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O doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento na Operação Lava Jato, que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento da "estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões" na Petrobras. Durante o processo de delação premiada, Youssef afirmou que "tanto a presidência da Petrobras como o Palácio do Planalto" sabiam do esquema.

Questionado sobre a quem se referia ao mencionar Palácio do Planalto, Youssef citou os nomes de Lula, Dilma, e parte da cúpula do governo do ex-presidente: Gilberto Carvalho, Gleisi Hoffmann, Antonio Palocci, José Dirceu, Ideli Salvatti e Edison Lobão.

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O trecho da delação de Youssef que cita Lula e Dilma aparece no pedido de abertura de inquérito encaminhado pela Procuradoria-Geral da República para investigar a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, descartou a possibilidade de investigar a presidente Dilma Rousseff.

"Em complementação ao termo de declarações realizado na data de ontem, o declarante gostaria de ressaltar que tanto a presidência da Petrobras, quando o Palácio do Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da estatal", relatam os investigadores sobre o depoimento de Youssef.

Na sequência, explicam: "Indagado quanto a quem se referia em relação ao termo 'Palácio do Planalto', esclarece que tanto a presidência da República, Casa Civil, Ministro de Minas e Energia, tais como Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Dilma Rousseff, Antonio Palocci, José Dirceu e Edison Lobão, entre outros relacionados".

As evidências apontam, segundo a Procuradoria, que Gleisi recebeu R$ 1 milhão em agosto de 2010 para custear sua campanha. As investigações demonstram "que o apoio político aos operadores do esquema de contratos ilegais e corrupção de agentes públicos mantidos no ambiente da Petrobras era algo imprescindível", aponta a peça da PGR. A petista será investigada por suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O correligionário do senador Humberto Costa (PT), Dilson Peixoto (PT), saiu em defesa do petista na manhã deste sábado (7), em virtude do nome do parlamentar ter sido citado na lista do Supremo Tribunal Federal (STF) para ser investigado na Operação Lava Jato. Amigo de Costa desde 1988 e compondo atualmente a equipe de assessoria do senador, Peixoto publicou no Facebook que Humberto Costa é um “homem honrado e sério” e disse ainda ter ciência de presenciar brevemente “muitas acusações e lições injustas”.

Na rede social, Dilson Peixoto iniciou sua mensagem considerando “surreal” a situação de Humberto ter sido citado pelo STF na noite dessa sexta-feira (6) na “Lista de Janot”. O petista também expõe aproximação com o senador e o defende publicamente: “Muitos vão levantar que sou suspeito para defender Humberto. Sou amigo dele desde 1988 e hoje estou compondo (com muito orgulho) sua assessoria. Mas, se tem (e têm vários) um político honrado e sério no Brasil, este é Humberto Costa”, declarou.

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O petista cita também a possibilidade de, a partir de agora, ler e ouvir muitas acusações em relação ao seu amigo, mas segundo ele “nada vai restar que desabone o homem público Humberto Costa”, e encerra a postagem demonstrando total confiança no correligionário. “Ficarão sim, as marcas de haver, mas uma vez, enfrentando, numa situação irreal, acusações e pré-julgamentos injustos e absurdos. #porhumberto ponho a mão no fogo”, desbrava Peixoto. 

Com nomes de seis petistas citados na lista do Supremo Tribunal Federal (STF) para serem investigados de supostos envolvimentos com a operação Lava Jato da Petrobras, o Partido dos Trabalhadores (PT), por meio de seu presidente nacional, Rui Falcão, emitiu nota oficial. No texto, com quase 20 linhas, o petista declara apoio às investigações da justiça de forma “rigorosa e sem favorecimentos ou parcialidade”. 

Apesar de mostrar-se favorável a investigação, Falcão pontua “que todos os acusados devem ter direito ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal”. Porém, ele também cita a possibilidade de punições previstas no Estatuto, caso seja comprovada a culpa de qualquer filiado ao PT. 

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Na lista divulgada pelo STF nessa sexta-feira (6) os petistas expostos são: a senadora Gleisi Hoffmann (PR),  o senador Humberto Costa (PE),  o senador Lindbergh Farias (RJ), o deputado José Mentor (SP), o deputado Vander Loubet (MS) e o ex-deputado Cândido Vaccarezza (SP).

Confira a nota do PT na íntegra:

Nota oficial

Diante dos pedidos de abertura de inquérito encaminhados ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, em que nomes de filiados ao Partido dos Trabalhadores são mencionados, o PT tem a informar o seguinte:

1) Reafirmamos integral apoio ao prosseguimento das investigações que se realizam no âmbito da chamada Operação Lava Jato, de forma completa e rigorosa, sem favorecimentos ou parcialidade, nos marcos do Estado Democrático de Direito.

2) O partido reafirma ainda sua convicção, manifestada publicamente em seguidas reuniões do Diretório Nacional, de que todos os acusados devem ter direito ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. E, ao final de eventual processo, caso seja comprovada a culpa de qualquer filiado ao PT, serão aplicadas punições previstas no Estatuto.

