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Nesta quinta-feira (14) é celebrado o aniversário de 76 anos da ex-presidente da República Dilma Rousseff, atualmente presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como o banco do grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics). No período em que foi chefe do executivo nacional, de 2011 a 2016, a então petista aprovou e iniciou programas, muitos deles que continuam ativos. Confira alguns deles, e o que impactaram na sociedade. 

Minha Casa, Minha Vida 

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Apesar de ter sido lançado em 2009, ainda no segundo mandato do governo Lula (PT), o programa de financiamento de moradia para famílias baixa renda beneficiou milhões de pessoas durante a gestão de sua sucessora. Em 2012, ela chegou a assinar uma medida provisória que determina que o imóvel fique no nome da mulher, em caso de divórcio ou dissolução da união estável. 

Lei de cotas 

Assinada em agosto de 2012, a lei que determina que existam cotas raciais para democratizar o acesso às universidades brasileiras, comumente conhecida como Lei de cotas, mudou o cenário do ensino superior e, anos depois, o mercado de trabalho. 11 anos após sua promulgação, a lei passou por uma atualização este ano, abrindo o leque para quilombolas e indígenas. 

Brasil Sem Miséria 

Instituído em 2011, o programa tinha como objetivo tirar milhões de famílias brasileiras do mapa da fome. Dentre seus eixos, o governo federal buscou integrar a ação conjunta de diferentes ministérios, com o lançamento de vários programas, tais como: o Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda; o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec); o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida; entre outros. 

Lei de Acesso à Informação 

A LAI facilitou o acesso a informações de órgãos públicos em todas as instâncias de governo. Apesar de ter sido publicada em novembro de 2011, o texto apenas passou a valer a partir de maio de 2012. Atualmente, mais de 10 anos depois de sua existência, a transparência de governos com a população se tornou mais comum, devido às obrigatoriedades de se disponibilizar informações pertinentes ao uso de recursos públicos. 

Homenagens nas redes 

Correligionários aproveitaram o dia para prestar homenagem à ex-mandatária, como o senador Humberto Costa (PT-PE), que celebrou a possibilidade de compartilhar a política com ela. “Tenho maior orgulho de estar junto na luta com essa mulher valente e que inspira a todos com sua resiliência e determinação”, disse. 

Imagem: Reprodução/Redes sociais

A deputada estadual Rosa Amorim (PT) também utilizou das redes sociais para parabenizar Rousseff. “Que nosso coração valente siga com sua altivez e bravura diante dos desafios da luta e da vida”, publicou. 

Imagem: Reprodução/Redes sociais

 

O empresário de Hong Kong W. Wong ainda se lembra do dia, em 1972, em que ouviu pela primeira vez as crianças de sua vizinhança elogiarem uma figura lendária: Bruce Lee, o talentoso homem das artes marciais que levou o kung-fu às telonas de Hollywood.

Um dos primeiros asiáticos a se tornar uma estrela nos Estados Unidos, o artista passou a infância e seus últimos anos em Hong Kong, onde seu legado permanece vivo até hoje e onde fãs estão preparando exibições de artes marciais esta semana para marcar meio século de sua morte precoce, aos 32 anos de idade.

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"Cada criança precisa de algum tipo de modelo e eu escolhi Bruce Lee", disse Wong, que há quase 30 anos é presidente do maior fã-clube da cidade dedicado ao astro.

Em uma academia de Wing Chun, estilo de arte marcial que o lutador praticava antes de inventar seu próprio método, Jeet Kune Do, Lee é reverenciado como uma espécie de padroeiro.

O proprietário, Cheng Chi-ping, conta que sua geração começou a treinar sob sua influência cultural, mas que "nunca conseguiram igualar sua velocidade, força ou físico".

E seu destaque não diminuiu com o passar dos anos, afirma Mic Leung, que treinou na mesma academia e, na adolescência, assistiu todos os filmes do ídolo.

"Quando falamos do 'deus das artes marciais', só podemos falar de Bruce Lee. Não há outro", diz o professor de 45 anos.

Quebrando barreiras 

Nascido em San Francisco, em 1940, Lee cresceu em Hong Kong e desde cedo já flertava com fama em sua carreira de ator infantil, incentivado pelo pai, um famoso cantor de ópera cantonesa.

Aos 18 anos, continuou seus estudos nos Estados Unidos e, na década seguinte, deu aulas de artes marciais, além de ter conseguido pequenas aparições em Hollywood até obter o papel de Kato, na série de televisão "Besouro Verde" (1966).

Após retornar a Hong Kong, sua carreira deslanchou ao interpretar o protagonista no filme de artes marciais "O Dragão Chinês", que o tornou uma referência na Ásia após seu lançamento em 1971.

Os anos posteriores consolidaram a fama de Lee como um lutador implacável e veloz como um raio, sobretudo nos sucessos de 1972 "A Fúria do Dragão" e "O Voo do Dragão".

Lee completou as gravações de seu quarto grande filme, "Operação Dragão" e estava filmando o quinto, "Jogo da Morte", quando morreu em 20 de julho de 1973 devido a um inchaço cerebral atribuído a uma reação adversa a analgésicos.

O professor de Cinema Aaron Han Joon Magnan-Park, que dá aulas sobre filmes de Lee na Universidade de Hong Kong, acredita que o ator simbolizava uma espécie de identidade chinesa que cruzava fronteiras.

"Eu descreveria Bruce Lee como o modelo de sucesso do 'soft power' sinófono", disse à AFP.

A figura do mestre das artes marciais quebrou estereótipos racistas em Hollywood, provando que os homens asiáticos eram mais do que apenas servos e vilões.

Para o acadêmico, as cenas em que Lee flexiona os músculos com o peito despido foram essenciais para mostrar que os heróis asiáticos também tinham corpos esculpidos.

"Isso tornou os homens asiáticos atraentes e isso é algo sobre o qual não falamos o suficiente", acrescenta.

 Preservação de um legado

Mas a preservação de seu legado também enfrenta barreiras, diz o presidente do fã-clube, denunciando a falta de apoio do governo.

Em 2004, o grupo fez uma petição para erguer uma estátua de Lee na famosa orla de Hong Kong, mas uma campanha para reutilizar sua antiga casa não conseguiu impedir sua demolição em 2019.

No entanto, Wong, que organizou uma exposição mais modesta no movimentado distrito de Sham Shui Po, argumenta que a filosofia de Lee pode voltar a ser relevante para as próximas gerações.

"Enquanto todos continuarem lembrando (Lee), uma vez que o interesse de alguém é despertado, eles têm a oportunidade de redescobri-lo", finaliza.

O Boteco Parador, no Bairro do Recife, acaba de anunciar mais uma festa. No dia 8 de julho, o espaço vai presentear o público com o Pagodear Recife. Os frequentadores do local serão contemplados com os shows de Suel, Di Propósito e grupo Legado, do cantor Rodriguinho.

Conhecido pelos sucessos Me Assume ou Me Esquece e Ainda é Cedo Pra Dizer Bye Bye, Suel promete animar o evento com clássicos que marcaram a carreira. Com duas opções de áreas, os ingressos custam R$ 60 (frontstage) e R$ 160 (open bar) e já estão disponíveis nas lojas Adidas, dos Shoppings Recife, RioMar e Tacaruna, e on-line no site da Bilheteria Digital.

