiomegalia (coração grande), a canção aborda a situação com muita poesia e suavidade.

Sobre o próximo disco, previsto para ser lançado ainda este ano, Juvenil Silva declarou: "Quero explorar e me debruçar em minha própria essência, naquilo que foi o primeiro gênero musical que ouvi e o que mais ouvi na vida. Seja por conta do meu pai ou mesmo no bairro onde cresci e ecoando por toda nossa cidade. O brega. O rock'n'roll é outra coisa que já vem impregnado em tudo o que eu faço. Vai ser um trabalho mais leve, mais dançante e coracional. Tô ansioso pra gerir esse bebê".

Confira o resultado da música Coração Crescente:

Juvenil Silva decidiu dar uma desacelerada e desligar alguns instrumentos elétricos em seu novo álbum, ‘Um belo dia nesse inferno’. Em 10 músicas, o trabalho - que foi produzido ao longo dos dois últimos anos, de forma paulatina - sugere ao ouvinte um norte de calmaria e paz em um momento em que o mundo parece descontrolado. O disco já está disponível em todas as plataformas digitais. 

Embora proponha uma desaceleração e leveza, o disco trata de temas profundos e reflexões sobre temas densos. Quase um desnudar-se do artista que decidiu mostrar um pouco mais do que traz dentro de si para além de sua musicalidade bastante conhecida do público. Já nas melodias, acompanhando o exercício de pausar gradualmente, menos guitarras elétricas e mais instrumentos acústicos como violões de aço, nylon, 12 cordas e o lendário o tricórdio de Lula Côrtes. O resultado, são sonoridades que flanam entre o popular e o psicodélico, flertando com a canção.

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‘Um belo dia nesse inferno’ tem participações de Régis Damasceno (Cidadão Instigado) nas programações, Lucas Gonçalves (Maglore) no violão, Pedro Huff no violoncelo, Bonifrate (Ex-Supercordas) no teclado e viola de 10, e D Mingus com flautas e programações, entre outros músicos locais. As composições são assinadas pelo próprio Juvenil, com eventuais parcerias, como em 'Objeto afetivo', com Guilherme Cobelo (Joe Silhueta) e 'Noites sem futuro', com Evandro Negro Bento. A produção é assinada pelo selo Plurivox. 

 

 

Na próxima quarta-feira (15), os fãs de Juvenil Silva irão conferir, nas plataformas digitais, o resultado do single Estamos Numa Encruzilhada. A música integrará o quinto álbum do artista pernambucano, intitulado Um Belo Dia Nesse Inferno, com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano.

"Apesar de estar lançando agora, essa canção foi composta depois das eleições de 2018 e seu catastrófico resultado. Infelizmente, Estamos Numa Encruzilhada é uma música que permanece muito atual. Não fala apenas sobre os desencontros e atropelos em volta de nós, mas por dentro também", explicou o cantor.

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Com ares da psicodelia nordestina dos anos 1970, o novo trabalho de Juvenil transita pelo folk, além de apresentar um formato bem cancioneiro. Usando violão de 12 cordas, baixo e tricordio, o músico contou na faixa com a colaboração de Alexandre Baros, D Mingus e Tonho Nolasco.

Além de explorar toda sua sonoridade na canção, Juvenil Silva também é responsável pela estética da capa do single. A colagem digital foi feita pelo próprio músico sobre a imagem do fotógrafo e filmmaker Rodrigo Barros. O single Estamos Numa Encruzilhada tem selo da Plurivox.

Confira a capa da nova música de Juvenil Silva:

Os pernambucanos da Avoada lançam, nesta quarta (11), o clipe da música 'A Pedra e a Janela'. Com direção do cineasta Rodrigo Barros, a produção aposta na crítica social fazendo alusão a elementos presentes nos debates políticos da atualidade.

Produzido de forma independente durante a pandemia, o novo clipe da Avoada tem roteiro de Veridiana Gatto, Feiticeiro Julião e Rodrigo Barros. O trabalho traz personagens da contemporaneidade brasileira e simbologias presentes no debate político datualidade. O objetivo do grupo é evidenciar seu posicionamento e crítica ao fascismo.

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Formada pelos cantores e compositores Juvenil Silva, Marília Parente, Marcelo Cavalcante e Feiticeiro Julião, a Avoada está na ativa desde 2019. Influenciado pelo rock rural de bandas como Sá, Rodrix e Guarabyra, além da psicodelia nordestina, o grupo já tem um EP nas plataformas de streaming e, agora, cinco videoclipes. 

 

A cantora e compositora pernambucana Marília Parente coloca fim ao período de distanciamento dos palcos com um show presencial na próxima quinta (9). Ela se apresenta, acompanhada por banda, no bar Iraq, dentro do projeto ‘Na Medida do Possível’. A noite contará ainda com a discotecagem de Juvenil Silva. 

Assim como os demais artistas e profissionais da música, Marília precisou afastar-se dos palcos em virtude das medidas sanitárias impostas pela pandemia do coronavírus. Elas chegaram logo após o lançamento de seu primeiro disco, 'Meu Céu, Meu Ar, Meu Chão & Seus Cacos de Vidro', o que acabou comprometendo os planos de circulação e divulgação do trabalho de estreia da artista. 

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Sendo assim, em seu primeiro show presencial após a quarentena, Parente apresenta o repertório do álbum além de algumas canções inéditas. Ela será acompanhada no palco pelo guitarrista Juvenil Silva, o baixista Diego Gonzaga e pelo baterista Caio Wallerstei. Além disso, o show contará com participações especiais das cantoras Isadora Lubambo e Nívea Maria (Verdes & Valterianos). Os ingressos estão à venda no site Sympla. 