3) O PT se orgulha de liderar governos que combatem implacavelmente a corrupção. Foram os governos Lula e Dilma que mais combateram a corrupção, fortalecendo os órgãos de fiscalização e controle e garantindo a independência e a autonomia do Ministério Público e da Polícia Federal;

4) O PT reitera que todas as doações que recebe são legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral.

São Paulo, 6 de março de 2015.

Rui Falcão

Mencionado na lista de investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato e divulgada na noite dessa sexta-feira (6), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal e presidente do diretório Estadual do PP em Pernambuco, Eduardo da Fonte, só deverá se pronunciar na próxima semana. Por meio de sua assessoria, o parlamentar alegou que não comentará o fato antes de ler a petição.

Ainda segundo a assessoria de imprensa de Da Fonte, na noite dessa sexta o progressista teve acesso no STF ao despacho do documento que expõe recomendações, no entanto, o parlamentar quer saber por quais motivos seu nome foi citado, por isso, deseja conhecer o teor da petição antes de fazer qualquer comunicado.

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Além de Eduardo da Fonte, outros quatro pernambucanos foram citados na lista como Humberto Costa, Pedro Correa, Roberto Teixeira e Aline Corrêa e só do PP, mais de 20 parlamentares com mandatos vigentes também foram mencionados. 

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será investigado pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O deputado aparece nas delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. No depoimento do ex-diretor da Petrobras, Cunha aparece como beneficiário de Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB. O presidente da Câmara recebeu dinheiro de um aluguel de navio-plataforma.

As investigações até o momento não contabilizam todo o dinheiro recebido pelo parlamentar; contudo, fala-se em vultosas quantidades de dinheiro. São usadas como indicativos as doações oficiais recebidas por Cunha "de várias empresas que já se demonstrou estarem diretamente envolvidas na corrupção de parlamentares", escreveu o procurador no pedido de abertura de inquérito. É apontada uma doação direta da Camargo Corrêa em setembro de 2010, no valor de R$ 500 mil a Cunha. Além disso, é citado um repasse do Comitê Financeiro do PP diretamente ao deputado no valor de R$ 100 mil em setembro de 2010.

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"Embora não tenha como precisar neste momento se os valores mencionados nos termos em questão foram entregues diretamente ao Deputado Federal Eduardo Cunha, fato é que o colaborador Alberto Youssef reiterou, e com razoável detalhamento, que Eduardo Cunha era beneficiário dos recursos e que participou de procedimentos como forma de pressionar o restabelecimento do repasse dos valores que havia sido suspenso, em determinado momento, por Júlio Camargo", diz o pedido de abertura de inquérito enviado pela procuradoria-geral da República (PGR) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

A ex-ministra da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou nesta sexta-feira não temer as investigações que serão iniciadas a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, junto ao Supremo Tribunal Federal. A senadora também afirma não conhecer o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

"A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado. Não conheço e jamais mantive contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Reafirmo minha disposição de colaborar com todo o processo investigatório", diz a senadora em nota.

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Youssef afirmou em sua delação premiada que deu R$ 1 milhão para a campanha de 2010 da ex-ministra que foi eleita senadora naquele ano. Alvo central da Operação Lava Jato, o doleiro disse que o valor foi entregue a um empresário, dono de shopping em Curitiba (PR), em quatro parcelas: três no centro de compras e outra na casa dele, em um condomínio de alto padrão da capital paranaense. A afirmação de Youssef confirma o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também em delação premiada, de que em 2010 recebeu pedido "para ajudar a campanha" de Gleisi, conforme revelou o Estado.

"Recebo a notícia desta investigação com tristeza e ao mesmo tempo com tranquilidade. Tristeza por ter meu nome envolvido em caso de corrupção. O maior patrimônio que eu tenho, construído ao longo destes anos é o meu nome e a minha trajetória pública em defesa do direito das pessoas e de uma sociedade com justiça social. E tranquilidade, porque eu não temo a investigação e terei condições de provar que nada tenho com este esquema que atacou a Petrobras", ressalta a senadora.

A procuradoria-geral da República (PGR) encontrou nas investigações da Operação Lava Jato um esquema de pagamento mensal a parlamentares. Os pagamentos periódicos, em troca de indicações para as diretorias da Petrobras foram revelados em depoimento pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores financeiros do esquema de corrupção envolvendo a estatal.

Em depoimento à Polícia Federal, Youssef afirmou que eram entregues valores semanais, quinzenais ou até mensais aos líderes do PP em Brasília. O doleiro relatou ainda que cada um dos líderes recebia por mês entre R$ 250 mil e R$ 500 mil a depender do mês. Como líderes da sigla, ele apontou o deputado Nelson Meurer (PP-PR), o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e dos ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e João Pizzolati (PP-SC). Já o restante da bancada do partido recebia, em média, de R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão por mês, que eram divididos pelo PP.