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“Marielle, presente!” Há cinco anos, o grito é ouvido em manifestações pelo país. Nele, está expressa a indignação pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O grito é, ao mesmo tempo, uma homenagem à memória de quem dedicou boa parte da vida na luta contra as desigualdades. Os tiros que tiraram a vida de Marielle interromperam, de maneira precoce, uma trajetória política ascendente, mas não silenciaram as pautas que representava. A morte reverberou o nome dela pelo mundo. De agente direta, virou símbolo e inspiração para os que defendem os direitos humanos e a justiça social.

O dia 14 de março virou “Dia Marielle Franco – Dia de Luta contra o genocídio da Mulher Negra” no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro. E pode virar também uma data nacional, se o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei enviado pelo presidente Lula na semana passada. Um auditório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi batizado com o nome dela, assim como a tribuna da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 

Marielle Franco virou nome de prêmios: um que contemplava os melhores ensaios feministas de uma editora de livros e outro, aprovado na Câmara dos Vereadores de São Paulo, para celebrar defensores dos direitos humanos na cidade. Escolas de samba prestaram homenagens a ela no Carnaval de 2019. No Rio, a Estação Primeira de Mangueira citou a vereadora no samba-enredo sobre heróis da resistência. Em São Paulo, o rosto dela foi o destaque de uma ala da Vai-Vai, que apresentou enredo sobre lutas do povo negro.

Nesses cinco anos, o rosto da vereadora passou a estampar murais e grafites em diferentes partes do Brasil, geralmente acompanhados de pedidos de justiça. Das homenagens mais emblemáticas, em 2018, manifestantes colaram uma placa com o nome dela em cima da sinalização da praça Marechal Floriano, no Centro do Rio. Dois deputados de extrema-direita (Rodrigo Amorim e Daniel Silveira) quebraram a placa em um ato de campanha eleitoral. Mas uma grande mobilização, que incluiu financiamento coletivo, garantiu a produção de outras milhares, iguais à original. 

Em 2021, a Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou oficialmente uma placa na mesma praça. Em 2022, uma estátua de bronze da vereadora foi colocada no Buraco do Lume, também no Centro, no lugar onde ela costumava se reunir com eleitores e ativistas.

O reconhecimento internacional veio de diferentes maneiras. Uma oficina de arte digital foi realizada em Nairóbi, Quênia, com o nome de Marielle. Ela virou nome do terraço da Biblioteca Municipal delle Oblate, em Florença, Itália; de um jardim suspenso em Paris, na França; de uma parada de ônibus em Grenoble, no sudeste da França; de uma rua em Lisboa, Portugal; de uma bolsa de estudos na universidade Johns Hopkins, em Washington, DC, Estados Unidos. Teve o nome inserido em uma placa da estação de metrô Rio de Janeiro, em Buenos Aires, Argentina. O rosto foi pintado em um mural em Berlim, Alemanha, e em um grafite na fachada do Museu Stedelijk, em Amsterdã, Holanda.

“Quando veio a primeira homenagem internacional, eu me lembro perfeitamente da surpresa que eu tive. Mas eu comecei a entender um pouco a missão da minha irmã aqui”, lembra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Eu acho que a Mari passou por isso para abrir muitos caminhos. Passou por isso para trazer uma visão fortalecida para as mulheres, principalmente para as mulheres negras, mas para todas as mulheres que se reconheciam nela e na luta. Eu acho que ela virou onipresente”.

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Legado político

Para além das homenagens, o legado de Marielle continuou vivo, sobretudo, pela ação política direta das que assumiram as pautas que ela defendia. A viúva Mônica Benício foi eleita vereadora no Rio pelo PSOL em 2020 com 22.919 votos. Na campanha, prometeu representar os projetos de Marielle, focar nos direitos humanos e nas demandas do universo LGBTQIA+.

“Hoje, o sentido da minha luta é justamente para que ninguém sinta uma dor parecida com a que eu senti naquele momento. Isso é um pouco do que norteia o meu fazer tanto na política institucional, quanto no meu fazer de militante”, diz Mônica. “Lutar pela memória da Marielle fala também sobre um lugar que não é só o da minha companheira, mas de todos os aspectos que envolvem hoje a imagem dela de representação, de luta, de esperança. Essa imagem da luta política também é uma imagem que me dá esperança em um mundo melhor, me dá esperança em entender que a Marielle continua em algum lugar”.

Em 2019, três assessoras diretas da Marielle – igualmente negras e oriundas de favelas – assumiram mandatos como deputadas estaduais. Renata Souza, Dani Monteiro e Mônica Francisco fizeram parte da bancada do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na eleição seguinte, em 2022, as duas primeiras tiveram um aumento expressivo de votos e conquistaram um segundo mandato. Renata Souza, saiu de 63.937 para 174.132 votos; Dani Monteiro, de 27.982 para 50.140 votos.

“Marielle era grande demais para que uma só pessoa representasse toda a sua luta. A grandeza da Marielle representa a luta por uma nova sociedade. E o principal recado deixado por ela é que a humanidade não se desumanize. Marielle é presente em todas as lutas contra as desigualdades sociais, em especial contra as desigualdades de gênero, raça e classe”, afirma Renata Souza. “Que a gente sinta afeto pelo outro, para garantir que a vida seja plena para qualquer pessoa, seja ela mulher, negra, pobre, indígena, quilombola, caiçara, seja a população LGBTQIA+. Que a gente possa ter esse nível de humanidade que a Marielle tanto nos ensinou”.

Renata Souza e Dani Monteiro estão entre as 44 pessoas eleitas em 2022, no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas do país, que adotaram as diretrizes da Agenda Marielle Franco. O projeto, criado em 2020, reúne um conjunto de compromissos políticos inspirados no legado da vereadora, como antirracismo, feminismo, direitos LGBTQIA+, saúde e educação pública, justiça ambiental e climática, além de demandas de moradores de favelas e periferias.

Instituto Marielle Franco

Quem coordena a Agenda é o Instituto Marielle Franco, criado pela família da vereadora em 2018. O propósito inicial era defender a memória da parlamentar e pressionar as autoridades que investigavam o assassinato. Mas o Instituto ampliou o alcance e passou a focar também na promoção de mudanças sociais. 

Na página oficial, consta que uma das missões é “potencializar e dar apoio às mulheres, pessoas negras e faveladas que querem ocupar a política, para que os espaços de tomada de decisão tenham mais a cara do povo”. A direção ficou com Anielle Franco, irmã da vereadora, desde a criação até o início desse ano, quando ela assumiu o cargo de ministra da Igualdade Racial.

Anielle coordenou uma série de projetos no Instituto Marielle Franco. Entre eles, o lançamento da Plataforma Antirracista (Pane) em 2020, para apoiar candidaturas negras nas eleições municipais, e o projeto Escola Marielles em 2021, para formar politicamente mulheres de grupos minoritários.

“Eu precisava tomar conta da minha família, tomar conta desse legado, tomar conta dessa memória. E não digo ‘tomar conta’ como uma pessoa que vai pegar, ter como posse, mas para legitimar a luta que é de uma família preta, que sempre lutou para ter tudo que tinha. E três coisas me motivaram a seguir: cuidar dessa memória, cuidar da minha mãe e da minha sobrinha”, afirma a ministra.

O Instituto Marielle Franco hoje está sob nova direção: Lígia Batista, de 29 anos. Ela é formada em direito e mestranda em Políticas Públicas e Direitos Humanos. Antes, trabalhou na Anistia Internacional Brasil e na Open Society Foundations. A diretora enfatiza que defender o legado de Marielle é inspirar mulheres negras, LGBTQIA+ e periféricas a ocupar espaços de poder e tomada de decisão.