Serviço

Marília Parente no ‘Na Medida do Possível’

Quinta (9) - 20h

Iraq (Rua do Sossego, 179 - Boa Vista)

R$ 20



 

Após uma longa temporada de lives e alguns lançamentos online, o cantor e compositor Juvenil Silva começa seu retorno aos palcos ‘Na Medida do Possível’. Assim o artista intitula uma curta temporada de quatro shows, nos quais ele dividirá a cena sempre com uma cantora convidada. A estreia do projeto acontece nesta quinta (4), às 20h, com Flor de Jacinto. As apresentações acontecem sempre no Iraq. 

O projeto promete preencher as quintas do Iraq, lugar onde Juvenil já trabalhou como produtor e curador de outros eventos, com música autoral. O pernambucano ficará a cargo da abertura dos shows e, após ele, se apresentarão suas convidadas. Após a estreia, com Flor de Jacinto, participam da empreitada Lubambo, dia 18/11; Una; e Galvöao, dia 28/11.

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Para evitar aglomeração no espaço, a casa funcionará com o limite de 40 cadeiras, numeradas por ordem de chegada. As mesas terão álcool em gel disponível e será obrigatório o uso de máscaras de proteção individual. 

 

Serviço

Na Medida do Possível

Todas as quintas de novembro - 20h

Iraq, Rua do Sossego, 179, Santo Amaro

$20

 

A idealização de um videoclipe para a música Você, Mulher, do artista pernambucano Juvenil Silva, acabou resgatando a atmosfera das fotonovelas, muito popular nos anos 1970. O projeto audiovisual deu nova pegada ao formato, através de mais de duas mil fotos que abordam o universo da multiartista travesti, Ava Reyna Bárbara, intérprete da produção. O trabalho contou com uma equipe formada por profissionais LGBT e é assinado pela Selo Vicioclipes. 

Em Você, Mulher, Ava Reyna Bárbara performou frente às câmeras, além de ter roteirizado, dirigido e ficado responsável por figurino e maquiagem. A obra passeia pelo universo de sua criação poético-performática com inspiração no modelo das antigas fotonovelas. Sendo assim, foram produzidas mais de duas mil fotos para ilustrar o tema musical escrito e gravado pelo pernambucano Juvenil Silva.

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A equipe do projeto, batizado pelos produtores de “fotonovela audiovisual”, foi predominantemente LGBT. Além da Ava Reyna Bárbara, também participaram da produção, Larissa Paiva e Giulianna Arcoverde (fotografias), Jeã Santos (videomaker) e o próprio Juvenil Silva, que também fotografou. O lançamento da produção foi realizado na última segunda (18), Dia do Orgulho LGBTQIA+, como forma de simbolizar o protagonismo e a centralidade da diversidade sexual LGBT da equipe.

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O coletivo pernambucano Avoada lança, no próximo domingo (13), a live-doc Viveiro. A produção traz relatos dos integrantes a respeito de suas vivências na pandemia, músicas já lançadas e uma inédita, O céu é dos malditos. A produção vai ao ar no canal do grupo no YouTube do grupo. 

Em imagens ‘caseiras’, produzidas por conta própria por cada um dos integrantes do coletivo - Marília Parente, Marcelo Cavalcante, Feiticeiro Julião e Juvenil Silva. Eles falam sobre sua relação com a musicalidade da Avoada e mostram um pouco de seu cotidiano no contexto pandêmico atual. Entre um depoimento e outro, o grupo apresenta singles já lançados e um ainda inédito, O céu é dos malditos. 

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Com apoio da Lei Aldir Blanc, Viveiro teve a montagem assinada pelo diretor Jean Santos, da Videoclipes, que já havia trabalhado com o grupo anteriormente em clipes da banda, como O Fantasma e Avoada. Além disso, a live-doc conta com a participação do cantor e compositor Juba. 

A chegada das plataformas de streamings revolucionaram a maneira como consumimos música. Para os artistas, esses tem sido verdadeiros canais de comunicação com seu público e forma quase absoluta de escoar seus trabalhos. A primeira quinzena do mês de julho ainda nem terminou e já conta com uma diversidade imensa de lançamentos, sejam eles singles, EPs ou videoclipes. Confira o que tem rolado nas plataformas digitais nos últimos dias para animar a sua playlist. 

Duque de Arake

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Divulgação/Adriano Sobral

Misturando elementos do forró, ciranda e o maracatu misturando à essência do rock, a banda Duque de Arake lança o single A Rosa de Níquel. A música é uma parceria do grupo pernambucano com o poeta e forrozeiro Flávio Leandro e versa sobre o amor que independe de grandes circunstâncias para existir. A faixa chega às principais plataformas digitais no dia 18 de junho.  

Cascabulho

Divulgação

A banda Cascabulho presta homenagem a uma de suas maiores referências, o artista Jackson do Pandeiro, no single Na alma e na cor. A música integra uma série de lançamentos que o grupo pernambucano vem fazendo, com foco no São João. Já no dia 24 de junho o Cascabulho lançará o disco Fogo na Pele, com 10 faixas. O álbum é dedicado aos povos indígenas e quilombolas do Brasil e revisita os sons que deram origem ao grupo que já conta com 25 anos de estrada. 

Érica Pinna

Divulgação

A cantora e compositora carioca Érica Pinna mistura sertanejo e arrocha no seu primeiro lançamento do ano, o single Vai meu bem (Já vai tarde). A música fala sobre superação e resiliência e chega ao público acompanhada por um clipe, no dia 19 de junho. 

 Diego & Victor Hugo

Divulgação

Pegando carona no Dia dos Namorados, que será celebrado no próximo sábado (12), a dupla Diego & Victor Hugo lança, nesta quinta (10), o single Sorte. A música foi pensada para que os casais possam trocar declarações neste e em outros dias especiais. Na sexta (11), chega às plataformas um videoclipe extraído do projeto Equilíbrio.