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Em depoimento prestado em 11 de fevereiro deste ano, o ex-diretor de Abastecimento de Petrobras Paulo Roberto Costa afirma ter recebido uma "homenagem" de parlamentares do PP em um restaurante em Brasília. Costa relata que lhe foi entregue um "Rolex" por ele ser o "homem do Partido dentro da Petrobrás".

O fluxo de pagamentos é relatado em pedido de inquérito que envolve 39 pessoas por formação de quadrilha. É relatado ainda que os contratos envolviam a diretoria de Abastecimento, que era cobrando normalmente uma propina de 2% por Costa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apontou ontem "grave e deliberada omissão" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por não ter permitido ao parlamentar "contestar as inverdades levantadas contra a sua pessoa". Em nota divulgada à imprensa, o peemedebista informou que a advocacia do Senado pediu pela manhã ao relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, o acesso em caráter "urgentíssimo" ao processo.

Renan está entre as 54 pessoas incluídas nos pedidos de abertura de inquérito feitos por Janot na terça-feira. À noite, foi divulgado que o presidente do Senado está entre os parlamentares que serão investigados pela Procuradoria-Geral.

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Pelo segundo dia consecutivo, Renan se posicionou de forma crítica à maneira como Janot conduziu os processos da Lava Jato e os pedidos de investigação de políticos suspeitos de envolvimento com o esquema. Na quinta-feira, Renan já havia feito ataques indiretos ao procurador-geral. Afirmou que era preciso mudar as regras no Ministério Público em caso de procuradores que estivessem disputando a reeleição - é o caso de Janot, cujo mandato acaba em setembro.

Plenário. Se o Supremo autorizar a investigação sobre o envolvimento do peemedebista com o esquema de desvios na Petrobras e o parlamentar for posteriormente denunciado pela Procuradoria-Geral da República, o julgamento será conduzido pelo plenário da Corte, e não pela 2.ª turma, formada por cinco ministros, como ocorrerá com os demais congressistas. A legislação estabelece que os atos tanto do presidente do Senado como do da Câmara só podem ser examinados pelo plenário do STF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta sexta-feira, 6, que o partido irá tomar as medidas necessárias após avaliar os casos de parlamentares que são alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDB-MA) serão investigados ao lado de mais 37 nomes por suposta formação de quadrilha.

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Além deles, estão na lista dos que serão investigados por formar a organização criminosa o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; um dos vice-presidentes do PMDB, Valdir Raupp; o segundo vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira. O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, também foi incluído na investigação. Também está na lista de investigados o ex-governador de Minas Gerais e senador Antônio Anastasia (PSDB).

"Torna-se agora imprescindível a análise dos fatos que ensejaram os procedimentos instaurados e, tão logo esse exame seja feito, tomar as medidas necessárias em relação aos nomes divulgados. Será analisado caso a caso, considerando os elementos já contidos nos inquéritos e a individualização das condutas para definir os procedimentos a serem tomados a partir de agora, inclusive recorrendo aos Conselhos de Ética das duas casas do Congresso Nacional", diz trecho da nota assinada por Aécio Neves e pelos líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) e pelo da Câmara, Carlos Sampaio (SP).

Os três se dizem, porém, surpresos com a inclusão do senador Antônio Anastasia entre os investigados. O senador mineiro não quis comentar e afirmou, por meio da assessoria que só iria se pronunciar após tomar conhecimento do processo.

"No que se refere ao senador Antônio Anastasia, cuja história e trabalho só geraram benefícios ao Brasil, com exemplos de uma gestão eficiente e responsável, não obstante a surpresa com sua inclusão na relação, temos a mais absoluta certeza de que tudo será plenamente esclarecido. Por conhecermos o seu proceder irretocável, em tantos anos de vida pública, temos a convicção de que a sua inocência será evidenciada", dizem os líderes do partido em trecho da nota. "Neste momento, a melhor forma de nos dedicarmos à sua defesa é termos nossas atenções voltadas à análise dos fatos para que possamos dar, o quanto antes, as respostas que o país espera, com ansiedade, sobre a lisura de suas ações", concluem.

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta noite a relação de nomes que serão investigados por suposto envolvimento no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato. Em relação a parlamentares com mandato, há 22 nomes do PP, sete do PMDB, quatro do PT, um do PTB e um do PSDB. São, portanto, 35 nomes com foro privilegiado, no STF.

Na última terça-feira (3), a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Tribunal 28 pedidos de abertura de inquérito para investigar 54 pessoas. Também foram enviados ao STF sete solicitações de arquivamento. O material permaneceu em sigilo na Corte até esta sexta-feira. Os nomes foram divulgados há pouco pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

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Houve decisão pela instauração de inquéritos referentes aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Lindbergh Farias (PMDB-RJ), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Gleisi Hoffman (PT-PR), Benedito de Lira (PP-AL), Humberto Costa (PT-PE), Ciro Nogueira Lima Filho (PP-PI) e Gladson de Lima Cameli (PP-AC). Há inquéritos já instaurados em relação aos senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Fernando Collor (PTB-AL).