“Que o medo não seja um impeditivo para que elas estejam ali. Ao mesmo tempo que a gente quer ver cada vez mais mulheres negras eleitas, também queremos que elas se sustentem no poder. Então, a gente entende o lugar do debate sobre violência política como muito central para esse trabalho. Até porque o Instituto surge a partir de um feminicídio político. A nossa intenção é mobilizar através desse trabalho com a memória. Que as pessoas não esqueçam da história da Marielle, não esqueçam desse legado político deixado para o Brasil”, diz.

“Pernambuco embaixo dos pés e minha mente na imensidão”. Esse trecho da música “Mateus enter” dá o tom da grandeza de Chico Science, mesmo que o cantor e compositor tenha partido aos 30 anos, deixando apenas dois discos gravados com a Nação Zumbi. Para quem quer conhecer melhor o cantor e compositor, o acervochicoscience.com.br será lançado no próximo dia 13 de março, com páginas digitalizadas de sete cadernos de anotações. A salvaguarda do material foi pensada e realizada por iniciativa de Goretti França e Louise França, irmã e filha de Chico, respectivamente, e o site conta com design e direção de arte de Sonaly Macedo, amiga do artista. 

Com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), foi possível realizar a catalogação, limpeza, conservação e digitalização das páginas de 27 cadernos e mais centenas de folhas soltas com escritos de Chico Science. 

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Como contrapartida para a sociedade, contribuindo com a circulação da memória cultural pernambucana e preservando a identidade do artista, o material será disponibilizado no site acervochicoscience.com.br, oferecendo um mergulho nos escritos em sete dos 27 cadernos para seus admiradores. 

O material foi cuidadosamente guardado pela irmã do artista desde a sua partida, no dia 2 de fevereiro de 1997. Então, por volta de 2014, Louise, Goretti e Sonaly passaram a se reunir e mergulhar nas caixas com os cadernos e páginas soltas. A partir daí, o trio começou a pensar tanto na publicação do material como também na conservação e acondicionamento, já que alguns papéis estavam apagando ou rasgando. 

“Chico tinha o hábito de acompanhar-se sempre de um caderninho, caderneta, bloco de notas, onde vida afora foi registrando suas ideias, escrevendo cartas, compondo músicas, anotando os seus pasmos com o belo e suas indignações com o mal”, explica Goretti, responsável pela produção executiva e curadoria da ação. 

Então, para garantir a conservação, com o incentivo do Funcultura, em 2021, todo o material foi encaminhado para a MUSEO – museologia e museografia. A empresa ficou responsável pela catalogação, limpeza, conservação e digitalização das páginas que agora estão disponíveis no site. 

“É uma fortuna termos todo o acervo preservado e acondicionado adequadamente, em meio físico também, para que possamos, futuramente, ter a sua guarda em uma estrutura física apropriada e disponível. Esse trabalho profissional foi fundamental para termos o site e assim cuidar da nossa memória e cultura”, revela Goretti. 

Os sete cadernos do acervo disponibilizados no site até o momento não possuem ordem cronológica. “Dá para brincar de detetive com os cadernos. Não temos certeza do ano de cada um, mas se você prestar atenção vai encontrar várias pistas”, revela Louise, que atuou como curadora de todo o acervo agora disponibilizado no site. 

Após consumirem as anotações de Chico, e até mesmo de amigos que escreveram ou desenharam nas páginas, os fãs já podem aguardar, pois os demais 20 cadernos e centenas de folhas avulsas também deverão ser publicados no site. “Vamos entregar em doses homeopáticas, disponibilizando mais conteúdo, mais poesia, mais Chico, mais Chiquinho, mais Science”, conta Goretti. 

VIDA E MEMÓRIA - O cotidiano das cidades do Recife e de Olinda foi de extrema importância na obra de Chico Science. Nas páginas de seus cadernos, a memória pernambucana é encontrada, como também em seus dois discos lançados com a Nação, Zumbi, “Da lama ao caos” (1994) e “Afrociberdelia” (1996). Assim, seus registros revelam as entrelinhas das cidades irmãs, suas periferias e tradições culturais. Ao unir a cena urbana e o discurso social, o artista desenhou “impressionantes esculturas de lama” na sua música, que reverbera memória até hoje. 

LANÇAMENTO - Para apresentar o Acervo Chico Science, será realizado um bate-papo com Goretti França (irmã) e Louise França (filha), com a mediação de Roger de Renor. O evento acontecerá no dia do aniversário de Chico Science, dia 13 de março (segunda-feira), às 18h, no Cinema de Porto Digital. A entrada é gratuita e por ordem de chegada, sujeita à lotação do local. 

Serviço: 

Acervo Chico Science - Lançamento 

Site: https://acervochicoscience.com.br/

Lançamento: 

Bate-papo com Goretti França e Louise França. Mediação: Roger de Renor 

Quando: 13/03/23 (segunda-feira), 18h 

Local: Cinema do Porto Digital (Avenida Cais do Apolo, 222 – Recife Antigo) 

Entrada: gratuita e por ordem de chegada, sujeita à lotação do local 

*Via assessoria de imprensa. 


 

Alvo de críticas por problemas na organização da Copa do Mundo de 2022, o Catar celebrou o clima de festa e a final eletrizante, entre Argentina e França, no Lusail Stadium. "Conseguimos uma alto nível de excelência na organização, futebol magnífico e com estádios modernos, boa estrutura e uma boa amostra do mundo árabe", disse Hassan Al Thawadi, o secretário-geral do Comitê Supremo de Entrega e Legado. "Temos um sentimento de orgulho por mostrar nossa cultura e criando amizades, que ficarão".

Para ele, o legado do Mundial, que se encerra, vai além dos jogos emocionantes. "Fizemos reformas, o legado da Copa seguirá, mesmo depois de encerrada a Copa do Mundo", disse. "Agora as pessoas conhecem quem são os catarianos e os árabes e isso será muito bom para o futuro do nosso país".

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Além de obras que mudaram a face do país, como o moderno sistema de metrô de Doha, novas estradas, obras de infraestrutura de saneamento e telecomunicações e investimentos em segurança, nos anos que antecederam o Mundial de 2022, o Catar reformou suas leis de proteção ao trabalho. Um dos principais avanços foi o fim da kafala ("patrocínio ou garantia" em árabe), sistema de relações trabalhistas muito comum nos países da região do Golfo Pérsico, segundo o qual um estrangeiro não pode mudar de trabalho ou ir embora do país sem a permissão de seus empregadores.

Não era incomum a retenção de passaportes e documentos para impedir mudanças de emprego. Outros avanços foram a instituição de um salário mínimo (equivalente a US$ 275) e introdução de normas de proteção de saúde. Antes de assumir compromissos com a Organização Internacional do Trabalho e com sindicatos de trabalhadores internacionais, era frequente o pagamento da jornada de trabalho por valores irrisórios (cerca a R$ 6 a hora), atrasos e até calote nos salários, por parte de empreiteiros.

Também eram problemáticas as jornadas de trabalho com duração entre 12 e 14 horas, mesmo sob temperaturas próximas dos 48°C, comuns nos meses de junho a agosto. "Essas reformas e as obras de modernização que estamos fazendo ficarão como legado", disse Al Thawadi. Segundo ele, nos dias da Copa do Mundo, o país conseguiu reunir o mundo inteiro com suas diferentes culturas e crenças em torno do esporte. "Conseguimos transmitir uma mensagem de paz por meio do esporte", disse.

