Tópicos | Keiko Fujimori

Com 99,935% dos votos contabilizados no Peru, não há mais dúvida de que o candidato Pedro Castillo, do partido da esquerda radical Peru Livre, venceu Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, na contagem oficial das eleições realizadas em 6 de junho.

Faltando apenas 56 atas para serem verificadas pela Justiça eleitoral após supostos erros ou irregularidades, Castillo lidera por 49.420 votos, ou 50,14% do total, contra 49,86% de Keiko Fujimori, de acordo com a última parcial liberada na tarde deste domingo, dia 13. Cada ata tem no máximo 300 votos, o que dá um total máximo de 16.800. Mesmo se todos os votos ainda a serem contabilizados fossem para Keiko, ela não poderia ultrapassar o adversário matematicamente.

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Apesar disso, Castillo não pode ser declarado oficialmente o vencedor da disputa pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) porque recursos pedindo a anulação de votos apresentados pela candidata do partido Força Popular ainda não foram julgados.

Fujimori, que disputa a presidência pela terceira vez, não dá o braço a torcer e insiste que houve "fraude de mesa" por parte de seus rivais. Sua campanha pede que as autoridades eleitorais anulem cerca de 177 mil votos, distribuídos em 887 atas eleitorais.

Os pedidos, que não tem provas comprovadas, baseiam-se quase todos em supostas falsas assinaturas e em irmãos que teriam participado juntos de mesas eleitorais, o que é proibido pela lei peruana. Os votos que seriam anulados correspondem a regiões onde Castillo teve votação muito superior à de Fujimori.

A grande maioria das solicitações, a princípio, foi rejeitada por autoridades eleitorais por terem sido enviadas após o prazo. A candidata conservadora, no entanto, disse que recorrerá da decisão e aguardará a contagem do "último voto" para reverter a situação. No sábado, 12, ela liderou um protesto para exigir que as autoridades analisassem seu pedido.

"Se o júri (eleitoral) analisar isso, a eleição será revertida, queridos amigos", disse Fujimori a centenas de apoiadores no centro de Lima, muitos deles segurando a bandeira vermelha e branca do Peru. "Sou uma daquelas pessoas que não desiste nunca."

Observadores internacionais, incluindo a Organização dos Estados Americanos (OEA), afirmaram que as eleições foram transparentes.

Castillo, um professor do ensino fundamental que, em sua plataforma, propõe reescrever a Constituição, já recebeu saudações antecipadas de lideranças latino-americanas e lideranças de esquerda, como o presidente argentino Alberto Fernández, o que irritou o governo peruano, que pediu à comunidade internacional que aguardasse pelos resultados finais.

O candidato fez seu próprio discurso na noite de sábado, na sede da campanha, em Lima, e pediu celeridade às autoridades. "Chega de polarização no país. Deixemos nas mãos das autoridades, para que, de uma vez por todas, essas coisas não se repitam mais, e respeitemos a vontade popular. O povo tomou seu próprio caminho."

Na quinta-feira passada, o procurador José Domingo Pérez, membro da força especial da Lava Jato peruana, solicitou a prisão preventiva de Keiko, em um processo no qual ela é acusada de suposta corrupção envolvendo a Odebrecht. Pérez justificou o pedido de prisão alegando que Keiko descumpre as regras que lhe foram impostas em maio de 2020, quando foi solta após passar três meses em prisão preventiva. O pedido deverá ser julgado nesta segunda-feira, 14.

O atual presidente interino, Francisco Sagasti, espera passar o bastão a seu sucessor no dia 28 de julho, dia em que o país andino comemora 200 anos de sua independência. O novo presidente terá o desafio de lidar com um país profundamente dividido, o surto de covid-19 com maior número de mortes per capita do mundo e com o aumento da pobreza. (Com agências internacionais).

Os peruanos vão às urnas, neste domingo (6), votar entre a direitista Keiko Fujimori e o esquerdista Pedro Castillo, dois candidatos à Presidência com projetos antagônicos, com o dilema de escolher "o mal menor".