Também serão alvo de instauração de inquéritos os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE), Nelson Meurer (PP-PR), Simão Sessim (PP-RJ), Arthur Cézar Pereira de Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Carlos Magno Ramos (PP-RO), Dilceu Sperafico (PP-PR), Eduardo da Fonte (PP-PE), Jeronimo Goergen (PP-RS), Afonso Hamm (PP-RS), José Linhares da Ponte (PP-CE), José Olimpio Silveira Moraes (PP-SP), José Otávio Germano (PP-RS), Lázaro Botelho Martins (PP-TO), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG), Renato Delmar Molling (PP-RS), Roberto Balestra (PP-GO), Roberto Pereira de Britto (PP-BA), Waldir Maranhão (PP-MA), Vander Loubet (PT-MS) e José Mentor (PT-SP).

A lista de pedidos de inquéritos envolve ainda os ex-deputados federais Aline Corrêa (PP-SP), Cândido Vacarezza (PT-SP), João Alberto Pizzolatti (PP-SC), Luiz Argolo (SD-BA), Mário Negromonte (PT-BA), Pedro Correa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Roberto Sergio Ribeiro Coutinho Teixeira (PP-PE), e Vilson Covatti (PP-RS). Também foi pedida instauração de inquérito para a suplente de deputado Sandes Junior (PP-GO) e para a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) e o vice-governador da Bahia, João Felipe de Souza Leão (PP). O vice-governador tem foro privilegiado, só que no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também estão na lista Fernando Santos, o "Fernando Baiano", lobista do PMDB, e João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. Ao todo, são 30 nomes do PP.

Houve decisão pelo arquivamento para os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Delcídio do Amaral (PT-MS) e para o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ex-deputado Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ). Foi decidido pela remessa dos autos ao juízo de origem relativo ao ex-ministro Antonio Palocci (PT).

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira (6) a relação de nomes que serão investigados por suposto envolvimento no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato. Na última terça-feira, 3, a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Tribunal 28 pedidos de abertura de inquérito para investigar 54 pessoas. Também foram enviados ao STF sete solicitações de arquivamento. O material permaneceu em sigilo na Corte até esta sexta-feira. Os nomes foram divulgados há pouco pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Veja a lista:

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Investigados:

AGUINALDO VELLOSO BORGES RIBEIRO

ALINE LEMOS CORRÊA DE OLIVEIRA ANDRADE

ANÍBAL FERREIRA GOMES

ARTHUR CESAR PEREIRA DE LIRA

BENEDITO DE LIRA

CÂNDIDO ELPIDIO DE SOUZA VACAREZZA

CARLOS MAGNO RAMOS

CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO

DILCEU JOÃO SPERAFICO

EDISON LOBÃO

EDUARDO CUNHA

EDUARDO HENRIQUE DA FONTE DE ALBUQUERQUE SILVA

GLADISON DE LIMA CAMELI

GLEISI HELENA HOFFMAN

HUMBERTO SÉRGIO COSTA LIMA

JERONIMO PIZZOLOTTO GOERGEN

JOÃO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR

JOÃO FELIPE DE SOUZA LEÃO

JOÃO LUIZ ARGÔLO FILHO

JOÃO SANDES JUNIOR

JOSÉ AFONSO EBERT HAMM

JOSÉ LINHARES DA PONTE

JOSÉ MENTOR GUILHERME DE MELO NETO

JOSÉ OLIMPIO SILVEIRA MORAES

JOSÉ OTÁVIO GERMANO

JOSÉ RENAN VASCONCELOS CALHEIROS

LÁZARO BOTELHO MARTINS

LUIZ CARLOS HEINZE

LUIZ FERNANDO RAMOS FARIA

LUIZ LINDBERGH FARIAS FILHO

MÁRIO SILVIO MENDES NEGROMONTE

NELSON MEURER

PEDRO DA SILVA CORREA DE OLIVEIRA ANDRADE NETO

PEDRO HENRY NETO

RENATO DELMAR MOLLING

RENATO EGÍGIO BALESTRA

ROBERTO PEREIRA DE BRITTO

ROBERTO SERGIO RIBEIRO COUTINHO TEIXEIRA

ROMERO JUCÁ FILHO

ROSEANA SARNEY MURAD

SIMÃO SESSIM

VALDIR RAUPP DE MATOS

VANDER LUIZ DOS SANTOS LOUBET

VILSON LUIZ COVATTI

WALDIR MARANHÃO CARDOSO

Arquivamentos:

DELCÍDIO DO AMARAL GÓMEZ

ALEXANDRE JOSÉ DOS SANTOS

HENRIQUE EDUARDO LYRA ALVES

AÉCIO CUNHA NEVES

Remessa à Justiça do Paraná:

CÂNDIDO ELPIDIO DE SOUZA VACAREZZA

ANTONIO PALOCCI FILHO

Remessa de documentos ao STJ:

CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO

AGUINALDO VELLOSO BORGES RIBEIRO

Remessa ao TRF da 1ª Região:

JOÃO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR

PEDRO DA SILVA CORREA DE OLIVEIRA ANDRADE NETO

Quatorze indicados a integrar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados receberam recursos financeiros para campanhas eleitorais de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato. O corregedor parlamentar Carlos Manato (SD-ES) também recebeu doações no ano passado.