Juvenil Silva

Divulgação/Thais Rodrigues

Em seu novo disco, Lonjura, Juvenil Silva remexe nos sentimentos caóticos que os últimos tempos vêm despertando em todos. O EP, que chega nesta sexta (11), às principais plataformas, conta com seis faixas, produzidas de forma remota com músicos convidados de diversas cidades do Brasil. O álbum marca a estreia do selo Plurivox, projeto de Juvenil em parceria com Tonho Nolasco, e que tem o objetivo de lançar novos artistas produzidos pela dupla.  

Coco de Fulô

Divulgação

Visando valorizar e divulgar a musicalidade rural do coco de roda de engenho, tradição presente na região da Zona da Mata de Pernambuco, o grupo Coco de Fulô lança, neste sábado (12), o clipe Cana de Santa Fé. A música mergulha nesta tradição popular e promete dar um gostinho de São João em mais um ano em que não será possível vivenciar a festa como a conhecemos. 

Naiá Camargo

Divulgação

A cantora Naiá Camargo ressignifica o papel da mulher na sociedade no clipe da música Salomé. A produção tem direção assinada pelas premiadas  Drica Czech e Lais Catalano que deram ao vídeo um tom de anos 1950 para falar sobre empoderamento feminino. Estreia nesta quinta (10), no YouTube da artista.

Lurdez da Luz

Lurdez da Luz mistura maracatu com o eletrônico, em participação no projeto Lurdez da Luz para unir o maracatu com o eletrônico. A colaboração entre os artistas deu origem ao single Um maracatu desse. A música antecipa o EP com remixes de artistas como DJ FlavYa, Odara Kadiegi, Luana Flores, Furmigadub e Tayhana, que será lançado no fim de junho como parte de uma Festa de São João virtual. Já disponível nas principais plataformas digitais. 

Allan Dibôa

Divulgação/Ricardo Nigro

O cantor pernambucano, Allan Dibôa, contou com o patrocínio de fãs para realização do seu novo trabalho, o single Rebola. Após pedir a doação de R$ 1 a cada seguidor, o artista produziu e lançou a música totalmente custeada pelas contribuições do público. Já disponível nas principais plataformas. 

Azulinho

Divulgação

O cantor Azulinho resolveu quebrar o cordão umbilical com a família, conhecida pela tradição no forró pé de serra, e se jogar em outro ritmo: o piseiro. Com a música Emanuele, o herdeiro do mestre Azulão, Patrimônio Vivo de Caruaru, pretende esquentar o São João em casa do público. Já nas principais plataformas digitais. 

Juba

Reprodução/Facebook

Com direção do cineasta pernambucano Cláudio Assis, o cantor pernambucano Juba lança o clipe de O sertão precisa é disso, música de Alceu Valença que foi trilha sonora para o filme A Luneta do Tempo, do mesmo artista e, posteriormente, regravada por Juba em seu primeiro disco, Ethos. A produção conta, ainda, com as assinaturas dos diretores Bernardo Valença e Carol Montenegro.

Edgar

Divulgação

O multiartista Edgar lança o disco Ultraleve, com produção de Pupillo, Oliveira e   participações de Kunumi MC e Elisapie. No álbum, os beats e percussão de Pupillo acompanham as letras ácidas de Edgar, que convida para uma degustação lenta e cuidadosa das nove faixas. Já nas plataformas digitais. 

 

No fluxo das produções colaborativas e à distância, o músico pernambucano Juvenil Silva contou com a ajuda do público para a realização do videoclipe do seu single mais recente, Dias Impossíveis. Com peças produzidas pelos fãs, o artista montou um clipe em formato pensado para o Instagram e disponibilizado somente nessa plataforma. 

Após o lançamento da faixa, composta e gravada de maneira remota, e em parceria com o paraibano Seu Pereira, Juvenil foi em busca de imagens que pudessem ilustrar a canção. A saída do músico, diante às limitações da pandemia, foi pedir auxílio ao público para que o trabalho fosse realizado de forma interativa e colaborativa.

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O resultado foi um videoclipe feito a várias mãos, com vídeos produzidos à distância e enviados a Silva pela internet. O clipe tem linguagem contemporânea, pensado para veiculação pelo aplicativo Instagram, e foi disponibilizado somente através da ferramenta IGTV, disponível no app. O resultado já pode ser conferido no perfil oficial do pernambucano, @juvenil_silva.

Apesar da impossibilidade de encontrar-se com os colegas de profissão, em razão da pandemia, o cantor e compositor pernambucano Juvenil Silva reforçou as parcerias durante o período de quarentena. Nesta sexta (26), o música apresenta mais uma criação, produzida de forma remota com a colaboração do artista paraibano Zé Pereira, Dias Impossíveis. A canção adianta um pouco do que virá em um EP inédito, a ser lançado ainda neste primeiro semestre.  

Em Dias Impossíveis, Juvenil e Seu Pereira criaram uma balada “pós-apocalíptica” que reforça a importância de cuidar-se durante esses tempos difíceis. A música foi produzida de forma remota, tendo cada músico gravado à parte, em seu próprio home studio cada. O resultado poderá ser conferido nesta sexta (26), quando a  faixa estará disponível nas principais plataformas digitais. 

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O single estará, também, no próximo EP de Juvenil, Lonjura, com lançamento ainda neste primeiro semestre. O disco contará com outras colaborações, todas feitas à distância, e as já lançadas Regalia e Você, Mulher. Integram o time de colaborações, neste trabalho, nomes como Feiticeiro Julião, Pierre Leite, Tonho Nolasco e D Mingus, entre outros. 

 

 

O coletivo pernambucano Avoada lança novo single nesta quarta (3). Abusando das linguagens metafóricas e das melodias inspiradas na estética do rock setentista, o grupo formado pelos músicos Juvenil Silva, Marília Parente e Marcelo Cavalcante disponibiliza nas principais plataformas digitais a canção A pedra e a Janela. 