Os mais de 11.000 centros de votação abriram as portas às 07h00 (9h00 no horário de Brasília) para receber durante 12 horas - quatro a mais do que o habitual devido à pandemia de coronavírus - os votos de 25 milhões de cidadãos, de acordo com o gabinete eleitoral nacional.

O professor de escola rural e a filha do ex-presidente detido Alberto Fujimori chegam tecnicamente empatados para esta votação, depois de uma campanha marcada pela incerteza e pelo agravamento dos medos.

Ambos os candidatos passaram as últimas horas com suas famílias. Na quinta-feira, encerraram suas campanhas em Lima em comícios com centenas de partidários aglomerados, apesar do agravamento da pandemia no Peru, que esta semana teve a maior taxa de mortalidade do mundo.

Keiko, de 46 anos, defende o livre mercado, enquanto Castillo, de 51, apoia um papel econômico ativo do Estado.

A candidata, que esteve 16 meses em prisão preventiva por causa do escândalo de corrupção da empreiteira brasileira Odebrecht, afirma que a vitória do adversário transformaria o país andino em uma espécie de Coreia do Norte ou de Venezuela, mas com ela avançaria para o "primeiro mundo".

As últimas pesquisas mostram que os dois estão virtualmente empatados, com 18% de indecisos.

O economista e ex-candidato presidencial Hernando de Soto assegurou que nenhum dos candidatos esclareceu se o Peru "vai ser uma cabeça de ponte para um capitalismo popular e renovado ou se vai ser uma cabeça de ponte para o comunismo".

Mas o debate no Peru não só tem a ver com uma luta entre a direita e a esquerda, mas também entre a capital e as províncias, entre o status quo e a mudança.

- "Exacerbação de medos" -

Keiko, com seu reduto eleitoral em Lima, carrega o polêmico legado de seu pai, cuja década no poder (1990-2000) foi marcada por autoritarismo, abusos dos direitos humanos e corrupção. Além disso, ela é criticada por ter alimentado a instabilidade que o Peru vive desde 2016, que levou o país a ter três presidentes em cinco dias em novembro de 2020.

Castillo, com reduto no "Peru profundo", nas províncias do interior, propõe convocar uma Assembleia Constituinte, enquanto Keiko defende a Carta Magna vigente, promulgada por seu pai em 1993 e que garante o liberalismo econômico.

Seus adversários tentam vincular Castillo ao braço político do Sendero Luminoso, mas ele lembra que como membro das "rondas camponesas" armadas resistiu às incursões da guerrilha maoísta em sua Cajamarca (norte) natal nos anos do conflito armado interno (1980-2000).

"A utilização da estratégia de exacerbação dos medos do contrário marcou muito fortemente este período" eleitoral, afirma Smith, acadêmica da Universidade Central do Chile.

Os dois candidatos coincidem em alguns temas: são antiaborto, defendem a família tradicional, não dão importância aos direitos da comunidade LGTBI e rejeitam a abordagem de gênero na educação.

- "Um modelo ou outro" -

A tensão da campanha aumentou há uma semana após o massacre de 16 pessoas em dois bares em um vale de cultivo de coca, atribuído a remanescentes do Sendero Luminoso, o que fez evocar os anos da violência armada.

"A sociedade peruana luta por estabelecer um modelo ou outro, o modelo que conhecemos em que tudo é regulado pelo mercado, e do outro lado vem um desejo porque se estabelece um novo Estado peruano", diz à AFP o analista Hugo Otero, que foi assessor do ex-presidente Alan García.

"Não acho que essa luta feroz acabe [no domingo]. O [dia] 6 de junho [data do segundo turno] é uma etapa desse processo, que vai continuar", acrescenta.

- Um terço de pobres -

Quem vencer as eleições enfrentará uma situação especialmente complicada pela covid-19, que deixou 1,9 milhão de casos e 69.000 mortes no Peru.

