Tópicos | Lava Jato

A Justiça Federal no Paraná condenou nesta quarta feira (17) a 4 anos e 4 meses de prisão o doleiro Alberto Youssef pelo crime de corrupção ativa no âmbito do caso Banestado - escândalo de evasão de divisas nos anos 1990. Alvo da Operação Lava Jato - investigação sobre lavagem de R$ 10 bilhões e corrupção na Petrobrás - Youssef sofria ainda acusação por seu vínculo com o caso do antigo banco do Estado do Paraná.

Neste caso, ele foi condenado porque obteve, em agosto 1998, empréstimo fraudulento de US$ 1,5 milhão para a Jabur Toyopar Importação e Comércio de Veículos Ltda. no Banestado, agência de Grand Cayman, mediante pagamento de propina de US$ 131 mil ao então diretor de Operações Internacionais da instituição financeira.

##RECOMENDA##

A sentença é do juiz Sérgio Moro. Na mesma sentença, o doleiro foi absolvido da imputação do crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. O juiz condenou Youssef ao regime fechado - o doleiro está preso desde 17 de março por sua ligação com a Lava Jato.

A ação contra Youssef havia sido suspensa em 2004, quando o doleiro fez delação premiada e revelou bastidores de um grande esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio do Banestado.

Com a descoberta da participação de Youssef nos crimes de lavagem e corrupção no âmbito da Lava Jato, deflagrada em março pela Polícia Federal, a Justiça reabriu duas ações penais contra o doleiro, ainda da época do caso Banestado.

A condenação hoje imposta ao doleiro é oriunda de ação penal originariamente proposta em 2003 pelo Ministério Público Federal - ela foi suspensa em decorrência daquele acordo de colaboração premiada celebrado pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Estado do Paraná com Alberto Youssef.

Em decorrência dos fatos apurados na Operação Lavajato, o acordo, a pedido do Ministério Público Federal, foi declarado rompido e a ação penal retomou o seu curso agora.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai receber em seu gabinete logo mais às 11 horas desta quarta-feira o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Conforme o Estadao.com.br revelou no dia 5 de setembro, Renan foi um dos citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa no processo de delação premiada que está fazendo com a Justiça Federal do Paraná.

Costa depõe na tarde desta quarta-feira à CPI mista da Petrobras. Governistas esperam que ele fique em silêncio e não detalhe as acusações de que dezenas de políticos, inclusive do PMDB de Renan, tenham recebido propina em contratos da estatal durante a passagem dele pela estatal, entre 2004 e 2012.

##RECOMENDA##

Na única manifestação pública sobre o caso, o presidente do Senado negou em nota à imprensa as "especulações" de que teria recebido recursos do esquema de Costa. "As relações do senador Renan Calheiros com todos os diretores da estatal nunca passaram os limites institucionais", afirma. "É dever do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público apurar a veracidade das declarações do ex-servidor a fim de esclarecer se o mesmo merecerá ou não o benefício da delação premiada", completa.

O Supremo Tribunal Federal (STF) é quem vai decidir sobre a ida do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para prestar depoimento à CPI mista da estatal, bem como o envio à comissão das informações da delação premiada que está sendo feita por ele. Em decisão tomada no início da noite dw quarta-feira, 10, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos e processos da Operação Lava Jato, informou à comissão que caberá ao Supremo decidir sobre os dois pedidos.

Ontem mais cedo, a comissão enviou ofício a Sérgio Moro para que ele apresentasse cópia dos documentos da delação do ex-diretor e tomasse as providências para garantir que ele comparecesse à CPI mista na quarta-feira às 14h30 para prestar depoimento. Em resposta, o juiz afirmou que, como os depoimentos de Costa conteriam informações de autoridades com foro privilegiado no Supremo, o caso tem de ser decidido pelo ministro Teori Zavascki, que tem relatado todos os recursos sobre o caso.

##RECOMENDA##

"Assim, pedindo escusas à Vossa Excelência, recomendo que, sobre as referidas solicitações, seja provocado diretamente o Egrégio Supremo Tribunal Federal", respondeu Sérgio Moro ao presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Documentos

Em outro despacho, o juiz também pediu para que a comissão especifique quais documentos quer ter acesso do processo. A comissão havia remetido também na quarta-feira (10) ao magistrado um pedido para ter acesso a "todos os documentos decorrentes da operação". Embora não tenha especificado no pedido, a comissão quer ter acesso aos detalhes da delação.

Na resposta à CPI mista no final da tarde, Sérgio Moro disse que a "investigação em questão é bastante abrangente". E pediu ao presidente da comissão: "Desse modo, a fim de atender o requerido, solicito a Vossa Excelência melhores esclarecimentos sobre a prova pretendida."

O senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) afirmou na noite desta quarta-feira, 10, que seu pai, Edison Lobão, não pedirá demissão do cargo de ministro de Minas e Energia, cargo que ocupa por indicação do PMDB.