O sucesso do Mundial faz os dirigentes catarianos desejarem alçar voos mais altos na organização de eventos mundiais, como a Olimpíada. Especula-se que Doha é forte candidata a ser sede dos Jogos Olímpicos de 2036. Perguntado sobre isso, antes de deixar a Zona Mista do Lusail Stadium, Al Thawadi não desmentiu. "Há outra pessoas ligadas ao nosso governo cuidando deste assunto."

Neymar Jr. ganhou uma homenagem emocionante de Pelé. Após a triste eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Catar, o ex-jogador parabenizou o camisa 10 pela marca que conquistou recentemente e mostrou toda sua admiração pelo atleta, de 30 anos.

"Eu te vi crescer, torci por você todos os dias e finalmente posso lhe parabenizar por igualar meu número de gols com a Seleção Brasileira. Nós dois sabemos que isso é muito mais do que um número. O nosso maior dever, como atletas, é inspirar. Inspirar nossos colegas de profissão de hoje, as próximas gerações e, acima de tudo, inspirar todos que amam o nosso esporte", disse.

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Em seguida, Pelé lamentou o dia difícil, mas reforçou a grandeza da conquista de Neymar: "Infelizmente o dia não é o mais feliz para nós, mas você sempre será a fonte de inspiração que muitos almejam se tornar. Eu aprendi que quanto mais o tempo passa, mais o nosso legado cresce. Meu recorde foi estabelecido há quase 50 anos, e ninguém tinha conseguido se aproximar dele até agora. Você chegou lá, garoto. Isso valoriza a grandeza da sua conquista, Neymar Jr.".

E, encerrou: "Porém, você sabe, assim como eu, que nenhum número é maior que a alegria de representar nosso país. Tenho 82 anos, e depois de tanto tempo, espero ter lhe inspirado de alguma forma para chegar tão longe. Mais que isso, espero que a sua conquista contagie as milhões de pessoas que te seguem a desafiarem o que parece impossível. O seu legado está longe de chegar ao fim. Continue nos inspirando. Eu continuarei dando socos no ar de felicidade com cada gol que você fizer, como fiz em todas as partidas que vi você em campo".

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Hoje (26) a ex-tenista norte-americana Serena Williams completa 41 anos de idade. Ela é a maior vencedora de majors entre homens e mulheres na Era Aberta do tênis, com 23 conquistas, ou seja, detentora de 23 Grand Slams em simples. Possui 39 títulos, além de quatro medalhas de ouro em Olimpíadas. Com isso, revolucionou o tênis mundial e abriu portas inimagináveis. É também a tenista mais velha a conquistar um slam e a ocupar a liderança do ranking com 319 semanas na primeira colocação, sendo 186 consecutivas.

 O ano era 1999 e Serena era apenas uma menina de 17 anos, não satisfeita em chegar à final do US Open daquele ano, a jovem teve a “audácia” de desbancar a então melhor tenista do mundo, na época, Martina Hingis. Este seria o primeiro de 23 títulos de Grand Slam simples. Após a conquista do Aberto dos Estados Unidos sobre a favorita, Serena Williams encerrou a temporada como a quarta melhor tenista do mundo. A norte-americana apareceria no topo do ranking três anos depois. Além dos recordes, ela tem prêmios fora das quadras tão valiosos quanto, inclusive, Martina Navratilova e Billie Jean King, que devem ser exaltadas também.  

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Em setembro de 2017, Serena deu à luz Alexis Olympia e quando ergueu o troféu do Australian Open em janeiro, o fez sem saber que já carregava sua filha. Na ocasião, Serena venceu a própria irmã, Venus Williams, por 2 a 0, o último título de Grand Slam da carreira. Mesmo com complicações pós-parto, Serena voltou às quadras disputando Roland Garros. As regras do circuito não permitiam que mulheres vestissem a legging sem uma saia ou um short por cima, mas graças à Serena, a Associação Feminina de Tênis (WTA) liberou o uso para as atletas. Outra mudança foi referente ao ranking.  

Em 2018, Serena novamente calou milhares de pessoas ao chegar às duas finais de Grand Slam: Wimbledon e US Open, onde Angelique Kerber levou a melhor em sets diretos e ficou com o título. Já no Aberto dos EUA, Naomi Osaka a derrotou em uma partida, porém, o juiz afirmou que o técnico dava instruções à Serena e ela disse que o árbitro não agiria assim se fosse um homem. A WTA saiu em defesa da norte-americana. Em 2022, Serena se despediu das quadras no Arthur Ashe Stadium, a quadra principal do US Open, local onde foi campeã pela primeira vez na carreira, há 23 anos, ao perder para Ajla Tomljanovic na terceira rodada do major americano, por 2 sets a 1. 

A ex-tenista tornou-se também muito bem sucedida fora das quadras. A americana é a atleta mulher mais bem paga da história do esporte mundial, tendo acumulado mais de 94 milhões de dólares em premiações ao longo da carreira. A fortuna arrecadada pelo desempenho, somada aos patrocínios a possibilitaram também a apostar na carreira de empresária.

Também usou o dinheiro que ganhou em prol de quem mais precisa, fazendo trabalho filantrópico. Ela tem um fundo para promover equidade de raça, gênero e de pessoas com deficiência através da educação e é embaixadora da UNICEF.  

O falecido ator americano Sidney Poitier estava no auge de sua carreira em Hollywood, quando foi acusado por ativistas e intelectuais negros de interpretar papéis estereotipados para o público branco, quando o movimento pelos direitos civis explodia nos Estados Unidos na década de 1960.

"Sidney", o novo documentário da Apple TV+ produzido por Oprah Winfrey e com entrevistas com estrelas que vão de Denzel Washington e Morgan Feeman a Barbra Streisand e Robert Redford, busca mostrar que estavam errados.

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"A realidade é que, desde a invenção do cinema, houve imagens degradantes dos negros, e Sidney Poitier, sozinho, destruiu essas imagens, filme após filme", disse à AFP Reginald Hudlin, diretor do documentário que vai ao ar nesta sexta-feira (23).

"Ele era um guerreiro da causa racial. Sem ele, eu não estaria aqui, não teríamos Oprah Winfrey, nem Barack Obama", acrescentou.

Esta é uma das várias discussões em "Sidney", que apresenta entrevistas de Poitier a Oprah anos antes de sua morte, em 6 de janeiro de 2022, aos 94 anos.

A produção aborda um tema que pode ser espinhoso: a relação extraconjugal de Poitier durante seu primeiro casamento, com Juanita Hardy, uma das entrevistadas do documentário, assim como as três filhas do ator.

"Quando me sentei pela primeira vez com a família sobre a possibilidade de fazer este filme, perguntei se havia algo vetado. Mencionei esse tema, especificamente, como exemplo", disse Hudlin.

"Elas me disseram: 'Não, não, não, queremos contar toda verdade'", completou.

A produção também corta momentos aterrorizantes da violência racista sofrida por Poitier.

Em 1964, ele e o ator Harry Belafonte foram perseguidos no Mississippi por membros armados do grupo supremacista branco Ku Klux Klan, enquanto levavam dinheiro para um movimento de direitos de voto.

Outro encontro com o KKK e um policial branco que perseguiu Poitier com uma arma quando adolescente é narrado como uma experiência marcante em sua pioneira carreira e em seu ativismo, com frequência esquecido.

"Isso é o que é impressionante. Ele nunca sucumbiu à amargura, nem permitiu que acabassem com ele", comentou Hudlin. "Continuava transformando isso em força, em mais determinação e em mais vontade", acrescentou.

- Sem precedentes -

Talvez a parte mais contestada do legado de Poitier sejam as de que ele era "muito amável", ou "obediente", para o público branco e Hollywood.