Dois milhões de peruanos perderam seus empregos durante a pandemia e três milhões se tornaram pobres, e por isso um teço dos 33 milhões de habitantes vive na pobreza, segundo dados oficiais.

O vencedor não terá, ainda, um Congresso aliado para gerenciar esta emergência.

Mais de 25 milhões de cidadãos são convocados a comparecer às urnas em eleições com voto obrigatório. Os primeiros resultados oficiais serão conhecidos por volta da meia-noite local de domingo (02h de Brasília).

A opositora Keiko Fujimori, maior adversária do presidente peruano, Martín Vizcarra, criticou neste domingo (13)a moção para destituí-lo do poder, e pediu que o Congresso "atue com cautela" no processo. "Até hoje, não existem elementos suficientes, nem procedimentos necessários para destituir o presidente", afirmou Keiko em vídeo publicado nas redes sociais.

O Congresso votará na próxima sexta-feira (18) a destituição de Vizcarra, por suspeita de ter pedido que duas assessoras mentissem na investigação de supostas irregularidades na contratação de um cantor para um evento, segundo áudios divulgados na quinta-feira.

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A primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) e líder do partido opositor Força Popular (de direita) disse que destituir um presidente é uma medida extrema, tomada após se esgotarem todas as outras vias. "Se no caminho aparecerem elementos adicionais que nos mostrem que esta medida é indispensável, não hesitaremos em apoiá-la. Até que isto aconteça, devemos esgotar as outras possibilidades", disse.

Keiko, duas vezes candidata à presidência, passou mais de um ano em prisão preventiva devido à investigação do escândalo envolvendo casos de propina pago pela empreiteira Odebrecht.

Com 15 legisladores, o Força Popular é a quarta bancada no fragmentado Congresso peruano, após perder, há um ano, a hegemonia conquistada em 2016. Na ocasião, Vizcarra dissolveu constitucionalmente o parlamento em meio a choques com o fujimorismo.

Na sexta-feira, 11, o Congresso do Peru aprovou por 65 votos a favor, 36 contra e 24 abstenções, a moção de vacância, que na prática é a abertura de um processo para destituir Martín Vizcarra por "incapacidade moral". Se aprovada, será a segunda destituição em 20 anos no Peru. Antes da votação, o governo classificou a ação como um "golpe de Estado".

Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, do qual era vice, aparece em áudios que se tornaram públicos pedindo a seus assessores que mentissem.

O caso estourou em maio, quando a imprensa descobriu em plena pandemia que o Ministério da Cultura havia contratado o cantor Richard Cisneros, conhecido como Richard Swing, como palestrante e apresentador. Cisneros se gabava na de ter sido conselheiro do governo de Vizcarra. O Parlamento abriu, então, uma investigação sobre os contratos.

Nos três áudios divulgados no Congresso peruano, Vizcarra pede às assessoras Miriam Morales e Karem Roca que mintam sobre a quantidade de vezes que Cisneros foi ao palácio do governo. "É preciso dizer que ele entrou duas vezes", pede Vizcarra. "O que fica claro é que nessa investigação todos estamos envolvidos", acrescenta o presidente.

A moção lembra duas iniciativas semelhantes movidas contra Pedro Pablo Kuczynski em dezembro de 2017 e março de 2018, o que levou à renúncia do ex-banqueiro do cargo de presidente peruano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça peruana determinou nesta terça-feira (28) que Keiko Fujimori volte para a prisão preventiva, ao acolher uma petição da Procuradoria por supostos pagamentos de propina da construtora Odebrecht a políticos. A líder opositora, de 44 anos, foi detida de imediato no tribunal.

"Imponho prisão preventiva pelo prazo de 15 meses à investigada", declarou o juiz Víctor Zúñiga, após expor durante dez horas os argumentos de sua decisão, em uma audiência pública à qual Keiko Fujimori se somou nos minutos finais. (Com agências internacionais).

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça do Peru anulou nesta segunda-feira, 25, a prisão preventiva da líder da oposição Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, detida desde 2018 por suspeitas de corrupção vinculadas à Operação Lava Jato.

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