"Ele [Edison Lobão] não falou nada a respeito disso", afirmou Lobão Filho após participar de um debate promovido pela Federação das Indústrias do Maranhão entre ele e Flávio Dino (PCdoB), os dois principais candidatos ao governo do Maranhão.

##RECOMENDA##

A demissão do ministro passou a ser cogitada após o último fim de semana, quando seu nome foi elencado pela revista "Veja" entre os políticos citados pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que tenta um acordo de delação premiada com as autoridades.

Costa foi preso em março pela Polícia Federal após a Operação Lava Jato desarticular um esquema internacional de lavagem de dinheiro e comércio ilegal de câmbio. Os processos iniciados por causa da operação incluem investigações sobre desvios em obras públicas e na Petrobrás.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou o compartilhamento com a CPI Mista da Petrobras de cópias dos documentos que constam em seu gabinete referentes à Operação Lava Jato. Na decisão, contudo, o ministro não aponta se, entre os documentos que chegaram ao Supremo, está o conteúdo da delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto da Costa.

Teori apontou ainda que os documentos estão sob sigilo de justiça e que os colegiados, como a CPI, devem "observar restrições de publicidade inerentes aos autos em tramitação sigilosa, com adoção de providências para que o teor dos documentos não transborde daquele âmbito institucional". Assim, ele determinou o envio dos documentos à CPMI da Petrobras em até 48 horas.

##RECOMENDA##

De acordo com o ministro, nada impede o compartilhamento das provas obtidas na investigação judicial quando presente a correlação entre o objeto da CPI e o do caso que tramita na Justiça. Os documentos são referentes a dois casos que tramitam no STF: um referente a Paulo Roberto da Costa e outro relativo ao deputado André Vargas (sem partido -PR).

Salvem a Petrobras! Salvem a maior empresa da América Latina, a quarta maior empresa petrolífera de capital aberto do planeta e a quarta maior empresa de energia do mundo. Este não é um pedido isolado. Este é o pedido da população brasileira.

 Nas últimas semanas inúmeros escândalos envolvendo a Petrobras e sua gestão têm sido veiculados no Brasil e, também, no mundo. Recentemente, li o texto publicado pela Financial Times, no Blog de Nick Butler, intitulado ‘The problems with Petrobras’. Para minha surpresa, a quantidade de pontos negativos relatados sobre a empresa é muito superior aos pontos positivos.

A empresa é líder mundial no desenvolvimento de tecnologia avançada para a exploração petrolífera em águas profundas e ultra profundas. Essa potencialidade fez com que, em 2007 e 2008, com as descobertas do pré-sal, a empresa decolasse como uma das principais vitrines do governo brasileiro e se tornasse uma das maiores petrolíferas do mundo. No entanto, com gastos descontrolados, não há expectativa de que a empresa cumpra com os planos de desenvolvimento programados.

A verdade é que a Petrobras vem perdendo no item confiança dos seus investidores, principalmente porque ela tem sido usada como um instrumento de disputa política e isso, aliado ao baixo desempenho, acaba prejudicando a imagem do Brasil no exterior. É claro que, mundialmente falando, a Petrobras não é grande o suficiente para causar problemas econômicos, já que os antigos campos de petróleo continuam produzindo.

Alguns analistas apontam que um dos principais problemas econômicos da Petrobras é o controle no preço da gasolina e no diesel, que é feito pelo governo para evitar um aumento da inflação. Como o Brasil consome mais petróleo do que produz, a Petrobras é obrigada a importar o produto, no entanto, o valor que paga no mercado internacional não pode ser totalmente repassado para os consumidores porque isso gera uma pressão inflacionária.

Foi em 2010, que a Petrobras ficou conhecida internacionalmente por efetuar a maior capitalização em capital aberto da história: 72,8 bilhões de dólares (127,4 bilhões de reais), praticamente o dobro do recorde que, até então, era da Nippon Telegraph and Telephone (NTT), com 36,8 bilhões de dólares capitalizados em 1987. Mas, a dívida líquida da Petrobras subiu 50% em 2013 - de R$ 147,8 bilhões para R$ 221,6 bilhões, o que fez a estatal brasileira se tornar a mais endividada entre as grandes empresas de petróleo e gás.

Mesmo com um panorama negativo, nem tudo está perdido. A Petrobras continua descobrindo enormes volumes de petróleo e gás, colocando a costa brasileira entre uma das novas áreas mais prolíficas do planeta.  No campo de Lula, por exemplo, estima-se que seja possível atingir a produção de 8 bilhões de barris de petróleo, o que faz dele um gigante mundial. É por isso que pedimos: salvem a Petrobras!

O advogado Cássio Quirino Norberto, que integrava o núcleo de defesa de Paulo Roberto Costa, renunciou à causa. Alegando "motivos de foro íntimo", Norberto deixou a defesa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras nos autos da Operação Lava Jato na sexta-feira passada - mesmo dia em que a imprensa divulgou detalhes do acordo de delação premiada de Costa, no qual o ex-diretor apontou nomes de pelo menos 32 deputados e senadores, de um governador e de cinco partidos políticos, entre os quais o PT, o PMDB e o PP, que teriam sido contemplados com propinas de empreiteiras contratadas pela estatal petrolífera.