O documentário traz à tona um artigo publicado em 1967 pelo jornal The New York Times, com a manchete "Por que a América branca ama tanto Sidney Poitier?". O texto acusava o ator de "interpretar basicamente o mesmo papel, o herói antisséptico de uma única dimensão".

O texto falava de uma "Síndrome Sidney Poitier". "Um bom homem em um mundo totalmente branco, sem esposa, namorada, ou mulher, para amar ou beijar, ajudando um homem branco a resolver os problemas de um homem branco".

Apenas três anos antes, Poitier havia se tornado o primeiro ator negro a ganhar um Oscar por "Uma voz nas sombras". No filme, interpretou um trabalhador nômade que ajuda uma comunidade de freiras, com as quais acaba estabelecendo um vínculo.

Outros papéis, como o mendigo que ele interpreta em "Porgy and Bess", foram vistos como racistas pelos críticos.

Segundo Hudlin, os ataques "eram uma consequência inevitável do trabalho que ele estava fazendo", e Poitier, "que sabia que chegaria mais longe", estava mais interessado em humanizar a experiência negra.

"Sidney" também ressalta a natureza revolucionária do beijo de Poitier na atriz branca Katharine Houghton em "Adivinhe quem vem para jantar?", e o momento em que ele dá um tapa em um aristocrata sulista branco em "No calor da noite".

"Não havia precedentes para quem ele era e para o que estava fazendo", destacou Hudlin.

 O festival de rock mais conhecido da música internacional ocorreu entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, em uma propriedade rural no município de Bethel, estado de Nova Iorque. Cerca de 400 mil pessoas testemunharam  performances de artistas como Jimmy Hendrix (1942-1970), Janis Joplin (1943-1970), The Who e Joe Cocker (1944-2014) e vivenciaram o evento, cujo slogan era “três dias de paz e música”.

Entre algumas das razões por trás do sucesso do evento estavam a Guerra do Vietnã, os julgamentos do ativismo pelos Direitos Civis e o Movimento do Amor Livre. Woodstock serviu como uma “intervenção cultural” a favor da paz. Organizado pelos promotores Joel Rosenman, Michael Lang (1944-2022), Artie Kornfeld e John Roberts (1945-2001), o investimento visou alcançar um público-alvo semelhante. Apesar do sucesso atemporal do festival de Woodstock, muitos dos grandes nomes da música recusaram o convite de participar do evento. Entre eles: Led Zeppelin, The Rolling Stones, The Doors, Bob Dylan e The Beatles.  

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Muitos dos artistas que se apresentaram durante o evento viraram referências fundamentais para as gerações futuras. Detalhes das apresentações, como o tom que Jimi Hendrix adotou enquanto reproduzia o solo de guitarra no hino nacional estadunidense ou o cover intenso que Joe Cocker performou dos Beatles, ficaram marcados para a música.

A repercussão não foi apenas musical, para o veículo norte-americano New York Times, Woodstock foi o precursor da relação entre a moda e os festivais. No geral, o público tinha um estilo hippie – no modo de levar a vida e no jeito de se vestir. Em 1984, foi colocada uma placa comemorativa no local da primeira edição.  

O movimento #Metoo na França se volta, agora, para o artista espanhol Pablo Picasso, problematizado pelas ativistas feministas, que descrevem o pintor como um "minotauro" e um "gênio violento" que destruiu a vida de suas companheiras.

Esta é a tese de um podcast premiado, criando no ano passado por Julie Beauzac, formada em arte, que já teve mais de 250.000 downloads.

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E também é a versão da jornalista Sophie Chauveau, que repetiu no podcast a visão apresentada no livro "Picasso, le Minotaure" ("Picasso, o minotauro", em tradução livre), de 2017.

O livro denuncia "o controle irresistível e devastador do gênio sobre todos aqueles que o amavam", explicou Chauveau à AFP.

Um gênio e, ao mesmo tempo, um homem "violento e destrutivo".

"Obviamente que o #MeToo afetou o artista, e este podcast prova isso", disse à AFP a nova diretora do Museu Picasso de Paris, Cécile Debray.

"O ataque é mais violento, porque Picasso é a figura mais famosa e popular da arte moderna. Um ídolo que deve ser derrubado", acrescentou, defendendo que "o tema deve ser abordado com muitas nuances e prudência".

Já o Museu Picasso de Barcelona entrou no caminho de revisão da figura do artista. A instituição acaba de concluir a oficina "Reduzir a libido do minotauro: confrontamos a masculinidade picassiana" e também prepara um simpósio internacional sobre o tema para o mês de maio.

"Esta reflexão sobre Picasso, e o olhar feminista, ou feminino, sobre sua obra são um debate eminentemente atual, que não deve ser evitado e que não deve virar uma caricatura", disse o diretor da instituição, Emmanuel Guion, à AFP.

Ao mesmo tempo, "é importante procurar pessoas competentes" para guiar esta discussão, completa.

Picasso teve oito relacionamentos mais ou menos longos e estáveis. Duas dessas companheiras, Marie-Thérèse Walter e Jacqueline Roque, cometeram suicídio, anos após a morte do pintor.

As mulheres estimularam as transições artísticas de Picasso, encorajando-o a buscar novos rumos, os quais marcaram, por sua vez, a história da arte contemporânea, segundo especialistas.

Picasso conquistou mulheres jovens, mas as acusações de abuso são "afirmações sem referências históricas, aproximadas e anacrônicas", afirma Debray.

"Picasso praticamente não deu entrevistas e, certamente, nenhuma sobre sua vida pessoal", lembra Olivier Picasso, neto do artista, à AFP.

"É por meio das obras que podemos traçar o roteiro afetivo, com obras mais violentas, outras mais ternas", explica.

Em 1907, por exemplo, Picasso pintou um retrato da colecionadora e escritora Gertrude Stein, que incentivou Picasso quando ele tinha 19 anos e era desconhecido em Paris. Stein era lésbica, e seu retrato foi um autêntico parto artístico para Picasso.

A tese do professor americano Robert Lubar, da Universidade de Nova York, que participou de cursos do Museu Picasso de Barcelona, é que o artista não conseguia pintar uma personagem muito forte para ele, a antítese da mulher como objeto de contemplação artística, ou de posse sexual.

Esta luta "revela o confronto ansioso do artista (...) com a questão da diferença sexual", explicou Lubar em um ensaio de 1995, considerado um dos pontos iniciais da atual revisão histórica de Picasso.

Para outros especialistas, porém, como o artista e biógrafo Gilles Plazy, o retrato foi apenas uma luta interna, exclusivamente artística, de Picasso. Nessa abordagem, ele não conseguia pintar o rosto de Stein, porque sentia que precisava mudar de rumo.

Foi depois deste quadro que Picasso produziu uma de suas obras mais famosas: "As senhoritas de Avignon" (1907), um retrato de um grupo de prostitutas que explodiu no cenário de arte e deu espaço ao cubismo.

Um ano após a morte do ativista, cantor e compositor Guitinho da Xambá, o festival 'ASE – Aproximar, Significar, Empoderar', organizado pela Feira Quilombar de Arte Negra, dedica sua sétima edição a homenageá-lo. As atividades do evento ‘O chão do meu terreiro – Homenagem a Guitinho da Xambá’ acontecem neste domingo (06), das 13h às 22h, na comunidade da Xambá, em Olinda; com exposição de produtos, formação pedagógica e espetáculos artísticos. A programação é gratuita. 

Os visitantes do festival poderão participar de atividades formativas, como oficinas de percussão, de turbantes e de Abayomi. Haverá também a tradicional feira de arte negra, a gira de conversa (intervenção de abertura do Grupo Ori) com Pai Ivo de Xambá, Ana Benedita, Edson Axé e mediação de Negra Dany e o Leilão em Chamas. Já os shows ficam por conta dos grupos Coco dos Pretos,  Bongar, com participação de Pirão Bateu, e Afoxé Retrô. Ainda será realizada uma homenagem a Guitinho da Xambá e um cortejo de encerramento.

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O ASE conta com coordenação geral de Thúlio Xambá, coordenação pedagógica de Negra Dany, coordenação musical de Madson Silva, produção executiva de Jamesson Santos e produção de Nina Meneses. Todas as atividades são gratuitas mas é possível ajudar o coletivo com contribuição voluntária de produtos de limpeza e doações via PIX para manutenção do Centro Cultural Grupo Bongar. 

Guitinho da Xambá

Cleyton José da Silva, o Guitinho da Xambá, foi um nome importante na disseminação e manutenção da cultura popular pernambucana e das tradições da comunidade quilombola da Xambá. Ele foi um dos fundadores do grupo musical Bongar com o qual lançou e produziu cinco discos e um DVD. Além disso, Guitinho também se dedicava ao Centro Cultural Grupo Bongar, que desenvolve diversas atividades culturais e formativas para a população, em especial, crianças e jovens. Ele morreu no dia 18 de fevereiro, em decorrência de um  acidente vascular cerebral (AVC).

Serviço

7º Festival ASE

Domingo (06) - 13h às 22h

Rua Severina Paraiso da Silva, 5330, São Benedito, Olinda/PE (comunidade Xambá)

Gratuito

Confira a programação completa

Domingo (06)

13h: Abertura dos portões

13h: Feira de arte negra; Oficina de amarração turbantes (com Negra Dany); Oficina confecção de Abayomi (com Gilberto Saad);  

14h30: Oficina de percussão (com Madson Silva)

15h30: Grupo Orí

16h: Gira de conversa com Pai Ivo de Xambá, Ana Benedita, Edson Axé (mediação: Negra Dany)

17h40: Leilão em Chamas

18h: Coco dos Pretos

19h: Grupo Bongar com participação do Pirão Bateu

20h30: Afoxé Retrô

22h: Cortejo de encerramento 

Reconhecido mundialmente como um dos melhores em sua arte, a percussão, Naná Vasconcelos rodou o planeta rufando tambores e fazendo tremer o chão por onde passava. Mas era no Recife, sua cidade natal, que o músico festejava sua ancestralidade e cultivava suas raízes. O carinho e a forte ligação do percussionista com a capital pernambucana se materializava durante sua festa maior, o Carnaval, na qual ele atuava como mestre de cerimônia abrindo a folia oficialmente na regência de dezenas de nações de maracatu. Ritual que se repetiu por 14 anos e amplificou a cultura popular de Pernambuco como nenhum outro. 

Naná faleceu em março de 2016, aos 71 anos, deixando um vasto legado cultural. Sua esposa, Patrícia Vasconcelos, ficou responsável pela manutenção da memória do artista, bem como de seu acervo material, guardado em parte em uma casa onde eles moraram no bairro da Encruzilhada, zona norte do Recife. Agora, a viúva luta pela abertura de um espaço cultural que possa receber esse material para dar continuidade à história do mestre.

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Em entrevista ao LeiaJá, o Secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, contou que se reuniu com Patrícia, após tomar conhecimento da preocupação dela com o destino do acervo de Naná, para discutir possíveis projetos. Segundo ele, a viúva frisou a ligação do percussionista com o Bairro do Recife, local onde ele abriu o Carnaval da cidade por tantos anos, e que por esse motivo, acabou sendo o escolhido para abrigar um possível memorial dedicado à sua história. 

Ainda de acordo com Ricardo Mello, a ideia é dar ao local a mesma dinâmica com a qual Naná tratava sua arte, detalhe também frisado por Patrícia. “A intenção dela é não de ter um museu - no sentido de um memorial que abriga o acervo e fica ali aberto à visitação mas de certa forma estático -, ela acha que pelas características da personalidade dele tinha a ver alguma coisa em movimento e a gente chegou à conclusão que seria algo tipo uma escola de música que abrigasse parte do acervo, até porque ele estará (também) em outros lugares do mundo. Acho que isso é um encontro com a própria política da gente, que tem um olhar pra formação, para a ativação cultural, mas também com essa inquietação criativa dele”, disse.

Segundo o secretário, o desafio agora é encontrar um local adequado para a implementação do projeto que deverá atender não só aos recifenses mas também às pessoas que visitam a capital de Pernambuco. “A ideia da gente agora é identificar um lugar que pudesse abrigar esse projeto, um lugar que pudesse homenageá-lo, tê-lo presente ali, não só com parte do seu acervo mas, também, trazendo um pouco dessa bagagem, dessa inspiração, para que a gente possa estar formando novas gerações, criando espaços de contato delas com a produção cultural de Naná e também (com) os turistas que vão vir aqui e vão estar numa cidade onde Naná construiu uma trajetória maravilhosa que é reconhecida no mundo todo”. 

A morte de Marília Mendonça, que ocorreu no dia 5 de novembro após um acidente de avião, chocou o país e deixou familiares e fãs abalados. Apesar disso, a importância da Rainha da Sofrência na música brasileira e na abertura de portas para a atuação feminina nesse meio não será facilmente esquecida, como aponta o jornal Extra. Isso porque, além de um vasto acervo e de composições e parcerias ainda não lançadas, a artista também foi inspiração direta para que outras mulheres se aventurassem no feminejo.

De acordo com o veículo, o impacto de Marília no meio da música sertaneja teria sido reconhecido até mesmo pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que cuida dos direitos autorais das músicas. Segundo dados da instituição, a artista - que escreveu sua primeira canção com apenas 12 anos de idade - tem 324 músicas registradas em seu nome, além de 391 gravações cadastradas, entre projetos solo e parcerias. Após a morte da cantora, o próprio órgão teria afirmado que Mendonça foi uma artista essencial para o sertanejo.

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Além disso, Marília havia gravado conteúdos inéditos com outros artistas, sendo ao menos cinco trabalhos a serem lançados: um com a dupla Hugo e Guilherme, outro com os sertanejos Guilherme e Santiago, um ao lado da dupla do caçula João Gustavo, Dom Vittor e Gustavo, além de uma faixa com Ludmilla e outra com a cantora mexicana Dulce María. Isso sem falar do projeto Patroas, ao lado de Maiara e Maraisa, que segue sem definição. O Extra ainda ressalta que não há previsão de quando esses trabalhos serão lançados, e se haverá algum tipo de homenagem para a cantora.

Supostamente, Mendonça também teria deixado uma coleção de composições não gravadas, já que foi recuperado do acidente seu caderno de composições. De acordo com o advogado da família da cantora, o item foi entregue aos familiares de Marília, e ainda não há informações sobre a possibilidade de que outros artistas gravem as letras escritas por ela.

Entre as artistas impactadas por Marília estavam Yasmin Santos, que chegou até mesmo a dividir o palco com a Rainha da Sofrência, Lauana Prado, Luiza, da dupla com Maurílio, Mariana, da dupla com Matheus, e também a dupla de irmãs Júlia e Rafaela - ambas com apenas 19 anos de idade. Não se pode esquecer ainda que foi Mendonça quem estimulou o irmão mais novo, João Gustavo, a se lançar no meio da música sertaneja - o rapaz tem em seu repertório uma música não lançada ao lado da irmã e também uma faixa com Murilo Huff, ex-namorado da cantora e pai do pequeno Léo, de um ano e onze meses.

A artista ainda deve dar nome ao hospital em que nasceu, na cidade de Cristianópolis, a 90 km de Goiânia, e foi apontada como inspiração para a personagem de Alice Wegmann na série Rensga Hits, que está em fase de preparação para o Globoplay. A cantora, inclusive, estava cotada para fazer uma participação especial na trama.

Murilo Huff e Ruth Dias publicam mensagens de fé

No último sábado, dia 13, pouco mais de uma semana após a morte de Marília Mendonça, sua mãe, Ruth Dias, e seu ex-namorado, Murilo Huff, participaram de um culto em memória da cantora. Horas depois, os dois publicaram mensagens de luto e fé nas redes sociais.

Através do Stories do Instagram, dona Ruth publicou um trecho da canção gospel Vai valer a pena: "Não compreendo os teus caminhos / Mas te darei a minha canção / Doces palavras, te darei / Me sustentas em minha dor / E isso me leva mais perto de ti, / Mais perto dos teus caminhos / E ao redor de cada esquina, / Em cima de cada montanha, / Eu não procuro por coroas, / Ou pelas águas das fontes / Desesperado, eu te busco / Frenético, acredito / Que a visão da tua face / É tudo que eu preciso".

O cantor sertanejo, por sua vez, usou o Twitter para publicar um trecho da música És o meu alívio, de Jesse Aguiar: "És o meu alívio, tudo que eu preciso bem aqui comigo pra eu continuar…"

Ao que tudo indica, ‘As Patroas’ vão continuar ‘on’ mesmo após a precoce morte de Marília Mendonça, falecida na última sexta (5), em virtude de um acidente de avião. Após o produtor, Júnior Campi, afirmar em uma postagem nas redes sociais que o projeto continuaria, a cantora Maraisa, uma das estrelas deste trabalho, confirmou a informação.

Na última segunda (8), Júnior Campi, publicou várias mensagens nas redes sociais homenageando Marília Mendonça, com quem trabalhava. Ele animou os fãs ao mencionar o projeto ‘As Patroas’ assegurando que ele continua de pé, mesmo com a partida de uma de suas idealizadoras. “Deus vai nos abençoar e nos dar forças para levarmos o Patroas para frente”, disse.

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Algumas horas depois, foi a vez de Maraisa, que integra o projeto ao lado da irmã, Maiara, confirmou a informação e o desejo de dar continuidade a este trabalho. Pelo Twitter, ela falou sobre o assunto. “Deus animou a Elias dizendo: Você não está só, a obra precisa continuar, levante-se coma e continue a sua obra.Temos uma tour das Patroas pra entregar! @MariliaMReal sempre fazendo tudo! Tô aqui revivendo cada áudio, cada referência… Rindo sozinha como ela sempre resolve tudo”.

Você pode até não gostar de ‘sofrência’ e da nova estética do sertanejo contemporâneo, mas é inegável a relevância uma das maiores responsáveis pelo surgimento de tais novidades, a cantora Marília Mendonça, para a música brasileira como um todo. Desde que começou a compor, do ‘alto’ dos seus meros 12 anos de idade, até o momento em que decidiu subir aos palcos e assumir os microfones, a artista goiana promoveu uma revolução na indústria musical, garantindo números impressionantes, abrindo caminho para outras mulheres em um segmento até então dominado pelos homens e, sobretudo, jogando luz à figura da mulher compositora.  

Marília Mendonça, obviamente, não foi a primeira mulher a cantar sertanejo no país. Antes dela, outras figuras emblemáticas como as Irmãs Galvão, Inezita Barroso, as duplas As Marcianas e As Mineirinhas, e Roberta Miranda, entre outras, já haviam furado a ‘bolha’ de uma cena na qual os homens eram a grande maioria. No entanto, a chegada de Marília, ainda criança, compondo aos 12 anos seu primeiro sucesso, ‘Minha Herança’, provocou uma transformação no segmento. 

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A menina que escrevia como gente grande sobre coisas de amor, traição e diversão, chamou atenção e, rapidamente, tornou-se uma das compositoras mais requisitadas do mercado goiano, o maior do sertanejo nacional. Mendonça compôs inúmeros sucessos para artistas como Jorge e Mateus (Calma), Henrique e Juliano (Cuida bem dela), Cristiano Araújo (É com ela que estou), João Neto e Frederico (Minha Herança), e Matheus e Kauan (Incerteza). Aliás, esses são só alguns entre os vários nomes que gravaram composições assinadas por ela. 

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Pouco mais de uma década após o início dessa caminhada, era inevitável que a compositora assumisse os microfones e subisse aos palcos. Assim ela o fez e, em 2016, estourou em todo o país com ‘Infiel’, uma música que trazia o adultério pela perspectiva feminina. Era o início de uma nova era na música popular brasileira, batizada de ‘feminejo’ e que rapidamente ganhou outros nomes de destaque como Maiara e Maraisa, Naiara Azevedo, e Simone e Simaria, por exemplo. Mulheres que estão  ajudando a derrubar o domínio masculino no segmento e que, cantando sobre traições, cachaça e baladas de um jeito muito próprio, estão desempenhando um importante papel na luta pelo empoderamento feminino e equidade de gênero.  

O talento de Marília para a composição, sua desenvoltura nos palcos e seu enorme carisma a fizeram uma das artistas mais bem sucedidas da atualidade no Brasil. Nos dois últimos anos, em 2019 e 2020, ela foi a cantora brasileira mais ouvida nas plataformas digitais. Em 2020, teve o clipe mais exibido do YouTube, o da canção Graveto. Tanto destaque chamou atenção de artistas de outros segmentos também e a sertaneja acabou circulando, com facilidade, em diversas searas firmando parcerias com Anitta,Thiaguinho, Wesley Safadão, Luisa Sonza e até Gal Costa, que gravou ‘Cuidando de Longe’, composta por Marília, em seu álbum ‘A pele do futuro’. 

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--> Os cinco maiores sucessos de Marília Mendonça

Uma carreira meteórica, relativamente curta, e interrompida pelo trágico acidente aéreo que, na última sexta (5), ceifou tão precocemente a vida da artista. Sua partida gerou uma verdadeira comoção em todo o país e até mesmo a imprensa internacional repercutiu a morte da cantora brasileira. As redes sociais também ficaram tomadas por manifestações de fãs, do público em geral e de artistas e personalidades dos mais diversos segmentos, como Caetano Veloso, Ludmilla, o rapper Mano Brown e o jogador Neymar.

Fica agora o legado deixado pela artista, que estava prestes a iniciar um nova turnê com as amigas Maiara e Maraisa, intitulada ‘As Patroas’: segundo o Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad), Marília parte com 324 canções registradas em seu nome e um total de 391 gravações dela ou de outros artistas. Além disso, ficam eternizados o talento, a postura e a coragem da mulher que mergulhou na música em que acreditava e eternizou-se não só como a ‘Rainha da Sofrência’ mas, também, uma rainha da composição. 

Se estivesse vivo, Paulo Freire completaria 100 anos neste domingo (19). Nascido no Recife no dia 19 de setembro de 1921, o pedagogo pernambucano tornou- se um dos intelectuais brasileiros mais relevantes do século passado, por ter dedicado sua vida ao desenvolvimento de uma pedagogia crítica, na qual a educação é tomada como instrumento de libertação das opressões sociais.