Com composição assinada por Feiticeiro Julião, A Pedra e a Janela é uma crítica ao atual chefe de Estado brasileiro e os escândalos que envolvem o seu nome e os de seus familiares. A canção faz referências ao atual momento do país e a uma fala do presidente que afirmou estar vivendo um verdadeiro "inferno" à frente do comando do Brasil.

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A música foi produzida pelo coletivo e gravada nas casas de Juvenil Silva e Marcelo Cavalcante, respeitando as regras sanitárias necessárias para esse momento pandêmico. A Pedra e a Janela integra o segundo disco da Avoada, que tem previsão de lançamento ainda para este ano de 2021. 


 

É bem verdade que não haverá Carnaval em 2021, por obra e força da pandemia do novo coronavírus, no entanto, frevo não há de faltar. Para celebrar a música que dita o ritmo da folia pernambucana e garantir aos órfãos de Momo um certo alento, chega às plataformas de streamings, nesta terça (9), o álbum O Ano em que Não Teve Carnaval - Coletânea Kaosrnavalesca anárquica mista de frevo jovem. A produção reúne nomes da cena musical de Pernambuco em 13 faixas que homenageiam e ressignificam o frevo, dando-lhe tons e sonoridades diversas.

Ancorada pelo músico Juvenil Silva, a coletânea reúne artistas como Isaar, Juba, Graxa, Manuca Bandini, André Macambira, Publius, Julio Samico e Marcelo Cavalcante, entre outros. Cada um contribuiu com uma faixa que traz o frevo, não necessariamente em seu ‘estado bruto’, mas também em novos formatos a partir da mistura deste com outros elementos e estilos musicais. O próprio formato de coletânea propõe um movimento por assim dizer ousado em uma época em que a profusão de singles nas plataformas de streaming acaba por quebrar a linearidade da escuta dos álbuns. 

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O projeto, realizado de forma totalmente independente, tem produção e curadoria assinadas por Juvenil. Já a capa, feita pelo artista plástico João Lin, reforça a principal mensagem para o período momesco deste ano: a brincadeira precisa ser dentro de casa. A coletânea chega celebrando o Dia do Frevo, comemorado nesta terça (9) e já  pode ser ouvida nas principais plataformas de streaming.   

 

Chico César viralizou na última terça (5) após rebater o comentário de uma seguidora insatisfeita com as temáticas de suas canções. Visivelmente ofendido por ter sido, de certa maneira, censurado pela fã, o artista não se intimidou e 'jogou a real' dizendo que não se calaria. Além de muito buxixo na internet, o posicionamento de César gerou, também, música. As palavras do artista bateram de frente com a criatividade do músico pernambucano Juvenil Silva, que colocou uma melodia no comentário-resposta e, assim, firmou uma parceria com o paraibano. 

Juvenil foi uma das pessoas que não passou batido pelo posicionamento firme de Chico César. O comentário do paraibano deixando bem claro que toda sua obra tem motivações políticas acabou viralizando  nas redes sociais. Nele, Chico foi direto com a seguidora que pedia que ele evitasse músicas de cunho "político e ideológico". "Não me peça um absurdo desse, não me peça para me silenciar. Respeite ou saia. Não veja, não escute".

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As palavras ficaram ressoando na criatividade do músico pernambucano Juvenil Silva, que acabou musicando o comentário e criando uma parceria com Chico César, intitulada Não Vou me Calar. "Aquilo ficou martelando na minha cabeça... Quando fui aos Correios, postar um disquinho que vendi, a coisa começou a vim rodopiando em melodias. Ao voltar, sentei no quintal, um copo de enraizada na mesa e o texto na tela. No fim da dose, tava pronta a canção. Mostrei por Chico, ele curtiu e disse que tínhamos nossa parceria", explicou. 

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Desde que os serviços de streaming de música ficaram mais populares, através de aplicativos como Spotify e Deezer, por exemplo, as retrospectivas pessoais nas redes sociais ganharam um capítulo a mais. Todo mês de dezembro, além de revermos as fotos e vídeos mais curtidos dos amigos, ficamos conhecendo também um pouco mais sobre seus hábitos musicais. São posts contabilizando a cantora mais ouvida, o artista descoberto naquele ano e quantas vezes a pessoa deu repeat no mesmo single. 

Os artistas, por sua vez, também têm sua retrospectiva garantida. Eles compartilham a quantidade de novos seguidores nas plataformas, em quantos países foram ouvidos e qual música sua foi a mais tocada. Em 2020, no entanto, a brincadeira foi compartilhada com um adendo não menos importante, a proposição de um debate acerca de outros números relevantes aos músicos: os valores que esses serviços pagam pelo seu trabalho. 

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São várias as plataformas de streaming de música disponíveis na internet. Spotify e Deezer, duas entre as mais populares, dividem a grande rede com a Apple Music, Amazon Music, YouTube, Google Play, Tidal e Pandora, entre outras. Tantas possibilidades podem parecer uma mina de ouro para artistas, no entanto, bem como acontecia quando a música dependia quase que exclusivamente das grandes gravadoras - que determinavam como e onde os artistas trabalhavam e recebiam -, a realidade é bem diferente. 

Segundo o site The Trichordist, que faz levantamentos do quanto paga cada uma das várias plataformas desde 2014, os valores praticados por elas em cada ‘play’ giram em torno de 0,00348 a 0,00876; sendo o Spotify o que menos paga (0,00348) e o Tidal o que remunera os artistas com um valor um pouco superior (0,00876). O Deezer, um dos canais mais populares entre os usuários, paga 0,00562 por streaming. Esses valores correspondem ao ano de 2019. 