"Passei a noite (de quinta-feira para sexta) pensando muito, mas prefiro não falar nada agora (sobre os motivos da renúncia)", disse Norberto, no dia em que renunciou. "No momento oportuno vou me manifestar."

##RECOMENDA##

Norberto atuava nos autos da Lava Jato, representando o ex-executivo da Petrobras, desde o início da investigação deflagrada pela Polícia Federal (PF). Pelo fato de declarar residência fixa em Curitiba, os primeiros advogados de Costa substabeleceram procuração para que Norberto pudesse acompanhar pessoalmente todos os atos processuais relativos às ações penais abertas contra o ex-diretor da estatal, inclusive os depoimentos.

Em agosto, Costa decidiu fazer delação premiada e contratou a criminalista Beatriz Catta Preta, com ampla experiência nesse tipo de procedimento. Norberto continuou trabalhando no caso ainda por alguns dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro acusados da Operação Lava Jato - investigação sobre lavagem de R$ 10 bilhões e corrupção na Petrobras - tentaram fugir no último dia 3, segundo relatório elaborado pelo Departamento de Execuções Penais da Secretaria de Justiça do Paraná. Carlos Habib Chaper, Rene Luiz Pereira, André Catão de Mirada e André Luiz Paula dos Santos, investigados pela Lava Jato, segundo o relatório de um agente penitenciário, pediram para "melhorar a ventilação" de uma viatura em que eram conduzidos, logo após uma audiência na Justiça Federal em Curitiba.

O agente disse ter sido surpreendido pelos presos que tentaram empurrá-lo junto com a porta do camburão. O agente Leonardo Cazais, no entanto, conseguiu conter o grupo.

##RECOMENDA##

Ainda segundo o agente penitenciário, os acusados teriam ameaçado policiais militares "utilizando para isso suas condições financeiras e dizendo que (os policiais) seriam processados". Depois da tentativa de fuga, os quatro acusados foram encaminhados para uma cela de isolamento na Casa de Custódia de São José dos Pinhais. Chaper é um dos quatro doleiros alvos da Operação Lava Jato.

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, enviou nesta terça-feira, 9, ofício ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pedindo acesso aos depoimentos que o ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras Paulo Roberto Costa prestou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, em nova rodada de investigações, sob regime de delação premiada. Em nota, a CGU cita que "o teor das declarações, a se confirmar o que vem sendo divulgado pela imprensa, poderá auxiliar nas investigações em andamento pela CGU, nas suas diversas frentes de atuação relativas à Petrobras".

Conforme a revista Veja, o ex-diretor da estatal citou na delação nomes de 12 políticos. Na sexta-feira, o portal estadao.com.br já havia revelado que Costa citou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A maior parte dos citados já negou envolvimento em irregularidades. O inquérito foi instaurado em Curitiba (PR), onde estão concentradas as investigações da operação.

##RECOMENDA##

No ofício encaminhado hoje, Hage argumentou que a CGU já tinha obtido autorização judicial do Juiz Sérgio Moro para o compartilhamento de informações do inquérito da Operação Lava Jato. Agora, no entanto, como se trata de depoimento com possível acordo de delação premiada e submetido a rigoroso sigilo legal, faz-se necessária autorização específica.

A CGU argumenta, ainda, que suas diversas frentes de atuação relativas à estatal incluem auditorias e trabalhos correcionais relativos à aquisição de ativos tanto no exterior - como Pasadena (Texas) e Okinawa (Japão) - quanto no Brasil, como no caso de usinas de biocombustível. O trabalho da Controladoria também abrange os contratos com a SBM Offshore (Holanda); contratos de segurança, meio ambiente e saúde com a Odebrecht; e, ainda, contratos de afretamento de navios; entre outros.

A CGU diz que está perto de concluir o relatório preliminar em relação à compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Esse relatório preliminar será submetido à Petrobras para manifestação e esclarecimentos antes do fechamento do relatório final, que poderá trazer, entre outras providências, apuração de responsabilidades de agentes públicos e de empresas.

O coordenador financeiro da campanha à reeleição de Dilma Rousseff (PT), Edinho Silva, admitiu neste domingo, 7, que as denúncias feitas em delação premiada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa podem impactar o processo eleitoral. "É claro que quem divulga tem interesse em prejudicar a candidatura e se houver a manipulação da opinião pública pode ter impacto no processo", disse. "Mas a sociedade está atenta às denúncias e manipulações às vésperas das eleições", completou.

Edinho engrossou o discurso do governo de que "toda denúncia tem de ser investigada" e pediu cuidado pelo fato de as acusações serem divulgadas a menos de um mês do primeiro turno e envolverem apoiadores de Dilma e políticos de partidos governistas. "Nenhum governo investigou mais que os de Lula e Dilma", repetiu o tesoureiro, que participou na noite de sábado de um comício em Araraquara (SP).