Dos nomes que já figuram como componentes do Conselho estão os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Cacá Leão (PP-BA), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Washington Reis (PMDB-RJ). Do bloco liderado pelo PMDB, só Lázaro Botelho (PP-TO) não recebeu recursos das empreiteiras Engevix, Odebrecht, UTC, OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.

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No bloco parlamentar encabeçado pelo PT, José Carlos Araújo (PSD-BA), Leo de Brito (PT-AC), Sérgio Brito (PSD-BA) e Zé Geraldo (PT-PA) receberam ajuda financeira no pleito de 2014. Dos indicados até o momento, só Valmir Prascidelli (PT-SP) não recebeu doações de empreiteiras.

Todos os indicados do bloco liderado pelo PSDB receberam ajuda das empreiteiras, entre eles Betinho Gomes (PSDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) e Sandro Alex (PPS-PR). Marcos Rogério (PDT-RO), candidato à presidência do colegiado há dois anos, também recebeu doações.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou a instalação do colegiado na próxima quarta-feira, 11. Dos 21 componentes, 16 titulares já foram confirmados pelos partidos. Doze suplentes não foram oficializados ainda.

Os deputados envolvidos na Operação Lava Jato tendem a ser submetidos ao colegiado assim que a lista da Procuradoria-Geral da República for divulgada oficialmente. As representações no Conselho são apresentadas por partidos políticos.

Nesta semana, Cunha disse que ninguém poderia ser colocado em suspeição e que todos os deputados poderiam integrar o colegiado. "É claro que ele (parlamentar arrolado na Lava Jato) não vai ser relator de nenhum processo em relação a esse assunto. Para mim, não vejo nenhuma dificuldade. Quem está aqui é igual a todo mundo", afirmou o peemedebista. O peemedebista disse que o Conselho vai analisar a questão da quebra do decoro parlamentar "sem interferência" externa.

Na expectativa de que o ministro Teori Zavascki, do STF, retire o sigilo dos pedidos de inquérito contra parlamentares envolvidos na Lava Jato, o deputado federal Ivan valente (PSOL-SP) afirma que os assessores de seu partido e os próprios deputados farão uma espécie de "plantão" no fim de semana. O objetivo, segundo ele, é avaliar o teor das acusações contra os políticos para saber se é cabível um processo de cassação de mandato dentro do Congresso.

"Vamos analisar se o procurador poderia já ter pedido o indiciamento e não pediu. Vamos analisar caso a caso", afirma Valente. Segundo ele, o PSOL não se compromete a pedir automaticamente a cassação dos políticos que estão na lista porque, primeiro, o partido quer conhecer essas acusações. "Para alguns, pode haver provas mais consistentes. Para outros, provas menos consistentes", argumenta.

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Valente afirma que o PSOL tentará convocar todos os políticos que estiverem na lista para depor na CPI da Petrobras aberta pela Câmara. "Quem estiver na lista, o PSOL propõe que seja convocado: deputado, senador, presidente do Congresso, presidente da Câmara. Isso já é um palco em que vão vai ter que se explicar. Não precisa ser necessariamente no Conselho de Ética. Mas, se a acusação for muito grave e explícita, podemos pedir Conselho de Ética", afirma em referência ao colegiado que pode conduzir, dentro da Câmara e do Senado, os processos de cassação.

Segundo noticiado nessa quinta-feira, 5, pelo jornal O Estado de S. Paulo, políticos com mandato são maioria entre as pessoas que a Procuradoria-Geral da República pediu para o STF investigar - cerca de 45 dos 54 nomes da lista enviada ao Supremo.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, afirmou que o PT terá uma postura "absolutamente rigorosa" ante qualquer desvio ou malfeito de algum filiado do partido que possa ser investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

É esperada para hoje a resposta do ministro Teori Zavascki - relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) - aos 28 pedidos de abertura de inquérito. Dos 54 nomes incluídos no processo (ainda desconhecidos), 45 seriam de parlamentares em exercício de mandato.

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"O partido deverá nas suas instâncias avaliar o grau de comprometimento e de responsabilidade, e a partir das resoluções dos seus últimos diretórios terá postura absolutamente rigorosa ante a qualquer desvio ou mal feito de qualquer filiado", disse Rossetto antes de participar de evento com sindicalistas em Porto Alegre. "O PT é muito maior do que qualquer desvio de qualquer filiado ou militante."

Lava Jato

O ministro afirmou que as pessoas às quais a imprensa atribui envolvimento na Operação Lava Jato deveriam ter acesso a informação qualificada sobre o tema.