As plataformas, por sua vez, arrecadam através de publicidade e dos valores de assinaturas dos clientes que optam por pagar pelo serviço. No Brasil, assinaturas no Spotify e Deezer, por exemplo, podem custar de R$ 16,90 a R$ 26,90. Inclusive, o 'play' de um assinante tem valor diferente daquele que usa o serviço de forma gratuita. O repasse do arrecadado para os artistas também depende de diversas variáveis, como a filiação em editoras, como a União Brasileira de Editoras de Música (UBEM), e o número de execuções do fonograma, entre outras. 

No Deezer, segundo dados enviados por sua assessoria de imprensa, 70% do apurado pela plataforma é empregado no pagamento de royalties, "que vai para toda a cadeia da indústria da música (gravadoras, distribuidoras, artistas, compositores, etc)". No serviço, o valor de cada streaming é determinado a partir do valor "das assinaturas dividido por play de execução, multiplicado pela quantidade de plays". Resumidamente, cada artista ganha com base na porcentagem de ouvintes e, ainda de acordo com a assessoria do app, a plataforma acredita "que essa é a forma mais justa de pagamento." 

Mesmo assim, desde 2019 o serviço está testando um novo sistema de monetização na busca de pagamentos mais justos aos músicos: o UCPS. O aplicativo diz que a ideia da mudança é trazer um aumento de pelo menos 30% na monetização de artistas menos conhecidos, mas, por enquanto, a novidade está sendo testada apenas na França e a abrangência da modalidade será expandida para o resto do mundo a depender da “maturidade do mercado”.

O LeiaJá também tentou contato com o Spotify para entender seu sistema de monetização, porém, não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem. 

Os números e porcentagens acabam transformando a relação plataforma X artista um tanto dúbia. Por um lado, a facilidade de escoar sua produção para todo o mundo à distância de um simples 'clique', por outro, a invisibilidade diante tantos nomes em busca do mesmo objetivo, remuneração irrisória e o quase esmagamento ocasionado pelos artistas de grosso calibre.

Sendo os serviços de streaming cada vez mais crescentes em termos de consumo de música atualmente - só no primeiro trimestre de 2020, houve um crescimento de 35% nas assinaturas dessas plataformas, segundo levantamento da Counterpoint Research -, como fechar essa conta de maneira justa para todos os envolvidos? 

O desafio está lançado e parece cada vez maior a cada ‘play’. A discussão também está acirrada e já tem artista em busca de alternativas para não se transformar refém das plataformas - a exemplo do pernambucano Juvenil Silva, que durante a quarentena lançou quatro EPs com comercialização exclusiva pelo e-mail.

Os músicos estão na busca de um mercado fonográfico mais amplo e justo e pode ser que ao final do próximo ano, a retrospectiva sobre números de streaming de música apareça de forma diferente. Ouvidos e olhos atentos. 

Fotos: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O cantor e compositor pernambucano Juvenil Silva havia dado um tempo das plataformas digitais mas, decidiu voltar. E para marcar esse retorno, ele lança o clipe de Regalia, canção  composta e produzida neste período de pandemia e toda gravada à distância. O resultado já pode ser visto no canal do YouTube do artista. 

Regalia conta com algumas participações como as de Irmão Victor, Mestre Nico e Marcos Gonzatto. O clipe do single foi gravado na Zona Norte do Recife, e produzido pelo próprio Juvenil em parceria com o músico e designer multimídia, Daniel Silva. Assim como a música, toda a produção do vídeo foi feita de maneira remota. 

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A narrativa do clipe transita por temas e sensações advindas do atual contexto pandêmico instaurado no mundo, como o isolamento social e as desigualdades evidenciadas por ele. Tudo isso ilustrado pelo personagem criado por Juvenil, o Profeta do Novo Normal, vivido pelo ator Fernando Arruda. A obra pode ser conferida no canal do YouTube do artista. 

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Juvenil SIlva continua transformando o seu isolamento social em canção. Após o lançamento do EP Isolamento Acústico, em junho, é chegada a vez da estreia da continuação desse trabalho, o Isolamento Acústico Vol. 2. O disco traz alguns aspectos diferentes do álbum anterior porém, será distribuído da mesma forma, driblando as plataformas de streaming com vendas apenas pelo e-mail.  

Isolamento Acústico Vol. 2 traz sete composições, todas feitas durante a pandemia. Dessa vez, Juvenil decidiu mergulhar em seu processo criativo de maneira solitária e, diferentemente da primeiro disco - que contou com parcerias, ainda que virtuais -, produziu e gravou todo o material sozinho: “Eu aceitei minha solidão e transformei em solitude. Aceitei o desafio de fazer tudo sozinho. Mixei, masterizei… Coisas que eu nem sabia fazer, tive que correr atrás, quebrar a cabeça, estudar e fiz”, disse em entrevista ao LeiaJá.  

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Correndo na contramão dos caminhos que indicam para as plataformas digitais, Juvenil decidiu continuar apostando no e-mail como forma de escoar o novo disco. A primeira experiência no formato, a comercialização do Isolamento Acústico I, foi bem sucedida, segundo ele, e foi o que o ajudou a driblar o perrengue econômico causado pelo coronavírus em grande parte da classe artística. “O pessoal comprou bastante e me salvou durante todo esse tempo, desde o começo de junho”. 

Agora, os interessados em conferir o folk psicodélico do cantor e compositor pernambucano, em seu segundo lançamento durante a quarentena, podem fazê-lo entrando em contato com o próprio artista. A contribuição é espontânea e pode ser feita através de depósito bancário, boleto ou Picpay. 

Uma função que sempre existiu em aplicativos como Instagram e plataformas como YouTube acabou se transformando em um dos principais passatempos da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. As lives, transmissões ao vivo, se tornaram opção de entretenimento para o público além de canal para que os artistas possam manter-se trabalhando, comunicando-se com os fãs e até mesmo faturando. 

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Elas começaram de maneira um tanto discreta, com artistas falando e cantando diretamente de suas casas em modestas  transmissões pelo Instagram. No entanto,  o apelo junto aos fãs foi tamanho que rapidamente, não só a classe artística como patrocinadores e produtores da indústria cultural  perceberam o grande potencial desse tipo de apresentação e o que começou como uma maneira de manter o vínculo entre artista e o público logo tomou proporções maiores, transformando-se em uma verdadeira mina de ouro com ares de linguagem do futuro para o mundo do entretenimento.

No Brasil, o primeiro a fazer da live um espetáculo foi o sertanejo Gusttavo Lima. Ele levou sua apresentação online para o YouTube, com uma produção elaborada, que contou com cenário, estrutura de som e até garçom, além do patrocínio de uma grande marca de bebidas. O show virtual do Embaixador quebrou recordes na internet, com cerca de 750 mil acessos simultâneos, e deu início a um ranking de visualizações que mobilizou vários outros artistas como Marília Mendonça (3,3 milhões), Jorge & Mateus (3,1 milhões) e Sandy e Junior (2,5 milhões). 

Reprodução/Facebook

Mas, a grandiosidade dos números dessas lives não fica apenas na quantidade de visualizações. Os artistas têm usado o espaço para arrecadar donativos para projetos de assistência social e o resultado tem sido surpreendente. Luan Santana conseguiu arrecadar mais de 300 toneladas de alimentos em apenas uma apresentação; já a live que juntou os Amigos (Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano e Leonardo) recebeu R$ 1,7 milhão em doações para o combate ao novo coronavírus. Por outro lado, os cantores também têm lucrado alto com este novo mercado. Os espaços publicitários nas lives de grandes nomes, como Marília Mendonça e Wesley Safadão vão de R$ 60 a R$ 500 mil. 

Indústria

O sucesso absoluto das lives descortinou um novo caminho para a indústria do entretenimento. Para os artistas, essa modalidade de show trouxe a possibilidade de continuar gerando renda em um momento em que a realização de eventos presenciais, com aglomeração de pessoas, está terminantemente proibida. Além dos patrocínios, alguns profissionais da cultura têm cobrado ingresso para suas lives, como o músico pernambucano Juvenil Silva, que chegou a criar uma espécie de casa de espetáculos virtual,  com o projeto @aovivoemcasa. A ideia é promover apresentações com a contribuição espontânea do público em forma de ingresso virtual. 

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--> Momentos icônicos que só as lives poderim garantir

Ultrapassando os limites imaginários da internet, as apresentações online também já movimentam a cadeia produtiva da cultura e entretenimento no  ‘mundo real’. Já há espaços físicos voltados para a produção e transmissão de lives, como é o caso da Space Lives Room, de São Paulo, que oferece a estrutura para os shows. Profissionais da área de iluminação, áudio e acessibilidade comunicacional, como os intérpretes de Libras, também têm encontrado trabalho neste novo mercado. O que leva a acreditar que este pode ser um caminho sem volta no que diz respeito à forma de se fazer entretenimento no século 21. 

Vale ressaltar que essas lives mais produzidas demandam a participação de mais pessoas, o que tem sido motivo de críticas pelo risco de contaminação que a reunião de uma pequena equipe com oito ou 10 profissionais pode causar. Alguns artistas, inclusive, optaram por nem fazê-las, pra não se expor nem aos seus,  como Zeca Pagodinho, Anitta e o grupo de rap Racionais MC’s. Os dois primeiros, no entanto, acabaram se rendendo. Já o Racionais recusou um cachê de R$ 100 mil e se manteve firme na opção de não atender aos fãs, porém, seguir cumprindo as determinações sanitárias. 

Além do streaming

Mas, apesar das dimensões que as lives vêm tomando, esse meio de comunicação continua motivando os artistas para além do seu ofício. Independente da quantidade de patrocínios e horas de duração - alguns cantores chegam já chegaram a  ficar por cinco horas se apresentando online -, esses shows continuam representando uma forma de se aproximar do público além de mostrar nuances mais íntimas de cada artista. 

O rapper MV Bill, por exemplo, optou por fazer sua primeira, e até então única, live num espaço bastante importante para ele. “Eu quis fazer uma troca porque as pessoas sempre me levam pra sua casa, em forma de música e de videoclipe, e eu queria inverter os papéis, queria trazer as pessoas pra dentro da minha casa, onde eu faço a minha criação musical. Foi do lugar que eu transmiti minha live, onde eu escrevo a maioria das minhas músicas, onde eu penso as próximas ideias, onde eu tô escrevendo meu livro. Então, trouxe as pessoas para um canto muito especial meu, da minha vida e da minha casa”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá. Bill também fez questão de frisar que prezou muito pelas questões de segurança e preferiu não envolver muitas pessoas para sua live. Ele contou apenas com a participação da irmã, a também rapper Kmila CDD, que fazendo uso de uma máscara de pano, cantou algumas músicas ao seu lado durante a transmissão. 

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Já Gabriel o Pensador levou um tempo até se interessar em fazer uma live. Além do contexto de pandemia, o cantor havia perdido o pai recentemente e o momento não lhe parecia favorável. Mas os pedidos dos fãs motivaram o Pensador e o resultado foi muito além do esperado. “Quando eu abracei essa idéia eu percebi que veio uma empolgação enorme, quando faltavam poucos dias para a Live porque, já ali, aconteceu uma interação com os meus seguidores, principalmente no instagram, em que eles começaram a sugerir músicas para o repertório. Eu comecei a rever a minha obra  e conversar com os meus músicos, que iam participar da Live, aquilo me deu um gás, me levantou o astral”. 

A possibilidade de contar com pessoas queridas, distantes geograficamente, como amigos e familiares, também deu um outro significado ao show virtual de Gabriel e o momento acabou virando uma grande celebração. “Quando eu tenho amigos na platéia eu faço o show com mais prazer ainda. E, ali eu tinha não apenas fãs de vários países me acompanhando, até fiz uma homenagem a Portugal e aos países africanos de língua portuguesa, mas também tinha amigos me acompanhando e me incentivando. Ainda mais em um momento de emoções à flor da pele que eu vinha já de um luto da despedida do meu pai, que também foi homenageado na live”. 