##RECOMENDA##

O coordenador financeiro da campanha de Dilma disse ainda estar confiante na reeleição de Dilma, mesmo com a vantagem de Marina Silva (PSB) sobre a presidente nas pesquisas do segundo turno. "A Marina é o símbolo de um sentimento da sociedade, mas a sociedade vota em um projeto e quem tem projeto de País é Dilma", concluiu.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, defendeu que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa volte a depor na CPI que investiga irregularidades na estatal e cobrou manifestação mais contundente da presidente Dilma Rousseff. "Não dá para dizer que não sabia", afirmou o tucano, referindo-se a denúncias feitas por Costa da existência de um esquema de corrupção na Petrobras que envolvia governadores e parlamentares de partidos da base governista.

"A marca mais perversa do governo do PT é o aparelhamento do Estado. Eles querem se perpetuar no poder", disse Aécio, que voltou a chamar o episódio de "mensalão 2". O candidato visitou uma igreja evangélica, Ministério Flor de Lis, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, e se comprometeu com os fiéis a manter as posições contrárias à legalização do aborto e a descriminalização das drogas.

##RECOMENDA##

Prejudicado pela subida da candidata Marina Silva, do PSB, nas pesquisas, Aécio brincou: "Ainda bem que faltam quatro semanas para a eleição". O tucano se disse confiante de chegar ao segundo turno e vencer a disputa presidencial e lembrou o passado de Marina como militante do PT. O candidato criticou ainda o "silêncio" de Dilma e Marina, ministras do governo Lula, diante do escândalo do mensalão, que veio a público em 2005.

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse que vai reagir às denúncias, como a citação do nome de Eduardo Campos em desvios de recursos da Petrobras, conversando com as pessoas. "Vamos reagir conversando com as pessoas e fazendo tudo até com muita tranquilidade, porque nós somos democratas e acreditamos na democracia", disse ela, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, após caminhada no Parque da Independência, em São Paulo.

A candidata do PSB afirmou ainda, em resposta a uma eleitora e militante de outro partido, que está sendo muito agredida pela candidata do PT, Dilma Rousseff, e pelo PSDB, ao ser questionada sobre a citação do nome de Eduardo Campos, ex-cabeça de chapa do PSB, nos desvios de recursos da Petrobras. Beto Albuquerque, vice de Marina, acrescentou que durante o evento de hoje ficou claro que a população não está "nem um pouco feliz com os ataques da Dilma, ao contrário". "Em honra ao nome de Eduardo Campos vamos aguardar investigações", reforçou Albuquerque, em resposta à eleitora.

##RECOMENDA##

Marina disse ainda que não é cria de Lula, pois estudou e trabalhou. "Cada pessoa tem sua biografia. Não foi Lula quem me fez. Eu quem me fiz. Lula se fez por ele mesmo, assim como Aécio", acrescentou ela.

Questionada pela eleitora sobre como ia governar, caso eleita, sem ajuda de corruptos, Marina disse que quer governar com a ajuda dos honestos e que "o PT e o PSDB que se conformaram". Durante caminhada, ela prometeu manter os programas sociais em curso, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, caso seja eleita.

Durante caminhada no Parque da Independência, Marina ouviu eleitores, posou para fotos e repetiu inúmeras vezes a frase "ajude a gente". Ela prometeu ainda fazer melhorias na educação e saúde. "Tudo que for bom será mantido", disse a candidata do PSB.

Além do candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, ela estava acompanhada pelo deputado Walter Feldman, e agentes da Polícia Federal, segundo apurou o Broadcast Político. O acompanhamento foi reforçado recentemente e está sendo feito em toda aparição da candidata. Campos havia recusado a ajuda, mas Marina e Albuquerque pediram esse tipo de proteção.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), afirmou neste sábado (6), em nota, que o candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) deveria, "até pelo sobrenome que carrega, pelo menos manter a dignidade enquanto caminha para a irrelevância".

A afirmação de Falcão foi em resposta a um vídeo postado por Aécio em conta na rede social Facebook em que comenta as acusações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que políticos da base aliada receberam propina em contratos da estatal. Segundo o tucano, neto do ex-presidente Tancredo Neves, o Brasil acordou "perplexo" com as "mais graves denúncias de corrupção da nossa história recente."

##RECOMENDA##

De acordo com o presidente nacional do PT, Aécio é "vitimado pelas lutas internas de seu partido e pelo descrédito junto ao povo brasileiro". Por isso, afirmou Falcão, decidiu partir para a "agressão rasteira" contra o PT. Conforme Falcão, no vídeo, o candidato do PSDB a presidente demonstra "descontrole" e "faz coro a denúncias sem provas veiculadas pela imprensa a partir de um processo de delação premiada". Na análise do presidente nacional petista, esse tipo de procedimento - a delação premiada - é suspeito.

"Por outro lado, é cômico ouvir alguém do PSDB falar em 'dinheiro sujo da corrupção' justamente às vésperas do julgamento do 'mensalão mineiro' e quando a imprensa nacional noticia um pesado esquema de corrupção nas obras do metrô de São Paulo. Sem esquecer, obviamente, do absurdo uso de dinheiro público para construir um aeroporto na fazenda de um parente do candidato", afirma o comunicado assinado por Falcão.