Perguntado sobre a atitude do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que nesta sexta-feira, 6, entrou com pedido de vistas ao processo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Rossetto disse que os supostos envolvidos têm pelo menos o direito de saber se serão, de fato, alvo de investigação.

"Até agora não há informação correta, só há suposição ou especulação. Obviamente que isso não interessa à sociedade, pois cria um clima de insegurança", avaliou antes de participar de um evento com sindicalistas na capital gaúcha. Na última terça-feira, 3, o jornal O Estado de S. Paulo confirmou que o senador peemedebista está entre os 54 nomes sobre os quais o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de inquérito por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.

Os processos seguem sob sigilo judicial, que deve ser derrubado no início da noite de hoje, tão logo o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, analise os casos. "Me parece que diante desta situação o ministro Teori deverá, num prazo rápido, abrir todo este processo", afirmou Rossetto. "Há uma expectativa muito grande da sociedade brasileira em acompanhar e ter conhecimento de todos os temas envolvendo esta operação."

Ajuste fiscal

Rossetto, afirmou que é "madura" a negociação do Palácio do Planalto com o Legislativo para garantir apoio na implementação de medidas de ajuste fiscal. "(O Congresso) deverá apresentar alternativas e sugestões, mas estamos muito seguros, pelo diálogo que estamos fazendo com todas as lideranças, que o Congresso vai sim cumprir com sua responsabilidade, aprovar essas medidas e apresentar seguramente outras medidas importantes, não só para o ajuste fiscal, mas para a qualificação da política econômica brasileira", avaliou o ministro.

Rossetto disse que o País não atravessa uma crise fiscal e que as ações que estão sendo defendidas pelo governo - como o aumento de impostos e o ajuste em determinadas regras trabalhistas - são preventivas. "Não temos nenhuma crise fiscal, temos problemas fiscais. Nós temos que impedir crise fiscal, tomando as iniciativas neste momento", falou. "O Brasil não é a Grécia nem a Espanha, nem outros países que convivem com desempregos altíssimos, inflações altíssimas."

Segundo ele, todo o esforço do governo é no sentido de retomar um padrão de crescimento e investimento. "O cenário que trabalhamos é para que já no segundo semestre tenhamos uma retomada desse ambiente de crescimento." O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, que também está na capital gaúcha, participa, no início da noite, de um encontro com prefeitos e vice-prefeitos do PT no Rio Grande do Sul.

O engenheiro Shinko Nakandakari, delator da Operação Lava Jato, disse à Justiça Federal que pagou propinas também para o ex-gerente geral da Refinaria do Nordeste (RNEST) Glauco Colepícolo Legatti. Em depoimento nesta quinta feira, 5, ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato, Shinko afirmou que os pagamentos para Legatti avançaram pelo ano de 2014, inclusive depois que a Operação foi deflagrada.

O delator disse que mesmo depois do estouro da Lava Jato, em março de 2014, não havia preocupação de que a investigação da Polícia Federal pudesse chegar à Galvão Engenharia, empreiteira para a qual ele afirma que operava as propinas na Petrobras.

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Shinko não revelou o valor que diz ter entregue ao ex-gerente geral da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, empreendimento alvo da Lava Jato. Em novembro, depois que a PF deflagrou a Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato, a estatal petrolífera afastou Legatti das funções de gerente geral.

Antes de citar Legatti, o delator confirmou à Justiça que pagou R$ 1 milhão "em espécie" e 'em parcelas para Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras e que havia sido indicado pelo PT. Ele disse, ainda, que pagou outros R$ 4,4 milhões para Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia e braço direito de Duque.

"Teve um período que foi em espécie", declarou Shinko ao se referir ao dinheiro pago aos ex-dirigentes da estatal. "E depois teve um outro período que foi através de notas fiscais da minha empresa. Tinha a minha parte e tinha a parte mais grossa que era da 'casa'", informou, em alusão à senha que Barusco e Duque usavam.

Ele declarou que "era um parceiro da Galvão Engenharia. "Em linhas gerais você tem as medições mensais e daquelas medições colocava-se um porcentual que saía dos valores da obra. Não era um porcentual fixo, tinha meio por cento, tinha 0,75 por cento, tinha um em meio por cento, variava. A empresa (Galvão) que calculava e me passava."

Shinko foi indagado se alguma vez ele negociou o valor da propina com Barusco, se pediu para pagar menos.

"Não, em absoluto. Eu era representante da empresa (Galvão) perante a Diretoria de Serviços (da Petrobras), principalmente a Pedro Barusco e ele representava Renato Duque. O valor que vinha eu passava, não tinha negociação nisso. Em nenhum momento nós reclamamos." Ele disse que "nunca teve nenhuma ameaça à Galvão Engenharia".

"Eu era muito amigo de Pedro Barusco. A empresa utilizou-se bastante dessa relação minha com Pedro Barusco. Renato Duque e Pedro Barusco tinham uma confiança muito grande na Galvão, principalmente no Dario Galvão (principal executivo da empreiteira)."