Autor de clássicos como “Pedagogia do Oprimido”, Freire foi nomeado Patrono da Educação Brasileira no dia 13 de abril de 2012, por meio de lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Em homenagem a seu centenário, o LeiaJá apresenta o documentário em áudio “Paulo Freire: o legado” - disponível ao fim do texto -, que enfatiza a influência de seu pensamento para educadores da atualidade.

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O trabalho jornalístico parte do processo de alfabetização do próprio Paulo Freire, em Pernambuco, e de suas primeiras vivências como professor, trazendo ainda detalhes da lendária experiência de Angicos, cidade localizada no sertão do Rio Grande do Norte, em que o pedagogo e sua equipe alfabetizaram 300 adultos em apenas 40 horas. A professora de pedagogia da Universidade de Pernambuco (UPE), Fátima Gomes, ressalta que o método de alfabetização de Paulo Freire ambicionava mais do que simplesmente ensinar a ler e escrever.

“Era preciso fazer uso social e político desse conhecimento na vida cotidiana. O método Paulo Freire estimula a alfabetização de adultos, principalmente, mediante uma discussão de suas experiências de vida entre si, através de palavras presentes na realidade dos alunos, no contexto social dos alunos, que seriam estudadas, consideradas para aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo”, explica Fátima Gomes.

A ousadia de Freire em colocar em prática um trabalho de educação libertadora fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados por “subversão” pela ditadura militar, em outubro de 1964. “Os responsáveis pelo golpe foram estrategistas. Eles tiraram de cena as maiores cabeças, intelectuais que estavam tratando de fazer uma grande revolução para o país. Dessa maneira, controlaram todo o cenário de cima para baixo”, explica o historiador José Carlos Mardock.

Durante o exílio, Paulo Freire peregrinou por países como Bolívia, Chile e Estados Unidos, onde atuou um ano como professor visitante da Universidade de Harvard. De lá, o pernambucano rumou para Genebra, na Suíça, para assumir a chefia do departamento de Educação do Conselho Mundial de Igrejas, cargo que o permitiu viajar por diversos países da África e da Ásia, mundializando suas ideias e livros.

“A consequência foi justamente a produção de uma vasta obra e de um pensamento educacional e político que até hoje perdura. Sua trajetória de vida, a contribuição teórica, reflexão sobre a prática, proposta de políticas públicas, especialmente para  área educacional, fizeram com que ele se tornasse e seja até hoje uma referência mundial para diversos intelectuais, profissionais de diversos campos do saber, atores sociais, educadores e educadoras comprometidos com as causas populares, com a educação pública de qualidade e com a luta por uma sociedade mais justa”, ressalta Fátima Gomes.

Freire só voltou em definitivo para o Brasil em junho de 1980, para, em suas palavras, “reaprender o Brasil”. Após o retorno, o pedagogo voltou a assumir importantes cargos, o de Secretário de Educação da prefeitura de São Paulo, em 1989, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina.

No dia 2 de maio de 1997, Freire faleceu em razão de um infarto agudo no miocárdio. O pedagogo soma mais de 40 títulos de doutor honoris causa, além de dezenas de obras publicadas.

Escute o radiodocumentário "Paulo Freire: o legado", assinado pelos jornalistas Nathan Santos e Marília Parente, com edição técnica de Danillo Campelo e Caio Lima:

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Se estivesse vivo, Paulo Freire completaria 100 anos em 2021. Nascido no Recife no dia 19 de setembro de 1921, o educador tornou- se um dos intelectuais brasileiros mais relevantes do século passado, por ter dedicado sua vida ao desenvolvimento de uma pedagogia crítica, na qual a educação é tomada como instrumento de libertação das opressões sociais. Autor de clássicos como “Pedagogia do Oprimido”, Freire foi nomeado Patrono da Educação Brasileira no dia 13 de abril de 2012, por meio de lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Em homenagem a seu centenário, o LeiaJá apresenta o documentário em áudio “Paulo Freire: o legado”, que enfatiza a influência de seu pensamento para educadores da atualidade.

O trabalho jornalístico parte do processo de alfabetização do próprio Paulo Freire, em Pernambuco, e de suas primeiras vivências como professor, trazendo ainda detalhes da lendária experiência de Angicos, cidade localizada no sertão do Rio Grande do Norte, em que o pedagogo e sua equipe alfabetizaram 300 adultos em apenas 40 horas.

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Exilado durante a ditadura militar, Freire divulgou seu método por todo o mundo e publicou dezenas de livros. O documentário é assinado pelos jornalistas Nathan Santos e Marília Parente, com edição técnica de Danillo Campelo e Caio Lima. Clique na barra cinza e ouça o conteúdo:

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Na última quinta (12), a cultura brasileira ficou um pouco mais carente com a perda de Tarcísio Meira. O ator, um dos maiores nomes da teledramaturgia nacional, morreu aos 85 anos, vítima da Covid-19. 

O astro deixou um expressivo legado de filmes, novelas e minisséries que, certamente, manterão vivo seu talento. Alguns desses títulos estão disponíveis em plataformas de streaming e podem ajudar o público a matar um pouco da saudade que o marido de Glória Menezes deixou. Confira. 

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Novelas

Disponíveis no GloboPlay.

Orgulho e Paixão (2018) 

A Lei do Amor (2016) 

Velho Chico (2016) 

Saramandaia (remake - 2013) 

Gabriela (2012) 

Insensato Coração (2011) 

A Favorita (2008) 

Senhora do Destino (2004) 

Torre de Babel (1998) 

O Rei do Gado (1996) 

Tieta (1989) 

Roda de Fogo (1986) 

Roque Santeiro (1985)

Séries

Também disponíveis no GloboPlay.

Hilda Furacão(1998) 

Sai de Baixo: episódio O Rebu de Natal (7ª temporada - 2001) 

Os Casais que Amamos: Tarcísio e Glória (episódio 1 - 2020)

Sandy & Junior: episódio S.O.S Patty (2ª temporada - 2001)

Filmes

Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo! (2011) - GloboPlay 

O Beijo No Asfalto (1981) - GloboPlay, Amazon Prime Video, Looke 

A Idade da Terra (1980) - Now 

República dos Assassinos (1979) - Now 

Quelé do Pajeú (1970) - Now 

Mazzaropi - Casinha Pequenina (1963) - Amazon Prime Video, Looke, Now

Até 6 de agosto, estão disponíveis as inscrições para o concurso cultural “Paulo Freire: 100 anos em (con)texto)”, cujo objetivo é estimular o acesso e o conhecimento do legado e pensamento freiriano, por meio de produções textuais e audiovisuais. O evento é promovido pela Secretaria de Educação e Esportes (SEE) em parceria com a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Podem participar da iniciativa estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas estaduais. “O concurso consiste na elaboração de textos inéditos e autorais, de acordo com as categorias: Poema, Cartão Postal e Vídeo. Essas produções devem retratar a temática central do concurso e tomar como base as citações de Paulo Freire indicadas para cada categoria. Na categoria Poema podem se inscrever estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais. Já na categoria Cartão Postal, podem se inscrever estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais, EJA Anos Finais, e Projeto Travessia - Ensino Fundamental. Na categoria Vídeo podem se inscrever estudantes do Ensino Médio, EJA Ensino Médio e Projeto Travessia - Ensino Médio, destacou a SEE.

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De acordo com a Secretaria de Educação, os primeiros lugares receberão um tablet e um kit literário. Quem ficar em segundo e terceiro lugares ganhará, além do kit literário, um smartphone.

O evento de premiação será realizado pelo Alepe, em data a ser divulgada posteriormente. Para mais informações, consulte o edital do concurso.

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