Na avaliação do presidente do PT, a legenda não precisa de "subterfúgios para se manter no poder". "Nossa luta é na rua, batalhando voto a voto a preferência dos eleitores. Se quer realmente nos 'tirar do poder de forma definitiva', como afirmou no vídeo, deve seguir o consagrado caminho do debate democrático de alto nível, e não usar acusações chulas e sem fundamento", disse. Falcão disse ainda que as declarações de Aécio são analisadas pelos advogados da sigla para "as devidas providências jurídicas".

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) comentou as denúncias do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que sugerem envolvimento de políticos do PMDB em um esquema de recebimento de propinas em contratos da estatal. Em coletiva à imprensa em Maceió, Temer afirmou que o caso não fere o partido "enquanto instituição" e terá efeito "zero" para a campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT).

"O PMDB, enquanto instituição, não tem nada a ver com isso", afirmou. "A chamada delação premiada tem esses problemas, lança nomes etc. Ainda bem que está no STF. Quem vai conduzir isso é um ministro da melhor qualificação moral, intelectual e profissional", disse, referindo-se ao ministro Teori Zavascki, que deve homologar o acordo de delação premiada. "Isso precisa ser levado com muito cuidado, com muita calma para que não haja acusações que possam vir a ser infundadas", afirmou na entrevista, cujo áudio foi compartilhado em sua conta oficial no Twitter.

##RECOMENDA##

Questionado sobre o possível dano das denúncias do ex-executivo da Petrobras à campanha presidencial, Temer afirmou que o impacto é "zero". "Não tem nada a ver com ela (Dilma). O depoente, ou delator, até se mostra irritado com a atuação da Dilma, pelo que vi na manhã de hoje."

Temer afirmou que, agora, é preciso apurar os fatos e se a fala de Costa foi "responsável ou irresponsável". "Precisa ser apurado. O Brasil é assim, uma democracia é assim. Quando há fatos, é preciso apurar", disse.

Sobre a perspectiva para o PMDB nesta eleição, Temer disse que o partido tem chances de "fazer muitos governadores, uma grande bancada de deputados e senadores", além de se reeleger no plano nacional. Ele também comentou a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa presidencial.

"Não é surpreendente que ela tenha uma votação expressiva", afirmou Temer, lembrando que, em abril, Marina aparecia com 27% das intenções de voto segundo pesquisa do Datafolha. "Agora evidentemente, ao longo desta campanha no primeiro turno e eventualmente no segundo turno, Dilma vai revelar tudo aquilo que nós fizemos pelo País", afirmou. "Costumo dizer que temos o maior tempo de televisão, mas acho que isso é insuficiente para mostrar tudo o que fizemos pelo País."

Para Temer, o problema de Marina é que ela fala "generalidades". "Vejo que ela quer somar a atividade social do governo Lula em diante e os planos econômicos do governo FHC. Hoje mesmo li um editorial dizendo que isso é impossível, que as coisas não casam", disse. "Você tem que fazer uma coisa mais que a outra. Penso que deve haver um aprofundamento desta questão."

O vice-presidente também disse considerar "impossível" e "perigoso" governar com membros do PT e do PSDB, como Marina vem sugerindo. "Você pode até criticar, como eu critico o grande número de partidos políticos, mas não pode desprezar a instituição político-partidária", disse aos jornalistas. "Claro que, nos partidos, você pode escolher boas pessoas, mas desde que aliados ao governo. Fora daí, não vejo como governar."

O candidato do PT ao governo, Alexandre Padilha, minimizou neste sábado (6) o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter feito críticas a aliados sobre a condução da sua campanha. "Aprendi a só acreditar naquilo que o presidente Lula fala diretamente. Não vou nem ouvir qualquer outra pessoa que faça um comentário da fala do presidente Lula", disse, em referência às declarações do líder do PT no Senado, Humberto Costa, que afirmou ter ouvido de Lula que a campanha petista em São Paulo está sendo feita pelo peemedebista Paulo Skaf.

Padilha disse ainda que o evento de ontem, uma plenária com militantes da qual participou ao lado de Lula, foi uma "injeção de ânimo". "O presidente Lula deu uma injeção de ânimo na militância do PT, nos dirigentes e no movimento sindical", disse.

##RECOMENDA##

Durante o seu discurso ontem, Lula chamou a atenção de Padilha e disse que "nem que fosse por apenas um segundo", o candidato teria que passar a mostrar e defender o PT em seus programas eleitorais. "Cadê o PT, cadê a militância do PT?", disse lula, ao reforçar que não entende como Padilha está com menos voto que Skaf.

Delação

Padilha evitou comentar as denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Humberto Costa sobre envolvimento de políticos num esquema de recebimento de propina sobre contratos da estatal. "Ninguém pode ter opinião sobre alguma coisa que não está formalizada ainda, a presidente Dilma foi clara. Ela quer as informações e vai tomar as atitudes de forte punição se houver irregularidades", disse, após participar de evento de mulheres ao lado de Dilma.