Shinko Nakandakari disse que pagou propinas a Duque e a Barusco até o final de 2013 e início de 2014. "Durante um ano foi diretamente a Renato Duque."

Na audiência, o procurador da República perguntou ao delator se ele entregou dinheiro a outras pessoas na Petrobrás.

"Já na fase final de 2013 para 2014 entreguei também para Glauco Colepículo Legatti, que é gerente geral da Petrobrás no RNEST. Nesse período já não estava lá Pedro Barusco, não estava lá Renato Duque."

O procurador perguntou se o dinheiro da propina ficava mesmo com Duque, Barusco e Legatti ou se havia indicação de que era repassado para "outras pessoas da 'casa'" . "O Pedro Barusco e o Renato Duque tinham lá uma conta corrente e eles se entendiam. Com relação ao Glauco o que eu entregava ficava para ele."

Os nomes dos políticos que serão investigados por possível envolvimento no esquema de corrupção deflagrado na Operação Lava Jato serão conhecidos no início da noite desta sexta-feira, 6. Os assessores do ministro Teori Zavascki, relator dos casos no Supremo Tribunal Federal (STF), ainda trabalham nos últimos detalhes da decisão para autorizar abertura de inquérito, arquivamentos e retirada do sigilo do material.

A previsão é de que ao menos os nomes dos investigados sejam conhecidos após as 18 horas. As peças elaboradas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) devem se tornar públicas ao longo da noite. Os pedidos de investigação são baseados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Os delatores citaram o envolvimento de parlamentares de cinco partidos: PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.

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No total, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a investigação de 54 pessoas com ou sem foro especial perante o STF - aproximadamente 45 desses nomes são de deputados e senadores com mandato.

Já se sabe que estão na lista de futuros investigados os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Collor (PTB-AL). As citações ao senador senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) estão entre os pedidos de arquivamento.

O ex-líder do PP na Câmara dos Deputados, o deputado Nelson Meurer (PR) afirmou que, se o Supremo Tribunal Federal decidir investigá-lo em decorrência da Operação Lava Jato, poderá se associar a outros colegas na mesma situação para tentar conseguir preço mais baixo dos advogados.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, políticos com mandato são maioria entre as pessoas que a Procuradoria-Geral da República pediu para o Supremo Tribunal Federal investigar. O procurador-geral Rodrigo Janot encaminhou solicitações de inquéritos contra 54 pessoas e 45 seriam parlamentares. O Supremo deve divulgar os nomes dos citados ainda na tarde desta sexta-feira (6).

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"Se o ministro Teori Zavascki autorizar abertura de inquérito, vou ser obrigado a ter advogado. Cada um vai defender a sua situação. O que pode haver, e não aconteceu, porque você nem sabe quem vai ficar nessa abertura de inquérito, é talvez procurar um advogado cunjunto só para tentar baixar o custo", afirmou Meurer.

Para ilustrar o raciocínio, o deputado deu um exemplo com valores hipotéticos. "Por exemplo: se eu sozinho for contratar advogado, ele vai me cobrar R$ 50 mil. Mas, se eu arrumar mais três companheiros... Isso se eu estiver na lista, porque até agora é a imprensa que está falando... Eu posso pegar três companheiros e falar: olha, faz R$ 20 mil para cada um e defende os três".

Meurer deu a declaração após ser questionado se o PP iria oferecer uma defesa centralizada para todos seus filiados que, eventualmente, forem investigados. Segundo ele, caso os políticos tentem ter um único advogado, isso não terá nada a ver com a legenda.

Preocupação

Um grupo de políticos do PP, preocupados com os desdobramentos da Operação Lava Jato, consultou o advogado Michel Saliba, em Brasília, para saber como lidar com a possibilidade de serem investigados pelo STF. As consultas foram relatadas por participantes da conversa.

Saliba já defende políticos do partido em alguns processos na Justiça Eleitoral e, em 2014, foi responsável pela defesa do ex-petista André Vargas durante o processo que culminou com a cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados.

Ao menos 10 políticos do PP foram citados nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que aceitou colaborar com as autoridades em troca de punições mais brandas. O grupo inclui o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da legenda.

Em público, os políticos evitam falar sobre o assunto. Procurado pela reportagem, o atual líder da legenda na Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PE), afirmou que Saliba "sempre está pela (sala da) Liderança do partido", mas que não houve "nenhuma consulta pré-marcada para tratar de qualquer assunto".

Fonte e Ciro Nogueira participaram, de acordo com relato do deputado Simão Sessim (PP-RJ), de uma reunião em que foi pedida "valiosa ajuda" a Paulo Roberto Costa em favor de uma empresa locadora de veículos. Além disso, Costa afirmou às autoridades que foi Eduardo da Fonte quem o apresentou ao ex-presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 6, a bancada do PT na Câmara dos Deputados diz estar preocupada com a repercussão econômica e social da Operação Lava Jato. Ao defender que os acordos de leniência sejam concretizados, a bancada argumenta que obras no País poderão ser paralisadas, mais de 500 mil trabalhadores correm o risco de perder seus empregos e, além das empreiteiras envolvidas, outras 50 mil empresas ligadas ao setor serão atingidas.

"É necessário debelar a corrupção no País - tarefa que vem sendo implementada incisivamente pelos governos do PT e aliados desde 2003 - e, ao mesmo tempo, é imprescindível preservar milhares de empregos, garantir os investimentos das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa, Minha Vida e outras obras de infraestrutura que melhoram a qualidade de vida do povo brasileiro, e defender o conhecimento e tecnologias das empresas nacionais", destaca o texto.

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Os petistas tiveram um encontro com o advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, nesta semana e saíram convencidos de que a proposta de eventual acordo de leniência entre a Controladoria-Geral da União (CGU) e as empresas arroladas na Lava Jato é a melhor solução para a crise que envolve o setor. A bancada reafirma que apoia a petição protocolada no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a representação do Ministério Público solicitando que os acordos não sejam realizados. "Entendemos que esse tipo de acordo protege a economia brasileira, a atividade econômica, a manutenção dos interesses nacionais num setor altamente competitivo no mercado mundial e, principalmente, preserva de forma coletiva os trabalhadores", pregam os deputados.

O PT da Câmara diz que esse tipo de acordo não atrapalha as investigações em curso e não impede a responsabilização individual dos executivos envolvidos. "Cumpre ao acordo de leniência combater a corrupção quando exige o reconhecimento dos ilícitos praticados pelas empresas, a colaboração no processo de investigação, o ressarcimento integral e ágil de eventuais danos ao Erário e adoção de práticas futuras anticorrupção que as empresas têm que assumir no âmbito de suas atividades".

Os nomes dos políticos que serão investigados por suposta participação no esquema de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato devem ser divulgados na tarde desta sexta-feira (6), pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os pedidos de abertura de inquérito foram encaminhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Tribunal na noite da última terça-feira, mas estão sob sigilo. O ministro Teori Zavascki, relator dos casos da Lava Jato no Supremo, deve divulgar nas próximas horas as informações, após decidir sobre a retirada do segredo de cada um dos casos.

O teor dos 28 pedidos de investigação será conhecido ao mesmo tempo. Zavascki quer evitar que um nome seja divulgado oficialmente antes dos demais. Além da autorização para o início das investigações, também deve ser conhecido o conteúdo das peças enviadas pelo Ministério Público, com trechos de depoimentos colhidos na Lava Jato.

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Os pedidos de investigação são baseados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Os delatores citaram o envolvimento de parlamentares de cinco partidos: PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.

No total, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a investigação de 54 pessoas com ou sem foro especial perante o STF. Conforme revelou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, aproximadamente 45 desses nomes são de deputados e senadores com mandato.

Já se sabe que estão na lista de futuros investigados os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Collor (PTB-AL).

Também serão conhecidos nesta tarde os sete arquivamentos remetidos por Janot ao Supremo, entre eles a menção ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) nas delações.

A lista de parlamentares envolvidos ainda pode crescer, com o avanço das investigações e com novos depoimentos colhidos em acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato.

O advogado-geral do Senado Federal, Alberto Cascais, entrou com um pedido de vista para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenha acesso aos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Na última terça-feira (3), o jornal O Estado de S. Paulo confirmou que o senador está entre os 54 nomes para os quais o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de inquérito por suposto envolvimento do esquema de corrupção da Petrobras.

Segundo Cascais, o pedido tem caráter institucional, "uma vez que ele (Renan Calheiros), como presidente do Poder Legislativo, deveria ter sido informado pelo PGR dos elementos contra ele", declarou o advogado, acrescentando que uma informação prévia ao senador serviria para que ele prestasse esclarecimentos. "O presidente entendeu que era momento de pedir ao ministro Teori (Zavascki) que desse vista dos autos antes de ele decidir pela aberta inquérito", declarou.

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A expectativa é de o relator do caso da Lava Jato no Supremo, o ministro Teori Zavascki, decida nesta sexta-feira (6) sobre os 28 pedidos de inquérito e sete pedidos de arquivamento apresentados por Janot na última quarta-feira. A reportagem apurou que pelo menos 45 políticos serão alvo de inquéritos no STF.

Na quinta-feira, Calheiros já havia se queixado em entrevista sobre não ter sido avisado pelo procurador de que estaria na lista de investigados no esquema de corrupção. "Lamento que o Ministério Público não tenha ouvido as pessoas como é praxe para que as pessoas questionadas possam se defender, apresentar as suas razões", disse o presidente do Senado.

Cunha

Também esta semana, o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrou com pedido no STF para ter acesso aos autos da Operação Lava Jato. O jornal O Estado de S. Paulo também confirmou que Cunha está entre os parlamentares que serão investigados. O deputado anunciou também esta semana a contratação do ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza para defendê-lo por suposto envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras investigado na Lava Jato.

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