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Emoção e solidariedade ao vivo

O isolamento social, instaurado pela pandemia do novo coronavírus, tornou a sociedade ainda mais conectada. Atualmente, as redes sociais têm sido, mais do que nunca, uma espécie de refúgio e, além disso, plataforma de trabalho, sobretudo para artistas. Somados todas essas novas circunstâncias da atualidade, o cantor e compositor Juvenil Silva, lança o EP Isolamento Acústico por uma ferramenta inédita para tal fim, o e-mail. 

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Juvenil decidiu não disponibilizar o trabalho novo nas plataformas de streaming indo na contramão do que pratica o mercado atual. A ideia de comercializá-lo de maneira direta a cada comprador/ouvinte surgiu, também, como uma forma de monetizar o seu trabalho, uma vez que, em decorrência da quarentena, acabou sendo, em parte, paralisado. Em entrevista ao LeiaJá, o músico falou sobre a proposta. “Existe muito a se falar e refletir sobre essa questão que abrange toda uma problemática em nosso mercado musical. Você lança um disco e vai fazer shows, vai circular, ganha seu pão. Se eu lançar agora (isso) não seria possível. Pôr nas plataformas digitais e receber as mixarias irrisórias que nos repassam é ainda mais triste. Bem, esse assunto vai longe… É uma ação em prol de minha ameaçada sobrevivência.”, diz.

Isolamento Acústico é um disco de “vozes e violão”, que contou com alguns parceiros, como Wander Wildner, Totonho e Seu Pereira. Segundo Juvenil, esta foi “uma forma de aproximar mais os amigos, dentro da impossibilidade real disso”. O EP estará disponível a partir da próxima segunda (1º). Para adquirí-lo,basta entrar em contato com o próprio artistas, através de suas redes sociais. Os compradores/ouvintes  receberão o trabalho via email, com as faixas e encarte completo (letras, cifras e ficha técnica).

A quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus  tem provocado incômodo nas pessoas. O tédio que o isolamento pode proporcionar - ainda que alguns contem.com.tantos recursos como.internet, televisão, livros e outros para evitá-lo - tem causado desânimo e muita reclamação. Mas não para compositores dos mais diferentes estilos musicais e partes do mundo. Esses têm transformado a apatia e silêncio do isolamento em música, se valendo da infinidade de temas e possibilidades que o atual momento, ainda que aparentemente tão parado lhes apresenta.

Desde o início desse período um tanto caótico que o vírus instaurou, as redes sociais e plataformas de streaming estão recebendo uma enxurrada de novidades. Essas vão desde a banda Rolling Stones - que lançou Living in a ghost town (canção sobre cidades fantasmas); passando pelo ‘rei do arrocha’, Pablo - cantando sobre o distanciamento em Notícias da TV -; até o rapper paulista Coruja BC1, que em um único dia compôs as sete faixas do EP Antes do Álbum, em uma espécie de “autoterapia”, como o artista explicou em suas redes sociais.  

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O LeiaJá conversou com alguns artistas que estão convertendo o ócio em criação em seu período de isolamento. Eles falaram sobre inspiração, parcerias à distância, novos processos no ‘fazer música’ e a descoberta de habilidades por conta da necessidade de se ‘botar a mão na massa’ sozinhos. 

Imagem: Reprodução/Facebook MV Bill

Em casa

“MV Bill está em casa”, a frase que o rapper carioca entoa no início de algumas de suas canções nunca fez tanto sentido. Isolado em seu apartamento localizado nas proximidades da Cidade de Deus, na capital fluminense, ele já lançou duas composições inéditas desde o início do isolamento social: Quarentena e Isolamento, ambas descrevendo o atual momento. Seu processo criativo, no entanto, não mudou muito: “Eu sempre crio minhas músicas em isolamento, sempre sozinho, de forma muito solitária, então esse meu isolamento não tá sendo muito diferente pelo menos nessa parte. Acho que (a quarentena)  tira toda a minha liberdade de fazer as coisas que eu quero, que eu gosto, mas na hora de compor não é muito diferente”. 

Apesar do hábito de escrever isolado, o rapper acabou precisando ir um pouco além em seu processo criativo, se aventurando em outras áreas. como captação de imagens e produção de vídeo. Foi ele quem gravou e produziu o clipe de Quarentena e, apesar de ter pago um “preço maior, que é o cansaço”, descobriu novas habilidades e possibilidades. “Eu mesmo fiz a câmera, aprendi a mexer; tava com bastante tempo sobrando, então deu pra virar a câmera pra um lado, até achar um ângulo certo, até me posicionar, tudo sozinho. Não sei se a gente não estivesse em quarentena, se eu não estivesse isolado, não sei se eu conseguiria fazer um vídeo como esse. Então são coisas que a quarentena está nos revelando, acaba fazendo a gente descobrir coisas que nem sabia que era capaz de fazer”.

Ainda assim, as parcerias não foram descartadas nas novas canções, e o rapper acabou trabalhando, de maneira remota, com produtores como DJ Caíque e Mortão. Um trabalho conjunto muito festejado pelo artista. “De longe, sem precisar me arriscar, sem me expor, consegui fazer as músicas, trabalhando com os produtores bem distante de mim, o Caíque de São Paulo e o Mortão de Goiânia. Talvez trabalhos que a gente demoraria muito pra fazer se não tivéssemos a internet. Estar em quarentena não é uma coisa prazerosa, mas podendo interagir com outras pessoas, não só com o público, mas também trabalhar com outros artistas, produtores, acho que é uma coisa que ameniza o sofrimento”. 

MV Bill vem de uma temporada de lançamentos mensais, realizados em 2019, e vai continuar no ritmo somando os lançamentos que ainda não saíram às novidades que vão surgindo durante o isolamento. Ele também acaba de estrear nova temporada do programa  Hip Hop Brazil, sobre a cena do rap nacional, exibido aos sábados no canal Music Box Brazil. Mas, apesar do período extremamente produtivo, o rapper faz questão de fazer uma ressalva. “Importante é dizer que dentro da quarentena, nem todo mundo vai ter inspiração pra criar, nem todo mundo vai conseguir criar, tem muitos artistas que não precisam se cobrar porque não estão conseguindo criar, mas também não precisam se incomodar ou sofrer com a criação de outros artistas”

Da introspecção à caneta

Acostumado a compor “em trânsito”, dentro de aviões ou ao longo de viagens na estrada, Gabriel o Pensador tem aproveitado a calmaria do isolamento social para organizar as ideias e inspirações e transformá-las em criação. O primeiro fruto desse período foi a canção A cura tá no coração, “uma música sobre a pandemia”, como ele próprio define. “Ela veio de uma forma semelhante às outras, como vem assim em um rompante, de uma vez, como muitas músicas que eu faço. Mas eu senti que aquela emoção, aquelas reflexões tiveram tempo de se condensar durante um período de introspecção que eu tive nesse isolamento”.

A novidade chegou acompanhada de um videoclipe e contou com a parceria da rapper mineira, Cynthia Luz,. Tudo, é claro, feito à distância, em respeito às recomendações de segurança necessárias ao momento. Além dela, o Pensador também contou com outras participações neste trabalho. “Conseguimos juntar o André Gomes na gravação de alguns instrumentos e o Papatinho na produção, na criação do beat da música, e os dois assinaram essa produção juntos sem se encontrar pessoalmente. A Cynthia Luz mandou a voz dela lá de Brasília, se não me engano ela estava em Brasília. A gente conseguiu fazer a mixagem dessa maneira e eu adorei o resultado. A Cynthia caiu como uma luva nessa gravação e trouxe uma energia muito boa com a voz cheia de personalidade, estilo. Na nossa comunicação sobre o vídeoclipe, por exemplo, ela também sempre mostrou muito entusiasmo pra gente resolver os problemas da distância, das dúvidas.. e as imagens que ela mandou casaram perfeitamente com as que a gente fez no Rio”. 

O tempo e a calmaria encontrados por Gabriel no isolamento têm servido, também, para que o artista possa reencontrar antigos textos, poemas e letras guardadas ao longo de sua trajetória. Esse processo de revisitação ao acervo rendeu um novo quadro em seu canal de YouTube, o Sente a Poesia, no qual o Pensador declama. Além disso, ele também já tem preparado um novo livro infantil, que fará companhia ao já lançado Um garoto chamado Roberto.  “Já estou agora com mais uma história pronta, que fiz recentemente nesses dias e já comuniquei à editora que quero fazer também um livro ilustrado, audiobook e e-book com eles para crianças”. 

Cena pernambucana à toda

Em Pernambuco, a cena musical parece tornar-se ainda mais produtiva ao passo que se adapta ao novo ritmo imposto pelo confinamento. Os anseios e emoções sugeridos por esse período também têm sido gás para os compositores pernambucanos, como nos conta o cantor e compositor Martins: “O artista não pode, não deve ficar aquém de tudo que tá acontecendo, dessas novas pautas, então é muito importante estar atento a tudo isso porque eu entendo a arte também como um registro histórico”.

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O cantor e compositor Juvenil Silva, também falou sobre esse processo: “O isolamento trouxe à tona sensações obscuras, a maioria nunca sentidas antes com tamanha intensidade e durabilidade. Não havia nada de positivo pra se fazer com essas coisas a não ser por pra fora, compor. Nas primeiras semanas eu estava num ritmo compulsivo, compondo uma ou mais por dia. Externar essas angústias me faz bem, acabei criando canções mais duras, tensas, mas que acabaram me fazendo bem, uma vez que foi possível por pra fora, sentimentos angustiantes de uma forma que julgo bonita”.

Estar isolado, no entanto, pode não ser tão favorável à composição, o que implica desafios.. Para Martins, acostumado à agitação do cotidiano da cidade e dos encontros presenciais, o momento impõe um exercício extra à composição: “Junto com o isolamento, com o tempo, vem a ansiedade que é a máxima nesses dias, vem a  preocupação na parte financeira, sobretudo pra essa classe de artistas e autônomos - como a gente vai conseguir grana para se sustentar, pra viver, pagar um aluguel? - então, pra mim não é tão fácil criar na quarentena. Minha música é muito aquecida pelo social, eu gosto de gente, mas eu entendo e acho muito importante  a gente ficar em casa mesmo. Mas como nada é muito fácil nessa vida, eu acho que esse é um novo momento, um novo jeito de pensar a criação, a vida, de pensar o que  a gente tá fazendo aqui, entendo essa nova fase como uma experiência muito importante que soma muito com a minha arte, com o que eu falo na vida”.

Martins tem estreitado os laços com sua ‘gente’, seu público, através das lives que ele promove e das quais participa como convidado.  Já Juvenil, vai mostrar toda, ou quase toda, criação proveniente das emoções de seu período isolado em três discos inéditos, o primeiro, Isolamento Acústico, com lançamento no início de junho. “O EP, foi gravado nesses dias, eu comigo mesmo, vozes e violões alucinados. As músicas serão todas em parcerias, que foi uma forma de aproximar mais os amigos, dentro da impossibilidade real disso”. Certamente, essa quarentena deixará para o artista muito mais que lembranças. “Acho que já gravei (músicas) o suficiente pra vários (discos). Como se fosse morrer amanhã. O que nunca foi tão possível”. 

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