Segundo Padilha, "ninguém vai fazer conjectura de algo que não foi formalizado ainda". "Ninguém vai emitir opinião sobre um conteúdo que não é oficial e não foi formalizado", disse.

Governadores de três Estados que receberam investimentos da Petrobras foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimentos à Polícia Federal, como supostos beneficiários do esquema de desvios de recursos e lavagem de dinheiro investigado na operação Lava Jato. É o que informa a revista Veja desta semana.

São eles: Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, Roseana Sarney, do Maranhão (onde a estatal constrói uma refinaria "premium"), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13. Também estão na lista o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além de seis senadores e pelo menos 25 deputados federais.

##RECOMENDA##

O portal estadao.com.br informou em primeira mão, na tarde de sexta-feira, que Paulo Roberto Costa havia revelado à PF os nomes de pelo menos 30 parlamentares que teriam recebido dinheiro do esquema. Entre eles, estaria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com a Veja, Costa também teria mencionado o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados, estariam Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC).

Também foram citados o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que faria a "ponte" do esquema com o partido. O nome de Vaccari já havia aparecido nas investigações da Lava Jato. Ele teria visitado empresas do doleiro Alberto Youssef, a principal engrenagem do esquema investigado na Lava Jato.

Nas conversas com a PF, o ex-diretor teria dito também que, quando estava na Petrobras, entre 2004 e 2012, conversou diretamente com o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de assuntos da empresa. Nos bastidores políticos, Costa era apontado como um homem que resolvia problemas. Consta que Lula o chamava de Paulinho.

Mágoa

Segundo a revista apurou, Costa demonstrou "mágoa" em relação à presidente Dilma Rousseff, que foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil na época em que ele atuava na estatal. Isso porque ela ataca abertamente os ex-diretores pegos na investigação, embora tenha também sido indiretamente beneficiada pelo esquema.

O esquema teria funcionado até 2012, segundo a revista, servindo para garantir a base de apoio político a Dilma no Congresso nos dois primeiros anos de seu mandato. Mas, até o momento, Costa nada disse que incriminasse Dilma.

O conteúdo das conversas com o ex-presidente Lula ainda será detalhado pelo ex-diretor. Da mesma forma, ele ainda vai explicar a participação de cada um dos políticos no esquema.

Nas mais de 40 horas de depoimentos, dados num esquema de delação premiada, Costa tem ajudado os investigadores a mapearem o esquema que se instalou na Petrobras.

Ele confirmou o que já era suspeita: que, para fechar contratos com a estatal, as empresas eram obrigadas a pagar um "pedágio". Esses recursos eram "lavados", com a ajuda de Youssef, e depois utilizados para irrigar a base aliada do governo no Congresso Nacional.

Refinaria

Esse esquema teria funcionado, por exemplo, na polêmica compra da refinaria de Pasadena, que rendeu prejuízo de US$ 792 milhões para a Petrobras. Segundo a Veja, Costa teria dito que esse negócio também serviu para distribuir recursos a partidos aliados.

Esse negócio passou a ser investigado por duas comissões parlamentares de inquérito depois que o Estado revelou, em março passado, que o negócio teve a bênção de Dilma Rousseff, então presidente do conselho de administração da estatal.O caso de Pasadena será tema de um depoimento específico do ex-diretor. O delegado que investiga essa operação irá a Curitiba, onde Costa está preso, para ouvi-lo.

Pela sua natureza e função, o esquema agora delatado por Costa é semelhante a outro grande escândalo da administração petista, o mensalão. A diferença, diz a revista, é que agora as cifras são bilionárias.

A Veja diz que o ex-diretor decidiu contar o que sabe porque teme repetir a história do publicitário Marcos Valério. Operador do esquema do Mensalão, Valério optou pelo silêncio e acabou condenado a 40 anos de prisão.

As informações de Costa estão sendo repassadas à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Eles entraram no caso porque as denúncias atingem políticos com direito a foro privilegiado.

Uruguai

Em outra reportagem, a Veja relata negócios suspeitos no ramo imobiliário de outro ex-diretor da Petrobras investigado pelo caso Pasadena, Nestor Cerveró. O apartamento em que ele viveu durante cinco anos na Zona Sul do Rio de Janeiro, avaliado em R$ 7,5 milhões, pertence a uma offshore uruguaia que tem como representante no Brasil o advogado Marcelo Oliveira Mello, que seria amigo do ex-diretor.

Este, que atuou no departamento jurídico da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, foi sócio do escritório Tauil, Chequer & Mello, que é parceiro do escritório Thompson & Knight na defesa da estatal no caso Pasadena. Segundo a revista, a offshore comprou o apartamento logo após a estatal ser condenada pela Justiça a comprar 50% da belga Astra Oil.

A pouco menos de um mês do primeiro turno das eleições, a delação premiada feita pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa tem potencial para prejudicar um importante arco de candidaturas da base aliada, a começar pela da presidente Dilma Rousseff (PT). A avaliação é feita reservadamente por parlamentares governistas.

A constatação é que não é possível dissociar Dilma do caso porque o ex-diretor ficou no posto em dois anos da atual gestão. Ele foi diretor de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, período em que, conforme tem relatado na delação, políticos receberam propina de 3% sobre os contratos da estatal.

##RECOMENDA##

Antes mesmo de a delação vir à tona, petistas ligados a Dilma diziam que ela tentou retirar Paulo Roberto do posto, mas sempre esbarrava no apoio de partidos da base aliada. Ele chegou ao cargo pelas mãos do PP, mas depois foi acolhido pelo PT e pelo PMDB.

Segundo aliados, mesmo se não houver envolvimento direto da presidente - as indicações iniciais é de que não há - Dilma sairia chamuscada por deixar o ex-diretor atuar no cargo.

Um peemedebista não envolvido nas denúncias de Paulo Roberto disse que o efeito jurídico da delação premiada ainda vai demorar, ocorrendo possivelmente apenas após as eleições. As declarações dele, citou, terão de ser confrontadas com provas e posteriormente homologadas pela Justiça - nos casos que envolvem autoridades com foro privilegiado, caberá ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, referendar o acerto.

Mas, para esse cacique do PMDB, o efeito político-eleitoral já começou. "O estrago pode ser grande", disse. Os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), candidato ao governo potiguar, do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que apoia a candidatura do filho como governador de Alagoas, e o tesoureiro do PT, João Vaccari, foram alguns dos citados pelo ex-diretor. O impacto eleitoral, ponderam, vai depender da contundência e das provas que Paulo Roberto apresentar.

As revelações de Paulo Roberto podem dar um último suspiro à campanha do tucano Aécio Neves (PSDB), em terceiro lugar na corrida ao Palácio do Planalto. Além de o esquema ter prosperado no governo Dilma, a campanha de Marina Silva pode ser atingida. Na delação, ex-diretor citou o presidenciável Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no mês passado, de quem Marina era vice antes de assumir a cabeça da chapa presidencial.

O nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi mencionado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimentos prestados à Justiça na tentativa de conseguir o perdão judicial por meio da delação premiada. A empresa UTC Engenharia também foi citada pelo ex-executivo como integrante do esquema que desviou recursos de contratos bilionários da Petrobras. As empresas ganhariam os contratos em troca de pagar propina de 3% para deputados e senadores, conforme antecipado pelo Broadcast nesta tarde.

Um dos negócios mencionados envolvendo Renan é um acerto com o doleiro Alberto Youssef para que o Postalis comprasse R$ 50 milhões emitidos da Marsans Viagens e Turismo, que tinha Youssef como um dos investidores. O doleiro teria se reunido com Renan, em Brasília, no início de março, para acertar a comissão do PMDB nesse negócio. O fundo de pensão dos Correios é controlado pelo PMDB e PT. O negócio não ocorreu porque estava em curso quando Youssef e Paulo Roberto foram presos. A empresa fechou após as prisões. A assessoria de Renan afirmou que não localizou o senador para comentar o assunto. A UTC Engenharia também não respondeu até a noite desta sexta-feira, 5, os questionamentos da reportagem.

##RECOMENDA##

No início das investigações, foram citados nomes de vários parlamentares e partidos supostamente envolvidos no esquema de corrupção. Entre eles, o tesoureiro do PT, João Vaccari, os deputados André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argolo (SD-BA) e o senador Fernando Collor (PTB-AL). O ex-diretor da Petrobras envolveu 32 deputados e senadores e um governador de cinco partidos políticos que receberiam 3% de propina em negócios com contratos da Petrobras durante sua gestão na diretoria de abastecimento da empresa. Desde a sexta-feira passada, Paulo Roberto está prestando depoimentos diários que se estenderam por toda semana numa tentativa de conseguir o perdão judicial por meio da delação premiada.

Paulo Roberto relatou aos policiais a formação de um cartel de partidos políticos que atuavam para desviar recursos da Petrobras por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou: "Todo dia tinha político batendo na minha porta". Num dos depoimentos, ele citou uma conta de um "operador do PMDB" em um banco europeu.

Paulo Roberto contou que os desvios nos contratos da Petrobras envolveriam desde o funcionário do terceiro escalão até a cúpula da empresa, durante sua gestão na diretoria de Abastecimento.

O ex-executivo também citou nomes de empreiteiras que conseguiram os contratos. Inicialmente seu alvo foram as empresas, mas não havia como isentar os políticos, uma vez que foram beneficiados com propinas. Por causa da citação aos políticos, que têm foro privilegiado, os depoimentos estão sendo enviados para a Procuradoria Geral da República.

A reportagem apurou que o acordo de delação premiada assinado por Paulo Roberto prevê praticamente o perdão judicial. A pena será mínima perto dos 50 anos que poderia pegar se respondesse aos processos. Paulo Roberto deve ficar um ano usando tornozeleira eletrônica, em casa, no Rio, sem poder sair na rua.

Os depoimentos têm sido longos. No primeiro dia, duraram mais de quatro horas. Pessoas que estiveram com ele dizem que está exausto, mas se diz aliviado. O ex-executivo teria demonstrado preocupação apenas quando soube que a imprensa noticiou a delação premiada. Seu temor é se tornar um "arquivo vivo". São horas de relatos, acompanhados de um advogado, um delegado e um membro do Ministério Público.

Os depoimentos são todos filmados e tomados em uma sala na Custódia da PF. Ao final de cada dia, são lacrados e criptografados pelo MPF, que os envia diretamente para a PGR que mandou emissário a Curitiba no início do processo de delação. O doleiro Alberto Youssef, preso acusado de ser um dos cabeças do esquema desbaratado pela Lava Jato, também tentou negociar com o MP uma nova delação premiada (ele fez a primeira no caso do Banestado), mas o advogado o demoveu da ideia porque pegaria pelo menos 3 anos de prisão, em regime fechado.

Integrantes da coordenação de campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) estão em compasso de espera por novas informações sobre a delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A ideia nesse primeiro momento é aguardar por mais informações que podem envolver integrantes da atual base aliada do governo.

Ainda não há uma decisão se futuramente o episódio poderá ser usado no programa de TV. A possibilidade não está descartada, mas há o entendimento prévio que uma possível veiculação sobre a delação do ex-diretor pelos principais telejornais, como o Jornal Nacional, poderá ter muito mais impacto que a veiculação nos programas de TV.

##RECOMENDA##

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, citou pelo menos 32 deputados e senadores, um governador e cinco partidos políticos que receberiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da estatal firmados durante sua gestão na diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Desde o último dia 29, Paulo Roberto está depondo em regime de delação premiada para tentar obter o perdão judicial. Ele é alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na estatal.

Duas das 13 empresas ligadas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foram vasculhadas pela Polícia Federal na sexta-feira, 22, ficam em endereços residenciais. As sedes de todas as empresas, alvo da quinta fase da operação Lava Jato, ficam em prédios da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio: seja em condomínios de escritórios ou residenciais, a maior parte de luxo. Nesta segunda-feira, 25, nenhuma delas estava aberta.

Registrada em nome da esposa de Costa, Marici, e de uma das filhas do casal, Arianna Azevedo Costa Bachmann, a Bachmann Representações Ltda tem seu endereço num condomínio domiciliar de alto poder aquisitivo. A empresa, segundo a Procuradoria da República, recebeu recursos da companhia Estaleiro Atlântico Sul S/A, "esta com contratos milionários com a Petrobras".

##RECOMENDA##

Na portaria do prédio que consta como sede da Bachmann nada se sabe da existência da empresa. "O apartamento está em nome de Sheryl e Jarred", disse o porteiro, ao consultar a relação com os nomes dos condôminos, sem revelar os sobrenomes. Os dois primeiros nomes, entretanto, não constam na composição societária da empresa. Não havia ninguém em casa quando a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi ao endereço, às 13h desta segunda.

Situação semelhante acontece com a B&X Consultoria e Assessoria Comercial Ltda, que segundo a Procuradoria recebeu recursos do Consórcio Confidere Racional, que tem "contratos com a Petrobras". O endereço da empresa fica também num condomínio de apartamentos na Barra, onde segundo funcionários mora um casal, "Fernando e Cristina" - ambos também não listados nas composições societárias das demais empresas que foram vasculhadas pela Polícia Federal na Sexta-feira.

O endereço da BAS Consultoria Empresarial é ainda mais enigmático: a cobertura de um prédio comercial de dois andares na Avenida Ministro Ivan Lins, onde funcionam somente duas empresas: uma agência de publicidade e uma imobiliária. Em ambas, funcionários disseram desconhecer a BAS, cujos proprietários são Bruno Cesar Schmitt da Silva e Antonio Severino da Silva. Trabalhadores do prédio também negaram saber da existência da empresa. "Estou aqui há cinco anos e nunca ouvi falar", disse o porteiro.

Dos 13 endereços vasculhados na sexta, oito ficam no mesmo lugar: três salas no mesmo bloco do shopping Downtown, na Barra da Tijuca, que conta também com escritórios. As salas, que constam como sede das oito empresas, estavam hoje trancadas às 11h41. Os nomes não aparecem na relação que fica na recepção do prédio, mas, na porta da principal sala, há o logotipo do "Grupo Pragmática", que tinha como principal sócio Marcelo Barboza Daniel, parceiro comercial de um dos genros de Costa, Humberto Mesquita, que também é sócio da Pragmática Consultoria em Gestão Empresarial Ltda.

A consultoria aberta por Costa após deixar a Petrobras, em 2012, Costa Global, fica no mesmo prédio que a Versalles Assessoria Empresarial, do genro Humberto, ambas num luxuoso condomínio de escritórios na Barra. Nesta segunda, segundo funcionários do prédio, ninguém havia aparecido para trabalhar às 12h20.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando